menduiña - perse.com.br · como peregrina ando, ando, os pés calejados de tanta dor. ... se está...
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Menduiña
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Retratos de mim
Uma escritora que retrata o amor, em suas
poesias suaves e ricas de sentimentos!
Francisca Menduiña
Retratos De Mim
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Momentos Em Conflitos
Esse amor que desgoverna meu peito
que desenha em mim mistérios diferentes
extingue em mim uma saudade insana.
Às vezes me faz flutuar pelo céu,
evidentes delírios me faz renascer
vivo envolvida em magia louca;
Com sentimentos desgovernados
entre um mundo e outro
na imensidão dos pensamentos,
viajo de volta ao passado sempre presente
inútil dizer que esqueci.
Os conflitos se misturam em mim
fazendo um vulcão no peito ferido
os caminhos que andei
até os que quase me perdi,
vivem aqui teimosamente;
Como peregrina ando, ando,
os pés calejados de tanta dor.
Entregue aos meus pensamentos
todos em conflitos me deixam
Menduiña
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Coração estranho este meu,
Agora fechado
para tal sentimento
pesarosa fico aqui.
Me Chamo Assim
Sou como leoa na hora certa,
atravesso montanhas sem perceber
atravesso oceanos a nado
enfrento temporais infernais
entrego minha vida em troca
tiro as sandálias para chegar depressa
não tenho medo de nada
basta um chamado dele...
Meu filho!
nunca digo não a nada
só o sorriso dele me conforta
se está doente, não tenho paz;
Se está feliz faço poesia
ou canto um canto de amor filial
nunca nos separamos
apenas quando viajamos
Retratos De Mim
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sofremos um pelo outro
algo nos une...
Só a poesia e o canto.
Agonizando
Meus sonhos desfeitos
desorganizaram minha vida
por ti atravessei montanhas íngremes,
nos caminhos me perdi de desgosto
desatinada a vida passou como um vulcão
levando tudo que tinha construído
em grades me condenaste a viver contigo!
como numa masmorra fria vivi anos
meus grito ecoavam além das montanhas
as trevas selaram meus dias
aflições repetidas vezes me atormentavam
me condenaram à prisão perpétua
assumo minhas fraquezas;
As carrego até o fim dos dias
morri naquele dia fatídico.
Menduiña
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Amor Desordenado
Este amor que desordena minh’alma
faz meu peito gritar ao mundo
ensanguenta meus caminhos onde percorro
para te encontrar, sou qual uma pianista exímia
que faz das estrelas notas musicais
enfeita o universo cada vez que silencias
para que possas ouvir de longe o chamado
quando distraído pousa estas fortes mãos
em mim, preenchendo o vazio que deixaste
o horizonte se faz mais belo quando te chamo!
Como um canto simétrico com poesias de amor
é como transformar o triste em felicidade
o choro em lindos sorrisos magistrais.
Este amor que denota minha vida em acordes
relembro dos amores que não pude escrever
nem cantei um canto de amor,
amo o vento suave passando por mim
solenemente enaltecendo minha face
esvoaçando meus cabelos já quase molhados
a primavera avança depois as flores
que desabrocharam lindamente
Retratos De Mim
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vão soltando as pétalas que brotaram,
e nos olhos dos apaixonados surgem
o calor do amor mais quente e ardente.
Ele Sorriu Para Mim
No cenário que o horizonte nos deu
teu olhar se insinuando com lirismo,
os desejos eram como orquestra lírica
sabotou totalmente em magia
o cenário era de poeta magistral,
suas mãos tocaram as minhas...Arrepiei-me
a sede por mim ele sabiamente delirou;
Possuindo tanto amor desgovernado
não relutei, me entreguei em devaneios
convidativos ao amor que ele sugere!
O amor falou mais alto rompemos a noite
nos ais dos amantes exclusivos,
ausente de preconceitos nos amamos...
amanheceu o sol nasceu sorridente
nós nos braços um do outro
o mundo lá fora não existia,
Menduiña
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era mágico aquele momento,
seu beijo arrebatava-me
o jeito, viajávamos juntos,
entre uma nuvem e outra
o beijo na boca salientou
os olhos fechei, me encantei.
Despi-Me Do Passado
Despi-me de muitas coisas
Joguei fora as dores do passado
rebusquei dentro de mim o melhor
deste, fiz tiras de retalhos
ajustei-as todas iguais
cada uma fiz minha agenda
procurei o melhor de mim
deixei ficar o que de melhor tive,
na memória gravei os segredos,
nos retalhos apenas recordações
não deixei pensamentos ilusórios,
vivo agora a liberdade conquistada
os sonhos sem devaneios
quero sorrir para seduzir
Retratos De Mim
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enveredar por caminhos escolhidos
viajar de peito aberto
cruzando o universo,
dos poetas sem medo de nada...
Posso ver o nascer do sol
sem hipocrisia,
me perco na beleza
nascendo no horizonte
e saudando no poente.
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Agraciada
Em todas as línguas estás presente,
no anoitecer teus olhos reluz
a lua compete contigo este amor
não há canto que defina,
este encantamento;
Como pedra rara me tocas,
me aninhas ao peito como criança
beijas minh’alma nua, que é tua
desprovida, cansada me agasalhas
em todos os lados te encontro,
nas madrugadas incansáveis,
me consolas, se choro,
ao amanhecer teu sorriso me encanta,
cantas para mim, cantos de ninar,
aconchego-me ao teu peito
descanso meu coração aflito,
tu o anjo que Deus me enviou,
teu cuidado é um canto harmonioso
de amor e paz.
Retratos De Mim
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Agora
Agora quero apenas colher flores, a existência pode ser um lindo
sonho nada mais será como antes sem o perfume das camélias...
Ao anoitece ainda sinto um som nostálgico, de saudades, as
relíquias do antes... Bem antes. Desfiz-me das amarras da
minh'alma deixei florescer amor, amor por mim, amor pelo
mundo tão hostil, amor por quem me quer mal, amor pelo amor
que sinto amor pelos jardins que jorram belos aromas quando
por elas passo.
De Desejo
De amor Deus me presenteou
com doce anjo de candura
me emprestou
me disse que cuidasse com carinho
deu-me o nome, letra por letra
eu obediente conduzi
meu desejo era tal que amei demais;
Amei mais a mim mesma,
mais que o reluzir do sol
mais que a lua cheia
Menduiña
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mais que as ondas do mar
mais que os pássaros em revoada
mais que o canto da cotovia
mais que minhas poesias
amei tanto...
Que quase esqueci que existo.
Já É Madrugada
Noite fria, a chuva cai forte,
da janela olho com olhos de saudades
o vento leva minhas saudades para longe,
no peito grande agonia...
Meu coração quase nem bate inesperada dor,
do que meus olhos não podem ver
está escuro o horizonte encoberto de nuvens,
o vento não para de soprar trazendo a força
que minh’alma despreza sempre,
não vejo nada ,um vazio se instala em mim,
procuro me encontrar entre a chuva e o vento!
Me perco em qualquer direção,
escrevo para esquecer a melancolia da vida
Afoita, vivida, sendo minha companheira.
Retratos De Mim
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Amanhece, abro as cortinas nada vejo,
o silêncio ecoa dentro do peito tudo e nada,
manhã nublada nem sol, o vento sopra devagar
garoando lentamente martelando
pensamentos guardados, tudo é longínquo...
Até o mar se revoltou com o tempo e o vento,
antevejo mais uma noite nua e crua para mim,
é domingo, hoje é domingo quem diria!
Eu aqui calada, evapora o que sobrou de mim,
ecoa longe um chamado...
Quem poderá querer ver esta pobre poeta?
Me recluso para juntar as letras
com elas minha poesias.
Anoiteceu Amor
As horas passam vagarosas
olho o relógio silencioso
na espera que anoiteça...
Para em teus braços me aninhar
sentir tuas mãos me acalentar,
nossos segredos são desfolhados ali
Menduiña
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me ouves com doçura inigualável
aperta-me contra teu peito,
me acalentas se choro
me faço como criança para ti,
conto minhas mágoas
digo do meu amor por ti,
ouço quando falas de nós,
de como somos um para o outro,
vida ingrata que demorou tanto
este encontro marcado;
Agora só nós dois existimos
não concebo a vida sem ti, amor,
que Deus permita
sejas tu a fechar meus
olhos e sorrio pra ti;
O último!
Momentos
Momentos de candura...
Não me deixaram ruir poço abaixo,
teus carinhos me trouxeram à borda,
sem conhecimento de nada...
Resisti em teus braços
a quase loucura que me achava
Retratos De Mim
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na ausência das faculdades mentais...
Fugi de mim, de todos,
viajei por caminhos que nunca vi!
E tu, àh homem... Com coragem,
me tomou para ti com amor,
em teus braços acalentou-me
entregue ao desconhecido fiquei...
Tão longe... A mente se entregava ao nada,
na mísera doença me entreguei.
Dileto este amor que me dedicas
dá-me certeza no amor que
acima de qualquer coisa
ainda existe.
Labirinto
Pensamentos conturbados tomam conta!
A mente rasteja por onde não sei voltar
rasgam meus momentos sem saber,
o corpo descansa na estrada quase inerte,
linha em zig-zag tortuoso sem rumo
é certo que não consigo andar em linha reta,
são infindáveis os momentos de fragilidades