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V -A I ¦¦' t '¦* ¦Pi? tEãOBSM lajPJSs j§&d3jt| llífill f^lf ASSÍGNATURA ANNUAL Brazil 5S0OO PAGAMENTO ADIANTADO rUBLICA-SE NOS DIAS 1 E 15 DE CADA MEZ PEfiMOlHCO IíVOBíIIOO^IHTA ASSÍGNATURA AtfNUAL Estrangeiro . 6$0ub PUBLÍCA-SE NOS DIAS 1 E 15 DE CADA MEZ Poda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA Rua da Alfândega u. 342. Auno ü% BSraziS ZRüís <2;» «Baisciro 2v*í:J>"3 B^evcreiro 13."» Ni. «S« ¦SXI>B»HlÍ3iWE SÃO Aír.SMTliS DESTA FOLHA Fm Manáin (listado do Amazonas), o Sr. Bernardo IRodrigues do Almeida. Na cidade de formosa (Estado de Oova/, o Sr. Joaquim II. Pereira Dutra. No Pará, o Sr. José Maria da Silva Basto. Na Cachoeira (Est.° da Bahia),oSr. Fran- cisco Xavier Vieira (íomes. Na cidade do IRioGrande do Sul, o Sr. Al- eres Migu 1 Vieira de Novaes, rua do (íe- ner.al Victorino n. 81. Fm S. Paul), o Sr. (1. ria S. Bati; ira, rua Lavapós n. 20, Fm Santos [Estado de S. Paulo), o Sr. Be- nedicto José do Souza Júnior, rua do Ge- neral Câmara n. H02. Fm Campei, o Sr. Aübnso Machado de Faria, rua do R jsario n. 12 A. Arf assignaturas deste periódico co- meearn em q íalquer dia e terminam sempre a 31 do Dezembro. AOS N.OSIjS.pS A&SlttMAiVffES Tendo-se concluído as as- signatui-as de JL801J solici- tamos coni instância mos nossos ussignantcs esn debito a satisfazerem conta ioda I»re- vidade suas nssEguaturas. Ü*o o A justiça de Ocus Aquelle que pesa os factos humano com pesos aferidos pelas considerações desta vida, pelos intuitos da natureza corporea, pela expressão qne elles têm no tempo, desamina e muitas vezes desespera da justiça de Deus. Vendo o mérito calcado pelo patro- nato, ajusto despresado pelo desaver- gonhado, Jesus preferido por Barrabas, naturalmente forma em seu intimo este conceito : ou é verdade que Deus deixa ú revelia as cousas deste inundo, cor é inquestionável que sob suas vistas, pôde campear, som re- pressão, a mais désl^ragàda injustiça. E vão convehcel-o de que jul mal, de que a justiça indeffectivel d Pae impera, sem eclypses assim ua terra como no Ceu 1 Os factos abi estão, respüuderá, e contra fafctos hão lia argumentos e, si são capazes, demonstrem que é jus- tiça de Deus esta constante e universal postergação de todos os direitos, que, cótho urn vento de extermínio, lavra por toda a superfície da terra. E o caso é, qne entre padres e dou tores, entre todos os espíritos cultos, bem poucos poderão levantar a luva, que atira aos homens e ao próprio Deus, aquelle que julga dos factos por seu caracter exterior 1 Na philosophia a mais elevada, e na própria cosmogonia da igreja ro- mana, únicas fontes a que podo o creute recorrer para beber luz, que ps- clareça o vicio daquelle dilemma im- possível, por atteutatorio oas infi- nitas perfeições do Altíssimo, o que encontra o sequioso para saciar sua ardente sede ? Em verdade a luz está uoEvangellio de Jesus Cliristo ; mas Roma tem-n'o interpretado pela lettra, tem imposto sua interpretação falsa á íêpassiva dos fieis ; de modo que a lu/., que ali está em espirito, é vedada aos lieis, íica oc- culta debaixo do alqueire. Desafia-se ao padre o mais illus- trado, que conforma seus pensamentos ás interpretações da igreja romana, que não admitte senão uma vida cor- porea,de provas para o destino defini- tivo do espirito ; desafia se o mais sábio catbolico a que destrua o dilem- ma do que pesa n justiça de Deus na terra, com os pesos aferidos pelos fac- tos da mais desbragada injustiça hu- mana. Roma não pôde combater a incredu- lidade encastellada naquelles factos 1 E, entretauto ella tem o facho que lhe deu Jesus nesta sentença, que os papas e concilios nuaca comprehen- deram : « 0escândalo hade dar-se, mas ai do que o der I » Em vez de procurar com este facho a verdade que se encerra naquella seu- tença divina, a cega pelas luzes da terra, apagou o facho de luz celeste I E ficaram aquellas palavras corno a semente quê cahiu á beira da estrada e os pássaros comeram ; como si da boííca de Jesus caiasse palavra que não encerrasse verdades do mais fino quilate ! A excominungada, a filha de Sa- lana/., a maldita doutrina sp rita, le- vapUi entretanto a luva,atirada contra a e contra Deus e, de lança em ris te, toma posição na arena do combato, para desfazer o temeroso dilemma, para dar o devido valor á sabia sen- tença ou parábola do divino mestre I Sutanaz eombutendo-se*, por snsten- tar o mais inestimável predicado de Deus! O escândalo é necessário, porque é 0 mais justo meio de purificação, por- que é precizo que seja ferido com ferro, quem com ferro feriu, afim de que lave sua alma. do mal que fez. Sipponha-se um rei, que calcou a justiça, sem caso fazer dos direitos de seus subditos. Qne mais excelsa jus- tica do que remir esse rei taes culpas, vindo, ifoutra existência, soffrer o que fez soffrer '! Mas, p ira isto é preciso o escândalo; istoé, que lhe façam as injustiças que elle tez. Eis, pois, porque disse Jesus que o escândalo dar-se á e dar-se-á para satisfação da mais alta e sublime jus- tiça. Disse porém, o divino Mestre : ai, de iiiem der o escândalo 1 porque Deus não a ninguém a missão de fazer mal e, portanto, quem fizer ao rei o má! que elle fez, assume a respon- sabltdade que elle assumiu. Ora ; entendida a cousa assim, e assm a entende a razão, a con- sciuicia pura; e até o senso universal qut tem alguma cousa de divino,com- prdiende-se que, estes factos, que at- tesam uma desordem, são necessários á o'dem a mais elevada, estes íactos, qui dão prova da injustiça dos ho- méis, são instrumentos da justiça so- beaua 1 i.ssim, pois, nem Deus deixa á re- vela as cousas deste mundo, nem a deòragada injustiça da terra, embora servindo de instrumento á justiça etnia, fica sem repressão: «. ai do que de o escândalo ». Joufirina nossos fracos conceitos a se<uinte communicação do excelso D.Romualdo, que foi arcebispo da Bahia, a urn nosso amigo, victima de elarâorosá injustiça dos homens. « Feliz aquelle que enfrenta, des- assombrado com as provações da terra fitando a estrella da esperança'; alen- tado pela e guiado pela caridade. « Esse tem olhos de ver e ouvidos de ouvir. « Seu espirito so illumina ao con- tacto das trevas e em cada provação, vê, não um signal de castigo,mas sim uma prova de santa misericórdia do senhor ! « Como Job, elle encontra a alegria no ninho da dor, a esperança no sóio fofo do desalento, a no próprio abysrno da descrença ! « Couto Job, o Job da Escriptura, elle anceia porque se cumpra a jus- tiça de Deus, amphorà de amor e ca- ridade a extornar nos seios da alma o nectar da vida, que não se acaba, da alegria que dura sempre, da graça de ver a Deus. » R.0MUALD0. Tf A""'1' Mil Casas inal assombradas Deram-se ultima mente em Paris, de 3 a 8 de Janeiro, factos tão extranhos, em casa de Mine. Buli, rua Conedic u. 38, que despertai ara a attenção da visinhança, da policia e dos spiritas, que, interessados era conhecer a ver- (ladeira causa, os estudaram e apre- sentaram um relatório assignado pelos Srs. Bouvéry, Auzauneau o Dr. Chazáráin. Consta deste relatório qne a dita Mme. Boll, senhora de 70 annos, mas perfeitamente conservada e em pleno gozo de suas faculdades, habi- tava com dous filhos adoptivos Lu- ciauo de li e Gabriela de 12 annos, dous cora modos no fundo do pavi- mento térreo da referida casa. No Domingo 3 de Janeiro, pelas 7 horas da noute, aquella Senhora, estando no seu quarto, ouviu arrastar a meza da cosinha e urn barulho como de cadeira que cabe. Foi ver o que era e achou tombado um tamborete que tinha deixado sobre a meza. Apanhou-o e á sua vista mesmo tornou a cahir e tornando a pol-o a seus pés ainda tombou. Continuaram então nos seguintes dias em horas indeterminadas, ba- rulhos e ao mesmo tempo movimentos de objectos : um vaso saltou de cima da meza e despedaçou-se no chão ; parte da chaminé sahiu da parede e cahiu e do mesmo modo urn orinol, urna marmita, uin quadro e uma gaiola. Um armário com louça pendeu e cahiria se não fosse amparado. -"A A 1

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Page 1: MilA'1' - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/830127/per830127_1892_00222.pdf · Fm S. Paul), o Sr. (1. ria S. Bati; ira, rua Lavapós n. 20, Fm Santos [Estado de S. Paulo), o Sr. Be-nedicto

V -AI ¦¦'

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ASSÍGNATURA ANNUAL

Brazil 5S0OO

PAGAMENTO ADIANTADO

rUBLICA-SE NOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

PEfiMOlHCO IíVOBíIIOO^IHTAASSÍGNATURA AtfNUAL

Estrangeiro . 6$0ub

PUBLÍCA-SE NOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

Poda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA — Rua da Alfândega u. 342.

Auno ü% BSraziS — ZRüís <2;» «Baisciro — 2v*í:J>"3 — B^evcreiro — 13."» Ni. «S«

¦SXI>B»HlÍ3iWE

SÃO Aír.SMTliS DESTA FOLHA

Fm Manáin (listado do Amazonas), oSr. Bernardo IRodrigues do Almeida.

Na cidade de formosa (Estado de Oova/,o Sr. Joaquim II. Pereira Dutra.

No Pará, o Sr. José Maria da Silva Basto.

Na Cachoeira (Est.° da Bahia),oSr. Fran-cisco Xavier Vieira (íomes.

Na cidade do IRioGrande do Sul, o Sr. Al-eres Migu 1 Vieira de Novaes, rua do (íe-ner.al Victorino n. 81.

Fm S. Paul), o Sr. (1. ria S. Bati; ira, ruaLavapós n. 20,

Fm Santos [Estado de S. Paulo), o Sr. Be-nedicto José do Souza Júnior, rua do Ge-neral Câmara n. H02.

Fm Campei, o Sr. Aübnso Machado deFaria, rua do R jsario n. 12 A.

Arf assignaturas deste periódico co-meearn em q íalquer dia e terminamsempre a 31 do Dezembro.

AOS N.OSIjS.pS A&SlttMAiVffES

Tendo-se concluído as as-

signatui-as de JL801J solici-

tamos coni instância mos

nossos ussignantcs esn debito

a satisfazerem conta ioda I»re-

vidade suas nssEguaturas.

Ü*o

o

A justiça de Ocus

Aquelle que pesa os factos humanocom pesos aferidos pelas consideraçõesdesta vida, pelos intuitos da naturezacorporea, pela expressão qne elles têmno tempo, desamina e muitas vezesdesespera da justiça de Deus.

Vendo o mérito calcado pelo patro-nato, ajusto despresado pelo desaver-gonhado, Jesus preferido por Barrabas,naturalmente forma em seu intimoeste conceito : ou é verdade que Deus

deixa ú revelia as cousas desteinundo, cor é inquestionável que sobsuas vistas, pôde campear, som re-

pressão, a mais désl^ragàda injustiça.E vão lá convehcel-o de que jul

mal, de que a justiça indeffectivel dPae impera, sem eclypses assim uaterra como no Ceu 1

Os factos abi estão, respüuderá,e contra fafctos hão lia argumentos e,si são capazes, demonstrem que é jus-tiça de Deus esta constante e universal

postergação de todos os direitos, que,cótho urn vento de extermínio, lavra

por toda a superfície da terra.

E o caso é, qne entre padres e doutores, entre todos os espíritos cultos,bem poucos poderão levantar a luva,

que atira aos homens e ao próprioDeus, aquelle que só julga dos factos

por seu caracter exterior 1

Na philosophia a mais elevada, ena própria cosmogonia da igreja ro-mana, únicas fontes a que podo ocreute recorrer para beber luz, que ps-clareça o vicio daquelle dilemma im-possível, por atteutatorio oas infi-nitas perfeições do Altíssimo, o queencontra o sequioso para saciar suaardente sede ?

Em verdade a luz está uoEvangelliode Jesus Cliristo ; mas Roma tem-n'ointerpretado pela lettra, tem impostosua interpretação falsa á íêpassiva dosfieis ; de modo que a lu/., que ali estáem espirito, é vedada aos lieis, íica oc-culta debaixo do alqueire.

Desafia-se ao padre o mais illus-trado, que conforma seus pensamentosás interpretações da igreja romana,

que não admitte senão uma vida cor-

porea,de provas para o destino defini-tivo do espirito ; desafia se o maissábio catbolico a que destrua o dilem-ma do que pesa n justiça de Deus naterra, com os pesos aferidos pelos fac-tos da mais desbragada injustiça hu-mana.

Roma não pôde combater a incredu-lidade encastellada naquelles factos 1

E, entretauto ella tem o facho quelhe deu Jesus nesta sentença, que os

papas e concilios nuaca comprehen-deram : « 0escândalo hade dar-se, masai do que o der I »

Em vez de procurar com este fachoa verdade que se encerra naquella seu-tença divina, a cega pelas luzes daterra, apagou o facho de luz celeste I

E ficaram aquellas palavras corno a •semente quê cahiu á beira da estradae os pássaros comeram ; como si daboííca de Jesus caiasse palavra quenão encerrasse verdades do mais fino

quilate !A excominungada, a filha de Sa-

lana/., a maldita doutrina sp rita, le-vapUi entretanto a luva,atirada contraa fé e contra Deus e, de lança em ris te,toma posição na arena do combato,

para desfazer o temeroso dilemma,para dar o devido valor á sabia sen-tença ou parábola do divino mestre I

Sutanaz eombutendo-se*, por snsten-tar o mais inestimável predicado deDeus!

O escândalo é necessário, porque é0 mais justo meio de purificação, por-que é precizo que seja ferido com ferro,quem com ferro feriu, afim de que lavesua alma. do mal que fez.

Sipponha-se um rei, que calcou a

justiça, sem caso fazer dos direitos deseus subditos. Qne mais excelsa jus-tica do que remir esse rei taes culpas,vindo, ifoutra existência, soffrer o quefez soffrer '!

Mas, p ira isto é preciso o escândalo;istoé, que lhe façam as injustiças queelle tez.

Eis, pois, porque disse Jesus que oescândalo dar-se á e dar-se-á parasatisfação da mais alta e sublime jus-tiça.

Disse porém, o divino Mestre : ai,de iiiem der o escândalo 1 porque Deusnão dá a ninguém a missão de fazermal e, portanto, quem fizer ao rei omá! que elle fez, assume a respon-sabltdade que elle assumiu.

Ora ; entendida a cousa assim, eassm a entende a sã razão, a con-sciuicia pura; e até o senso universal

qut tem alguma cousa de divino,com-

prdiende-se que, estes factos, que at-tesam uma desordem, são necessáriosá o'dem a mais elevada, estes íactos,

qui dão prova da injustiça dos ho-méis, são instrumentos da justiça so-beaua 1

i.ssim, pois, nem Deus deixa á re-vela as cousas deste mundo, nem adeòragada injustiça da terra, emboraservindo de instrumento á justiçaetnia, fica sem repressão: «. ai do quede o escândalo ».

Joufirina nossos fracos conceitos ase<uinte communicação do excelsoD.Romualdo, que foi arcebispo da

Bahia, a urn nosso amigo, victimade elarâorosá injustiça dos homens.

« Feliz aquelle que enfrenta, des-assombrado com as provações da terrafitando a estrella da esperança'; alen-tado pela fé e guiado pela caridade.

« Esse tem olhos de ver e ouvidosde ouvir.

« Seu espirito so illumina ao con-tacto das trevas e em cada provação,vê, não um signal de castigo,mas simuma prova de santa misericórdia dosenhor !

« Como Job, elle encontra a alegriano ninho da dor, a esperança no sóiofofo do desalento, a fé no próprioabysrno da descrença !

« Couto Job, o Job da Escriptura,elle anceia porque se cumpra a jus-tiça de Deus, amphorà de amor e ca-ridade a extornar nos seios da alma onectar da vida, que não se acaba, daalegria que dura sempre, da graça dever a Deus. »

R.0MUALD0.

Tf A""'1'MilCasas inal assombradas —

Deram-se ultima mente em Paris, de3 a 8 de Janeiro, factos tão extranhos,em casa de Mine. Buli, rua Conedicu. 38, que despertai ara a attenção davisinhança, da policia e dos spiritas,que, interessados era conhecer a ver-(ladeira causa, os estudaram e apre-sentaram um relatório assignadopelos Srs. Bouvéry, Auzauneau o Dr.Chazáráin.

Consta deste relatório qne a ditaMme. Boll, senhora de 70 annos,mas perfeitamente conservada e empleno gozo de suas faculdades, habi-tava com dous filhos adoptivos Lu-ciauo de li e Gabriela de 12 annos,dous cora modos no fundo do pavi-mento térreo da referida casa.

No Domingo 3 de Janeiro, pelas7 horas da noute, aquella Senhora,estando no seu quarto, ouviu arrastara meza da cosinha e urn barulho comode cadeira que cabe. Foi ver o queera e achou tombado um tamboreteque tinha deixado sobre a meza.Apanhou-o e á sua vista mesmotornou a cahir e tornando a pol-o aseus pés ainda tombou.

Continuaram então nos seguintesdias em horas indeterminadas, ba-rulhos e ao mesmo tempo movimentosde objectos : um vaso saltou de cimada meza e despedaçou-se no chão ;parte da chaminé sahiu da paredee cahiu e do mesmo modo urn orinol,urna marmita, uin quadro e umagaiola. Um armário com louça pendeue cahiria se não fosse amparado.

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Page 2: MilA'1' - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/830127/per830127_1892_00222.pdf · Fm S. Paul), o Sr. (1. ria S. Bati; ira, rua Lavapós n. 20, Fm Santos [Estado de S. Paulo), o Sr. Be-nedicto

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Avista de algumas pessoas ouviu secomo que um tiro de pistola juntoa uma forte saládei.ra contendo laran-jas, e examinando se a saladeirá foiencontrada perfeitamente partida emduas partes eguaes. Um copo é In vi-sivelinente batido e quebrado em milpedaços ; outro é jogado á beira dacama com estrepito que chamou aattencão e foi cahir intacto sobre acama.

Enfim, Mme. Boll, résolveu-se amudar para casa de ura visinho oresto de sua louca e alguns quadros,com o que Analisaram o.s phenomenos.

Na Irlanda, localidade de Billy-brieken, queixou se também um poli-cia reformado que já ha trez semanasnão podia pregar olho com os ba-rui lios sobrenaturaes que se produ-ziam era sua morada.

Uma patrulha acudiu e distri-buidas as praças dentro e fora dacasa renovaram-se as manifestações',Ouviram-se vozes, dansarara o.s moveisuma sara banda de circuinslancia, euscorajosos policiaes mais mortos quevivos, nada descobriram.

O morador mudou-se para pertoda cidade, mas quinze dias depoisrecommeçou a mesma algazarra aponto de fugiram os visinho.s ater-Fados.

A policia estabeleceu então uracordão rigoroso de observação, o curaveio exorcisraar, nada porém obti-veram e durante as duas noites se-güintes continuou o samba.

1& vitil&o a*.* Tolcay — Em umadas Cl irônicas scientificas do Sr Ba-binei; lê-se a anedocta seguinte :

Creio que o.s AUemães contamassim a origem dos vinhedos celebresde Tukay. Um senhor húngaro mau-dava buscar, com grandes gastos,vinhos estrangeiros.

Devieis, disseram-lhe, plantarvinhedos nestas costas pedregosas ex-postas ao sul.

Seguindo o conselho, elle mandouVir mudas.

Os cultivadores trabalhavam acti-vãmente ua plantação, quan lò o fi-dalgo lembrou-se de que, em umatorre do castello, havia um astrologo,personagem, nesta época, indispen-savei a todo castellão. Mandou-o v,rá sua presença.

Mestre Nostradamus, tira ohoros copo deste vinhedo ; virá ellebem ?

Sim, perfeitamente.Será bom o vinho ?Excel lente.Dentro de quanto tempo ?Dentro de quatro annos colhe-

reis, mas não bebel-o-eis.Como, trataute, morrerei eu

daqui até lá INáo, mas vejo em meus cálculos

que mio o bebereis.Ao cabo de quatro annos. o despen-

seiro poz na na mesa um vinho deli-cioso, que o fidalgo se apromptoupara provar como conhecedor. Lem-brando-se de repente de seu astrologo,mandou o chamar.

Então, meu patife, ainda dirásque não beberei o vinho de meu

.

vinhedo? Olha para este copo quetenho na mão. Assim que o esrasiar,fiòá certo que te desancarei para cas-tigar tuas prophecias de desgraça.

— Ainda ha muita distancia entre ocopo e os lábios ! replicou o astrologo.

Apenas taes palavras eram ditas,entrou espantado pela sala um creado,correu á panoplia, arrancou umchuço, gritando : tudo.está perdido,os javalis invadiram o vinhedo ; estãofossando, arrancando-o pela raiz. 0fidalgo deita o copo sobre a mesa,e, tomando uma lança, corre com sua

gente contra os javalis. Quando ata-cava um velho solitário, este o feremortalmente, e verifica a funesta pre-dição; mas os vinhedos de Tokay fi-carára estabelecidos.

Oílee-ía — A Federação SpiritaBraziloira enche-se de satisfação aotornar publico quauto se acha agra-decida aos iIlustres confrades Dr.Sarto e D. Sebástiana de Lana pelomimo valioso que lhe acabam defazer : Além de uma coilecção completa da Luz dei Alma, que vem ennquecer a bibliotheca da Federação,recebeu mais um retrato de AllanKardec, que, airmara os offerta.ates,é a verdadeira efígie do mestre. Offer-taram ainda para serem distribuídospelos sócios da Federação, muitosexemplares dedous romances spiritaseditados pelas oíEcinas daquéilé pfa-riodico. Aos dous exímios propa-gaudistas todas as veras de nossagratidão.

ãlrw|kik<Iâda — Bem pouco ha,commuuicavamos aos nossos leitores,com os transportes com que o casonos alegrava, ter fixa Io residênciaentre nós os illustres confrades ex redactores da Luz dei Alma de BuenosAyres, D. Sebástiana de Lana e seumarido o Dr. Sarto. Era internodestes nossos irmãos continuaremaqui a operosa tarefa que tanto lustrehavia dado á causa do Spiritismo naRepublica visinha. Infelizmente omomento angustioso edihicil por queatravessa a nossa pátria para conso-lidar suas novíssimas instituiçõesactuou como causa poderosa para (pie.aquelles nossos esforçados compa-nheiros de propaganda, mudando d iintento, deliberassem buscar terrasdo México A esta h ra, sem duvida,a pátria de D. Refugio Gouzales jáabriu os braços aquelles dous illusiresviajores. Que os ventos do Méxicosoprem b mançosos e fagueiros, comoos de uma nova pátria, são os votosque fazemos nós os da FederaçãoSpirita Brazileira.

Factos — Sr. Dr. WladimirMatta. Para satisfazer o vosso pedido,passo a coutar por esçripto o factosingular occorrido commigo e cujahistoria ou vistes ha poucos dias.Serei tão breve e fiel quanto minhamemória auxiliar-me a reviver essenão curto peri íd.0 decorrido ha ctírcade vinte, annos.

Sobre este acontecimento de rainhavida procedi como quasi todas pessoas,deixei de tomar apontamentos, vjstocomo nunca pensei que mais tardese jjudes.se vir a tirar delle alguraproveito.

batais ou menos pelo fim do annqde1870 ou princípios de 1871, fui pa.-isaralguns dias em comoanhia di milhairmã VI. O. F. casada e residente nobairro de S. Ghristovarn.

Como a casa onde minha irmã rísi-dia náo tivesse commodos sniíimenjus.,(j casal cedeu-me a alcova onde fa-ziam o seu quarto de dormir e paia-rara a pernoitar nhima sala contigia.

Com esta communicava por irpíode uma única porta, a alcova, |uecousa digna de nota, não tinha mjiisnenhuma outra porta.

Quero com isso tornar bo,rn patelteque essa porta era a única entridaou sabida da referida alcova, e q;e,tendo minha irmã e seu marido ps-sado a dormir na sala contígua, tir-viam-me como de sentinellas, de aimodo que quem quer que fosse iiopoderia passar da sala para a alçae vice versa sem que deixasse de prvisto por elles ou por mim.

Pois, bem, uma noite depois 3etermos conversado, como de costutje,até ás 10 horas, recolheuio-nos |jsuossos aposentos para dormir.

Depois de fazer minhas orações,deitei-me, e sem ter ainda passadopelo somno ( pois o facto deu-se quasiiminedíatáinento ao acto de deitar-me), vi junto ao meu leito, em pé, ecom ás pernas encostadas no centroda borda direita de minha cama, queestava no fundo do quarto olhandopara. a porta, a figura a mais perfeitaque é possível se conceber, de umhomem.

Estava bem em pé e firme contem-plando-me de modo persistente ; tãoperfeita era a figura que tomei-a comoa mais pura das realidades, e semmesmo mu lar de posição ( eslava dei-tad/i de costas) disse em voz alta evarias vezes: Quem está ahi ?! Quemestá ahi ?l...

Não obtive resposta alguma.Minha irmã, porém, ouvindo-me

fallar, disse ; estás sonhando M. ?Ao que respondi : não, não estou

sonhando, é que está aqui um lio-mera.

Minha irmã tornou a dizer: qual INão é possível ; estás sonhando.

Então meu cunhado fallou, e acon-solhou que ella cntras.se no meuquarto para verificar, porque, sendoeu uma senhora, elle não o queriafazer sem o meu chamado e consenti-mento. Ainda ouvi rainha irmã res-pouder-lhe : qual ! Ella está sonhati-do.

Mas justamente no momento emque minha irmã levantava-se paravir ter commigo, a figura desapareceuAis meus olhos, sem eu saber como ;isto é, tal como tinha entrado, desa-pareceu como por encanto.

A figura que esteve deante de mim,pela a li ura, pela conformação docorpo, pelo porte, pelas barbas quelhe emtnolduravam o rosto, assimi-Ihava-se bem em tudo ao porte domeu finado marido, que naquellaéperha, quando deu-se esse facto, jáestava morto havia de fazer mais oumenos de dous para trez annos, poiselle fallecera no dia V.) de Julho de1868.

Infelizmente só pude divisar essestraços gentes, porque a luz que haviano quarto, comquaiito fosse bastantepara deixar ver satisfatoriamentetodos o.-- pbjectps assim como as formase respectivas distancias guardadas deuns para com os outros, todavia erainsuficiente para iIluminar perfeita-mente bém as pequenas particulari-dades dos objectos, e das physio-nomias.

Essa luz era fornecida por umalamparina que estava collocada, sobreuma com moda situada na sala.

Durante todo o tempo que durouessa visão não tive nem terror, nemmesmo medo, apenas senti o receionatural de ver introduzido assim,sem mais nem menos, na casa e ines-peradamente um estranho.

Quando, depois de ter feito plenodia, tínhamos levantado, meu cunha-do e minha irmã riudo-se pergunta-rara me por mais de uma vez, quesonho era aquelle que eu tiveradurante a noite, e, por mais que euafirmasse que tinha estado completa-mente acordada, que vira a lisurajunto a mim, que meu estado devigília era completo e que ouviratudo quanto elles haviam fallado, eque também tinha consciência plenado que. lhes havia respondido, maiselles riam-se a bom rir de mim, emais me contestavam, convencidosde que eu nunca tinha estado açor-dada naquelle momento, ou quandomuito fiz tudo aquilIo completamentetonta de somno. tendo assim as ima-gens do sonho ainda vivas e em acti-vidade em meu cérebro.

IA les até hoje ainda estão conven-cidos que eu unicamente sonhei, em-quanto eu, pur minha parte, não seio que pensar; por um lad i ainda re-cordo-me de todos os detalhes e cir-cumstancias como si o meu estado de

vigília naquella hora fosse o da maiscompleta lucidez, por outro ladoas afirmativas de meu cunhado e deminha irmã fazem-me pousar comelles, tanto mais quanto estou con-vencida de que os mortos não podemvoltor a se communicar conuiosco.

Nunca mais tive em minha vidaquer antes, quer depois deste, outrofacto identivo ; não soffro de enfermi-dade nervosa, e nunca tive medo, poismeus pães educaram a seus filhos demodo a elles não serem medrosos.

Faltei a varias pessoas dessa sin-guiar appariç.ã) que tive, e estoucerta de que, sendo necessário, tantomeu cunhado como minha irmãáttes-tarão o facto desse sonho occorridocommigo naquella noite.

Dispondo de vossa

criada e obrigadaA/. J. de B.

ÍMifllíMtó1

As humanidades que são formadaspelo agrupamento dos espiritos emvia de progresso, são subdivididaspela lei, segundo os mi grau de adiáh-tamento moral e iuiellectual,

Felizes aquelles que compondo otodo, buscam, pelo esforço próprio,remoutaram-s'• á origem do seu prin-ei|Mo que é todo divino, e assim fa-zerem jus ao bem estar da consciência,esse que forma a verdadeira hygieneda alma.

Ainda ha pouco acabastés de ouviruma grande verdade : as palavras deJesus são espirito e vida. Pois bem :buscae a vida pelo espirito do bem,que só pode eucbntrar-se — não naspalavras-do Evangelho— mas, sim,na sua intima applicaçâo.

Que Deus vos dè forças para luetar,luz para claridade do dever, paz paravencer segundo aqui Mo que, sem am-bages, se vos ensina.

A.

II

E' justa, é grande, é santa a horae-nagem que os vossos corações amigosprestara á memória d aquelle que foi,é, e será sempre conhecido como pro-tector dos infelizes.

Sim ; não devemos recusar as floresque a gratidão cultiva em nossosespiritos, e das quaes se expandem osperfumes das preces que vão paraDeus, em tributo de um dos seusfilhos que tanto tem produzido parao triumphd da grande causa do seuamado Filho.

Ainda, ha pouco, o povo de meupaiz levantava-se em massa e accla-mara cheio de enthusiasmo e delírioaquelles que tanto trabalharam pelalibertação d ia corpos ; o que devemos,nós o povo — não de um Jogar cir-eumseripto, mas povo do infinito —fazer em acclainações, tratando-se deum libertador das almas, de um bata-lhador tão valente, que talvez consen-ttsse cedo no despojamehto do seucorpo para, mais ardente, empenhar-se nus campos do espaço nessa luetagloriosa que tem como único termode paz o amor, o bem pelo Evan-gel lio ?

São essas as verdadeiras glorias ;são essas as sublimes conquistas d»espirito ; são essas as únicas coroa»que o tempo não desfdlha porque temcomo vaso sem pi terno o seio deOhristo— q^ü sacrario do aníòr dos Anjos.

Luctemos, pois. como elle; comoelle tenhamos sempre promptas asarmas de combatentes á cabeceira d»enfermo, n > palácio do rico, no tu-gurio do pobre. Tenhamos como elUsempre a palavra consoladora noslábios, as lagrimas do soifrimento

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niWOttAl.tnoit — 130* — Fevereiro — 15

alheio no coração, porque só assimteremos conquistado o maior tróphéode victoria no campo santo da frater-nidade humana.

L. ti.

IIIAssim como pior entre o perfume

das flores levanta-se a larvn naforma de, uma dourada borboleta,feudendo com suas azas o azul doespaço, assim larva perdida nos sar-cophagos do mundo — transforme-see surja o vosso espirito nos doces esantos perfumes do Evangelho paraoazul do Céu.

Feliz aquelle que sabe embriagar-se em espirito tíessG estudo, que paramim nada mais é do que o preparomagnânimo da Misericórdia do Altis-simo para a s» notificação das suascreaturas.

Feliz, sim, aquelle que pôde leraverdade comprehender o grandeMestre Jesus.

F. V.

IV

Reisl Eis aqui a verdadeira mages-tade !... Padres! Eis aqui o verda-deiro sacerdócio !... Juizes I Eis aquia verdadeira justiça II

Abram as cortes do amor e cur-vem-se os vassallos da gratidão de-ante desse grande espirito cuja pas-sagem da morte para a vida faz omotivo da confraternkaçao dos nossosespíritos.

Rasgue-se o véo do Templo, e nósos crentes rendamos todas as óIlaçõesdo mais acrisoládo amor e respeitoaquelle que já como homem princi-piou a ser um grande espirito —

aquelle que sendo uni grande espi-rito tornou-se um grande missionário!

Iistallein se os tribunaes da con-sciencia, e forme se o processo dasdores e das lagrimas que tem de,

julgar do mérito, da grandeza, e da

gloria desse grande espirito.

f«iH!lLÁZARO —O LEPROSO

ROMANCE SPIRITA

POR

MAX

IIHomaventurados os que passam na vida

com os olho> na éstrgíla fie Israel, com afilma rcfngeràd&-pelb oryalho da i'ó, com ocoração alentado pela esperança!

Eu" tinha os olhos cosidos, a alma resce-cada, o enraçã; páraiysado. Mu era levadona vida cmn.o um navio sem leme, que vaepa'a onde o impellôm as correntes do mare dos ventos.

E eràassim mesmo, porque eu sentia queurna força invisivel e impalpavel me im-pellia polo sénda qíie eu seguia.

Talvez que descobrindo e>ta força, tivesseeu a chave do mystorio de minha vida; maocomo conse.íruil o? Ahi vinha a voz m'opromettend'1.

Ern si. Paulo vaguei um dia e uma noite,sem achar onde m ¦ recolha?, porque eunão podia tomar comnindo em hotel.

Já desanimaVa, quando encontrei um ve-lho caipira, .pie me olhou fixamente e mesaudou.

Lembrai; me d^ encontros providnnciaesque .sempre se. dão nos romances e quiz fa-zer a ex eriencui : sj de facto taes encon-tros teein um ftírido d" realidade, ou si sitomeras phantasia • da imaginaçáo de poetas.

Acerquei-ne d i homem e disse-lhe comver. quasi choros» : Sou extranho aqui, nãotenho llin vintém no meu bolso e desdehontem vago por estas ruas, sem comer e.sem dormir.

Vim h pmoir-, de trabalho, continuei,respondendo & iiitéVrngnç&q que me fez okòmém com os olhos, mas comprehendeque antes de tudo preciso ter um aloja-mento

Pareceu-me. que que o o velho caipiraiensibilisara-we; mas percebi logo que uma

Eis a verdadeira magestade — disseeu ; e si fosse possível para com-provar a minha asserção resumiru'uma phrase a vida de um homem— synthetisar em um termo a exis-tencia de um espirito — eu diria :a sua vida, a sua existência, foi obem !

Es e bem que dá-lhe a grande eextraordinária realeza perante os nos-sos espíritos, por isso que elle doalto do seu pantheon espiritual temsobre a sua fronte, não as coroasperecíveis, não os raetaes que se cor-rompem na terra formando seu dia-(lema real, mas sim as bênçãos doCiiristo, essa griualda sublime e di-vina que fez delle um eleito na cortedo nosso Pae» comrnura I

Sim! quer voltemos os olhos parao passado, quer encaremos a subi] mi-dade ilo presente procurando o vultodaquelle que com memoramos hoje,lá o encontramos como um grandehomem luetando com as dificuldadesda vida terrestre, luetando ingente-mente com as udversidudes da vidamaterial, com as paixões e í'.^ü cor-tejo de miséria que fa/. apotheose damorte da humanidade, lá o encon-trames ungido na fé do verdadeirocrente, abraçado aos -principies dosseus maiores como um balsamo atodas as feridas, um lenitivó a todasas dores, uma consolação a todas asafflicções !

E o accompanhando nessa pas-sagem rápida da morte para a vidacomo um astro extraordinário e-qmr-gindo raios de amor e benefícios sobreaquelies que constituíram a suagrande familia, nós o vemos n umespaço mais desafogado, n'uuia espia-nada mais lata, mais ingente, senti-nellada dor, attentó, prompto sem-pre ao primeiro grito, ao primeirogemido, para baixar ao valle dasdores, continuando como espirito otrabalho principiado corno homem!

Amigos ! E' certo que não se encon-tram na linguagem, nem do homemnem dos espirites, phrases, palavrasou pensamentos, que possam attéstar

sombra de duvida passou-lhe pelo cérebroConheci-lhe a causa e apressei-me em

dissipal-a : Não sou vadio nem homem demausinstinetos ; já foi gente; mas a sorteme persegue e me acho reduzido á tristecondição de não escolher trabalho, paravivor Honestamente.

A. segurança com que fallei captivou ohomom e dou-me, sua confiança.

Aqui também ha humanidade, cama-rada, este velho que não presta para nada,tem coração.

Venha commigo, e si não tiver quantolhe seja preciso, terá ao menos o que mofor possível dar-lhe. Vamos.

Segui o velho, que de caminho me, dissechamar-se Manoel da Silv i. Cheiramos,commeia hora de andar, a uma casinha de paua pique, ca:ada por fora o b mi asseiada pordentro, onde fui apresentado a uma velhae a uma moca, ambas robustas, e a ultimabem linda.

Tnigo este, amigo, qují Deus me en-viou, para lhe darmos do que ISlle nos dá :uma cama e um caldo, porque vaga, coita-do, désdè hontem, sem comer e sem dor-mir. Prepara-lhe o que elle precisa, minhaJosepha e deixa este fcrabalho para depois.

As duas mulheres responderam amável-mente á minha saudação, e a velha Joseplíaergueu-se immediatamente, por satisfazera ordem do seu velho companheiro.

Em breve voltou a dizer que a refeiçãoestava na inezn, ao que o Sr. M .no,d da Sil-va, tomando-me pela mão, conduziu-me ásala de jantar, onde me esperara um bui-quete : ovos cosidos com escaldado e catocom pão.

Atirei-me aquelies manjares como cão abofe, ouvindo sempre a perlengá do velho,que me dizia : Coma, não faça eeremqhia,seu mal ó fome; recommendaçãò inútil,porque abaixei a cabeça e não levautei-a,sinão quando acabei efe, devasiar tudo.

Agora venha cá, disse o velho, toman-do-me ainda pela mão e eondnzindo-me aofundo do quintal, onde havia uma meia-agUacom dous coinmodos : um que serviagallinheiro e outro que estava adornadocom unia ca a npparelhada de lençol ecolcha, e um lavatorio ú? ferro com baciae jarro do ferro esmaltado.

o quesentimos na apreciação de certosfactos,

Felizes, mil vezes felizes, aqueliesque sabem e podem orar I

E' a única linguagem que conhe-cemos pura exaltar certos feitos e de-íinir certas individualidades.

A prece, sim, essa linguagem quese não comprehende porque ella équasi o infinito — a prece, i)n^a con-juucto de pensamentos que o próprioindivíduo não sabe definir, mas sentir— a prece que corno telescópio no seuraio visual, atravessando as camadasutltiiiospleu-icas vai medir a grau-deza e plenitude de um astro, e vainos raios do pensamento medir lá noinfinito a grandeza do seu Deus e apequenhez do seu eu — só a prece,sim, pôde na sua linguagem doce edivina, pura e santa, cantar lou-vores, cantar osannas junto ao crea-dor, dar testemunho, finalmente, dasuperioridade de um fiiho como esteque sabe, que soube, e que ha desaber sempre, porque progride, amara seu Deus, amar ao seu próximo,énchugando as lagrimas dos afílictos,essas mesmas lagrimas qne, sem queelle, mesmo comprehenda, formama aureola luminosa ua sua fronte desacerdote.

Felizes os que oram 1 Felizes osque não encontrando no seu pensa-mento as grandes imagens, nem nalinguagem do mundo, phrases quepossam servir ao pensamento, sabemorar e bemdizer junto a Deus lá noinfinito o nome do nosso irmão, nossoainigT), nosso mestre na obra dacaridade 1

F. V,

3\íIIKStHiiO Spiritismo como Philosophia

POIl

SAENZ CORTÊS

O espirito considerado com essaindependência é uma ubstracçáo sem

^into muito não ter melhor commodopara lho offeiecer, Sr.... como se chama osenhor ?

Lázaro, respondi, occtiltando o nomede familia.

O velho deu-se por satisfeito e conti-nuou :

Pois, Sr. Lázaro, já lhe disse que dar-lhe-ia do que tenho, e não tenho melhorcommodo para lha offèrecer.

O Sr. é a bondade em pessoa, Sr. Ma-noel da Silva. Cobre-me dè benefícios eainda me pede desculpas.

—¦ Pois não, pois não, Sr. Lázaro; e por-que já conheci que o senhor não é um cai-pira como eu.

Ora! Ora!...Basta, hasta. Não rasguemos sedas.

O que o senhor precisa 6 de, dormir; por-tanto boa noite, e se precisar de algnmacousa, aqui está o cordão de uma campai-nha.

O Sr. Manoel da Silva retirou-se e eudeitei-me na excellenté cam v que me oíTe-receu ; mas como dormir, si tanto tinha emque pensar!

Primeiramente reflecti sobro o caso daminha experiência e depois de muito me-ditar, conclui : estes encontros são obra daProvidencia, que a ninguém, nem as maisperverso dos homens, nega os meios desubsistência. .

Assim, pois, os romancistas, longe deimaginarem taes casos, não fazem mais quecopiarem do natural.

lia sempre algum fundo de verdade emtodos os conceitos humano*, embora mui-tas vezes nossa fraqueza não nos penuittaapanhar-lhe sinão a sombra.

Km segundo logar, o homem não c cousatão ruim como eu o reputava. Rate Telho,sem me conhecer, sem me dever favor, to-mou-mo para sua casa c repartiu comudgoseu pão.

sei que nem todos fariam o mesmo; mayDeus perdoaria as cidades coudemnadas, sihouvesse nellas dez justos.

\ssim, não devo eu çónderrinar, em meujuizo, Ioda a humanidade, desde que, tenboaqui uma prova palpável de que ha em seu

realidade determinada em nossa men-te que necessita da forma para reco-ubecer a individualidade circum-scripta em um ponto do espaço.Egual deve ser para toda a per-cepção ; e de accordo com isto si nosdeclara que essa forma existe em umorganismo fluidico, inseparável doser, e que de certo modo vem consti-tu ir o mesmo ser como nosso corpoconstituo na ordem mauifestativa onosso eu.

E assim também como esse corpovem a ser composto dos mesmos ele-mentos do mundo -jue habitamos, 6lógico que o espirito revista um orga-nismo de egual natureza do centroem que realisa a sua actividade, e

que sendo ethereo ou fluidico, oufluidico ou ethereo tem de ser tam-bem e na mesma relação de deusidade.

E' aqui, senhores, que a razãofala perfeitamente ajustando aos prin-cipios da lógica essas verdades queos nossos irmãos do espaço nos revê-Ia rum-

Aspirando saber mais, pergun-tamos como o espirito se vê, com quesentidos, como pensa, e como sente.Nosso desejo ficou de certo modo satis-feito com a explicação seguinte :

As faculda les pnrceptivas variamcom o organismo e as leis da vida em

que se está.O espirito relacionando sua per-

cepção ao meio e organismo em quehabita, percebe com a mesma clari-dade que nós outros seguindo a mes-ma relação com o centro e cora amatéria qne lhe serve de envoltura.Vé-se na sua forma huinaua, porémsem sua grosseira materialidade.

Explicar a percepção de sentidos

que desconhecemos, seria tarefa tão

' ^!

Vseio quem pratica tão abnegadamente oaltruísmo levado ao grau da mais perfeitacaridade.

Si os ricos e poderosos não fazem disto,si só o fazem os pobres e desfavorecidos dafortuna, é porque estes podem dizer o quenão teero aquelle--, razão de dizer : « nonignara malis, misens suecurrere disco ».Eu rfue já passei por estas misérias, aprendia ter pena de quem soffre.

]•',' rasoavel condemnar os que não sabemo que ú soffrer, porque não sabem a alliviarOS que soffre m ?

Tanto valeria punir um oégo, por nãoter corrido á dar a mão para levantar umseu suuilliante que foi á terra.

Devemos jultrar a todos com indulgen-cia, attendendo a que as circumstnncins,independentes da vontade, muitas vezesfaz parecer de. rocha um coração de cera.

V. nem perdf de merecimento a nobreacção deste velho e de todos os que soe-correm aos desgraçados, porque já passa-ram pelas mesmas penas; visto que si estasalmas nno fossem realmente devotadas aobem, esqueceriam tudo para só cuidarem deentl.esourar.

Sua acção, pois, tem tanto mais valor,quanto tiram da bocca o pão com que ma-tam a fome de seu similha te.

São todos no caso da viuva que deitou osdous dinh-iros no gazophilacio.

Feitas estas considerações que, me re-conciliara n com os homens, volvi a pensare m m i m.

O que significi esta felicidade, que outronome não posso dar a libertação miraculosado estado de constrangimento e desesperoem que ms achavaT

Pois aquelle que rege as cousas do ratin-do, que tem sempre me recusado os me osde subir, como dá aos outros que, ao con-trario, me tem trazido até o estado de mi-serias, em que me acho, demonstrando as-sim sua má vontade a meu respeit"; agorano extremo, em que me vô, estende-me aa mão e salva-me ,!

Como entender esta contradicção da Pro-videneia?

Antes de tentar uma explicação, ador-meei.

(Continua)

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impossível como tentar explicar aum. cego o sentido da vista dando-lhehòçcõês da luz e seus coloridos; seriao mesmo que pretendermos fazercompreheoder a um surdo os sons e as

notas distinctas da musica. Aondefaltam os meios de comparação não

pode haver julgamento, e sem julga-mento não ha idéa possível.

O espirito livre da pêia material,

pensa como pensava mediante o orga-

nismo de quo dispõe, de igual ma-

neira que nos outros, possuindo além

disso a plenitude de todas as suas

faculdades quo já não estão debaixo

da pressão dos vícios orgânicos.

Estas explicações as achamos rasoa-

veis, e nossa exigência teve (pae se

deter ante um inconveniente filho da

natureza dos nossos sentidos. Outra

cousa seria viajar pelo o illusorio e

fabuloso, e a rasão mio pode tomar

esses rumos.Investigamos os destines da alma

ou do ser que deixa esta vida, e as

perguntas responderão os nossos ir-

mãos illuátrandü-nos para formular a.

doutrina seguinte :O espirito que em sua existência ua

terra realisou todo o bem possível,instruiu sua intelligencia em todos os

conhecimentos humanos e excerci-tou seu sentimento com o delicado

gosto do bello e do bem, desliga-seda vida terrestre para seguir existiu-do em outro mundo, em outro centroonde encontre novos meios de maiorelevação, novos elementos de pro-g-ressos e outros horisontes no bememe são desconhecidos e incompre-

_L

hensiveis na terra.Esses novos mundos estão no es-

paço, a sciencia os estuda, e elu-minam a terra com os seus raios de

-"luz; são as estrellas e os planetas,são esses gigantescos habitantes doInfinito.

(Continua)

DEPOIS DA MORTE

EXPOSTO DA PHILOSOPHIA DOS ESPÍRITOSSUAS BASES SCIENTIFICAS E EXPKR1MENTAES

SUAS CONSEQÜÊNCIAS MORAES

POR

II

PARTE PHILOSOPHICA

OS GRANDES PltOULEMAS

IX. — O Universo e Deus(Continuação)

E, atravez dos tempos sem fim edos espaços sem limite, a obra gran-diosa proseguc, pelo trabalho de todosos seres, solidários nus cora os outrose em proveito de cada um. O Uni-verso offerece-nos o espectaculo deuma evolução incessante, para a qualtodos concorrem, da qual todos par-ticipam. A esta obra gigantesca pre-side um principio immutavel. E' aUnidade universal, unidade divina,a qual abraça, liga, dirige todas asindividualidades, todas as actividadesparticulares, fazendo-as convergirpara um fim commum, que é a Per-feição na plenitude da existência.

Ao_ tempo que as leis do mundophysico mostram-nos a acção de ura

sublimo ordenador, as leis moraes,por iuierinedio da consciência u darazão, faliam-nos eloqüentemente deum principio de justiça, tio unia pro-videncia universal.

O espectaculo da natureza, o aspe-cio dos cens, das montanhas, do mar,apresenta ui a nosso espirito a idéa deum Deus oceulto no Universo.

A cousciencia mostra-o em nós, ouantes em nós mostra alguma cousadeiie, e esta alguma cousa e o senti-mento do Dever e do Bem ; é umIdeal moral, para o (piai tendera asfaculdades ue espirito e os sentimentos do coração. O dever ordenaimperiosamente; iiiipõ_-se; sua vozdumiua iodas as potências da aluía,lia nelle nu a fwrçu que nnpelle unhomens ate ao sacrificio, até a morte.Por .-i só da a existência sua grandeza,.-ua dignidade. A voz da consciênciae a ma infestação em nós de uma Po-teucia superior a matéria, de umaUeaiidade viva o activa.

A razão, por egual, nos falia deDeus. Os sentidos fazem-nos conhecero mundo material, o mundo dos elle,-tos ; a razão revela-nos o mundo dascousas. A razão e superior a expe-rieticia. Esta verifica os factos, arazãu grupa-os, deduz suas leis. Ella,só, nus demonstra que ua origem dumovimento e da vida acha se a Intel-ligencia, que o menus não pôde contero luais, nem o inconsciente produziro cunscieute, cousa esta que entre-tanto resultaria da concepção de umUniverso que se ignorasse a si mesmoA razão descobriu as leis universaisantes da experiência ; o que esta leztüi tão só continuar suas previsõese turnecer-lhes a prova, Porém hagraus na razão ; ella náo é egual-mente desenvolvida em todos os ho-men.s. Dahi a deseguaidade e a varie-dade de opiniões.

Si o homem soubesse recolher-se eestudar-se a si mesmo, si de sua almadesviasse toda a sombra que aspaixões acumulam, si, rasgando o es-pe-so véo com que o envolveram osprejuízos, a iguuruucia, os sopln-mas,descesse ao fuudo da consciência e darazão, acharia abi o principio de umavida interior opposta inteiramenteá vida exter.or. Por ella poderiaentrar em relação Com a naturezainteira, com o universo e com Deus, ee.-sa vida dar-lhe-ia ura antegozodaquella que lhe reservam o futurode alem túmulo e os mundos su-periores. Abi também está o depositoinysterioso em que todos o.s seus actosbons ou maus ficam iuscriptos, einque todos os factos de sua vida gra-vara se em caracteres indeléveis parareapparecerera em uma brilhante cia-ridade na hora da morte.

Algumas vezes uma voz poderosa,um canto grave e severo ergue sedestas profundezas do ser, retuinuãno meio das oecupações frivolas e doscuidados de nossa vida para chamar-nos ao dever. Infeliz daquelle querecusa ouvil a 1 Chegará ura dia emque o remorso ardente ensinar-lhe-áque em vão não se repellem as adver-tencias da consciência.

Sim, ha em cada um de nós fontesoceultas de onde podem brotar ondasde vida e de amor, virtudes, potênciassem numero. E' abi, é neste sane-tua rio intimo que cumpre procurarDeus. Deus está em nós, ou pelomenos ha em nós um reflexo d'Elle.Ora o que não existe não poderia serrefiectido. As almas refleetem Deuscomo as gottas do orvalho da manhãrellectem os fogos do sol, cada qualseg indo seu brilho e seu grau de pu-reza.

E' por esta refracção, por esta per-cepção interior,e não pela experiênciados sentidos que os homens de gênio,os grandes missionários, os prophetas

conheceram Deus e suas leis e ás revê-laram aos povos da terra.

¥¦

Póde-se levar mais longe do quetemos feito a definição de Deus?Definir é limitar. Km face destegrande problema, a fraqueza humanaappnrece. Deus impõe-se a nossoespirito, porém escapa a toda analy.se.O Ser que enche o tempo e o espaçonão será jamais medido por sereslimitados pelo tempo e polo espaço.Querer definir Deus, seria circum-screvel-o e quasi uegal-o.

As causas secundarias da vidauniversal explicara so, mas a causaprimeira fica inaccessivel em sua iiu-uiensidade. Só chegaremos il com-preheiidel-ó dep ús de ter, bastantesvezes, atravessado a morte.

Todo o que, para reunir, podemosdizer é que Deus é a Vida, a liazáü, aConsciência em soa plenitude. E' acausa eternamente operante de tudo oque existe. 'E' a eomiuunhão uui-versai em que cada ser vem sorvera existência para em segu da e mi-correr, na medida de suas faculdadescrescentes e de sua elevação, paia aharmonia du CÒnjuucto.

Eis-nps bem longe do Deus das re-ligiões, do Deus « furte e cioso » quecerc i se de coriscos, reclama viotimassangrentas, e pune por toda a eierui-dade Os Deuses anthropotnorphicusjá viveram. Falla-se muito ainda deum Deus a quem são attríbuidaá asfraquezas e as paixões humanas,porem este Deus vê todos os diasdimiuuir seu império.

Até aqui o homem só viu Deusatravez de SBU próprio ser, e a ideaque délle lez variou segundo o con-teuiplava coin unia ou outra de suasfaculdades. Considerado atravez doprisma dos seuudus, Deus é múltiplo ;todas as torças da natureza sãoDeuses ; assim nasceu o polytlieismo.Visto pela intelligencia, Deus é duplo,espirito e matéria, dahi o dualismo.A' razão pura elle apparece triplo ;anua, espirito e corpo. Esta coiice-pção deu nascimeuio ás religiõestriuitarias da Iudia e ao Chnstia-nisino. Percebido pela vontade, facul-dade soberana que resume todas asoutras, corapretiendido pela perce-pção intima, propriedade lenta menteadquirida como se adquirem todas usfaculdades do g"euio, Deus é o Únicoe o Absoluto. .Nelle ou três princípiosconstitutivos do universo ligam separa constituir uma Unidade viva.

Assim se explica a diversidade dasreligiões e dos systeinas, tanto maiselevados quanto têm sido concebidospor espíritos mais puros e mais escla-recidus. Quando se consideram ascousas de cima, as opposições deideas, as religiões e os fectos histo-ricos explicam-se e reconciliam-se emuma syuthese superior.

A idéa de Deus, debaixo das formasdiversas que tem revestido, evolveeutre dous escolhas nos quaes hão es-barrado numerosos systemas. Um é oPauthtíisino, que c.onc.ue pela absor-pção final dos seres no grande Tudo.Outro é a noção de infinito que dohomem atfasta Deus de tal sorte queparece suppnmir toda relação eutreelles.

A noção de infinito foi combatidapor certos philosophos. Posto que in-comprehensivel, não se poderia aban-dotial-a, porque ella reaparece emtodas as cousas. Por exemplo : queha de mais solido do que o edifíciodas scieucias exactas ? O numero é suabase. Sem o numero não ha mathe-maticas. Ora é impossível, decorres-sem embora séculos, encontrar onumero que exprimisse a infinidadedos números cuja existência o pensa-mento nos demonstra. O numero é

Km

infinito, e o mesmo suecede com otempo e com o espaço'.3» Além doslimites do mundo visível, o pensa-mento procura outros limites que in-cessamente se furtam á sua ápre-heusão.

Uma só philosophia parece trrevitado este duplo escolho e conse-guido alijar princípios oppostes naapparencia. E' a dos Druidas gau-lezes. Assim se exprimiam na tríade48 :

« Três necessidades de Deus : ser infinitocin si mesmo, ser finito em redação aofinito, e estar cm relação com cuia estadodas existências ao circulo dos munidos. »

Assim, conforme, este ensino, aomesmo tempo simples e racional, oSer infinito e absoluto por si mesmofaz-.-e relativo e finito com suas erca-toras, desveudaudo-se sem cessar sobaspectos novos, na medida do adianta-mento e da elevação das almas. Deusestá em relação com todos os seres.Penetra-os com seu espirito, abraça-osco tu seu amor, para unil-os em umlaço commum e auxilial-os assim arealisar suas vistas.

(Continua)

ÜIM BI IMlIffi»POR

4 g lülfi-K ísrtSrc

As pessoas que desejarem se iniciar

no conheci nento da sciencia spirita

devem ler .seguidamente as obras de

AHaii Kardec, constando da relação

que se segue :

Livro dos Espiritos (parte philoso-

phica) contendo os princípios do Spi-

ritismo.

Livro dos Mediums (parte experi-

mental) contendo a theoria de todos

os gêneros de manifestações spiritas.

O Evangelho segundo o Spiritismo

(parte moral) contendo a explicaçãodas máximas de Christo, sua applica-

ção e concordância com o Soiritisrao

O Ceue o Inferno ou a justiça di-

vina segundo o Spiritismo (parte dou-

trinaria) contendo numerosos exem-

pios sobre o estado dos espiritos no

inundo espiritual e na terra.

A Oenese [ parte scientifica ) os mi-lagres e as predicações segundo o Spi-ritismo, contendo a explicação das leis

que regem os phenomenos da natu-reza.

O que ô o Spiritismo.

Noções elementares de Spiritismo.

(Muvrcs Postliumes. '"Á }.

Este livro está sendo traduzido e

editado em fasciculos que acharn-se

á venda na papelaria d.) Sr. Moreira

Maximino, — rua da Quitanda n. 90.

Typ. do Refoiuiadoh