mini-curso de genética

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A Gentica no Ensino MdioAntonio Vinicius Barbosa Leite(Professor de Biologia da Escola Gertrudes Leite)

Um Pouco Sobre A Histria da Gentica

Algumas Idias Anteriores a MendelAlcmeon de Crotona (por volta de 500 a.C.) homens e mulheres possuam smen, originado no crebro, e o sexo das crianas era definido pela preponderncia do smen de um dos pais. Hermafroditismo ? smen materno e paterno em igual proporo.

Empdocles de Acragas (492 432 a.C.) o calor do tero decidia o sexo: tero quente homens; tero frio mulheres. Anaxgoras de Clazomene (500 a 428 a.C.) smen apenas no homem que continha o prottipo de novo ser; fmeas apenas como receptoras e nutridoras do futuro ser pr-formado. Props a Teoria direita esquerda Homens do lado direito e mulheres do lado esquerdo dos testculos.

A Descoberta dos Gametas Masculino por Leeowenhoeck (em 1667): espermatozides (espermato: semente; zides: pequenos animais). Feminino por Regnier de Graaf (em 1670): vulo (diminutivo de ovo).

A Teoria da Pr-formao ou Prognie defendida por vrios cientistas afirmava que dentro de um dos gametas existia um ser pr-formado, em miniatura (homnculo).

Espermistas Homnculo nos espermatozides. Ovistas Homnculo nos vulos

A Teoria da Pangnese Proposta inicialmente por Hipcrates de Cos (460 360 a.C.) e posteriormente defendida por Charles Darwin (1809-1882) dizia que em todos os rgos do corpo ocorria a produo de gmulas ou pangenes (fragmentos) que seriam levados at as gnadas pelo sangue, onde se reuniriam para formar gametas.

Hiptese da Epignese Proposta por karl Ernst von Baer (1792 1876) foi a que mais se aproximou da realidade. Segundo essa hiptese, os gametas no traziam nenhuma estrutura do novo ser. As caractersticas do futuro indivduo s estariam definidas aps a fecundao.

Lei da Herana Ancestral ou Sangunea Proposta por Francis Galton (1822-1911) afirmava que cada indivduo era produzido por uma mistura de sangue de seus pais

As concluses definitivas para explicar satisfatoriamen te os mecanismos da herana dos caracteres s vieram com os trabalhos de Mendel (18221884).

Alguns Conceitos Bsicos em Genticaa) Gen ou gene: Segmento da molcula de DNA que contm uma informao gentica. Considerado a unidade bsica da herana. Normalmente representado por letras. Nos ribovrus (vrus que possui material gentico RNA, os genes so trechos dessa molcula).

b) Alelo: cada uma das formas de expresso de um gene,reconhecidas por condies diferentes. c) Alelo Dominante: Aquele que se expressa tanto em dose dupla (AA) quanto em dose simples (Aa). representado por letras maisculas. d) Alelo Recessivo: Aquele que se expressa apenas em dose dupla (aa). representado por letras minsculas.

e) Cromossomos Homlogos: So cromossomos que possuem a mesma forma, o mesmo tamanho e a mesma seqncia de informao gentica. Aparecem aos pares nas clulas diplides, sendo um de origem materna e outro de origem paterna.

f) Locus Gnico: Local especfico nos cromossomos onde esto situados os genes. O plural de locus LOCI.g) Gentipo: Conjunto de genes de um indivduo para uma ou mais caractersticas. a prpria constituio gentica do indivduo. Observaes: No pode ser visualizado. S alterado em casos de mutaes

h) Fentipo: a expresso do gentipo no ambiente. Representa o conjunto de aspectos visveis ou no de um indivduo resultante da ao do gentipo com o meio. FENTIPO = GENTIPO + AMBIENTEi) Indivduo Homozigoto: Aquele que apresenta os alelos idnticos para uma determinada caracterstica. Exemplos: AA, aa, BB, bb... j) Indivduo Heterozigoto: Aquele que possui os alelos diferentes para uma determinada caracterstica. Exemplos: Aa, Bb, Cc, Dd... l) Fenocpia: quando um indivduo exibe, por efeito de fatores ambientais, caractersticas para as quais ele no possui o gentipo correspondente. Um exemplo a cor dos cabelos modificada pelo uso de tinturas.

m) Norma de Reao ou Amplitude de Reao de um Gene: Conjunto dos possveis fentipos que um gentipo capaz de exibir em ambientes diferentes Ex. Hortnsia

n) Pleiotropia: Quando um gene apresenta efeitos mltiplos na determinao de uma caracterstica. Podemos citar como exemplos: O Albinismo: O gene para o albinismo determina ausncia de pigmentao no s na pele, mas tambm na ris dos olhos e nos cabelos. A Fenilcetonria(PKU): O gene para fenilcetonria determina uma inabilidade em metabolizar o aminocido FENILALANINA. Por conta disso esse aminocido se acumula nos tecidos provocando diversas alteraes em vrias caractersticas.

Tipos de Caractersticas Biolgicas:a) Hereditrias: So aquelas determinadas por genes, sendo transmitidas de uma gerao para outra. Exemplos: Cor dos olhos, cor dos cabelos, altura, tipo sanguneo etc. b) Adquiridas: So aquelas que aparecem aps o nascimento. No transmitida para os descendentes. Exemplos: Amputao de um rgo, bronzeamento da pele, plstica facial.

c) Congnitas: So aquelas que aparecem durante a vida intra-uterina e aparecem logo aps o nascimento. Exemplos: Deformaes provocadas pelo uso de drogas, medicamento, traumatismos, doenas (como a sfilis, rubola etc).

Os Trabalhos de Mendel

Observao ImportanteFator = Gene; Alelo Pura = Homozigota Hbrida = Heterozigota

A Primeira Lei de MendelO sucesso de Mendel deveu-se a algumas particularidades do mtodo que usava: Escolha do material Escolha de caractersticas contrastantes Tratamento estatstico dos resultados Para entendermos a primeira Lei de Mendel, escolheremos um das sete caractersticas e analisaremos.

Caracterstica Escolhida: A Cor da Semente

(P) Gerao Parental: Amarela X Verde PURAS (F1) Filhos da Primeira Gerao: 100% Amarelas HBRIDAS (F1 X F1 ) Cruzamento dos F1 entre si: Amarela X Amarela HBRIDAS (F2 ) Filhos da Segunda Gerao: 75% Amarelas e 25% Verdes.

Como explicar esses resultados?

( P ): VV x vv ( F1 ): 100% Vv ( F1 X F1 ): Vv x Vv ( F2 ): VV Vv Vv vv 3/4 1/4 (75%) (25%) Amarelas Verdes

O Quadrado de Punnet ou Genograma

vV V Vv Vv

vVv Vv

V V v VV Vv

v Vv vv

O Enunciado da Primeira Lei de Mendel

Cada carter condicionado por um par de fatores, que segregam na formao dos gametas, mantendo-se puros, e que se unem ao acaso

Sinnimos da Primeira Lei de Mendel Lei Fundamental da Gentica Lei da Disjuno Gnica Lei da Segregao Allica Princpio da Pureza dos Gametas Monoibridismo

Retrocruzamento ou Back-crossConsidere: ( P ): VV X vv ( F1 ): 100% Vv Chamamos RETROCRUZAMENTO, o cruzamento do indivduo F1 com qualquer um da gerao parental, ou com indivduos que possuam gentipos idnticos aos da gerao parental.

Cruzamento-teste ou Test-crossSuponha que haja o interesse de determinar o gentipo de um indivduo que manifesta o fentipo DOMINANTE (se homozigoto ou heterozigoto).

A Segunda Lei de Mendel1) Introduo:

O estudo da Segunda Lei de Mendel representa a anlise de duas caractersticas ao mesmo tempo, onde os genes esto localizados em cromossomos diferentes.

(P): VVRR x vvrr (F1): 100% VvRr (F1 x F1): VvRr x VvRr (F2): Como obter?

Portanto, agora, a relao fenotpica no mais 3 : 1, pois h maior nmero de fatores formando as diversas combinaes quando analisadas em conjunto. Encontramos 4 classes fenotpicas na proporo 9 : 3 : 3 : 1.

Combinando ProbabilidadesVvRr x VvRr Cor: Vv x Vv Forma: Rr x Rr VV Vv Vv vv RR Rr Rr rr 3/4 1/4 3/4 1/4 Amarelas Verdes Lisas Rugosas P(Amarela-Lisa)= x = 9/16 P(Amarela-Rugosa)= x = 3/16 P(Verde-Lisa)= x = 3/16 P(Verde-Rugosa)= x = 1/16

Proporo = 9:3:3:1No exemplo acima, o n 16 do denominador representa o total de descendentes e o numerador representa a quantidade de indivduos semelhantes. Esta lei de Mendel s vlida para os genes localizados em cromossomos diferentes. Sabemos, porm, que em cada cromossomo existem milhares de genes, sendo os resultados diferentes da separao independente. Quando um cromossomo separado para um gameta, ele leva consigo esses milhares de genes.

2) Enunciado da Segunda Lei de Mendel:

Os fatores para dois ou mais caracteres, situados em

cromossomos nohomlogos (diferentes),segregam-se independentemente.

3) Sinnimos da Segunda Lei de Mendel: Lei da segregao Independente Diibridismo

BIBLIOGRAFIAAMABIS, J. M. & MARTHO, G. R. Biologia das Populaes. 2. ed. So Paulo: Moderna, 2006. p. 443. LOPES, S. G. B. C. Bio 3. So Paulo: Saraiva, 2008. p. 464 SOARES, J. L. Biologia no Terceiro Milnio. So Paulo: Scipione, 1999. p. 470

Somos indigentes e incultos, mas isso no o principal. O principal a conscincia da necessidade de estudar e o desejo de estudar. E ns temos essa conscincia e esse desejo. Por isso vamos estudar e havemos de aprender. (Lnin)

O B R I G A D O!!!