minicurso - primeiro dia - tráfico e ascensão da escravidão

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Senhores, Escravos e Senhores, Escravos e Impérios nas Américas (c. Impérios nas Américas (c. 1530-1750) 1530-1750) Thiago Krause Thiago Krause [email protected] [email protected] http://historiadaamericai. blogspot.com Primeiro Módulo: Primeiro Módulo: O Tráfico Atlântico

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Senhores, Escravos e Impérios Senhores, Escravos e Impérios nas Américas (c. 1530-1750)nas Américas (c. 1530-1750)

Thiago KrauseThiago [email protected]@gmail.com

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Primeiro Módulo: Primeiro Módulo: O Tráfico Atlântico

Bibliografia RecomendadaALENCASTRO, Luiz Felipe de. O Trato dos Viventes. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

_______. “Le versant brésilien de l'Atlantique Sud 1550-1850 ». Le versant brésilien de l'Atlantique Sud 1550-1850 ». Annales, Histoire, Sciences SocialesAnnales, Histoire, Sciences Sociales , v. 61, n.2, 2006, pp. 339-82. , v. 61, n.2, 2006, pp. 339-82.

ELTIS, David & RICHARDSON, David (orgs.). Extending the Frontiers: essays on the new transatlantic slavetrade database. New Haven: Yale University Press, 2008.

FLORENTINO, Manolo. Em Costas Negras. Companhia das Letras, 1997.

_______; RIBEIRO, Alexandre Vieira & SILVA, Daniel Domingues da. “Aspectos comparativos do tráfico de africanos para o Brasil (séculos XVIII e XIX)”. Afro-Ásia, vol. 31, 2004, pp. 83-126.

RICHARDSON, David. “Involuntary Migration in the Early Modern World” in: ELTIS, David & ENGERMAN, Stanley (eds.). The Cambridge World History of Slavery, vol. 3: 1420-1804. Cambridge: Cambridge University Press, 2011, 563-93.

Os Africanos na Península IbéricaA busca pelo ouro africano.

Década de 1440: início do tráfico de escravos.

Compra, e não captura, de escravos, aproveitando a existência de uma economia comercial bem desenvolvida na África.

1440-1520: mais de 150 mil africanos enviados para a Península Ibérica.

Familiaridade ibérica com a escravidão africana, disseminada em pequena escala até o século XVIII.

Conversão de africanos e miscigenação.

Distância do Norte da Europa frente aos africanos.

O Volume do Tráficowww.slavevoyages.org

Qual é a hierarquia dos países em termos de número de escravos transportados?

Quais são as variações temporais?

Qual é a hierarquia das metrópoles de acordo com o número de escravos recebidos em suas colônias?

Quais regiões receberam mais escravos em cada época?

Qual a relação com o número atual de negros nessas regiões?

Qual é a progressão temporal do tráfico?

Quais as áreas que mais exportaram escravos?

O lado de Lá do AtlânticoA passividade africana como paradigma (1940-1980).

Por que a escravidão africana? A oferta africana (implicando distância na escravização), baixo custo, exotismo e desenraizamento.

A causa do subdesenvolvimento africano? Um debate sem fim.

Milenar envolvimento no tráfico trans-saariano (menor escala que o atlântico).

Importância da escravidão na África: cativos como principal meio de produção, em vez da terra.

Maior diversidade da escravidão africana: tendência à incorporação de mulheres e crianças, e atuação de homens como soldados e funcionários.

Fragmentação política e guerras geravam cativos.

Demanda europeia transforma a escravidão africana?

Controle do tráfico pelas elites africanas: governantes e comerciantes.

Diversidade da economia africana e a importância do comércio com os europeus, uma controvérsia.

Feitorias europeias na África sem controle do território: a especificidade angolana.

O Lado de CáImportância demográfica para a ocupação do território americano.

Dependência da importação contínua de africanos da maioria das sociedades escravistas, em razão de sua limitada capacidade reprodutiva.

Consequências:

Forçava uma ligação com o exterior e a produção para exportação.

Interação constante com a África, especialmente no caso brasileiro.

Significativas possibilidades de acumulação através do comércio: endógena (Brasil) ou exógena (Caribe).

Contínua absorção de estrangeiros.

Senhores, Escravos e Impérios Senhores, Escravos e Impérios nas Américas (c. 1530-1750)nas Américas (c. 1530-1750)

Thiago KrauseThiago [email protected]@gmail.com

http://historiadaamericai.blogspot.com

Segundo Módulo: Segundo Módulo: A Ascensão da Escravidão

Americana

Bibliografia RecomendadaBLACKBURN, Robin. A Construção do Escravismo no Novo Mundo (trad.). Rio de Janeiro: Record, 2003, pp. 265-447.

COOMBS, John C. “The Phases of Conversion: a new chronology for the rise of slavery in early Virginia”. The William & Mary Quarterly, vol. 68, n. 3, 2011, pp. 332-60.

FINLEY, Moses. Escravidão Antiga e Ideologia Moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1991, pp. 69-95.

MILLER, Joseph. “O Atlântico Escravista: açúcar, escravos e engenhos”. Afro-Ásia, ns. 19/20, 1997, pp. 9-36.

SCHWARTZ, Stuart B. (ed.). Tropical Babylons: Sugar and the Making of the Atlantic World, 1450-1680. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2004.

________ & MENARD, Russel. “Por que a escravidão africana? A transição da força de trabalho no Brasil, no México e na Carolina do Sul” in: SZMRECSÁNYI, Tamás (org.). História Econômica do Período Colonial. São Paulo, Hucitec/Edusp, 1996, pp. 3-19.

De Sociedades com Escravos a Sociedades Escravistas

Relação escravocrata como definidora de todas as relações sociais e estruturante na hierarquização social.

Pré-condições para a consolidação da escravidão africana

Necessidade de mão de obra.

Produção valiosa para a exportação.

Capacidade de investimento.

Consolidação de elites locais.

Decisão impensada ou consciente?

A Importância dos EscravosOs mais moradores que por estas capitanias estão espalhados, ou quase todos, têm suas terras de sesmaria dadas e repartidas pelos capitães e governadores da terra. E a primeira coisa que pretendem adquirir são escravos para nelas lhes fazerem suas fazendas, e se uma pessoa chega a alcançar dois pares ou meia dúzia deles (ainda que outra coisa não tenha de seu) logo, tem remédio para poder honradamente sustentar sua família: porque um lhe pesca e outro lhe caça, os outros cultivam e granjeiam suas roças e desta maneira não fazem os homens despesa em mantimentos com seus escravos, nem com suas pessoas. Pero Magalhães Gândavo, História da Província de Santa Cruz, 1576.

Escravidão e Economia

A escravidão é, entre nós, não um caso de escolha, mas de necessidade, e a menos que (como não se deve sequer imaginar) a nossa pátria-mãe abandone o negócio das colônias açucareiras, os ingleses devem continuar a ser senhores de seus escravos.

Governador de Antigua William Matthew, Depoimento, 1737.

O Avanço da Escravidão (XV-XVII)Madeira e Canárias (2ª metade do XV).

Cabo Verde e São Tomé (final do XV e início do XVI).

Española (c. 1530) e Cuba (2ª metade do XVI).

Pernambuco e Bahia (c. 1550-1620).

Rio de Janeiro (c. 1570-1650).

Venezuela (c. 1620-30).

Providence Island (c. 1630).

Barbados (c. 1640).

Martinica e Guadalupe (c. 1650).

Virgínia (c. 1660) e Maryland (c. 1680).

Carolina do Sul (c. 1670).