mixmag brasil #14

11
A MAIOR REVISTA DE DANCE MUSIC & BALADAS DO MUNDO EDIÇÃO #14 BRASIL R$12.90 JUNHO/JULHO 2012 WWW.MIXMAG.NET/BRAZIL LEONARDO ARLANT RODRIGO PACIORNIK FABRÍCIO PEÇANHA LIFe IS A LOOP O MAIOR DANCE ACT BRASILEIRO EDIÇÃO ESPECIAL 10 PAGS COM LIFE IS A LOOP E MAIS FIQUE DE OLHO WEHBBA | DJ PACO MUSIC REVIEWS | THE 12 AUTOCLUBE | FASHION LIFE IS A LOOP Fotografado por www.tarcisodelima.com.br SKOL SENSATION 2012 Mixmag está na área e mostra o que vai rolar! GUIA DE FESTIVAIS COOL JOBS Os trampos mais bacanas da dance music MIXMAG LIVE Projeto inglês chega ao Brasil SIMIAN MOBILE DISCO Entre no estranho mundo de SMD SONAR SP + BCN 2012 IRVINE WELSH D-EDGE: O MELHOR CLUB DO PLANETA?

Upload: mixmag-brasil

Post on 23-Mar-2016

228 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Mixmag Brasil #14 featuring Life is a Loop, the biggest dance act from Brazil

TRANSCRIPT

Page 1: Mixmag Brasil #14

a maior revista de dance music & baladas do mundo

brasil

EDIÇÃO #14BRASIL R$12.90

JUNHO/JULHO 2012www.mixmag.net/BRaZiL

l e o n a r d o a r l a n t r o d r i G o P a c i o r n i K F a b r Í c i o P e Ç a n H a

LIFe IS A LOOP

O M A I O R D A N C E A C T B R A S I L E I R O

E D I Ç Ã OE S p E C I A L

1 0 p a g sc o m l i f e i s a l o o p

E MAISf i Q U e D e o l H o

W e H B B a | D J p a c om U s i c R e V i e W s | T H e 1 2

a U T o c l U B e | f a s H i o N

LiFe iS a LOOPFotografado por www.tarcisodelima.com.br

SKOL SENSATION 2012Mixmag está na área e mostra o que vai rolar!

GUIA DE FESTIVAIS

COOL JOBSos trampos

mais bacanas da dance music

MIxMAg LIvEprojeto inglês

chega ao Brasil

SIMIAN MOBILE DISCO

entre no estranhomundo de smD

SONAR SP + BCN 2012IRVINE WELSH

D-EDGE: O MELHOR CLUB DO PLANETA?

Page 2: Mixmag Brasil #14

Mesmo com capas com Daniela Mercury e Jesus Luz em nossa trajetória, consideramos esta como a verdadeira primeira capa com artistas de dance music nacional na Mixmag Brasil. Com uma carreira consolidada e o lançamento de seu primeiro álbum, nada mais natural a escolha do trio para ilustrar uma capa que consideramos tão emblemática. E ao mesmo tempo, quem melhor para estrear o projeto Mixmag Live no país?

Te x t o D o m P h i l l i p s F o t o s w w w . t a r c i s o d e l i m a . c o m . b r

Page 3: Mixmag Brasil #14

L I F E I S A LO O P

Page 4: Mixmag Brasil #14

POP. Palavra PerigOsa, POlêmica e cheia de contradições. significa, no universo músical, algo que é popular, ou seja, que as pessoas gostam. e desde do

início do rock ‘n’ roll, do auge de elvis até madonna, ser popular era o objetivo.

No rock, é possível ser comercial e respeitado ao mesmo tempo: rolling stones, clash e arctic monkeys são alguns exemplos. Na música eletrônica, ser pop sempre foi visto com maus olhos, como se fosse algo pejorativo. ser um DJ que ganha muito, que enche clubs gigantes e que faz sucesso é bom. Fazer um hit de música pop, não.

agora, sobe ao palco o trio life is a loop, dos DJs leonardo arlant (35) e Fabrício Peçanha (37), e do percussionista rodrigo Paciornik (39), o Pana, com seu primeiro álbum, também chamado ‘life is a loop’. Demorou, os três tocam juntos há dez anos, e seu celebrado show ao vivo já bombou em clubs famosos como avalon, em los angeles/eUa, cocoon, em Frankfurt/alemanha e seu favorito, Warung, em santa catarina. O life is a loop já é o maior live act de música eletrônica no Brasil. e este lançamento elevará seu jogo ainda mais.

“Devíamos uma produção ao nosso público, uma coisa nossa”, diz rodrigo. “era algo que tínhamos que fazer.” assim, o lançamento de um álbum nacional, de DJs/produtores tão conhecidos, tem uma certa importância. Traz expectativas. Talvez uma certa pressão. e entrega em tudo: variedade, qualidade, ritmos, melodias e energia.

É um disco bastante diversificado. “Fabrício vem da escola de techno e eu venho do house e progressive. as mais melódicas eu toco, e as mais puxadas pra techno, ele toca. e acaba dando certo”, explica leonardo. “achei bem a cara do life is a loop”, diz Fabrício. “Uma mistura de progressive, techno e electro. Totalmente voltado pra pista! energético e impactante.”

mais que um disco de música eletrônica brasileira bem completo, é um disco de música moderna completo. e sim, tem seu lado pop, e fica melhor por causa disso.

Leonardo fala de Fabrício: “Ele é um exemplo de pessoa, é muito calmo e sereno, eu sou muito ansioso. É um dos melhores DJs que vi tocar. Ele vai e dá um jeito. É muito carismático, é um ídolo no Rio Grande do Sul. Eles têm muito orgulho que ele seja gaucho. É legal ver essa paixão quando nós tocamos lá.”

POP sigNiFica mUiTa cOisa. michel Teló é pop, e seu hit ‘ai se eu Te Pego’ foi criado assim. legião Urbana não era pop, longe disso; seu hit ‘Que País É esse’ era um grito de frustração e raiva. mas depois de se tornar o tema da novela insensato coração, isso mudou. Ou talvez tenha mudado antes disso. De qualquer jeito, cabia bem na novela e sim, nesse contexto, virou uma música pop, que todo mundo conhece.

O hit do Underworld, ‘Born slippy’, talvez seja um das faixas mais originais da história da música eletrônica. seu techno é melódico e, ao mesmo tempo, bombástico. a letra é um ‘stream of consciousness’ (fluxo de consciência), escrita pelo cantor e letrista do grupo Karl hyde, e foi inspirada em uma mistura de suas lembranças e impressões mal guardadas depois de passar uma noite bêbado no soho, em londres.

Depois de aparecer na trilha sonora do filme Trainspotting, virou um hit do pop inglês, cujas letras irônicas e amargas foram cantadas por rapazes bregas enquanto bebiam nos pubs ingleses, sem perceberem a ironia. Bem diferente das intenções criativas de Karl hyde, que logo depois se declarou alcoólatra. Outra ironia. recentemente ‘Born slippy’ foi eleita uma das melhores músicas da década de 1990 pela revista britânica de música Nme, e até hoje é conhecida no país inteiro, um clássico. virou uma música pior por causa disso? Ou melhor? Ou só mais familiar? melhor dizendo, popular?

“existe pop e comercial”, diz leonardo. “Pop na minha concepção é música boa, que eventualmente se torna famosa. Um exemplo é michael Jackson, o ‘rei do pop’ como a mídia se referia à ele. Na minha opinião, um dos maiores artistas, showman, da era moderna. Não deixaria de escutar michael Jackson por nada, muito menos por ele ser pop.” e adiciona: “comercial por outro lado, seriam aquelas músicas que se tornam famosas, rentáveis comercialmente, mas que não são necessariamente boas. exemplo, michel Teló.”

48 junho/julho 2012 www.mixmag.net/brazil

Page 5: Mixmag Brasil #14

“Eu não tenho medo da palavra comercial.”

Leonardo Alant, Life Is A Loop

Rodrigo fala sobre o trio: “Nós somos uma família, nunca houve uma briga. No Life Is A Loop temos uma filosofia – ou os três concordam ou não existe. Só existe a unanimidade.”

O álBUm ‘liFe is a lOOP’ Tem sUas Faixas pop. com uma guitarra de rock, melodias voando e astral eufórico, ‘rockit Baby’ é puro pop. Outra é ‘stars’, que combina uma guitarra que repica, rolos de bateria disco, um vocal feminino e um refrão contagiante. Nisso, quase atinge seu objetivo – a única falha da faixa é a voz, cantada por uma lituana que mora em londres, chamada hannah. ela tem aquele estilo quase folclórico e inconsistente que caracteriza os hits de trance. Por que buscar em londres uma vocalista, enquanto o Brasil tem tantos talentos, com vozes muito mais fortes?

mas ‘life is a loop’ ainda tem mais. ‘Don’t go’, com gritos femininos e arrepios melódicos, é pura faixa de pista. ‘Jail Breaks’ mistura uma voz americana sinistra, falando baixo com toques de acid e ritmos de techno. ‘avalon’ leva o trance extático até o teto, cheio de uma percussão pneumática, é trilha sonora perfeita para o nascer do sol numa balada linda e maluca, em algum lugar em Balneário camburiú.

“Nós variamos bastante, já que somos três artistas”, diz rodrigo. “Tocamos juntos há muitos anos e optamos para fazer um álbum bem abrangente. Uma faixa mais melódica, outra com mais pegada, mais house. Depois levei tudo pra curitiba e coloquei a bateria.” a produção do álbum foi feita em Florianópolis, pelo Bong, um produtor argentino. a hannah, nenhum deles conheceu pessoalmente.

L I F E I S A LO O P

junho/julho 2012 49www.mixmag.net/brazil

Page 6: Mixmag Brasil #14

leonardoarlant

50 junho/julho 2012 www.mixmag.net/brazil

Page 7: Mixmag Brasil #14

O importante é que o Life Is A Loop entende a diferença entre pop bom e pop ruim.

LeonardoarLanT1. Warung, Itajai/SC2. Vibe, Curitiba/PR 3. Beehive, Passo Fundo/RS 4. D-Edge, São Paulo/SP5. P 12, Florianópolis/SC

FaBrÍCIo PeÇanHa1. Beehive, Passo Fundo/RS2. Green Valley Camboriu/SC3. Vibe e Danghai, Curitiba/PR4. Amazon, Chapecó/SC5. Clash, São Paulo/SP

rodrIgo PaCIornIk 1. Warung, Itajai/SC2. Beehive, Passo Fundo/RS 3. P 12, Florianópolis/SC4. Green Valley Camboriu/SC5. Space, Balneário Camboriú/SC

MELHORES CLUBS DO BRASIL PARA SE TOCAROS CINCO

Fabrício fala de Leonardo: “Ele é um cara divertido e super correto, educado e um grande amigo, daqueles que dá pra contar sempre. É um ótimo DJ, tem um excelente bom gosto músical e uma visão de pista de dar inveja à qualquer DJ. Já tive a oportunidade de vê-lo derrubar grandes festivais e dominar pistas inteiras.”

em 1996 O cUriTiBaNO leONarDO FOi morar na inglaterra, onde estudou inglês na cidade de cambridge. Uma certa noite, foi ao club ministry of sound, em londres, onde ouviu o som do DJ cJ mackintosh – que na época era famoso por seu som garage americano, um estilo de house com muita influencia de soul. leonardo pirou.

“voltei pra Brasil e fiquei seis meses perdido, era a única pessoa que gostava dessa música”, conta. até que seu amigo gustavo conti abriu um club em curitiba, o rave, e sugeriu que leonardo tocasse. ele topou, tocou – e virou DJ. Desenvolveu seu próprio estilo, mais melódico, que mexe com house e progressivo. hoje em dia gustavo conti é um dos donos do Warung, talvez o clube brasileiro mais consagrado no exterior. O life is a loop toca muito por lá. e, lógico, leonardo se sente em casa. mesmo que ainda more em curitiba.

rodrigo cresceu com outros ritmos. “minha influência sempre foi o progressivo. sou baterista desde os 12 anos, ouvi muito rush, marillion, Police, Pink Floyd”, explica rodrigo – também curitibano, mas que hoje em dia mora em santa catarina, como Fabrício. rodrigo começou à tocar com leonardo, como baterista. e fizeram muito sucesso. “Um dia, em uma viagem de carro, discutiámos quantas vezes que já tínhamos tocado - e foram 1.000 vezes”, diz leonardo. “e falamos em fazer uma festa para comemorar essa marca.” rodrigo brinca que tem três filhos: um de cinco anos, um de nove, “e o leozinho”.

O nome daquela festa era life is a loop, onde Fabrício tocou também. “Da festa saiu o projeto, que no inicio era nós três tocando juntos, como se fosse um pacote”, diz Fabrício. “em seguida fomos aumentando o show e inserindo coisas, até chegar onde chegou.”

Por sua vez, Fabrício começou escutando música eletrônica muito jovem. “Quando era criança, um amigo da minha mãe trouxe uma fita cassete dos eUa, ali tinham uns sons diferentes que logo me seduziram. acabei gostando tanto que arrebentei a fita de tanto escutar. Depois, comecei a procurar coisas do estilo e não parei mais.”

começou à tocar novo também. “em festas do colégio, o pessoal sempre me chamava pra ser o DJ e eu ia prontamente. Na época usava vinis e fitas cassete, editadas com caneta bic e durex.” Os outros dois dizem que o estilo de Fabrício é o mais pegado. ele não concorda. “sou um cara bem eclético, não me prendo muito a estilos, se gosto de uma música e vislumbro-a no set, dou um jeito de encaixá-la. sempre tocamos uma mistura de techno, house, progressivo e electro”, diz. “Passamos por quase todos estilos em uma noite.” Fora da balada, ele curte o filho gael.

O show ao vivo do life is a loop tem a dinâmica de um espetáculo de rock ou das melhores bandas de música eletrônica como chemical Brothers ou o

L I F E I S A LO O P

junho/julho 2012 51www.mixmag.net/brazil

Page 8: Mixmag Brasil #14

RODRIGOPACIORNIK

52 junho/julho 2012 www.mixmag.net/brazil

Page 9: Mixmag Brasil #14

LeonardoarLanT1. Hybrid - Unfinished Symphony2. Bob Marley and the Wailers - Catch a Fire3. The Doors - The Soft Parade

FaBrÍCIo PeÇanHa1. Beehive, Passo Fundo/RS2. Green Valley Camboriu/SC3. Vibe e Danghai, Curitiba/PR4. Amazon, Chapecó/SC5. Clash, São Paulo/SP

rodrIgo PaCIornIk 1. Pink Floyd - The Dark Side of The Moon2. Depeche Mode - 1013. Rush - Moving Pictures

MELHORES ÁLBUMS DE TODOS OS TEMPOSOS três

próprio Underworld. Um dos principais responsáveis é rodrigo que organiza vídeos cinemáticos, com slogans como ‘DiversÃO’ e ‘griTem’, e iluminação espetacular. a galera pira – dizem ser este o melhor show de música eletrônica do Brasil. até a top alessandra ambrósio gravou um vídeo para apresentar o show no club avalon.

Fabrício fala de Rodrigo: “É quem mais pensa no show em si, nas inovações, com as questões do palco e do vídeo. Ele é uma pessoa de família, ansioso como eu. E é uma pessoa boa, não tem maldade no coração, é bom ter gente assim.”

PergUNTamOs sUa OPiNiÃO sOBre a declaração, na edição passada, do duo monsters at Work - DJs residentes do D-edge, em são Paulo - sobre os próprios DJs daqui não prestigiarem os artistas nacionais, tendo poucas músicas brasileiras em seus sets.

“isso é uma verdade”, diz leonardo. “Não sei o que acontece, mas existe um certo preconceito aos artistas nacionais. De que sonoramente a música não vai bater tão forte quanto uma música gringa. mas isso vem mudando. Toco duas ou três músicas num set de duas horas. mas também não tenho muito acesso à música nacional, às vezes é difícil acompanhar.”

leonardo conta que recentemente descobriu que um produtor chamado Fabø, que gosta bastante e que achava que era dinamarquês, é na verdade, brasileiro. e que os dois moram na mesma cidade, curitiba, mas ainda não se conhecem pessoalmente.

Por sua vez, Fabrício não concorda com o monsters at Work. “vejo muitos DJs brasileiros tocando música daqui. Na verdade, a música eletrônica brasileira é relativamente nova, não é tão madura à ponto de ter tantas músicas boas assim”, diz. “mesmo assim, vejo interesse em produtos brasileiros sim.” sobre a cena nacional, Fabrício vê com bons olhos. “É ótima e está crescendo cada vez mais, cada ano que passa vejo mais clubes legais e mais profissionais competentes no mercado. Não é à toa que muita gente vê o Brasil como uma futura potência na música eletrônica mundial.”

rodrigo elogia a cena de santa catarina, que “vive um grande momento. Tem um crescimento muito grande onde moro. hoje em dia, tocamos em cidades no interior. vejo uma mudança – as pessoas estão muito bem informadas”, diz. “acabou que elas gostam de uma coisa mais inteligente. entraram atrás de pop, mas acabaram escolhendo seu próprio caminho.” leonardo compartilha o otimismo dos seus companheiros. “O mercado brasileiro, sem dúvida, é um dos maiores mercados mundiais. O trabalho que foi feito em santa catarina é muito legal, se vê uma variedade muito grande”, diz.

Fabricio fala em ser a capa de Mixmag Brasil. E fala por todos: “Significa um sonho, sempre fui leitor da revista e fã. Nunca imaginaria que um dia pudesse estar ali. Fico feliz pelo reconhecimento de anos de dedicação e trabalho.”

a exPeriêNcia Desses arTisTas vale mUiTO: o life is a loop entende que nós não vivemos num ‘ano zero’, num presente perpétuo, e que a música

L I F E I S A LO O P

junho/julho 2012 53www.mixmag.net/brazil

Page 10: Mixmag Brasil #14

FABRÍCIOPEÇANHA

PRo

Du

ÇÃo

: FA

BIo

lA G

IRA

RDES

, Go

Alo

VIn

hA

, hA

IR/M

AkE

-uP:

, RI

ch

IE w

EARS

Sh

IRt:

DA

MIR

Do

MA

, t-S

hIR

t: l

uM

En E

t u

MBR

A, t

Rou

SERS

: nu

MBE

R 9,

jEw

EllE

Ry: n

ASh

, wAt

ch

An

D B

oo

tS: F

oto

S PÚ

BlIc

o E

FES

tAS

ARQ

uIV

o l

IFE

IS A

lo

oP

54 junho/julho 2012 www.mixmag.net/brazil

Page 11: Mixmag Brasil #14

LeonardoarLanT1. Dudu Nahas – “Produtor catarinense radicado em Curitiba de extremo bom gosto.A qualidade sônica de suas tracks é excelente!”2. Viktor Mora & Naccarati – “Não são exatamente novos no cenário mas vêm realizando um trabalho fenomenal.”3. Fabø – “Nao sei muito sobre ele. Na verdade descobri que ele era brasileiro recentemente. Só sei que suas tracks são ótimas.”4. Eddie M. – “Produtor gaúcho em ascensão meteórica. Low bpm com classe.”5. Cupcake Project (Rafael Araujo) – “O projeto produz disco house de qualidade. Atualmente radicado em Los Angeles.”

FaBrÍCIo PeÇanHa1. Gui Boratto - “Pela qualidade e quantidade de músicas que lança.”2. DJ Mark – “Pela técnica e feeling de pista.”3. Mau Mau – “Pela dedicação a música e pelo pioneirismo.”4. Leozinho – “Por ser um DJ tão completo, um dos melhores nacionais.”5. Rodrigo Paciornik – “Por ser o melhor percussionista brasileiro no estilo.”

rodrIgo PaCIornIk 1. Gui Boratto2. Bruno B3. Ilan Krieger4. Carlo Da´llanese5. Philip Braunstein

MELHORES PRODUTORES BRASILEIROSOS CINCO

eletrônica tem raízes e historia e, sim, glória. e que a glória vem daquele exato instante em que o ritmo, o groove, a voz, a melodia, o astral da galera, o ambiente na pista, se sincronizam para criar o momento perfeito, no qual o tempo parece parar e que tudo mais que não pertence à pista, fica esquecido.

isso se manifesta em algumas faixas que combinam o melhor do pop que a música eletrônica tem – uma melodia, um refrão, uma voz – com um groove de autoridade. Uma delas é ‘gonzales’, que tem ecos do house italiano dos anos 1990-1993, o que se chamava de ‘piano house’. começa com dribles de acid futurístico, adiciona uma voz que repete o título, e, de repente, vem um piano italiano matador. lembra uma época quando a cena inglesa era super underground e os clubbers londrinos mais descolados viajavam para rimini, na itália, porque qualquer coisa italiana com piano era visto como bacana. Na época, normalmente era. mas não parece algo datado, é uma faixa ótima. Outras com as mesmas qualidades são ‘Don’t go’, um trance moderno devastador, e ‘venice Beach’, com seu riff de piano simples e efetivo.

É difícil fazer algo bom e simples como essas músicas, que funcionam perfeitamente. Talvez, seja mais difícil fazer algo bom e simples que algo bom e complicado: seja música, comida ou uma obra de arte. essa é a essência do pop. isso não quer dizer que a música eletrônica, ao longo de sua história, não tenha produzido várias faixas clássicas, que infelizmente são pouco conhecidas. mas que existem muito mais clássicos esquecidos do que sucessos da qualidade de ‘Born slippy’, que transcendem as pistas, baladas underground e rádios segmentadas, e vivem para sempre

leonardo também valoriza muito a música eletrônica de hoje – hip house italiano, por exemplo, ou o que chama de “essa linha deep” que acha “muito forte no sul do país, dessa nova geração de produtores.” mas também, como todos no grupo, sabe o que não gosta. e elogia a música da década de 1990, tanto eletrônica, quanto pop. e sabe que existem clubes sem alma. “Tem uns lugares que os promotores valorizam mais a imagem que a música. aquele cara que namorou a madonna (o Jesus luz), por exemplo”, diz. “com raras exceções a música é muita banalizada.”

O importante é que o life is a loop entende a diferença entre pop bom e pop ruim. a diferença entre michel Teló e ‘Born slippy’. Que é mais difícil fazer uma música que todo mundo gosta do que fazer uma música que pouca gente gosta. e que cada coisa, e cada hit, tem seu momento. “acredito nesse negocio de karma. e tem uma brincadeira de música, com o nome”, diz leonardo. life is a loop: the beat goes on, o ritmo continua, a pista manda. e os caras entregam.

O álbum ‘Life Is A Loop’ (CR2/3plus Music) será lançado em junho no CD. O álbum digital já está disponível online.

L I F E I S A LO O P

junho/julho 2012 55www.mixmag.net/brazil