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MÓNICA ROMERO SOLORIO
Levantamento de agentes infecciosos nas sub-populações de Sauim-de-coleira (Saguinus bicolor) na cidade de Manaus, Estado de Amazonas
São Paulo 2015
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MÓNICA ROMERO SOLORIO
Levantamento de agentes infecciosos nas sub-populações de sauim-de-coleira (Saguinus bicolor) na cidade de Manaus, Estado de Amazonas
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências.
Departamento:
Medcina Veterinária preventiva e Saúde Animal
Área de concentração:
Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses
Orientador:
Prof. Dr. Fernando Ferreira
Co-Orientador:
Dr. Wilson Roberto Spironello
De acordo:______________________
Orientador
São Paulo2015
Obs: A versão original se encontra disponível na Biblioteca da FMVZ/USP
Autorizo a reprodução parcial ou total desta obra, para fins acadêmicos, desde que citada a fonte.
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO
(Biblioteca Virginie Buff D’Ápice da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo)
T.3045 Solorio, Mónica Romero FMVZ Levantamento de agentes infecciosos nas sub-populações de sauim-de-coleira (Saguinus bicolor) na
cidade de Manaus, Estado de Amazonas / Mónica Romero Solorio. -- 2014. 54 f. : il.
Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, São Paulo, 2015.
Programa de Pós-Graduação: Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses. Área de concentração: Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses. Orientador: Prof. Dr. Fernando Ferreira. Co-orientador: Dr. Wilson Spironello
1. Agentes infecciosos. 2. Saguinus bicolor. 3. Amazônia. 4. Perturbação antrópica. I. Título.
Autor: ROMERO SOLORIO, Mónica
Título: Levantamento de agentes infecciosos nas sub-populações de sauim-de-coleira (Saguinus bicolor) na cidade de Manaus, Estado de Amazonas
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências
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Data: ____/_____/_______
Banca Examinadora
Prof. Dr.:
Instituição: Julgamento:
Prof. Dr.:
Instituição: Julgamento:
Prof. Dr.:
Instituição: Julgamento:
Prof. Dr.: Instituição: Julgamento: Prof. Dr.: Instituição Julgamento:
Para Julien Ernesto
AGRADECIMENTOS
A Fernando Ferreira, meu orientador por ter me acolhido mais uma vez como orientada,
obrigada pela força, paciência e liberdade na escolha de decisões durante a pesquisa.
A Wilson Spironello por ter sido a pessoa que me aceitou como estudante em Manaus e ter a
bendita ideia de me encaminhar com o Marcelo Gordo.
A Marcelo Gordo por ter me aberto as portas do projeto Sauim de Coleira e ter sempre me
ajudado, obrigada pela paciência, pelos bons conselhos e pelo bom astral.
À equipe do Projeto Sauim de Coleira especialmente a Jefferson Barros, Benedito Monteiro,
Jero e Tainara Sobroza.
A equipe do PAN Sauim de Coleira, especialmente a Dayse Campista e Diogo Lagroteria.
Aos torcerdores e defensores de primeira linha do sauim de coleira especialmente a Suelen
Fonseca, Erika Schloemp e Carolina Fernandes.
Ao pessoal do Parque do Mindu, INPA, SESI, Hotel Tropical, Ibama-Cetas, Reserva Indígena
Beija-flor e aos moradores que me permitiram instalar plataformas em seus quintais e que se
envolveram no trabalho.
Ao pessoal que deu força nos campos: Rafael Pinto, Jefferson, Fernado Santos, Seu
Raimundo, Zica e Sabbá.
Ao pessoal do Laboratório de Virología do ICB II especialmente para Edison Durigon,
Angelica Campos, Jansen, Mariana, Luiz Gustavo, Luciano e Danielle, muito obrigada pela
força nas análises e pela revisão do texto e as discussões filosóficas-virológicas.
Ao Professor Paulo Brandão, Professor Marcos Bryan, Giselle e o Prof. Rodrigo Soares do
Departamento de Medicina Preventiva e Saúde Animal, obrigada pelo apoio nas análises.
Ao pessoal do laboratório da Malária do Instituto Tropical de São Paulo, especialmente para a
Dra. Karin Kirchgatter e Lilian Guimarães.
Ao pessoal da EcoHealth especialmente para Mindy Rostal e Evelyn Luciano.
Aos companheiros do LEB-VPS, obrigada pela força e pelas risadas.
A Ethan por ser meu grande companheiro.
À FAPESP pelo apoio ao projeto realizado.
RESUMO
SOLORIO, M. R. Levantamento de agentes infecciosos nas sub-populações de sauim-de-coleira (Saguinus bicolor) na cidade de Manaus, Estado de Amazonas. [Infectious agents survey in pied tamarins subpopulations in Manaus, Amazonas State]. 2014. 54 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, 2015.
Estudos tem salientado que a expansão urbana, fragmentação do habitat, desmatamento e
sobreposição das áreas de vida das populações humanas e silvestres tem constribuido para o
surgimento de doenças emergentes e reemergentes nas últimas décadas. A paisagem da
floresta amazônica vem sofrendo constantemente a dominância antropica e como resultado
suas populações silvestres encontram-se cada vez mais expostas ao contato com populações
humanas e domesticas com um alto risco de transmissão de agentes infecciosos. A cidade de
Manaus, localizada na Amazônia Brasileira, tem afrontado um crescimento desordenado e
vertiginoso devido ao seu desenvolvimento industrial causando uma alteração constante em
sua paisagem; representando um modelo potencialmente útil para entender os mecanismos de
transmissão de doenças. Os primatas são as espécies evolutivamente mais próximas dos
humanos e essa proximidade filogenética tem facilitado o compartilhamento de diversos
agentes infecciosos. O presente estudo propõe utilizar subpopulações de sauim-de-coleira
(Saguinus bicolor) que ocupam os fragmentos urbanos de Manaus como espécie sentinela,
para avaliar a presença de agentes infecciosos na interface-humano primata. A pesquisa
objetiva também determinar se a perturbação antrópica dos locais de estudo estaria
favorecendo a transmissão desses agentes. Entre os anos 2011 e 2014 um total de 55 sauins de
coleira foram capturados em 9 fragmentos florestais urbanos e 1 area controle. Análises
moleculares foram realizados para detectar Rotavirus A, Hantavirus, Coronavirus, Flavivirus,
Enterovirus, Influenza A, Adenovirus, Metapneumovirus, Virus Sincitial Respiratório
Humano, Parainfluenza 1, 2, 3, 4, Virus do Oeste de Nilo e Plasmodium spp. Os resultados
indicaram uma prevalência para Hantavírus de (4/48), Rotavírus (9/48). Pela primeira vez é
detectada a presença de hantavírus em primatas neotropicais. Nossos dados indicaram que a
presença de infeção estaria associada com a existência de algum tipo de impacto antrópico
nos locais pesquisados. Nenhum indivíduo resultou infectado na area controle.
Palavras-chave: Agentes infecciosos. Saguinus bicolor. Amazônia. Perturbação antrópica.
ABSTRACT
SOLORIO, M. R. Infectious agents survey in pied tamarins subpopulations in Manaus, Amazonas State. [Levantamento de agentes infecciosos nas sub-populações de sauim-de-coleira (saguinus bicolor) na cidade de Manaus, estado de Amazonas]. 2014. 58 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, 2015.
In past decades, numerous studies have highlighted how urban expansion, habitat
fragmentation, deforestation, and superposition of human and wildlife population areas
contribute to surges in emergent and reemergent diseases. As a result of continuing
anthropogenic disturbance in the Amazon, wildlife populations find themselves increasingly
exposed to human populations and their domestic animals, bringing higher risks of
transmission of a variety of infectious agents. Manaus, located in the Brazilian Amazon,
represents a potentially useful model to understand the mechanisms of disease transmission.
The city has undergone a disorganized and precipitous growth with ongoing industrial
development, causing constant landscape alteration. Because non-human primates are closely
evolutionary related to humans they share a diversity of infectious agents. The present study
proposes to use subpopulations of Pied tamarins (Saguinus bicolor) occupying urban forest
fragments in Manaus as a flagship species to evaluate the presence of infectious agents at the
human-nonhuman primate interface. It will also assess whether anthropogenic perturbation at
sites favors transmission of agents within this human dominated matrix. During the period of
2011-2014 a total of 55 pied tamarins in 9 urban forest fragments and 1 control area.
Molecular analyses were performed for the detection of Rotavirus, Hantavirus, Coronavirus,
Flavivirus, Enterovirus, Influenza A, Adenovirus, Metapneumovirus, Sincytial Human
Respiratory virus, Parainfluenza 1, 2, 3, 4, West Nile Virus and Plasmodium spp. The results
indicate prevalence for Hantavirus (n =4/48) and Rotavirus (n =9/48). This is the first record
of Hantavirus in neotropical primates. Data indicate that the presence of infection in the study
sites could be associated with anthropogenic impact. The control area resulted uninfected.
Key-words: Infectious agents. Saguinus bicolor. Amazon. Anthropogenic impact.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 12
2 MATERIAS E METODOS .................................................................................................... 14 2.1 LOCAL DE ESTUDO ............................................................................................................ 14 2.2 LOCAIS DE AMOSTRAGEM .............................................................................................. 15 2.2.1 Caracterização dos locais de amostragem ................................................................ 17 2.3 ESPÉCIE DE ESTUDO ......................................................................................................... 17 2.4 CAPTURA E MANEJO DOS SAUINS ................................................................................. 19 2.5 COLETA DE AMOSTRAS ................................................................................................... 20 2.6 ANALISES DE LABORATÓRIO ........................................................................................ 20 2.6.1 Pesquisa de agentes virais ......................................................................................... 20 2.6.1.1 Deteção molecular de Rotavirus tipo A (RVA) ......................................................... 20 2.6.1.2 Detecção Molecular de Alphavirus, Enterovirus, Flavivirus, Hantavirus,
Coronavirus, Virus do Oeste de Nilo e Painel de vírus respiratórios humanos. ........ 22 2.6.1.3 Descrição dos Oligonucleotídeos Iniciadores (primers) ............................................ 22 2.6.1.4 Extração de Ácidos Nucleicos Total .......................................................................... 24 2.6.1.5 Síntese de DNA complementar (c-DNA) .................................................................. 24 2.6.1.5 Real-time PCR ........................................................................................................... 24 2.6.1.6 Real-Time PCR primers CDC Atlanta ....................................................................... 25 2.6.1.7 Reação em cadeia pela polimerase precedida de transcrição (RT-PCR) ................... 26 2.6.1.8 Sequenciamento ......................................................................................................... 27 2.6.2 Agentes parasitários .................................................................................................. 28 2.6.2.1 Deteção de Plasmodium spp. ..................................................................................... 28 2.6.2.2 Extração de ácido nucleico total do papel filtro ......................................................... 28 2.6.2.3 Extração do ácido nucleico total do FTA card - Nested-PCR ................................... 29 2.6.2.4 Reação em cadeia polimerase aninhado ..................................................................... 29 3 RESULTADOS ...................................................................................................................... 31 3.1 LOCAIS DE AMOSTRAGEM .............................................................................................. 31 3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS LOCAIS DE AMOSTRAGEM ................................................ 31 3.3 CAPTURA DOS SAUINS ..................................................................................................... 32 3.4 COLETA DE AMOSTRAS ................................................................................................... 32 3.5 RESULTADOS DAS ANÁLISES ......................................................................................... 33
4 DISCUSSÃO .......................................................................................................................... 36
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 45
12
1 INTRODUÇÃO
Durante os últimos anos do século XX, o incremento da ocorrência de doenças
infecciosas emergentes e reemergentes tem sido reportada em diversas partes do mundo
(WEISS; MICHAEL., 2004). Em média três ou quatro novas espécies de patógenos são
detectados na população humana a cada ano (WOOLHOUSE et al., 2012), sendo que a
maioria destes patógenos emergentes ocorrem na interface humano-animal. Os patógenos
zoonóticos representam aproximadamente 60% de todos os patógenos conhecidos que causam
infeção nos seres humanos (GORTÁZAR et al., 2014) e tem sua origem em populações
domésticas e silvestres (TAYLOR et al., 2001).
A mudança da paisagem e as consequentes alterações ecológicas seriam um dos
fatores que teria favorecido essa situação (PATZ et al., 2000; MURRAY; DASZAK, 2011;
DAZSAK et al., 2001). Por exemplo, pesquisas recentes têm evidenciado que a fragmentação,
perda da biodiversidade e a expansão urbana estariam associadas ao risco de incremento da
doença de Lyme (SCHMIDT; OSTFELD, 2001). Outro exemplo é o estabelecimento de
criadouros de porcos próximos de áreas de floresta tropical na Malásia o que causou a
transmissão do vírus Nipah de morcegos frugivoros (Pteropus spp.) a porcos e depois a
pessoas que criavam os porcos e que derivou no surto em 1998 (CHUA et al., 1999).
A convivência entre os seres humanos e os primatas não humanos se remonta há
séculos, porém essa interação tem mudado radicalmente nas últimas décadas (CHAPMAN et
al., 2005, WOLFE et al., 1998). Conforme o avanço da perturbação antrópica, as populações
de primatas de vida livre tem sido obrigadas a uma coexistência próxima de assentamentos
humanos, causando um declínio das suas populações devido à perda de seu hábitat e pela
caça.
Do ponto de vista sanitário, a transformação constante da paisagem favorece o contato
cada vez mais frequente e próximo de populações primatas e humanas, de forma que existe
um incremento no risco da transmissão de doenças entras as duas populações. Essa
semelhança na suscetibilidade a determinados patógenos tem feito dos primatas não humanos
modelos ideais de laboratório, para entender a dinâmica de determinadas doenças, tratamento
e vacinas (WOLFE et al., 1998). Pelo mesmo motivo é fundamental o desenvolvimento de
13
estudos direcionados a compreender como a mudança da paisagem altera a dinâmica das
populações humanas e de primatas, criando processos ecológicos que permitem a transmissão
interespécie de agentes patogênicos, e como isto poderia representar um problema de saúde
pública.
A cidade de Manaus, capital do estado de Amazonas, vem crescendo a um ritmo
acelerado desde a instalação da Zona Franca no ano de 1967. Esse crescimento tem sido
realizado sem um adequado planejamento urbano, sem a infraestrutura básica necessária, com
proliferação de assentamentos humanos ilegais, o que vem causando uma mudança constante
em sua paisagem. Como consequência, sua antiga e abundante vegetação está sendo recortada
em fragmentos florestais remanescentes, os quais são intensamente explorados (GORDO,
2012).
Nesse estudo vamos a utilizar como modelo o Saguinus bicolor, conhecido localmente
como Sauim de Coleira ou Sauim de Manaus. O sauim de coleira é endêmico da região de
Manaus, incluindo os municípios de Itacoatiara e Rio Preto da Eva. Uma parte de sua
população habita áreas de mata primária, enquanto outra parte encontra-se confinada nos
fragmentos florestais urbanos de Manaus, mantendo um estreito contato com populações
humanas e domésticas.
O presente projeto propõe utilizar as subpopulações de Sauim de Coleira que habitam
os fragmentos florestais urbanos como espécie sentinela para avaliar a ocorrência de viroses
emergentes e agentes parasitários na interface humano-primata, com o intuito de compreender
a dinâmica de transmissão e compartilhamento destes agentes infecciosos entre as populações
humanas e as populações de sauim de coleira.
14
2 MATERIAS E METODOS
2.1 LOCAL DE ESTUDO
O desenho amostral foi desenvolvido para o Município de Manaus. Adicionalmente
foram incluídos na amostragem os Municípios de Rio Preto da Eva e Itacoatiara como pontos
de controle do estudo.
O município de Manaus, capital do estado do Amazonas, é considerado o centro
financeiro, corporativo e econômico da Região Norte do Brasil por abrigar o polo industrial e
agropecuário da Zona Franca de Manaus. Encontra-se localizada às margens da confluência
do Rio Negro e Solimões. Com uma extensão de 11.401.092 km2, Manaus é considerada a
cidade mais populosa da Amazônia com população estimada em 2014 de 2.020.301
habitantes (IBGE, 2014).
A cobertura vegetal da região de Manaus é mata tropical úmida, correspondendo a
florestas densas com árvores emergentes e alta diversidade (GORDO, 2012). A estação mais
chuvosa vai de dezembro a abril, com temperatura média mensal de 23o C e umidade relativa
entre 85 e 90%. A estação menos chuvosa vai de julho a setembro, com temperatura média
mensal de 28o C e umidade relativa entre 75 e 80% (RIBEIRO, 1976; GORDO, 2012).
O município de Rio Preto da Eva situa-se a 85 km ao norte de Manaus. Possui uma
extensão de 5.813.225 km2 e abriga uma população de 29.771 habitantes (IBGE, 2014). Rio
Preto da Eva possui predominantemente áreas rurais fazendo parte em 60% do polo
agropecuário da Zona Franca de Manaus. O município de Itacoatiara, localizado a 180 km a
leste da cidade de Manaus, possui uma extensão de 8.892.038 km2, com uma população de
95.714 habitantes, sendo sua principal atividade econômica a agropecuária (IBGE, 2014).
15
2.2 LOCAIS DE AMOSTRAGEM
O estudo foi realizado em locais onde era notificada e confirmada a presença da
espécie, sendo desenvolvido um levantamento prévio para obter dados como: número
aproximado de grupos de sauins por local, número aproximado de indivíduos por grupo, área
de vida utilizada e lugares de passagem dos animais no local.
A amostragem foi iniciada em 2011 e finalizada em 2014 tendo sido desenvolvida em
21 locais: 12 fragmentos florestais urbanos, quatro áreas protegidas distribuídas no interior da
zona urbana de Manaus e, adicionalmente, cinco pontos de controle localizados na periferia
da área urbana de Manaus e nos municípios de Rio Preto da Eva e Itacoatiara (Figura 1)
Figura 1 - Locais de amostragem na zona urbana e pontos controle
Fonte: Rohe (2006) adaptado por Gordo (2008)
16
Os locais amotrados foram: 1) UFAM, 2) SESI, 3) INPA, 4) CIGS, 5) Nova Cidade,
6) Cidade Nova, 7) Castanheiras, 8) Parque Estadual Sumauma, 9) Francisca Mendes, 10)
Escola Agrotêcnica, 11) Parque Municipal Nascentes do Mindú, 12) Parque Municipal
Mindú, 13) Novo Aleixo, 14) Reserva Adolfo Ducke (Ducke), 15) Hotel Tropical, 16)
SUFRAMA, 17) Reserva Indígena Beija Flor-Rio Preto da Eva, 18) Fazenda privada-Rio
Preto da Eva, 19) Propriedade particular-Rio Preto da Eva, 20) Fazenda privada-Itacoatiara,
21) Escola Agrícola Rainha dos Apóstolos. Os primeiros 16 locais foram amostrados na zona
Urbana de Manaus (Figura 2).
Figura 2. Locais de amostragem na Zona Urbana de Manaus
Fonte: Romero (2014)
17
2.2.1 Caracterização dos locais de amostragem
Foi realizada uma caracterização dos locais pesquisados com o intuito de avaliar o
impacto antrópico: invasões, queimadas, desmatamento, exploração de frutos, despejo de lixo,
e abertura de estradas.
2.3 ESPÉCIE DE ESTUDO
Saguinus bicolor, conhecido localmente como sauim de coleira ou sauim de Manaus
(Figura 2), pertence à família Callitrichinae. Esta espécie tem sido catalogada atualmente
como “Em Perigo” pela União Internacional para Conservação de Natureza (IUCN, 2014), e
como “Criticamente em Perigo” (CR) na ultimo processo Avaliação do Risco de Extinção da
Fauna Brasileira (Portarias MMA nº444/2014 e nº 445/2014) em decorrência do declínio da
sua população nos últimos 18 anos. O Saguinus bicolor é a espécie de primata que possui a
distribuição mais restrita da Amazônia, abrangendo parte dos municípios de Manaus, Rio
Preto da Eva e Itacoatiara (AYRES et al., 1982; GORDO, 2012). Não obstante, nos últimos
anos têm sido documentada uma redução na sua área de vida possivelmente causada por
competição com Saguinus midas (SUBIRÁ, 1998; ROHE, 2006).
18
Figura 2 - Exemplar de Saguinus bicolor conhecido localmente como sauim-de-coleira
Fonte: Mónica Romero Solorio (2013)
As principais ameaças que afetam a preservação desta espécie são a destruição e
fragmentação da floresta principalmente na área urbana de Manaus e ao longo das estradas
que se irradiam a partir do perímetro urbano. Atropelamentos, choques elétricos, tráfico,
ataque de animais domésticos, são outras das ameaças concomitantes que os sauins de coleira
enfrentam continuamente (GORDO, 2012). Neste âmbito, varias sub-populações de sauim de
coleira encontram-se restritas a fragmentos florestais urbanos, sendo comum encontrar grupos
sobrevivendo em fragmentos degradados e de tamanho reduzido (2-10 ha) o que implicaria
em uma manutenção pouco saudável (GORDO, 2012).
Apesar das condições adversas, algumas populações tem se adaptado à convivência
com seres humanos. Em alguns casos, os moradores lhes providenciam alimento e os sauins
respondem aceitando. Essa interação social entre moradores e sauins de coleira tem facilitado
em muitas ocasões a captura de alguns grupos.
Nos últimos quinze anos têm sido desenvolvidos diversos estudos ecológicos e genéticos com
as populações desta espécie em decorrência de seu status de ameaça. O Centro Nacional de
Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB) tem coordenado, em conjunto com
pesquisadores que trabalham diretamente com a espécie, a implementação do Plano de Ação
Nacional (PAN) do Saguinus bicolor. Neste PAN tem sido elaboradas diversas diretrizes em
prol da conservação desta espécie, sendo uma delas a -“ampliação do conhecimento sobre as
condições médico-sanitárias do ambiente com implicações na conservação da espécie”-,
objetivo que se encaixa perfeitamente na presente proposta.
19
2.4 CAPTURA E MANEJO DOS SAUINS
As capturas foram realizadas mensalmente tendo seu início no mês de dezembro do
2011 e finalizando em maio de 2014. Em cada local se instalaram duas plataformas nos
lugares de passagem do grupo alvo. Durante um período de 10-15 dias, pedaços de bananas
utilizados como iscas foram colocados nas plataformas. Durante esse período, os animais
foram monitorados para confirmar a habituação com o alimento e o local. Previamente à
captura, as iscas eram deixadas por uma semana sobre e dentro de gaiolas sem porta,
fabricadas manualmente, e os indivíduos eram monitorados diariamente para verificar algum
tipo de mudança comportamental pela presença de gaiolas.
No dia da captura, a ceva era colocada no interior de armadilhas engatilhadas tipo
Tomahawk. O número de armadilhas dependia do número de animais que formavam o grupo
alvo, numa proporção de 12 armadilhas para 10 indivíduos. Este procedimento vem sendo
utilizado com sucesso pelo Projeto Sauim de Coleira (GORDO, 2012) e nas pesquisas de
mico-leão dourado desde 1983 (BAKER; DIETZ, KLEIMAN, 1993).
Após a captura, as armadilhas eram cobertas com panos escuros para evitar o aumento
de estresse dos animais. Posteriormente os animais eram imobilizados quimicamente com
Cloridrato de Quetamina (0,1mg/kg) via endovenosa. O procedimento em todos os animais
envolveu identificação, marcação com microchip subcutâneo, pesagem, sexagem, biometria e
inspeção clinica externa para procurar ferimentos, infecções cutâneas e carrapatos.
As capturas foram desenvolvidas de acordo com os princípios éticos de
experimentação animal da Comissão de Ética Animal no uso de animais da Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, e com a autorização
SISBIO nº 34227-1.
20
2.5 COLETA DE AMOSTRAS
As amostras biológicas coletadas para pesquisa de agentes virais e parasitários foram:
swab oral, retal e urogenital, além de sangue (coagulo e soro), quando possível.
Adicionalmente, foram coletadas amostras de órgãos: rim, coração, pulmão, intestino
delgado, fígado, cérebro, baço e secreções de um indivíduo que tinha sido capturado
previamente e que foi encontrado morto por causas desconhecidas.
O sangue foi utilizado para realizar imprints em papel filtro Whatman (FTA® classic
card) e em papel filtro comum, duas lâminas de esfregaço e duas lâminas de gota espessa. As
lâminas, junto com papel filtro (armazenado a -5ºC), foram transportados ao Instituto de
Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP).
Amostras de sangue, swabs oral, retal e urogenital foram coletadas em criotubos de
1,5ml contendo 500 µL de meio de transporte viral (VTM – do inglês Viral Transport
Medium) e foram armazenados em nitrogênio líquido para transporte até o Laboratório de
Virologia Clínica e Molecular do Instituto de Ciências Biomédicas do Departamento de
Microbiologia da Universidade de São Paulo (ICBII-USP).
Amostras de swab retal foram coletadas em criotubos secos e foram conservadas em
freezer a -20ºC para depois ser transportadas em gelo seco até o Laboratório de Biologia
Molecular Aplicada e Sorologia da Universidade de São Paulo (LABMAS-USP).
2.6 ANALISES DE LABORATÓRIO
2.6.1 Pesquisa de agentes virais
2.6.1.1 Deteção molecular de Rotavirus tipo A (RVA)
21
O diagnóstico de rotavirus A foi feito seguindo as instruções do protocolo padronizado
(ASANO, 2009). A extração do ácido nucleico total das amostras de swab retal foi realizada
utilizando o reagente TRIzol (Invitrogen, Carslbad, CA, USA) seguindo as recomendações do
fabricante.
Foram transferidos 14μL do RNA extraído e levado a 95ºC durante 5 minutos para
desnaturação do RNA, sendo estes, imersos em gelo e adicionados da combinação de
reagentes para a transcrição reversa contendo 1x First Strand Buffer (Invitrogen®), 1mM de
cada dNTP, 10mM DTT, 1µm de cada primer (ROT1+ROT2) E 400U de M-MLV Reverse
Transcriptase® (Invitrogen®) para um volume final de 40L, realizando-se a transcrição
reversa a 42ºC/60 minutos.
Após a obtenção do DNA complementar, foi realizada a amplificação. Para tanto,
2,5μL do cDNA foram adicionados na combinação de reagentes para PCR contendo 1xPCR
Buffer® (Invitrogen®), 0,2mM de cada dNTP, o,25μM de cada par de primers
(ROT1+ROT2) e (ROT1+ROT3), 1,5mM MgCl2 e 0,5U de Platinum Taq DNA Polymerase®
(Invitrogen®) para um volume final de 25µL completado com água-DEPC.
O perfil de ciclagem foi uma desnaturação inicial de 94ºC/4min, seguida de 35 ciclos
de 94ºC/30s (desnaturação), 50ºC/30s (hibridação) e 72ºC/45s (polimerização), seguindo-se
após o cilo, 72ºC/5min para extensão final. Após a eletrofose em gel de agarose a 1,5%
corado com 0,5μg/mL de brometo de etídeo e observado sob a luz ultra-violeta.
A segunda amplificação (Hemi-nested PCR) foi feita com 12 repetições, adicionando-
se 2,5µL do produto da primeira amplificaçãoo à combinação de reagentes de PCR contendo
1xPCR Buffer® (Invitrogen®), 0,2mM de cada dNTP, 0,25μM do primer ROT1+ROT3,
1,5mM MgCl2 e 0,5U de Platinum Taq DNA Polymerase® (Invitrogen®) e àgua ultra-pura
esterilizada, para alcançar um volume final de 25µL, levando-se ao termociclador para
desnaturação inicial de 94ºC/4min seguida de 25 ciclos de 94ºC/30s (desnaturação) 55ºC/30s
(hibridação) e 72ºC/45s (polimerização), seguindo-se após o ciclo, 72ºC/5min para extensão
final. Após eletroforese em gel de agarose a 1,5% corado com 0,5µg/mL de brometo de etídeo
e observado sob luz ultra-violeta.
22
2.6.1.2 Detecção Molecular de Alphavirus, Enterovirus, Flavivirus, Hantavirus,
Coronavirus, Virus do Oeste de Nilo e Painel de vírus respiratórios humanos.
Para a triagem e determinação da presença de vírus nas amostras analisadas, foram
utilizados protocolos previamente padronizados pela equipe do ICBII/USP, pelo CDC-Atlanta
e pelo Dr. Simon Anthony do Centro de Infecção e Imunidade da Universidade Columbia,
Nova Iorque-NY.
2.6.1.3 Descrição dos Oligonucleotídeos Iniciadores (primers)
Para amplificar e sequenciar as diferentes proteínas virais das amostras, foram
utilizados oligonucleotídeos descritos no Quadro 1.
23
Quadro 1 – Descrição dos oligonucleótidos (primers) utilizados nos testes moleculares
Vírus / família viral Região alvo Sequencia
5’- 3 Tamanho do Fragmento Referência
Alphavirus Gene NSp1
PCR convencional
sM2W: YAgAgCDTTTTCgCAYSTRgCHW cM3W: ACATRAANKgNgTNgTRTCRAANCCDAYCC ~400pb Pfeffer et al.,
1997
Enterovirus
5’UTR 446 - 640
Reverse: E1: CCTCCggCCCCTgAATg Forward: E1A: ACCggATggCCAATCCAA ~200pb
Profª Drª Dolores Merneht
Gene VP3/VP1 Nested-PCR
224/FWD (VP3): GCIATGYTIGGIACICAYRT 222/RVS (VP1): CICCIGGIGGIAYRWACAT 992pb
Nix, 2006 AN89/FWD (VP1): CCAGCACTGACAGCAGYNGARAYNGG AN88/RVS (VP1): TACTGGACCACCTGGNGGNAYRWACAT 350-450 bp
Flavivirus
Gene NS5
sFG1: TCAAggAACTCCACACATgAgATgTACT cFG2: gTgTCCCATCCTgCTgTgTCATCAgCATAC ~1000pb Fulop et al.,
1993
Gene NS5 PCR
convencional
Flavi-FWD: TGYRBTTAYAACATGATGGG Flavi-RVS: GTGTCCCAICCNGCNGTRTC 270pb Moureau et
al, 2007
Hantavirus
Gene Real-time PCR
Forward: CCC TGT TGG ATC AAC TGG TTT TG Reverse: GATGACGTTAACAAGAGCACATTACA cORO: TgA ACC CTA TgC ATC T
217pb Araújo et al., 2011
Coronavirus Nested PCR
Forward: 5′-GGKTGGGAYTAYCCKAARTG-3′ Reverse: 5′-TGYTGTSWRCARAAYTCRTG-3′
440pb
Adaptado de Chu et al., 2011 por
Goes LGB (2014) dados
ainda não publicados
Round 2 (Nested) Forward: 5′-GGTTGGGACTATCCTAAGTGTGA-3′ Reverse: 5′-CCATCATCAGATAGAATCATCAT-3′
Vírus do Oeste do Nilo
One-step Real-Time PCR
SEQ1F: GCGATCTCTCCACCAAAGCT SEQ1R: TGGGTCAGCACGTTTGTCAT sonda SEQ1M1: FAM-CCATGGGAGAAGCTCACA 5 NFQ
68pb Ometto et al., 2013
Painel de Vírus Respiratórios
Humanos
Real-Time PCR primers CDC-
Atlanta
Influenza virus A – IA Influenza virus B – IB Vírus Respiratório Sincicial – RSV Metapneumovirus – MPV ParaInfluenza virus 1 – PIV 1 ParaInfluenza virus 2 – PIV 2 ParaInfluenza virus 3 – PIV 3 ParaInfluenza virus 4 – PIV 4 Adenovirus
Sakthivel, et al., 2012.
Adenovirus
PCR FLTR: TIMGNGGIGGIMGNTGYTAYCC RTR: GTDGCRAAISHICCRTABARIGMRTT 550pb
Wellehan., 2004 Nested-PCR
Round 2 (Nested) FNR: GTITWYGAYATHTGYGGHATGTAYGC RNR: CCAICCBCDRTTRTGIARIGTRA
320pb
Influenza PCR FLUAV-MU44: GTCTTCTAACCGAGGTCGAAACG FLUAV-M-L287: GCATTTTGGACAAAGCGTCTACG 240pb Anthony et
al., 2012
24
2.6.1.4 Extração de Ácidos Nucleicos Total
As amostras foram submetidas ao processo de extração de material genético, ácido
nucleico total, no equipamento de extração automatizado NucliSens-EasyMag BioMerieux,
seguindo instruções do fabricante. O material extraído foi ressuspendido em 60 µL de
Tampão de Eluição NucliSens (BioMerieux Corporation, França).
2.6.1.5 Síntese de DNA complementar (c-DNA)
A reação de transcrição reversa (RT-PCR), para a obtenção de cDNA randômico, foi
realizada com o auxílio do High Capacity cDNA Archive kit® (Applied Biosystems, Foster
City, CA, Estados Unidos), onde 50 µL de RNA extraído são diluídos em mix contendo 10
µL de Random primers 10X, 10 µL tampão da RT 10X, 250 U de MultiScribe RT enzyme, 4
µL de dNTP mix [100mM], 1 U de inibidor de Ribonuclease (RNAse OUT® - Invitrogen
Corporation, Carlsbad, CA, Estados Unidos) e água DEPC® (Invitrogen Corporation,
Carlsbad, CA, Estados Unidos) para completar o volume de 100 µL. A mistura foi incubada a
25 ºC por 10 minutos e 37 ºC por 120 minutos no termociclador MasterCycler personal
Eppendorf® (Eppendorf AG, Hamburg, Alemanha). O cDNA foi utilizado para a amplificação
e posteriormente armazenado a -70 ºC.
2.6.1.5 Real-time PCR
Foi usado o kit SYBR® Green PCR Master Mix 2X (Applied Biosystems, Foster City,
CA, Estados Unidos) para a amplificação em tempo real (qPCR) seguindo instruções do
fabricante. Para um volume final de 50 µL de reação, serão utilizados 25 µL do SYBR®
(Master Mix contendo Taq DNA polimerase, tampão de reação, dNTP Mix e corante SYBR®
Green), 1 µL de cada primer (concentração 10pmol), 5 µL do RNA ou cDNA e 18 µL de H2O
DEPC® (Invitrogen Corporation, Carlsbad, CA, Estados Unidos).
25
As condições de termociclagem do equipamento 7300 Real Time PCR System
(Applied Biosystems, Foster City, CA, Estados Unidos) foram descritas nas referências
contidas no Quadro 1 com temperatura inicial de 45ºC por 10 minutos, seguido de
preaquecimento de 95 ºC por 10 minutos e 42 ciclos, cada um deles composto de 15 segundos
a 95 ºC para denaturação do DNA molde, 20 segundos a 55 ºC e 30 segundos a 72 ºC e/ou
descritos por Spackman et al. (2003) com preaquecimento de 95°C por 10 minutos, seguido
de 45 ciclos com 15 segundos a 95°C e 1 minuto 60°C.
A identificação dos produtos gerados é determinada como positivo após a aplicação da
curva de dissociação gerada a partir da análise da Temperatura de melting (Tm) pelo
incremento da temperatura de 60ºC até 90ºC, com taxa de transição linear de 0,1ºC por
segundo.
2.6.1.6 Real-Time PCR primers CDC Atlanta
Com a finalidade de detectar os vírus respiratórios com mais sensibilidade e
especificidade, foi realizada a Reação da Cadeia mediada pela Polimerase em Tempo Real
com o protocolo utilizado e padronizado pelo Centro de Controle de Doenças Infecciosas
(CDC - Center Disease Control and Prevention – Atlanta/USA), para diagnóstico molecular
de Influenza A e B (FluA, FluB) (Kit Influenza A, B and A/H1N1 Primer and Probe Set
Invitrogen - Carlrsbad, CA, USA); Parainfluenza 1, 2, 3 e 4-HPIV e Metapneumovírus
Humano-hMPV; Vírus Respiratório Sincicial humano-hRSV (FRY et al., 2010) e
Adenovírus-hAdV.
Os testes foram realizados com o sistema TaqMan® AgPath-ID One-Step RT-PCR kit
AMBION (Applied Biosystems, Foster City, CA, Estados Unidos) para a amplificação em
tempo real (qPCR) seguindo instruções do fabricante. Para um volume final de 15 µL de
reação, foram utilizados 5 µL do (Master Mix® contendo tampão de reação, dNTP Mix e
corante ROX®), 0,3 µL de cada primer (concentração 25X), 0,3 µL da sonda (concentração
25X), 0,3 µL de enzima (concentração 25X), 5 µL do RNA extraído e 1,21 µL de H2O
DEPC® (Invitrogen Corporation, Carlsbad, CA, Estados Unidos).
As condições de termociclagem do equipamento 7300 Real Time PCR System
(Applied Biosystems, Foster City, CA, Estados Unidos) foram: temperatura inicial de 45ºC
26
por 15 minutos, seguido de preaquecimento de 95 ºC por 10 minutos e 45 ciclos, cada um
deles composto de 15 segundos a 95 ºC e 1 minuto a 55 ºC.
2.6.1.7 Reação em cadeia pela polimerase precedida de transcrição (RT-PCR)
Para a reação de PCR foram utilizados 50 ng de cDNA diluídos em tampão de reação
10 mM tris-HCl (pH 9.0), 50 mM de KCl (PCR buffer 10X - Invitrogen Corporation,
Carlsbad, CA, Estados Unidos), 2,5 mM MgCl2, 200 µM de cada dNTP, 1µM de cada primer
(polaridade positiva e negativa - 50 pmoles/50µL), 1,25 U de Taq DNA polimerase®
(Invitrogen Corporation, Carlsbad, CA, Estados Unidos) e H2O DEPC® (Invitrogen
Corporation, Carlsbad, CA, Estados Unidos) para completar um volume final de 25 µL.
As amplificações foram realizadas no termociclador Veriti® (Applied Biosystems,
Foster City, CA, Estados Unidos), com preaquecimento a 95 ºC por 10 minutos, para
denaturação, seguidos de um touchdown de dois passos sendo o primeiro de 14 ciclos, cada
um deles composto de 30 segundos a 95 ºC para denaturação do DNA molde, 30 segundos a
65 ºC (com incremento de -1ºC a cada ciclo) para emparelhamento dos primers e 60 segundos
a 72 ºC para a extensão das novas cadeias, seguidos de 34 ciclos, cada um deles composto de
30 segundos a 95 ºC para denaturação do DNA molde, 30 segundos a 50 ºC para
emparelhamento dos primers e 60 segundos a 72 ºC para a extensão das novas cadeias. Ao
final dos 49 ciclos, segue-se um aquecimento a 72 ºC por 7 minutos de extensão final.
Os produtos amplificados foram analisados por eletroforese em gel de agarose
(Invitrogen Corporation, Carlsbad, CA, Estados Unidos) a 1,5% em tampão TBE 1x (89 mM
- tris HCl; 89 mM H3BO3; 2 mM Na2 EDTA, pH 8,3 - Invitrogen Corporation, Carlsbad, CA,
Estados Unidos) e 0,5 µg/mL de brometo de etídio (Edt Br-Sigma-Aldrich Co. St. Louis, MO,
Estados Unidos). Uma mistura de 10 µL de produto amplificado e 2 µL de azul de
bromofenol (loading buffer) foi aplicada no gel de agarose e submetido então à eletroforese,
em cuba horizontal, em tampão TBE 1x (Invitrogen Corporation, Carlsbad, CA, Estados
Unidos) durante 45 minutos a 100 volts. A visualização do gel foi realizada sobre
transluminador de luz ultravioleta (UV), sendo os resultados comparados aos controles
positivos, negativos e aos marcadores de peso molecular (500bp, Invitrogen Corporation,
Carlsbad, CA, Estados Unidos), sendo a seguir fotodocumentados.
27
Para produtos amplificados que apresentarem fragmentos inespecíficos o kit
PureLinkTM Quick Gel Extraction Kit® (Invitrogen Corporation, Carlsbad, CA, Estados
Unidos) a partir da excisão do fragmento do gel de agarose, seguindo as instruções do
fabricante foi utilizado. Para produtos amplificados que apresentaram fragmentos únicos, a
purificação do produto de PCR foi realizada com o sistema ExoSAP-IT® (GE Healthcare Bio-
Sciences Ltd - USB Corporation, Cleveland, OH, Estados Unidos), segundo instruções do
fabricante.
2.6.1.8 Sequenciamento
Após a amplificação, as fitas de DNA foram submetidas à reação de sequenciamento
utilizando o kit comercial BigDyeTM terminator – cycle sequencing read reaction – Applied
Biosystems® (Applied Biosystems, Foster City, CA, Estados Unidos), seguindo as instruções
do fabricante.
Em um microtubo contendo cerca de 10-30 ng de produto de PCR, foram adicionados
2 µL de Tampão Save Money 5X (Tris HCl 200 mM pH 9,0 e 5mM MgCl2), 3.2 pMol/µL do
primer, 2 µL do kit ABI PRISM Dye™ Terminator Cycle Sequencing Ready Reaction kit (Big
Dye v3.1® Applied Biosystems, Foster City, CA, Estados Unidos) e água DEPC® (Invitrogen
Corporation, Carlsbad, CA, Estados Unidos) para completar um volume final de 10 µL. Este
procedimento foi efetuado separadamente para cada um dos primers.
A mistura homogeneizada foi levada ao termociclador MasterCycler Gradient
Eppendorf® (Eppendorf AG, Hamburg, Alemanha), pré-aquecido a 96 ºC por 5 minutos, para
desnaturação da fita de DNA, seguido de 25 ciclos, cada um deles composto de 10 segundos a
96 ºC para desnaturação do DNA molde, 15 segundos a 50 ºC para emparelhamento dos
primers e 4 minutos a 60 ºC para extensão da nova fita de DNA.
O produto obtido foi purificado, visando a remoção de excesso de dideoxinucleotídeos
terminadores presentes na reação, com o kit Applied Biosystems Big Dye® X-TerminatorTM
Purification Kit (Applied Biosystems, Foster City, CA, Estados Unidos) seguindo as
instruções do fabricante .
28
O sobrenadante foi então submetido à eletroforese em polímero POP7® (Applied
Biosystems, Foster City, CA, Estados Unidos), utilizando sequenciador automático ABI-
PRISM modelo 3130xl® (Applied Biosystems, Foster City, CA, Estados Unidos). As amostras
foram traqueadas automaticamente utilizando software do Analisador Automático de DNA
ABI Prism modelo 3130xl. As sequências de nucleotídeos foram analisadas, com o programa
BlastN disponível no site do Basic Local Alignment Search Tool (BLAST), tendo como
resultado a obtenção do grau de similaridade entre as sequências.
2.6.2 Agentes parasitários
2.6.2.1 Deteção de Plasmodium spp. Os imprints coletados em papel filtro e FTA Card foram utilizados para o diagnóstico
de laboratório de Plasmodium spp.
2.6.2.2 Extração de ácido nucleico total do papel filtro
Utilizando uma pinça e tesoura previamente desinfetada com hipoclorito de sódio 2%
e DH20, um disco de 2mm de diâmetro foi removido e colocado no interior de um microtubo
de 1,5 ml. Em cada microtubo foi adicionado 1 ml de PBS com 0,5% de Saponina para ser
depois agitada várias vezes no vórtex e incubadas a 37ºC por uma hora e 30 minutos.
Cada microtubo foi centrifugado por 2 minutos a 10.000 g e o PBS foi retirado
deixando apenas o papel filtro. Imediatamente foram adicionados 1 ml de PBS autoclavado
em cada microtubo e se incuba a 4ºC por 30 minutos. Os microtubos foram centrifugados
outra vez por 2 minutos a 10.000 g, retirando o PBS e deixando apenas o papel filtro para
adicionar 200 μL do seguinte mix: 50 μL de PBS+Chelex 20%+150 μL de DH20 -
29
previamente aquecido a 100ºC. Os tubos foram agitados vigorosamente no vórtex durante 30
segundos e deixados a 100ºC durante 10 minutos, sendo agitados mais uma vez durante a
incubação e mais uma vez no final.
Posteriormente os microtubos foram centrifugados mais uma vez por 2 minutos a
10.000 g e o sobrenadante transferido para outro microtubo seco. Repete-se o passo de
adicionar 200 μL do mix, para logo agitar vigorosamente no vórtex durante 30 segundos e
deixar a 100ºC por 10 minutos agitando durante a incubação e no final e para finalizar
centrifugar por uma última vez por 2 minutos a 10.000 e transferir o sobrenadante para o novo
tubo evitando transferir o Chelex. Finalmente as amostras foram guardadas a -20ºC. Para a
reação do PCR foram utilizados 1 μL de cada microtubo (BERECZKY et al., 2005).
2.6.2.3 Extração do ácido nucleico total do FTA Card
A extração do ácido nucleico total dos FTA® cartões foi realizada utilizando-se o
protocolo do comerciante.
2.6.2.4 Reação em Cadeia de Polimerase aninhada - Nested-PCR
Para a reação de PCR foram utilizados 50 ul de cDNA diluídos em tampão de reação
20 mM tris-HCl, 50 mM de KCl, 2 mM MgCl2, 125 µM de cada dNTP, 250µM de cada
primer (rPLU1 e rPLU6R) (SNOUNOU et al., 1993) e 0,4 U de Taq DNA polimerase®
(Invitrogen Corporation, Carlsbad, CA, Estados Unidos). As amplificações foram realizadas
seguindo quatro fases: 1) preaquecimento a 95 ºC por 5 minutos, 2) desnaturação, a 95ºC por
1 minuto 3) aninhamento a 58ºC por 2 minutos 4) extensão a 72ºC por 2 minutos. As fases 2-
4 foram repetidas 25 vezes e a fase 4 é repetida por 5 minutos (SINGH et al., 1999).
Um microlitro do produto da primeira amplificação foi utilizado como DNA template
para cada um dos 25 mL da segunda amplificação aninhada. A concentração dos 2 primers
aninhados e outros constituintes foram idênticos à primeira amplificação aninhada. As
condições da segunda amplificação aninhada foram idênticas àquelas da primeira, exceto a
30
temperatura de aninhamento no passo 3, que foi de 64ºC para os primers gene-especificos
(rPLU3 e 4).
Os produtos de PCR da segunda amplificação foram analisados por eletroforese em
gel agarose a 1% tingido com 5 x 105 acido nucleico GelRed (Biotium, Hayward, CA, USA.
A visualização do gel foi realizada sobre transluminador de luz ultravioleta (UV), sendo os
resultados comparados aos controles positivos, negativos e aos marcadores de peso molecular
(500bp, Invitrogen Corporation, Carlsbad, CA, Estados Unidos), sendo a seguir
fotodocumentados (DOS SANTOS et al., 2009).
31
3 RESULTADOS
3.1 LOCAIS DE CAPTURA
O sucesso de captura foi obtido em nove locais urbanos: 1) UFAM, 2) SESI, 3) INPA,
5) Nova Cidade, 9) Francisca Mendes, 12) Parque Municipal Mindú, 14)Reserva Florestal
Adolfo Ducke, 15) Hotel Tropical, 16) SUFRAMA (Figura 3), e um ponto controle: 21)
Escola Agrícola Rainha dos Apóstolos, localizada na altura do km 24 da BR-174. Foi incluído
o fragmento florestal urbano do Reman devido ao fato de um sauim atropelado procedente
desse local ter sido usado no presente estudo.
3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS LOCAIS DE CAPTURA
A caracterização dos locais de amostragem foi baseada utilizando-se os indicadores de: área,
invasão, queimada, desmatamento, despejo de lixo, caça, exploração de frutos./mdeira,
abertura de estrada e circulação de pessoas (Quadro 2).
Quadro 2- Caracterização dos locais de captura baseada em indicadores de perturbação antropica
Local Área (ha)
Invasão
Queimada Desmatamento Despejo de
lixo
Caça Exploração de frutos /madeira
Abertura de
estrada
Circulação de
pessoas UFAM 636 x x x x x SESI 63 x x x x x x x INPA 14,7 x
Nova Cidade 7,2 x x x x x x Francisca Mendes
6,3 x x
Mindu 35,3 x x Ducke 47323,4 x x x x x Hotel
Tropical 41,6 x
SUFRAMA 19,2 Ponto
controle --
32
3.3 CAPTURA DOS SAUINS
Foram capturados um total de 55 indivíduos (24 fêmeas e 21 machos) pertencentes a
10 subpopulações das áreas amostradas, entre adultos, juvenis e filhotes. Adicionalmente,
foram incluídos dois animais que chegaram ao Centro de Triagem de Animais Silvestres
(CETAS) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) por motivo de atropelamento e apreensão, sendo amostrados então um total de 11
localidades.
3.4 COLETA DE AMOSTRAS
Um total de 392 amostras biológicas (85 swabs orais, 85 swabs retais, 66 de sangue,
52 lâminas de esfregaço, 52 lâminas de gota espessa, 30 imprints em papel filtro, 22 imprints
em papel filtro Whatman (FTA® classic card) procedentes de 48 indivíduos (21 fêmeas e 27
machos). Os filhotes com menos de duas semanas de vida não foram amostrados para reduzir
o estrese (Figura 3)
Figura 3 - Processo de captura e coleta de amostras em sauins de coleira
Fonte: Mónica Romero Solorio (2013)
33
3.5 RESULTADOS DAS ANÁLISES
Os resultados dos testes moleculares estão organizados na Tabela 1. Os resultados
indicaram que os sauins são sucetíveis a Rotavirus A (RVA) e Hantavirus. Das 11 localidades
amostradas na zona urbana de Manaus, 8 locais apresentaram indivíduos infectados com RVA
ou Hantavírus: 1) UFAM, 2) SESI, 3) INPA, 5) Nova Cidade, 9) Francisca Mendes, 12)
Parque Municipal Mindú, 14) Reserva Florestal Adolfo Ducke, 15) Hotel Tropical. Somente o
local do Parque Municial Mindú teve a presença de indivíduos infectados com os dois agentes
patogênicos. Não teve nenhum indivíduo positivo para Plasmodium spp. e as outras viroses
pesquisadas. Nenhum indivíduo procedente do 16) SUFRAMA, 17) Reman e do grupo
controle resultou infectado (Figura 4).
Os indivíduos infectados apresentaram uma prevalência de 18,75% (9/48) para
Rotavirus A, e de 9,3% (4/48) para Hantavirus. A sequência obtida dos quatro pools de
amostras que deram positivos a Hantavírus tiveram 91% a 100 % de identidade dos
nucleotídeos para Juquitiba (JUQ).
Foi testada a associação entre a presença de animais infectados em relação ao tamanho
da área do local de amostragem, e os resultados foram estatisticamente não significativos.
Porém, a proporção de animais infectados procedentes de locais com área menor era o dobro
quando comparado com os locais de maior área.
34
Figura 4 - Locais urbanos amostrados com presença de indivíduos infectados com rotavirus e
Hantavírus
Fonte: Gordo (2008), Romero (2014)
Resultados das Análises
Locais com hantavírus
Locais com rotavírus
Locais com hantavírus e rotavírusLocais sem infecção
1
2
3
59
12
14
15
16 17
35
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0 5
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0 5
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mod
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spp.
8
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36
4 DISCUSSÃO
Os rotavirus estão classificados em sete grupos (A-G), sendo o grupo A o responsável
por 90% das infecções gastroentéricas em humanos. A importância dos Rotavirus na saúde
pública se deve ao fato desta virose é considerada a causa mais comum de diarreia grave em
crianças pequenas em todo o mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde
(2008) cerca de 450 mil crianças < de 5 anos morrem anualmente por infecções por rotavirus
que poderiam ser prevenidas por vacinação, a grande maioria procede de países em vias de
desenvolvimento (WHO, 2014). No Brasil a notificação de casos de rotavirose não é
compulsória porém é considerado um importante agente de diarreia aguda em crianças
pequenas, constituindo a vacinação em crianças menores de 6 meses como uma medida de
controle (BRASIL, 2009).
Anticorpos contra o RVA têm sido detectados em diversas espécies de mamíferos,
incluindo primatas não humanos (PETRIC et al., 1981). Pesquisas anteriores realizadas em
primatas do Velho Mundo demonstraram a presença de anticorpos contra o RVA, indicando
que os primatas eram suscetíveis ao vírus (AWANG; YAP, 1990). Isto foi posteriormente
confirmado quando Jiang et al. (2004) detectaram anticorpos IgG para RVA em primatas
neotropicais (Cebus apella) e do Velho Mundo.
No Brasil, no estado do Paraná e Santa Catarina, foi pesquisada a presença de RVA
por técnicas moleculares em fezes obtidas de Callithrix spp., Callithrix penicillata,
Leontopithecus caissara, Alouatta guariba clamitans e Alouatta caraya de vida livre
procedentes de fragmentos florestais urbanos, porém nenhum animal foi diagnosticado
positivo (SOUZA et al., 2012).
Nenhum dos indivíduos amostrados apresentou sintomatologia compatível com
gastroenterite, as fezes tinham consistência normal, sem presença de fezes diarreicas, o que
poderia sugerir que a presença de RVA possa ser assintomática e não estar condicionada à
presença de diarreia. Wang et al. (2007), em um estudo prévio, observaram que o RVA esteve
presente em apenas 20% das fezes diarreicas coletadas de primatas.
A presença do RVA nos sauins de coleira poderia indicar que existiu a transmissão da
virose e que esta possivelmente teria sido influenciada pela interação entre os sauins de
37
coleira e os moradores que habitam na borda dos fragmentos, permitindo a circulação e a
exposição à virose entre os moradores e os sauins. Esta situação poderia representar tanto um
problema de saúde pública para as populações humanas como de a saúde animal para a
espécie.
Primatas de vida livre têm sido infectados naturalmente com o vírus de Influenza A;
estudos realizados em primatas utilizados em performances nas ruas e que habitam templos e
lugares com muita circulação de pessoas, apresentaram anticorpos ao vírus (JONES-ENGEL
et al., 2001; KARLSSON et al., 2012). Não se tem relatos da presença de influenza B em
primatas humanos.
Não se teve nenhum resultado positivo à presença de Vírus Sincicial Respiratório
Humano (HRSV) em sauins de coleira porém, em estudos prévios, a transmissão desta virose
de humanos a chimpanzés resultou em surtos de doença respiratória e mortalidade na Asia e
na Europa (KONDGEN et al., 2008). O Metapneumovírus (HMPV) tem sido associado ao
vírus HRSV na ocorrência de surtos envolvendo doenças respiratórias em chimpanzés
(CLARKE et al., 1994; KÖNDGEN et al., 2008). Entretanto, não se tem relatos da presença
do HMPV em primatas neotropicais.
No presente estudo não se detectou nenhum indivíduo positivo para Parainfluenza
1,2,3 e 4. Anticorpos contra Parainfluenza 1, 2 e 3 foram detectados na espécie Macaca
tonkeana na Ásia. Parainfluenza 1 foi diagnosticada tanto nos primatas utilizados como
animais de estimação, quanto nos de vida livre, e Parainfluenza 2 e 3 foram diagnosticadas
apenas nos animais de vida livre. Todos os animais, incluindo os de vida livre, tiveram um
contato próximo com populações humanas (JONES-ENGEL et al., 2001).
A presença de Adenovírus foi reportada tanto em primatas neotropicais como do
Velho Mundo (KIM et al., 1967; SHROYER et al., 1979; MWENDA et al., 2005; ROY et al.,
2009). O presente estudo não detectou a sua presença em nenhum dos animais amostrados
porém, Hall et al. (2012) encontraram uma nova cepa de Adenovírus em Saguinus oedipus e,
um ano antes, Wevers et al. (2011) diagnosticou Adenovírus em Saguinus labiatus. Isto
poderia indicar que possivelmente os sauins de coleira poderiam ter susceptibilidade ao vírus
pela similaridade taxonômica (WOOLHOUSE, 2012).
Nenhum dos indivíduos foi diagnosticado como positivo à presença de Alphavirus.
Entre os Alphavirus de importância para o presente estudo destacam-se o vírus do
Chikungunya (CHIKV) e o vírus do Mayaro (MAYV), devido a que os primatas atuam na
38
manutenção destes em seu ciclo silvestre. O MAYV é importante para o presente estudo
porque é um arbovirus de relevância na saúde pública devido à crescente incidência de casos
humanos na região amazônica por conta de alterações no meio ambiente (VASCONCELOS
et al., 2001). Da mesma forma, o CHIKV é responsável por uma virose emergente, originada
na África nos anos 50 e que teve um incremento de seu incidência nos últimos anos no
território africano e que chegou nas Américas nos últimos anos.
No Brasil, até o 18 de outubro de 2014, foram reportados 1750 casos suspeitos de
febre Chikungunya, dos quais 682 (39%) foram confirmados (BRASIL, 2014). O MAYV foi
detectado na cidade de Manaus nos anos 2007-2008 como parte de um programa de vigilância
em doenças febris agudas (MOURÃO et al., 2012).
Apesar de não ter indivíduos positivos à presença de Alphavirus, o sauim de coleira é
uma espécie que possui uma grande susceptibilidade por três motivos: 1) a convivência com
os vectores das famílias culicídeos; 2) o grande aporte de turistas provenientes de várias
partes do mundo na cidade de Manaus; 3) as contínuas alterações do meio ambiente que
facilitam a transmissão dessas arboviroses. Além disso, em um estudo desenvolvido na
Guiana Francesa, foi diagnosticada a seroprevalência de MAYV em Saguinus midas,
calitriquídeo do mesmo gênero (DE THOISY et al., 2003), o que poderia indicar a possível
suscetibilidade da espécie a essa virose.
Não se teve nenhum indivíduo positivo para Enterovirus. Os Enterovirus são vírus
comuns nas populações humanas. Em um estudo desenvolvido na África em primatas de vida
livre e cativeiro, foi descoberto que vários dos Enterovirus que afetam os humanos estavam
presentes nos primatas, evidenciando que o contato próximo entre humanos e primatas
facilitaria a transmissão interespécie; também foram detectadas novas espécies do vírus
(SADEUH-MBA et al., 2014). A presença de Enterovirus em primatas com sintomas de
diarreia foi previamente reportado (WANG et al., 2007).
O gênero Flavivírus compreende diversas espécies de vírus, sendo o da Dengue e o da
Febre Amarela (FA) de especial atenção nos primatas devido a seu papel na manutenção
destes. No entanto, é desconhecido o papel que os primatas podem ter na manutenção dos
outros virus que compõem o gênero dos Flavivírus (CONTIGIANI et al., 2000).O virus
amarílico é um arbovírus que tem reemergido na África e América do Sul nas duas últimas
décadas. No Brasil, o ciclo urbano de FA não tem sido reportado desde 1942 (MONATH,
1997; BRYAN; BARRET, 2003).
39
Entre os primatas neotropicais o gênero Alouatta tem apresentado suscetibilidade ao
virus da FA cursando com mortalidade. Um surto recente, nos anos 2008-2009 no Rio Grande
do Sul, causou a morte de 2013 primatas da espécie Alouatta caraya e A. guariba clamitans.
Pesquisas revelaram que de 297 animais amostrados, 68% foram positivos ao diagnótico de
vírus amarílico (ALMEIDA et al., 2012). Sapajus spp., incluindo S. Libidinosus, são outras
espécies que apresentaram suscetibilidade para os Flavivirus (BATISTA et al., 2013;
LAROQUE et al., 2014). Porém, não se têm registros da presença de Flavivirus em saguis do
gênero Saguinus.
O vírus da Dengue possui o mesmo vetor que o da FA: Aedes aegypti. O estado do
Amazonas foi reinvadido pelo A. aegypti em 1996 (FIGUEIREDO et al., 2004) e os casos
registrados no período de 1998-2013 totalizam 153.102 (BRASIL, 2014). A cidade de
Manaus apresentou uma redução nos casos de dengue de 89.8% em 2014, em relação ao ano
de 2013 (SEMSA, 2014). O fato de não ter nenhum sauim infectado pode estar em
concordância com a ausência de primatas neotropicais que atuem como reservatórios do vírus
(VASILAKIS et al., 2011).
Os resultados evidenciam que os sauins de coleira são suscetíveis à infecção por
Hantavírus e que existiu a circulação deste em quatro subpopulações da espécie localizadas na
área urbana de Manaus. Nas Américas este vírus é responsável pela Síndrome
Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH). A transmissão ocorre por meio de secreções (urina,
fezes e saliva) de roedores infectados. No Brasil o Hantavírus foi diagnosticado pela primeira
vez em 1993 e, até o momento, foram identificadas oito variantes em roedores silvestres:
Araraquara (ARAV), Juquitiba (JUQV), Castelo dos Sonhos (CASV), Anajatuba (ANAJV),
Laguna Negra (LNV), Rio Mearim, Rio Mamoré e Jabora. Destas variantes as cinco primeiras
causam infecção no ser humano.
Os roedores silvestres são os reservatórios conhecidos do vírus e informações
referentes à sua incidência em outras espécies são escassas. Nas Américas os roedores
silvestres da subfamília Sigmodontinae são os implicados como reservatórios. No Brasil, o
Necromys lasiurus, Oligoryzomys nigripes e Akodon sp são considerados os reservatórios do
vírus (SUZUKI et al., 2004). Mas um estudo feito em região de Mata Atlântica conseguiu
isolar o vírus em três espécies de marsupiais: Monodelphis ihering, Micoreus paraguayanus e
Didelphis aurita (ARAUJO et al., 2012). Na região do Amazonas, a Secretaría de Vigilância
em Saúde do Ministério da Saúde, desenvolveu um estudo de campo epidemiológico no
município de Itacoatiara, localizado a 80 km do município de Manaus, coletando roedores
40
silvestres após um surto de hantavirose, e detectou presença de anticorpos IgG em quatro
Oligoryzomys microtis (DOS SANTOS et al., 2006).
No estado do Amazonas foram reportados, desde o período de 1993-2013, um total de
seis casos de SCPH, dos quais dois indivíduos vieram a óbito (BRASIL, 2014). A primeira
evidência de circulação de Hantavírus no estado do Amazonas foi no ano de 1991 quando,
Vasconcelos et al. (1991) utilizando antígenos do vírus Seoul, detectaram a presença de
anticorpos em pacientes que tinham falecido por febre hemorrágica no município de Manaus.
O segundo caso foi no ano de 2004, no município de Itacoatiara, com detecção de sorologia
positiva em três pessoas. Posteriormente, foi desenvolvida uma amostragem piloto em 1731
participantes em diversos municípios do estado, sendo detectada sorologia positiva em 10
indivíduos (DOS SANTOS MC et al., 2006; GIMAQUE et al., 2012).
Os Hantavírus caracterizam-se por serem vírus espécie-específicos, onde cada espécie
de roedor está associada a uma determinada cepa do vírus (SUZUKI ET AL., 2004). No
entanto, tem sido demonstrado que sob determinadas circunstâncias pode ocorrer transmissão
interespécie (JONSSON ET AL., 2010). Estudos prévios mostram a presença de Hantavírus
em outras espécies como morcegos, gatos, cães domésticos, raposa-vermelha e artiodáctilos
(XU et al., 1987; KIM et al., 1994, NOWOTNY, 1994; MALECKI et al., 1998;
ESCUTENAIRE et al., 2000B; AHLM et al., 2000; LEIGHTON et al., 2001; DOBLY et al.,
2012;; DE ARAUJO et al., 2012).
A presença de infecção natural em primatas em cativeiro foi diagnosticada pela
primeira vez na Alemanha, onde foram detectados anticorpos contra o vírus para as variantes
Pumala (PUUV) e Tula (TULV) (MERTENS et al., 2011). Um caso de possível infeção com
hantavírus em um orangotango em cativeiro em Borneo relatou a presença de anticorpos
contra o vírus (CHEN et al., 2011). Não existem relatos da presença de Hantavírus em
primatas neotropicais de vida livre.
Os quatro sauins de coleira positivos procedem de quatro subpopulações de quatro
distintos locais: SESI, INPA, Parque do Mindu e Nova Cidade. Todas estas áreas estão
localizadas em bairros populosos e apresentam um histórico de perturbação antrópica alto,
com presença de desmatamento, fragmentação, invasões, abertura de estradas e despejo de
lixo. Em um experimento desenvolvido no Panamá, foi avaliado como o efeito da perda de
diversidade de pequenos mamíferos, associada à fragmentação do habitat, modificava a
dinâmica da infeção de hantavirose, sugerindo que locais com maior diversidade reduziam a
41
taxa de contato entre hospedeiros infectados e suscetíveis (SUZAN et al., 2008).
Possivelmente, no presente estudo, os reservatórios do Hantavírus ocupam o mesmo
local que os sauins de coleira porém, a mudança da paisagem e as ações antrópicas nos locais,
podem ter influenciado na modificação do comportamento dos reservatórios do vírus e dos
sauins de coleira, favorecendo a sobreposição de áreas de vida e compartilhamento de nicho e
recursos (Figura 5). Desta forma os sauins podem ter entrado em contato com os
reservatórios, ficando expostos ao vírus e facilitando/permitindo a transmissão interespécie
(PATZ et al., 2004; JONSSON et al., 2010; DASZAK; MURRAY., 2013).
Figura 5 - Plataforma utilizada para cevar os sauins de coleira também era frequentada pelos marsupiais pelo alimento
Fonte: Gordo e Romero (2012)
A variante de Hantavírus encontrada nos sauins guarda similaridade com a variante
JUQV. Esta tem sido identificada em Oligoryzomys nigripes e humanos na região da Mata
Atlântica (SUZUKI et al., 2004; JONSSON et al., 2011). Sendo os primatas próximos
filogeneticamente dos humanos, seria interessante entender a dinâmica evolutiva do JUQV
para poder determinar como essa variante chegou a ser encontrada nos sauins de coleira na
região amazônica.
Durante a amostragem, nenhum dos animais evidenciou sintomatologia compatível
com hantavirose; todos os animais encontravam-se em aparente bom estado de saúde. Em
monitoramentos posteriores, nada anormal foi observado: os grupos se mantiveram nos locais
e com bom estado reprodutivo. A ausência de sintomatologia associada à presença de
42
hantavirose foi também observada nos primatas soropositivos da Alemanha (MERTENS et
al., 2011).
O presente resultado evidencia que primatas neotropicais poderiam ser também
suscetíveis ao vírus, mais ainda estão sofrendo algum tipo de perturbação antrópica. Pesquisas
mais aprofundadas poderiam confirmar se essas espécies podem atuar como reservatórios do
vírus. Por enquanto, o presente estudo só pode afirmar que a espécie teve contato com este.
Coronavírus não foi detectado nos sauins de coleira amostrados Esta virose foi
diagnosticada por Wang et al. (2007) em primatas de cativeiro do Velho Mundo, não havendo
relatos da presença deste vírus em primatas neotropicais.
Os resultados revelaram que não foi detectada a presença de Plasmodium spp. nos
sauins amostrados do presente estudo. A detecção de P. brasilianum e P. simium em primatas,
e a similaridade dessas espécies com P. malariae e P. vivax, respectivamente implicadas na
infecção de malária nos humanos, têm motivado o desenvolvimento de pesquisas com
primatas pelo fato de serem considerados potenciais reservatórios (FAUNDER et al., 2000;
DUARTE et al., 2008; TAZI; AYALA, 2011).
No Brasil, pesquisas da infecção natural por Plasmodium spp. em regiões de Mata
Atlântica, Cerrado e Amazônia, têm demonstrado a presença do agente em diversas espécies,
sendo mais afetados Callicebus, Alouatta e Phitecia. Deve-se salientar que a maioria dos
primatas infectados naturalmente por Plasmodium nesses estudos estiveram sujeitos à pressão
antrópica. (FERREIRA NETO; DEANE; DE ALMEIDA, 1972; DEANE; FERREIRA
NETO, 1973; DE ARRUDA, 1985; DUARTE et al., 2008; BUENO et al., 2013). Em Manaus
a reintrodução da malária ocorreu em 1998, após 13 anos sem registro de autoctonia. Desde
então, sua incidência tem aumentado progressivamente; este aumento estaria associado à
expansão urbana e à falta de planejamento na urbanização da cidade (GONÇALVES;
ALECRIM, 2004; SARAIVA et al., 2009).
A modificação do meio ambiente por efeito antrópico favorece a proliferação do
Anopheles darlingi, principal vetor de malária no Brasil, uma vez que este tem preferência por
locais situados próximos de áreas de desmatamento, ou seja, locais limítrofes entre o
ecossistema original e o modificado (DEANE; CAUSEY; DEANE, 1948). A ausência de
espécies de Plasmodium spp. nos sauins de coleira do presente estudo indica que os sauins
amostrados não tiveram contato com a parasita.
43
Segundo o Código Ambiental Municipal de Manaus, os fragmentos florestais urbanos
são espaços territorialmente protegidos, sendo que quando esses espaços albergam espécies
em extinção, como o sauim de coleira, passam a ser Áreas de Preservação Permanente (APP),
e atividades como caça, desmatamento, invasão e queimadas são consideradas infrações
gravíssimas (Lei Municipal Ordinária nº 605/2011 de Manaus). Na caracterização dos locais
de amostragem, foi evidente que a maioria dos fragmentos florestais urbanos sofreu algumas
ou todas as atividades antrópicas mencionadas anteriormente.
Os primatas são evolutivamente as espécies mais próximas aos humanos e sua
fisiologia, sistema imune e resposta clínica a infeções são similares. Em vida livre, a
aproximação entre populações de primatas e humanos tem facilitado o compartilhamento de
diversos agentes infecciosos. Os seres humanos são suscetíveis à exposição de diversos
agentes como Herpesvírus B e diversos Retrovírus simianos (CHAPMAN et al., 2005),
enquanto os primatas são suscetíveis ao vírus da rubéola, influenza, Adenovírus e outros vírus
respiratórios (ENGEL ET AL., 2001; KARLSSON et al., 2012).
Esta situação se agrava quando a paisagem é alterada por efeitos antrópicos,
facilitando o surgimento de novas epidemias e doenças reemergentes e favorecendo a
transmissão interespécie de diversos agentes patogênicos (WEISS; MCMICHAEL, 2004;
PATZ et al., 2009; DASZAK; MURRAY, 2013; GORTAZAR et al., 2014).
44
5 CONCLUSÕES
Os resultados obtidos apontaram que os sauins de coleira são suscetíveis a Rotavirus
do grupo A e Hantavirus. Os animais positivos procederam de fragmentos florestais urbanos
caracterizados pelo constante impacto antrópico. A sobreposição de áreas de vida e o
compartilhamento de nicho e recursos poderiam ter facilitado a transmissão dos agentes
infecciosos.
É necessária a continuidade de estudos mais aprofundados utilizando os sauins de
coleira como espécies sentinela para poder elucidar a dinâmica da transmissão de agentes
infecciosos e avaliar o efeito da fragmentação nesta transmissão.
A cidade de Manaus precisa exercer um adequado planejamento urbano no sentido de
preservar os fragmentos florestais urbanos e evitar o impacto antrópico nestes locais. Isto,
além de conservar a qualidade dos fragmentos para as espécies silvestres que os ocupam,
poderia reduzir a prevalência de patógenos e limitar o risco de exposição humana.
45
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