mobiliario egipcio

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CAROLINA MOREIRA DA SILVA História DO MOBILIÁRIO Egípcio SENAC – CENTRO POLITÉCNICO - RIACHUELO

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Page 1: Mobiliario Egipcio

CAROLINA MOREIRA DA SILVA

História DO MOBILIÁRIO

Egípcio

SENAC – CENTRO POLITÉCNICO - RIACHUELOHISTÓRIA DO DESIGN - PROF. GUSTAVO - NOITE – GRUPO 17

Page 2: Mobiliario Egipcio

Introdução

Os móveis existem pelo menos desde o período neolítico (7000 a.C.). A transição do homem de nômade para sedentário colaborou para o seu desenvolvimento social, político, artístico e histórico. Esta condição foi de suma importância para a evolução do mobiliário.

A primeira sociedade a utilizar móveis de forma técnica, da qual temos conhecimento, foi o Egito. A tradição de preservar os mortos e seus pertences em tumbas possibilitou a descoberta de vários itens da cultura egípcia, como: escrita, pinturas, cerâmicas, esculturas, vestuário e também mobiliário.

O mobiliário egípcio pouco mudou em mais de três mil anos. Em geral era de cores vivas e com uso de diversos materiais. Boa parte do mobiliário que usamos hoje já existia na sociedade do Egito. Isto inclui bancos, cadeiras, camas, mesas, arcas, divãs, dosséis. Além destes, destacam-se também os apoios para cabeça e tronos magníficos.

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CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIAL

A sociedade egípcia era estruturada de forma definida, onde o faraó era a autoridade máxima. Esta civilização, uma das primeiras e grandes da história, teve destaque de 3200 AC a 32 AC. A arte era usada para atestar a grandiosidade e a importância  do poder político e religioso do Faraó, era também muito limitada, ou seja, padronizada, pois ela estava ligada à religião e servia de veículo para a difusão dos preceitos e das crenças.

A religião egípcia baseava-se no politeísmo, com deuses em forma de animais (zoomorfismo) ou um misto de homem e animal (antropozoomorfismo). Geralmente, os animais de uma determinada região eram seus protetores: falcões, hipopótamos, crocodilos, leões, chacais protegiam, desde o período pré-dinástico, os diversos nomos. Pode-se notar esta influencia nas pernas dos móveis, geralmente remetendo a patas de animais.

A maioria das peças de mobiliário egípcio foram encontrados em túmulos, onde foram colocados para que pudessem continuar a ser utilizados por seus proprietários na vida após a morte. Considerando a quantidade de móveis que deve ter sido enterrado ao longo da história egípcia, pouco sobreviveu. Muitas peças foram destruídas por ladrões ou comido por cupins. Boa parte do que temos acesso hoje foi encontrada em tumbas como a da Rainha Hetepheres e a do jovem faraó Tutankhamon.

No Egito antigo o mobiliário era geralmente confeccionado com madeira dos bosques locais, principalmente com as árvores de figo, acácia e tamarisco. Já as madeiras de cedro, cipreste e junípero eram importadas da Síria. Também utilizavam madeira negra, importada do sul, ocasionalmente metais preciosos, marfim ou outros materiais de luxo. Papirus e outras fibras eram utilizadas nos assentos, e as forragens eram de algodão e linho.

A TÉCNICA EGÍPCIA

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Os egípcios tinham um ótimo conhecimento de anatomia e, por isso, produziam peças que eram confortáveis. O mobiliário não era apenas bonito, ele era também funcional. Como exímios marceneiros, já conheciam sistemas de encaixes para madeira - usavam cavilhas e tinham habilidade na construção e no acabamento de móveis - o que se demonstra nas pernas curvas do mobiliário, muitas vezes cruzadas, e nos sistemas de encaixes precisos - eles tinham um conhecimento muito grande das matérias primas e usaram diversos tipos de madeira no mobiliário: acácia, cedro, ébano, dentre outros.

A decoração era feita com pedras preciosas, ouro, prata, ébano, marfim, vidro e cerâmica. Em termos de mobiliário, viviam com luxo e conforto, e já empregavam fundos entrelaçados de linho ou corda nas peças. O couro tingido ou curtido também era frequentemente utilizado, assim como as peles de pantera. Trabalhos em marchetaria também eram frequentes. Os desenhos não eram simples, ao contrário, eram muito elaborados, representando cenas cotidianas, objetos de uso, a famosa flor de lótus, animais e outros temas comuns na época.

CASAS E CELEIRO MODELO

Casas modelo foram incluídas em túmulos egípcios para proporcionar um lar para o espírito do falecido no caso de o corpo foi destruído. Eles também são muito interessantes do ponto de vista arqueológico pois permitem uma melhor interpretação das habitações egípcias, tendo em vista que os restos de casas, nas poucas cidades que foram encontrados e escavados, são geralmente preservada a uma altura de muito menos do que um andar, muitas vezes apenas alguns cursos de tijolos ou apenas as fundações permanecem. Modelos de casas dão muitos detalhes que não podem ser vistos nos restos físicos ou em relevos do túmulo.

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No primeiro exemplo (1300 aC)podemos notar que as janelas e a porta são definidos nas paredes curtas da estrutura, tanto com pesadas vigas de madeira. Estes permitem tanto em ar e à luz. As janelas colocadas no alto impedem visitantes indesejáveis, tais como cobras e escorpiões. No segundo modelo (600 aC), a porta imita a entrada de um templo, com uma cornija moldada acima dele, pintadas com faixas vermelhas e pretas. No topo da casa é um pátio cercado por muros baixos, uma característica que pode ser visto nas modernas casas egípcias. A copa teria protegido a família do sol enquanto que realizaram as tarefas domésticas.

Modelo um celeiro de madeira pintadaDe Aswan, EgitoDynasty 6, por volta de 2200 aC

Um modelo de um celeiro como este, muitas vezes cheios de grãos reais, pode ser colocada no túmulo para fornecer uma fonte perpétua de grãos para os mortos. O celeiro é uma estrutura de porta única. Tem um pátio e, ao longo da parede do fundo, a área de armazenamento principal, composta de caixas com

portinholas móveis. Cada um foi destinado a conter um tipo diferente de grãos, os nomes dos quais estão inscritos na tinta acima das escotilhas. Caixas adicionais estão localizados no lado oposto, ao lado da porta. Uma escada leva a um nível superior e uma figura de um servo.

O MOBILIÁRIO Egípcio

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Podemos dividir a mobília egípcia em duas categorias: Cerimoniais - tronos e cadeiras – e Utilitários - camas, bancos e apoios para cabeça.

Mobiliário cerimonialista

Os tronos e cadeiras cerimoniais eram revestidos de ouro e prata, enquanto a mobília utilitária possuía poucas decorações e os modelos mais simples permaneciam com a coloração natural da madeira. Possuíam figuras em alto relevo, geralmente destacando o faraó e suas ações.

1. Trono de Tutankamon XVIII Dinastia

A mais suntuosa cadeira das seis cadeiras encontradas no túmulo do rei Tutankhamon, no Vale dos Reis em Luxor. Foi achada na sala conhecida como a antecâmara do túmulo do rei. É de madeira revestida de lâminas de ouro, e ornamentada com pedras preciosas e semipreciosas juntamente com pedaços de vidro policromados. Remonta aos primeiros anos de seu reinado, traz no espaldar uma vigorosa cena, ainda claramente permeada de influência artística amarniana. Minuciosas marchetarias de massa vítrea colorida, pedras duras e prata compõem as duas figuras centrais, assim como os detalhes e o falcão no espaldar.

2. Outras cadeiras

Mobiliário Utilitário

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Na cultura egípcia, tanto as cadeiras quanto as mesas eram muito baixas, próximas do chão.

As cadeiras eram raras e parecem ter sido um sinal de status elevado. Aparentavam riqueza e elegância e simbolizavam o status de quem as usava. Eram feitas de ébano, muitas vezes com patas de leão ou touro e decoradas com pintura ou incrustações de madeira, marfim, pedras semipreciosas e ouro.

As mesas eram muito pequenas e delicadas, planejadas apenas como suporte de objetos de luz. Construídas em formato de caixa com os pés mais longos e em quantidade de três ou quatro. A mesa acima - de três pés - não era muito comum no Egito até os tempos dos gregos, embora alguns são mostradas em pinturas de túmulos do Novo Reino (1550-1070 aC). A parte superior deste quadro é feita a partir de três pedaços de madeira, mantidos juntos por cavilhas, e cada perna é cuidadosamente moldada a partir de um pedaço de madeira. No topo está uma representação da deusa Renenutet cobra na frente de um monte de ofertas, juntamente com uma oração oferta, talvez em nome de uma pessoa chamada Paperpa.

O banco é o item mais comum de móveis, geralmente com um assento escavado. A natureza de elaborar este banco sugere que ele foi feita para um funcionário elite. As pernas cilíndricas estão gravados e embutidos com pequenos pedaços de marfim em pétala de lótus e formas de gota. A parte central do assento desapareceu, mas é evidente a partir de vestígios de que consistia de um pedaço de couro que foi colada sobre a armação.

Bancos muito mais simples foram encontrados próximo da vila dos operários de Deir el-Medina e provavelmente foram utilizadas por artesãos para se sentar enquanto eles trabalhavam (vide figuras).

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NOTAS

*1) O uso de pés de pata no mobiliário será visto posteriormente no Estilo Luis XV.*2) Este estilo ainda é visto em alguns móveis no Oriente Médio moderno.

MóvEis de Dormitório

De Tebas, Egito19 ª dinastia, por volta de 1250 aC

As camas estavam freqüentemente incluídas nas tumbas, muitas vezes com o caixão colocado em cima dela. Eram feitas geralmente de madeira, com os pés em forma de patas de animais. Um aclive em uma das extremidades da cama era visto onde ficaria a cabeça. Encostos de cabeça foram usados em vez de almofadas,

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talvez por serem mais confortáveis em clima quente. As camas eram aproximadamente 30 cm mais elevadas que as dos nossos dias. Manta e couro foram usados para estofa-las, o que provavelmente teria sido bastante confortável. Alguns dos rectângulos de linho grosseiramente tecidas encontrado entre mobiliário túmulo pode ter sido usado como mantas. Lã não era usada para fazer tecidos pois era considerada ritualmente impura.

Usavam-se também nos dosséis cortinas finas como mosquiteiros, cortinas grossas para proteção de correntes de ar e para a privacidade. Os dosséis eram decorados com ouro baço, interiormente com folha de ouro martelada e gravada com hieróglifos que indicavam os títulos do marido, no caso das rainhas.

Encostos de cabeça

Encostos de cabeça egípcios eram a mesma forma básica ao longo da sua longa história. Eles foram muitas vezes feitas de madeira, mas também poderia ser feito de pedra. No entanto, é provável que a maioria dos apoios de cabeça de pedra foram feitas exclusivamente para utilização na Vida após a Morte e não foram destinados para o uso diário. Neste contexto foram supostamente para proteger a cabeça de

ser separada do corpo após a morte - uma grande ameaça real, como tumbas de ladrões, muitas vezes destruíram a múmia em sua procura de amuletos e jóias.

Arcas

As arcas por sua vez eram usadas para guardar peças de vestuário, cabeleiras, objetos de toalete, e também para uso geral - eram decoradas com pinturas e embutidos e faziam suportes para vasos de pernas elegantemente curvadas e afastadas.

Curiosidades

O filme Cleópatra, estrelado pelos atores Liz Taylor e o Richard Burton é uma boa referência para quem quer conhecer um pouco mais do egípcio. O filme ganhou o Oscar de melhor direção de arte e o cenário retrata bem o design da época.

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REFERÊNCIAS

1. Site do Museu Britânico - www.britishmuseum.org

2. Site Cores da Casa - www.coresdacasa.com.br

3. Blog História do Mobiliário - http://historiadomobiliario.blogspot.com

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