modernismo (2 a fase): poesia

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MODERNISMO (2 a FASE): POESIA O que você deve saber sobre Muitas experimentações feitas na fase heroica do Modernismo brasileiro (1 a fase, 1922-1930) foram retomadas e outras foram propostas pelos poetas da 2 a fase. Esses artistas também usaram formas tradicionais fixas, como o soneto, em suas produções. Nessa fase de amadurecimento literário, os poetas se voltaram para a análise social, a religiosidade, as reflexões filosóficas e existencialistas, o sensualismo e a metalinguagem.

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Page 1: MODERNISMO (2 a  FASE): POESIA

MODERNISMO (2a FASE): POESIAMODERNISMO (2a FASE): POESIA

O que você deve saber sobre

Muitas experimentações feitas na fase heroica do Modernismo brasileiro (1a fase, 1922-1930) foram retomadas e outras foram propostas pelos poetas da 2a fase. Esses artistas também usaram formas tradicionais fixas, como o soneto, em suas produções. Nessa fase de amadurecimento literário, os poetas se voltaram para a análise social, a religiosidade, as reflexões filosóficas eexistencialistas, o sensualismo e a metalinguagem.

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Fatos históricos ligados ao contexto do Modernismo (2a fase)

MODERNISMO (2a FASE): POESIA

Crise de 1929

Deposição de Washington Luís, em 1930

Avanço dos regimes fascista e nazista

Revolução Constitucionalista

Estado Novo

ANL proibida em 1935

Prisão de Prestes e outros líderes da oposição

Fechamento do Congresso Nacional, em 1937

Segunda Guerra Mundial (1939-1945)

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Poetas da 2a fase

A 2a fase modernista caracterizou-se pela consolidação das ideias da 1a fase e pela reflexão sobre o mundo.

Carlos Drummond de Andrade

Vinicius de Moraes

Cecília Meireles

Murilo Mendes

Jorge de Lima

Henriqueta Lisboa

Mário Quintana

Dante Milano

Augusto Frederico Schmidt

Emílio Moura

Joaquim Cardozo

Dantas Mota

Guilhermino César

Mário de Andrade e Manuel Bandeira continuaram sua produção nesse período.

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Vinicius de Moraes (1913-1980)

Poeta, cronista, crítico de cinema e compositor

No aspecto temático, passou da tradição católica para a oposição matéria e espírito e do sensualismo para o erotismo.

Em sua poesia, estão presentes a valorização do momento (a linguagem simples e em sonetos clássicos), o engajamento político e a crítica à guerra.

Parte da crítica o considera, depois de Manuel Bandeira, o poeta brasileiro mais erótico.

Vinicius de Moraes, em 1962

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Vinicius de Moraes (1913-1980)

De suas obras, destacam-se: Forma e exegese (1935), Cinco elegias (1943), Orfeu da Conceição (1956), Para viver um grande amor (1962) e História natural de Pablo Neruda (1974).

Cartaz do filme baseado em obra de Vinicius de Moraes

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Cecília Meireles (1901-1964)

Cecília Meireles foi educadora, poeta, cronista, ensaísta, tradutora e dramaturga.

Na literatura, estreou aos 18 anos com Espectros (1919), mas foi em Viagem (1939) que sua marca simbolista foi impressa.

Sua poética foi marcada pela tradição luso-brasileira, por um lirismo melancólico e por temas como a fugacidade do tempo, precariedade dos seres, solidão, brevidade da vida e religiosidade.

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Cecília Meireles (1901-1964)

Em Romanceiro da Inconfidência (1953), Cecília abordou o cunho social da Inconfidência Mineira num conjunto de romances.

Na obra, Cecília reflete sobre fatos, personagens históricos, tirania, arbitrariedade e traições humanas.

Cecília Meireles, em 1964

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Murilo Mendes (1901-1975)

Murilo Mendes foi poeta, prosador e crítico de arte.

Escreveu para as publicações modernistas Revista de Antropofagia e Verde.

Da primeira fase modernista, manteve o espírito satírico e a ironia.

Sua produção focou o ser e o social, a ousadia linguística, transitando por uma temática religiosa, especialmente em Tempo e eternidade (1935).

Murilo Mendes, em 1971

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Jorge de Lima (1895-1953)

Jorge de Lima foi poeta, fotógrafo, pintor, ensaísta e historiador.

Sua fase inicial foi marcada pela influência parnasiana. Explorou temas surrealistas, religiosos, sociais e filosóficos.

Em XIV alexandrinos (1914), vemos sua característica parnasiana.

Em Poemas negros (1937), tematiza o folclore e a figura sociocultural do negro.

Em Tempo e eternidade, escrito com Murilo Mendes, a temática é religiosa.

Em Invenção de Orfeu (1952), uma colagem estruturada em dez cantos, a temática é a vida, a arte e o homem.

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(Unesp) Leia o texto seguinte e responda à questão 2.

O grande desastre aéreo de ontem

Para Portinari

Vejo sangue no ar, vejo o piloto que levava uma flor para a noiva, abraçado com a hélice. E o violinista em que a morte acentuou a palidez, despenhar-se com sua cabeleira negra e seu estradivárius. Há mãos e pernas de dançarinas arremessadas na explosão. Corpos irreconhecíveis identificados pelo Grande Reconhecedor. Vejo sangue no ar, vejo chuva de sangue caindo nas nuvens batizadas pelo sangue dos poetas mártires. Vejo a nadadora belíssima, no seu último salto de banhista, mais rápida porque vem sem vida. Vejo três meninas caindo rápidas, enfunadas, como se dançassem ainda. E vejo a louca abraçada ao ramalhete de rosas que ela pensou ser o paraquedas, e a prima-dona com a longa cauda de lantejoulas riscando o céu como um cometa. E o sino que ia para uma capela do oeste, vir dobrando finados pelos pobres mortos. Presumo que a moça adormecida na cabine ainda vem dormindo, tão tranquila e cega! Ó amigos, o paralítico vem com extrema rapidez, vem como uma estrela cadente, vem com as pernas do vento. Chove sangue sobre as nuvens de Deus. E há poetas míopes que pensam que é o arrebol.

LIMA, Jorge de. A túnica inconsútil, 1938.

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RESPOSTA:“Grande Reconhecedor”, “batizadas”, “mártires”, “sino”, “capela”, “finados” e “Deus” são expressões que ilustram a fase religiosa do autor.

Jorge de Lima, conhecido por seu poema “Essa negra Fulô” (1928) e pela obra Invenção de Orfeu (1952), tem sua produção caracterizada por uma fase religiosa, de que é exemplo, além do último livro citado, a obra A túnica inconsútil. Levando em conta essa explicação, transcreva quatro expressões do texto que ilustram essa fase religiosa do escritor modernista.

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(PUC-RS, adaptado) Leia o texto que segue, de Cecília Meireles.

Lua adversa

1 Tenho fases, como a lua2 Fases de andar escondida,3 fases de vir para a rua...4 Perdição da minha vida!5 Perdição da vida minha!6 Tenho fases de ser tua,7 tenho outras de ser sozinha.

8 Fases que vão e que vêm,9 no secreto calendário10 que um astrólogo arbitrário11 inventou para meu uso.12 E roda a melancolia13 seu interminável fuso!

14 Não me encontro com ninguém15 (tenho fases, como a lua...)16 No dia de alguém ser meu17 não é dia de eu ser sua...18 E, quando chega esse dia,19 o outro desapareceu...

Sobre o poema, é correto afirmar:

I. A comparação das fases da lua às fases da vida transmite a ideia de mudança, relacionada a um dos elementos que marcam a passagem do tempo, ou seja, a lua.II. O ritmo e o léxico do poema reforçam a ideia de circularidade do tempo.III. Os adjetivos “secreto” (verso 9) e “arbitrário” (verso 10), relacionados, respectivamente, a “calendário”(verso 9) e “astrólogo” (verso 10), esclarecem a origem das mudanças.IV. A última estrofe (versos 14 a 19) abandona o tema relativo ao movimento cíclico da vida sugerido no início do poema, para centrar-se na questão do amor.V. O uso das reticências no verso 3 sugere o processo contínuo de alternância de estados emocionais do sujeito.

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RESPOSTA: D

Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas apenas:

a) I, II e III.b) III, IV e V.c) II, III e IV.d) I, II e V.e) I, II, III e V.

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(Mackenzie-SP, adaptado) Leia o poema de Murilo Mendes.

Carta de Pero VazA terra é mui graciosa,Tão fértil eu nunca vi.A gente vai passear,No chão espeta um caniço,No dia seguinte nasceBengala de castão de oiro.Tem goiabas, melancias,Banana que nem chuchu.Quanto aos bichos, tem-nos muitos.De plumagens mui vistosas.Tem macaco até demais.Diamantes tem à vontadeEsmeraldas é para os trouxas.Reforçai, Senhor, a arca.Cruzados não faltarão,Vossa perna encanareis,Salvo o devido respeito.Ficarei muito saudosoSe for embora daqui.

MENDES, Murilo.

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RESPOSTA: B

O texto:

a) faz referência à literatura dos jesuítas no Brasil no século XVI.b) alude humoristicamente àquilo que se convencionouchamar de literatura informativa no Brasil.c) parodia tendências próprias do Barroco brasileiro.d) contraria qualquer proposta temática do Modernismo brasileiro de 1922.e) apresenta elementos que o relacionam com o “Grupo Mineiro”, basicamente responsável pelo Arcadismo no Brasil.

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RESPOSTA: B

(UEL-PR) Na década de 30 do século passado:

a) o Modernismo viu esgotados seus ideais, com a retomada de uma prosa e de uma poesia de caráter conservador.b) a poesia se renovou significativamente, graças a poetas como Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes.c) não houve surgimento de grandes romancistas, o que só viria a ocorrer na década seguinte.d) predominou, ainda, o ideário modernista dos primeiros momentos, sendo central a figura de Graça Aranha.e) a poesia abandonou de vez o emprego do verso, substituindo-o pela composição de palavras soltas no espaço da página.

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