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Modernismo Semana de Arte Moderna

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ModernismoSemana de Arte Moderna

Tendência vanguardista que rompe com padrões rígidos e caminha para uma criação mais livre, surgida internacionalmente nas artes plásticas e na literatura a partir do final do século XIX e início do século XX. É uma reação às escolas artísticas do passado.

No Brasil, o termo identifica o movimento desencadeado pela Semana de Arte Moderna de 1922. Em 13, 15 e 17 de fevereiro daquele ano, conferências, recitais de música, declamações de poesia e exposição de quadros, realizados no Teatro Municipal de São Paulo, apresentam ao público as novas tendências das artes do país. Seus idealizadores rejeitam a arte do século XIX e as influências estrangeiras do passado. Defendem a assimilação das tendências estéticas internacionais para mesclá-las com a cultura nacional, originando uma arte vinculada à realidade brasileira.

A partir da Semana de 22 surgem vários grupos e movimentos, radicalizando ou opondo-se a seus princípios básicos. O escritor Oswald de Andrade e a artista plástica Tarsila do Amaral lançam em 1925 o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, que enfatiza a necessidade de criar uma arte baseada nas características do povo brasileiro, com absorção crítica da modernidade europeia. O modernismo enfraquece a partir dos anos 40, quando a abstração chega com mais força ao país.Seu final acontece nos anos 50 com a criação das bienais, que promovem a internacionalização da arte do país.

Durante esta Semana, que foi considerada como o estopim do modernismo , foram realizados concertos musicais, declamações de poesia e exposições de pintura pelos artistas e intelectuais simpatizantes e adeptos do modernismo. Grande parte da elite letrada que organizou a Semana de 1922 havia tido contato com os movimentos de vanguarda europeus que agitavam a cultura e a arte naquele continente. A elite, em geral, não aceitava as manifestações culturais populares, pois acreditava que o povo, por seu caráter mestiço, era o culpado pelo atraso e pelas mazelas do Brasil. Esta atitude acarretou na falta de integração da sociedade brasileira, tanto territorial quanto racial, social e cultural. Preocupados com esta desintegração, os modernistas buscaram reconstruir a identidade cultural sobre bases nacionais, visando unificar o país.

O Manifesto Antropofágico, que propõe "devorar" influências estrangeiras para

impor o caráter brasileiro à arte e à literatura.

Artes Plásticas

Uma das primeiras exposições de arte moderna no Brasil é realizada em 1913 pelo pintor de origem lituana Lasar Segall. Suas telas chocam, mas as reações são amenizadas pelo fato de o artista ser estrangeiro.

BANANAL - Lasar Segall. 1927

Em 1917, Anita Malfatti realiza a que é considerada de fato a primeira mostra de arte moderna brasileira. Apresenta telas influenciadas pelo cubismo, expressionismo, fauvismo e futurismo que causam escândalo, entre elas A

Mulher de Cabelos Verdes.

Apesar de não ter exposto na Semana de 22, Tarsila do Amaral torna-se fundamental para o movimento. Sua pintura é baseada em cores puras e formas definidas. Frutas e plantas tropicais são estilizadas geometricamente, numa certa relação com o cubismo.

1928Técnica: óleo sobre telaDimensões: 85 cm × 72 cm

Os dois escritores escolheram um nome para a obra, que veio a ser Abaporu, que vem dos termos em tupi aba (homem), pora (gente) e ú(comer), significando "homem que come gente. .

O nome foi a referência para a criação da Antropofagia modernista brasileira, ou Movimento Antropofágico, que se propunha a deglutir a cultura estrangeira e adaptá-la ao Brasil.

Foi pintada em óleo sobre tela em 1928 por Tarsila do Amaral como presente de aniversário ao escritor Oswald de Andrade, seu marido na época. O nome da obra foi conferido por ele e pelo poeta Raul Bopp, que indagou a Oswald ao ver o quadro: "Vamos fazer um movimento em torno desse quadro?"

Samba - 1925

Seu estilo artístico é marcado pela influência do expressionismo, cubismo e dos muralistas mexicanos. Seus temas tipicamente brasileiros como, por exemplo, o samba. Os cenários geográficos brasileiros também foram muito retratados em suas obras .Em suas obras são comuns os temas sociais do Brasil (festas populares, operários, as favelas, protestos sociais, etc.Sua estética abordava a sensualidade tropical do Brasil, enfatizando os diversos tipos femininos . Usou as cores do Brasil em suas obras, em conjunto com toques de sentimentos e expressões marcantes dos personagens retratados.

Di Cavalcanti

Guache - 30 x 22 cm

Pierrot- 1924

óleo sobre tela - 177 x 154 cm.

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O principal escultor modernista é Victor Brecheret. Suas obras são geometrizadas. Seu trabalho mais conhecido é o Monumento às Bandeiras, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.

Monumento às Bandeiras

Na gravura, o modernismo brasileiro possui Oswaldo Goeldi (1895-1961). Identificado com o expressionismo, cria obras em que retrata a alienação e a solidão do homem moderno.

Dedicado a representar o homem do povo Candido Portinari, recebe influência do expressionismo. Entre os muitos exemplos são as telas Café e Os Retirantes.

Café – 1935 – Pintura a óleo/tela-130 X 195 cm Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, RJ

Os Retirantes.

Técnica: Óleo sobre tela Dimensão: 190 x 180 cm Local: Museu de Arte de São Paulo (Masp)

Música

Heitor Villa-Lobos é o principal compositor no Brasil e consolida a linguagem musical nacionalista. Para dar às criações um caráter brasileiro, busca inspiração no folclore e incorpora elementos das melodias populares e indígenas.O canto de pássaros brasileiros aparece em Bachianas nº 4 e nº 7. Em O Trenzinho Caipira, Villa-Lobos reproduz a sonoridade de uma maria-fumaça, e em Choros nº 8 busca imitar o som de pessoas numa rua.

AtividadeTrabalho individual – próxima aula

O trabalho é para ser feito em uma folha de caderno contendo cabeçalho com nome e data.

Observe a imagem acima e responda:

Muitos urubus compõem a cena. Qual o significado dessa ave para você?

O ombro e o tronco do personagem mais velho aparece sem vestimenta e, também, sem pele. O mesmo acontece com as pernas da mulher que está à sua frente e a criança em seu colo.As pernas do menino à direita aparecem quase como se fossem um raio X.Por que será que o artista os representou dessa maneira?

Olhe bem para a expressão dos olhares dos personagens. Que sensação provoca em você?

Todos os personagens do quadro estão olhando para a frente, para o expectador. Somente as duas mulheres olham para fora do quadro, como se estivessem mostrando o caminho que o grupo vai seguir. O que será que o autor quis revelar com isso?

Com que intenção o artista pintou o fundo quase infinito, sem nenhum elemento?

O que pode significar a deformação expressiva dos corpos dos personagens nessa pintura?

Quais os motivos que podem ter levado o artista a representar suas mãos e seus pés assim tão desproporcionais ao restante do corpo?

Escreva com suas próprias palavras sua interpretação da obra os Retirantes. ( 10 linhas)

O trabalho está valendo ponto.

BibliografiaVELLOSO, Mônica Pimenta – Modernismo no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro , FGV, 1996.

VELLOSO, Mônica Pimenta – Que cara tem o Brasil? : As maneiras de pensar e sentir o nosso país. Rio de Janeiro, Ediouro, 2000.

SOUZA, Octávio – Fantasia do Brasil: as identificações na busca da identidade nacional. São Paulo, Escrita, 1994.

TELES, Gilberto Mendonça – Vanguarda Europeia e Modernismo brasileiro. Petrópolis, Vozes, 1972.

SCHWARTZ, Jorge – Vanguardas Latino-americanas. São Paulo, EDUSP, 1995.

OLIVEIRA, Franklin de – A Semana de Arte Moderna na contramão da História. Rio de Janeiro, TOPBOOKS, 1993

KIEFER, Bruno – Villa Lobos e o Modernismo na música brasileira. Porto Alegre, Movimento, 1986