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INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL Departamento de Ensino Curso de Pós-Graduação em Homeopatia Medicina MONOGRAFIA Homeopatia no Tratamento da Bronquiolite Viral Aguda Ligia Maria Olivo de Mendonça Rio de Janeiro 2015

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INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL

Departamento de Ensino

Curso de Pós-Graduação em Homeopatia

Medicina

MONOGRAFIA

Homeopatia no Tratamento da Bronquiolite Viral

Aguda

Ligia Maria Olivo de Mendonça

Rio de Janeiro

2015

INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL

Departamento de Ensino

Curso de Pós-Graduação em Homeopatia

Medicina

Homeopatia no Tratamento da Bronquiolite Viral Aguda

LIGIA MARIA OLIVO DE MENDONÇA

Sob a Orientação da Professora

Elisa Maria Bulhões de Carvalho

Rio de Janeiro, RJ

Novembro de 2015

Monografia submetida como

requisito parcial para obtenção do

certificado de conclusão do curso de

formação de especialista em

Homeopatia – área de Medicina.

Mendonça, Ligia Maria Olivo de

Homeopatia no Tratamento da Bronquiolite Viral Aguda. Rio

de Janeiro. RJ. Instituto Hahnemanniano do Brasil. 2015.

I. Carvalho, Elisa Maria Bulhões de. II. Instituto Hahnemanniano

do Brasil. III. Título

INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL

Departamento de Ensino

Curso de Pós-Graduação em Homeopatia

Medicina

Homeopatia no Tratamento da Bronquiolite Viral Aguda

LIGIA MARIA OLIVO DE MENDONÇA

MONOGRAFIA APROVADA EM ____/____/____

_______________________________________

Profª . Elisa Maria Bulhões de Carvalho

(Orientadora)

______________________________________

Profª . Elisa Maria Bulhões de Carvalho

(Coordenadora)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos os pacientes que buscam a homeopatia na

procura de uma saúde integral e ao meu companheiro David por sempre me

apoiar nos estudos.

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao mestre Hahnemann por ter acreditado no invisível e

aparentemente impossível, a todos os outros mestres de homeopatia que

vieram após ele e especialmente aos professores do Instituto Hahnemanniano

do Brasil que nos ensinam com muito carinho e bom humor.

Agradeço também aos amigos do curso de homeopatia pelas conversas,

risos e trocas de experiência.

“’Não se desespere’ (...), ‘não mais que o astrônomo

que não fica desencorajado porque existem tantos

milhares de estrelas no céu para observar. Deve-se

pegar cada remédio em particular e estudá-lo

profundamente e de estrela em estrela, de brilho em

brilho, chega-se aos poucos a conhecer a família dos

remédios e eles se tornam nossos amigos.’”

(SCHMIDT, 2004, p. 207)

RESUMO

A bronquiolite viral aguda é uma infecção viral que acomete crianças de até 2 anos de idade. É uma importante causa de internação em enfermarias de pediatria ou UTIs pediátricas, especialmente nos meses de outono e inverno, período de sazonalidade do Vírus Sincicial Respiratório, seu principal agente etiológico. Em consensos nacionais e internacionais sobre bronquiolite a homeopatia não é recomendada. No entanto, esses mesmos consensos dizem que não há nenhum tratamento específico para bronquiolite, dependendo do tempo de evolução natural da doença para a melhora, que pode ser de 3 a 10 dias, além de fatores como estado nutricional, amamentação e presença de patologia de base. Por isso, é possível que a homeopatia seja um grande aliado para diminuir o tempo de evolução, a necessidade de hospitalização e a progressão para formas graves da doença. O objetivo deste trabalho foi definir os sintomas da bronquiolite viral aguda, encontrar suas rubricas correspondentes no repertório homeopático, procurar medicamentos na matéria médica que podem ser usados no tratamento e quais principais medicamentos que cobrem o gênio epidêmico dessa doença. Os remédios homeopáticos mais específicos para bronquiolite encontrados foram o Antimonium tartaricum e a Ipeca.

Palavras-chave: Bronquiolite. Bronquiolite viral aguda. Vírus Sincicial Respiratório. Infecção do trato respiratório. Homeopatia. Antimonium tartaricum. Ipeca.

ABSTRACT

Bronchiolitis is a viral infection that affects children under 2 years. It is a

common cause of hospitalization in pediatric wards or in intensive care units,

particularly in Autumn and Winter, the season of the Respiratory Syncytial

Virus, the most common etiology of bronchiolitis. In nationals and internationals

guidelines homeopathy is not recommended. However, these guidelines inform

that there is no treatment for bronchiolitis, depending on the natural evolution of

disease, that can last from 3 to 10 days, and others factors like nutritional state,

breastfeeding and underlying disease. So it is possible that homeopathy can

play a role in decreasing time of disease evolution, necessity of hospitalization

and progression of severe illness. The objective of the present work was to

translate the most common symptoms of bronchiolitis into repertorial language,

find remedies that can be used in the treatment and which remedies are more

similar to the genius of the disease. The homeopathic remedies more specific to

bronchiolitis found were Antimonium tartaricum and Ipeca.

Key words: Bronchiolitis. Respiratory Syncytial Virus. Respiratory tract infection. Homeopathy. Antimonium tartaricum. Ipeca.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Fatores de risco para bronquiolite grave pg.3

Tabela 2 – Diagnóstico diferencial de bronquiolite em lactentes pg. 5

Tabela 3 – Repertorização dos principais sintomas da bronquiolite pg.18

LISTA DE ABREVIATURAS

BVA Bronquilolite Viral Aguda

cpm Ciclos por minuto

FiO2 Fração inspirada de oxigênio

FR Frequência respiratória

SaO2 Saturação arterial de oxigênio

VSR Vírus Sincicial Respiratório

SUMÁRIO

Página

1. INTRODUÇÃO 01

2. BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA 02

2.1. Epidemiologia 02

2.2. Fisiopatologia 04

2.3. Diagnóstico 05

2.4. Tratamento 07

2.5. Profilaxia 11

3. HOMEOPATIA 12

3.1. Anamnese homeopática 13

3.2. Semiologia da bronquiolite 14

3.3. Gênio epidêmico e gênio medicamentoso 16

3.4. Matéria médica aplicada à bronquiolite viral aguda 19

3.5. Segmento homeopático após o quadro agudo 23

3.6. Pesquisa clínica em homeopatia 24

4. CONCLUSÃO 25

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 27

1

1. INTRODUÇÃO

A bronquiolite viral aguda (BVA) é classicamente definida como o

primeiro episódio de sibilância em uma criança com menos de 24 meses de

idade, cujos sinais clínicos são compatíveis com uma infecção viral respiratória

sem outra explicação para a dispneia, tal como pneumonia ou atopia, com um

pico de incidência entre 3 e 6 meses de idade. É a infecção do trato respiratório

inferior mais comum em crianças pequenas.13

Por volta dos 2 anos de idade, quase todas as crianças já foram

infectadas por um dos agentes etiológicos da BVA, desenvolvendo ou não a

enfermidade. Fatores individuais determinam como a doença se apresenta,

variando de um resfriado comum até formas graves de pneumonia viral.

Algumas crianças apesar de terem contato com os vírus que potencialmente

causam a bronquiolite, não desenvolvem nenhum sintoma.1

A homeopatia considera que toda doença é causada por um perturbação

da força vital. Como escreveu Samuel Hahnemann, criador da homeopatia, no

parágrafo 31 do Organon11:

Os “agentes mórbidos naturais” (forças inimigas, psíquicas ou

físicas, às quais estamos expostos em nossa existência

terrena) não possuem o poder incondicional de perturbar a

saúde do homem. (*) Apenas o afeta quando o organismo

estiver predisposto ou suscetível ao ataque mórbido. Nesse

caso, então, alteram a saúde do indivíduo fazendo-o

experimentar sensações e funções anormais. Portanto, não

produzem doença nem em todos, nem sempre.

(PUSTIGLIONE, 2001, p. 79)

Hahnemann interpreta saúde e doença com basa no conceito de força

ou princípio vital. Como a força vital é invisível e reconhecível somente por

seus efeitos no organismo, sua perturbação mórbida só pode revelar-se

através de manifestações anormais das sensações e funções, que são os

sintomas da doença. Sendo a força vital de natureza dinâmica e imaterial, ela

pode ser influenciada por algo igualmente dinâmico e imaterial, como o

medicamento homeopático.6, 11

Portanto, ao tratar uma criança com BVA utilizando a homeopatia,

estaremos contribuindo para o restabelecimento integral da força vital e para a

2

volta de todo o organismo ao estado de saúde, diminuindo sua predisposição a

doenças.

2. BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA

2.1. Epidemiologia

Em 1901, Holt publicou a descrição da bronquiolite viral aguda como

"bronquite catarral aguda", caracterizando bem a síndrome clínica sem

identificar a sua etiologia. O termo "bronquiolite" foi usado pela primeira vez em

1940, para designar a doença respiratória de vias aéreas inferiores, que

acomete crianças, não associada ao sarampo e pertussis, com etiologia viral,

por Engle & Newns em 1940. Desde então, a etiologia viral é postulada como

causa da bronquiolite.3

Em 1957, foi isolado o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável

por 70% de todos os casos de BVA e por 80 a 100% da doença nos meses de

inverno, no início da primavera e nas epidemias. Nos estados da região Sul do

Brasil, ocorrem infecções esporádicas o ano todo. Trata-se de um

paramixovírus de RNA, envelopado e sem as glicoproteínas de superfície –

hemaglutinina e neuraminidase.1

A fonte de infecção é geralmente um membro da família ou da creche

com enfermidade respiratória aparentemente benigna. O ser humano é a única

fonte de infecção. As crianças maiores e os adultos podem tolerar melhor o

edema bronquiolar que os lactentes, não apresentando o quadro clínico

clássico, mesmo que suas vias aeríferas inferiores estejam infectadas pelo

vírus.1

A transmissão ocorre normalmente por contato direto ou próximo com

secreções contaminadas, que podem envolver gotículas ou fômites. O período

de incubação é de 2 a 8 dias, com média de 4 a 6 dias. O período de

disseminação viral é de 3 a 8 dias, mas pode prolongar-se, especialmente em

lactentes mais novos, nos quais a disseminação pode continuar até por 3 ou 4

3

semanas. As infecções pelo VSR não conferem imunidade completa, sendo

comuns as reinfecções durante a vida.1

Outros agentes causais da BVA também estão bem determinados, como

vírus influenza, rinovírus, parainfluenza, adenovírus, metapneumovírus,

coronavírus humano e bocavírus humano, podendo haver coinfecção viral em 6

a 30% dos casos.1, 13

As apresentações graves ocorrem em bebês de pouca idade, entre 1 a 3

meses de vida. Baixo peso ao nascimento, desnutrição e elevado número de

habitantes por cômodo também são fatores de risco para BVA. Fatores de risco

para doença grave estão listados na tabela 1.2 A incidência da BVA no 1º ano

de vida situa-se por volta de 11%, caindo para a metade durante o 2º ano de

vida. Nas crianças menores de 1 ano, o risco de hospitalização pela doença é

de aproximadamente 2%. A taxa de mortalidade das crianças hospitalizadas

varia de 1% naquelas previamente hígidas, a 3,5%, nas crianças com história

prévia de doenças cardíacas, doença pulmonar crônica da prematuridade,

prematuridade e imunodeficiências.1, 3

Tabela 1 – Fatores de risco para bronquiolite grave

Prematuridade (idade gestacional <37 semanas)

Menos de 12 meses de vida

Doença pulmonar crônica (displasia broncopulmonar)

Malformações congênitas ou anatômicas da via aérea

Cardiopatia congênita

Imunodeficiência

Doença neurológica

As infecções bacterianas secundárias podem aumentar a morbidade e a

mortalidade. Esse aspecto ainda não está bem documentado, mas o uso de

antibiótico é frequente e, às vezes, abusivo durante a hospitalização. Existem

4

evidências de que crianças que desenvolvem sintomas respiratórios pelo VSR

tem aumento do risco para asma brônquica posteriormente.1

2.2. Fisiopatologia

O acometimento na bronquiolite viral aguda (BVA) envolve sobretudo os

bronquíolos terminais, que são vias aéreas de pequeno calibre desprovidas de

cartilagem e de diâmetro inferior a 1mm. Algumas particularidades dos

bronquíolos dos lactentes explicam a fisiopalotolia da bronquiolite: as células

mucosas são relativamente mais numerosas, o que favorece a hipersecreção e

a congestão. O diâmetro dos bronquíolos distais é mais estreito, o que favorece

a obstrução periférica e a distensão. A parte relativa dos bronquíolos na

resistência total das vias aéreas ao fluxo de ar é mais importante. Enfim, a

escassez de ventilação colateral favorece o colapso alveolar e a estase das

secreções.7

Os vírus colonizam as células epiteliais por contiguidade celular,

rompimento celular ou formação de sincício. Isso leva a necrose e descamação

de células ciliares e a um aumento das secreções seromucosas.

Paralelamente, há a produção de uma exsudação serofibrinosa e de uma

inflamação da lâmina própria. Os espaços peri bronquiolares são infiltrados por

linfócitos e macrófagos.7

A obstrução das vias aéreas, então, é endoluminal e mural, com

acúmulo de células necróticas descamativas, abrasão epitelial, secreção

mucosa, exsudação e migração de células inflamatórias. Isso resulta em um

verdadeiro tampão obstruindo a luz bronquiolar. O espasmo muscular tem um

papel menor nesta obstrução.7

Globalmente, isso resulta em um aumento da resistência das vias

aéreas, um aumento do trabalho respiratório e uma distensão pulmonar. As

irregularidades da relação ventilação/ perfusão geram uma hipóxia por efeito

shunt (zonas perfundidas não ventiladas).7

5

A evolução para a cura depende da dimunuição dos tampões

endoluminais, da regressão da inflamação peribronquiolar e da regeneração

das céulas epiteliais. Entretanto, a regeneração do epitélio ocorre em 2 a 3

semanas e o restabelecimento de uma atividade ciliar eficaz em 3 ou 4

semanas. Isso explica uma certa fragilidade do trato respiratório muitas

semanas após a fase aguda da BVA e a persistência de sintomas de

hiperreatividade brônquica, com tosse, dispneia e sibilos.7

A desregulação local dos processos inflamatórios e imunes, as lesões

epiteliais e a exposição de receptores nervosos não colinérgicos podem

participar da instalação dessa hiperreatividade brônquica e da sensibilização

aos alérgicos inalatórios.7

Em algumas circunstâncias, as lesões alveolares evoluem para uma

organização fibrosa, ocasionando a bronquiolite obliterante.7

2.3. Diagnóstico

O diagnóstico da BVA é subsidiado principalmente pelo quadro clínico.

Portanto, a história e o exame físico estabelecem o seu diagnóstico primário. A

ocorrência sazonal, a idade, a presença de rinorreia abundante, além de

estertores finos e/ou sibilos à ausculta pulmonar, suportam a suspeita de BVA.

A primeira infecção geralmente é a mais grave, e os episódios subsequentes,

na maioria das vezes, são mais leves.13

Em casos de BVA, a congestão nasal e a rinorreia mucoide surgem após

o período de incubação. Posteriormente, a infecção progride do trato

respiratório superior para o inferior, e essa evolução leva ao desenvolvimento

de tosse, dispneia, sibilos e dificuldades de alimentação. Quando a criança é

encaminhada para atendimento médico, geralmente a febre já regrediu.

Recém-nascidos podem apresentar hipotermia.13

Embora os sintomas possam persistir durante várias semanas, a maioria

das crianças que não necessita de internação hospitalar pode permanecer com

6

sintomas leves por até quatro semanas. Deve-se ter atenção para importantes

achados ao exame físico, como:

taquipneia, que deve despertar a suspeita de infecção do trato

respiratório inferior, particularmente de bronquiolite ou de pneumonia;

aumento do trabalho ventilatório: a dispneia, as retrações subcostais,

intercostais e supraclaviculares são comumente vistas em crianças com

BVA; o tórax hiperinsuflado determina hiperfonese à percussão;

ausculta respiratória com presença de crepitações inspiratórias em todos

os campos pulmonares, comuns na BVA, é consideradas como a marca

de bronquiolite; os sibilos são comuns, mas não universais;

hipoxemia: é preditora de doença grave, e a taquipneia é o sinal clínico

que tem melhor correlação com a hipoxemia;

presença de apneia, que poderá ser o primeiro sinal da afecção,

especialmente em lactentes jovens, com história de parto prematuro ou

de baixo peso ao nascer.13

O diagnóstico diferencial está listado na tabela 2.2

Tabela 2 – Diagnóstico diferencial da bronquiolite em lactentes

Lactente sibilante recorrente induzido por vírus

Pneumonia bacteriana

Doença pulmonar crônica

Aspiração de corpo estranho

Pneumonia aspirativa

Cardiopatia congênita

Insuficiência cardíaca

Anel vascular

A radiografia de tórax não é indicada na maioria das situações. No

entanto, pode ser útil nos casos graves, quando ocorre piora súbita do quadro

7

respiratório ou quando existem doenças cardíacas ou pulmonares prévias. Os

principais achados são: aumento do volume torácico, hipertransparência,

retificação do diafragma e até broncograma aéreo com um infiltrado de padrão

intersticial. Pode-se observar atelectasias lobares, segmentares ou

subsegmentares, secundárias a tampões mucosos.1

O diagnóstico laboratorial, em geral, não é parte da rotina da maioria dos

serviços de saúde e frequentemente é empregado para vigilância

epidemiológica. Para o diagnóstico de VSR, tanto o aspirado de nasofaringe

como o swab nasal possibilitam a obtenção de amostra adequada para a

detecção viral. Entretanto, o melhor material para coleta é o lavado nasal. O

isolamento do vírus em células é clássico e a imunofluorescência indireta é

muito difundida em razão de sua elevada sensibilidade.1

2.4. Tratamento

Na maioria dos pacientes, a evolução é benigna, com cura natural e sem

necessidade de intervenções. Os pacientes são assistidos em casa. O princípio

do tratamento está fundamentado numa terapêutica eminentemente

sintomática, ou seja, controle da temperatura, do estado hídrico, nutricional,

bem como acompanhamento da evolução do comprometimento respiratório.1

A necessidade de hospitalização é infrequente, ocorrendo em cerca de 1

a 2% dos pacientes com faixa etária inferior a 1 ano de idade. Nestes, os

critérios para sua indicação baseiam-se no grau de sofrimento respiratório e na

presença de fatores de risco associados. Cuidados intensivos podem ser

necessários para os pacientes hospitalizados, em taxas variáveis de 10 a

15%.1

O u gamento ni o ermane e sendo o rit rio adr o ouro ara a

admiss o os ita ar de rian as om e n o ode ser substitu do or

rit rio ob eti o satura o arteria de o ig nio (SaO2 o reditor ni o

mais onsistente ara a a iar a iora ni a ariando o onto de orte entre

e or m a maioria das crian as nesta aria o de aO2 a resenta

8

boa e o u o ni a idade in erior a tr s meses istória ni a de doen as,

SaO2 re n ia res iratória e o es or o ardio enti atório de em ser

observados.4

A SaO2 <90%, a prematuridade, FR >70 ciclos por minuto (cpm)

ate e tasia u monar a ar n ia doente ou de to i idade e idade in erior a tr s

meses est o asso iados com doen a mais gra e. Geralmente m e

i ó ia om aO2 s o reditores de uidados em nidade de Tera ia

ntensi a edi tri a.4

O tratamento da BV tem se modi i ado durante os anos mas

ermane e um tó i o o mi o o e iste tratamento om e eti idade

demonstrada e ortanto a estrat gia tera uti a em regada n o a resenta

evid n ias de initi as ara toda a o u a o.4

Medidas Gerais

O lactente deve ser mantido calmo, com o mínimo manuseio. Muitas

vezes, a presença da mãe é fundamental para esse objetivo. A cabeceira do

leito deve ser mantida preferencialmente elevada. Obstrução nasal e rinorreia,

quando presentes, devem ser aliviadas com higiene e aspiração.1

Aporte Hídrico

idrata o intra enosa ode ser ne ess ria, devido ao aumento das

perdas insens eis or ta ui neia e ebre asso iado diminui o da ingesta

de ido ao des on orto res iratório rin i a mente na ig n ia de obstru o

nasal com e e a o da a ima de 60 c m e o ris o e e ado de

i onatremia nesses a ientes d -se re er n ia aos uidos isot ni os.

Especial aten o de e ser dada ara os sinais de ongest o, uma vez que

pacientes com bronquiolite tem aumento do orm nio antidiur ti o e ortanto

ret m mais uido omo a ternati a ia arentera oss e a imentar e

hidratar o paciente via sonda nasog stri a ou enteral.9

9

Oxigênio

A administração de oxigênio deve ser sempre considerada no tratamento

dos pacientes hospitalizados com bronquiolite. Deve ser aquecido e

umidificado, podendo ser administrado por cateter extra ou intra nasal, máscara

ou tenda.1

o igenotera ia em a ientes gidos om boa a eita o a imentar e

des on orto res iratório e e tem ou o bene io uando a satura o

superior a 90%.9

Oximetria de pulso contínua tem sido associada ao prolongamento

desnecessário do tempo de internação hospitalar e fator de estresse para a

criança e para mãe, não sendo necessária sua utilização em todos os

pacientes.12

Dependendo da população amostrada, a necessidade de ventilação

mecânica pode oscilar entre 5 e 15% dos pacientes internados.1

Broncodilatadores

Embora seja uma das drogas mais prescritas para pacientes portadores

de bronquiolite, especialmente o salbutamol e o fenoterol, seus reais benefícios

carecem de fundamentação e evidências científicas.1 Apesar do potencial de

melhora do score ini o e es n o afetam a e o u o da doen a a

ne essidade de interna o e o tem o de erman n ia no os ita O usto da

medi a o, associado ao risco potencial de eventos adversos como taquicardia

e tremores faz om ue os ma e ios n o suplantem os potenciais bene ios

ina a o om e ine rina tamb m n o est indi ada rotineiramente embora

um teste tera uti o ossa ser rea i ado nos asos mais r ti os.12

10

Corticosteroides

Assim como as drogas broncodilatadoras, o benefício dos

corticosteroides permanece controverso.1 Seu uso n o re omendado

rotineiramente em a ientes sem doen a de base u monar e a resentando a

rimeira rise de sibi n ia o diminui admiss o ou tem o de os ita i a o,

o que pode se justificado pela in ama o do ti o neutro i a resente na

bron uio ite sobre a ua n o beneficio comprovado do corticoide.9

Solução Salina Hipertônica

A nebulização om so u o i ert ni a so u o sa ina a ou

ode redu ir o edema e diminuir a im a ta o de mu o nas ias a reas, por

meio da melhora no clearence mucoci iar Os estudos s o ontro ersos e a

re omenda o da ademia meri ana de ediatria de ue e a ode ser

administrada aos a ientes os ita i ados or bron uio ite O regime idea

tamb m ermane e in erto, mas na maioria dos estudos foi utilizado NaCl 3%

em intervalos de 6 a 8 horas.9

Fisioterapia Respiratória

A isiotera ia res iratória omo medida de su orte - in uindo t ni as

de ibra o er uss o e e ira o assi a- n o oi e i a em redu ir o tem o

de interna o, a necessidade de o ig nio su ementar e n o ontribuiu om

me ora ni a signi i ati a na tima re is o da o rane.9

2.5. Profilaxia

O palivizumab é um anticorpo monoclonal humanizado, que neutraliza o

VSR e inibe a fusão do vírus com as células do epitélio respiratório.

Administrado por via intramuscular, resulta em diminuição significativa na

hospitalização por VSR em prematuros com ou sem displasia broncopulmonar.

11

O seu uso é seguro, bem tolerado, sem efeitos colaterais e sem interferência

nas demais vacinas. Atualmente, o palivizumab tem seu uso aprovado para

profilaxia do VSR em lactentes de alto risco pelos critérios da Academia

Americana de Pediatria3:

Prematuros com idade gestacional < 29 semanas no 1º ano de

vida;

Prematuros com idade gestacional < 32 semanas com cardiopatia

com repercussão hemodinâmica ou doença pulmonar crônica da

prematuridade, definida como requerimento de FiO2 > 21% após

28 dias de vida;2

Crianças de até 2 anos com doença pulmonar crônica que

necessite de suplementação de oxigênio, corticosteroides ou

diuréticos dentro de 6 meses do início da estação do VSR.9

A dose preconizada é de 15mg/kg intramuscular, mensalmente, máximo

de 5 doses, na estação de risco para o VSR.2, 9

Os cuidados preventivos primários, como lavar as mãos com água e

sabão, uso de álcool nas mãos antes e após contato com pacientes, uso de

máscaras, aventais e isolamento dos pacientes, bem como evitar exposição ao

cigarro, estimular o aleitamento materno, evitar o contato dos lactentes com

pessoas com quadros virais, evitar ambientes conglomerados e pouco

ventilados, creches e escolinhas ainda são as melhores estratégias para

prevenção da bronquiolite viral aguda.2

3. HOMEOPATIA

omeo atia oi undamentada em e o m di o a em o ristian

Friederich Samuel Hahnemann.19

m durante a tradu o da at ria di a de i iam u en

a nemann i ou intrigado om as e i a es sobre o e eito da uina

ea i ou a e erimenta o em si mesmo obser ando as mani esta es

seme antes aos a ientes om ma ria. Con uiu ue a uina era uti i ada no

12

tratamento da ma ria or ue rodu ia os mesmos sintomas em essoas

saud eis nimado or esses resu tados uti i ou tamb m be adona digita

mer rio e outros om ostos, obtendo resultados similares. Apoiado em suas

e id n ias e erimentais e na i oso ia i o r ti a (Similia similibus curentur),

Hahnemann idealizou uma nova forma de tratamento, embasada na cura pelos

semelhantes.5

Dentro do raciocínio de semelhança adotou a aplicação clínica das

drogas em doses reduzidas, subtóxicas, embora em nível ponderável. A

vivência diária mostrou, entretanto, frequente agravamento inicial. No intuito de

contornar este inconveniente, Hahnemann procedeu à redução das doses

numa técnica de diluição em escala centesimal progressiva, tendo o cuidado de

homogeneizar cada diluição através do procedimento das sucussões,

constatando que as diluições sucussionadas adquiriam maior potencial

curativo. Este fato motivou a descoberta do poder farmacodinâmico em

substâncias até então consideradas inertes e possibilitou a elaboração de

patogenesias a partir de substâncias tóxicas.6

O primeiro trabalho sobre as propriedades dinâmicas desenvolvidas

e as di ui es dinami adas oi ub i ado em om o t tu o “ nsaio sobre

um novo princípio para descobrir as virtudes curativas das substâncias

medi inais” este ensaio oram des ritos os 4 undamentos rin i ais da

homeopatia que são:6

1. Lei da semelhança

2. Experimentação no homem são

3. Dose mínima

4. Remédio único

3.1. Anamnese homeopática

Fazer uma anamnese homeopática significa escutar, interrogar, observar

e examinar o doente, procurando obter a mais perfeita totalidade dos sinais e

sintomas capazes de refletir a imagem de seu estado mórbido personalizado –

13

a condição única a ser reconhecida e a ser removida pelo medicamento

simillimum6, como está descrito no parágrafo 7 do Organon:

“ … a tota idade sintom ti a re etida no e terior o rin i a e ni o

meio pelo qual a doença demonstra o remédio que necessita. É o único fato

que define a eleição do rem dio mais a ro riado … ” (PUSTIGLIONE, 2001,

p. 58)

Além disso, deve-se investigar alguma possível causalidade extrínseca

ou circunstância no modo de vida do doente que possa ser corrigida ou

removida a fim de que se possa efetuar a cura permanente.11 Vale ressa tar

ue as on e es a nemannianas reviveram muito da tradi o i o r ti a –

aten o ao regime a imentar im ort n ia dos atores im ti os e o ógi os

si o ógi os e a e ist n ia da energia ita .5

A meta do médico homeopata é estabelecer como uma determinada

afecção pôde se desenvolver em um doente, pesquisar todos os detalhes que

dizem respeito à evolução desta doença e, sobretudo, saber em quê,

precisamente, ele é diferente de todos os outros que possuem o mesmo

diagnóstico nosológico.16

Como instruções gerais, Hahnemann diz que o médico deve ser dotado

de ausência de preconceitos, sentidos perfeitos, atenção na observação e

fidelidade ao traçar o quadro da doença, além de jamais formular perguntas de

modo ue indu am o doente a res onder “sim” ou “n o” ou a er sugest es

que induzam a um relato falso dos sintomas.11

Nas afecções agudas, como é o caso da bronquiolite viral, o

interrogátório é facilitado pela existência de sintomas que não são ambíguos,

porque surgem bruscamente e são nítidos. O doente se revela de uma maneira

muito mais clara e decisiva. Cabe aos médicos pesquisar as modalidades. É,

neste caso, que a arte de observar é indispensável e onde o menor indício

pode se tornar essencial para salvar uma vida.16

No entanto, a tomada de um caso de uma criança apresenta alguns

fatores de dificuldade. Na bronquiolite viral aguda especialmente, estamos

tratando de crianças de até 2 anos, que não comunicam a sua subjetividade.

14

Mas o homeopata experiente conseguirá sempre detectar as diferenças

mínimas de resposta, os padrões reativos próprios e os sinais gerais,

acrescidos de informações da pessoa responsável pelos cuidados imediatos da

criança. As múltiplas modalidades de febre, transpiração, eliminação e sono, as

fases de agravação, as influências atmosféricas e alimentares, a recusa do

leite materno, o desejo de ser carregado e o choro, indicarão em conjunto a

patogenesia homóloga.6

3.2. Semiologia da bronquiolite

O Dr. Antônio Carlos S. Rezende, pediatra homeopata, em seu livro

“ ediatria sob is o omeo ti a”, sugere um roteiro prático para a

investigação das crises de broncoespasmo, mas que, com alguma adaptação,

pode ser usado em outras doenças agudas14:

INÍCIO= Como começou?

EVOLUÇÃO= O que mais acontece?

ATITUDES (DURANTE)= O que faz? O que pede?

POSIÇÃO= Qual a pior/ melhor?

TRANSPIRAÇÃO= Como é?

SEDE= Como é?

CONCOMITANTES= Febre? Vômitos? Erupções? Outros?

HORÁRIO= Qual é o pior?

DESENCADEANTES= Qual(is) foi (foram)?

COMPORTAMENTO= O que mudou?

Início e evolução: como foi que começou e evoluiu?

Alguns episódios de bronquiolite começam como um resfriado comum,

com coriza, obstrução nasal e febre baixa, que depois progride para o trato

respiratório inferior, com tosse, sibilância e dispneia. Outros começam já com

um quadro súbito de dispneia e sibilos. Algumas crianças apresentam cianose

e batimento de asa nasal. Às vezes a febre vem em primeiro lugar.

15

A partir desses detalhes já podemos visualizar algumas rubricas

re ertoriais omo “Genera idades bita mani esta o” “ es ira o Di i ”

“ ari o imento” “ a e o ora o u ada L bios”

Atitudes: o que faz ou pede?

Podem aparecer atitudes como desejo de ser carregado, de ser

abanado, de querer portas e janelas abertas. Algumas vezes querem ficar

deitados.

Posição: que quer ficar, melhora ou é impossível

Aparecem as rubricas deitado, sentado, movimento, em pé, e suas

modalidades de piora ou melhora.

Transpiração e sede

Modalizar o tipo de transpiração: fria ou quente, viscosa, líquida, com ou

sem odor, etc. Quanto à sede, se presente, como é: grande ou em pequenas

quantidades, a longos intervalos ou com frequência.

Concomitantes

Observar febre, vômitos, erupções e suas características. Valorizar

muito estes detalhes, pois com frequência o medicamento escolhido estará

presente na referida rubrica.

Horário que o paciente piora

Perguntar qual horário em que há uma importante piora do quadro, qual

horário em que houve a necessidade de procurar um pronto-socorro.

16

Desencadeante: o que pode ter precipitado a doença?

Muitos fatores são citados, como hereditariedade, climáticos, químicos,

físicos. Alguns muito observados em pediatria: vacinas, supressão de

erupções, questões emocionais. Podem ser observados os capítulos

“Genera idades a ina o” “ enta Transtornos or…” “Gerera idades

u rimidos eru es”.

Comportamento: o que mudou?

Aqui vamos observar os mais variados tipos de comportamento, como:

desejo de ser carregado, de companhia, necessidade de afeto, aversão a ser

tocado, a que lhe falem, desespero, bem quando está muito doente, etc. No

repertório homeopático podem ser encontrados vários desses sintomas

comportamentais.

3.3. Gênio epidêmico e gênio medicamentoso

Hahnemann classificava as doenças agudas em 3 grupos:

1. Doenças dinâmicas naturais agudas individuais

2. Doenças dinâmicas naturais agudas coletivas esporádicas

3. Doenças dinâmicas naturais agudas coletivas epidêmicas11

A bronquiolite viral aguda encaixa-se no 3º grupo. As doenças agudas

epidêmicas são provenientes da mesma causa (vírus ou agente microbiano

conhecido) e afetam diversas pessoas, com sofrimentos muito semelhantes.

Estas doenças geralmente tornam-se contagiosas quando incidem em massas

compactas de indivíduos11 e representam manifestações características que

permitem o diagnóstico. Determinam um processo mórbido que, se deixado à

própria sorte, em pouco tempo termina por resolução espontânea ou óbito,

podendo deixar sequelas.6, 11 São doenças de gênio epidêmico.

17

Gênio epidêmico representa o conjunto sintomático mais frequente

constatado no decurso de uma epidemia, semelhante a determinado quadro

patogenético. A droga dotada de farmacodinamia mais coincidente será o gênio

medicamentoso desta epidemia.6

Nas doenças coletivas epidêmicas, ao lado dos sintomas individuais

ocorrem sintomas comuns à maioria dos portadores da doença, característicos

da epidemia vigente. Embora seja conhecido o gênio epidêmico em atividade, a

prescrição preferencial obedecerá às características individuais e, na ausência

de concordância entre as manifestações do doente e aquelas do gênio

epidêmico, prevalecerá a prescrição do simillimum correspondente.6

No caso da bronquiolite viral aguda, as crianças apresentam um quadro

clínico muito semelhante, mesmo que a causa seja por agentes etiológicos

diferentes. O conhecimento do gênio medicamentoso pode ajudar muito

durante os meses de epidemia, pois essas crianças geralmente são atendidas

nas emergências e chegam em grande número, o que dificulta uma adequada

individualização de cada paciente.

Tomando os principais sintomas da BVA e utilizando o repertório de

homeopatia, pode-se encontrar um ou mais remédios para serem utilizados

como gênio medicamentoso.

A repertorização descrita abaixo (tabela 3) foi realizada manualmente,

com o "Repertório de Homeopatia" de Ariovaldo Ribeiro Filho, 2ª edição.15

Os sintomas mais frequentes da bronquiolite que foram utilizados e já

transformados em linguagem repertorial foram:

1- Inflamação bronquial

2- Respiração assobiante + sibilante

3- Respiração acelerada

4- Respiração difícil

5- Tosse seca

18

Tabela 3 – Repertorização dos principais sintomas da bronquiolite viral aguda

Sint. Med. 1 2 3 4 5 Pont./Freq.

Ars 3 3 3 3 3 15/5

Ip 3 3 3 3 2 14/5

Carb-v 2 3 3 3 2 13/5

Lyc 3 2 3 3 2 13/5

Phos 3 1 3 3 3 13/5

Sulph 2 2 3 3 3 13/5

Ant-t 3 2 3 3 1 12/5

Hep 3 2 2 3 2 12/5

Kali-c 2 3 1 3 3 12/5

Bell 2 1 3 2 3 11/5

Iod 2 2 2 2 3 11/5

Nat-m 2 2 2 2 3 11/5

Nux-v 2 2 2 2 3 11/5

Spong 3 1 1 3 3 11/5

Acon 2 1 3 1 3 10/5

Brom 1 2 2 2 3 10/5

Cina 2 1 2 3 2 10/5

Kali-bi 2 2 2 2 2 10/5

Sang 3 1 2 2 2 10/5

Sep 2 1 3 2 2 10/5

Stann 3 1 1 3 2 10/5

Ars-i 1 2 1 2 3 9/5

Calc 2 1 1 2 3 9/5

Kali-ar 1 2 1 3 2 9/5

Merc 2 1 2 2 2 9/5

Carbn-s 2 1 1 2 2 8/5

Naja 2 1 1 3 1 8/5

Squil 2 1 1 3 1 8/5

Acet-ac 2 1 1 1 1 6/5

Cann-s 2 1 1 1 1 6/5 Med.= Medicamentos Sint.= Sintomas Pont.= Pontuação Freq.= Frequência

A repertorização foi realizada com sintoma diretor patognomônico de

bronquiolite, que é a inflamação bronquial. Dentre os medicamentos com

maior pontuação, conforme visto na tabela 1, destacam-se o Antimonium

tartaricum e a Ipeca, pois possuem uma ação mais eletiva que combina

broncoespasmo com hipersecreção brônquica, encontrando uma forte

correlação com a fisiopatologia da bronquiolite.

19

Os outros medicamentos de maior pontuação, como o Arsenicum album,

Lycopodium clavatum, Nux vomica, Phosphorus e Sulphur são grandes

policrestos que possuem um número elevado de sintomas, sendo

frequentemente bem pontuados nas repertorizações, por isso não foram

escolhidos como gênio medicamentoso da bronquiolite viral aguda. No entanto,

podem ser utilizados dependendo das características individuais apresentadas

pelo paciente e como medicamento para tratamento do terreno no

acompanhamento das crianças após o quadro agudo.

Sintomas como cianose, batimento de asa nasal, transpiração, vômitos

após tosse, respiração abdominal e os sintomas mentais podem ser utilizados

para diagnóstico diferencial entre os medicamentos.

3.4. Matéria médica aplicada à bronquiolite viral aguda

Medicamentos que podem ser utilizados no tratamento da bronquiolite:

Antimonium tartaricum

Respiração acelerada, abdominal, ruidosa, assobiante, dispneica. Piora

quando deitado, melhora expectorando. Ruídos estertorosos no peito,

bronquiais, provocados por um grande acúmulo de muco no sistema

respiratório, com incapacidade para expectorá-lo, parece que vai expectorar

muito, mas não sai nada. Melhora com a expectoração, que geralmente é

branca. Pode ter batimento de asas nasais. Estados de asfixia progressiva e

iminente, com cianose de lábios, prostração, suores, palidez e pulso filiforme.

Muitas náuseas que melhoram com o vômito. Vomita ao tossir. A criança quer

ficar no colo, mas não quer que a toquem, que falem com ela ou que a olhem,

não deixa examiná-la. Pranto lastimoso antes e durante a tosse. Grande

inquietude e prostração. Piora pelo tempo frio e úmido, pelas mudanças de

tempo, pelo calor, pelo leite, à noite.10, 20

20

Ipeca

Tosse espasmódica, violenta, incessante, sufocante, sem expectoração,

durante os acessos a criança fica cianótica e rígida. Sufocação por causa de

grande acúmulo de muco nos brônquios. É um dos principais medicamentos da

tosse, assim como o da dispneia e da asma, especialmente em crianças.

Sintomas acompanhados de náuseas violentas, constantes, persistentes,

vômitos não trazem nenhum alívio. Língua sempre limpa. Consequências de

erupções ou exantemas suprimidos. Crianças irritadas, mal humoradas, que

gritam e berram. Piora no inverno, pelo clima seco, pelos ventos quentes e

úmidos.10, 20

Arsenicum album

Tosse, sibilos e dispneia que pioram à noite, entre 0h e 3h. Não

consegue ficar deitado porque piora a dispneia. Grande inquietude, agitação e

ansiedade, mudando de posição e lugar constantemente. Medo e angústia que

pioram quando sozinho. Prostração pelo mínimo esforço. Sede em pequenos e

seguidos goles. Cianose. Pele queimante ou fria, seca. Mucosas escoriadas,

ardentes e de odor pútrido. Emagrecimento geral. Transtornos que se

reproduzem com periodicidade definida. Piora pelo frio, à noite, por ingerir

comidas e bebidas frias, deitado. Melhora pelas bebidas quentes, pelo

movimento, sentado.10, 20

Phosphorus

O aparelho respiratório é um dos pontos de ação intensa desse

medicamento. Dispneia ou asma com tosse, piora depois de comer ou quando

está deitado sobre o lado esquerdo. Expectoração esverdeada,

mucossanguinolenta ou estriada de sangue. Respiração difícil, ruidosa,

estridulosa à noite ao dormir. Complicação da bronquiolite por pneumonia.

Sede intensa de grandes quantidades de bebidas frias, que são vomitadas

assim que se aquecem no estômago. Tendência a hemorragias. Medo,

21

ansiedade, criança afetuosa e compassiva. Piora pelo frio, pelas mudanças de

tempo, pelo calor, antes e durante as tempestades.20

Carbo vegetabilis

Pode ser usado em casos mais graves. Catarro mucoso no peito, tosse

com sensação de ardor, espasmódica, com expectoração fétida. Respiração

suspirosa e assobiante, taquipneia, dispneia, com desejo de ser abanado.

Frieza e palidez do corpo, com cianose da face e das extremidades. Estado de

colapso, com suores frios, hálito frio e todo o corpo frio, quando a energia vital

já está quase esgotada. Distensão abdominal com muita flatulência. Torpor

geral e ansiedade. Piora pelo calor úmido.20

Senega

As vias respiratórias constituem o principal local de ação de Senega.

Tosse seca, contínua, violenta, brutal, que piora pelo ar frio, com um grande

acúmulo de muco nos brônquios, com respiração ruidosa e oprimida,

estertores úmidos e sibilos numerosos e generalizados. Há uma verdadeira

paresia bronquial, com expectoração difícil, nula ou escassa de muco muito

aderente e filamentoso, transparente, semelhante a clara de ovo, ou cinza, que

não alivia. Paredes do tórax doloridas, piora com a tosse. Piora pelo frio, pelo

tato, em repouso, à noite e de manhã, em um aposento quente. Melhora ao

colocar a cabeça para trás, ao transpirar, pelo movimento. Fraqueza geral.

Crianças com tendência à obesidade.20

Dulcamara

Bronquite em crianças por causa de ar frio e úmido, com suores

noturnos e fétidos. Sua característica chave é o aparecimento ou piora dos

sintomas em clima frio e úmido, especialmente no outono. Secreção excessiva

das mucosas afetadas. Transtornos por supressão de suores ou de erupções

22

na pele. Coriza com obstrução nasal, espirros constantes, secreção profusa e

aquosa do nariz e olhos. Eczema. Asma, com dispneia, tosse, ruídos e

expectoração copiosa. Piora ao ar livre, ao entrar em lugar frio, em repouso,

deitado de costas. Melhora pelo calor, pelo clima seco, pelo movimento.

Criança impaciente, irritável, caprichosa.20

Blatta orientalis

Medicação mais específica para asma, porém pode-se extrapolar seu

uso para a bronquiolite devido ao broncoespasmo e à hipersecreção brônquica.

Severos ataques de tosse com dispneia. A dispneia piora à noite e estando

deitado e melhora com a expectoração. Piora em clima chuvoso. Sufocação

iminente causada por grande acúmulo de muco.10, 20

Kali bichromicum

Dispneia ou acessos de asma que o fazem acordar às 2 horas, ou ao

acordar, piora quando deitado. Tosse violenta com expectoração de muco

amarelado, espesso, viscoso e filamentoso, que pende da boca em longos

filamentos e aderem à garganta, dentes e lábios. Secreção nasal com este

mesmo aspecto, com escoriação das narinas. Piora pelo frio, pelo vento frio, no

inverno, das 2 às 3 horas da madrugada, ao comer. Melhora pelo calor, ao ar

livre. Útil em crianças gordas, rechonchudas, de pescoço curto. Prostração e

fraqueza, com vontade de ficar deitado.20

Hepar sulphur

Tosse provocada por resfriamento dos membros, ao comer ou beber

coisas frias, pelo ar frio. Acessos de tosse seca, áspera, oca, com angústia e

sufocação, terminando em lacrimejamento. Criança chora depois da tosse.

Expectoração copiosa, amarela, aderente, de manhã. Respiração ansiosa,

rouca, ofegante. Ataques de sufocamento que obrigam o paciente a forçar a

23

cabeça para trás. Tendência a supurações. Piora pelo frio, principalmente o frio

seco. Hipersensível, irritado, colérico.20

3.5. Seguimento homeopático após o quadro agudo

O terreno significa o organismo vivo considerado como sistema

complexo no qual a anatomia, a fisiologia, o psiquismo, os antecedentes

hereditários e adquiridos, bem como as interferências do meio apresentam-se

como aspectos de um todo indivisível. Engloba o conjunto de fatores

dependentes da hereditariedade, entre eles a constituição, a predisposição, a

refratariedade e o metabolismo.6

Em homeopatia, o conhecimento do terreno, que envolve a constituição,

o temperamento e o miasma, é muito importante no tratamento de doenças

crônicas.6 Porém, também pode ajudar nas doenças agudas, uma vez que

cada paciente pode ter uma manifestação diferente da mesma doença ou

evoluir de maneira diversa para gravidade ou sequelas, dependendo do

terreno. No caso da BVA, algumas crianças podem persistir com os sintomas

por muitas semanas ou evoluir para asma. Além disso, uma mesma criança

pode ter BVA mais de uma vez, podendo a homeopatia ser utilizada como

profilaxia, apesar de este ser um assunto controverso mesmo entre os

homeopatas.

Portanto, o acompanhamento e tratamento da criança após o quadro

agudo de bronquiolite é importante para evitar novas crises e devolver à

criança uma saúde integral.

3.6. Pesquisa clínica em homeopatia

A Academia Americana de Pediatria, no Guideline de 2006 sobre

Diagnóstico e Manejo da Bronquiolite, recomenda que o médico deve perguntar

24

ao responsável sobre o uso de medicina alternativa e complementar. Comenta

que há mais dados sobre o uso da homeopatia e fitoterapia para o tratamento

da bronquite e resfriado comum, e que se desconhece que essas terapias

possam prevenir o desenvolvimento da bronquiolite. Reconhece que é difícil

desenhar e conduzir estudos com certas formas de medicinas alternativas e

complementares por causa da natureza única do tratamento. Termina dizendo

ue “ on us es a res eito dessas tera ias n o odem ser eitas at melhor

evidên ia ser dis on e ” 18 Na revisão de 2014 desse Guideline, não foi

inserido este tema.

esar dos dois s u os de a i a o tera uti a, o aborando ara o

aumento da reso uti idade de di ersas asses de doen as r ni as a

omeo atia ermane e margina i ada e o on e imento ient i o

ontem or neo or se undamentar em rin ios distintos do aradigma

convencional.19

Em alguns consensos nacionais e internacionais sobre bronquiolite a

homeopatia não é recomendada, porém esta orientação é indicada com grau

de recomendação D. Isto significa uma evidência que não é baseada em

estudos clínicos de qualidade, e sim em opiniões de especialistas, relatos de

caso ou raciocínio lógico.17, 18

Na busca sobre homeopatia no tratamento da BVA em plataformas de

busca de artigos médicos como Medline, The Cochrane Library ou Google

Acadêmico, nenhum estudo publicado foi encontrado.

Para que se possa atingir um grau de e id n ia dese e om um

in remento na rodu o ient i a omeo ti a no os e erimentos

aboratoriais e ensaios ni os a em-se ne ess rios e igindo do meio

a ad mi o uma ostura im ar ia , isenta de preconceitos.19

a e abora o de ro ostas em es uisa ni a, deve-se asso iar as

remissas dos ensaios ni os ontro ados s arti u aridades do mode o

omeo ti o indi idua idade na es o a do medi amento uni ormidade na

res ri o, tempo de consulta condi ente om a ro osta semio ógi a

g oba i ante er odo de tratamento su i iente ara ue se ossa a ustar o

medi amento om e idade do doente a ori a o dos e entos ad ersos

25

asso iados a i a o da simi itude tera uti a a a ia o da res osta g oba

e din mi a ao tratamento, etc.).19

Porém, a falta de estudos clínicos não deve ser um fator de impedimento

para o uso da homeopatia.

4. CONCLUSÃO

A bronquiolite viral aguda é uma doença de elevada morbidade em

crianças pequenas. Não existe tratamento específico para ela, somente

medidas de suporte.

A homeopatia pode ser um tratamento de grande ajuda para acelerar a

cura, diminuir a gravidade dos sintomas e a necessidade de hospitalização,

além de evitar sequelas.

A repertorização realizada com os principais sintomas da doença

mostrou medicamentos que podem ser considerados gênio medicamentoso da

doença, como o Antimonium tartaricum e a Ipeca. Podem ser utilizados durante

uma epidemia, porém sempre é necessário respeitar a sintomatologia individual

dos pacientes.

Estudos científicos para avaliar a eficácia da homeopatia devem

respeitar essa individualidade e basear-se nos fundamentos do método

homeopático.

É importante avaliar os fatores de risco para BVA e orientar os

responsáveis sobre prevenção, com medidas de higiene, nas consultas

ambulatoriais.

O tratamento do terreno nas crianças pode prevenir formas graves de

bronquiolite e o desenvolvimento de sequelas, como a hiperreatividade

brônquica.

26

omo ro osta tera utica complementar, a homeopatia pode

acres entar e i ia, e i i n ia e seguran a medi ina on en iona atuando

de orma urati a e re enti a diminuindo as mani esta es sintom ti as e a

redis osi o ao adoe er, com baixo custo e efeitos co aterais m nimos

a udando o m di o a um rir a sua mais e e ada miss o, que de o er a

saúde ao indivíduo doente.

27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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11- PUSTIGLIONE, M. O (Moderno) Organon da Arte de Curar de Samuel Hahnemann. 2. ed. São Paulo: Typus, 2001.

28

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15- RIBEIRO FILHO, A. Repertório de Homeopatia. 2. ed. São Paulo: Editora Organon, 2010.

16- SCHMIDT, P. A Arte de Interrogar e outros textos selecionados. São Paulo: Editora Organon, 2004.

17- SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Diretrizes Para o Manejo da Infecção Causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), [S.l.] 2011. Disponível em < http://www.sbp.com.br/pdfs/diretrizes_manejo_infec_vsr_versao_final1.pdf> Acesso em: 27 novembro 2015.

18- SUBCOMMITTEE ON DIAGNOSIS AND MANAGEMENT OF

BRONCHIOLITIS. Diagnosis and Management of Bronchiolitis. Pediatrics,

[S.l.] v. 118, n. 4, p. 1774-1793, 2006.

19- TEIXEIRA, M.Z. Homeopatia: ciência, filosofia e arte de curar. Revista Médica, São Paulo, abr.-jun., v. 85, n. 2, p. 30-43, 2006.

20- VIJNOVSKY, B. Tratado de Matéria Médica Homeopática. 2. ed. São Paulo: Editora Organon, 2012.

29

APÊNDICE

APÊNDICE A - Repertorização completa dos principais sintomas da

bronquiolite viral aguda – Repertório de Homeopatia, Ariovaldo Ribeiro Filho, 2ª

edição.

1- Inflamação bronquial (Peito, Inflamação, Bronquiais – pg. 1120)

2- Respiração assobiante + sibilante (Respiração, Assobiante + Sibilante – pg.

1018 e 1029)

3- Respiração acelerada (Respiração, Acelerada – pg. 1015)

4- Respiração difícil (Respiração, Difícil – pg. 1019)

5- Tosse seca (Tosse, Seca – pg. 1058)

Sint. Med.

1 2 3 4 5 Pont./Freq.

Abrom-a 1 - 1 - - 2/2

Acet-ac 2 1 1 1 1 6/5

Acon 2 1 3 1 3 10/5

Aesc 3 - 1 - 1 5/3

All-c 2 - - - - 2/1

Alum 2 2 - 1 3 8/4

Allumn 2 - 1 1 2 6/4

Alum-p 1 1 - - - 2/2

Alum-sil 1 1 - 1 - 3/3

Am-c 1 - 1 2 2 6/4

Am-m 2 - - 1 2 5/3

Ant-c 2 - - 2 1 5/3

Ant-t 3 2 3 3 1 12/5

Apis 2 - 1 3 1 7/4

Arn 2 - 2 2 2 8/4

Ars 3 3 3 3 3 15/5

Ars-i 1 2 1 2 3 9/5

Asc-c 1 - - - - 1/1

Asc-t 2 - - 2 2 6/3

Aur-m 2 - - 1 1 4/3

Bac7 1 - - - - 1/1

Bar-c 1 - 1 1 2 5/4

Bar-i 1 - 1 - - 2/2

30

Bar-m 3 - 1 2 2 8/4

Bar-s 1 - 1 - - 2/2

Bell 2 1 3 2 3 11/5

Benz-ac 2 1 - 2 1 6/4

Blatta 2 - - 2 - 4/2

Brom 1 2 2 2 3 10/5

Bry 3 - 3 3 3 12/4

Cact 2 - - 3 1 6/3

Calc 2 1 1 2 3 9/5

Calc-i 1 - 1 1 2 5/4

Calc-sil 1 - 1 1 - 3/3

Camph 2 - 2 2 1 7/4

Cann-s 2 1 1 1 1 6/5

Carbn-s 2 1 1 2 2 8/5

Carb-v 2 3 3 3 2 13/5

Card-m 1 - - - 1 2/2

Caust 2 - - - 2 4/2

Cham 2 2 2 - 2 8/4

Chel 2 - 3 - 2 7/3

Chlol 1 1 - 1 - 3/3

Chlor 1 - 1 3 1 6/4

Cina 2 1 2 3 2 10/5

Cist 2 - - 1 - 3/2

Coc-c 2 - 2 2 2 8/4

Cop 1 - 2 1 1 5/4

Dig 1 - 2 2 1 6/4

Dros 3 2 - 2 1 8/4

Dulc 2 - 2 2 2 8/4

Euphr 1 - - 1 1 3/3

Eup-per 1 - - 1 1 3/3

Ferr-i 2 1 - 2 2 7/4

Ferr-p 3 - - 2 2 7/3

Gels 2 - 3 2 1 8/4

Guaj 2 - - 2 2 6/3

Hep 3 2 2 3 2 12/5

Hippoz 2 - - 1 - 3/2

Hyos 2 - 2 1 3 8/4

Inul 1 - - - 1 2/2

Iod 2 2 2 2 3 11/5

Ip 3 3 3 3 2 14/5

Kali-ar 1 2 1 3 2 9/5

Kali-bi 2 2 2 2 2 10/5

Kali-c 2 3 1 3 3 12/5

Kali-chl 2 - - 2 4/2

Kali-m 1 - 1 1 1 4/4

Kali-p 1 - - 2 2 5/3

Kali-sil 1 1 - 1 - 3/3

Kreos 2 1 - 1 1 5/4

31

Lach 2 2 - 3 3 10/4

Led 1 - 1 1 1 4/4

Lob 2 - - 3 1 6/3

Lyc 3 2 3 3 2 13/5

Mang 1 - - 1 3 5/3

Merc 2 1 2 2 2 9/5

Morg 1 - - 1 1 3/3

Naja 2 1 1 3 1 8/5

Nat-m 2 2 2 2 3 11/5

Nat-s 3 2 - 3 1 9/4

Nit-ac 2 2 - 2 2 8/4

Nux-v 2 2 2 2 3 11/5

Ph-ac 2 1 - 2 3 8/4

Phos 3 1 3 3 3 13/5

Plb 2 - 1 2 2 7/4

Prot 1 - - 1 - 2/2

Psor 2 1 - 2 2 7/4

Puls 3 - 2 3 3 11/4

Rhus-t 2 - 2 2 2 8/4

Rumx 2 - - 1 3 6/3

Sang 3 1 2 2 2 10/5

Senec 3 - - - 1 4/2

Seneg 2 - - 2 2 6/3

Sep 2 1 3 2 2 10/5

Sil 3 - 2 3 2 10/4

Sol-x 1 - - - - 1/1

Spong 3 1 1 3 3 11/5

Squil 2 1 1 3 1 8/5

Stann 3 1 1 3 2 10/5

Sul-i 1 1 1 1 - 4/4

Sulph 2 2 3 3 3 13/5

Syc 2 1 - 1 - 4/3

Ter 2 - - 2 1 5/3

Thuj 1 1 - 1 2 5/4

Tub 1 - 1 2 3 7/4

Uran 1 - - - - 1/1

Verat 2 - 2 3 1 8/4

Verb 1 - - - 1 2/2 Med.= Medicamentos Sint.= Sintomas Pont.= Pontuação Freq.= Frequência