monografia marcelo corrÊa da silva. · sistemas de gestão integrados erp – enterprise resource...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇAO
MARCELO CORRÊA DA SILVA
INVESTIMENTO EM ERP: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS
SOLUÇÕES ON PREMISE, HOSTED E SaaS
Natal, RN
2012
MARCELO CORRÊA DA SILVA
INVESTIMENTO EM ERP: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS
SOLUÇÕES ON PREMISE, HOSTED E SaaS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do curso de graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Manoel Veras de Sousa Neto, Dr.
Natal, RN
2012
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Silva, Marcelo Corrêa da.
Investimento em ERP: estudo comparativo entre as soluções On Premise, Hosted e SaaS / Marcelo Corrêa da Silva. – Natal, RN, 2012.
69f. : il. Orientador: Prof. Dr. Manoel Veras de Souza Neto. Monografia (Graduação em Administração) – Universidade Federal do
Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Administrativas.
1. Sistema de informação – Monografia. 2. Sistemas de gestão
integrados - Monografia. 3. Tecnologia da informação – Monografia. 4. Tomada de decisão – Monografia. I. Souza Neto, Manoel Veras de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/BS/CCSA CDU 658:004.2
MARCELO CORRÊA DA SILVA
INVESTIMENTO EM ERP: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS
SOLUÇÕES ON PREMISE, HOSTED E SaaS
Monografia apresentada e aprovada em 18 de dezembro de 2012 pela Banca
Examinadora composta pelos seguintes membros:
Manoel Veras de Sousa Neto, Dr. - UFRN
Orientador
Anatália Saraiva Martins Ramos, Dra. - UFRN
Examinadora
Iris Linhares Pimenta, MSc. - UFRN
Examinadora
Dedico este trabalho à minha família e todos
aqueles que de alguma forma contribuíram para a
sua realização, em especial meus filhos e minha
querida esposa, pelo apoio e paciência em gerenciar
o dia-a-dia da família.
AGRADECIMENTOS
É como muita satisfação que faço os agradecimentos a todos aqueles que acreditaram
na minha jornada durante a evolução deste trabalho, o qual durante meses me fez refletir
sobre o “estar aqui hoje”. É um momento que representa o somatórios de todas as coisas que
aconteceram para a realização de um propósito maior.
Agradeço a minha mãe pelo esforço, carinho e que, apesar das dificuldades, me deu a
oportunidade de trilhar pelos os bons caminhos da vida, que me fez chegar a este trabalho.
A minha querida esposa Mônica e aos meus filhos Marianna e Miguel pelo carinho e
paciência nos momentos de estudos, pelo o apoio que recebi nos instantes mais difíceis para
que esse trabalho pudesse ser concluído com na mais perfeita harmonia, a eles quero
agradecer e dedicar este trabalho, pois são a fonte da minha expiração.
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN e todos que dela fazem parte
e contribuíram direto ou indiretamente durante a minha formação, ao alunos, funcionários, em
especial aos docentes com os quais interagi, pelo bom trabalho desempenhado e pelos os
ensinamentos técnicos que delinearam a jornada pela qual decidi trilhar. Obrigado por fazer
parte desse universo, que considero fonte do conhecimento.
Agradeço em especial a o meu orientador Professor Dr. Manoel Veras pela dedicação,
apoio e incentivo em criar algo inovador, pela sua preocupação em gerar conhecimento em
campos poucos explorados, pela paciência, perseverança em ampliar minha visão crítica em
momentos de cobranças que só me fizeram crescer, sobretudo, pela confiança depositada
neste belo trabalho.
Enfim, agradeço a todas as pessoas com as quais me relacionei e proporcionaram
momentos de aprendizado e troca de conhecimento, que contribuíram de alguma forma para
meu desenvolvimento, enquanto aluno, ao logo da minha trajetória no curso de graduação.
“Em todas as coisas o sucesso depende de uma
preparação prévia, e sem tal preparação o falhanço
é certo.”
Confúcio
RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo comparativo entre três modelagens de implantação de ERP (Enterprise Resources Planning) existente no mercado, adquiridos como licenças instaladas on-premise (instalado no local), hosted e os adquiridos sob demandas no formato de SaaS (Software as a Service), baseado em Cloud Computing. Foram considerados os aspectos técnicos e econômicos no que diz respeito às vantagens e desvantagens, de acordo com as necessidades empresariais, na busca de escolher a melhor alternativa. Foi aplicado o método de análise multicritério AHP (Analitical Hierarchy Process). Avaliou-se cada solução ERP com base em quatro critérios, que influenciam fortemente no processo de escolha de um software dessa natureza como implantação, custo, flexibilidade e segurança. Para cada critério foram definidos subcritérios afim de refinar a análise multicritério. Verificou-se as funcionalidades de cada solução ERP, com base nos atributos selecionados, ponderando as preferências através da escala de Saaty. Todas as soluções foram comparadas par a par de acordo com o método adotado. Os primeiros resultados da análise destacou os índices de preferências de cada alternativa, os quais foram analisados e testados através da análise de sensibilidade, onde foram observados as variações dos índices de preferência. A alternativa em hosting, obteve o maior índice de preferência de um modo geral, sem considerar o teste de sensibilidade. A solução on premise apresentou um baixo índice de preferência em quase todos os subcritérios selecionados se destacando no critério flexibilidade. O aspecto relacionado ao custo mostrou que a solução hosted e SaaS, se apresentaram como as melhores opções de escolha como investimento em sistemas dessa natureza. Palavras chaves: Solução ERP. SaaS. Cloud Computing.
ABSTRACT
This research is a comparative study between two ERP modeling (Enterprise Resources Planning) available at the market, the model on premise, hosted and the SaaS format (Software as a Service) based on Cloud Computing. The technical and economic aspects regarding the advantages and disadvantages were considered according to business needs, in search to bring a way to understand what the most appropriate solution. Were applied the method of analysis multicriteria AHP (Analitical Hierarchy Process). Each ERP solution was evaluated based on four criteria, which strongly influence the process of choosing a software of this nature such as deployment, cost, flexibility and security. For each criterion were defined subcriteria in order to refine the analysis multicriteria. It was found that the features of each ERP solution, based on the attributes selected, pondering the preferences through the scale of Saaty. All solutions were compared in pair by pair in the accordance with the method used. The first results of the analysis were showed the indices of preferences of each alternative, which were analyzed and tested by means of sensitivity analysis, where were observed variations in the rates of preference. The alternative in hosting, obtained the highest index of preference of a general way, without considering the sensitivity test. The solution on site presented a low index of preference in almost all subcriteria selected if highlighting in flexibility. The aspect related to cost showed that the solution hosted and SaaS, if them presented as the best options to choose how investment in systems of this kind. Keywords: ERP Solution. SaaS. Cloud Computing.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
1.2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO INTEGRADO NAS ORGANIZAÇÕES ...................................... 12
1.3 PROBLEMAS DE PESQUISA .................................................................................... 14
1.4.1 Geral ............................................................................................................................ 16
1.4.2 Específicos ................................................................................................................... 16
1.5 JUSTIFICATIVAS DO ESTUDO ................................................................................ 16
2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 17
2.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO (SI)- NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA ................... 17
2.2 CLASSIFICAÇÕES DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ............................................ 19
2.2.1 Principais Sistemas de Informação .............................................................................. 20
2.2.1.1 SPT Sistemas de Processamento de Transações......................................................... 20 2.2.1.2 SIG- Sistema de Informações Gerenciais .................................................................... 20 2.2.1.3 SSD- Sistema de Suporte a Decisão ............................................................................. 21 2.2.1.4 SSE- Sistema de Suporte Executivo ............................................................................. 21 2.3 SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO ERP (ENTERPRISE RESOURCE PLANNING) ......................... 21
2.3.1 Origem e Evolução dos ERP ......................................................................................... 22
2.3.2 Mercado de ERP ............................................................................................................ 23
2.3.3 Flexibilidade do ERP ..................................................................................................... 24
2.3.4 Módulos específicos ou verticais e Módulos customizados ........................................ 25
2.3.5 Ciclo de vida de um sistema ERP ................................................................................. 25
2.3.6 Metodologias para seleção de sistemas ERP ............................................................... 27
2.3.7 Formas de aquisição e implantação de ERP ............................................................... 29
2.3.8 Características vantagens e desvantagens ................................................................... 29
2.4 CLOUD COMPUTING – CONCEITOS ............................................................................. 31
2.5 TIPOS DE CLOUD ............................................................................................................. 32
2.6 DATACENTER .................................................................................................................. 33
2.7 VIRTUALIZAÇÃO ............................................................................................................ 34
2.8 GOVERNANÇA ................................................................................................................ 34
2.9 SERVIÇOS BASEADOS EM NUVEM ............................................................................. 36
2.9.1 Cloud Infrastructure – (IaaS) Infraestructure as a Service ........................................ 37
2.9.2 Cloud Plataform – (PaaS) Platforms as a Service ........................................................ 38
2.9.3 Cloud Aplication – (SaaS) Software as a Service ......................................................... 39
2.9.4 ERP no formato de SaaS ............................................................................................... 39
3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 42
3.1 FASES DA PESQUISA ...................................................................................................... 43
3.1.2 Método comparativo ..................................................................................................... 43
4. COMPARAÇÃO DE ERP NO MODELO SAAS, ON-PREMISE E EM HOSTING. 44
4.1 DEFININDO O MÉTODO DE AVALIAÇÃO – MÉTODO AHP ........................................ 44
4.2 UTILIZAÇÃO DO EXPERTCHOICE® ............................................................................ 47
4.2.1 Critério Implantação ..................................................................................................... 49
3.1.1 Trabalhos preliminares ................................................................................................. 43
4.2.2 Critério Custo ................................................................................................................ 53
4.2.3 Critério Flexibilidade ................................................................................................. 56
4.2.4 Critério segurança ...................................................................................................... 59
4.3 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO ............................................................................. 61
4.4 ANÁLISES DE SENSIBILIDADE .............................................................................. 64
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 66
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 68
11 1. INTRODUÇÃO
1.1 APRESENTAÇÃO
Este trabalho nasceu da necessidade de entender as principais diferenças entre os
sistemas de gestão integrados ERP – Enterprise Resource Planning, na ótica de investimento,
on premise (instalado no local), hosting (hospedado, instalado em servidores de terceiros) e a
solução no formato de SaaS – Service as a Service, baseado Cloud Computing, afim de ajudar
a dirimir dúvidas na hora de escolher qual a melhor solução a ser implantada. Para um bom
entendimento sobre o assunto, se faz necessário conhecer a história e os conceitos das
tecnologias que influenciaram o surgimento dos sistemas ERP.
A crescente necessidade de desenvolver e aprimorar novas tecnologias voltadas para
as atividades comerciais na década de 80 gerou a necessidade de interação entre as áreas de
negócios, dentro e fora das organizações, criando assim novas formas de comunicações entre
as diferentes áreas da sociedade, sobre tudo nas relações empresariais. No intuito de ratificar
essa necessidade de interação dos negócios, começaremos a entender e conceituar sobre as
tecnologias disponíveis que viabilizam a gestão integrada dentro das organizações. Para
Caiçara Júnior (2008, p. 83) “a integração dos sistemas de informação acabam com as
barreiras existentes entre os próprios departamentos e entre as sedes e os departamentos, e
reduz a duplicação de esforços”. A tecnologia da informação (TI) é o meio que propicia a
utilização de novas ferramentas, no entanto essa é uma área que sofre enorme transformação e
a uma velocidade relativamente alta. Neste sentido, o surgimento de novas tecnologias de
hardwares e softwares, gera a necessidade de upgrade, isto é, a atualização dos sistemas
existente se faz necessário sempre que houver avanços de tecnologias, além disso, inovação
tecnológica requer altos investimentos financeiros. Buscar alternativas seguras e baratas que
minimizem as mudanças bruscas durante a implantação de novas tecnologias é um desafio
constante paras as organizações. Os sistemas de informações do tipo ERP estão presentes em
todas as empresas que necessitam gerir grandes quantidades de informações. Esses sistemas
custam caros e estão susceptíveis a inovações tecnológicas, por este motivo, podem ser
motivos de sucesso ou fracasso de uma organização.
A finalidade do presente trabalho é fazer uma comparação, sob o ponto de vista de
investimento, entre os sistemas de gestão integrado ERP na sua forma tradicional adquiridos
em forma de pacotes fechados, instalados no local (On Premise) ou em servidores (Hosting) e
o ERP no formato de SaaS “Software as a Service”, oferecido em nuvem, sob demanda (On
12 Demand). Para tanto é necessário fazer uma revisão da literatura de modo que se possa
caracterizar um sistema de informação, seguindo uma sequência evolutiva, buscando entender
as origens do ERP e suas transformações até chegar a um ponto onde se adentre pela
conceituação de computação na nuvem.
O trabalho está dividido em cinco capítulos onde o primeiro capítulo faz uma
introdução contextualizando o assunto seguido de uma abordagem sobre sistema integrado de
gestão, discorre a respeito do problema, delimita os objetivos geral e específico e justifica a
finalidade do estudo. O segundo capítulo, faz uma revisão bibliográfica em um refencial
teórico que conduz uma análise sintética da literatura explorando as tecnologias que deram
origem ao ERP, em seguida se faz introdução de sistemas em nuvem passando pelo conceito
de “Cloud Computing”, no intuito de conduzir a compreensão do ERP na forma de SaaS. É
feito ainda uma modesta abordagem sobre, datacenters, virtualização e governança
corporativa, na intenção de prover o mínimo de conhecimento sobre o assunto, finalizando
com serviços baseados em nuvem.
O terceiro capítulo trata da metodologia proposta e aplicada, o modelo de pesquisa
utilizado no estudo. O quarto capítulo trata do estudo comparativo em si, fazendo uma
abordagem nobre a as soluções ERP on premise, hosting e no formato de SaaS, demonstrando
as vantagens e desvantagens de cada modelo. O quinto capítulo, ao tratar as considerações
finais, faz uma inferência sobre a comparação, em seguida são apresentadas as referências
bibliográficas utilizadas na composição do trabalho.
1.2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO INTEGRADO NAS ORGANIZAÇÕES
O desenvolvimento tecnológico propiciou a integração das organizações fazendo com
que a disseminação da informação seja rápida e segura, além de deixá-la disponíveis aos
grupos de interesse a todo o momento e de forma simultânea, objetivando a uniformização da
informação nos processos de negócios, principalmente quando as organizações são
distribuídas geograficamente. É fundamental para que a integração ocorra de fato, que a
organização tenha a sua disposição um sistema de informação capaz de suportar, armazenar e
disponibilizar uma grande quantidade de dados dentro da própria organização, para isso se faz
necessário dispor de uma estrutura de tecnologia da informação (TI) robusta. “Conseguir que
uma companhia tenha suas operações mundiais integradas pela TI é sem dúvida uma grande
vantagem em termos de gestão”. (HEHN 1999, p 33). Neste sentido, as empresas que
13 possuem uma gestão integrada tornam-se mais competitivas, pois conseguem tomar decisões
mais rápidas que suas concorrentes.
A integração ultrapassa os limites das organizações já que o mundo corporativo requer
troca de informação em todo momento e em tempo real. O fluxo de informação deve ocorrer
em todos os níveis e em todos os setores, seja público, privado ou não governamental, deve
ocorrer em qualquer parte do mundo. Hehn (1999, p.33) ratifica a importância da integração
ao dizer que: “Ao estender a integração ´para toda uma cadeia de valor, em que diversas
empresas, numa relação cliente/fornecedor, passam a estar integradas através de seus sistemas
informatizados, podemos obter resultados incríveis de agilidade, sinergia e redução de ciclos”.
Destaca ainda Aundy (2005, p. 123) sobre a integração dos processos de negócios:
A evolução dos modelos de gestão da produção, desde o controle de estoque de materiais até a gestão da cadeia de suprimentos, é caracterizada pela crescente integração entre os processos de negócio. Essa integração é um dos principais objetivos perseguidos pelas organizações e um dos papeis desempenhados pelos sistemas de informações que funcionam como uma ponte que articula a tecnologia aos negócios
Os sistemas de gestão integrada interferem profundamente nos objetivos das
corporações de modo que a escolha do melhor modelo e tecnologia, impacta diretamente nos
resultados esperados, isto é, poderá causar lucros ou prejuízos. Sob essa ótica, gestão e
tecnologia se fundem aos negócios. Para Aundy (2005, p. 125) “os modelos de gestão passam
a se confundir com as soluções tecnológicas”. Neste sentido, a evolução dos sistemas de
informação se deu de uma forma em que o hardware viabilizou a criação e utilização de
bancos de dados robustos, que associado ao software tornou o banco de dados acessível a
todos os departamentos da organização, neste contexto, os softwares passam a fazer uma
maior integração entre os departamentos, de modo que os dados possam ser tratados
simultaneamente entre os setores da corporação. Neste cenário tecnológico, surge o ERP
(Enterprise Resource Planning) como sistema inovador criado exclusivamente para propiciar
a integração da gestão. Para Albertão (2001, p. 24) “Ter o poder e o controle sobre suas
próprias informações de modo a reagir rapidamente dentro da exigência do mercado é uma
necessidade que nenhuma organização que pretenda sobreviver pode ignorar”. Esta afirmativa
reforça a importância e a necessidade de utilização do ERP, ao mesmo tempo ratifica o
fortalecimento da organização sob o ponto de vista competitivo. Porém, o grau de
fortalecimento da organização deve levar em conta o fator humano, pois se observa que o
ERP, muito embora seja um sistema integrado, não são inteligentes. Sabe-se que empresas são
feitas por pessoas e, portanto, apenas o ERP não é suficiente para que a uma organização seja
integrada, mas viabiliza e facilita integração mais que qualquer outro sistema de informação.
14 Souza e Saccol (2011, p. 66) afirmam que: “Entretanto, o fato de um sistema ERP ser
integrado não leva necessariamente ao desenvolvimento de uma empresa integrada”.
O uso do ERP acaba sendo uma necessidade, até de atuação, em determinados
mercados, sobretudo aqueles que buscam maior transparência das suas operações, neste caso
o ERP é necessário e recomendado, devido aos sistemas de auditoria que fazem parte da
governança corporativa e pela Compliance imposta, como exemplo, a lei Sarbanes Oxley que
disciplina as empresas que atuam nos mercados de capitais.
1.3 PROBLEMAS DE PESQUISA
Devido à necessidade de se manterem competitivas diante de um mercado dinâmico,
onde o valor da informação é fundamental para o sucesso dos negócios e para esta em
conformidades com a governança corporativa, muitas empresas necessitam dispor de um
sistema de informação robusto que atenda a governança corporativa e a Compliance a qual
está submetida, sobre tudo, as médias e grandes empresas de capital aberto que buscam captar
recursos em instituições financeiras do mercado de capitais como a bolsa de valores de Nova
York (NYSE-New York Stock Exchange). Estas empresas geralmente dispõem de um sistema
de informação integrado, composto por um ERP, que atende aos requisitos legais da
Compliance. O ERP requer uma série de custos que vão desde a implantação até a sua
operacionalidade. Dispõe de uma infraestrutura de tecnologia da informação (TI), que requer
altos custos de investimentos, para mantê-los atualizados e operando. “Os sistemas ficam
velhos sofrendo tantas modificações no passar do tempo, que uma manutenção adequada
torna-se cada vez mais difícil”. (ALBERTÃO, 2001, p. 33) Além dos custos de implantação e
manutenção, existe a necessidade de se atualizar os sistemas existentes ou até mesmo
substituí-los por completo. A simples necessidade de atualização pode fazer a organização
acumular passivos que passam a interferir nos resultados financeiros dessas empresas. Os
upgrades dos sistemas informatizados requerem sempre investimentos financeiros, seja em
aquisição de novas máquinas e plataformas para dar suporte aos novos softwares, ou na
atualização e aquisição de novos softwares. As organizações devem ainda homologar seus
softwares, causando um desembolso considerável com pagamento de licenças. A mudança ou
atualização da tecnologia da informação gera a necessidade de novos conhecimentos e para
tal, é necessário treinar pessoal para lidar com as novas tecnologias, ou até mesmo contratar
um profissional qualificado para fazer parte do sistema. Hehn (1999, p 15) afirma que:
“Pagando um preço muitas vezes bastante elevado, as organizações estão descobrindo que
15 somente a tecnologia da informação não basta; seus plenos benefícios só podem ser
alcançados por meios das pessoas que dela utilizam”.
Os custos elevados dos sistemas de informação faz com que muitas empresas que
utilizam ERP passem a decidir por não investir em novas tecnologias, fazendo com que seus
processos se tornem precários, lentos e frágeis, já que dependem de um sistema a o qual estão
intrinsicamente ligados, isto é, as empresas passam a correr risco com sistemas obsoletos, no
intuito de reduzir Custo Total de Propriedade. A questão é que não basta reduzir custos com
tecnologia da informação para dar suporte ao ERP, existe a real necessidade de investimento,
caso contrário as grandes e médias empresas dificilmente atenderão ao mercado e por sua vez
estarão mais susceptíveis à derrota. Sobre os fracassos na implantação do ERP Albertão
(2001, p. 33) discorre ainda que:
Existem várias razões para que a avaliação, a seleção e a implantação de um sistema possam redundar em fracasso. A falta de capacitação adequada dos envolvidos no processo é um fator determinante de fracasso que, ao lado da falta de uma metodologia de implantação e problemas políticos internos da empresa, pode levar a perda de tempo e dinheiro.
Reduzir custos de forma radical seria um desastre para qualquer empresa, porém se os
custos forem reduzidos através de utilização de nova tecnologia sem necessariamente ter que
investir em infraestrutura de TI ou ter que descontinuar os sistemas de informação obsoletos,
ou substituí-los por completo, poderia ser muito mais vantajoso para as empresas optar por
utilizar serviços baseado em nuvem, utilizando softwares que satisfaçam suas necessidades.
No caso do ERP existe a solução como serviço SaaS, “Software-as-a Service”, em que os
serviços são oferecidos sob demanda, isto é só se paga pelo que se usa, onde se acredita que
os custos são bem reduzidos, se comparado com os sistemas ERP “on premise”, que tem um
custo elevado, ou com licença hospedados em servidores de terceiros, “Hosting”. Como a
formatação em SaaS é muito recente, é natural que exista uma certa resistência em utilizar
esta solução, principalmente das grandes e médias empresas. É preciso entender qual solução
mais eficiente e de melhor retorno financeiro, sem colocar em risco a segurança das empresas.
Neste caso cada organização deve entender quais as suas necessidades e quais seus objetivos
na hora de investir em um sistema ERP.
O problema central da pesquisa é saber qual a melhor escolha de uma solução ERP
entre os modelos SaaS e uma licença instalada no local, on premise, ou hospedada em
servidores (hosting). Neste sentido, se faz necessário fazer um estudo comparativo entre os
modelos propostos e verificar qual a alternativa mais satisfatória. Para isso é necessário
definir quais os critérios de escolha mais importantes para cada organização.
16 1.4 OBJETIVOS
4.1.1 Geral
Comparar os sistemas ERP licenciados “on premise”, hosting e no formato de SaaS,
na busca de indicar qual a melhor escolha de investimento entre as alternativa apresentadas.
4.1.2 Específicos
• Demonstrar que é possível reduzir custos com sistemas ERP no formato de SaaS;
• Entender que os sistemas baseados em “Cloud Computing” são seguros e viáveis;
• Dirimir dívidas sobre as três opções de escolha de ERP on premise, hosting e o
formato de SaaS.
1.4 JUSTIFICATIVAS DO ESTUDO
A justificativa deste estudo se deve ao fato de buscar entender por que as empresas,
apesar de terem prejuízos com sistemas de informações obsoletos e dispendiosos, temem em
adotar os sistemas baseados em “Cloud Computing”, ao mesmo tempo, lidam com a
dificuldade de escolher uma solução mais adequada e que atenda às suas necessidades. Busca
ainda dar subsídios a academia e ao público interessado na problemática de escolha que
envolve os ERP, elencando os pontos e contrapontos, que ajudem na escolha da melhor
solução ERP, on premise, hosting ou SaaS.
Justifica-se também, pela busca de redução de custos na implementação de novas
tecnologias baseadas em “Cloud Computing” como também demonstra que é viável e seguro
aplicar o método multicritério AHP (Analitical Hierarchy Process) no processo de escolha da
melhor solução. Enfim, busca de um modo geral, dar subsídios para que que se possa
identificar a solução mais adequada de acordo com a realidade de cada organização.
17 2. REFERENCIAL TEÓRICO
A proposta deste estudo fundamenta-se na teoria dos ERP e sua importância para a
organização, tendo como premissa básica a utilização do ERP de forma mais econômica e
eficiente. É necessário fazer uma revisão na literatura com uma abordagem do sistema de
informação buscando compreender a filosofia dos sistemas ERP e sua origem, ao mesmo
tempo, conceituar sistemas baseado em “Cloud Computing” e os serviços baseados em
nuvem, sobre tudo, o formato de SaaS.
2.1 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO (SI)- NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA
A definição de sistema de informação (SI) é muitas vezes confundida com tecnologia
da informação (TI). Faz-se necessário, neste sentido, entender essa diferença. Um SI não
depende necessariamente de recursos tecnológicos, isto é podem operar sem o apoio da
informática, já a tecnologia da Informação (TI) compreende todos os recursos da informática
composto por softwares e hardwares. Para Batista 2004 (apud CAIÇARA JÚNIOR, 2008, p.
34) conceitua tecnologia da informação como “todo e qualquer dispositivo que tenha
capacidade de tratar dados e/ou informações tanto de forma sistêmica como esporádica,
independentimente da maneira como é aplicada.” Significar dizr que a TI abrange todos os
equipamentos e meios para manipulat dados, como rede de computadores, fax, banco de
dados, comunicação de video, estações de trabalho. Ratifica ainda Caiçara Júnior (2008, p.
62) que:
É bem verdade que, à mediada que uma empresa cresce, suas informações também aumentam, tornando o processo de controle e acompanhamento um tanto quanto complexo. As informações que devem ser sistematizadas em uma empresa estão disponíveis no mercado e, em grande parte, distribídas pela organização, mas a manipulçaçao dessas informações pode ser aperfeiçoada com a utilização dos recursos da computação, fascilitando assim, seu processamento e compartilhamento.
Para Albertão (2001, p.26), “Qualquer sistema de informação é a espinha dorsal de
uma organização”. É quase impossível se pensar em uma empresa moderna sem um sistema
de informação, o mais simples que seja. O sistema de informação é a história viva da empresa,
carrega em sí toda a curva de experiência alcançada ao longo tempo, os dados de clientes, o
registro de processos de negócios, ficam armazenados em bancos de dados que podem ser
utilizados a qualquer momento. As relações comerciais e alguns processos de négócios
exigem transparências e são submetidas a uma série de controles externos, principalmente por
orgãos como a Receita Federal e o Tribunal de Contas da União (TCU). À medida que o
18 conjunto de leis se amplia em tornos das organizações, isto é, à medida que a compliance
aumenta as organizações são submetidas a controles mais severos e critériosos. Esses
controles são baseados em evidência e registros de informações, que devem está disponível e
auditaveis quando necessários.
Para Albertão (2001, p. 74) “A importãncia de um sistema de informação (SI) em uma
empresa esta diretamete relacionada com o envolvimento dos tomadores de decisão e é
fundamental para o sucesso da empresa e do próprio sucesso dos gestores, isso porque o SI
permite que as empresas aumentem seus lucros e baixem seus custos”. Já Reszende (2011, p.
41) discorre que:
Os sistemas de informmação independentemente de seu nível ou classificação, tem como objetivo auxiliar os processos de tomadas de decisões nas empresas. Se os sitemas de informação não se propuzerem a atender a esse objetivo, sua existência não será significtiva para a empresa.
Assinala Caiçara Junior (2008, p. 61) “a principal finção de um SI é transformar dados
em informações úteis para o processo de tomada de dicisões”. Sobre os benefícios e usos do
sistema de informação, destaca ainda Oliveira 2008 e Stair, 1988 (apud RESENDE, 2011 ):
O apredizado em sistema de informação ajuda tanto em termos pessoais como profissionais. De acordo com seu entendimento, ajuda também as empresas. Um sistema de informação eficiente pode ter um grande impacto na estratégia corporativa e no sucesso da empresa. Esse impacto pode beneficiar a empresa, os clientes e/ ou usuários e qualquer indivíduo ou grupo que interagir com os sistemas de informação.
O sistema de informação (SI) é considerado um subsistema muito importante dentro do
sistema da organização, a figura 1 mostra como o sistema atua dentro de uma organização:
Figura 1 Integração do Sistema de Informação.
Fonte: Rezende, 2011, p.47.
19
Os subsistemas de informações empresariais são compostos por entrada,
processamento e saída, devem ser integrados ao sistema de informação. Observa-se que existe
uma realimentação positiva de forma a manter o sistema harmônico e compensatório que
promove o crescimento do sistema de informação. A entrada tem a função de captar os dados
novos, sofre influência direta da saída, isto é, existe um processo de retroalimentação que
possibilita aperfeiçoar a entrada. O processamento é responsável pelo tratamento da
informação, transformando dados brutos em informações úteis através de cálculos e
comparações. A saída é responsável pela consolidação da informação através de relatórios e
ordenação dos dados. A saída pode ser entrada para outros sistemas.
2.2 CLASSIFICAÇÕES DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Os sistemas de informação são classificados no nível organizacional e por área
funcional. No nível organizacional atua no plano operacional, tático e estratégico; nas áreas
funcionais atua como recursos humanos, produção, finanças e marketing. Como se verifica na
figura 2, no nível operacional o SI está relacionado à realização e tarefas rotineiras e
repetitivas, no nível tático (gerencial) os SI dão suporte a tomada de decisão emitida e
relatórios e organizando dados, já o nível estratégico os SI servem como suporte a alta direção
de modo que as informações não precisam ser estruturadas ou detalhadas.
Figura 2 – Pirâmide dos Sis
20
Pode-se observar que os sistemas de informação tem o objetivo de automatizar os
processos empresariais para que a produção e os lucros sejam maximizados, ao mesmo tempo
aperfeiçoa o processo de gestão no apoio a tomada de decisão. O sistema informação precisa
ser integrado funcionalmente para que a informação seja uniformizada de modo que não gere
retrabalho ou perdas de oportunidades por falha na gestão. Caiçara Júnior (2008, p. 83)
ratifica que “A integração dos sistemas de informação acaba com as barreiras existentes entre
os próprios departamentos e entre as sedes e os departamentos, e reduz a duplicação de
esforços”. Albertão (2001, p. 76) afirma que “uma das decisões mais importantes refere-se a
como os diferentes tipos de SI serão analisados e usados”.
2.2.1 Principais Sistemas de Informação
Stair 2004 (apud CAIÇARA JÚNIOR, 2008, p.72), aponta os principais sistemas de
informação e sugere as seguintes inferências: SPT de nível operacional, SIG visão de apoio do
nível operacional, SSD de nível tático ou estratégico e SSE apoio de nível tático com uma
visão executiva.
2.2.1.1 SPT Sistemas de Processamento de Transações
São considerados como sistemas de nível operacional ou transacional, é o suporte para
as operações mais básicas como entrada e saída de mercadoria do estoque, pagamentos
diversos. Umas das características desse sistema é que as entradas de dados geralmente são
digitados ou importados de outro SPT. Para Turban, McLean e Wetherbe 2004 (apud
CAIÇARA JÚNIOR, 2008, p.72) “Os sistemas de processamento de transação é a espinha
dorsal dos sistemas de informação de uma empresa. Ele monitora, coleta, armazena, processa
e dissemina informação para todas as transações rotineiras da empresa”.
2.2.1.2 SIG- Sistema de Informações Gerenciais
São os sistemas responsáveis pelo tratamento das informações, geralmente oriundas de
outras fontes, como por exemplo um SPT, para auxiliar na tomada de decisão. Produzem
relatórios em diversos modelos e de acordo com cada área funcional, facilitando a gestão por
departamentos. Segundo Stair (2004) “A finalidade principal de um SIG é ajudar a
21 organização a atingir suas metas, fornecendo aos administradores uma visão das operações
regulares da empresa, de modo que possam controlar organizar e planejar mais eficaz e
eficientemente”.
2.2.1.3 SSD- Sistema de Suporte a Decisão
São os sistemas utilizados por gerentes de nível tático e estratégicos, portanto da
ênfase a informações menos rotineiras para tomada de decisão. Consolidam as informações
mais importantes e são mais intuitivos, por terem uma interface mais amigável, de modo que a
os dados sejam organizados com maior agilidade. Os dados de entrada para os SSD são
provenientes de SPT, SIG, ou outras fontes confiáveis. São conhecidos também por SAD,
Sistema de Apoio a Decisão.
2.2.1.4 SSE- Sistema de Suporte Executivo
Este sistema ajuda na tomada de decisão a alta gerência das organizações. As
informações são customizadas de acordo com a preferência e o perfil do gerente. Segundo
Laudon e Laudon 2001((apud CAIÇARA JÚNIOR, 2008, p.76) “Os SSEs são sistemas
orientados para gráficos, projetado para gerência sênior, que oferecem computação
generalizada e recursos de telecomunicações para monitoramento e controle de uma empresa.
2.3 SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO ERP (ENTERPRISE RESOURCE PLANNING)
Sistema integrado de gestão ERP (Enterprise Resource Planning) são pacotes de
softwares comerciais voltados para soluções empresariais que propicia a gestão integrada das
informações. Para Markus e Tanis (apud SOUZA E SACCOL, 2000, p.65) definem o ERP
“como pacotes comerciais que permitem a integração de dados provenientes dos sistemas de
informação transacionais e dos processos de negócios ao longo de uma organização”. Para
Resende (2011, p.192) “A tecnologia Enterprise Resource Planning (ERP) ou Planejamento
de Recursos Empresariais são pacotes (software) de gestão empresarial ou de sistemas
integrados, com recursos de automação e informatização, visando contribuir com o
gerenciamento dos negócios empresariais”. Pode-se afirmar então que os sistemas ERP são
softwares que promovem a integração empresarial em todos os níveis do processo
organizacionais, são sistemas que automatizam e interligam as áreas operacionais como
22 contabilidade, finanças, custos, suprimento, projeto, manutenção, estoque, além de fazer a
interligação dos processos internos à empresa ao meio externo, como fornecedores e órgãos
de controle de legislações tributárias. Por serem definidos como pacotes comerciais, os ERP
não são desenvolvidos para um público específico, porém o software pode ser customizado
para uma aplicação específica. Assinala Caiçara Júnior (2008, p. 85) que: “Em virtude do
ERP ser um pacote de software pronto, a empresa que implanta um sistema desse tipo tem
que se adaptar às funcionalidades do produto e adequar seus processos de negócios à
modelagem imposta pelo novo sistema”.
Em meados da década de 90 os sistemas ERP passaram a ter um papel importante e
fundamental para integrar os processos empresariais e auxiliar na gestão das empresas, a
partir daí, surgiram vários pacotes comerciais amplamente divulgados como o Ômega da
ABC71, o Oracle ERP Cloud Service, o ERP da brasileira SÊNIOR, o ERP da TOTVS,
porém o mais utilizado mundialmente é o R/3 da SAP (Systemanalyse and
Programmentwiicklung), afinal, foi a empresa SAP que desenvolveu o conceito original do
ERP.
2.3.1 Origem e Evolução dos ERP
Alguns autores considerar o ERP como uma continuidade do MRP II (Manufactoring
Resources Planning), assim para Corrêa, 1999 (apud SOUZA E SACCOL, 2011, p.64)
assinala que:
Os sistemas ERP podem ser entendidos como a evolução do MRP II, à medida que, além do controle dos recursos diretamente utilizados na manufatura (materiais, pessoas, equipamentos) também permite controlar os demais recursos da empresa utilizados na produção, comercialização, distribuição e gestão.
Como foi frisado anteriormente: Foi a SAP que criou o conceito original dos ERP e a
partir do sistema denominado de R/2, os ERP foram introduzidos no mundo corporativo
tornando a SAP líder mundial em ERP. O R/2 da SAP ainda era um sistema dedicado a
algumas áreas da organização, pois focava a gestão de estoque com um processo de
integração tanto interno quanto externo a empresa. Em meados dos anos 90 a SAP buscou
criar uma solução através de pacote que fosse capaz de gerenciar e automatizar todos os
processos dentro de uma empresa buscava também uma arquitetura cliente-servidor, para
atende a essa demanda surgiu o ERP R/3.
23
Para conquistar definitivamente o mercado de sistemas ERP, a SAP inovou com
alguns diferenciais em relação a outros softwares de mesma linha. Figura 3.
Figura 3 – Diferencial do produto R/3 da SAP
Fonte: Caiçara Junior, 2008, p.87. Adaptado.
2.3.2 Mercado de ERP
O mercado de ERP no Brasil se mostra proeminente, o Quadro 1 mostra os principais
fornecedores e sua participação no mercado nacional.
Quadro 1 – Mercado ERP no Brasil
Empresa % mercado Brasil
SAP 23%
Oracle 17%
Totvs 40%
Outros 20%
Fonte: Caiçara Junior, 2008, p.96.
24
Os principais fornecedores dos sistemas ERP, em nível internacional, são a SAP e a
Oracle, pois são fornecedores pioneiros e carrega consigo uma grande confiabilidade e
qualidade. Dentre algumas empresas que utilizam os ERP da SAP e da ORACLE destacam-se
a COCA – COLA, TEXACO, PETROBRAS, SIEMENS, WEG E GRUPO ABRIL.
Um fator que influenciou a venda dos ERP na década de 90 foi o fator Y2K,
conhecido como “o bug do milênio”. As empresas com medo de sofrer com os prováveis
danos do bug substituíram seus sistemas antigos pelos sofisticados softwares de gestão, que já
utilizavam de linguagem de programação mais modernas e que, portanto, não sofreriam com
os problemas de contagem de datas, isto é, não seriam afetados pelo Y2K.
2.3.3 Flexibilidade do ERP
Os sistemas ERP se dividem em módulos comerciais sendo os mais comuns: Módulo
financeiro, de vendas, controladoria, materiais, qualidade, produção e recursos humanos. Os
módulos podem variar de acordo com cada pacote de software, porém alguns são
imprescindíveis para caracterização do conceito inicial. Os módulos mais importantes para
que o ERP desempenhe e cumpra com a finalidade de acompanhamento, gerenciamento e
apoio a gestão são os módulos que cumpre a finalidade de BackOffice, desempenhando os
processos internos da empresa. É importante dizer que independente da empresa os módulos
fundamentais servem para todas as organizações. A vantagem de ser modular faz com que o
ERP permita a escolha dos módulos fundamentais ao negócio, de modo que o cliente escolha
quais os módulos mais adequados a sua organização, de acordo com as estratégias da mesma.
À medida que a necessidade de controle, de outras áreas vão aparecendo, a empresa poderá
adquirir outros módulos complementares para compor um sistema mais consistente. Para
Hypólito e Pamplona, 1999 (apud CAIÇARA JUNIOR, 2008, p. 112) “cada módulo do ERP
contempla funcionalidades relacionadas área de atuação específica”. Os módulos podem ser
encontrados no mercado como sendo: Módulos básicos, Módulos específicos ou verticais e
Módulos customizados.
O ERP tem uma notável eficiência quando se trata de realizar atividades de controle
internas ou BackOffice, no entanto quando se refere a atividades relacionadas à interação com
o meio externo como clientes e fornecedores, assumindo as funções de frontoffice, os ERP
deixam a desejar, ainda mais quando o sistema é pouco ou nada flexível, nesse sentido surge o
25 conceito de CRM- Costumer Relationship Manegement, para auxiliar nas funções de
frontoffice.
2.3.4 Módulos específicos ou verticais e Módulos customizados
A filosofia do ERP inicialmente se baseava na ideia de que seria um sistema genérico
que contém todas as funções necessárias a uma empresa independentemente do seu segmento,
porém na prática houve muitas necessidades de adaptação, foi então que surgiu a ideia de
verticalização, ou seja, a criação de soluções customizadas para os diferentes modelos e
segmentos organizacionais. Isso fez com que a SAP, por exemplo, fizesse um ERP com
módulos específicos, para atender os planos de saúde e convênios que objetivam os processos
de apoio aos pacientes dentro dos hospitais.
Ter um produto customizado ajuda para determinadas situações, nesse sentido as
empresas fornecedoras de ERP vendem soluções customizadas de acordo com a necessidade
de cada negócio. O processo de aquisição que deve ser muito bem documentado para não
perder as características funcionais. A customização acontece com ênfase nas boas práticas
das empresas que tentam deixar o software com a cara do cliente. Caiçara Junior (2008,
p.115.) afirma que: “os fornecedores, muitas vezes, são os maiores beneficiados com a
customização, primeiramente porque aumentam suas receitas, e também por possibilitarem
que muitos fornecedores refinem seus produtos e os tornem competitivos em determinados
segmentos”.
Os módulos básicos consistem em pacotes fechados já prontos para atender a uma
determinada área das empresas de acordo com a estratégia estabelecida ou necessidades
produtivas. Cada fornecedor tem sua definição de módulos básicos e variam de acordo com
cada estratégia empresarial, no entanto todos devem ter suas funcionalidades similares. O
módulo básico as SAP, por exemplo, é formado por: CO (Controladoria), FI-(Finanças), PP
(Planejamento e Produção), MM (gerenciamento de materiais), SD (Vendas e Distribuição) e
HR (Recursos Humanos).
2.3.5 Ciclo de vida de um sistema ERP
O ERP tem um ciclo de vida passa por diversas etapas que vão desde a concepção até
a operacionalização do sistema. Souza e Zwicker, 2000 (apud SOUZA e SACCOL, 2011, P.
26 70) apresenta um modelo específico para o ciclo de vida dos sistemas ERP mostrado na
Figura 4:
Figura 4 – Ciclo de vida de um sistema ERP
Fonte: Souza e Zwicker, 2000 (apud SOUZA e SACCOL, 2011, P. 70).
A Decisão e seleção constitui a primeira etapa do ciclo de vida. Nesta etapa, devem-se
levar em consideração os fatores de que darão suporte ao sistema de modo que garanta sua
sobrevivência por longo período. A visão de futuro do fornecedor, a arquitetura técnica do
produto, custo de implantação, qualidade do pós venda e saúde financeira do fornecedor.
Durante a implementação, que constitui a segunda etapa do ciclo de vida, o sistema é
colocado em funcionamento e feito todos os ajustes de parametrização e customização e
configuração do hardware, software e peopleware. Envolve o treinamento de pessoas, apoio e
suporte técnico. Esta etapa é muito importante, pois é nela que acontece a consolidação do
plano de implantação. É considerada uma das mais críticas, por envolver mudanças
organizacionais de fato e que, de certa forma, mexe com a cultura da empresa, causando
resistência a mudanças, por parte das pessoas acostumadas com os sistemas antigos, que
embora não sejam eficientes são em grande parte estáveis e acabam sendo objeto de
comparação. A etapa de utilização acontece quando o sistema está apto a operar. É o dia-a-dia
das operações rotineiras, mas devem ser levadas em consideração as falhas inerentes ao
27 processo de implantação do sistema. Para Orlikoviski e Hofman 1997 (apud SOUZA e
SACCOL, 2011, P. 72) relatam a dificuldade de reconhecer de antemão todas as
possibilidades de uso de novas tecnologias da informação nas empresas. Souza e Saccol
(2011, P. 72) faz a seguinte inferência sobre modelo de ciclo de vida:
O modelo de ciclo de vida apresentado estabelece ainda, no caso de implementação em fases, a limitação que os módulos já implementados exercem sobre os módulos a serem implementados, uma vez que sua configuração já se encontra em operação tem sua modificação dificultada.
2.3.6 Metodologias para seleção de sistemas ERP
Para programar um sistema de informação consistente em uma empresa, que justifique
a necessidade de um ERP, pode ser realizados de diversas formas como a utilização de
recursos internos próprios, através de consultoria especializada em ERP, muito embora em
alguns casos, sob o ponto de vista da economicidade, é mais vantajoso para a empresa
adquirir pacotes prontos no mercado. Para Kale, 2000 (apud SOUZA E SACCOL, 2011, p.
29) as empresas buscam os ERP pela “necessidade de não reinventar a roda” e os esforços de
mão de obras seriam utilizados “auxiliar nas áreas operacionais e tirar mais vantagens dessa
ferramenta e complementar os pacotes com rotinas específicas para a própria empresa”. Para
Souza e Saccol (2011, p. 30):
Existe uma metodologia de seleção de sistemas ERP que foi elaborada e com base nas recomendações presente em boa parte da literatura (Bancroft et al., 1998; Hecht, 1997; Krasner, 2000; Thermistocleous, 2001; Bergamaschi, 1999; Colangelo Filho, 2001; Morais Filho e weigerg, 2002; Riccio, 2001; Souza e Zwicker, 1999) é utilizada com sucesso por algumas empresas.
A forma mais indicada para se escolher um ERP é utilizando o modelo de seleção de
múltiplos filtros, Figura 5.
Procedimentos iniciais: Monta-se um cenário propicio para se pensar em ERP, onde é feito
os levantamentos das necessidades através de grupo de trabalho, deverá ser analisados todas
as hipóteses para implantação do ERP, verificando quais os impactos, quais as premissas
básicas, qual o melhor modelo, como iniciar o processo de escolha, etc. Para Caiçara Junior
(2008, p.101) “quanto mais detalhado esse levantamento, mais a empresa terá condições de o
sistema ERP que melhor atenda às suas necessidades”. Segundo Souza e Saccol (2011, p.32)
“o ideal é que participem do grupo pessoas que tenham, por um lado, visão da empresa em
sua totalidade e, por outro lado, tenha conhecimento sobre o funcionamento de cada atividade
da empresa.
28 Seleção prévia: Buscas das informações iniciais sobre os sistemas disponibilizados pelo
mercado, onde encontra-los, quanto custa. É nesta fase que se define quem vai fornecer o
sistema.
Figura 5 – Modelo de seleção de múltiplos filtros.
Fonte: Souza Saccol, 2011, p.31. Adaptado.
29 Avaliação funcional: Depois da avaliação prévia, deve-se fazer uma análise das
funcionalidades do ERP e verificar a compatibilidade da empresa. Nesta fase deve-se fazer
uma análise criteriosa, pois mexe diretamente com os processos da empresa, portanto a
escolha deve ser a que apresente o melhor custo benefício.
Avaliação tecnológica e de mercado: É a fase onde se devem avaliar os requisitos
tecnológicos relacionados a softwares e hardwares e suas características de interface, é muito
importante porque afetará diretamente os operadores (peopleware).
Refinamento das análises: Esta fase representa a escolha da modelagem que a empresa irá
adotar. Poderá ocorrer a customização ou a escolha de pacotes básicos.
Decisão: É onde se estabelece a realização da implantação do ERP.
2.3.7 Formas de aquisição e implantação de ERP
O ERP pode ser adquirido sob forma de licença ou de serviços. A compra de uma
licença permite dois modelos de implantação, o on premise (instalado no local), o Hosted
(hospedado em um servidor) e sob forma de SaaS (serviço sob demanda, baseados em Cloud).
A solução on premise requer que o comprador da licença seja o total responsável pelo
gerenciamento da infraestrutura necessária a implantação. A solução hosted transfere o
gerenciamento da infraestrutura para o provedor responsável, já a solução em forma de SaaS é
gerenciado pelo fornecedor dos serviços sob demanda em Cloud.
2.3.8 Características vantagens e desvantagens
Implantar um ERP não é uma tarefa simples é fácil, apesar de o sistema ter um
propósito de oferecer benefícios é necessário considerar também os fatores que causam
fracassos. Albertão (2001, p. 33) sobre o fracasso na implantação do ERP afirma que: “Deve-
se evitar a todo custo iniciar um projeto sem suporte político adequado, nunca estabelecer
expectativas que não possam ser atendidas e com isso levar os usuários à frustação no
momento da verdade”. Sobre as vantagens e desvantagens levando em consideração as
características dos ERP, Souza e Saccol (2011. P. 69) apresenta no Quadro 2, os principais
benefícios e problemas dos sistemas ERP. O quadro traz um resumos das principais
características, benefícios e problemas referentes a o ERP.
30 Quadro 2 – principais benefícios e problemas dos sistemas ERP. Características Benefícios Problemas
São pacotes comerciais
- redução de custos de informática;
- foco na atividade principal da empresa;
- redução do backlog de aplicações;
- atualização tecnológica permanente, por conta
do fornecedor.
- dependência do fornecedor;
- empresa não detém o conhecimento
sobre o pacote.
Usam modelos de processos
- difunde conhecimento sobre best practices;
- facilita a reengenharia de processos;
- impõe padrões.
- necessidade de adequação do
pacote à empresa;
- necessidade de alterar processos
empresariais;
- alimenta a resistência à mudança.
São sistemas integrados
- redução de retrabalho e inconsistências;
- redução da mão-de-obra relacionada a
processos de integração de dados;
- maior controle sobre a operação da empresa;
- eliminação de interfaces entre sistemas
isolados;
- melhoria na qualidade da informação;
- contribuição para a gestão integrada;
otimização global dos processos da empresa.
- mudança cultural da visão
departamental para a de processos;
- maior complexidade de gestão
de implementação;
- maior dificuldade na atualização
do sistema, pois exige acordo
entre vários departamentos;
- um módulo não disponível pode
interromper o funcionamento dos
demais;
- alimenta a resistência à mudança.
Usam bancos de dados
- padronização de informações e conceitos;
- eliminação de discrepâncias entre informações
de diferentes departamentos;
- melhoria na qualidade da informação;
- acessos a informações para toda a empresa.
- mudança cultural da visão de
“dono da informação” para a de
“responsável pela informação”;
- mudança cultural para uma visão
de disseminação de informações
dos departamentos por toda a
empresa;
- alimenta resistência à mudança.
Possuem grande abrangência funcional
- eliminação da manutenção de múltiplos
sistemas;
- padronização de procedimentos;
- redução de custos de treinamento;
- interação com um único fornecedor.
- dependência de um único
fornecedor;
- se o sistema falhar, toda a empresa
pode parar.
Fonte: Souza e Saccol, 2011, p.69
31 2.4 CLOUD COMPUTING – CONCEITOS
O conceito de “Cloud Computing” está associado a um ambiente virtual infinito, onde
se pode armazenar e acessar dados e sistemas através da internet, pode-se dizer que é uma
evolução da arquitetura de TI cliente-servidor. Veras (2012, p.31), faz a seguinte consideração
sobre o conceito de “Cloud Computing”: “A grande ideia inicial da CLOUD COMPUTING
foi processar as aplicações e armazenar os dados fora do ambiente corporativo, dentro da
grande rede, em estruturas definidas como DATACENTERS, otimizando o uso dos recursos”.
Discorre ainda Veras que: “A arquitetura CLOUD COMPUTING significar mudar
fundamentalmente a forma de operar a TI, saindo de um modelo baseado em aquisição de
equipamentos para um modelo baseado em aquisição de serviços”; enfim faz uma inferência
sobre o conceito que considera mais aplicável, ao afirmar que “CLOUD COMPUTING é um
conjunto de recursos virtuais facilmente utilizáveis acessíveis, tais como hardware, software,
plataformas de desenvolvimento e serviços.
Pode-se dizer que a TI está diante de uma mudança sem volta, é uma quebra de
paradigma da arquitetura de TI. Cloud Computing pode ser considerado um “Change trigger”
tecnológico. Para HENH (1999), “Change trigger” é um avanço que tem duas características
importantes como, provocar descontinuidade e a decisão de adotar ou não uma nova tendência
tecnológica pode estar fora de seu controle. Isto sugere que independente da vontade humana,
uma tecnologia sempre será substituída por outra mais avançada.
Segundo Veras (2012), a arquitetura cliente/servidor teve uma evolução com o
surgimento da internet, fazendo com que o número de servidores aumentasse em todos os
locais, elevando os pontos de conexão que passaram a figurar como uma nuvem (Cloud). A
Figura 6 representa bem essa ideia. A TI tende a convergir sua estrutura para os
DATACENTERS (DC), que são os principais elementos de armazenamento e processamento
de dados, formando a Cloud De TI.
Outra grande vantagem que a “Cloud” oferece é a redução dos custos relacionados a
utilização dos recursos de forma eficiente, isto é, não existe ociosidade de recursos, como nos
sistemas on premise. Isto se dá devido ao benefício da elasticidade ofertado pela “Cloud
Computing”, durante a utilização, ou seja, os serviços podem ser fornecidos de acordo com a
demanda do usuário, de modo que a oferta dos serviços aumentam ou diminuem
automaticamente, com o recurso da escalabilidade oferecido pela Cloud, isto permite,
portanto, fazer com que a organização possa planejar melhor a utilização dos seus recursos.
32 Figura 6 – Formação da CLOUD de TI
Fonte: Veras, 2012, p.32. Adaptado. 2.5 TIPOS DE CLOUD
A NIST (National Institute of Standards and Technology) define quatro modalidades
de serviços baseados em Cloud Computing, o Public Cloud, o Private Cloud, o Community
Cloud e o Hybrid Cloud.
Public Cloud (Nuvem Pública) são serviços oferecidos por terceiros que possuem “grande
capacidade de processamento e armazenamento de dados” (VERAS, 2012, p. 41). Brent
Ashley, consulto da IBM (http://www.ibm.com) afirma que “as nuvens públicas tentam
fornecer aos clientes elementos de TI livres de controvérsias. Seja software, infraestrutura de
aplicação ou infraestrutura física, o provedor da nuvem assume as responsabilidades [...]”. Os
clientes só pagam o que consumir, isso permite eficiência na utilização dos recursos de TI e
também nos custos dos serviços. Apesar desses benefícios, a nuvem pública perde com a
inflexibilidade de configuração dos sistemas e softwares utilizados pelo cliente, isto é, os
clientes não tem permissão para configurar de forma total os serviços oferecidos pela Public.
Cloud, devido à falta de controle sobre a infraestrutura e a Compliance a qual os fornecedores
estão submetidos.
Private Cloud (Nuvem privada) É uma nuvem criada para uso exclusivo de uma organização,
de modo que o gerenciamento dos serviços pode feito pela própria organização ou por
terceiros. Dependendo da governança corporativa as quais estão submetidas, as empresas
33 podem optar por contruir seus próprios datacenters ou utilizar hopedagem em provedores de
serviços. Em abril de 2009 o consulto da IBM Brent Ashley (http://www.ibm.com) fez as
seguintes observações sobre nuvem privada:
As nuvens privadas oferecem vantagens sobre a variedade pública. Um controle mais detalhado sobre os vários recursos que constituem a nuvem dá a uma empresa todas as opções de configuração disponíveis. Além disso, as nuvens privadas são ideais quanto o tipo de trabalho que está sendo feito, que não é prático em uma nuvem pública, por motivo de segurança ou preocupações regulamentares.
Community Cloud (Nuvem Comunitária) acontece quando duas ou mais organizações
compartilham uma nuvem privada. Isto permite que empresas do mesmo grupo possam
usufruir da mesma infraestrutura oferecida.
Hybrid Cloud (Nuvem Hibrida) é uma combinação entre as nuvens públicas privadas e
comunitárias. “[...] continuam a ser entidades únicas, porém conectadas através de tecnologias
proprietárias ou padronizadas que propiciam a portabilidade de dados e aplicações”.
O gerenciamento da modelagem hibrida é dividido entre a empresa e o provedor de serviços.
2.6 DATACENTER
Datacenters, ou centro de dados, são estruturas capazes de armazenar e processar
dados em grandes volumes, formadas por uma série de equipamento e programas, hardwares,
softwares e outros grupos de equipamentos, intalados em redundãncia para garantir a
operação e funcionalidade dos mesmos. É um dos principais componentes da Cloud
Computing. Para Veras (2012, p. 77):
Um DATACENTER (ou DATA CENTER) é um conjunto integrado de componentes de alta tecnologia que permite fornecer serviços de infraestrutura de TI de valor agregado, tipicamente processamento e armazenamentpo de dados, em larga escala, para qualquer tipo de organização. Os DATACENTERS e suas conexões forma a nuvem, quer seja pública ou privada.
Essa definição sugere uma redução no Custo Total de Propriedade (TCO) da
infraestrutura de TI. Veras em seu livro (Cloud Computing – Nova arquitetura de TI) relata
que segundo a IBM, 85% da capacidade de computação do mundo está ociosa, isto é, a Cloud
vem para reduzir custos nesse sentido, já que os serviços podem ser contratados por parte, em
outras palavras, a Cloud propicia a utilização eficiente dos recursos da organização.
34 2.7 VIRTUALIZAÇÃO
A virtualização permite a operação de vários sistemas operacionais diferentes em um
único datacenter, ou servidor, de modo que cada sistema se comporte como se estivesse em
hardwares independentes, isto é, emulam várias maquinas físicas em um unico datacenter.
Veras (2012, p. 128) conceitua virtalização de duas formas: “É o particionamento de um
servidor físico em vários servidores lógicos” e “É uma camada de abstração entre o hardware
e o software que protege o acesso direto do software aos recursos físicos do hardware”. Isto
significa que a virtualização propicia a redução de maquinas física, consequentemente a
redução do Custo Total de Propriedade.
Em fevereiro de 2011 a NIST (National Institute of Standards and Technology)
divulgou a versão final do guia de recomendações de segurança para virtualização, NIST SP
800-125. O guia faz as seguintes recomendações as organizações:
• Proteger todos os elementos de uma solução de virtualização completa e
manter a sua segurança;
• Restringir e proteger o acesso de administrador para a solução de virtualização;
• Garantir que o hypervisor, o programa central que funciona no ambiente
virtual, está devidamente acondicionado;
• Planejar cuidadosamente a segurança para uma solução de virtualização
completa antes de instalar, configurar e implantá-lo.
2.8 GOVERNANÇA
A governança de TI é um reflexo da governança corporativa, que tem a preocupação
em criar regras e procedimentos para monitorar e incentivar o comportamento dos executivos,
através de mecanismos de controle eficientes, fazendo que os mesmos cumpram os interesses
dos acionistas. “A governança de TI também pode ser vista como um mecanismo para
estimular comportamentos desejáveis em TI” Weill & Ross, 2010 (apud VERAS, 2012, p. 56)
Uma boa governança é baseada nas melhores práticas, neste sentido a ISACA
(Information System Audit and Control association) desenvolveu o COBIT (Control
Objectives for Information and related Technology) que reuni um conjunto imenso de boas
práticas de mercado, sendo considerado o melhor framework para governança de TI, muito
embora existam outros compiladores de boas práticas para governança de TI, o COBIT
35 abrange a maioria deles, Figura 07. Os mais conhecidos são COBIT, ITIL, PMBOK, ISO,
BSC, CMMI E SEIS GIGMA.
Figura 07 – Abrangência do COBIT
Fonte: Elaborado pelo pesquisador (2012).
Em julho de 2011 a empresa SAP publicou em seu site uma de pesquisa realizada com
100 CEO (Chief Executive officer) pelo “Sand Hill Group”, executivos que trabalham com
softwares, demonstra que existe um cenário propício para o crescimento da nuvem e todos se
mostram otimistas e apontam cinco principais benefícios; agilidade nos negócios, retorno
gerado atraente sobre o investimento, Tempo de Aceleração do valor, impulsionou programas
de inovação, escaladas o negócio rapidamente. O gráfico da Figura 8, da pesquisa, mostra a os
fatores indicados, pelos executivos, para melhorar a agilidade da empresa, onde 49% apontam
agilidade nos negócios, 46% Eficiência de custos, 22% Alavancar as competências essenciais
e livre, Recursos de TI com foco na inovação, 13% Recuperação de desastres e de negócios e
continuidade, 3% Parte de uma iniciativa verde e 1% Não sabe.
Figura 8 – Top drivers of cloud computing adoption
Fonte: Sand Hill Group Cloud Computing Survey 2010, disponível e <download.sap.com> (adaptado).
36
A pesquisa considera que a computação em nuvem emergiu como a próxima onda de
transformação tecnológica, semelhante à Internet em 1997, em que os consumidores e
empresas ficaram animados sobre o potencial da tecnologia, mas temiam pela segurança,
privacidade, largura de banda, normas e outros fatores associados a utilização da rede para os
negócios. A MPL softwares Corporate, que administra o ERP da Oracle no Brasil, em seu
vídeo sobre o ERP Oracle in the Cloud , afirma que em 3 anos é possível reduzir 45 % dos
custos com a utilização do ERP em nuvem.
2.9 SERVIÇOS BASEADOS EM NUVEM
Os serviços baseados em nuvem utilizam de arquiteturas virtuais onde é possível
trabalhar com o mínimo de estrutura física em TI. Existem basicamente três modelos de
serviços baseado na computação em nuvem: Infraestructure-as-a Service (IaaS), Plataform-as-
a Service (PaaS) e Software-as-a Service (SaaS). A Figura 9 mostra a distribuição dos três
modelos de serviços em nuvem.
Figura 9 – Serviços oferecidos em nuvem
Fonte: < http://erpcloudnews.com/2010/05/different-types-of-cloud-erp> adaptado.
A visão da NIST (National Institute of Standards and Technology) para os serviços
baseado em cloudcomputing é representado na Figura 10. As principais características
apontadas pela NIST podem ser sintetizadas da seguinte forma:
On-Demand self Service: Os serviços são utilizados de acordo como a necessidade da
demanda do usuário e de forma automática.
37 Broad Network Access: Os serviços são acessados, via mecanismos padronizados, através
de qualquer plataforma como tablets, notebooks, telefones celulares etc.
Pool de recursos: Uma grande quantidade de recursos (físicos e virtuais) é disponível
para vários usuários ao mesmo tempo (mult-tenant), alocados e realocados
dinamicamente.
Rapid elasticity: A capacidade de liberação de recursos a qualquer momento em qualquer
quantidade de acordo com o provisionamento do consumidor.
Measured Service: Os serviços (armazenamento, processamento e largura de banda)
podem ser medidos automaticamente e independentes do nível de abstração, de forma
transparente para o Servidor de serviços e para o cliente.
Figura 10 – Visão geral da NIST dos serviços em Cloud.
Fonte: < http://cloudcomputing.sys-con.com/node/2192048>
Adaptado.
2.9.1 Cloud Infrastructure – (IaaS) Infraestructure as a Service
São os serviços que substituem estruturas físicas das empresas por estruturas virtuais,
através da técnica da virtualização, que dão acesso a máquinas virtuais capazes de prover
todas as funcionalidades necessárias de uma estrutura física. Veras (2012, p. 147) faz a
seguinte inferência sobre o IaaS: “Infraestrutura como serviço é basicamente deixar de
adquirir hardware e software básico e passar a desenvolver a aplicação em uma estrutura
virtual baseada na internet, adquirida e paga na forma de serviço”. A modelagem em IaaS tem
a flexibilidade elevada, se comparado com os formatos de PaaS e SaaS, permite que o usuário
tenha controle sobre os recursos das máquinas virtuais configurando o que for necessário,
além de instalar e manipular seus próprios aplicativos. Essa flexibilidade exige um esforço
38 maior de configuração e manutenção, portanto, a otimização da utilização dos recursos, pode
ser comprometida, se houver as correções necessárias. Oferece também outros recursos de
computação como armazenamento, redes, etc. O hardware físico do sistema subjacente não
pode ser controlado pelo o usuário.
2.9.2 Cloud Plataform – (PaaS) Platforms as a Service
Oferecem um ambiente de programação para desenvolvedores onde é possível
armazenar, transmitir e gerenciar aplicativos virtualmente. Neste caso a plataforma para
desenvolvimento é terceirizada e funciona em DATACETERS. Um dos benefícios da
modelagem PaaS, é capacidade elevada de processamento e memória, de modo que
desenvolvedor não se preocupe com a eficiência de suas aplicações. Da mesma forma como
acontece com formato IaaS, não existe a possibilidade de controle do hardware físico.
O modelagem de PaaS, apesar de ser menos flexível que o formato IaaS, permite que
os usuários implantem suas aplicações, sem se preocuparem com o gerenciamento e
atualizações de sistemas operacionais. Exige menor esforço de manutenção e configuração
dos sistemas virtuais, tornando a solução mais otimizada que o modelo IaaS.
Como exemplo da utilização de Plataforma Como serviços, podemos citar o Windows
Azure, a plataforma da Microsoft, que utiliza datacenters espalhados pelo Estado Unidos,
Europa e Asia. A Figura 11 representa distribuição dos datacenters da plataforma Azure.
Figura 11 – Distribuição dos datacenters da plataforma Azure.
Fonte: http://www.encripta.com.br (2012).
39 2.9.3 Cloud Aplication – (SaaS) Software as a Service
O SaaS oferece aplicativos que podem rodar totalmente na nuvem para vários usuário
que utilizam de browsers para acessar os aplicativos. O sistema é gerenciado pelo provedor de
serviços que controla os sistemas operacionais, os servidores e armazenamento; além de
gerenciar a rede, implantar patches e fazer atualizações dos aplicativos. Esta modelagem é
menos flexível que os modelos de IaaS e PaaS, pela característica de dispor para os clientes,
aplicações já prontas, que só permitem configurações específicas dos clientes e que podem ser
acessadas de qualquer lugar, através de browsers via internet, Neste sentido o formato de
SaaS é o mais otimizado entre os modelos de serviços disponíveis.
Para fim deste trabalho, este é o modelo mais importante por se tratar de oferecer
serviços de softwares que podem compor um sistema de gestão integrada na modelagem de
ERP, por este motivo será dado ênfase ao SaaS.
Quando se trata de sistema de informação empresarial deve se pensar em segurança,
de modo que garanta a integridade dos dados, sobre tudo, os dados sigilosos que
comprometem as estratégias das empresas. Segundo Veras (2012, p. 197) ao tratar sobre
SaaS, deixa claro que “vários mecanismos de segurança podem ser usados para manter a
segurança dos dados sigilosos, na transmissão e no armazenamento”. Além das garantias
contratuais contidas no SLA (service level agrément) na aquisição dos serviços, existem
outras formas de proteger os dados sigilosos. “Os dados armazenados através de uma
abordagem de compartilhamento também podem contar com um forte esquema de segurança,
mas requer uso de padrões mais sofisticados de projeto” (VERAS, 2012, p. 204).
2.9.4 ERP no formato de SaaS
Emboras a maioria das empresas não tem ainda o sentimento de mudança de
paradigma, que deve ocorrer no modelo de aquisição de serviços na área da tecnologia da
informaçao, já existe no mercado diversas soluções baseada em Cloud Computing. O ERP em
nuvem no formato de SaaS já é uma realidade para algumas empresas desenvolvedoras de
sotwares de gestão integrada como a SAP, TOTVS e ORACLE. Em princípio, sob o ponto de
vista técnico, o ERP no formato de SaaS é mais simples de ser implantado, por não ser
necessário adquirir servidores adicionais ou instalações físicas. Poderia-se dizer que ao inves
de ser implantado o ERP seria utilizado, para isso bastaria apenas dispor de uma conexão de
internet. Para Veras (2012, p. 197) “O SaaS oferece oportunidade substanciais pra que as
40 empresas de todos os portes deixem de enfrentar os riscos da aquisição de software e
transfiram o departamento de TI de um centro de custo para um centro de valor”. Outra
vantagem do o ERP como SaaS, é que o mesmo pode ser adquirido a um custo muito mais
baixo que um modelo licenciado instalados on-premise, ou hosting. O SaaS possibilita ainda a
redução do Custo Total de Propriedade e do ROI (return on investment). Dessa forma as
empresas podem reduzir gastos com licenças de softwares, hardware e infraestrutura
complexa.
De acordo 23ª Pesquisa Anual do Uso de TI apresentada pela FGV (Fundação Getúlio
Vargas), realizada no início do ano de 2012, com 2.180 Empresas (validadas), dentre as quais
66% fazem parte das 500 maiores, mostrou que entre os fornecedores e desenvolvedores de
ERP, TOTVS, SAP e Oracle continuam liderando esse segmento de software. A Figura 12
mostra o percentual de uso de sistemas ERP pelas empresas brasileiras e conclui que a
TOTVS, SAP e Oracle dominam 82% do mercado de ERP no Brasil. O percentual de uso por
porte da empresa coloca a TOTVS na liderança, com uma representatividade de 38% contra
os 28% da SAP, 16% da Oracle e 18% de outras plataformas. A Figura 13 mostra o resultado
da pesquisa por porte da empresa. Entre as menores a TOVS lidera o mercado com 53% de
participação e entre as maiores a SAP é líder 51% de participação.
Figura 12– Percentual de uso de sistemas ERP pelas Empresas Brasileiras.
Fonte: http://eaesp.fgvsp.br
41 Figura 13 – Percentual de uso por porte da empresa
Fonte: http://eaesp.fgvsp.br/sites/eaesp.fgvsp.br>Adaptado
Esses resultados podem sugerir a seguinte inferência: A TOTVS, SAP e Oracle juntas
dominam 93% das empresas de grande, 69% das pequena e 80% das médias. Isso demonstra
que as empresas organizações estão preocupadas em atender a governança corporativa e
consequentemente alavanca o mercado de ERP. É importante observar que esses fornecedores
de ERP já contam com solução baseada Cloud Computing. A TOTVS dispõe da solução em
nuvem chamada de TOTVS Série On Line, direcionadas para o mercado das micros e
pequenas empresas, no qual é líder. A Oracle dispõe do ERP Oracle in the Cloud, direcionado
para as pequenas e média empresas, já a SAP conta com quatro soluções de ERP, a SAP
Business ByDesign, para pequenas e médias empresas, SAP On-Demand solutions for the
SAP Business Suite e SAP Business Suite, para grandes empresas, por fim o SAP
BusinessObjects OnDemand.
42 3. METODOLOGIA
Este trabalho faz parte de uma pesquisa ampla sobre as diferenças entre os sistemas
ERP on-premise, em hosting e na forma de SaaS, cuja finalidade é motivada por razões de
ordem práticas, que influenciam na escolha da melhor solução ERP para uma organização,
sendo portanto, uma pesquisa aplicada. Segundo Andrade (2010, p.110) “[...] a pesquisa visa
aplicações práticas, com o objetivo de atender às exigências da vida moderna.” Andrade
(2010) conclui que, se a pesquisa tem objetivo de contribuir para fins práticos para solucionar
problemas concretos, denomina-se “aplicada”.
Foi realizado um estudo sistemático, nas mais variadas fontes de informações sobre
ERP e Cloud Computing. Portanto, a pesquisa é de caráter exploratório. Para Alexandre
(2003, p. 66) “a pesquisa exploratória visa desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e
ideias”. Neste sentido a pesquisa exploratória tem o objetivo de aprimorar ideias, de modo
que o fato estudado é importante sob qualquer aspecto. A maior parte do acervo consultado e
explorado carrega em sua essência alguma experiência prática sobre o tema.
Para que a pesquisa seja viável deve ser feito um levantamento bibliográfico, a fim de
formar uma base sólida de informação, através de buscas em livros, periódicos, internet,
mídias digitais, artigos científicos, dentre outras fontes de informações importantes. Por se
tratar de um tema atual, onde a literatura é escassa, a base de informação deve levar em
consideração, principalmente a internet. Sobre as fontes oriundas da internet, Alexandre
(2003, p. 72) faz a seguinte consideração:
O desafio, portanto, dos estudantes e também dos professores orientadores é o de ser capaz de saber pesquisar no mundo virtual da internet, conhecendo os conceitos, as características dos novos termos, que se apresentam como Web, Html, Bookmark, provedores, e-mail, e-business atc.
A pesquisa utiliza o método comparativo para avaliar as diferenças e as características
dos objetos estudados. Andrade (2010, p. 121) faz a seguinte inferência sobre o método
comparativo: “Este método realiza comparações com a finalidade de verificar semelhanças e
explicar divergências” e conclui que “o método comparativo é usado tanto para comparações
de grupos no presente, no passado, ou entre os existentes e os do passado [...]”. Neste sentido
deve levado em consideração, principalmente, a opinião dos especialistas no assunto, como
grupos de pesquisa de TI, CIO (Chief Information Officer), consultores de TI,
desenvolvedores e fornecedores de ERP.
43 3.1 FASES DA PESQUISA
3.1.1 Trabalhos preliminares
Inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico de fontes confiáveis como
livros, revistas, artigos científicos, periódicos e consultas de internet em sites de empresas
especializadas em ERP, dentre outras fontes confiáveis de informações. Foi criada uma base
de dados para estudos, através da seleção dos principais assuntos, elencados em uma ordem
sequencial de fácil compreensão. A pesquisa foi consolidada em um referencial teórico
consistente, no sentido de prover o mínimo de entendimento e conhecimento sobre as
tecnologias de ERP e Cloud Computing.
3.1.2 Método comparativo
Para fazer a comparação, foram escolhidos os critérios mais importantes que
influenciam no processo de escolha de um ERP de um modo geral, segundo a pesquisa
bibliográfica. Em seguida, atribuiu-se a cada critério, os subcritérios que determinam a melhor
solução.
Para alcançar os objetivos definidos neste estudo criou-se uma matriz comparativa
para fazer cruzamento de cada solução ERP em relação ao critério e subcritério analisado. Em
seguida foi avaliado qual dos modelos apresenta maior vantagem em relação aos a outros,
conforme uma escala de preferência conhecida como escala de Saaty. Os pesos foram
atribuídos seguindo os procedimentos do método de apoio a decisão Multicritério AHP
(Analitical Hierarchy Process), desenvolvido pelo professor Thomas L. Saaty no início dos
anos 80.
44 4. COMPARAÇÃO DE ERP NO MODELO SAAS, ON-PREMISE E EM HOSTING
4.1 DEFININDO O MÉTODO DE AVALIAÇÃO – MÉTODO AHP
O método consiste em definir critérios e subcritérios que serão organizados em níveis
e subníveis hierárquicos, Figura 14, necessários para estruturar um cenário favorável para
tomada de decisão de modo a permitir a avaliação das soluções. Os critérios são definidos de
acordo com o objetivo da organização, podem ser tangíveis como custos, medidas, massas ou
intangíveis como gosto ou preferência pessoal. Podem ser divididos em subcritérios
aumentando a cadeia hierárquica afim de se fazer uma escolha mais precisa da alternativa
mais adequada. Os critérios receberão pesos que somados não poderá ser maior que 1. O
método se baseia na comparação de alternativas par a par, onde o analista faz a comparação
entre as alternativas da estrutura hierárquica de apoio a decisão questionando-se qual o
critério mais importante ou menos importante para cada critério ou subcritério. Para Saaty
(1980) a grande vantagem do AHP é permitir aos seus usuários atribuir pesos relativos para
múltiplos critérios, ou múltiplas alternativas para um dado critério, ao mesmo tempo em que
realiza uma comparação par a par entre os mesmos.
Figura 14: Hierarquia da decisão.
Fonte: Elaborado pelo o pesquisador (2012)
O método (AHP), proposto em Saaty (1980) consiste das seguintes etapas:
− Definir o objetivo (ou objetivos);
− Definir as alternativas (provável solução);
− Definir os critérios relevantes para o problema de decisão;
45
− Avaliar as alternativas em relação dos critérios;
− Avaliar a importância relativa de cada critério;
− Determinar a avaliação global de cada alternativa.
Após a formação da hierarquia de decisão, os critério e subcritérios serão comparados
par a par fazendo a correlação com as alternativas organizadas em matrizes de comparação,
onde receberão pesos, Quadro 3, acordo com a escala de Saaty, pré-estabelecida com as
seguintes considerações, que vai de igual a extremamente melhor, Quadro 4.
Quadro 3 – Exemplo de matriz de comparação para um critério.
Critério Alternativa 1 Alternativa 2 Alternativa 3
Alternativa 1 1 Peso x Peso z
Alternativa 2 Peso y 1 Peso z
Alternativa 3 Peso x Peso z 1
Fonte: Elaborado pelo o pesquisador (2012)
Quadro 4 – Escala de preferências proposta por (Saaty 2008)
Ranking Atribuições Verbais Recíproco
1 Igualmente Preferido 1
3 Moderado preferido 1/3
5 Forte e Preferido 1/5
7 Muito Forte e Preferido 1/7
9 Extremamente forte e Preferido 1/9
2,4,6,8 Valores intermediários 1/2;1/4;1/6;1/8 Fonte: Elaborado pelo o pesquisador (2012).
Depois de construídas as matrizes de comparação, terá que se calculara matriz síntese
dividindo cada elemento de cada coluna com o valor da soma dos elementos dessa coluna,
também serão calculados os vectores de prioridade calculando a média de cada linha de cada
matriz.
Exemplo matriz síntese para alternativa 1:
1 (1 + pesoy + pesox) = A⁄
pesoy (1 + pesoy + pesox = B⁄
46 pesox (1 + pesoy + pesox = C⁄
Vetor prioridade para alternativa 1 = (A+B+C) /3
Associada à matriz síntese, será calculado o Consistency Ratio (CR) que deverá
permitir posteriormente ao administrador saber se os dados recolhidos são consistentes para
tomada de decisão. Em caso negativo, se o CR apresentar valores maiores que 0,1 as
classificações deverão ser revistas.
Consistency Ratio (CR), Indica se as comparações realizadas serão consistentes ou não, se o
valor obtido for inferior ou igual a 10%, os resultados da avaliação são consistentes, se o valor
for superior, será necessário reformular as comparações dessa matriz.
CR = A � 1pesoypesox� + B �pesox1pesoz� + C �
pesozpesoz1 � = �FatorAFatorBFatorC�
Deverá dividir a soma de pesos pelo vetor prioridade, para obter a coluna ∂Max da Matriz
síntese.
Alternativa A =�����
Alternativa B=�����!!
Alternativa C = �����"
"
Para calcular ∂Max será necessário calcular a média da soma do valores Max da matriz
∂Max = FatorAA + FatorBB + FatorCC
Com essas medidas, deve-se calcular o CI (consistency index) para finalmente calcular o CR.
47
CI = ∂Maxn − 1
n= ordem da matriz de comparação.
Para ter o CR, conforme quadro 5 e tendo em conta que a matriz tem uma dimensão de
3 o valor de Random Consistency Ratio (RI) será de 0,58.
Quadro 5 – Valores de RI para uso no cálculo da relação de consistência, proposta por Saaty.
Dimensão da matriz 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Randon Index 0,00 0,00 0,58 0,90 1,12 1,24 1,32 1,41 1,45 1,49
Fonte: SAATY (2000). Adaptado.
CR = "()( < 0,10
Após o cálculo de cada matriz deverá ser realizada a ponderação dos resultados. Em
seguida, será necessário multiplicar o peso de cada critério pelo ∂Max de cada alternativa
(solução ERP), que será somado no conjunto dos critérios, a melhor solução será a que obtiver
melhor classificação.
4.2 UTILIZAÇÃO DO EXPERTCHOICE®
A análise multicritérios remete a exaustivos cálculos com matrizes que demandam
tempo e a utilização de planilhas eletrônicas é viável para comparações simplificadas, mesmo
assim requer tempo e esforço extra que pode induzir a erros. Para aplicação do modelo
proposto, neste trabalho será utilizado o ExpertChoice®, software reconhecido
internacionalmente para análises multicritérios com técnica AHP. O ExpertChoice® foi
desenvolvido pelo matemático Thomas L. Saaty e Ernest Forman, professor do departamento
de ciência da decisão na George Washington University, no início dos anos 80. A ferramenta
auxilia na formulação do modelo de decisão o em todas as fases do processo, emitindo
relatórios das análises exigidas pelo método AHP.
A partir do objetivo deste estudo foram definidos os atributos que influenciam na hora
de se fazer investimentos em ERP. Os atributos foram divididos em critérios e subcritérios
mostrados no quadro 6. A partir desses atributos foi estruturada a hierarquia de decisão no
ExpertChoice®, figura 15.
48 Quadro 6 – Atributos que influenciam escolha de um ERP.
Critérios Subcritérios
Implantação
Custo
Processo de seleção
Customização
Facilidade de Implantação
Tempo de Implantação
Infraestrutura e hardware
Custo
Manutenção
Reduzido investimento inicial
UP Grade- Software e Hardware
Retorno do investimento –ROI
Flexibilidade
Customização
Facilidade de acesso
Acrescentar outros módulos
Associação com outros aplicativos
Segurança
Integridade do sistema
Segurança dos dados- Danos
Segurança dos dados- Violação Fonte: Elaborado pelo o pesquisador (2012).
Figura 15 – Hierarquia da decisão estruturada no ExpertChoice
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice para a pesquisa – Adaptado (2012).
49
Cada alternativa de solução ERP foi comparada para a par em relação aos subcritérios,
onde foram preenchidas dezessete comparações em matrizes de 3x3. Em seguida cada
subcritério foi comparado par a par em relação ao critério correspondente com a seguinte
distribuição: Para comparação das alternativas; uma matriz 6x6, para subcritérios de
Implantação; uma matriz 4x4, para subcritérios de Custo; uma matriz 4x4, para subcritérios de
Flexibilidade e uma matriz 3x3, para os subcritérios de Segurança.
Os pesos finais dos critérios e subcritérios, mostrados nos quadros 7 a 14, foram
atribuídos de acordo com a preferência das alternativas, influenciadas e sugeridas durante a
análise bibliográfica e nas pesquisas realizadas em sites especializados no assunto. Cada
solução ERP foi tratada de forma independente, considerando apenas os subcritérios adotados.
Os dados das matrizes foram processados no ExpertChoice o qual forneceu os resultados,
apresentados nas figuras 16ª1 a 16ª7, 15B1 a 16B5, 16C1 a 16C5 e 16D1 a 16D4. Durante a
atribuição dos pesos, observou-se que a relação de consistência, para cada atributo analisado,
ficou abaixo dos 10%, dentro do esperado e de acordo com o recomendado por Saaty em sua
literatura sobre o método AHP.
4.2.1 Critério Implantação
Esse critério formado por seis subcritérios:
1. Custo;
2. Processo de seleção;
3. Customização;
4. Facilidade de Implantação;
5. Tempo de Implantação;
6. Infraestrutura e hardware.
Considerações:
• Custo: Leva em consideração todos os custos relacionados ao projeto de
implantação como mão de obra, infraestrutura e hardware;
• Processo de seleção: Reflete todos os métodos e esforços necessários utilizados
na escolha de um ERP;
50
• Customização: Refere-se a criação de um projeto específico totalmente voltado
para as necessidades da empresa;
• Facilidades de implantação: Representa as técnica e os meios necessários para
uma implantação bem sucedida;
• Tempo de implantação: É o tempo necessário para consolidar a implantação de
um ERP, inicia no projeto e acaba na operação;
• Infraestrutura de hardware: Reflete qual o tamanho da infraestrutura e hardware
é necessário ou não para implantar um sistema ERP.
Quadro 7 – Matrizes de comparação com pesos atribuídos para os Subcritérios de Implantação.
Custo SaaS On Premise Hosting Processo de seleção
SaaS On Premise Hosting
SaaS 1 8 1 SaaS 1 1/9 2 On Premise 1/8 1 1/8 On Premise 9 1 9 Hosting 2 8 1 Hosting 1 1/9 1
Customização SaaS On Premise Hosting Facilidade de Implantação
SaaS On Premise Hosting
SaaS 1 1/9 2 SaaS 1 3 1/5 On Premise 9 1 9 On Premise 1/3 1 1/8 Hosting 1 1/9 1 Hosting 5 8 1
Tempo de Implantação
SaaS On Premise Hosting Infraestrutura e hardware
SaaS On Premise Hosting
SaaS 1 5 1/3 SaaS 1 7 1 On Premise 1/5 1 1/9 On Premise 0 1 0 Hosting 3 9 1 Hosting 2 9 1
Fonte: Elaborado pelo pesquisador (2012).
Figura 16 A1- Gráfico gerado pelo ExpertChoice® com os pesos atribuídos para o Subcritério Custo referente a Implantação.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
51
Figura 16 A2 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Processo de Seleção referente à Implantação.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa – Elaborado pelo o Autor (2012).
Figura 16 A3 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Customização referente a Implantação.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa – Elaborado pelo o Autor (2012).
Figura 16 A4 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Facilidade de Implantação referente a Implantação.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa – Elaborado pelo o Autor (2012).
52
Figura 16 A5 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Tempo de Implantação referente a Implantação.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa – Elaborada pelo o Autor (2012).
Figura 16 A6 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Infraestrutura e Hardware referente a Implantação.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa – Elaborado pelo o Autor (2012).
Quadro 8 – Matriz de comparação com pesos atribuídos para o Critério Implantação.
Implantação Custo Processo de seleção
Customização Facilidade de Implantação
Tempo de Implantação
Infraestrutura e hardware
Custo 1 9 5 9 8 3
Processo de seleção
1/9 1 1/8 1/2 1/3 1/8
Customização 1/5 8 1 7 9 4
Facilidade de Implantação
1/9 2 1/7 1 1 1/4
Tempo de Implantação
8 3 1/9 1 1 1/4
Infraestrutura e hardware
1/3 8 1/4 4 4 1
Fonte: Elaborado pelo o Autor da pesquisa (2012).
53
Figura 16 A7 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Critério Implantação.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
4.2.2 Critério Custo
Esse critério é formado por quatro subcritérios:
1. Manutenção;
2. Reduzido investimento inicial;
3. Up grade – hardware/ software;
4. Retorno do investimento (ROI).
Considerações:
• Manutenção: Representa o dispêndio quando se trata de Custo Total de
Propriedade;
• Reduzido investimento inicial: Indicará qual a solução requer menos esforço
financeiro no início;
• Up grade – hardware/software: Representa o quanto se gasta com obsolescência
de máquinas física, estruturação e atualizações dos sistemas.
• Retorno do investimento (ROI): Refere-se aos ganhos e perdas efetivas do capital
investido no ERP.
54 Quadro 9 – Matriz de comparação com pesos atribuídos para os Subcritérios de Custo.
Manutenção SaaS On Premise Hosting Reduzido investimento inicial
SaaS On Premise Hosting
SaaS 1 5 1/4 SaaS 1 5 1/4 On Premise 1/5 1 1/9 On Premise 1/5 1 1/9 Hosting 4 9 1 Hosting 4 9 1
Up grade – hardware/software
SaaS On Premise Hosting Retorno do Investimento (ROI)
SaaS On Premise Hosting
SaaS 1 8 1/2 SaaS 1 5 1/4 On Premise 1/8 1 1/8 On Premise 1/5 1 1/9 Hosting 1 8 1 Hosting 4 9 1
Fonte: Elaborado pelo pesquisador(2012).
Figura 16 B1 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Manutenção referente a Custo.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
Figura 16 B2 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Reduzido investimento inicial referente a Custo.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
55
Figura 16 B3 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Up grade – Hardware e software referente a Custo.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
Figura 16 B4 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Retorno do investimento referente a Custo.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
Quadro 10 – Matriz de comparação com pesos atribuídos para o Critério Custo.
Custo Manutenção Reduzido investimento inicial
UP Grade- Software e Hardware
Retorno do investimento
Manutenção 1 3 6 1/4
Reduzido investimento inicial
1/3 1 1/2 1/9
UP Grade- Software e Hardware
1/6 2 1 1/9
Retorno do investimento 4 9 9 1 Fonte: Elaborado pelo pesquisador (2012).
56 Figura 16 B5 – Gráfico com os pesos atribuídos para o Critério Custo.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
4.2.3 Critério Flexibilidade
Esse critério é formado por quatro subcritérios:
1. Customização; 2. Facilidade de acesso;
3. Acrescentar outro módulos;
4. Associação com outro aplicativos.
Considerações:
• Customização: Indica o quanto se pode modificar o ERP a qualquer momento, de
modo fácil e rápido, acordo com as necessidades da empresa em busca de
melhorias operacionais;
• Facilidades de acesso: Representa a utilização de todas as formas de acesso como
mobilidade, tipo de plataforma ou interface, etc.;
• Associação com outros aplicativos: Está associado à interoperabilidade com
outros sistemas e plataformas através de customização;
• Acrescentar outros módulos: refere-se à capacidade de agregar outro módulos
funcionais no ERP.
57
Quadro 11 - Matrizes de comparação com pesos atribuídos para os Subcritérios de Flexibilidade.
Customização SaaS On Premise Hosting Facilidades de acesso
SaaS On Premise Hosting
SaaS 1 1/9 2 SaaS 1 1 1 On Premise 9 1 9 On Premise 1 1 1 Hosting 1/2 1/9 1 Hosting 1 1 1
Associação com outros aplicativos
SaaS On Premise Hosting Acrescentar outros módulos
SaaS On Premise Hosting
SaaS 1 1/9 2 SaaS 1 1/8 2 On Premise 9 1 9 On Premise 8 1 9 Hosting 1/2 1/9 1 Hosting 1/2 1/9 1
Fonte: Elaborado pelo pesquisador (2012).
Figura 16 C1 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Customização referente a Flexibilidade.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
Figura 16 C2 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Facilidade de acesso referente a Flexibilidade.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
58
Figura 16 C3 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Acrescentar outros módulos referente a Flexibilidade.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
Figura 16 C4 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Associação com outros aplicativos referente a Flexibilidade.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
Quadro 12 - Matriz de comparação com pesos atribuídos para o Critério Flexibilidade.
Flexibilidade Customização Facilidade de acesso
Acrescentar outros módulos
Associação com outros aplicativos
Customização 1 7 7 2
Facilidade de acesso
1/7 1 1/2 1/2
Acrescentar outros módulos
1/7 2 1 1/3
Associação com outros aplicativos
1/2 2 3 1
Fonte: Elaborado pelo o Autor da pesquisa (2012).
59 Figura 16 C5 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Critério Flexibilidade.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
4.2.4 Critério segurança
Esse critério é formado por quatro subcritérios:
1- Integridade do sistema;
2- Segurança dos dados – Danos;
3- Segurança dos dados –Violação.
Considerações:
• Integridade do sistema: Reflete o quanto os sistemas físicos e lógicos podem se
manter imunes a danos que impossibilitem o uso dos mesmos;
• Segurança dos dados – Danos: Reflete a máxima proteção do banco de dados;
• Segurança dos dados –Violação: Reflete os níveis de autorização e acesso de
dados sigilosos. Diz respeito a segurança da informação.
Quadro 13 - Matriz de comparação com pesos atribuídos para os Subcritérios de Segurança.
Integridade do sistema
SaaS On Premise Hosting Segurança dos dados – Danos
SaaS On Premise Hosting
SaaS 1 1 1 SaaS 1 1 1 On Premise 1 1 1 On Premise 1 1 1 Hosting 1 1 1 Hosting 1 1 1
Segurança dos dados –Violação
SaaS On Premise Hosting
SaaS 1 1 1 On Premise 1 1 1 Hosting 1 1 1
Fonte: Elaborado pelo pesquisador (2012).
60
Figura 16 D1 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Integridade do sistema referente a Segurança.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
Figura 16 D2 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Segurança dos dados- Danos referente a Segurança.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012)
Figura 16 D3 - Gráfico com os pesos atribuídos para o Subcritério Segurança dos dados- Violação referente a Segurança.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
61
Quadro 14 - Matriz de comparação com pesos atribuídos para o Critério Segurança.
Segurança Integridade do sistema Segurança dos dados- Danos
Segurança dos dados- Violação
Integridade do sistema 1 1 5 Segurança dos dados- Danos
1 1 3
Segurança dos dados- Violação
1/5 1/3 1
Fonte: Elaborado pelo pesquisador (2012).
Figura 16 D4 - Figura 15 D3 Gráfico com os pesos atribuídos para o Critério Segurança.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
4.3 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO
Terminada a ponderação, foi construído no ExpertChoice® os gráficos com os
resultados, apresentados nas figuras 17 a 20. Os gráficos possibilitam fazer as seguintes
inferências:
Para o critério implantação, figura 17, a escolha ficou com a solução em hosting que
apresentou um índice de preferência de 47,1%, contra 29,2% do SaaS e 23,6% da solução on
premise, seguindo as ponderações da escala de preferência proposta por Saaty. A solução em
hosting também se apresentou como a melhor alternativa no critério custo, com um índice de
preferência de 69,8%, seguidos pelo SaaS com 24,2% e on premise com 6%. N o critério
Flexibilidade a solução on premise apresenta um índice de preferência de 72,7% contra 15,5%
do SaaS e 11,9% da solução em hosting. O critério segurança apresenta índices de
preferências iguais, isto é, as três soluções satisfazem aos atributos relacionados à segurança.
A solução SaaS se apresenta como a melhor alternativa, frente ao on premise.
62
Figura 17 Exibição do gráfico de importância de cada subcritério e o ranking final para escolha da melhor alternativa ERP do critério Implantação.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
Figura 18 Exibição do gráfico de importância de cada subcritério e o ranking final para escolha da melhor alternativa ERP do critério Custo.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
63 Figura 19 Exibição do gráfico de importância de cada subcritério e o ranking final para escolha da melhor alternativa ERP do critério Flexibilidade.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
Figura 20 Exibição do gráfico de importância de cada subcritério e o ranking final para escolha da melhor alternativa ERP do critério Segurança.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
64 4.4 ANÁLISES DE SENSIBILIDADE
Em qualquer modelo de decisão é necessário fazer uma análise de sensibilidade
modificando algumas variáveis para saber se vale a pena ou não seguir com a escolha inicial.
Verificar a sensibilidade é fazer uma análise crítica no sentido de aperfeiçoar o processo de
escolha. Neste caso, foi realizado uma análise de sensibilidade no critério custo, flexibilidade
e segurança, figuras 21 a 23. Observou-se que se o critério custo, que apresenta um índice de
aproximadamente 47 %, variar para menos de 17% a alternativa preferida seria a solução on
premise. Se o critério flexibilidade variar acima dos 35% a alternativa preferida seria a
solução on premise. Já o critério segurança mantém a ordem de preferência, em qualquer
variação, no entanto se variar para mais, as três soluções se aproxima na escala de preferência,
figura 22. Observa-se ainda que, se a solução SaaS se apresenta como a melhor alternativa
frente a solução on premise.
Figura 21 Exibição do gráfico de teste de sensibilidade de cada solução ERP em relação a variação do critérios de escolha.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
65 Figura 22 Exibição do gráfico de teste de sensibilidade de cada solução ERP em relação a variação do critérios de segurança.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
A figura 23 mostra que se o custo se elevar muito a solução em hosting é a preferida,
apresentando uma simetria em relação à solução on premise. Mostra ainda que o SaaS é a
solução preferida se a um custo médio, que não varia significativamente.
Figura 23 Exibição do gráfico com resultado de teste de sensibilidade de cada solução ERP em relação a variação do critérios de escolha.
Fonte: Imagem gerada no ExpertChoice® para a pesquisa (2012).
66 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo comparativo, embora se atenha aos objetivos da pesquisa se faz necessário
fazer algumas considerações importantes, a começar pelos os aspectos de requisitos técnicos.
Não se pode dizer que a solução on premisse, em hosting ou em forma de SaaS se sobressaia
demasiadamente uma sobre o outra, neste sentido, o aspecto mais importante entre as três
soluções, é a funcionalidade quanto ERP, isto é, todas funcionam e atendem perfeitamente ao
propósito de uma organização.
Verificou-se que o Custo Total de Propriedade (TCO) para os sistemas on premisse é
muito elevado quando comparado com os sistemas em SaaS ou hosted. Embora as três
alternativas tenha suas restrições, o que conta na hora de investir é o retorno do investimento
para a organização, nesse sentido o custo é o fator determinante para a maioria das empresas,
principalmente as de pequeno e médio porte. A análise de sensibilidade permitiu atingir o
objetivo principal da pesquisa ao demonstrar que a melhor opção de investimento em ERP é a
solução no formato de SaaS, ao considerar o custo como principal critério de escolha. No
entanto, se não for considerado a análise de sensibilidade a escolha entre as alternativas
apresentadas teve como primeiro lugar a solução em hosting, em segundo lugar a preferência
é pelo SaaS, seguido da solução on premisse. Deve-se observar que dispor de uma estrutura
dispendiosa em momentos de crise é perigoso para qualquer organização, neste caso, justifica-
se que a melhor opção de investimento seria as solução em SaaS, por excluir ou limitar os
recursos ociosos, através dos serviços sob demanda e da escalabilidade oferecida através do
provisionamento de recursos. A avalição cumpre também aos objetivos específicos ao
demonstrar através do método AHP (Analitical Hierarchy Process), que é possível reduzir
custos com o ERP no formato de SaaS, se comparado com sistemas dispendiosos, ao mesmo
tempo conclui que os sistemas baseados em Cloud Computing são seguros e viáveis, de modo
que o critério segurança não é determinante na hora da escolha; suprime as dúvidas entre as
soluções SaaS, on premise, e em hosting, ao considerar e comparar os principais critérios
adotados.
Pôde-se inferir que para as organizações de grande porte, que necessitam gerenciar
sistemas de informações robustos, sobretudo as que já dispõe de um sistema ERP on premise,
dificilmente adotaria o formato em hosting ou SaaS, já que seria mais vantajoso dispor de um
sistema que se possa customizar e agregar novos módulos e fazer interface com outras
tecnologias, sempre que for necessário. Para este caso, o SaaS ainda é pouco flexível, mas se
apresenta muito relevante para as organizações de pequeno e médio porte, por serem mais
67 conservadoras na hora de adquirir um sistema ERP. A solução hosted apesar de se destacar
como preferencial, sem considerar a análise crítica, é indicado para organizações de pequeno
porte, que não necessita de um nível de controle elevado de informações.
As conclusões à respeito das principais diferença apresentadas no estudo comparativo,
pode-se inferir ainda que a modelagem em SaaS, embora esteja amadurecendo para as
grandes empresas, se apresenta como a solução mais viável entre os modelos de aquisição do
ERP, no entanto, deve-se considerar também que o modelo de implantação dependerá do
projeto e do nível de experiência em TI, que deverá verificar outros fatores como legislação,
risco e requisitos de programação que garantam a boa operacionalização do sistema.
68
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