mosaico londrina - 2ª ed

14
Mosaico Londrina Junho de 2011 2ª edição Especial: RU de antes, o que é hoje e os planos futuros Com boa campanha, LEC conta com apoio da torcida pg11 Antissepsia: 15 investigados são denunciados pelo MP pg3 Locais de fotocópia na UEL causam amor e ódio entre estudantes A música popular brasileira briga por espaço no festival que é tradicionalmente erudito pg9 pg13 pg6 Do passado ao futuro, o caminho dos sonhos para o RU da UEL

Upload: fernanda-cavassana-de-carvalho

Post on 22-Mar-2016

223 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Jornal laboratório produzido pelos estudantes do quarto ano do curso de Comunicação Social - habilitação em Jornalismo, da Universidade Estadual de Londrina (UEL)

TRANSCRIPT

Page 1: Mosaico Londrina - 2ª ed

Mosaico LondrinaJunho de 2011

2ª edição

Especial: RU de antes, o que é hoje e os planos futuros

Com boa campanha, LECconta com apoio da torcida

pg11

Antissepsia: 15 investigados são denunciados pelo MP

pg3

Locais de fotocópia na UEL causam amor e ódio entre estudantes

A música popular brasileira briga por espaço no festival que é tradicionalmente erudito

pg9

pg13

pg6Do passado ao futuro, o caminho dos sonhos para o RU da UEL

Page 2: Mosaico Londrina - 2ª ed

2 Mosaico Londrina Junho de 2011

Editorial

Das manifestações contra guerras ao redor do mundo

às passeatas contra a corrup-ção em Brasília e Londrina, parece consumado o desin-teresse dos jovens – suposta-mente enérgicos e “antena-dos” - a respeito da atuação política na sociedade. Basta constatar o fato de que, 20 anos depois do impeach-ment de Fernando Collor de Mello, não faltaram escân-

dalos e evidências de má ad-ministração pública. Mesmo assim, nossas reações públi-cas nas últimas duas décadas não chegaram nem ao pé dos Caras Pintadas.

Essa apatia ganha mais peso se levarmos em conta o grande desenvolvimento tecnológico de comunica-ções presenciado recente-mente. Ora, nem os Caras Pintadas, nem os estudantes parisienses de 1968 tinham celular, internet e redes so-

ciais. Mesmo assim, foram capazes de gerar uma mobi-lização e força política (em-bora, talvez, um tanto supe-restimada) com as quais, nos dias de hoje, não nos atreve-mos nem a sonhar.

E por que isso? De modo geral, os jovens têm mais acesso à informação, à tec-nologia, a comunicações. Motivos para protestar não faltam: embora alguns ar-gumentem que a vida tenha melhorado no Brasil e no

mundo, as contradições so-ciais ainda estão aí para a gente ver. O que mudou?

Talvez os jovens tenham mudado o foco de priori-dades, e decidido que vale mais a pena buscar o bem-estar individual – na forma de bens materiais e uma vida tranqüila – do que se dedicar a mudar a sociedade em que vivem. Se for esse o caso, mudar mentalidades é difí-cil, leva tempo e nem sempre apresenta resultados. Indo

mais longe, estarão os jovens errados? Eles têm a obriga-ção de se engajar? Quanto aos ativistas de outrora, eles realmente fizeram a diferença e deixaram como herança um mundo melhor?

Não sabemos. A resposta – se existir – é complexa de-mais para caber nas páginas de um jornal. O que preten-demos, com a segunda edi-ção do Mosaico, é gerar mais perguntas e contribuir com o debate.

Crítica/Cinema

O recomeço da saga mutante

X-Men: Primeira Classe era aquele filme do ano que eu

queria muito ver mas estava com um pé atrás. Algumas mudanças na origem dos personagens me assustavam, os cartazes do filmes eram pavorosos - photoshop do mais tosco possível -, a Fox não é o melhor estúdio do mundo e os últimos filmes da série mutante (X-Men 3 e Wolverine) não foram o melhor exemplo de adapta-ção. Os trailers até que da-vam uma certa esperança, mas nada muito impactante. Por isso minha surpresa foi tão grande ao ver o filme e amar. O filme volta ao ní-vel de qualidade de X-Men 2 e já está entre as melhores adaptações de quadrinhos feitas na minha opinião.X-Men: Primeira Classe volta no tempo, mais especi-ficamente aos anos 60, para contar a origem da relação entre Charles Xavier (James McAvoy assumindo o papel que foi de Patrick Stewart) e Erik Lehnsher (Michael Fassbender no lugar de Ian McKellen), futuro Magneto. O filme começa mostrando a infância dos dois persona-gens e os eventos que defi-nirão suas vidas. Enquanto Xavier vive em uma bela casa com mordomias e tran-quilidade, Erik está preso em um campo de concentra-ção sendo forçado por Se-bastian Shaw (Kevin Bacon) a demonstrar seus poderes. Shaw é também responsável pela morte da mãe de Erik, o que faz sua vida ser movida pela vingança. Mais uma di-

ferença entre os dois. Enquan-to Xavier passa o começo de sua vida adulta estudando e se tornando professor, Erik passa em busca das pessoas responsáveis pelo seu sofri-mento. No meio de sua busca ele acaba encontrando com Xavier e os dois se unem com o objetivo de impedir Shaw de causar a Terceira Guerra Mundial e destruir o mundo.O filme resgata a discussão da aceitação e do preconceito tão presente na trilogia dos mu-tantes e praticamente esque-cida durante o filme solo do Wolverine. É claro que isso tem uma explicação: Bryan Singer, diretor dos dois pri-meiros filmes, volta a se en-volver com os mutantes, dessa vez como produtor e ajudando no roteiro. O paralelo com a realidade das minorias é mais uma vez claro e constante na produção. A boa condução da história mesclada com even-tos históricos também ajuda, assim como o bom elenco que dá vida a esses personagens

tão ricos. Michael Fassbender (Bastardos Inglórios) torna Magneto amigável ao públi-co, suas atitudes e sua busca por vingança são compreensí-veis e nós torcemos para que ele consiga acabar com os res-ponsáveis por seu sofrimento. James McAvoy (O Procura-do) mostra que ninguém é tão perfeito como Xavier sempre pareceu e que antes de ser aquele cara sério e responsá-vel, ele também foi um jovem que gostava de festas e diver-são. Jennifer Lawrence, que despontou para o mundo de-pois de sua ótima atuação em Inverno da Alma (que valeu uma indicação ao Oscar), cria uma Mística profunda que luta pela aceitação enquanto nem ela se aceita. Kevin Ba-con, que sempre achei meio canastrão, transforma Shaw em um vilão excêntrico, mas que está em pé de igualdade com os maiores do universo Marvel. Além disso, abraçan-do o clima da época em que o filme se passa, Shaw seria

o vilão perfeito para um dos filmes do 007 com suas gad-gets e capangas. Por falar em capangas do Shaw, muitos re-clamaram da interpretação de January Jones como Emma Frost por acharem que ela fica o tempo todo com aquele ar de superior e indiferente, o que para mim foi incrível. Mas é claro que sou suspeito por dizer já que sempre achei January sensacional, desde quando vi os primeiros episó-dios de Mad Men, e agora, ver a atriz em um papel desses, só me deixou ainda mais feliz.Um dos poucos problemas que encontrei em X-Men: Primeira Classe foi a sua pro-dução. Em alguns poucos mo-mentos os efeitos especiais não parecem tão bons, mas nada que prejudique o resul-tado final extremamente sa-tisfatório. Matthew Vaughn, que já havia se mostrado um diretor de qualidade em seus filmes anteriores, ele é o res-ponsável pelo ótimo Kick-Ass, finalmente deu sua visão

à franquia, já que ele havia sido contratado para dirigir X-Men 3 e acabou saindo do cargo por alguns problemas de agenda. Vaughn mostra que tem pulso para coman-dar os vários arcos presen-tes nos filmes da série. São muitos personagens, várias histórias se desenvolvendo paralelamente e sem alguém que saiba lidar com isso, o enredo pode se perder, o que não acontece aqui. Coinci-dentemente ou não, já que o filme foi exibido na TV para aproveitar a estreia do outro, ontem revi X-Men Origens: Wolverine e constatei que ele foi totalmente ignorado na linha do tempo da série com o lançamento de Primei-ra Classe. Isso vai de acordo com as declarações do estú-dio de que o novo filme solo do mutante canadense esque-ceria o filme anterior e tenta-ria renovar a recente série.Não é à toa que muitos vêm comparando Primeira Classe com Cassino Royale. O filme parece um sopro de ar fresco na franquia dos mutantes as-sim como Cassino Royale foi para o agente britânico 007. Mas as semelhanças param por ai, já que o novo X-Men não tem nada de contido em sua ambientação, figurino e ação, que se encaixam per-feitamente ao cenário ses-sentista. Até a trilha sonora, às vezes, se rende ao clima da época. Esperamos que a qualidade continue a partir daqui, torcendo apenas para que a fidelidade com a ori-gem de alguns personagens melhores. Ah, e há algumas pontas durante o filme que vão fazer os fãs ficarem bem felizes.

BETO CARLOMAGNO

Muitas causas, poucos rebeldesFELIPE DE SOUZA MP denuncia 15 investigados na

Operação AntissepsiaPromotores enviaram, também, requerimento ao Tribunal de Justiça para investigação de

envolvimento do prefeito Barbosa Neto

Prefeito é alvo de ação civil pública de improbidade administrativa e será investigado pelo Tribunal de Justiça sobre suposto esquema com Instituto Atlântico

O Ministério Público comunicou, na manhã da segun-

da-feira (6), a ação criminal contra 15 pessoas, todas atreladas ao Instituto Gála-tas. Sílvio Luz e Gláucia Chiararia, diretores do insti-tuto; ex-procurador Geral do Município, Fidélis Canguçu; Joel Tadeu e Marcos Ratto, ex-conselheiros municipais de saúde; Bruno Valverde, Juan Monastério, Alessan-dro Martins, Flávio Martins, Antônio Carlos Martins, Gil-berto Alves, Marcos Aurélio de Araújo, Alexandro Assun-ção, Gustavo Politi e Clau-decir Lambert.

Todos já são considera-dos réus e responderão aos crimes de formação de quadrilha, peculato – apro-priação de dinheiro ou bens públicos pela administração pública –, falsidade ideológi-ca, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva.

De acordo com o promo-tor de Justiça e coordena-dor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Com-bate ao Crime Organizado), Cláudio Esteves, “as ações criminosas se configuram desde o primeiro momento da contratação emergencial em dezembro do ano pas-sado”. A investigação do MP verificou o desvio de R$ 318 mil do erário por meio da emissão de notas frias por serviços não prestados.

“O valor estimado tem base nos recibos a que nós tivemos acesso. Nós acr-editamos que o número, no entanto, deve ser bem mais elevado que esse obtido”, sinaliza o promotor Cláudio Esteves.

Cisão O Ministério Público envi-

ou ao Tribunal de Justiça um requerimento no qual consta o nome do prefeito Barbosa Neto. Todas as ações crimi-nosas investigadas pela Op-eração Antissepsia, em rela-ção ao Instituto Atlântico,

Justiça nega pedido de afastamento de

Barbosa Neto

O juiz Mario Azzolini, da 4ª Vara Cível de Londrina, indeferiu a liminar contra o prefeito e o secretário de Planejamento, Fábio Góes. No despacho, Az-zolini afirma que “o afasta-mento de Barbosa Neto do cargo de Prefeito é motivo sério de prejuízo à Admin-istração e aos interesses do Erário”.

A liminar foi proposta pelo Ministério Público atrelada à ação civil públi-ca de improbidade admin-istrativa. A promotora de Defesa do Patrimônio Pú-blico, Leila Voltarelli, ale-gou – em entrevista coleti-va na manhã de terça-feira (7) – que a permanência dos denunciados “afetaria a celeridade do processo e geraria um obstáculo na instrução processual, com eventual manipulação de testemunhas ou provas, devido aos cargos que ocupam”. O MP não recor-rerá da liminar.

O prefeito Barbosa Neto apoiou a decisão da Justiça. “Não há provas concretas contra mim ou a minha esposa. Agora, o Executivo pode se con-centrar e se voltar ao tra-balho”.

A ação de improbidade descreve a suposta in-terferência de Barbosa Neto para a contratação do Instituto Atlântico, em novembro e dezembro do ano passado. Além do prefeito e do secretário de Planejamento, foram de-nunciados o presidente do Instituto, Bruno Valverde; o lobista Ruy Nogueira; o biólogo Ricardo Ramirez; o ex-presidente da Arel Wilson Vieira; a primeira-dama, Ana Laura Lino e o Instituto Atlântico. (F.B.)

foram separadas da esfera local e enviadas à segunda instância.

“O prefeito Barbosa Neto – pelo cargo que ocupa na administração pública – tem foro privilegiado. Todos os fatos que tenham conexão ao prefeito devem ser sep-arados e julgados já em segunda instância. Não é competência do Judiciário local tal questão”, explica Cláudio Esteves.

Os fatos ligados ao Insti-tuto Atlântico datam des-de antes do anúncio da contratação emergencial. Em novembro de 2010, Ruy Nogueira Neto teria cobrado R$ 300 mil para prática de lobby a favor da contratação do instituto.

Depoimentos envolvem, ainda, Ana Laura Lino – es-posa de Barbosa Neto – e Fábio Góes, secretário de planejamento e ex-chefe de gabinete do prefeito. Os dois são acusados de par-ticipar de uma reunião, no gabinete do prefeito, com

Ruy Nogueira, Wilson Vieira (ex-presidente da Associa-ção Recreativa Esportiva Londrinense) e Bruno Val-verde, diretor do Atlântico. No encontro, a primeira-da-ma teria exigido R$ 20 mil em propina.

O Procurador Geral do Estado, Ivan Lelis Bonilha, avaliará a procedência do caso e os próximos passos a serem seguidos.

NegociataO relatório da denúncia do Ministério Público – escrito em 61 laudas – detalha o início do esquema de favo-recimento ao Instituto Gála-tas na escolha para presta-ção de serviços de saúde no município. Os diretores do Gálatas teri-am, primeiramente, aborda-do os ex-conselheiros mu-nicipais de saúde – Ratto e Tadeu – após a negativa de contratação da Santa Casa e HUTec para realização de atividades do setor.Em pouco tempo, o ex-pro-curador Geral do Município,

Fidélis Canguçu, já estava envolvido no esquema como pivô do relacionamen-to interno da prefeitura e o Instituto Gálatas. Canguçu cobrava propina e tinha, como recurso a seu favor, a liberação dos valores de serviços prestados – que eram retidos em decorrên-cia de problemas na presta-ção de contas. O ex-procu-rador teria recebido R$ 115 mil em propina.De acordo com o MP, todo esquema só foi possível devido ao entendimento en-tre servidores do núcleo da prefeitura e dirigentes do instituto. “Houve uma ne-gociação entre o pessoal da administração pública e os responsáveis maiores do Gálatas. Por isso há um número grande de crimes de corrupção. Não houve extorsão, mas sim uma ne-gociata entre os agentes, pois beneficiava ambos”, re-itera a promotora de Defesa do Patrimônio Público Leila Voltarelli.

FELIPE BARROS

Page 3: Mosaico Londrina - 2ª ed

Política

3Mosaico Londrina Junho de 2011

MP denuncia 15 investigados na Operação Antissepsia

Promotores enviaram, também, requerimento ao Tribunal de Justiça para investigação de envolvimento do prefeito Barbosa Neto

Prefeito é alvo de ação civil pública de improbidade administrativa e será investigado pelo Tribunal de Justiça sobre suposto esquema com Instituto Atlântico

O Ministério Público comunicou, na manhã da segun-

da-feira (6), a ação criminal contra 15 pessoas, todas atreladas ao Instituto Gála-tas. Sílvio Luz e Gláucia Chiararia, diretores do insti-tuto; ex-procurador Geral do Município, Fidélis Canguçu; Joel Tadeu e Marcos Ratto, ex-conselheiros municipais de saúde; Bruno Valverde, Juan Monastério, Alessan-dro Martins, Flávio Martins, Antônio Carlos Martins, Gil-berto Alves, Marcos Aurélio de Araújo, Alexandro Assun-ção, Gustavo Politi e Clau-decir Lambert.

Todos já são considera-dos réus e responderão aos crimes de formação de quadrilha, peculato – apro-priação de dinheiro ou bens públicos pela administração pública –, falsidade ideológi-ca, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva.

De acordo com o promo-tor de Justiça e coordena-dor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Com-bate ao Crime Organizado), Cláudio Esteves, “as ações criminosas se configuram desde o primeiro momento da contratação emergencial em dezembro do ano pas-sado”. A investigação do MP verificou o desvio de R$ 318 mil do erário por meio da emissão de notas frias por serviços não prestados.

“O valor estimado tem base nos recibos a que nós tivemos acesso. Nós acr-editamos que o número, no entanto, deve ser bem mais elevado que esse obtido”, sinaliza o promotor Cláudio Esteves.

Cisão O Ministério Público envi-

ou ao Tribunal de Justiça um requerimento no qual consta o nome do prefeito Barbosa Neto. Todas as ações crimi-nosas investigadas pela Op-eração Antissepsia, em rela-ção ao Instituto Atlântico,

Justiça nega pedido de afastamento de

Barbosa Neto

O juiz Mario Azzolini, da 4ª Vara Cível de Londrina, indeferiu a liminar contra o prefeito e o secretário de Planejamento, Fábio Góes. No despacho, Az-zolini afirma que “o afasta-mento de Barbosa Neto do cargo de Prefeito é motivo sério de prejuízo à Admin-istração e aos interesses do Erário”.

A liminar foi proposta pelo Ministério Público atrelada à ação civil públi-ca de improbidade admin-istrativa. A promotora de Defesa do Patrimônio Pú-blico, Leila Voltarelli, ale-gou – em entrevista coleti-va na manhã de terça-feira (7) – que a permanência dos denunciados “afetaria a celeridade do processo e geraria um obstáculo na instrução processual, com eventual manipulação de testemunhas ou provas, devido aos cargos que ocupam”. O MP não recor-rerá da liminar.

O prefeito Barbosa Neto apoiou a decisão da Justiça. “Não há provas concretas contra mim ou a minha esposa. Agora, o Executivo pode se con-centrar e se voltar ao tra-balho”.

A ação de improbidade descreve a suposta in-terferência de Barbosa Neto para a contratação do Instituto Atlântico, em novembro e dezembro do ano passado. Além do prefeito e do secretário de Planejamento, foram de-nunciados o presidente do Instituto, Bruno Valverde; o lobista Ruy Nogueira; o biólogo Ricardo Ramirez; o ex-presidente da Arel Wilson Vieira; a primeira-dama, Ana Laura Lino e o Instituto Atlântico. (F.B.)

foram separadas da esfera local e enviadas à segunda instância.

“O prefeito Barbosa Neto – pelo cargo que ocupa na administração pública – tem foro privilegiado. Todos os fatos que tenham conexão ao prefeito devem ser sep-arados e julgados já em segunda instância. Não é competência do Judiciário local tal questão”, explica Cláudio Esteves.

Os fatos ligados ao Insti-tuto Atlântico datam des-de antes do anúncio da contratação emergencial. Em novembro de 2010, Ruy Nogueira Neto teria cobrado R$ 300 mil para prática de lobby a favor da contratação do instituto.

Depoimentos envolvem, ainda, Ana Laura Lino – es-posa de Barbosa Neto – e Fábio Góes, secretário de planejamento e ex-chefe de gabinete do prefeito. Os dois são acusados de par-ticipar de uma reunião, no gabinete do prefeito, com

Ruy Nogueira, Wilson Vieira (ex-presidente da Associa-ção Recreativa Esportiva Londrinense) e Bruno Val-verde, diretor do Atlântico. No encontro, a primeira-da-ma teria exigido R$ 20 mil em propina.

O Procurador Geral do Estado, Ivan Lelis Bonilha, avaliará a procedência do caso e os próximos passos a serem seguidos.

NegociataO relatório da denúncia do Ministério Público – escrito em 61 laudas – detalha o início do esquema de favo-recimento ao Instituto Gála-tas na escolha para presta-ção de serviços de saúde no município. Os diretores do Gálatas teri-am, primeiramente, aborda-do os ex-conselheiros mu-nicipais de saúde – Ratto e Tadeu – após a negativa de contratação da Santa Casa e HUTec para realização de atividades do setor.Em pouco tempo, o ex-pro-curador Geral do Município,

Fidélis Canguçu, já estava envolvido no esquema como pivô do relacionamen-to interno da prefeitura e o Instituto Gálatas. Canguçu cobrava propina e tinha, como recurso a seu favor, a liberação dos valores de serviços prestados – que eram retidos em decorrên-cia de problemas na presta-ção de contas. O ex-procu-rador teria recebido R$ 115 mil em propina.De acordo com o MP, todo esquema só foi possível devido ao entendimento en-tre servidores do núcleo da prefeitura e dirigentes do instituto. “Houve uma ne-gociação entre o pessoal da administração pública e os responsáveis maiores do Gálatas. Por isso há um número grande de crimes de corrupção. Não houve extorsão, mas sim uma ne-gociata entre os agentes, pois beneficiava ambos”, re-itera a promotora de Defesa do Patrimônio Público Leila Voltarelli.

FELIPE BARROS

Page 4: Mosaico Londrina - 2ª ed

4 Mosaico Londrina Junho de 2011

É um modelo que favorece a corrupção, diz Lenir

Vereadora afirma que o processo dos contratos entre a prefeitura e empresas privadas dá margem à improbidade

FELIPE DE SOUZA

A vereadora Lenir de Assis (PT) ganhou no plenário uma queda

de braço que tinha perdido dentro da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que inves-tigou as denúncias de irregu-laridades no treinamento da Guarda Municipal de Lon-drina - da qual foi relatora. Ela garante que seu relatório, apresentado ao plenário no começo de maio é fundamen-tado em evidências. E para ela, os métodos utilizados na contratação da empresa que forneceu o treinamento aos guardas municipais inevita-velmente gera oportunidades para corrupção e a má admi-nistração.

“Em qualquer proje-to, qualquer obra, qualquer construção, a primeira coisa que você faz é um projeto. E depois, uma licitação [para escolher a empresa que exe-

FERNANDA CAVASSANA

O novo Código Florestal (PL 1876/99) foi apro-vado pela Câmara dos

Deputados no dia 24 de maio. O texto-base foi relatado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e, se passar pela votação do Senado, revogará o código em vigor. Atualmente os produtores rurais estão sob a expectativa da aprovação deste novo código ou a da prorrogação do decreto 7.029/08, assinado pelo presi-dente Lula em 2009, que esti-pulou julho de 2011 como prazo para entrar em vigor o decreto que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais e fixava prazo para que todos os donos de imóveis rurais averbassem nos cartórios duas áreas de Reserva Legal pre-vistas no Código Florestal atual.

De acordo com o professor do departamento de Ciências So-ciais da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e coordena-dor do Grupo de Estudos Avan-çados sobre o Meio Ambiente (GEAMA), Paulo Bassani, as discussões acerca do Código Florestal vão além do embate entre ambientalistas e ruralistas, “relaciona-se com a qualidade de

cuta o serviço]. Nesse caso, a empresa [a Delmondes & Dias, com sede em Campo Grande, MS] foi contratada sem licitação, 49 dias depois do treinamento ter começa-do, e está recebendo o valor integral, inclusive por horas [de treinamento] não dadas”, explicou a vereadora.

Para ela, o pior é a ação de “agentes públicos que atestaram que [todo o traba-lho] foi feito corretamente”. A vereadora afirmou que “o problema começou interna-mente, dentro da prefeitura. E a empresa aceitou”. “Você tem um modelo com corrup-to e o corruptor. A dispensa de licitação é permitida, des-de que haja justificativa para isso, mas usaram a dispensa para fazer a coisa de qualquer jeito, e não é assim”, comple-tou.

Terceirização A Delmondes & Dias te-

vida que desejamos”.O especialista em Meio Am-

biente ressalta a importância de leis ambientais que colocam limites à expansão agrícola, já que hoje o destaque é dado ao interesse do capital, não só de produtores agropecuários, mas interesses de bancos e industriais nessa expansão.

Entre as principais requi-sições do novo código estão a porcentagem da medida de re-serva, 80% para a Amazônia Le-gal, 35% para o cerrado e para as demais regiões. As áreas de preservação permanente (APPs), nas margens de rios, variam de 15 a 500 metros, de acordo com o leito. Além da anistia aos pro-prietários rurais das multas e de-mais sanções previstas na lei em vigor por utilização irregular de áreas protegidas até 22 de julho de 2008. Além de liberar os pe-quenos e médios produtores (de até quatro módulos fiscais) de multas e porcentagens de preser-vação.

O coordenador do GEAMA explica que esse apoio ao peque-no e médio produtor é mais fle-xível do que se imagina, já que a variação de módulo fiscal é mui-to grande. “Um módulo fiscal

ria sua parcela de culpa no caso, por ter aceitado o con-trato irregular. Na avaliação da vereadora, as empresas se aproveitam “de uma pos-sibilidade de ganhar dinheiro fácil mediante intenções de terceirização do poder públi-co”. Lenir avalia que existem empresas “especializadas em participar desses processos, montadas especificamente para isso”. Ela avalia, no en-tanto, que como quem con-trola os recursos é a prefeitu-ra, e cabe a quem administra zelar pela coisa pública.

“Não podemos deixar de fazer uma ponte com o es-cândalo de saúde pública que abalou a cidade nos últimos dias”, completou a vereado-ra, referindo-se ao suposto esquema de corrupção na re-lação entre a prefeitura e os institutos Gálatas e Atlântico.

IrregularidadesDentre os serviços não

equivale de 5 a 100 hectares (o mesmo que 6,49 a 129,87 cam-pos de futebol); no Rio Grande do Sul e no Paraná, geralmente é menor de 10 ha, mas no Amazo-nas e região Centro-Oeste chega a 100 ha. Segundo o Ibama, isso faz com que 67% da área que de-via ser recuperada fique isenta”, disse.

Além disso, pode haver a fragmentação da propriedade para que um grande produtor transforme suas terras em várias pequenas propriedades, dentro do limite de quatro módulos fiscais que isentam as multas e obrigato-riedade de preservação.

Segundo Bassani, aprovar estas condições no novo código é “abrir mão do Meio Ambien-te”. O presidente da Socieda-de Rural do Norte do Paraná, representante dos produtores agropecuários da região, foi procurado para dar entrevista, mas não retornou.

As mudanças aprovadas pela Câmara dos Deputados seguem para a aprovação do Senado e, a seguir, para sanção da presiden-te Dilma Rousseff. Até que seja aprovado em todas as instâncias, o texto de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) pode passar por modificações.

prestados pela Delmondes & Dias, estaria o curso de tiro: os integrantes da Guarda Mu-nicipal não passaram pelas aulas práticas e teóricas que os autorizariam a portar ar-mas – embora a empresa te-nha recebido por esse curso.

As irregularidades no cur-so de treinamento da Guarda Municipal foram denunciadas no final do ano passado, pelo vereador Joel Garcia (PTN), que protocolou na Câmara um pedido para que as de-núncias fossem investigadas. Na oportunidade, o prefeito Barbosa Neto (PDT) demitiu o secretário de Defesa Social, Benjamin Zanlorenci Júnior.

Divergências Com a rejeição do texto

de Lenir de Assis pela CEI da guarda, os outros dois mem-bros da comissão, Tito Val-le (PMDB) e Jairo Tamura (PSB), apresentaram um re-latório, que foi rejeitado pelo

plenário da Câmara, por 11 votos a 6. Tamura declarou “esse relatório da CEI teve a concordância da maioria”, e que seu ponto de vista é bem técnico, baseado em jurispru-dência.

O vereador conta que dis-cutiu informalmente alguns pontos com Valle, e de modo geral, entraram em concor-dância, e que no geral, muitas partes do relatório de Lenir estão corretos. “Mas há pon-tos que são incoerentes. Uma hora ela aponta um responsá-vel para uma coisa, outra hora ela aponta para outro, e não é assim, não pode disparar pra todo mundo sem ter noção exata das coisas.”

Para Valle “as discordâncias são em relação à interpretação dos fatos”. “Nós não podemos nos basear em apenas uma tes-temunha como se fosse regra geral. A gente tem que ver o conjunto, para compreender o que aconteceu”, argumentou.

Câmara dos Deputados aprova novo Código Florestal

GUARDA MUNICIPAL

Registro da Reserva Legal- acaba com a exigência da averba-

ção em cartório;- a reserva deverá ser registrada no

Cadastro Ambiental Rural criado pelo projeto para todos os imóveis rurais;

Áreas consolidadas- dispensa propriedades de até

quatro módulos fiscais da necessidade de recompor as áreas de reserva legal utilizadas;

- quem desmatou antes do aumento dos percentuais de reserva legal (a par-tir de 2000) deverá manter a área exigi-da pela legislação da época.

PuniçãoIsenta os proprietários rurais das

multas e demais sanções previstas na lei em vigor por utilização irregular, até 22 de julho de 2008, de áreas protegidas;

- para ter o perdão das dívidas, o produtor deverá assinar termo de con-duta para regularização das áreas de proteção;

- para os agricultores que se ins-creverem no Cadastro Ambiental, se-rão suspensas as sanções administra-tivas, inclusive as relativas ao decreto 7029/09, que prevê penalidades para quem não tiver reserva legal averbada até 11 de junho deste ano.

Moratória do desmatamento-retira a proibição de novos des-

matamentos em todas as propriedades rurais do País por cinco anos a partir da publicação da nova lei.(Fonte: Agência Câmara de Notícias)

Áreas de preservação permanente (APPs)

- mantém as mesmas medidas pre-vistas na lei vigente (Lei 4.771/65) para AAPs;

- admite culturas lenhosas perenes, atividades florestais e de pastoreio nas APPs de topo de morro, encostas e alti-tudes elevadas (acima de 1,8 mil metros);

- para cursos d’água de até dez me-tros de largura, permite a recomposição de 15 metros (metade do exigido na lei atual);

Itens incluídos pela emenda 164 - permite a manutenção de ativida-

des agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo natural nas APPs se estiverem em áreas consolidadas até 22 de julho de 2008;

- outras atividades em APPs poderão ser permitidas pelos estados por meio do Programa de Regularização Ambiental (PRA) se não estiverem em áreas de risco;

- atividades em APPs consideradas de utilidade pública, interesse social ou de baixo impacto ambiental serão defini-das por lei;

- admite a soma de APPs no cálculo da reserva legal desde que a área esteja conservada e isso não implique mais des-matamento;

- imóveis de até quatro módulos fis-cais poderão considerar como reserva legal a área remanescente de vegetação nativa existente em 22 de julho de 2008;

- admite exploração econômica da reserva legal, mediante aprovação do ór-gão competente do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama).

O que muda com o novo Código?

Page 5: Mosaico Londrina - 2ª ed

5Mosaico Londrina Junho de 2011

O peso político que a juventude tinha anos antes não é mais tão grande devido à falta de comprometimento do grupo

De acordo com o regimento eleitoral, as eleições deveriam ter sido organizadas antes do fim do mandato da gestão atual, encerrado em 6 de junho. Por isso a assembleia decidiu pela formação de uma gestão provisória, cuja função é administrar o Diretório e levantar verba para a real-ização do pleito até o empossamento da chapa vencedora. “A assembléia decidiu por 15 votos a 14 formar essa

Eleição do DCE da UEL será no fim de agostoMURILO PAJOLLA

As regras para a eleição do Diretório Central dos Es-tudantes (DCE) da Univer-

sidade Estadual de Londrina (UEL) foram definidas na noite da última quarta-feira (9) em assembleia es-tudantil que contou com a presença de 30 alunos. Assim como nos anos anteriores, a votação será realizada em dois dias, 24 e 25 de agosto. O processo eleitoral começa no dia 25 de julho, o primeiro dia de aula do segundo semestre. A divulgação do pleito ocupará a primeira semana do calendário eleitoral e as três sema-nas seguintes serviriam para a in-scrição de chapas e campanha.

Uma das mudanças em relação aos anos anteriores é a liberação parcial da boca de urna. Durante os dois dias, as chapas concorrentes poderão fazer propaganda eleito-ral, desde que não utilizem mega-fones e carros de som, o que pode comprometer o bom andamento da eleição. ”A proibição boca de urna é um ponto polêmico porque é um mecanismo que já foi usado para invalidar eleições injustamente, com denúncias não comprovadas”, lembrou o presidente da comissão eleitoral, Patrick Weitchorek. Além disso, o RU terá uma urna para rece-ber os alunos que não puderem vo-tar nos seus centros. “A urna extra vai exigir um trabalho maior da or-ganização, mas vai possibilitar que mais estudantes votem, o que ajuda a democratizar o processo”, afirmou Weitchorek.

gestão, em vez de prolongar o man-dato da chapa atual”, explicou Willis Rodrigues, 1º secretário da “UEL de cara nova”, membro da gestão pro-visória, e estudante de pós-graduação.

Outra Assembleia estudantil está marcada para a próxima quarta-feira (15) às 6 da tarde, para definir pontos do regimento eleitoral que ainda não foram discutidos. A reunião ainda não tem local definido.

historiadordasmassas.blogspot.com

A gestão atual do Diretório Centrao dos Estudantes (DCE) é a “UEL de Cara Nova”, que assumiu em maio de 2010. Dos 1367 votos registrados nas últi-mas eleições, a chapa obteve 981 e deixou para trás a única chapa concorrente, “Mais vale o que será”. Com pouco mais de um ano de gestão, o 1º tesoureiro e estudante de Artes Visuais Arthur Montagnini faz uma avaliação positiva das políticas implanta-das. “A gente avalia que foi um bom trabalho, não um trabalho perfeito, mas conseguimos colo-car muitas coisas em prática.”

Ele elege a falta de estrutu-ra física do Diretório como um dos principais desafios e con-sidera aproximação entre DCE e estudantes a contribuição mais expressiva da sua gestão. “A gente conseguiu trazer para reuniões e eventos, gente de cur-sos que até então nunca tinham participado. Por muito tempo o DCE ficou restrito a um depar-tamento e poucos estudantes”.

Apesar de comemorar o avanço, o tesoureiro lamenta a falta de mobilização dos estu-dantes, o que, de acordo com ele, consiste em um problema

Gestão não foi perfeita, mas fez avanços, avalia tesoureiro

para a atual e futuras gestões. “Muitas vezes entramos em centros acadêmicos e eles não deram atenção para a gente, porque achavam que o Diretório não tinha relevância nenhuma”, lembra. A falta de compromis-so com o movimento estudan-til atingiu até os membros da “UEL de Cara Nova”. A chapa, que preenchia os sete cargos obrigatórios (Presidente, Vice-presidente, 1º e 2º secretários, 1º e 2º tesoureiros e orador) terminou a gestão com apenas três membros atuantes. “Out-ras pessoas, devido a problemas com estudos, problemas famili-ares e até mesmo um caso de problema de saúde, acabaram se afastando”, justificou We-itichorek. Uma das bandeiras do grupo foi o apoio a empre-sas juniores, compostas por es-tudantes que prestam serviços a preços menores para clientes com baixo poder aquisitivo.

Montagnini não soube apon-tar que tipo de melhorias foram feitas no setor, mas afirmou que a gestão “buscou eventos que apoiassem as empresas ju-niores, que têm importante re-sponsabilidade social”. (M.P.)

Desmobilização estudantil Dos sete membros que iniciaram a gestão da “UEL de cara nova”, apenas três permaneceram até o fim do mandato

MOVIMENTO ESTUDANTIL

Juventude sem espaço políticoPAULO ARAÚJO

A juventude teve, his-toricamente, grandes feitos no âmbito polí-

tico no Brasil. Este segmento da sociedade encabeçou vários episódios importantes como as “Diretas Já” e o “Impechtment de Fernando Collor”. Apesar destes grandes feitos, os jo-vens e se “desinteressaram” e perderam espaço na política. Em Londrina, os grupos de jo-vens interessados em política, também, estão sofrendo com falta de integrantes e, princi-palmente, os partidos de es-querda estão com um número de membros cada vez menor.

O radialista, Bruno Cardial, está filiado ao PDT há mais de 5 anos. Ele faz o trabalho com juventude desde que en-trou para o partido e vê que o grupo, infelizmente, não é mais tão atuante. “A juventude está tendo um enfraquecimen-to grande em Londrina. Para

estão em partidos políticos são muito desvalorizados. A juven-tude não tem uma força muito grande. São raros os políticos grandes que dão valor à ju-ventude. Estes políticos, por a juventude não ter um traba-lho atuante, falam que a gente não está mobilizada, que não tem aquele corpo todo e que a juventude não ameaça, está é a frase. A juventude não tem mais aquela força para ser con-tra e dizer que vai para a rua protestar. Perdeu isto, perdeu o crédito”, finalizou.

A esquerda em LondrinaApesar da falta de mobili-

zação numérica da juventude em Londrina, muitos partidos de esquerda se estruturam na cidade. Existem filiados, por exemplo, no Partido Operário Revolucionário (POR), Partido Comunista Brasileiro (PCB), Partido Socialista dos Traba-lhadores Unificados (PSTU), Partido Socialismo e Liberda-

você ter uma força na juven-tude, precisa de um grande número de jovens atuantes. É muito difícil você mobilizar jovens para política porque ela está em descrédito, devido à corrupção que acontece”, ex-plicou Cardial.

Para o pedetista, esta des-mobilização política faz com que os jovens percam muita coisa. “A juventude em Lon-drina por não ser tão atuante perde muito. Nós poderíamos reivindicar muita coisa. A pe-riferia, por exemplo, sofre bas-tante, faltando estrutura física e cultural para os jovens. Eu sempre falo que o jovem já tirou um presidente do poder, e parece que a juventude não sabe do poder que tem”, afir-mou.

O radialista, ainda, alegou que a falta de iniciativa da ju-ventude descredibiliza o gru-po com os membros de maior escalão dos partidos. “Todos os jovens que eu conheço que

de (PSOL), entre outros.Militante do PCB há alguns

anos, a estudante de pedago-gia, Rebeca Gombi, não vê com animação a atitude atual da juventude quanto à polí-tica. “Existe uma juventude politizada. Mas, a juventude partidária que está dentro dos movimentos sociais, em parti-dos políticos ou, simplesmen-te, engajada prática não existe mais. Eles sempre estão atrás de interesses financeiros ou re-presentativos”, explicou.

Para a comunista, o proble-ma da esquerda é que a infor-mação não está chegando às massas, ficando somente nas universidades. “Acontece que os intelectualóides, que fazem simpósios e estudos, não con-seguem fazer com que este co-nhecimento chegue às massas ou, simplesmente, não ligam todo este arcabouço teórico com o viés partidário, para que o partido faça esta ponte com a população”, avalia

Já, Jonas de Campos e Fla-via Bischain, militantes do PSTU, têm uma visão diferen-te de Rebeca quanto à juventu-de partidária. “Acredito que tem um mito sobre a juventude fa-lando que ela não quer saber de luta, não quer saber de mobili-zação. Mas a gente não corrobo-ra com está tese. Nós achamos que a juventude tem cumprido papeis importantes, como foi visto nestas revoluções e vemos historicamente. Nós temos ex-pectativa que as pessoas voltem a se interessar por política”, ar-gumentou Bischain.

Para os militantes existe uma dificuldade em trazer os jovens para o partido devido aos escândalos políticos, mas eles acreditam e atuam para fortalecer o PSTU. “Nossa in-tenção, enquanto partido que atua também na juventude, é construir um partido que rei-vindique as lutas dos trabalha-dores e da juventude trabalha-dora”, concluiu Campos.

Page 6: Mosaico Londrina - 2ª ed

6 Mosaico Londrina Junho de 2011

Um passado quase esquecido

O RU da UEL era fora do campus, nem sempre tinha feijão, mas era o local das cervejadasLETÍCIA NASCIMENTO

Se hoje é comum os estudantes enfrentarem filas e eventuais pro-blemas relacionados ao Restauran-te Universitário da Universidade Estadual de Londrina (UEL), o popular e necessário RU, raramen-te imagina-se qual foi o processo que o levou a estar ali, dentro do campus, perto de todos os centros e com comida boa e barata. Desde sua fundação até 1998, as refeições eram servidas a estudantes e servi-dores da universidade, ao lado da antiga Casa do Estudante (CEU-EL), na confluência da Avenida Juscelino Kubitschek com a Rua Canudos, no centro da cidade. O RU da UEL não tinha ligação di-reta com a universidade na época e, talvez por esse motivo, foi pano de fundo de diversas lutas estudan-tis além de, curiosamente, palco que movimentou a cena rock de Londrina nas décadas de 80 e 90.

A distância entre o RU e o campus da UEL é, relativamente, grande. Por esse motivo o número de estudantes que faziam suas re-feições lá era bem menor do que o número atual. Muitos preferiam cozinhar em casa, pois o gasto ou o tempo que despenderia para che-gar até o local não valiam a pena.

“Eu não comia no RU por-que na época ficava meio fora de mão pra mim. Ouvia dizer que a comida era “mais ou menos”, além de algumas brincadeiras de que acharam pedras no feijão”, relembra Meire Todao, formada em jornalismo na UEL em 1989.

No início dos anos 90, o RU encontrava-se defasado. O sis-tema de senhas já era utilizado e o desconforto para aguardar a bandeja, muitas vezes sem feijão, substituído por uma guarnição, cansava os estudantes. De acordo com o jornal Condessa, distribuí-do gratuitamente aos estudantes, e produzido pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da época, a cada 30 alunos atendidos a fila pa-rava, por falta de arroz ou talheres. O número de panelas também era insuficiente para variar o cardápio, além dos canos condutores de gás

do fogão que estavam danificados.Os estudantes lutavam por um

restaurante que fosse dentro do cam-pus e com baixo custo. Foi bandeira de diversas diretorias do DCE por muito tempo. Segundo o Condessa, na época foi apresentado o projeto de um RU auto-sustentável, em que cada refeição custaria 150 Cruzei-ros por estudante (isso numa época em que o país mudou várias vezes de moeda), sem subsídio da univer-sidade, o que era inviável segundo os estudantes. Ainda na publicação, uma professora da comissão que discutia o RU antigo declarou que a função da Universidade era formar pessoas, não fornecer comida. Os estudantes rebatiam que um restau-rante no campus era necessidade lógica para uma população univer-sitária de mais de 10 mil alunos.

Manifestação

Uma das manifestações mais expressivas da época pelo restau-

rante no Campus foi executada no dia 14 de novembro de 1990, uma quarta-feira. Uma matéria de Ernes-to Zanon Junior, no jornal Condes-sa – ele era o presidente do DCE, hoje é jornalista no interior de São Paulo –, conta que a partir das 11h vários estudantes carregaram tijolos em direção à reitoria. Como forma de protesto, eles serviram refeições no estacionamento da Reitoria.

O cardápio descrito por Za-non foi: “arroz, feijão, bisteca de porco, salada de tomates e bana-nas de sobremesa”. As refeições foram vendidas a 30 Cruzeiros, além de refrigerantes e cervejas à venda em um bar improvisado.

Os estudantes fizeram uma cor-rente e retiraram, de mão em mão, 500 tijolos que haviam sido doados pelo Sindiprol – o sindicato dos pro-fessores. “O pessoal da arquitetura e engenharia fizeram uma fachada estilo McDonalds e dois arranjos florais deram um toque ecológico ao monumento”, concluiu Zanon.

Fachada do RU no centro de Londrina

Fernando de Almeida Gonzalez

Área interna do antigo RU: defasado

Fernando de Almeida Gonzalez

Rock no RUApós a desativação do RU em 1991, o local se transfor-

mou, literalmente, em um palco para as bandas da época. O espaço reunia, assim, os estudantes universitários e o restante da juventude da cidade. No blog “O rock de Lon-drina”, Carlos Eduardo Guariente, descreve um pouco de como a ‘cena’ se desenvolvia: “No palco, as bandas tocavam para centenas de pessoas sabendo que ali seria definida sua popularidade. Todo mundo tocava com uma baita energia, tinha gana, atitude e um equipamento caindo aos pedaços”.

Um dos diretores da CEUEL, na gestão de 1992-1995, Fernando de Almeida Gonzalez, era o responsável pelo agendamento das festas e cervejadas dos cursos. “Tudo fun-cionou bem até que teve um assassinato na esquina entre o RU e o Canadá Country Club e fomos obrigados a fechá-lo”, contou Gonzalez, em entrevista concedida por e-mail. Segundo ele, o maior problema era esse descaso da reito-ria da UEL, que os abandonou na Casa do Estudante, fa-ziam festas para manter a casa com pouquíssimas ajudas básicas da UEL. O pensamento que parecia se sobrepor a todos os outros, portanto, está nas palavras do ex-morador da CEUEL: “Mas por cima de tudo isso tinha uma união dos estudantes para salvar a CEUEL naquele local. Todos que conheci dizem que foi muito bom estar lá, mesmo com crise, pois nos ensinou a superar momentos desse tipo”.

ESPECIAL RU - UELESPECIAL RU - UEL

Page 7: Mosaico Londrina - 2ª ed

7Mosaico Londrina Junho de 2011

RU ficou pequeno para atender Comunidade Universitária

Há 13 anos na UEL, o Restaurante Universitário, possui somente dois refeitórios. Filas são os maiores problemas

CAMILA MEIRA

Cam

ila M

eira

O Restaurante Universitário (RU) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) recebe entre os horários de café da manhã, almoço e jantar uma média de 4 mil pessoas por dia. Em dias de cardápio diferenciado, o número de refeições servidas chega a 4.500, um acréscimo de 10% se comparado aos dias considerados normais.

A quantidade de frequentadores diários do RU é pequena diante da Comunidade Universitária, que segundo dados divulgados pela Pró – Reitoria de Planejamento (Proplan) da UEL totaliza 23.251 pessoas, divididas entre técnicos administrativos, estudantes de graduação, pós- graduação e docentes.

Preço

O preço da refeição é um atrativo. Estudantes de graduação pagam R$ 2,10. Aos estudantes que moram na moradia estudantil são cobrados R$ 0,70 pela alimentação. Para servidores, o valor varia de acordo com a faixa salarial de cada categoria. Visitantes

que passam pela Universidade, também têm acesso ao RU a R$ 4,70.

Se toda a população da UEL resolvesse optar por se alimentar no RU, o Restaurante não teria capacidade física suficiente. Hoje, sua estrutura possui dois refeitórios, com 104 mesas e 516 assentos .

De acordo com o Chefe de Divisão do RU, Márcio Rogério Moraes Machado, o maior problema do RU não é a falta de espaço, pois a rotatividade dos usuários permite que as mesas sejam liberadas com frequência. “Muita gente acha que o problema das filas é pela falta de espaço nos refeitórios, mas a demora é causada no momento em que os usuários passam para pegar o alimento, pois há apenas uma esteira em cada refeitório. Se o cardápio é variado, a lentidão também é maior”, explica.

Senhas

Atualmente, o RU trabalha com um sistema de distribuição de senhas. Apenas estudantes recebem a senha, servidores podem entrar apresentando somente a carteira de

identificação. As senhas vão do número 1 ao 190. Uma senha com o mesmo número é distribuída a 10 usuários. Um painel eletrônico informa aos estudantes qual é a senha chamada. Após anunciado o número, o usuário tem uma carência de até cinco senhas para entrar. Passado o número limite, é preciso pegar uma nova senha.

O Chefe de Divisão do RU comenta que o sistema facilita o acesso aos refeitórios. “Tivemos reclamações até o pessoal se adaptar à mudança para o painel eletrônico. Do que era antes, hoje está bem melhor. Conseguimos diminuir o horário de atendimento dos caixas e isso diminuiu bastante as filas”, afirma.

O sistema anterior a que Machado se refere foi utilizado pelo RU até dois anos atrás. Nele, as senhas não continham a data de distribuição e eram diferenciadas apenas pela cor. Com isso, muitos estudantes guardavam as senhas de um dia para o outro e as reutilizavam. Além disso, o anúncio de senhas era feito por um funcionário, que chamava os números por uma caixa de som, mas os estudantes reclamavam do barulho ou de não conseguir escutar.

Servidores podem entrar sem o uso de senhas, mas mesmo assim formam-se filas. Estudantes chegam a esperar mais de uma hora para comer

Alternativas

A espera dos estudantes para entrar no RU, às vez-es, ultrapassa uma hora e meia. Muitos estudantes procuram alternativas para amenizar a situação. As senhas começam a ser lib-eradas às 10h30 e por volta de 10h50 o refeitório é ab-erto. Para não enfrentar fi-las, a estudante de Ciência da Computação, Mariane Terumi, que frequenta o RU

O estudante de Me-dicina, Bruno Possani Rodrigues, reclama por ainda não ter um RU no Hospital Universitário (HU). O Hospital faz parte da UEL, mas mui-tos estudantes da área da saúde precisam bus-car opções fora do HU para poder se alimentar.

“Quando consigo, eu pego carona com um amigo para almoçar no RU, quando não dá tem-po, preciso comer algo por lá mesmo”, diz.

“Comer algo por lá mesmo”, significa pagar mais caro. Enquanto no RU a alimentação sai por R$ 2,10, nas proxim-idades do Hospital Uni-versitário, as refeições não custam menos que R$ 4.

desde que entrou na UEL, há três anos, diz que sai da aula para pegar senha no Restaurante e depois volta. “Muita gente que, normalmente não come no RU todos os dias, acaba vindo só quando o cardá-pio é diferenciado. Se não sair e pegar a senha antes, corro o risco de ficar espe-rando horas para comer, lamenta.”

Dificuldades

Cam

ila M

eira

Page 8: Mosaico Londrina - 2ª ed

8 Mosaico Londrina Junho de 2011

Page 9: Mosaico Londrina - 2ª ed

Locais de fotocópia na UEL causam amor e ódio entre estudantesRafael Sanchez

Ficar na fila para copiar textos é apenas um dos principais prob-lemas de quem usa os estabelec-imentos de fotocópia da Uni-versidade Estadual de Londrina (UEL), os famosos “xerox”. É esse tempo de espera e a neces-sidade de ter acesso ao material indicado pelos professores que abre discussões de vários temas.

A UEL conta com sete qui-osques de fotocópia no cam-pus. Todos são terceirizados. O estabelecimento do CCH (Centro de Ciências Humanas) que atende também o CECA (Centro de Educação, Comuni-cação e Artes), faz por volta de 6 mil cópias por dia, segundo Élton Ferreira, funcionário do local. Seus horários de pico são por volta das 8 e também das 10 da manhã, momentos de início das aulas e de intervalo.

Os estudantes chegam a perder aulas esperando para serem atendidos. “É chato, em horários como esse a gente fica esperan-do até uns 15 minutos e se atrasa para as aulas”, reclama a estu-dante de música Talita Salles.

VírusOutra reclamação recorrente

dos alunos fica por conta dos constantes vírus nos com-putadores dos quiosques. Isso porque outro serviço disponível nos quiosques é a impressão de textos. E muita gente deixa para imprimir os trabalhos na UEL. É o que diz, indignado, o estudante de pedagogia Vitor Oliveira: “sempre que eu coloco meu pen drive nos computado-res daqui do xerox ele volta com vírus”. Quanto a isso, Ferreira diz que há tentativas de solucio-nar o problema. “O anti-vírus está minimizado ali no computa-dor, só que são tantos pen drives que às vezes o computador não dá conta. Mas estamos sempre tentando melhorar”, explicou.

A principal função desses es-tabelecimentos para os alunos é copiar textos que os profes-sores sugerem em aula e os disponibilizam em suas pas-tas personalizadas. Os alu-nos ressaltam a importância: “Não dá pra ficar comprando livros sempre... o xerox é a nossa solução pra ler os tex-tos da faculdade”, diz Oliveira.

Para o professor do Depar-tamento de Jornalismo Paulo César Boni, a fotocópia é im-portante até certo ponto. “A gente recomenda a leitura de

um artigo ou periódico e o es-tudante tem a opção de resolver isso rapidamente”. Porém, ele alerta: “Xerox são importantes e facilitadores, mas não sub-

stituem os livros. Eles podem inclusive ser uma solução para livros esgotados”, declarou Boni. Mas concluiu que eles não resolvem os livros esgotados.

Mudanças nas taxas dos cartões de créditoMarcia BoroskiQuem tem cartão de crédito

deve ficar atento. A partir do começo de junho, vão entrar em vigor novas medidas que extinguem 75 das 80 tarifas que hoje são cobradas. Além disso, a taxa mínima de paga-mento passou de 10% para 15 %. A medida prevê a co-brança de anuidade, emissão de 2ª via, retirada em espécie na função saque, uso do cartão de crédito para pagamentos de contas, avaliação emer-gencial do limite de crédito. Essas medidas fazem parte de um pacote apresentado pelo governo federal para en-frentar o problema do endi-vidamento dos brasileiros.

O advogado Flávio Caetano de Paula, ex-coordenador do Procon de Londrina, explica que com estas medidas o Ban-co Central tem o intuito de diminuir o endividamento pes-soal. “Esse aumento simbólico é uma forma de frear as com-pras descontroladas. As pes-

soas não têm informações su-ficientes e pensam somente na parcela mensal e não no valor integral do produto”, explica.

A preocupação do Ministério da Justiça que lançou uma car-tilha que traz informações sobre estas novas medidas e orienta-ções para auxiliar as pessoas com dificuldade em controlar os gastos. Além disso, segundo Flávio Caetano, aumentar a re-sponsabilidade das lojas e das empresas de crédito sobre as compras é uma medida que o governo deve tomar em breve.

Os cartões que foram requis-itados a partir de 1º de junho já entram nestas novas medidas. Os outros têm até junho de 2012 para se adequarem. Até esta data também serão modifi-cados, gradativamente, os per-centuais de pagamento mínimo.

O advogado também disse que qualquer eventual prob-lema com as empresas de cartão de crédito deve ser levado até o Procon ou ao Ministério da Justiça.

Tarifas diminuíram de 80 para 5; pagamento mínimo aumentou para diminuir o endividamento do brasileiro

A estudante Rafaela Mendes foi umas das clientes de um loja de roupas que foi sur-preendida pela cobrança de um seguro na fatura de seu cartão. Ela fez o cartão da loja e efetuou uma com-

pra de roupas com pagamento parcelado. “Quando chegou a fatura eu me assustei. Além da minha compra tinha uma cobrança de um seguro que eu não solicitei”, conta a es-tudante. Ela foi até a empresa e pediu que a cobrança fosse retirada. A empresa aceitou.

Nessas situações o advo-gado Flávio Caetano de Paula orienta que o con-sumidor vá até a empresa e solicite o cancelamento da cobrança. Caso não seja efetuado, a orienta-ção é de procurar o Pro-con e fazer uma denúncia.

Seguro de roupas

O uso desenfreado de cartões de crédito foi o principal motivo para a implantação de novas medidas

O quiosque de fotocópias do CCH é um dos mais movimentados da UEL

Marcia Boroski

Marcia Boroski

Economia

9Mosaico Londrina Maio de 2011

Page 10: Mosaico Londrina - 2ª ed

10 Mosaico Londrina Junho de 2011

A contradição do CamelódromoCOMÉRCIO

Criado para resolver o problema dos ambulantes nas ruas, camelódromo de

Londrina dificulta combate ao comércio ilegal

Postos de Combustíveis continuam cometendo irregularidadesDANIELA BRISOLA

Os problemas com os postos de combustíveis continuam. Alta nos preços, adulterações nas bombas e, até mesmo, depósito clandestino aparecem nas inves-tigações do Procon, Ministério Público e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

O preço do combustível na cidade sempre é mais alto do que em outros municípios da

região. E uma alta injustificável no ano passado, em que o preço do álcool saltou de R$ 1,09 para R$ 1,69, como na época com-provou a Operação Cartão, con-cluída neste ano, num trabalho conjunto entre Procon, MP e Gaeco que resultou em autu-ações, multas e processos ju-diciários. Essa operação atuou no sentido de investigar o preço dos combustíveis.

Segundo o coordenador do

Procon de Londrina, Carlos Neves, as fiscalizações continu-am com todo o rigor necessário. “Juntamente com o Gaeco e com o MP nós trabalhamos para que as irregularidades sejam su-primidas na cidade”, afirmou.

No entanto, quanto a alta dos preços pouco o órgão pode fazer. “A única ação que cabe a nós é saber se os postos têm justificativas para as altas. Se há um aumento abusivo, sem que

haja uma alta no preço do mer-cado, aí sim podemos atuar”, ressaltou o coordenador.

Esses órgãos em conjunto montaram a Operação Bomba Limpa, que investigou da quali-dade do combustível à formação dos preços. A operação já resul-tou na prisão de alguns investi-gados. “Nós já até sabemos em quais postos há as irregulari-dades. Bomba baixa, adulteração no combustível, depósito clan-

destino e notas fiscais suspeitas, em que o preço revendido é o mesmo de compra estão entre os atos ilícitos mais praticados na cidade”, explicou Neves.

“O consumidor reclama e nós tentamos agir conforme o código do consumidor”, con-cluiu o coordenador. Ele afir-mou ainda que em breve haverá mais uma fiscalização da Bom-ba Limpa, entretanto, não pode dizer quando será realizada.

TATIANE HIRATAO mercado informal é uma

febre em todo o país. Toda a sorte de mercadorias, em ger-al oriundas da 25 de Março paulistana e das fronteiras do Paraguai, pode ser facilmente encontrada nas cidades do in-terior, em barraquinhas ao ar livre ou em lugares destina-dos pela prefeitura à atividade desses vendedores. Em Lond-rina, o primeiro camelódromo foi instalado há 7 anos, durante a gestão do ex-prefeito Nedson Micheleti (PT). Na época, a proposta vislumbrava a retirada e legalização dos ambulantes que ocupavam barraquinhas nas calçadas das Avenidas São Paulo e Leste Oeste, próximo ao Terminal Urbano.

Mediante essa promessa, a Associação Comercial e In-dustrial de Londrina (Acil) apoiou a iniciativa. “O que se viu depois, no entanto, foi o descumprimento do que havia sido prometido”, afirma Rob-erto Francisco, assessor de im-

prensa da Acil. “Muitos lá den-tro [camelódromo] sequer têm Alvará de funcionamento. E entre os que possuem, muitos são para vender botões, roupas, por exemplo, e vendem celu-lares, eletrônicos. E tem ainda os DVDs, CDs e jogos piratas, que são indefensáveis”.

Em agosto do ano passado, o Tribunal de Justiça condenou o ex-prefeito Nedson pelo re-passe de verbas da Prefeitura às ONGs Canaã e Acal, que or-ganizaram os camelôs na saída da rua para o prédio da es-quina das ruas Sergipe e Mato Grosso. O TJ declarou incon-stitucionais as leis municipais 8.847/02 e 8.875/02, que au-torizaram a prefeitura a pagar o aluguel do Camelódromo da cidade. Além da declaração de inconstitucionalidade, a de-cisão determina a devolução dos recursos repassados pelo Município.

Roberto Francisco atribui ao comércio de produtos pi-ratas o desaparecimento de

lojas especializadas em CDs e DVDs em Londrina, que é considerada a maior produtora de pirataria da região Norte do Paraná. No último dia 18 de maio, uma operação poli-cial do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) de Maringá fechou uma fábrica

de falsificação de CDs e DVDs que funcionava na área central de Londrina.

“A Acil é contra a existên-cia dos camelódromos por considerar que a atividade ilegal cria um ponto de dese-quilíbrio sobre o comércio legal”, afirma o representante

da Acil, que considera a con-corrência com os camelôs des-leal, “pois eles não cumprem seu papel social no bolo de arrecadação de impostos”. “Trata-se de uma atividade que está em descumprimento com a lei. Isso é danoso para a cidade”.

Camelódromo gera empregos, mas tolera pirataria

O camelódromo de Lond-rina gera, hoje, cerca de 1,2 mil empregos, somados os propri-etários das 330 lojas, segundo a administração local.

Ana Lúcia trabalha há 5 anos em uma loja de produtos de In-formática no camelódromo e defende: “trabalho com cartei-ra assinada, como qualquer outro funcionário. Não há dif-erença entre os lojistas daqui e do comércio formal. O nível de pessoas que frequentam lá e aqui é o mesmo”.

Silvia Peres trocou, há 5 anos, uma loja de roupas in-fantis por uma barraca de jog-os e programas de computa-dor falsificados. “Aqui é bem melhor, na loja de roupas não

dava muito lucro”.A auxiliar administra-

tiva Maria Elisabet visitava o camelódromo com o filho Magno, de 19 anos. “Não venho muito aqui, é mais por causa do meu filho”. Ela revela que nunca adquiriu produtos eletrônicos no local. “Não posso dizer que se-jam de má qualidade, mas acho que certos produtos devem ser comprados em outros lugares, para garantir”. Magno, que visi-tava a barraca de CDs e DVDs, explicou que os compra por não possuir computador, para baixar os conteúdos. “Não concordo com a pirataria, é ruim por tirar o emprego de outras pessoas, mas o original é muito caro”, justifica. (TH)

Lojistas defendem legalidade do comércio informal praticado no camelódromo

Tatia

ne H

irata

Tatiane Hirata

Para Acil, venda de CDs, DVDs e jogos piratas, no Camelódromo, é indefensável

Page 11: Mosaico Londrina - 2ª ed

11Mosaico Londrina Maio de 2011

Esporte

Coração AlvicelesteNova geração de torcedores dá novo fôlego ao Tubarão

“Aos cinco dias do mês de abril de mil novecentos e cinqüenta e seis, às vinte horas, compareceram os abaixo as-sinados, os quais, de comum acordo deliberaram fundar um clube de futebol profissional e demais esportes, o qual recebeu o nome de Londrina Esporte Clube...” A ata de fundação redigida por Paulo Carvalho Braga era o pontapé inicial na história de um dos times de maior tradição no futebol pa-ranaense; em meio aos cafezais que deram fama à cidade, flo-resceria o LEC.

Apesar da formalidade na cerimônia de fundação do clube – estavam presentes o prefeito, Antonio Fernandes Sobrinho e o secretário da Prefeitura, Mário Cunha – o Londrina es-teve, desde o início, entrelaçado ao povo que o acompanhava pelo rádio e, mais tarde, via ao vivo seus momentos de glória no Estádio do Café. E é justa-mente este povo, que leva e o nome do Londrina para o Bra-sil.

“Já teve casos de nós estar-mos em 5 torcedores num está-dio em Paranaguá contra 12 mil do outro time, mas nunca deixa-mos de acompanhar o LEC; já fui para vários Estados, mesmo estando em minoria”, conta bem-humorado Guilherme Be-larmino, que torce pelo time desde 1992, quando tinha 12 anos. “Fui ver meu primeiro jogo no estádio e desde então comecei a frequentar as par-tidas, e em 1997 entrei para a Falange Azul”, acrescenta.

A torcida organizada

Enquanto na fundação do Clube a pompa deu o tom, na primeira torcida organizada foi mais modesta: no dia 5 de fe-vereiro de 1992, na Vila Yara, um grupo de quatro amigos for-mou o Grêmio Recreativo Tor-cida Organizada Falange Azul. “Em qualquer lugar vai ter sem-pre um torcedor, para o jogador ver aquela camisa alviceleste na arquibancada e falar ‘é para aquele torcedor que eu vou jog-ar’”. Rafael Pio, 25 anos, é um dos 1300 torcedores associados à Falange Azul, mas a história de amor ao LEC vem desde muito antes. “Para ver o Lond-rina jogar no São Januário, no Rio de Janeiro, meu pai mudou até a data da lua de mel, então imagina a minha influência!

Desde os 16 anos eu acompan-ho os jogos e em 2002 eu entrei pra Falange”, comenta.

Desde 2005 na diretoria, Ra-fael ressalta o objetivo da tor-cida organizada. “Nós vamos com o intuito de apoiar o time, mesmo nos momentos de crise que o time passou, nunca deixa-mos de torcer, nossa sede nunca tem menos que 50 ou 60 pes-soas”. A sede referida por ele é o VGD (Estádio Vitorino Gon-çalves Dias), casa da Falange Azul e ponto de encontro dos torcedores. “Todas as quintas-feiras nos reunimos aqui, acima de tudo é um momento de con-fraternização”, salienta.

Boa fasePujante nas décadas de 70 e

80 e com passado recente en-volto por polêmicas administra-tivas e maus resultados, o Lon-drina Esporte Clube volta a dar alegria ao torcedor graças à boa fase na série B do Campeonato Paranaense. E na esteira do re-cente otimismo, é que jovens torcedores se unem à torcida, como João Vitor Dorigo e Feli-pe Matos, ambos com 16 anos.

Felipe diz que não viu as glórias do LEC, entretanto não se arrepende de torcer pelo time da casa. “Nunca vi o Londrina ganhar campeonatos, mas só de poder ir ao Estádio e acom-panhar o time de perto já vale a pena”, diz.

Já João Vitor lembra das

graças que ouve dos colegas. “Como na escola normalmente todo mundo torce para os times de fora, sempre tiram sarro, di-zendo que o Londrina não tem nem divisão”, brinca. Mas é o experiente Guilherme Belarmi-no que lembra. “Quando tiram sarro é que é melhor, quando o Londrina está numa má fase é que temos mais raça e ânimo para torcer; não existe nada melhor que ver nosso LEC dar a volta por cima”. É Belarmino quem ainda termina, com um dos gritos de guerra da Falange Azul, que traduz em palavras, o que o torcedor carrega no peito: “Londrina/meu bom amigo/ no campeonato estarei sempre contigo!”.

A torcida organiza “Falange Azul”, criada em 1992, conta hoje com mais de mil associados

Apesar dos maus resultados dos últimos anos, o LEC conta com uma torcida fiel

“Me preocupo tanto em animar a torcida que às vezes nem vejo o gol”. Rafael Pio

Page 12: Mosaico Londrina - 2ª ed

12 Mosaico Londrina Junho de 2011

Time de beisebol de Londrina busca reconhecimento na cidade

ESPORTE

Famoso no resto do mundo, esporte ainda procura seu espaço entre os londrinenses

Tradicional entre os nipônicos e seus descendentes, o esporte é praticado na cidade há 50 anos

Praticado em Londrina desde a década de 60, o beisebol ainda é um esporte pouco conhecido pelos londrinenses. Tradicional entre os nipônicos e seus descendentes, foi por meio deles que a modalidade chegou à cidade. “Tudo começou com os imigrantes que vieram pra cá colonizar. Os japoneses sempre viveram em colônias no início de sua história no Brasil e a vida aqui ainda era baseada nas lembranças do Japão e lá o esporte é muito popular”, explica Pedro Bando, supervisor técnico do time londrinense.

No entanto, o beisebol não é mais um “esporte de japonês” na cidade. Londrina chegou a sediar dois campeonatos mundiais na década de 90. “Em termos de estrutura, temos o maior complexo da América Latina. São sete campos para treinos das modalidades menores e três campos para a prática das modalidades juvenis e adultas”, conta Bando.

Segundo ele, crianças podem iniciar no esporte a partir dos seis anos. “Começamos apresentando a criança aos poucos, elas vem acompanhando os pais, os tios, e aos poucos vão brincando e tomando gosto pelo esporte”, comenta.

Dos 8 aos 80 “Comecei por influência

do meu pai, que também era praticante. Aos poucos a

brincadeira foi virando coisa séria e eu cheguei a cogitar jogar profissionalmente. É um esporte muito apaixonante” conta Murilo Paz, praticante do esporte há 15 anos.

Os benefícios do beisebol são inúmeros e vão além do físico. “Você ganha em condicionamento, você aprende a

trabalhar em equipe e a ser mais disciplinado. Você melhora sua qualidade de vida”, diz Murilo.

Se a prática do esporte pode começar cedo, ela não tem limite de idade para ser interrompida. “Eu mesmo ainda jogo! Temos times aqui com integrantes de até 78 anos. É uma loucura por ser uma modalidade perigosa, mas

jogamos de uma maneira mais tranqüila, mais leve”, explica Pedro.

No país do futebol, quem assiste uma partida de beisebol pode ficar meio confuso entre tacos, luvas, bolas e uma correria entre as bases. Bando explica a principal diferença do esporte, para os outros tão mais conhecidos

LAURA ALMEIDA

Beisebol nas escolasCom a intenção de

mudar esse desconhecimento com relação ao beisebol, a ACEL (Associação Cultural e Esportiva de Londrina), tem um projeto que busca apresentar a modalidade nas escolas municipais da cidade. “Faltava levar o beisebol para o povo. A idéia principal do nosso projeto é essa, difundir o esporte nas escolas municipais, porque é onde está a maioria da população mais adequada para a prática”, comenta Pedro Bando, supervisor técnico do time londrinense da modalidade.

O projeto existe desde 1997 e por ele já passaram mais de 3 mil alunos. Segundo Bando, os resultados são animadores.

Entenda o esporteCada equipe ataca e

defende alternadamente. A que está na defesa conta com nove jogadores em campo, a que ataca com apenas o batedor. Ao todo são nove entradas e a mudança acontece quando o time consegue eliminar três atacantes adversários. Não existem empates. Se no final das nove entradas o jogo estiver empatado, entradas extra vão sendo acrescentadas até ao desempate. Home run é o nome da jogada em que o batedor bate a bola para fora dos limites do campo e consegue completar as quatro bases na mesma jogada. Então é marcado um ponto.

no país. “Fundamentalmente, a diferença é que no vôlei, basquetebol, futebol, é que nessas modalidades é a bola que faz o ponto. Ela que entra no gol e marca o ponto. No beisebol é o jogador, ao conquistar as quatro bases, que faz o ponto. A bola é mera coadjuvante”, explica Bando.

“Alguns já estão ou já foram da seleção brasileira, ou estão jogando nas ligas americanas e do Japão. O projeto leva motivação para as crianças, elas gostam e os que demonstram aptidão têm todo o apoio pra seguir na carreira”.

Como praticante do esporte, Murilo Paz aprova a iniciativa. “Acho muito importante esse apoio, principalmente pelo beisebol ser um esporte que só traz benefícios para as crianças e que ainda não tem espaço no país”, comenta.

“Iniciativas como essas ajudam a difundir um esporte tão tradicional em outros países e a descobrir novos talentos, gerando oportunidades de vida mesmo”, concluiu.

Foto

: Ace

lG

oogl

e im

ages

Ao todo, durante o andamento de um jogo de beiseibol, temos, dentro de campo, exatos 11 jogadores. Desses 11, 9 são os defensores e 2 atacantes.

Page 13: Mosaico Londrina - 2ª ed

13Mosaico Londrina Junho de 2011 15Mosaico Londrina Junho de 2011

O Festival quer ser brasileiroChorões de Londrina se mobilizam para que as Oficinas tenham mais espaço. A conquista é aos poucos

“Prezado Senhor, tendo como objetivo contribuir com a orga-nização do Festival de Música de Londrina, para que possamos ter um festival de música que melhore a cada ano, nós, amigos do Choro da cidade de Londrina, nos reunimos nesta carta cole-tiva para apresentar sugestões para a organização da Oficina de Choro para o festival deste ano de 2011.” Assim começa a carta direcionada ao diretor artístico do Festival de Música de Lon-drina, Marco Antônio de Almei-da. Escrita pelos músicos Lean-dro Ferreira e Rosana Moraes, representou todos os amantes do Choro e do Samba de Londrina. A carta foi encaminhada dia 11 de fevereiro, e pedia o aumento dos dias da Oficina de Choro e mais professores convidados.

A carta surtiu poucos efei-tos. A oficina continua com du-ração de uma semana apenas (a maioria dos outros cursos duram o festival inteiro – duas semanas) e este ano conta com apenas um professor a mais do que no ano passado.

MPBMarco Antonio diz que o

espaço é digno e suficiente. To-dos os anos o FML conta, em sua estrutura pedagógica, com prática de conjunto de MPB e a Oficina de Choro. Este ano tam-bém serão realizados dois shows com temáticas brasileiras: hom-enagens à cantora Nara Leão e ao compositor Noel Rosa. “Eu não entendo este questionamen-to quanto ao espaço da MPB no Festival. Principalmente porque a prática de MPB foi uma cria-ção minha”, defende-se Marco Antonio. Ele também alega que os cachês dos artistas são muito além do que o festival pode pagar: “para trazer o Ney Matogrosso ou o Seu Jorge, que a garotada gosta, temos que desembolsar cerca de 170 mil reais, entre cachê, avião e hospedagem”.

Porém o músico Leandro Ferreira afirma o contrário: “em relação ao espaço dado à MPB, se ele estiver pensando o Choro dentro desta sigla, é claro que eu discordo total-mente da visão dele. Conforme o passar dos anos, a Oficina foi perdendo em qualidade: espa-ço, quantidade de professores, tempo de duração dos cursos”.

Osório Perez participa das

oficinas do FML há 4 anos e não deixa de participar porque, diz ele, todos os anos a organização traz a Londrina professores dife-rentes enriquecendo as experiên-cias dos alunos. Mas também concorda com o pouco espaço dado à música popular em detri-mento da música erudita. Quanto à 31ª edição, ele é otimista. “As expectativas são boas porque esse ano a grade docente foi es-colhida com muito cuidado”. Os professores são: Julião Boêmio de Cavaquinho, Celsinho Silva de percussão, Andrea Ernest de flauta transversal e Rogério Caetano de violão, todos da cap-ital do choro, o Rio de Janeiro.

O objetivo, afirma Marco Antonio, é ajudar os músicos que tocam na noite, mas possuem deficiências nos instrumentos, ou não entendem de arranjos es-pecíficos do gênero: “a razão do Festival sempre será a de difundir a música que não é comercial”. Serviço

As inscrições para o FML vão do dia 13 de junho a 1 de julho pelo site: www.fml.com.br. O festival acontece do dia 9 ao dia 24 de julho.

Fotos: Divulgação

Integrantes do grupo de choro Café no Sangue, em apresentação da 30º edição do FML

FESTIVAL DE MÚSICA

SARA HERMÓGENES

Trazer artistas brasileiros para a cidade custa caro. Ano passado, os cachês mais altos foram os da Fafá de Belém e Arrigo Barnabé

Cultura

Page 14: Mosaico Londrina - 2ª ed

14 Mosaico Londrina Junho de 2011