não são os que têm saúde que precisam de curso bíblico...
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Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
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Curso Bíblico Internacional
Apostila no. 21
Prescrições de Cristo
(Segunda Parte)
Introdução
Quando não estamos bem, sempre vem alguém até nós com
alguma receita ou “prescrição” que nos fará sentirmos melhor.
Quando ficamos doentes, o médico prescreve um tratamento para a
doença. Jesus disse que “não são os que têm saúde que precisam de
médico, mas sim os doentes” (Mateus 9:12).
Na Bíblia existem prescrições para todos nós. A dificuldade
é admitir que precisamos da ajuda de Deus – admitir que estamos
“doentes”. Nesta segunda apostila sobre As Prescrições de Cristo
para nossos problemas estudaremos algumas prescrições para o
casamento, criação de filhos, depressão, salvação de pecados,
adversidades e problemas de caráter.
Minha oração é que esta apostila o faça entrar na Palavra de
Deus e que a Palavra de Deus entre em você, porque é assim que
descobrimos as prescrições de Deus que podem resolver os nossos
muitos problemas.
Capítulo 1
“Uma Breve Prescrição Para o Casamento”
Na Primeira Carta de Pedro, no capítulo terceiro, esse
apóstolo escreve uma breve prescrição para as mulheres cujos
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maridos não obedecem à Palavra. A prescrição de Pedro para essas
mulheres começa com a expressão “do mesmo modo”. Pedro estava
se referindo aos últimos versículos do capítulo anterior, no qual ele
declara que devemos retornar para Cristo, o pastor das nossas almas.
De acordo com a prescrição de Pedro para as mulheres cujos
maridos não obedecem à Palavra, depois do relacionamento com
Cristo, o mais importante é o relacionamento com o marido. Pedro
fala sobre o desafio de muitas mulheres que acumulam vários papéis
e como esposas e mães sentem-se frustradas por causa de atitudes de
um marido ou um pai que não obedece à Palavra de Deus. Nesta
breve prescrição para essas mulheres, cujos maridos não obedecem à
Palavra de Deus, Pedro fundamenta seu ensino com uma metáfora,
na qual apresenta Cristo e a Igreja como o modelo de relacionamento
que as mulheres devem ter com seus maridos.
Essencialmente, o que Pedro escreve nessa passagem, para as
mulheres cujos maridos não obedecem à Palavra é: “Vocês
conseguem enxergar o modelo de relacionamento entre Cristo e a
Igreja? Nessa ilustração vocês são a Igreja. Vocês devem se
relacionar com seus maridos da mesma forma como a Igreja se
relaciona com Cristo”.
No versículo 7 do mesmo capítulo, Pedro compartilha uma
palavra com os maridos. Ele começa sua prescrição para os maridos
com a mesma expressão: “Do mesmo modo”. O que Pedro estava
dizendo aos maridos era: “Vocês estão vendo o modelo de Cristo e
da Igreja? Nesta ilustração vocês são como Cristo. Cada um deve se
relacionar com sua esposa como Cristo Se relaciona com a Igreja”.
No capítulo 5 de Efésios, o apóstolo Paulo escreveu a mesma
prescrição para os maridos: “Maridos, ame cada um a sua mulher,
assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela”.
Basicamente o que Paulo estava falando era: “Amem como Cristo
amou; dêem-se como Ele Se deu e sejam para suas esposas como
Cristo é para a Igreja”. No original grego a expressão “assim como”
significa: “exatamente como”.
Nesse modelo apresentado pelos apóstolos Pedro e Paulo, no
qual eles estabelecem que os maridos sejam para suas mulheres como
Cristo é para a igreja, quem tem o desafio mais difícil são os maridos
e essa tarefa só lhes será possível, se Cristo estiver no centro de suas
vidas. Se Cristo estiver neles, eles terão o potencial para amar como
Cristo amou, darem-se como Ele se deu e ser como Ele é. Não há
nenhuma estranheza nesta prescrição dos apóstolos para os maridos
nos quais Cristo vive.
Tenho uma tarefa para os maridos. Estudem o capítulo 13 da
Primeira Carta de Paulo aos Coríntios, principalmente os versículos 4
a 7. Nestes versículos encontramos quinze virtudes que mostram
como se comporta o amor de Cristo. Sempre que o apóstolo Paulo
usar a palavra “amor” neste capítulo, substituam pela palavra
“Cristo”. Orem cada virtude e peçam para que Cristo, que vive em
vocês, lhes dê a graça para cada um amar sua mulher dessa maneira.
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Se fizerem isso, descobrirão que vocês podem amar como Ele ama,
dar-se como Ele se dá e ser para suas mulheres como Cristo é para
sua igreja.
O maior problema no casamento pode ser resumido em uma
única palavra – “egoísmo”. E o corretivo mais importante para esse
problema pode ser resumido em uma única palavra - “altruísmo” ou
dar-se, como Ele Se deu e SE entregou. Quanto Cristo deu dEle
mesmo para salvar a Igreja? Ele deu tudo dEle. Ele morreu pela
igreja. Maridos, dêem para suas mulheres nessa mesma medida.
Amem como Ele amou e vocês se descobrirão sendo para suas
mulheres como Cristo é para a igreja. Tudo isso está implícito na
expressão “Do mesmo modo”.
Mas Pedro não estava falando para as mulheres cujos maridos
amavam suas esposas da maneira prescrita por ele e por Paulo. Pode
ser que eles estivessem escrevendo tanto para mulheres cujos
maridos eram incrédulos como para aquelas que tinham maridos
crentes mas que não obedeciam ao ensino desses apóstolos. Pelo fato
de Pedro ter deixado instruções para esses maridos, fica implícito que
eles eram crentes.
Observe que Pedro não falou nada sobre as mulheres
passarem sermões em seus maridos. Pelo contrário, a instrução de
Pedro para as mulheres foi: “sujeite-se cada uma a seu marido, a fim
de que, se ele não obedece à palavra, seja ganho sem palavras, pelo
procedimento de sua mulher”.
Aos maridos Pedro instruiu para não tentarem consertar suas
mulheres. Mesmo que você seja um especialista no que ela precisa
saber e fazer, vai acabar descobrindo que ela não segue as opiniões
do especialista. Quanto mais o marido tenta convencer a mulher de
que ele sabe todas as respostas, menos ela quer ouvi-las. Uma
mulher não quer um homem que está sempre dizendo que ele está
certo e ela está errada. O mesmo se aplica com relação ao homem.
Existe uma coisa no ego masculino que rejeita ouvir a mulher
falando sobre seus erros.
Um Princípio Vital do Conselho Matrimonial
Existe um princípio no conselho matrimonial e está implícito
no conselho de Pedro que é: “cada um deve ficar no seu lugar”. E
para explicá-lo, eu faço um retorno à história de Gideão, que
derrotou mais de 250 mil medianitas com apenas 300 homens. A
chave dessa vitória milagrosa descrita em Juizes é que “Cada homem
mantinha a sua posição” (Juizes 7:21). Esposa e marido, tem uma
posição a ocupar no casamento e quando cada um assume essa
posição determinada por Deus o casal adquire condições de enfrentar
os problemas.
Depois de falar sobre o problema do marido que não assumiu
sua posição, Pedro apresenta várias prescrições para a mulher manter
a sua posição. Ela deve ser espiritual, submissa, silenciosa e dócil.
Quando Pedro fala de submissão ele está dizendo que a mulher deve
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deixar que seu marido seja o seu pastor, como Cristo é o pastor da
igreja. Quando fala de ser silenciosa, ele quer dizer que a mulher não
deve forçar, empurrar, passar sermão, censurar ou ter atitude alguma
que venha a envergonhar seu marido. Pedro sabia que nada disso
traz bom resultado. Ele também sabia que a mulher não é
responsável pelo fato do marido não assumir o seu papel no
casamento. A estratégia sugerida neste conselho matrimonial é que,
se há alguma coisa que vai motivar esse marido a tomar a sua
posição no casamento, esta será o exemplo de Cristo na vida de sua
mulher. Pedro aconselha a mulher a assumir a responsabilidade
apenas pela pessoa que ela pode controlar e pela qual é responsável,
que é ela própria. O conselho de Pedro é que a mulher não se
sobrecarregue assumindo a responsabilidade do marido nem se exima
da sua própria responsabilidade que é sobre ela mesma. A mulher
deve ser espiritual e confiar no Senhor que vai ajudá-la a ser tudo o
que ela pode ser em Cristo. Pedro quis tirar a responsabilidade que a
mulher às vezes assume pelo marido e por seus erros e anima-a a
assumir a sua responsabilidade e ser tudo o que o Senhor quer que
ela seja como esposa e mãe.
Muitas vezes a causa número um de discussões nos
casamentos é o homem, que reclama de tudo o que a mulher faz de
errado e a mulher, que reclama de tudo o que o marido faz de errado.
A mulher tentando arrastar o marido para o lugar dele e ele
recusando-se a ouvi-la. É claro que oposto também é verdadeiro.
O conselho de Pedro tem como base o ensino de Jesus em
Mateus 7:1-5. Jesus ensinou que devemos primeiro tirar a trave dos
nossos olhos, para depois ajudar o outro a tirar o cisco do seu olho.
Jesus não falou nada sobre julgarmos alguém. A essência do Seu
ensino é que devemos primeiro julgar a nós mesmos.
É bem possível que você, homem, como marido, venha pedir
a Deus, a graça necessária para amar sua mulher e sua família como
Cristo amou a igreja; para se entregar por elas como Cristo Se
entregou pela igreja; para ser para elas o que Ele é para a igreja.
Dessa forma sua mulher será motivada a assumir a posição dela.
Quanto a você, mulher, se estiver no sua posição, isso pode
motivar o seu marido a assumir a responsabilidade do seu próprio
papel e da sua posição no casamento. Pode ser também que não
aconteça sempre assim. Isso vai depender do uso do livre arbítrio do
marido; mas, a esposa ficar reclamando e forçando seu marido para
assumir o seu papel, definitivamente isso não funciona.
Depois de dedicar seis versículos às mulheres, o apóstolo
Pedro escreveu um versículo para os maridos: “Do mesmo modo
vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e
tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom
da graça da vida, de forma que não sejam interrompidas as suas
orações” (I Pedro 3:7). Apesar de ter escrito apenas um versículo
para os maridos, o apóstolo deixou nele uma tarefa desafiadora.
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Ao escrever que os maridos “sejam sábios no convívio com
suas mulheres” parece que Pedro estava falando sobre algo que era
óbvio e desnecessário. Entretanto ele estava falando de algo mais
complexo do que o simples fato de que homem deve viver com sua
mulher. Cada vez mais alguns maridos passam menos tempo com
suas mulheres. Acho que o velho pastor Pedro foi muito sábio ao
dizer: “convivam com suas mulheres, afinal, foi para isso que vocês
se casaram!”.
A prescrição de Pedro inclui sabedoria no convívio com a
mulher. Eu gostaria de saber o quanto cada marido conhece sua
mulher e a compreende! Você conhece sua mulher? Você conhece e
compreende a mulher com a qual vive? Nem sempre você entende
sua mulher. Ela própria às vezes não se entende! Como podemos
compreender nosso cônjuge, quando não o entendemos!
A seguir Pedro falou aos maridos para “tratarem suas
mulheres com honra”. Isso é muito profundo. Em algumas culturas,
os homens exploram a fraqueza física das mulheres, usando-as como
escravas, ao invés de tratá-las com amor e respeito. Essa prescrição
de Pedro foi revolucionária naquele tempo e continua sendo nos dias
de hoje. Basicamente o que ele disse foi: “Não explorem a fraqueza
das mulheres; antes honrem a fraqueza delas”.
Em algumas áreas as mulheres são mais fortes do que os
homens. Por exemplo, elas suportam mais a dor. Minha mãe, que
teve onze filhos, costumava dizer: “Se fossem os homens que
engravidassem, não haveria mais do que três filhos em cada família”.
A prescrição de Pedro era: “Quando vocês perceberem a fraqueza
delas, tratem-nas com honra; não as explorem, mas honrem-nas”.
Demonstre confiança em sua mulher e ajude-a a superar seus
problemas e suas fraquezas. Mulher, foi para isso que Deus lhe deu
um marido; para ser a cobertura que o seu coração de mulher sempre
desejou.
Pedro escreveu: “tratem-nas com honra, como parte mais
frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida”. Essa é uma
definição eloqüente de casamento na Bíblia. A referência à “graça da
vida” sugere que nenhum de nós merece vida; que a vida que
recebemos a cada dia vem da graça de Deus. Não a merecemos nem
fizemos nada para termos vida. A vida nos é dada pela graça de
Deus. O casamento é isso: duas pessoas, dia após dia, recebendo a
graça da vida, como casal. As mulheres são as beneficiárias dessa
metáfora inspirada de Pedro prescrita para o marido. A essência do
que ele prescreveu para os maridos foi: “Amem suas mulheres”.
Depois ele observou que se isso for verdadeiro no casamento, as
orações do marido não serão interrompidas.
O apóstolo Paulo escreveu essa mesma prescrição no
Capítulo do Casamento: “O marido deve cumprir os seus deveres
conjugais para com a sua mulher, e da mesma forma a mulher para
com o seu marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio
corpo, mas sim o marido. Da mesma forma, o marido não tem
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autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não se
recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante
certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo,
para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio” (I
Coríntios 7:3-5). O relacionamento de um casal, crente em Cristo,
requer que cada cônjuge tenha um relacionamento vertical e
individual com o Senhor antes de ter uma experiência a dois no
casamento.
O relacionamento mais íntimo que temos nesta vida não é o
casamento, mas o nosso relacionamento com Deus. As ligações que
temos com nosso cônjuge são fortes ou fracas, dependendo do nosso
relacionamento individual com Jesus Cristo.
A instituição mais importante sobre a face da terra não é a
igreja, mas o lar que supre a igreja com pessoas espirituais. Muitas
igrejas hoje estão divididas em pequenos grupos por causa do
conceito de que em uma igreja grande não há possibilidade de se
usufruir comunhão entre os irmãos, ou de haver uma comunhão
espiritual de qualidade como o Cristo Ressurreto deseja para uma
igreja local. Muito antes de instituir a igreja Deus formou os
pequenos grupos chamados casamento e família. O salmista assim
descreveu esse plano de Deus: “Deus dá um lar aos solitários,...”
(Salmo 68:6).
Mulheres, junto com Deus, façam de seus maridos a
prioridade número um em suas vidas. Maridos, façam de suas
mulheres a prioridade número um em suas vidas. Um não deve
tentar mudar o outro. À medida que Deus trabalhar em suas vidas,
coloquem-se em suas respectivas posições e cada um ore a Deus para
que seu cônjuge se posicione corretamente. Depois, assistam Deus
trabalhar e abençoar suas vidas individualmente, como cônjuges,
como casais, na igreja, na cidade, na nação e no mundo (leia o Salmo
128).
Capítulo 2
“Prescrição Para os Pais”
Neste estudo também encontramos uma prescrição para os
pais. Os pais são a chave para as bênçãos de Deus à medida que as
leis de Deus para o casamento e a família têm o seu impacto no
mundo.
O maior problema dos casamentos hoje não é causado pelas
esposas e pelas mães. Não são elas que deixam de cumprir a
prescrição que vimos no capítulo anterior. O maior problema dos
casamentos de crentes hoje é causado pelos maridos e pais que não
assumem a responsabilidade designada por Deus para eles: ser o líder
de suas famílias.
Encontramos a prescrição de Deus para o casamento a partir
do último versículo do capítulo 5 de Mateus, bem no meio do
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Sermão da Montanha. Eu acredito que o Sermão do Monte foi dado
para homens apenas, porque nesta parte do ensino dado no topo do
monte, quando Jesus ensinou àqueles que O ouviam, Suas palavras
foram sobre as esposas. Ele estava falando para homens quando
proferiu estas palavras: “Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o
Pai celestial de vocês”.
Encontramos a palavra “perfeito” duas vezes neste versículo.
Alguns dizem: “Eu jamais serei perfeito”. Outros dizem: “Sou
perfeito e é melhor você ser perfeito também”. O perfeccionista,
além de fazer mal a si mesmo, também destrói aqueles de quem
exige perfeição. Mas este versículo fica ainda mais forte se
excluirmos a palavra “perfeito”: “Portanto, sejam...como é o Pai
celestial de vocês”.
Jesus pronunciou este versículo para os homens que tinham
acabado de ouvir o Seu desafiador ensino sobre ética. Ele tinha
ensinado que devemos amar nossos inimigos. Jesus tinha ensinado
que para amar aqueles que nos amam, não precisamos de nenhuma
graça; apenas de amor humano. Mas se você realmente quer amar
com o amor de Deus e ser sal da terra e luz do mundo, então ame
seus inimigos. Se lhe baterem numa face, diga ‘Deus lhe abençoe’ e
mostre a outra face. Jesus estava concluindo este ensino quando
disse para aqueles homens: “Vocês tem que ser como é o seu Pai
Celestial. Vocês devem amar da maneira como Deus ama. Vocês
têm que agir como homens de Deus”.
Eu acredito que muitos daqueles homens que estavam no
monte eram pais e avôs. Mais adiante, no Sermão do Monte, Jesus
os ensinou a se dirigirem a Deus em oração como “Pai Nosso”.
Como pastor, pessoas já me procuraram dizendo: “Pastor,
sempre que vou orar tenho dificuldade para dizer ‘Pai nosso’”.
Quando peço para me falarem sobre seus pais terrenos, ouço histórias
muito tristes. Depois de me contarem como eram seus pais terrenos,
fica claro, tanto para mim quanto para essas pessoas, por que elas
têm dificuldade de se dirigirem a Deus como “Pai”.
Pais, prestem atenção nestas palavras: “Pai nosso, que estás
nos céus!”. É assim que devemos ser; como nosso Pai do Céu é, e
não como nosso pai da terra é ou era! Certo pai costumava cantar
uma música junto a cama do seu filho, cuja letra dizia assim: “Pai, eu
quero ser como o Senhor é, porque ele quer ser como eu”.
De todas as passagens das Escrituras dirigidas aos pais e às
mães, uma delas é considerada por judeus e cristãos a mais
importante sobre este assunto. Esta passagem, um texto importante
para os judeus há milhares de anos, é considerada por rabinos e
estudiosos judeus, o Sermão de Moisés. “Ouça, ó Israel: O
SENHOR, o nosso Deus, é o único SENHOR. Ame o SENHOR, o seu
Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas
forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu
coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre
elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo
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caminho, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as como
um sinal nos braços e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes
das portas de sua casa e em seus portões” (Deuteronômio 6:4-9).
Esta passagem é chamada de “Shema”, pronuncia-se “shim-
mah”, porque começa com a palavra “ouça”, que em hebraico é
“shema”. Por que um texto tão pequeno como esse é considerado tão
importante e incluído na adoração dos judeus há quase quatro mil
anos?
Para responder a esta pergunta temos que fazer outra: “Por
que Moisés pregou este sermão?”. Moisés pregou este sermão
depois que os filhos de Israel tinham percorrido, em quarenta anos,
um percurso que poderia ter sido feito em onze dias.
Deus tinha ordenado, através de Moisés, que eles
atravessassem o deserto e conquistassem as nações pagãs e guerreiras
das cidades fortificadas de Canaã. Aconteceu que eles não tiveram fé
para invadir a terra de Canaã e por isso andaram em círculos de
incredulidade durante quarenta anos no deserto.
Moisés pregou este sermão porque estava determinado a
nunca mais deixá-los repetir o que tinham vivido: o horror da
peregrinação no deserto onde uma geração inteira de israelitas
morreu!
Este sermão de Moisés ensinou uma estratégia para que os
pais ensinassem a seus filhos as convicções e os valores da Palavra
de Deus. Essa estratégia possui quadro sólidos fundamentos, os
quais denominei: responsabilidade, relacionamento, realidade e
revelação.
O ponto principal desse sermão de Moisés é que Deus deixou
com os pais a responsabilidade para nutrirem espiritualmente seus
filhos. Isaías também escreveu que Deus quer que os pais ensinem a
Palavra de Deus a seus filhos (Isaías 38:19). Se tudo o que uma
criança souber a respeito de Deus, ela tiver aprendido com uma
mulher, não é de se estranhar que quando for uma pessoa adulta ache
que igreja e coisas espirituais sejam apenas para mulheres e crianças!
Deus tem boas razões para insistir que os pais ensinem seus filhos
sobre Ele e Sua Palavra.
Não há como ensinar os filhos da maneira como Moisés
instruiu sem que haja um relacionamento com eles. Este ensino não
deve ser dado na forma de uma palestra ou de um sermão, mas no
dia-a-dia de um relacionamento. Vemos várias instruções no Velho
Testamento para que os pais ensinem respondendo às perguntas de
seus filhos (cf. Josué 4:6). Deus deu às crianças, uma curiosidade
natural. Os pais devem usar essa curiosidade para ensinar enquanto
respondem às perguntas de seus filhos.
O desafio de Moisés aos pais é que essas palavras de Deus
habitem em seus corações e sejam realidade em suas próprias vidas
antes de ensinarem aos seus filhos, porque o modelo é a mensagem.
Se você quer saber o que está ensinando aos seus filhos, fique na
frente do espelho. Ensinamos valores para nossos filhos, não pelo
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que dizemos, mas pelo que fazemos.
Finalmente, toda verdade que os pais ensinam aos filhos
devem ter como base a revelação que Deus deu a Moisés, a Lei de
Moisés, a Lei de Deus, a Palavra de Deus. Fazendo a aplicação do
sermão de Moisés, podemos dizer que os pais têm ensinado a Palavra
de Deus a seus filhos há mais de cinco mil anos. O legado mais
importante que você pode deixar para os seus filhos é um
conhecimento pessoal de Deus e da Sua Palavra. Agora podemos
entender porque Jesus disse àqueles homens: ““Portanto, sejam
...como ... é o Pai celestial de vocês”.
Capítulo 3
“Prescrição Para a Depressão”
Quando lemos a Bíblia, descobrimos no capítulo 4 do seu
primeiro livro, a história de Caim, o primeiro homem a ter um
nascimento natural. Vemos que foi feita a ele, a seguinte pergunta:
“Por que você está furioso? Por que se transtornou o seu rosto?”.
Continuando a leitura da Bíblia, descobrimos que Moisés
ficou tão deprimido, que orou pedindo para morrer (cf. Números
11:15). Mais adiante lemos que o profeta Elias sentou-se sob uma
árvore e também pediu para morrer (cf. I Reis 19:4). Continuando
nessa leitura chegamos no Livro de Jó e vemos que Jó também ficou
deprimido em decorrência de todo o sofrimento por que passou, e por
causa disso ele pediu para Deus tirar-lhe a vida (Jó 3:11-13) e o
corajoso profeta Jonas fez a mesma oração (cf. Jonas 4:3).
Se você, crente, tem passado por momentos difíceis e de
depressão, saiba que não está sozinho. Moisés, Elias, Jó e Jonas são
heróis da fé do Velho Testamento e todos eles passaram por
depressão. Não se sinta envergonhado ou isolado de outros crentes
como se fosse o único a se sentir assim. Isso não quer dizer,
absolutamente, que você é pequeno ou fraco na fé! Até mesmo
nosso Senhor e Salvador falou: “A minha alma está profundamente
triste, numa tristeza mortal” (Marcos 14:34). Jesus também se sentiu
como todos aqueles homens de Deus que acabamos de mencionar.
No Livro dos Salmos vemos o salmista perguntando à sua
alma: “Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que
está assim tão perturbada dentro de mim?” (Salmo 42:5,11; 43:5)
Em outras palavras, “estou deprimido; mas por que estou
deprimido?”.
A depressão é um problema tão antigo quanto a Bíblia. Não
vamos resolver os problemas de depressão em poucos minutos, mas
podemos enfocar as prescrições de Deus contra a depressão e o
primeiro enfoque deve ser dado a suas causas.
A causa do problema pode ser física, química ou biológica e
para essas causas existe uma solução médica. Muitas condições
físicas podem levar à depressão. Por exemplo, problemas da tiróide.
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Um metabolismo desequilibrado pode levar à depressão e a sérios
problemas emocionais. O álcool é um agente supressor ou
depressivo e por isso aqueles que têm problemas com essa bebida
podem sofrer de depressão por causa dela. Certos medicamentos
também são depressivos.
De certa forma é cruel dizer para um crente que está sofrendo
com uma depressão, que ele precisa ler mais a Bíblia e orar mais,
quando a causa da sua depressão é uma tiróide debilitada. Se você
está sofrendo com depressão, mesmo antes de procurar um pastor,
consulte um médico e verifique suas condições físicas. Se a causa da
depressão for física, então faz-se necessária uma solução pela
medicina. Mas, você poderá encontrar a solução para um problema
físico na Bíblia, na oração ou no jejum.
Outra causa possível da depressão é a psicológica. Psicologia
é o estudo da “psique” ou da mente. Quando eu digo que a origem
da depressão pode ser psicológica estou dizendo que ela pode estar
na mente.
Você acha que gente que fala sozinho é louca? Um amigo
meu disse que ele fala sozinho porque é a única chance que ele tem
de conversar com alguém e a respeito de alguém inteligente!
Quando falamos sozinhos, estamos nos comunicando com o nosso
“ego” e repetimos pensamentos e idéias que mostram nossa opinião
sobre nós mesmos. Às vezes temos maus pensamentos sobre nós
mesmos.
Quando fazemos afirmações maldosas a respeito de nós
mesmos, nossa mente sofre efeitos negativos dessa atitude. Eu sei de
pessoas que fizeram isso durante anos. As pessoas me procuram para
aconselhamento e todas as vezes que conversamos elas fazem
comentários negativos a respeito delas mesmas. Isso quer dizer que
durante anos elas fizeram mal a si próprias. Se você diz a você
mesmo, cem vezes durante a semana, que você não presta, não acha
que isso terá um efeito negativo na sua vida? Depois de anos com
esse comportamento, não é de se estranhar que você comece a sentir
como se fosse uma pessoa que não presta!
Certo fazendeiro costumava vir até mim, por causa da
depressão da qual ele sofria. Repetidas vezes ele me disse: “Eu não
valho mais do que um cachorro”. Pelo menos de dez a doze vezes
ele repetia isso: “Eu não valho mais do que um cachorro”. Se é isso
o que você diz sobre você mesmo, não se surpreenda quando
começar a se sentir menos do que um cachorro.
Você sabia que todos os seus sentimentos são registrados no
seu banco de memória e ficam lá? Todos nós temos uma memória
perfeita. Nossa capacidade para lembrar o que está armazenado em
nosso banco de memória pode variar, mas nunca se apaga totalmente.
Sob a influência de certos medicamentos podemos lembrar de
pensamentos armazenados. Se você plantou pensamentos negativos
no seu subconsciente, esses pensamentos estão armazenados, como
numa fita cassete, que fica tocando no seu subconsciente a mesma
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mensagem: “Você não tem valor, você não tem valor...”. Depois
essa fita começa a tocar no seu consciente e pode levá-lo à depressão.
As sentenças negativas levam a declarações, tais como: “eu não sou
bom e nada de bom acontece para mim. Minha vida não tem jeito!”.
Se o seu “eu” faz declarações desse tipo e se você carregou o seu
“eu” com esse tipo de mensagem durante anos, não é de se estranhar
que esteja deprimido!
Pergunte a você mesmo qual é a causa da sua depressão.
Existe um fundo de verdade nesse velho “clichê”: “você é aquilo que
come”. Se você não tem bons hábitos alimentares, está obeso ou
doente, vai acabar se tornando uma pessoa deprimida. Muitas vezes
essa é a causa psicológica da depressão. Alguns casos de depressão
podem ser explicados simplesmente por maus hábitos de
pensamento.
Jesus disse que “Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus
olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz”. Quando
Jesus se referiu a “olhos” estava se referindo à perspectiva de vida
que a pessoa tem. E continuou: “Mas se os seus olhos forem maus,
todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está
dentro de você são trevas, que tremendas trevas são!” (Mateus
6:22,23). Que perfil preciso sobre depressão podemos tirar deste
texto!
Considere a sabedoria do apóstolo Paulo ao dar a prescrição
para um pensamento saudável: “tudo o que for verdadeiro, tudo o
que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que
for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente
ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Filipenses 4:8). Imagine
de quantos pensamentos negativos nossa memória estaria livre, se
seguíssemos a prescrição que Jesus e Paulo deixaram sobre o hábito
de pensar de maneira saudável.
Entretanto, repito, a causa da depressão pode ser física,
química, pode ter origem em efeito colateral de um medicamento,
num metabolismo debilitado e outras tantas causas físicas. Por isso,
não é certo chegar para um crente que está sofrendo de depressão e
dizer para ele que a causa da sua depressão é psicológica ou
espiritual, quando na verdade ela pode ser um problema que deva ser
tratado por um médico.
Mas, muitas vezes a causa da depressão pode ser espiritual.
Se você não conhece o Evangelho, não me surpreende que esteja
sofrendo de depressão. Uma das principais causas da depressão é a
culpa e para a culpa não existe outro remédio senão o Evangelho de
Jesus Cristo.
No Salmo 51 temos o registro da oração de confissão e
arrependimento de Davi. Nessa oração ele fez um pedido muito
profundo: “apaga as minhas transgressões”. Algumas palavras
hebraicas são difíceis de ser traduzidas. Talvez a melhor tradução
para “apaga as minhas transgressões” fosse “des-peca minhas
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transgressões”, ou seja, “remova completamente, como se jamais
tivesse acontecido”.
É impressionante a revelação profética de Davi; ele teve a
exata visão do plano de Deus. Na Carta de Paulo aos Romanos, o
apóstolo usou uma palavra que tem o mesmo significado dessa que
Davi usou no Salmo do Arrependimento (cf. Salmo 51:4). Essa
palavra é “justificado”. A palavra “justificado” significa “como se
jamais tivesse pecado”. Deus pode fazer com que o pecado jamais
tivesse existido. Ele pode apagar completamente e “des-pecar” nosso
pecado. Ele pode atender o pedido de Davi.
As boas novas do Evangelho são que Jesus não veio para
pessoas boas, mas para as más. Ele não morreu pelos bons, mas
pelos maus. Jesus disse: “Não são os que têm saúde que precisam de
médico, mas sim os doentes” (Mateus 9:12). Por isso, se você não é
bom, o Evangelho é para você. Toda a vida e ministério de Jesus têm
você como alvo.
Acho impressionante o número de pessoas que, mesmo sendo
crentes no Evangelho há tantos anos, ainda sofrem com depressão
causada por um pecado em suas vidas porque acham que Deus não o
perdoou. Acham que Deus não ouviu o pedido de perdão para aquele
pecado. Não importa qual tenha sido o seu pecado; Deus já o
perdoou.
O único pecado que Deus não perdoa é o pecado da
incredulidade. Se a causa da depressão for espiritual por causa da
culpa, crendo no Evangelho sua depressão vai acabar. Se o diabo o
convenceu de que você cometeu um pecado imperdoável, um pecado
que Deus não pode lhe perdoar, vença o diabo aceitando o dom da fé
e crendo no Evangelho.
As Escrituras possuem prescrições fortes para a depressão,
cuja causa está na esfera da guerra espiritual. Jesus nos ensinou a
orar diariamente “livra-nos do mal (Mateus 6:13). Algumas vezes a
depressão deveria ser chamada de “opressão”, quando o problema é
causado pelo inimigo, o diabo e seus demônios. Quando Jesus disse
“A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal”, a
opressão era a causa de toda aquela tristeza. O Inimigo não queria
que Jesus fosse para a cruz. Se a causa do seu problema é a
opressão, qual é a prescrição? É a libertação oferecida pelo Cristo
Vivo; por esta razão Jesus nos ensinou a orar “livra-nos do mal”.
Vamos supor que a causa da perturbação mental daqueles que
estão internados nos hospitais seja uma opressão espiritual. Será que
eles algum dia serão curados por meio de medicamentos? Como
poderão chegar à cura se a causa da sua perturbação é opressão
espiritual, e são tratados por pessoas que não reconhecem o problema
nem a sua cura? Existem três casos para os quais a solução tem que
ser espiritual porque a causa do problema é espiritual.
Observe quantas vezes a Bíblia fala sobre a alegria do
Senhor. Por que Neemias e todos aquelas pessoas do Velho
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
13
Testamento diriam “a alegria do Senhor é a nossa força”? O fruto do
Espírito é amor... e depois o que vem? Alegria! (Gálatas 5:22).
Um dos meus escritores favoritos escreveu: “A dor e o
sofrimento são inevitáveis, mas para um crente, a miséria é
opcional”. Você sabe por que? Porque um crente tem o Espírito
Santo e o fruto do Espírito é alegria. Essa alegria também é
considerada como uma “alegria que não faz muito sentido”; uma
alegria que vai além da compreensão, porque não se baseia no que
nos acontece. Será que o Espírito Santo pode nos dar um tipo de
alegria que vença a depressão?
O profeta Isaías disse que sim: “...e dar a todos os que
choram em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria
em vez de pranto, e um manto de louvor em vez de espírito
deprimido. Eles serão chamados carvalhos de justiça, plantio do
Senhor, para manifestação da sua glória.” (Isaías 61:3). Que
revelação maravilhosa! Se o seu espírito está pesado e deprimido,
tente fazer isso: louve ao Senhor! Comece louvando-O mesmo sem
vontade de fazê-lo, mesmo que você se sinta como se não pudesse
mais respirar e fosse morrer sufocado. Comece a louvar a Deus! Eu
o desafio a tentar!
As soluções espirituais e bíblicas que ofereci são uma
mensagem dos profetas e da igreja, anunciada há milhares de anos.
Quero lembrar mais uma vez que é uma crueldade prescrever
uma solução espiritual, psicológica ou emocional para um pessoa
deprimida, quando a solução para esta depressão está num tratamento
médico. Mas se a depressão tiver fundo espiritual, tenha certeza de
que as soluções espirituais de Deus sempre funcionam!
Capítulo 4
“Prescrição Para a Cura Interior”
Muitos anos atrás, um homem chamado John Quincy Adams
atravessava uma rua. Ele estava muito doente e levou cinco minutos
para chegar do outro lado. Um amigo que passava, perguntou:
“Como está John Quincy nesta manhã?”. E John Quincy respondeu:
“John Quincy está muito bem, mas a casa onde ele mora está em
péssimas condições. Na verdade está quase caindo e talvez John
Quincy tenha que se mudar logo. Mas o John Quincy vai bem,
obrigado!”
John Quincy Adams tinha um ótimo conhecimento teológico
e conhecia muito bem a distinção que o apóstolo Paulo fez do
homem interior ou homem espiritual, que é eterno, e do homem
exterior, nosso corpo temporal, bem como a dimensão dos valores do
homem interior, superiores aos valores do homem exterior.
A saúde do homem interior, o homem espiritual é mais
valiosa do que a saúde do homem exterior, o homem físico.
Podemos experimentar a cura do homem interior como resultado
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
14
direto da nossa salvação. A nossa fé pessoal no Evangelho traz-nos o
perdão e a experiência do novo nascimento, que nos faz novas
criaturas de dentro para fora, por Cristo, em Cristo e para Cristo, o
que resulta uma maravilhosa experiência de cura interior (II
Coríntios 5:17,18).
Doença psicossomática é a doença no corpo (do grego soma)
causada na mente ou na alma do homem (do grego psique). As duas
principais causas de doenças psicossomáticas são a culpa e o rancor
vingativo. Portanto, as duas principais dimensões da cura interior ou
da cura das doenças psicossomáticas, são o perdão e a graça para
perdoar. Um dos meus tutores chamava essas duas terapias
espirituais de “a cura das memórias”.
Cannon James Glennen, da cidade de Sidney, na Austrália,
cunhou uma palavra nova no seu livro sobre cura. No capítulo sobre
cura interior, ele usou a palavra “desperdão”. Glennen escreve: “O
maior obstáculo para a cura interior é o ‘desperdão’. Podemos estar
sofrendo com o ‘desperdão’ por não termos certeza do perdão de
Deus ou do perdão das pessoas a quem fizemos mal. A causa do
‘desperdão’ também pode ser definida pela indisposição de perdoar
aqueles que pecaram contra nós”.
Considere a perfeita sabedoria do Senhor quando ensinou
Seus discípulos a orar diariamente: “Perdoa as nossas dívidas, assim
como perdoamos aos nossos devedores” (Mateus 6:12). Isso é um
desafio, principalmente para aqueles que já foram brutalizados e
massacrados. Já ouvi o testemunho de pessoas que depois de
sofrerem abusos e violências, ainda sofriam com um sentimento de
rancor vingativo e esse sentimento retardava a sua cura interior.
Essas pessoas confessaram que apenas depois desse obstáculo ter
sido removido, é que elas experimentaram o início da cura interior.
Jesus sabia disso quando promoveu a reconciliação e o perdão como
parte vital da Sua prescrição para a oração e a cura interior. Você
não acha?
Quando pecamos precisamos olhar para o alto e crer no
primeiro fato do Evangelho, as Boas Novas que Deus perdoa nossos
pecados, porque Jesus morreu por eles. Depois, precisamos olhar ao
redor, perdoar aqueles que pecaram contra nós e buscar o perdão
daqueles contra quem pecamos. Também precisamos olhar para
dentro dos nossos corações e perdoar a nós mesmos. Perdoar a nós
mesmos é a dimensão mais importante do perdão depois de termos
cometido pecados com conseqüências graves.
Quando confessamos nossos pecados e colocamos nossa
confiança na morte de Jesus Cristo na cruz para perdão dos nossos
pecados, precisamos esquecer o que Deus esquece e nos lembrarmos
do que Deus Se lembra. Deus perdoa os nossos pecados e depois os
esquece. A Palavra de Deus garante isso.
No Novo Testamento aprendemos que “se confessarmos
nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça” (I João 1:9). Deus fala claramente no
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
15
Velho Testamento: “Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me
lembrarei mais dos seus pecados” (Jeremias 31:34).
Entretanto, Deus Se lembra de que somos pecadores e nós
nos esquecemos disso. Esta é uma das razões por que caímos no
pecado repetidas vezes. Mostramos que nossa fé é falha quando,
depois de termos confessado nossos pecados continuamos a nos
lembrar deles e carregamos uma carga de culpa, mesmo depois de
Deus os ter perdoado e esquecido.
Certa vez ouvi a história de um Monsenhor em Paris, que foi
informado de que uma das freiras de sua comunidade afirmava falar
com Jesus todas as noites. A freira foi chamada a sua presença e
depois de confirmar a notícia, ouviu do Monsenhor: “Da próxima vez
que falar com Jesus, pergunte-Lhe qual foi o pecado que o
Monsenhor cometeu em Paris antes de se tornar padre”.
Alguns dias depois a freira pediu uma conferência com o
Monsenhor. Assim que chegou, o Monsenhor perguntou à freira:
“Minha filha, você falou com Jesus mais uma vez?”. A freira
respondeu: “Sim, padre”. “E você fez a Ele a pergunta que lhe
mandei fazer?”. E a freira disse que sim. O Monsenhor então lhe
perguntou: “E o que foi que Jesus disse?”. A freira respondeu:
“Jesus mandou que eu lhe dissesse que Ele não se lembra!”. Se
realmente acreditamos no Velho e no Novo Testamento, essa deve
ser a resposta que ouvimos quando fazemos a mesma pergunta que o
Monsenhor fez. Era essa a resposta que você esperava ouvir?
Quando aplicamos o Evangelho da Salvação aos nossos
pecados, devemos nos disciplinar para lembrar do que Deus se
lembra e esquecer o que Deus esquece. Devemos implementar essa
disciplina espiritual e receber a certeza do perdão nas três direções
que já mencionei e repito. Devemos olhar para o alto e receber o
perdão de Deus; devemos olhar ao redor e perdoar nosso próximo
como Deus nos perdoou e receber o perdão do próximo quando
pecamos contra ele; e finalmente, devemos olhar para dentro de nós e
perdoar a nós mesmos. A combinação dessas disciplinas espirituais
tem como resultado a cura interior, o que nos convence de que a
salvação nos leva à cura interior, e esta é mais importante do que a
cura física.
Capítulo 5
“Prescrição Para Salvação”
Toda cultura e toda religião em todo mundo tentam oferecer
prescrições para a maior necessidade do homem – a necessidade de
salvação. A Palavra de Deus diz que Deus amou tanto o mundo que
mandou Seu Filho para ser seu Salvador, e quando o Filho de Deus
estava aqui, afirmou que Ele veio para salvar o mundo (João 3:16-
18). O Salvador que morreu na cruz pela nossa salvação também nos
deu a prescrição para aplicarmos pessoalmente esta salvação.
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
16
Em uma boa enciclopédia encontramos as sete maravilhas
mais antigas do mundo, as sete maravilhas mais modernas do mundo
e as sete maravilhas naturais do mundo.
A Bíblia fala que a dimensão mais importante da vida
espiritual e também as verdadeiras maravilhas do mundo são as Sete
Maravilhas Espirituais, que nós veremos a seguir.
O Maior Plano do Mundo
A primeira maravilha espiritual é o plano mais importante do
mundo. Os cientistas que estudam o mundo ficam intrigados com a
majestade, a beleza, a complexidade e a ordem observadas em seus
telescópios e microscópios. É necessário ter muita fé para observar o
projeto fenomenal do macrocosmo e do microcosmo deste mundo e
achar que tudo isso simplesmente aconteceu como por acidente, e
não crer no Arquiteto e Criador de tudo o que vemos na terra e existe
no universo. As pessoas de fé crêem que o projeto espetacular que
observamos ao nosso redor é a assinatura de Deus feita nas telas da
Sua criação.
Nos dicionários encontramos esta definição do “eu”: “a
individualidade da pessoa humana”. No Novo Testamento há
algumas citações de Jesus, fazendo as seguintes perguntas: “Pois,
que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua
alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma?”
(Mateus 16:26). O Deus Todo Poderoso criou-nos com um potencial
individual para sermos indivíduos únicos sobre a terra. Jesus disse
que não devemos trocar por nada o nosso verdadeiro “eu”, essa
individualidade dada por Deus a cada ser humano.
Deus é o Arquiteto e Criador deste mundo, e também o meu
Criador e o seu. Se cremos em Deus, também cremos que Ele tem
um propósito deliberado para tudo que projeta e cria. O projeto
único de Deus mostra que, para cada vida humana Ele tem destinado
o maior projeto do mundo!
Uma indicação para esta nossa individualidade pretendida e
projetada é que hoje existem mais de 60 bilhões de dedos em toda
terra e cada um deles tem uma impressão digital única. Cada um dos
seis bilhões de seres humanos vivos sobre a terra tem impressão
digital e vocal e DNA únicos. A profunda declaração bíblica é que
Deus tem um projeto único para os seis bilhões de vidas sobre a terra
e também tinha um plano para cada vida que já viveu antes de nós e
sempre terá um plano para todos que virão depois de nós. O plano
de Deus para cada ser humano é uma das maravilhas espirituais do
mundo. (cf. Marcos 8:36,37; Salmo 139:16; Jeremias 1:5; Romanos
12:1,2).
O Maior Divórcio do Mundo
É possível que você esteja se perguntando: como pode haver
um Deus, uma ordem e um plano por trás de tudo, num mundo
conturbado como o em que vivemos, cheio de alienação, divórcio,
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
17
famílias quebradas, crimes, assassinatos, armas nucleares e
biológicas de destruição em massa, refugiados, manifestações de
protesto, doenças incuráveis e outros problemas tão difíceis que nos
atordoam? Se Deus tem um plano para tudo e para todos, por que
este mundo está tão cheio de todo tipo de sofrimento, como a nos
convencer de que nossas vidas não são resultado de um projeto, mas
sim de um caos aleatório? Por que existem tantas pessoas feridas,
deprimidas, confusas, alienadas, solitárias e infelizes neste mundo?
A Bíblia responde essas perguntas. Você não encontrará uma
visão mais realista nem melhores respostas do que as encontradas na
Palavra de Deus. A Palavra de Deus afirma que Ele quer que
vivamos de acordo com o projeto que Ele idealizou para a vida
humana. Mas, Deus também nos deu liberdade para escolher ter um
relacionamento com nosso Criador e viver o Seu plano para nossas
vidas ou rejeitá-lo. Podemos usar essa liberdade para seguir nossas
escolhas egoístas e fazer o que queremos, declarando-nos livres.
Podemos nos divorciar de Deus e do plano dEle para nossas vidas.
O fato de termos sido criados por Deus com liberdade para
fazer nossas próprias escolhas, permitindo que nos divorciemos do
nosso Criador e do Seu plano, levou-nos a essa epidemia de divórcio
entre nós e o nosso Deus, o maior divórcio do mundo, e a uma das
maravilhas espirituais do mundo, a reconciliação desse divórcio que
é o assunto principal da Bíblia (Gênesis 3; Isaías 53:6; João 3:19;
Romanos 1:24, 26, 28; 3:23).
O Maior Dilema do Mundo
O Deus revelado na Bíblia, Ele que é a essência do amor
perfeito, deseja ter com Seus filhos, um relacionamento profundo e
baseado no amor. Entretanto, o Deus da Bíblia também é Deus Santo
e a essência da justiça perfeita. As descrições bíblicas do caráter de
Deus revelam um padrão absoluto através do qual podemos
estabelecer o que é certo e o que é errado tanto para o mundo como
para nossas vidas. Não há como um Deus amoroso e santo ignorar o
maior divórcio do mundo.
Como Pai Celestial Perfeito, Deus enfrenta um dilema de
certa forma semelhante ao dilema que muitos pais enfrentam.
Quando nós, pais, queremos ter um relacionamento de amor com
nossos filhos rebeldes, como lhes mostramos amor incondicional e
aceitação, sem violar aquilo em que acreditamos e lhes ensinamos ser
correto?
Da mesma forma o nosso Deus, cujo caráter é a essência do
perfeito amor e da perfeita justiça, quer responder-nos de maneira
consistente com a essência do Seu caráter, quando O servimos, mas
ao mesmo tempo corre “a papelada do nosso divórcio”. Esse é o
grande dilema do mundo e outra maravilha espiritual do mundo
(Gênesis 3:8-13; Lucas 15:11-24; Hebreus 12:5-11; Apocalipse
3:19,20).
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
18
A Maior Declaração do Mundo
A maior declaração do mundo é que Deus resolveu o maior
dilema do mundo e promoveu a reconciliação do maior divórcio do
mundo! Encontramos na Bíblia essa declaração de Jesus, que
quando Ele fosse morrer na cruz seria o Filho Único de Deus,
oferecendo a única Solução de Deus para o problema do pecado e a
única salvação de Deus para este mundo pecaminoso, alienado e
ferido e para cada ser humano, individualmente.
A mensagem da Bíblia é a Boa Nova que, quando Jesus
morreu na cruz Deus fez algo consistente com Seu amor perfeito e
com Sua justiça perfeita. Quando Jesus morreu na cruz, Deus
colocou no Seu único Filho Amado, todo o castigo que nós, seres
humanos rebeldes, merecíamos por causa de nossos pecados. Dessa
forma, Deus exerceu e satisfez Sua justiça perfeita. Deus certamente
expressou o Seu perfeito amor quando Jesus morreu na cruz e, o mais
importante de tudo, quando Jesus morreu na cruz deu a todos nós
acesso ao único caminho para a reconciliação do divórcio com Deus.
Dessa maneira Jesus comunicou a essência e a motivação
maior da Sua grande declaração: “Porque Deus tanto amou o mundo
que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não
pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). A maior declaração
do mundo faz da cruz de Cristo a maravilha espiritual mais
importante do mundo (João 3:14-21; Mateus 20:28; Isaías 53:6; I
Pedro 2:24; II Coríntios 5:18-21).
A Maior Decisão do Mundo
Quando Jesus disse que cada um deve crer pessoalmente na
maior declaração do mundo, deixou para nós tomarmos a maior
decisão do mundo.
Jesus enfocou a maior decisão do mundo para nós ao dizer
que cada um deve pessoalmente crer na maior declaração do mundo.
Imediatamente após proclamar que era o único Salvador de Deus,
falando de Si mesmo, Jesus disse: “Quem nele crê não é condenado,
mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho
Unigênito de Deus” (João 3:18).
A decisão de crer nesta declaração de Jesus é a maior decisão
do mundo! Isso é verdadeiro porque, de acordo com Jesus, se cremos
na Sua declaração, resolvemos nosso problema com o pecado que
nos divorciou de Deus. Entretanto, se não cremos nEle, já estamos
condenados. Estamos condenados exatamente porque não cremos
nas Boas Novas declaradas por Jesus. Se a decisão que fazemos de
crer na grande declaração de Jesus é a diferença entre a nossa
condenação eterna e a nossa salvação, então essa decisão de crer ou
não crer, é a maior decisão do mundo e mais uma das maravilhas
espirituais do mundo (cf. João 3:16-19; 1:12; Atos 16:30-32;
Romanos 10:9,10).
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
19
A Maior Direção do Mundo
Se você está acompanhando essa lógica comigo, pode ser que
esteja fazendo a seguinte pergunta: “Como posso saber que tomei a
maior decisão do mundo?”. Jesus respondeu essa pergunta para você
e para mim com estas palavras: “Siga-Me”. O espírito da aliança
com a qual Jesus desafiou aqueles que professaram crer nEle era:
“Sigam-Me e Eu farei de vocês...”. Jesus estava dizendo: “Siga-Me.
Esta é a sua parte. E eu farei... Essa é a minha parte. Siga-Me. Essa
é a sua cota de responsabilidade. E Eu farei... Essa é a minha cota de
responsabilidade”. Essa é a minha versão do contrato com o qual
Jesus iniciou a jornada espiritual de fé daqueles que mostraram que
verdadeiramente criam Nele, quando se comprometeram a segui-lO.
Quando você toma a decisão de crer e assume o compromisso
de seguir a Jesus, se alguém pudesse lhe mostrar o que você estaria
fazendo vinte anos depois, você ficaria surpreso. O que parece
impossível para você no portão de entrada da sua jornada de fé, isso é
possível, porque Jesus sempre fará a parte dEle, quando você crê e
assume o compromisso de tornar-se um discípulo verdadeiro de Jesus
Cristo e de segui-lO.
Quando aqueles que disseram a Jesus que criam nEle ouviram
aquelas duas palavras e consideraram a aliança com a qual Jesus os
desafiou, logo descobriram que seguir a Jesus significava afastar-se
do pecado, render-se incondicionalmente a Ele e segui-lO. Muitos
dos que disseram que criam em Jesus não estavam dispostos a validar
a sua fé rendendo-se incondicionalmente a Jesus e seguindo-O,
conforme os termos estabelecidos por Ele.
Mas a pequena minoria de autênticos discípulos de Jesus
Cristo que assumiu esse compromisso fez a empolgante descoberta
que seguir a Jesus significa definição, direção, propósito, e valor para
suas vidas.
Aqueles que professam crer em Jesus e que estão dispostos a
assumir o compromisso de segui-lO sempre descobrirão que esta é a
maior direção do mundo!
Se você observar cuidadosamente a mudança drástica na vida
de crentes professos que seguem a Jesus, e a falta de mudança
naqueles crentes professos que não O seguem, verá claramente que a
direção de seguir a Jesus é outra maravilha espiritual do mundo.
Quando você toma a decisão de crer em Jesus e segui-lO, Ele
promove em você todas as mudanças para as quais o salvou, e o
capacita para fazer tudo o que Ele quer que você faça por Ele. Você
mesmo provará que a maior direção do mundo é a direção de seguir
a Jesus (cf. Mateus 4:19; Apocalipse 1:5,6; João 8:30-36; Lucas 5:1-
11).
A Maior Dinâmica do Mundo
Apesar da morte de Jesus Cristo ser a maior maravilha
espiritual do mundo, a verdade mais empolgante sobre Ele no Novo
Testamento são as Boas Novas pregadas pelos apóstolos, que depois
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
20
de Jesus ter sido morto e sepultado, levantou-se dos mortos!
O Cristo Ressurreto vive sobre a terra hoje em Seus
discípulos e é responsável por todas as transformações em suas vidas.
O Cristo Vivo também é a Fonte de Poder responsável por impactar e
influenciar Seus discípulos dos quatro cantos do mundo e de todas as
gerações. O Cristo Ressurreto que vive em Seus discípulos e através
deles é a maior dinâmica do mundo! O fato do Cristo Vivo desejar
viver em você e através de você é hoje a maravilha espiritual mais
empolgante deste mundo!
De acordo com Jesus, aqueles que experimentam essa
Dinâmica são os que “nasceram de novo”. Se você ainda não nasceu
de novo, tome a decisão de crer em Jesus Cristo e assuma o
compromisso de caminhar na direção de segui-lO. Essa é a sua parte.
Quando você der esse passo importante, descobrirá que o Cristo Vivo
e Ressurreto dirige e enche com poder a sua vida. Essa é a parte dEle
e a Sua promessa. Entregue o controle e a direção da sua vida para
Jesus. No tempo dEle você vai nascer de novo e vai recuperar o
plano que Deus sempre teve para sua vida, o maior plano deste
mundo!
Quando você assume o compromisso de crer em Jesus, segui-
lO e viver de acordo com o Plano de Deus, não haverá ninguém igual
a você sobre a face da terra. A vida de um seguidor de Jesus Cristo é
distinta e a beleza da distinção dessa nova vida em Cristo supera em
muito a beleza da distinção das suas impressões digitais, da sua voz e
do seu DNA.
Você quer nascer de novo? Você está pronto para tomar a
maior decisão do mundo e crer na maior declaração de Jesus Cristo?
Você está disposto a render-se incondicionalmente a Ele? Você já
decidiu se quer receber a maior dinâmica do mundo e assumir o
compromisso de seguir a Jesus? Se você quer iniciar sua jornada de
fé com Jesus, faça esta oração com sinceridade de coração:
“Querido Pai Celestial, confesso que sou pecador e que
confio em Seu Filho, Jesus Cristo, como meu Salvador. Coloco
minha confiança na Sua morte na cruz e na Sua ressurreição dos
mortos para perdão de cada um dos meus pecados. Eu abandono
agora todos os meus pecados e me afasto deles. Quero desfazer o
divórcio Contigo. Eu declaro aqui e agora, pela fé, que Jesus Cristo é
meu Senhor e Salvador. Eu me rendo incondicionalmente ao
controle e direção de Jesus sobre minha vida. Faz com que minha
vida esteja sempre em perfeito alinhamento com o grande plano do
Senhor para mim. Ajuda-me a seguir Teu Filho, Jesus Cristo, a
confiar no Seu poder e autoridade, a viver em exaltação a Ele e para
Sua glória. Obrigado por providenciar a maior e eterna salvação para
mim. Amém” (cf. João 3:3-8; 1:12,13; I Pedro 1:22-3:3; Filipenses
1:6; 2:13; Efésios 2:8-10).
Se você fez esta oração, entre em contato conosco. Temos
mais literatura disponível para você que vai ajudá-lo a iniciar sua
jornada de fé, seguindo Jesus Cristo (Atos 2:21; 16:30,31; Romanos
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
21
10:8-13).
Capítulo 6
“Prescrição Para a Adversidade”
Leia com atenção estas palavras do Senhor Jesus ao concluir
o Seu sermão mais longo, o Sermão do Monte: “Portanto, quem
ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente
que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela
casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. Mas
quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um
insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela
casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda” (Mateus 7:24-27).
Se você fosse um habilidoso artista e eu lhe desse uma tela,
tinta, pincéis e todos os utensílios necessários para pintar um quadro
e pedisse que você pintasse o que lhe viesse à mente ao ouvir a
palavra “vida”, o que você pintaria?
Ao concluir o Sermão do Monte, Jesus deixou este quadro
sobre a “Vida”: Duas casas, uma ao lado da outra, e uma tempestades
caindo sobre as duas.
Isto é a vida, de acordo com Jesus. No Seu quadro sobre a
vida, Jesus declarou que essas duas casas eram muito semelhantes até
vir a tempestade. Quando chegou a tempestade descobriu-se que elas
não eram iguais. Uma desmoronou, e a outra não.
A diferença entre uma e outra é que a casa que desmoronou
foi construída sem um fundamento, enquanto que a que não caiu foi
construída tendo uma rocha como fundamento.
Se para alguns jovens fosse pedido que pintassem um quadro
sobre a vida, provavelmente eles fariam uma pintura mais idealista,
como alguém surfando sobre uma grande onda. O mesmo retrato
pintado pelos seus pais ou avós, é possível que fosse pessimista, e
retratasse alguém num barco afundando, a 80 quilômetros da costa,
sem nenhuma ajuda à vista.
O retrato de Jesus sobre a vida não é idealista nem pessimista.
É realista. De acordo com Jesus a vida é difícil e feita de
tempestades. De acordo com o retrato que Jesus fez, ninguém está
imune às tempestades da vida, principalmente os Seus seguidores.
Quando alguns discípulos verdadeiros de Jesus passam por
tempestades, acham que isso não deveria acontecer com eles pelo
fato de serem autênticos discípulos de Jesus Cristo.
Existe uma teologia muito conhecida nos dias de hoje
chamada de “Teologia da Prosperidade”, cujo ensino é que o povo de
Deus jamais deve sofrer ou ficar doente, mas sempre prosperar, ser
saudável e até mesmo rico. Muitos aprenderam que Jesus prometeu
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
22
uma vida livre de adversidades e estão convencidos de que a vida de
um crente não tem que ser difícil e quando alguém decide crer em
Jesus e segui-lO, recebe imunidade contra as tempestades da vida.
Jesus dissipa esse mito na conclusão do Sermão do Monte.
Nessa conclusão, Ele também mostra as conseqüências da
adversidade. Jesus ensinou que muitas pessoas pensam que a vida
que Ele promete aos Seus seguidores começa com uma porta larga,
seguida de um caminho amplo e fácil. Mas isso não é verdade. Jesus
ensinou que o caminho amplo e fácil leva à destruição (cf. Mateus
7:13).
Na mesma metáfora Jesus prometeu aos Seus discípulos que a
vida que Ele oferece começa com uma porta estreita, seguida de um
caminho difícil e que exige disciplina. Mas Ele também prometeu
que essa vida difícil e disciplinada leva aqueles que O seguem, à uma
vida abundante (João 10:10). Jesus foi realista ao ensinar que poucos
O seguiriam e encontrariam esse tipo de vida.
Uma leitura atenta do Novo Testamento e da História da
Igreja mostra que os poucos que seguiram a Jesus descobriram esse
tipo de vida, quando assumiram o compromisso de segui-lO pela
porta estreita e prosseguir pelo caminho da disciplina do discipulado
e do andar segundo os termos de Jesus.
Fórmula Para a Adversidade
Algumas pessoas consideram a depressão uma conseqüência
direta da adversidade e costumam dizer coisas do tipo: “Perdi meu
emprego e entrei em depressão. Estou tão deprimido, acho que vou
me matar”. Com isso elas estão dizendo: “Minha adversidade me
levou direto para esse estado emocional de depressão”.
O ensino de Jesus é contrário a essa perspectiva. A
adversidade não leva a esse estado emocional deplorável ou a outras
conseqüências funestas. Jesus apresentou o perfil de dois homens
que passaram exatamente pela mesma adversidade. Ele usou as
mesmas palavras para descrever essa adversidade: a chuva caindo, a
água subindo, o vento soprando contra as duas casas, mas as
conseqüências foram contrárias.
Você já observou quantas vezes Jesus desafiou Seus
discípulos enquanto os ensinava sobre fé? Essa metáfora da
tempestade no final do capítulo 7 de Mateus é seguida por uma
história de tempestade no capítulo seguinte.
“Entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram. De
repente, uma violenta tempestade abateu-se sobre o mar, de forma
que as ondas inundavam o barco. Jesus, porém, dormia. Os
discípulos foram acordá-lo, clamando: ‘Senhor, salva-nos! Vamos
morrer!’. Ele perguntou: ‘Por que vocês estão com tanto medo,
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
23
homens de pequena fé?’. Então ele se levantou e repreendeu os
ventos e o mar, e fez-se completa bonança” (Mateus 8: 23-26).
Sempre achei essa história fascinante. Ela começa com uma
grande tempestade e termina com uma calmaria. Entre a tempestade
e a calmaria, surgiu uma pergunta feita por Jesus aos Seus discípulos,
registrada no Evangelho de Lucas: “Onde está a sua fé?”. Em outra
tradução lemos: “Quando vocês vão começar a acreditar em Mim?”.
A essência dessa pergunta é: “Qual é a relação da fé de vocês com
essa tempestade?”. É evidente que Jesus estava desafiando a fé dos
Seus apóstolos.
Os pais da igreja viam muita alegoria na Bíblia. Quando uma
história bíblica é considerada uma alegoria, não implica que seja uma
lenda ou um mito. Para eles uma alegoria era uma história na qual
personagens, lugares e contextos tinham um significado espiritual.
Esse incidente era considerado uma alegoria da Igreja ou do
povo redimido de Deus. O convite que Jesus fez aos apóstolos, para
irem para o outro lado, é uma figura de Jesus levando-nos para a
eternidade. Esse episódio também ilustra Jesus conosco no barco, na
jornada para o outro lado, para a eternidade.
Jesus também ensinou que enfrentamos dificuldades, e que
podemos passar por muitas tempestades no caminho para o outro
lado. Alguns acreditam que Jesus quis ensinar que a vida em si é
uma tempestade pela qual passamos enquanto fazemos a viagem
desta vida para a vida eterna no céu.
Existe outra história de tempestade no Evangelho de Mateus.
Lemos que certa ocasião Jesus mandou os apóstolos entrarem no
barco e seguirem na Sua frente para o outro lado do Mar da Galiléia.
Depois de despedir a multidão de cinco mil famílias que Ele tinha
acabado de alimentar, Jesus buscou um pouco de privacidade do
outro lado do monte para orar (cf. Mateus 14:22-33).
Quando caiu a noite Jesus ainda estava sozinho, mas o barco
já estava a uma distância considerável da terra e foi abatido por fortes
ondas, provocadas por uma daquelas tempestades repentinas, típicas
daquele mar, e que estava abatendo o barco dos apóstolos. Durante a
quarta vigília da noite, por volta das quatro da manhã, Jesus foi até
eles andando sobre as águas. Quando os apóstolos O viram andando
sobre as águas ficaram aterrorizados. Na língua original lemos que
aqueles pescadores tremeram de medo quando viram Jesus andando
sobre as águas no meio daquela terrível tempestade. Jesus lhes disse:
“Coragem! Sou eu. Não tenham medo!”
Pedro então disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu
encontro por sobre as águas”. “Venha”, convidou Jesus, e Pedro
saiu do barco e andou sobre as águas em direção ao Mestre. Mas
quando reparou no vento, teve medo, começou a afundar e gritou:
“Senhor, salva-me!”. Imediatamente Jesus estendeu a mão, segurou-
o e disse: “Homem de pequena fé, por que você duvidou?”. Quando
eles estavam a salvo no barco, o vento cessou e a tempestade se
tornou em calmaria.
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
24
Existem momentos em nosso ministério ou em missões que
recebemos como enviados de Jesus, nos quais o Senhor nos chama
para andar “sobre as águas”. Quando Ele o chamar para andar sobre
as águas, certifique-se de que é o Senhor e que Ele o está chamando.
Você pode acabar bebendo um bocado de água se não tiver essas
duas certezas.
Mas Pedro também aprendeu outra coisa sobre andar sobre as
águas. Ele teve que manter os olhos no Senhor. Lemos que Pedro
reparou no vento. O mesmo acontece conosco quando tiramos os
olhos de Jesus. Reparamos em coisas que não estão lá e nos
concentramos nos “e se” da vida. Pedro viu realmente as ondas
provocadas pela tempestade no mar. Quando ele gritou “Senhor,
salva-me”, Jesus imediatamente estendeu a mão, segurou-o e deu-lhe
um apelido. Jesus já lhe tinha dado o nome de “Pedro” quando o viu
pela primeira vez, quando ele se chamava Simão.
Quando Pedro conheceu Jesus era um homem instável, mas
Jesus lhe deu o nome de “Pedro”, “uma rocha” e durante três anos o
chamou assim. Mas nesta ocasião Jesus o chamou de “Homem de
pequena fé”. Jesus devia ter um ótimo senso de humor e devia estar
sorrindo quando deu estes apelidos a Pedro.
A pergunta que Jesus fez a Pedro, “Homem de pequena fé,
por que você duvidou?”, poderia ter a seguinte tradução literal do
grego: “Pedro, por que você pensou duas vezes?”.
Podemos tirar a seguinte aplicação pessoal deste incidente: é
o Senhor quem nos leva a andar sobre a águas para fazermos o que
nós e outras pessoas acham impossível fazer. Quando isso acontecer
com você, nunca pense duas vezes. Ande sobre as águas com Jesus.
Jesus devia estar sorrindo quando segurou Pedro pela mão e disse
“Homem de pequena fé, por que você pensou duas vezes?”. É como
se o Senhor dissesse: “Você quase chegou lá, Pedro. Por que você
pensou duas vezes?”.
Como você acha que os dois chegaram no barco? Você acha
que Jesus carregou Pedro, como se fosse um bebê, ou acha que Pedro
voltou andando para o barco com Jesus? Essa é uma pergunta
interessante para pensar. Essa história da tempestade é mais do que a
história de um milagre. Eu concordo com os pais da igreja que a
consideravam uma alegoria. Para eles essa é uma alegoria que retrata
a fé e desafia os que “andam sobre as águas” com Jesus, quando
assumem o compromisso da Grande Comissão do Senhor.
Certo estadista missionário considerava o milagre da
multiplicação dos pães para cinco mil famílias, realizado por Jesus,
como “uma alegoria da visão missionária de Jesus para o mundo”.
As famílias com fome representam o mundo e suas necessidades.
Jesus tomou o lanche de um menino, repartiu-o abençoou-o e depois
começou a passá-lo para as mãos dos apóstolos e através das mãos
deles, para a multidão com fome. Incluindo as mulheres e crianças,
Jesus provavelmente alimentou vinte mil pessoas com o lanche
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
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daquele menino; uns cinco pães e duas sardinhas.
Depois de alimentar a multidão Jesus foi para a montanha e
orou até aproximadamente quatro horas da manhã. Sobre o que Jesus
ficou orando? Isso é apenas uma suposição, mas eu acho que Jesus
orou pelo mundo representado por aquela multidão que Ele tinha
alimentado milagrosamente. Creio também que Jesus tenha orado
por aqueles doze homens que tinham enfrentado aquela tempestade.
Tenho convicção de que a visão missionária de Jesus e Sua estratégia
era passar para as mãos daqueles doze homens tudo o que ele queria
dar para ao mundo.
Resumo
Com a metáfora da tempestade, concluindo o Sermão da
Montanha e nessas outras duas histórias envolvendo tempestades,
Jesus esta ensinando uma lição muito clara: “Olhem como é a
tempestade. Você não consegue impedir que ela venha. Mas se você
fosse imune às tempestades da vida, sua fé jamais cresceria”.
Jesus deu uma prescrição para as adversidades da vida que é
mais ou menos o seguinte: você tem que passar pela sua adversidade
usando seu sistema de fé, orando e lendo a Bíblia.
À medida que andamos sobre as águas com Jesus, levando o
Seu Evangelho para o mundo, somos instruídos a ir ao trono de graça
com ousadia para recebermos a misericórdia sobre nossos erros e a
graça que nos ajuda em tempos de necessidade (Hebreus 4:16).
Receber a graça da qual necessitamos, certamente contribui para
nosso crescimento espiritual. Quando é que recebemos a graça que
nos faz crescer espiritualmente? Quando passamos pelas
tempestades e as avaliamos sob o prisma do nosso sistema de fé,
recebendo a graça de Deus que nos faz crescer espiritualmente.
O Cristo que vive em nós está comprometido com o nosso
crescimento espiritual. É por isso que Ele permite e às vezes até
envia tempestades sobre nossas vidas. Na adversidade podemos
sempre contar com a prescrição de Jesus que nos mostra o caminho
no meio da tempestade, o qual nos leva ao crescimento que Ele quer
para nós.
Capítulo 7
“Prescrição Para o Caráter”
“Pedi forças para que eu tivesse conquistas, mas fui feito
fraco para que, com humildade, aprendesse a obedecer. Pedi saúde
para realizar grandes feitos, mas recebi fragilidade para que minhas
obras fossem nobres. Pedi riquezas para que fosse feliz, mas recebi a
pobreza para que fosse sábio. Pedi poder para ter o louvor do
homens, mas recebi fraqueza para que sentisse a necessidade de
Deus. Pedi tudo que acreditava ser de bom para aproveitar a vida.
Não recebi nada do que pedi, para que pudesse aproveitar tudo o que
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
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tive. Não recebi o que pedi, mas os meus desejos mais ocultos foram
atendidos. Apesar de mim mesmo, as orações que não fiz foram
respondidas e hoje estou entre os homens mais abençoados do
mundo”. Um soldado escreveu este poema em 1862.
Uma das razões por que nossas vidas e nossas orações são
como as desse soldado é porque Deus está fortemente comprometido
com o propósito de ver o caráter perfeito do Seu Filho desenvolvido
em você e em mim, através do poder do Cristo Vivo e do Espírito
Santo. Ele permitirá qualquer coisa em nossas vidas para que o
caráter de Cristo seja desenvolvido em nós.
Leia agora estas palavras profundas de Jesus sobre a
formação do caráter e observe nos versículos abaixo que Jesus
apresentou de outra maneira, a prescrição para a adversidade que
vimos no último capítulo: “Os fariseus e alguns dos mestres da lei,
vindos de Jerusalém, reuniram-se a Jesus e viram alguns dos seus
discípulos comerem com as mãos ‘impuras’, isto é, por lavar. (Os
fariseus e todos os judeus não comem sem lavar as mãos
cerimonialmente, apegando-se, assim, à tradição dos líderes
religiosos)... Então os fariseus e os mestres da lei perguntaram a
Jesus: ‘Por que os seus discípulos não vivem de acordo com a
tradição dos líderes religiosos, em vez de comerem o alimento com
as mãos ‘impuras’?’. Ele respondeu: ‘Bem profetizou Isaías acerca
de vocês, hipócritas; como está escrito: ‘Este povo me honra com os
lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram;
seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens’.
Vocês negligenciam os mandamentos de Deus e se apegam às
tradições dos homens... Assim vocês anulam a palavra de Deus, por
meio da tradição que vocês mesmos transmitiram. E fazem muitas
coisas como essa’” (Marcos 7:1-3, 5-8, 13).
Mais tarde Jesus explicou o que tinha dito aos líderes
religiosos: “Jesus chamou novamente a multidão para junto de si e
disse: “Ouçam-me todos e entendam isto: Não há nada fora do
homem que, nele entrando, possa torná-lo ‘impuro’. Ao contrário, o
que sai do homem é que o torna ‘impuro’. Se alguém tem ouvidos
para ouvir, ouça!” (14-16).
“Depois de deixar a multidão e entrar em casa, os discípulos
lhe pediram explicação da parábola. ‘Será que vocês também não
conseguem entender?’, perguntou-lhes Jesus. ‘Não percebem que
nada que entre no homem pode torná-lo ‘impuro’? Porque não
entra em seu coração, mas em seu estômago, sendo depois
eliminado.” Ao dizer isso, Jesus declarou ‘puros’ todos os
alimentos. E continuou: ‘O que sai do homem é que o torna
‘impuro’. Pois do interior do coração dos homens vêm os maus
pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os
adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a
inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez. Todos esses males
vêm de dentro e tornam o homem ‘impuro’”(17-23).
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
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Quando Jesus falou essas palavras dirigidas aos líderes
religiosos dos judeus, Ele comparou a Palavra de Deus com as
“tradições” deles. Ele confrontou os líderes religiosos ao dizer:
“Assim vocês anulam a palavra de Deus, por meio da tradição que
vocês mesmos transmitiram”.
Depois, ao ensinar sobre a formação do caráter, Jesus deixou
bem claro o Seu desafio. De acordo com Jesus o caráter é
determinado pelos mandamentos dos homens ou pelos mandamentos
de Deus. E é claro que a melhor definição de caráter foi a que Jesus
deu. Por esta razão Ele veio a este mundo e viveu aqui durante trinta
e três anos, ao invés de vir num dia, e no outro morrer pelos nossos
pecados. Jesus poderia ter resolvido tudo em uma tarde. Mas Ele
veio e ficou aqui durante trinta e três anos porque quis deixar o Seu
ensino, deixar o modelo do caráter de Deus e mostrar como Deus
quer que o homem viva.
Como se desenvolve o caráter do homem? Jesus mostrou que
existem duas maneiras de moldar o caráter: de dentro para fora e de
fora para a dentro. Jesus enfatizou a primeira dimensão, a de dentro
para fora. Os líderes religiosos, por sua vez, enfatizavam a segunda
dimensão, a de fora para dentro. Hoje chamamos esta dimensão de
“meio ambiente”. Muitos sociólogos e assistentes sociais têm
convicção de que se o meio for mudado, o caráter das pessoas
também o serão.
Por que, então, duas pessoas expostas a exatamente o mesmo
contexto social, educação, pobreza ou riqueza, acabam reagindo de
maneira totalmente diferente, de dentro para fora? A pobreza tem
sido apontada como responsável por moldar um comportamento
criminoso, mas ao mesmo tempo, também tem sido atribuída à
pobreza, a formação do caráter de pessoas, jamais visto. Que fator é
esse, no interior do ser humano, que provoca diferentes reações ao
meio em que se vive? Jesus mostrou que são os fatores de dentro
para fora que são vitais na formação do caráter e não os fatores de
fora para dentro. Estes são importantes, mas é a resposta de dentro
para fora a tudo que é externo, que forma o caráter.
O que nos faz reagir bem de dentro para fora a todas as forças
que nos atingem de fora para dentro? De acordo com Jesus e a
Bíblia, para ter a melhor resposta de dentro para fora às forças de
fora para dentro, precisamos de um milagre em nossos corações.
Encontramos mais de mil vezes a palavra “coração” na
Bíblia. Quando as Escrituras se referem ao coração, está falando da
mente, da vontade, das motivações e das emoções que impulsionam
nossas ambições, decisões e escolhas. Considere essas referências ao
coração encontradas na Bíblia: “Acima de tudo, guarde o seu
coração pois dele depende toda a sua vida”; “O homem bom tira
coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem
mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua
boca fala do que está cheio o coração”; “Guardei no coração a tua
palavra para não pecar contra ti”; “Mas o que ela diz? “A palavra
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
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está perto de você; está em sua boca e em seu coração”, isto é, a
palavra da fé que estamos proclamando: Se você confessar com a
sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê
para justiça, e com a boca se confessa para salvação” (Provérbios
4:23; Mateus 12:34; Lucas 6:45; Salmo 119:11; Romanos 10:8-10).
Quando as Escrituras se referem ao coração, está falando
principalmente do que o apóstolo Paulo chamou de “homem
interior”. De acordo com Jesus e com Paulo, todos nós somos
formados de homem interior e homem exterior. É no homem interior
que decidimos de que forma vamos reagir às influências de fora para
dentro que nos atingem. A essência do que Jesus disse foi que não
existe nada exterior que possa contaminar o homem. É o que sai de
dentro do seu coração que o contamina.
Foi Jesus quem disse: “...a boca fala do que está cheio o
coração” (Mateus 12:34). Em outras palavras, podemos saber o que
uma pessoa tem no coração observando o que ela diz. Todas as
ações das pessoas são determinadas pelo que está em seus corações.
No Velho Testamento lemos pregações, como esta do profeta
Jeremias, que diz: “o coração é mais enganoso que qualquer outra
coisa e sua doença é incurável” e ele conclui que só Deus pode
conhecê-lo. Davi pediu a Deus que lhe mostrasse a verdade sobre o
que está oculto no seu interior e quando Deus fez isso, Davi
reconheceu sua condição de pecador quando foi concebido e formado
no ventre de sua mãe. É por isso que Deus prometeu, no Velho
Testamento, que daria um coração novo ao Seu povo. Também
lemos que Davi pediu a Deus uma obra milagrosa de criação em seu
coração (cf. Jeremias 17:9,10; Salmo 51:5,6, 10).
Com relação à criação dos nossos filhos, precisamos entender
que cada um precisa de um milagre. Esse milagre é que Deus
coloque o dom da fé no coração de cada um deles. Se cada um, no
seu coração crer no Evangelho e com a boca confessar que Jesus
morreu e ressuscitou será salvo. Cada um precisa nascer de novo e
receber o milagre da criação que Davi pediu em oração.
Se você está trabalhando com crianças e ensinando a elas a
Palavra de Deus, precisa e deve orar pedindo esse milagre, que Deus
forme o caráter de cada uma delas, dando-lhes a dinâmica de dentro
para fora, a fim de que elas tenham a reação correta diante das forças
que agem de fora para dentro em suas vidas. É assim que
encontramos nossos valores e a dinâmica que forma nosso caráter.
No início deste capítulo eu afirmei que neste ensino Jesus
apresentou de maneira diferente a Sua prescrição para a adversidade,
em relação ao que ensinou no capítulo anterior. Você pode estar
perguntando como esses dois ensinos se relacionam.
Quase que universalmente as pessoas relacionam alegria,
serenidade e bem-estar em geral com as circunstâncias com as quais
se deparam. Jesus ensinou esta prescrição para formação do caráter
usando a mesma metáfora com a qual encerrou o Sermão do Monte,
Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):
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quando fez uma ilustração da vida com as duas casas que sofreram os
efeitos da mesma tempestade. Ele continuou ensinando que não são
as circunstâncias externas que determinam nosso caráter. É o
fundamento ou a falta de fundamente e de base, aquilo que não está à
vista, que modela e revela nosso caráter.
Na verdade, o ensino é o mesmo, só que focalizado de outra
maneira. Como as duas casas, que ilustram duas vidas enfrentando o
mesmo problema, vemos aqui, que não é o que vem contra nós, as
circunstâncias adversas, que formam o nosso caráter. Quando
encontramos dentro do nosso coração a dinâmica para reagir às
circunstâncias externas é que o nosso caráter é determinado.
De acordo com Jesus, Jeremias e Davi, é no coração que está
nosso maior problema e é no coração que precisamos de uma solução
miraculosa. Temos que concordar com Davi e Jeremias, que
mostraram a verdade sobre os nossos corações e fazer a oração de
Davi, pedindo o milagre da criação neles.
Quando Jesus conversou com Nicodemos, ensinou esta
mesma verdade sobre a natureza humana e apresentou a única
solução dizendo: “O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do
Espírito é espírito. Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É
necessário que vocês nasçam de novo”.
Quando as Escrituras usam a palavra “carne” está falando da
“natureza humana sem o cuidado de Deus”. Quando Jesus
confrontou os líderes religiosos e também quando conversou com
Nicodemos, ensinou de maneira consistente que nosso maior
problema está em nossos corações e que a única solução é nascer de
novo. O novo nascimento é a prescrição de Jesus para a formação do
nosso caráter e para passar pela adversidade.
Eu o desafio a refletir nestes três últimos capítulos sobre as
prescrição de Cristo que compartilhei com vocês.
Você já aceitou a prescrição de Cristo para salvação? Você
jamais poderá aceitar e por em prática essas prescrições para a
adversidade e formação de caráter, sem antes aplicar a prescrição de
Jesus para salvação.
Como ministro de Cristo eu insisto e suplico que você tome a
decisão mais importante do mundo, tome a direção mais importante
do mundo e receba a maior dinâmica do mundo. Só então você
poderá recuperar o plano de Deus para sua vida e obter o fundamento
que o mantém firme diante das tempestades da vida. Quando você
der este passo importante, entre em contato conosco. Queremos
ajudá-lo a crescer na sua nova vida em Cristo.