não se vêm mais os pequenos camarões. vendidos ao prato, eram mostrados às freguesas, porta a...
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Não se vêm mais os pequenos camarões.Vendidos ao prato, eram mostrados
às freguesas, porta a porta.
Dizia-se deles: Quem merca algo, que não digo!Então se baixava a canastra e se deixava
a sogra na cabeça.Saltavam os mariolas e as mulheres riam,
Pedindo sempre mais uns quantos, que tinham saltado do prato.
Se lavavam e cozinhavam. Tinham um gosto a petisco.
Não enchia a barriga, mas a saudade do maior.Esse, só em dia de festa e mesa farta.O pobre se contentava com o gesto.
Vivi tempos de penúria, mas também de gratas recordações.
O peixe e o marisco se vendiam frescos, à porta.Agora, se compram congelados,
a um preço mediano.
Mas o pequeno camarão que saltava...Esse, só para os pescadores
ou para a recordaçãoDe quem, como eu, viveu estes dias.
Poema de
Do livro Lembranças do meu Passado
Imagens: InternetMúsica: Altamiro Carrilho - Bem te vi Tristonho
Formatação: Ângela [email protected]
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