neopositivismo

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Page 1: Neopositivismo

Positivismo lógico é uma posição filosófica geral, também denominada empirismo lógico ou neo-positivismo, desenvolvida por membros do Círculo de Viena com base no pensamento empírico tradicional e no desenvolvimento da lógica moderna.

O positivismo lógico restringiu o conhecimento à ciência e utilizou o verificacionismo para rejeitar a Metafísica não como falsa, mas como destituída de significado. A importância da ciência levou positivistas lógicos proeminentes a estudar o método científico e explorar a lógica da teoria da confirmação.

O positivismo lógico hoje em dia é considerado pela maioria dos filósofos. Mas, as correntes filosóficas desdobradas de Kuhn (que estabelece o caráter paradigmático da ciência) e Paul Feyerabend (demonstrando que na prática científica a ciência não evolui segundo normas pré-estabelecidas) geraram graves problematizações de suas idéias

Neopositivismo (empirismo lógico ou positivismo lógico)

Meu comentário - NEOPOSITIVISMO é uma noção estritamente filosófica, que vai

influenciar profundamente alguns campos científicos no início do século XX e estará

presente no início da chamada FILOSOFIA DA LINGUAGEM que também influenciará

o direito do século XX, inclusive o BOBBIO. Mas acho muito exagerada a solicitação

de um ponto como este dentro deste programa do MPF, pois trata-se de um tópico

difícil da FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA, solto no meio do programa. Todavia creio

que ele esteja aqui justamente por causa da sua influência no pensamento de Hans

Kelsen. Bem... vamos lá...

FERRATER MORA – DICIONÁRIO DE FILOSOFIA. TOMO III. FILOSOFIA – sinônimo de

empirismo lógico ou positivismo lógico. Círculo de Viena. Primeiro Wittgenstein.

Neopositivismo (NP) é outro nome dado ao empirismo lógico. Sob o termo

POSITIVISMO há duas tendências: a primeira de Augusto COMTE e outra

desenvolvida no século XX que floresceu entre os membros do Círculo de Viena

(neopositivismo ou empirismo lógico). As duas tendências são muito diferentes. Mas

ambas têm em comum a rejeição da METAFÍSICA. E na verdade este NP não é

verdadeiramente um NOVO POSITIVISMO (NEO = NOVO). Apenas que, esta segunda

tendência floresceu um pouco mais tardiamente do que a primeira tendência de

Augusto COMTE. A segunda tendência – NP ou empirismo lógico - recebeu esta

última denominação para distingui-lo do empirismo clássico.

Empirismo – confluência das idéias vindas da Inglaterra e dos EUA, Alemanha e

Áustria. O NP é uma parte da Filosofia Analítica. Empirismo por causa da recusa

total a toda e qualquer forma de Metafísica oriunda da filosofia especulativa do

racionalismo clássico.

NICOLA ABAGNANO - DICIONÁRIO DE FILOSOFIA - Os empiristas consideravam que o

critério de significação das proposições era sua verificabilidade empírica. LÓGICOS

porque era necessário distingui-los da grande tradição empirista (Hume), afinal os

empiristas lógicos (neopositivistas) davam muita atenção à matemática e à lógica,

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o que não era característica de Hume.

Duas tendências do EMPIRISMO LÓGICO:

A. REDUÇÃO DA FILOSOFIA À ANÁLISE DA LINGUAGEM CIENTÍFICA

B. REDUÇÃO DA FILOSOFIA À ANÁLISE DA LINGUAGEM COMUM

A. Empirismo Lógico - Redução da filosofia à filosofia da linguagem. Primeiro

Wittgenstein (a expressão PRIMEIRO WITTGENSTEIN - se fala “vitiguenstáin” - se

deve à primeira fase do filósofo Ludwig WITTGENSTEIN, que foi marcada

basicamente pela publicação do livro TRACTATUS LOGICUS PHILOSOPHICUS. A

expressão SEGUNDO WITTGENSTEIN se deve à fase marcada pela publicação do

livro INVESTIGAÇÕES FILOSÓFICAS. O autor é o mesmo. Mas ele tem duas fases

muito diferentes, fazendo com que pareçam dois autores distintos): 1. “os

enunciados factuais (que se referem a coisas existentes) só tem significado se

forem empiricamente verificáveis”; 2. “ existem enunciados não verificáveis, mas

verdadeiros com base nos próprios termos que os compões: tais enunciados são as

tautologias, ou seja, não afirmam nada a respeito da realidade” exemplo de

tautologia: “o homem é homem” – trata-se de uma expressão absolutamente

verdadeiro que não agrega nada ao conhecimento humano. Carnap e Reichenbach:

a matemática consiste em fazer deduções segundo regras determinadas a partir de

outras proposições assumidas por convenção, como fundamentais = a partir de

AXIOMAS.

B. SEGUNDO WITTGENSTEIN – Livro “Investigações Filosóficas”. Toda linguagem é

uma espécie de jogo, com suas regras. E a única regra para a interpretação de um

desses jogos é o uso que deles se faz. Para se conhecer a linguagem se deve

conhecer as regras de uso (que não são propriamente e unicamente as regras da

gramática – o exemplo tradicional é o exemplo da chuva. Geralmente eu digo

“CHOVE” quando está caindo água do céu. Então eu devo conhecer as condições do

uso da expressão CHOVE para entender o seu significado – Us atual e uso habitual.

POSITIVISMO LÓGICO (PL) – Tradução livre e resumo da Encyclopédie

Philosophique Universelle, PUF.

A expressão PL introduzida por Herbert Feigl designa um movimento filosófico

associado principalmente ao Círculo de Viena. Também é chamado de empirismo

lógico – que se refere originariamente ao grupo de BERLIM – ou de neopositivismo.

O PL deve ser distinguido da filosofia analítica ou da filosofia da linguagem ordinária

desenvolvida em Cambridge e Oxford sob a influência de G.E. Moore e do segundo

Wittgenstein.

PL é , ao menos em seus inícios, um movimento essencialmente germânico que se

afirma em reação ao idealismo (metafísico) alemão. A influência de COMTE foi

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muito pouco importante. O PL nasce na confluência da tradição empirista segundo a

qual a experiência sensível , e apenas ela, é suscetível de fornecer um conteúdo de

conhecimento (Frege, Whitehead, Bertrand Russel, Primeiro Wittgenstein).

Em 1929 é publicado, pelo Círculo de Viena, o MANIFESTO: A CONCEPÇÃO

CIENTÍFICA DO MUNDO.

Em seguida, outros autores formam o Círculo de Schlick : Schlik, Philip Frank, Hans

Hahn, Otto Neurath. Todos leram o TRACTATUS do primeiro Wittgenstein. O Círculo

cresceu rapidamente e entraram os autores que ficaram mais conhecidos: Carnap,

Reichenbach, Feigl, Gödel e formaram A SOCIEDADE DE FILOSOFIA CIENTÍFICA.

A publicação do manifesto coincide com a dissolução do próprio grupo por causa do

nazismo. Diáspora e difusão das idéis do Círculo de Viena pelo mundo.

PL – atitude radicalmente anti-metafísica. Primeiro Wittgentein: A Filosofia é uma

atividade, é uma prática que visa a elucidação do sentido e da estrutura dos

enunciados. Não é tarefa da filosofia elaborar um corpus de conhecimentos

eventualmente qualificado como filosóficos. Esta é a tarefa da ciência como tal. À

filosofia cabe apenas fazer uma crítica da linguagem. (Para quem leu alguns livros

do Norberto Bobbio, é muito interessante observar como ele se dedica à análise de

enunciados e de termos. Isto é notório no TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO e

em vários outros textos de FILOSOFIA POLÍTICA).

O TRACTATUS (TLP) – para Wittgenstein o conhecimento se articula em proposições.

Tais proposições são quadros, são representações da realidade. O TLP se inscreve

numa tradição filosófica (Descartes, Locke, Hume e Kant) que concebe o

conhecimento como representação. A representação não é uma idéia. É uma

entidade que encontra sua encarnação física no signo proposicional (na linguagem),

quer dizer, em uma série de tratados escritos ou numa seqüência de sons, aos

quais a analise lógica é suscetível de ser aplicada.

A tarefa do TLP – determinar as condições de possibilidades da representação do

mundo pelas proposições e delimitar o domínio controverso das ciências da

natureza (Kant). Este objetivo será perseguido pelos neopositivistas a despeito dos

ataques contra Kant e Wittgenstein. A fiosofia é uma atividade que tem por objetivo

traçar os limites daquilo que pode ser dito, isto é, daquilo que pode ser objeto de

uma proposição dotada de sentido. Ela fixa o limite da linguagem (o conjunto das

proposições com sentido).

(“Deus existe. A justiça deve prevalecer. O homem deve seguir esta ou aquela

regra moral”. Estas três proposições são proposições SEM SENTIDO porque NÃO

SÃO passíveis de serem VERIFICADAS EMPIRICAMENTE. Portanto elas, e as

proposições éticas, morais, sociais e outras mais, ESTÃO FORA DO CAMPO

CIENTÍFICO E DA VERIFICAÇÃO CIENTÍFICA. Daí a idéia de uma TEORIA PURA DO

DIREITO (Kelsen). No fim do século XVIII, Kant escreveu o livro CRÍTICA DA RAZÃO

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PURA, estabelecendo os limites da razão, os limites da razão e do discurso

científico. No século XX, ainda influenciados por Kant e por outros desdobramentos

da história da filosofia, alcançamos os resultados do PL, na mesma esteira do

pensamento kantiano).

A Filosofia é a crítica da linguagem, à medida mesmo que ela revela a condição de

possibilidade do sentido de uma proposição, a saber, a MOSTRAÇÃO DE UMA

FORMA LÓGICA.

( C - A CONSTRUÇÃO de um sistema total de conceitos- Carnap – A construção

lógica do mundo)

( D – O princípio da verificação : TLP 4.603 = “Para dizer ‘P’ é verdadeiro ou falso,

eu devo ter determinado dentro de quais circunstâncias eu digo que ‘P’ é

verdadeiro e a partir daí eu determino o sentido de uma proposição”. SCHLICK – O

sentido de uma proposition é seu método de verificação- O sentido reenvia a

qualquer coisa de extra-lingüístico, a saber, a um estado de coisas possíveis das

quais a atualização torna a proposição verdadeira).

( E – Os diferentes critérios de significação)

( F – “La derive vers le conventionalisme” – a “mudança” em direção ao

convencionalismo)

( G – A rejeição da metafísica)

( H - A filosofia das ciências)

I – Ética – A ética foi relegada ao segundo plano pelos positivistas lógicos. Schlick

(1920) foi quem se interessou mais pela questão, tentando dar um status cognitivo

às proposições éticas a fim de evitar que ela tombassem sob o golpe do “não-

sentido”. Os predicados BOM, JUSTO, exprimem nossos desejos – são predicados de

natureza psicológica. Trata-se de examinar os processos causais, sociais e

psicológicos que explicariam porque os seres humanos tem tais ou tais desejos, e

isto seria objeto da ética como ciência.

CONCLUSÃO do ponto sobre NEOPOSITIVISMO.

Como disse no início deste ponto, acho muito difícil abordar um tema de filosofia

tão conceitual e específico como este dentro deste programa do MPF.

Creio que ele só tem valor e pertinência para entender os pressupostos do

pensamento de Hans Kelsen, que por outro lado está relativamente superado. E ETA

superado sobretudo por causa da hegemonia do constitucionalismo principialista

estudado neste mesmo ponto e que trouxe para dentro do Direito tudo aquilo que

KELSEN fez questão de tirar, sobretudo por causa de seus pressupostos

neopositivistas. Todavia é necessário entender que o pensamento jusfilosófico de

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Hans Kelsen, era à sua época a tradução jurídica da filosofia mais contemporânea,

mais nova, inovadora, e mais avançada de sua época.

De lá para cá a Filosofia teve outros desdobramentos, e o Direito e a reflexão

jurídica foram acompanhando o desenvolvimento filosófico do século XX, até os

nossos dias. E este tipo de reflexo da Filosofia no Direito acontece em todas as

áreas do conhecimento, pois as novidades filosóficas, quase sempre são muito

profícuas para o desenvolvimento dos mais variados campos do conhecimento.

Portanto, nada mais natural que um novo movimento filosófico repercuta no campo

da reflexão jurídica. Foi isto que aconteceu com o Direito em todos os momentos de

mudança e desenvolvimento da história da Filosofia.

neopositivismo

Também designado por positivismo lógico e empirismo lógico, o determinismo

denomina uma corrente filosófica que caracteriza o ponto de vista de um grupo de

filósofos que constituíram o "Círculo de Viena".

Como grupo organizado, formado por homens da ciência e matemáticos, surgiu na

década de 1920-30, em torno de Martz Schlick (professor de Filosofia na

Universidade de Viena).

Em 1929 publicam O ponto de vista científico do Círculo de Viena , manifesto que

expunha, em síntese, a postura filosófica do grupo e os problemas das filosofias,

das matemáticas e das físicas que procuravam resolver. Citam a metafísica como o

exemplo da ausência de sentido gerada pelo menosprezo da lógica real da

linguagem.

Como refere Ayer (1978, El positivismo lógico ), "no caso dos positivistas lógicos

juntou-se o epíteto de "lógica" porque pretenderam incorporar os descobrimentos

da lógica contemporânea. Pensavam que, em particular, o simbolismo lógico

(desenvolvido nomeadamente por Russel) lhes seria útil, contudo a sua atitude

geral é a mesma de Hume". Dividiam as proposições significativas em duas classes:

as proposições formais, como as da lógica ou as das matemáticas puras, que diziam

ser tautológicas, e as proposições fácticas, que requeriam ser verificáveis

empiricamente.

"Supunha-se que estas classes continham todas as proposições possíveis de modo

que se uma proposição não conseguisse expressar nada que fosse formalmente

verdadeiro ou falso, nem expressar algo que pudesse submeter-se a prova

empírica, se adoptava o critério de que ela não constituía uma proposição em

absoluto" (Ayer, 1978). A sua atitude empírica estende-se a todos os domínios do

pensamento. Para eles, o tratamento matemático e lógico dos factos e a prova

empírica são as fontes exclusivas do conhecimento científico.

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O seu ataque à metafísica sustentava que as obras metafísicas não diziam nada

que fosse verdadeiro ou falso e que, portanto, não podiam trazer nada que pudesse

aumentar o conhecimento. Condenavam, assim, os enunciados metafísicos, não por

serem emotivos, mas por pretenderem ser cognoscitivos e disfarçarem-se daquilo

que não eram. Para o positivista, o entendimento humano perde-se em contradição

quando se aventura além dos limites da experiência possível. Deste modo, a

sintaxe lógica evitará as ilusões da linguagem. Todas as ciências deveriam, por isso,

exprimir-se na linguagem da Física.

Os positivistas lógicos fazem "depender a impossibilidade da metafísica não na

natureza do que se pode conhecer, mas na natureza do que se pode dizer; a sua

acusação contra o metafísico é no sentido de que viola as regras que um enunciado

deve satisfazer para ser literalmente significativo" (Ayer).

Os positivistas vienenses interessaram-se principalmente pelas ciências formais e

naturais e, embora não identifiquem a Filosofia como ciência, achavam que esta

poderia contribuir para o progresso do conhecimento científico.

As diversas disciplinas científicas, exprimindo-se pela mesma linguagem com vista

a alcançarem previsões globais, constituiriam uma ciência unitária. O método lógico

seria aplicado para a compreensão científica do mundo, alheia a ideias éticas e a

qualquer metafísica.