nikola tesla - a estranha vida de nikola tesla

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Autobiografia de Nikola Tesla

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  • NIKOLA TESLA

    A ESTRANHA VIDA DEA ESTRANHA VIDA DENIKOLA TESLANIKOLA TESLA

    Uma autobiografia

  • Nikola Tesla segurando umalmpada revestida de gs fos-

    forrico, que foi iluminado semfios por um campo eletromag-

    ntico da Bobina de Tesla.

  • Nota dos editoresNota dos editores28 de agosto de 199528 de agosto de 1995

    ESTE TEXTO FOI digitado porJohn RH Penner de um pequenolivreto encontrado em sebo porUS $ 2,50. A nica forma deidentificao da data o nomedo comprador original, ArthuaDaine (?), datado de 29 de abrilde 1978.

    Este livro parece ser consid-eravelmente antigo, feito commquina de escrever, e depoisfotocopiado e grampeado. Asnicas outras caractersticas im-

  • portantes do livro que elecontm quatro fotografias foto-copiadas de Tesla, e tinha ori-ginalmente quarenta pginas amais. Peo desculpas pela qual-idade da digitalizao, mas osoriginais eram de muito de mqualidade, e isso o melhorque pode ser obtido depois deretocado pelo Photoshop.

    O livro no tem a identi-ficao de Direitos Autorais,nem qualquer meio de entrarem contato com o editor. Tantoquanto sei, esta autobiografia

  • no est mais disponvel emformato impresso em nenhumlugar.

    No interesse de fazer estetexto importante disponvelpara o pblico em geral, eu dat-ilografei novamente todo otexto, palavra por palavra, paraque parea original neste form-ato eletrnico. As nicas palav-ras que aparecem neste arqui-vo, que no esto no livro ori-ginal so esta Nota para os Ed-itores, e a Introduo. Mantiveos nmeros de pgina como

  • eles aparecem no original - in-cluindo o artefato um pouco es-tranho do captulo 1, a partir dapgina dois.

    Se algum souber comochegar editora original,por favor, entrar em con-tato comigo no endereoabaixo, para que o devidocrdito pode ser dado aquem devido.

    John RolandHans Penner

    464 Scott Street

  • St. Catharines

    L2M 3W7 ,Canad

    Telefone:905.646.3551

    eMail: J.Penner @GEnie.GEIS.com

    _______________________________________

    Esse arquivo pode ser redis-tribudo livremente, desde que seucontedo no seja modificado dequalquer forma. Ele no pode servendido ou publicado para obterlucro, a menos que seja especifica-

  • mente autorizado antes a pub-licao com a permisso expressado Kolmogorov- Smirnov Publish-ing, ou John R.H. Penner. Salvo no-tificao em contrrio, este tra-balho tem Copyright 1995 porJohn RH Penner.

    _______________________________________

    Traduo e reviso: Dimas An-gelo Cipoli

    Traduo registrada em 16/10/2013

    Formatao e gerao doepub: RuriaK

  • Brasil, novembro de 2013

    _________

  • IntroduoIntroduo

    NIKOLA TESLA NASCEU naCrocia (ento parte da ustria-Hungria) em 09 de julho de 1856,e morreu 07 de janeiro de 1943.Ele foi o engenheiro eltrico queinventou a AC (Corrente Altern-ada) que fez com que a trans-misso e distribuio da energiaeltrica sejam possveis. Teslacomeou seus estudos em fsicae matemtica na Graz Politc-

  • nica, em seguida, fez filosofiana Universidade de Praga.

    Ele trabalhou como engen-heiro eltrico, em Budapeste,na Hungria, e posteriormentena Frana e Alemanha. Em1888, a descoberta de que umcampo magntico pode serfeito para girar se duas bobinasperpendiculares forem supri-das com corrente alternada 90 fora de fase, tornou possvel ainveno do motor de induode corrente alternada. A maiorvantagem deste motor o seu

  • funcionamento sem escovas,que muitos na poca acred-itavam impossvel.

    Tesla mudou-se para osEstados Unidos em 1884, ondetrabalhou para Thomas Edisonque rapidamente se tornou umrival - Edison era um defensorda CC, (Corrente Contnua), sis-tema de transmisso inferior AC. Durante este tempo, Teslafoi contratado para projetar osgeradores de corrente instala-dos em Niagara Falls [NiagaraFalls o nome coletivo de trs

  • cataratas localizada na fron-teira internacional da provnciacanadense de Ontrio e o es-tado americano de NovaYorque (N.T)]. George Westing-house comprou a patente doseu motor de induo, o qual setornou base do poder Westing-house. Sistema que ainda estna base da moderna indstriade energia eltrica hoje.

    Ele tambm fez umapesquisa notvel sobre a eletri-cidade de alta tenso e comu-nicao sem fio. Em um exper-

  • imento ele criou um terremotoque abalou o terreno por vriosquilmetros em torno de seunovo laboratrio em NovaIorque. Ele tambm antecipouum sistema de comunicaessem fio em todo o mundo,aparelhos de fax, radar, msseisrdio guiados e aeronaves.

  • NIKOLA TESLA OVERDADEIRO UNSUNG [no cel-ebrado ou no elogiado (N.T.)]

    PROFETA DA ERA DAELETRICIDADE! ;

    sem o qual o nosso rdio, ig-nio automtica,

    telefone, energia por correntealternada

    gerao e transmisso, rdioe

  • televiso todos teriam sidoimpossveis.

    No entanto, sua vida e osseus momentos desapare-ceram em grande parte doacesso pblico.

    Esta autobiografia foi lib-erada para resolver esta situ-ao, e para preencher esse"buraco negro" no espao deinformao.

    Kolmogorov-Smirnov Pub-lishing

  • O jovem Nikola.

  • Arbert Einstein e NikolaTesla, 1943.

  • Tesla posando em seu labor-atrio.

  • Captulo 1 - Minha InfnciaCaptulo 1 - Minha Infncia

    Por Nikola TeslaNikola Tesla

    O DESENVOLVIMENTOPROGRESSIVO do homem vi-talmente dependente da in-veno. o produto mais im-portante de seu crebro criativo.Seu objetivo final o completodomnio da mente sobre omundo material, o aproveita-

  • mento das foras da naturezapara necessidades humanas.

    Esta a tarefa difcil do in-ventor que muitas vezes in-compreendido e no recom-pensado. Mas ele encontraampla compensao nos exer-ccios agradveis de seuspoderes e no conhecimento defazer parte de uma classe ex-cepcionalmente privilegiadasem os quais muitos j teriamperecido na luta encarniadacontra elementos impiedosos.

  • Falando por mim, eu j tinhamais do que toda a minha me-dida deste prazer requintado,tanto que por muitos anosminha vida era de xtase con-tnuo. Sou conhecido comosendo um dos trabalhadoresmais difceis e talvez eu seja, seo pensamento o equivalentedo trabalho, pois tenho dedic-ado a ele quase todas as min-has horas de viglia. Mas se otrabalho interpretado comoum desempenho definido emuma especificao de tempo de

  • acordo com uma regra rgida,ento eu posso ser o pior dospreguiosos.

    Todo esforo sob coero ex-ige um sacrifcio de energia vi-tal. Eu nunca paguei tal preo.Pelo contrrio, tenhoprosperado em meuspensamentos. Na tentativa demostrar um retrato fiel dasminhas atividades nestahistria da minha vida, devofalar, embora com relutncia,nas impresses da minha ju-ventude e das circunstncias e

  • eventos que foram fundamen-tais na determinao da minhacarreira. Nossos primeiros es-foros so puramente instintosde uma imaginao vvida e in-disciplinada. Conforme vamoscrescendo, mais a razo se im-pe e nos tornamos mais emais sistemticos e artificiais.Mas os primeiros impulsos,embora no imediatamenteprodutivos, so os maiores mo-mentos e podem moldar nos-sos prprios destinos. Na ver-dade, sinto agora que se eu os

  • tivesse compreendido e cul-tivados, em vez de suprimi-los,eu teria acrescentado um valorsubstancial para o meu legadopara o mundo. Mas no at at-ingir a maturidade e perceberque eu era um inventor.

    Isto foi devido a um nmerode causas. Em primeiro lugar,eu tinha um irmo que era dot-ado a um grau extraordinrio,um desses raros fenmenos dementalidade que a investig-ao biolgica no consegueexplicar. Sua morte prematura

  • deixou meus pais terrenosdesconsolados. (Vou explicar aminha observao sobre meuspais terrenos" mais tarde.) Nspossuamos um cavalo quehavia sido presenteado a nspor um amigo querido. Era ummagnfico animal da raarabe, possuidor de intelign-cia quase humana, e foi cuid-ado e mimado por toda afamlia, tendo em certaocasio, salvado a vida do meuquerido pai sob circunstnciasextraordinrias.

  • Meu pai foi chamado numanoite de inverno para realizarum dever urgente e enquantoatravessava montanhas, infest-adas por lobos, o cavalo se as-sustou e correu para longe,atirando- o violentamente aocho. Ele chegou em casa san-grando e exausto, mas depoisque o alarme soou, imediata-mente saiu correndo nova-mente, retornando para o locale antes que o grupo de buscachegasse, uma vez que estavalonge do local onde

  • encontrava-se meu pai, ele jtinha recuperado a conscinciae remontado, no percebendoque ele tinha ficado deitado naneve por vrias horas. Estecavalo foi responsvel pelasleses do irmo, resultando emsua morte. Presenciei a cenatrgica e, apesar de muitosanos terem se passado desdeento, a minha impresso visu-al no perdeu nada de suafora. Minha recordao desuas realizaes fez todos osmeus esforos parecerem

  • maantes em comparao. Qu-alquer coisa que eu fiz apenasserviu para meus pais parasentirem sua perda mais in-tensamente. Ento eu crescicom pouca confiana em mimmesmo

    Mas eu estava longe de serconsiderado um garoto es-tpido, a julgar por um incid-ente de que eu ainda tenhouma forte lembrana. Um dia,os vereadores estavam pas-sando por uma rua onde eu es-tava brincando com outros

  • meninos. O mais antigo destesvenerveis senhores, um cid-ado rico, fez uma pausa paradar um pedao de prata paracada um de ns. Vindo atmim, de repente ele parou e or-denou: "Olhe nos meus olhos."Eu recebi o seu olhar, com aminha mo estendida para re-ceber a moeda muito valoriz-ada, quando para meu espanto,ele disse: "No, no mesmo, vo-c vai no receber nada demim. Voc muito inteligente".

  • Eles costumavam contaruma histria engraada sobremim. Eu tive duas tias velhascom rostos enrugados, umadeles tendo dois dentes sali-entes, como as presas de umelefante, que ela enterrava emmeu rosto toda vez que ela mebeijava. Nada me assusta maisdo que a perspectiva de receberafetividades de familiares pou-co atraentes. Aconteceu que,enquanto estava sendo trans-portado nos braos de minhame, perguntaram quem era a

  • mais bonita das duas. Depoisde examinar atentamente osseus rostos, eu respondi pens-ativo, apontando para umadelas: "Esta aqui no to feiaquanto a outra".

    Ento, prosseguindo, desdeo meu nascimento havia a in-teno que eu seguisse algumaprofisso clerical e estepensamento constantementeme oprimia. Eu desejava serengenheiro, mas meu pai erainflexvel. Ele era o filho de umoficial que serviu no exrcito do

  • Grande Napoleo e em comumcom seu irmo, professor dematemtica em uma proemin-ente instituio, tinha recebidouma educao militar, mas,singularmente mais tarde ad-otou o clero com vocao. Eleera um homem muito erudito,um verdadeiro filsofo natural,poeta e escritor e seus sermeseram to eloquentes quanto osde Abrao ou Santa Clara. Eletinha uma prodigiosa memriae frequentemente declamoudiversas obras completas em

  • vrias lnguas. Frequente-mente comentava brincandoque, se alguns dos clssicosfossem perdidos, poderiarestaur-los. Seu estilo de es-crita era muito admirado. Eleescreveu frases curtas, con-cisas e cheias de sagacidade estira. Os comentrios bem-humorados que ele fazia eramsempre peculiares e caracter-sticos. Apenas para ilustrar,posso citar um ou dois exem-plos.

  • Tnhamos um ajudante, umhomem estrbico chamadoMane contratado para trabal-har na fazenda. Ele estava cort-ando madeira um dia. Comoele balanou o machado, meupai, que estava perto esentindo-se muito descon-fortvel, advertiu ele, "Peloamor de Deus, Mane, noataque o que voc est consid-erando, mas o que voc pre-tende atingir".

    Em outra ocasio, ele estavalevando um amigo para uma

  • volta de carro, que descuidada-mente permitiu que seu casacode pele caro esfregasse na rodado carro. Meu pai lembrou-lheque dizendo: "Puxe seu casaco,voc est arruinando o meupneu."

    Ele tinha o estranho hbitode falar consigo mesmo emuitas vezes exercia uma an-imada conversa chegando a en-trar em discusso acalorada,mudando o tom de sua voz. Oouvinte casual podia jurar quevrias pessoas estavam na sala.

  • Apesar de que eu tenha quedirecionar minha me ind-cios na influncia de qualquerinventividade que possuo, aformao que me deu deve tersido til. Foi composta por to-dos os tipos de exerccioscomo, adivinhar os pensamen-tos um do outro, descobrir osdefeitos de alguma forma deexpresso, repetindo fraseslongas ou realizar clculosmentais. Estas aulas diriaseram destinadas a fortalecer amemria e a razo, e, especial-

  • mente, para o desenvolvimentodo sentido crtico, e foram, semdvida, muito benficos.

    Minha me era descendentede uma das famlias mais anti-gas do pas e de uma linhagemde inventores. Tanto seu paicomo seu av produziram in-meros instrumentos paracasa, usos agrcolas e outros.Ela era verdadeiramente umagrande mulher, de rara habilid-ade, coragem e fora, que en-frentou as tempestades da vidae passou por muitas experin-

  • cias difceis. Quando ela tinhadezesseis anos, uma peste vir-ulenta varreu o pas. Seu pai foichamado para administrar aextrema uno e durante suaausncia, ela foi sozinha paraprestar auxlio a uma famliavizinha, que foi atingida pelapavorosa doena. Ela banhou evestiu os corpos, ornament-ando segundo o costume dopas e quando o pai voltou, en-controu tudo pronto para umenterro cristo.

  • Minha me era uma invent-ora de primeira ordem e que,creio eu, teria conseguidograndes coisas se no tivesseficado to distante da vidamoderna e suas mltiplasoportunidades. Ela inventou econstruiu todos os tipos de fer-ramentas e dispositivos e fiouos finos tecidos dos vestidosque foram feitos por ela. Elaainda plantou sementes, cul-tivou as plantas e separou asfibras. Ela trabalhava in-cansavelmente, desde o raiar

  • do dia at tarde da noite, e amaior parte dos artigos de ves-turio e mobilirio da casaeram produto de suas mos.Quando ela tinha mais de ses-senta anos, os dedos ainda es-tavam geis o suficiente paraamarrar trs ns em um clio.

    Havia outra e ainda mais im-portante razo para o meu des-pertar tardio. Na minha infn-cia eu sofria de uma aflio pe-culiar devido apario de im-agens, muitas vezes acompan-hadas por fortes flashes de luz,

  • que deterioravam a viso deobjetos reais e interferiam comos meus pensamentos e aes.Eram imagens de coisas e cen-as que eu tinha visto real-mente, nenhuma delas ima-ginria. Quando uma palavraera dita para mim, a imagemdo objeto que ele designavaaparecia vividamente naminha viso e s vezes eu eraincapaz de distinguir se o queeu vi era tangvel ou no. Issome causava grande descon-forto e ansiedade. Nenhum dos

  • estudantes de psicologia oufisiologia que eu consultei ja-mais pode explicar satisfatori-amente estes fenmenos. Eleparece ter sido nico, apesar deque eu ser provavelmente pre-disposto, pois eu sabia que omeu irmo tinha um problemasimilar. A teoria que eu for-mulei que as imagens eramo resultado de uma ao do re-flexo do crebro na retina sobgrande excitao. Elas certa-mente no eram alucinaes,como so produzidas nas

  • mentes doentes e de angusti-ados, visto que, em outros as-pectos, eu era normal e sereno.Para dar uma ideia da minhaangstia, suponha que eutivesse assistido a um funeralou algum outro espetculo es-tressante. Ento, inevitavel-mente, na quietude da noite,uma imagem viva da cena eraintroduzida diante dos meusolhos e persistia, apesar de to-dos os meus esforos parabani-la. Se a minha explicaoest correta, deve ser possvel

  • projetar em uma tela a imagemde qualquer objeto que se ima-ginar e torn-la visvel. Talantecedncia iria revolucionartodas as relaes humanas.Estou convencido de que estamaravilha pode e deve ser real-izada em algum em tempo.Posso acrescentar que tenhodedicado muito tempopensando na soluo do prob-lema.

    Eu tenho tentado transmitiressa imagem, a que eu vejo emminha mente, para a mente de

  • outra pessoa, em outra sala.Para me livrar dessas apariesque me atormentavam, eu ten-tei concentrar minha menteem outra coisa que eu tinhavisto, e desta forma eu muitasvezes consegui obter um alviotemporrio, mas, a fim de obt-lo, eu tinha que imaginar con-tinuamente novas imagens.No demorou muito antes deeu descobrir que eu tinha es-gotado todas aquelas sob meudomnio, meu 'carretel' tinhaacabado por assim dizer,

  • porque eu tinha visto pouco domundo - apenas objetos emminha casa e nas imediaes.Quando eu executei essas oper-aes mentais pela segunda outerceira vez, a fim de afugent-ar o aparecimento das minhasvises, o remdio perdeugradualmente toda a sua fora.Ento eu instintivamentecomecei a fazer excurses paraalm dos limites do pequenomundo de que eu tinha conhe-cimento para ver novas cenas.Estas eram no comeo muito

  • turvas e indistintas, e ficavammuito afastadas quando eutentava concentrar minhaateno sobre elas. Elas gan-haram fora e distino e, final-mente, assumiram a concret-ude das coisas reais. Eu logodescobri que o meu melhorconforto era alcanado se eusimplesmente forasse aminha viso mais e mais, ob-tendo novas impresses todo otempo, e ento eu comecei aviajar, claro, na minha mente.Todas as noites, (e, por vezes

  • durante o dia), quando soz-inho, tinha incio minhas via-gens - ver novos lugares, cid-ades e pases; morar l, con-hecer pessoas e fazer amizadese conhecidos e, incrvel, no en-tanto, era o fato de que eleseram to queridos para mimcomo aqueles da vida real, enem um pouco menos intensoem suas manifestaes.

    Eu fiz isso constantementeat quando eu estava comcerca de dezessete anos,quando meus pensamentos se

  • voltaram seriamente in-veno. Ento eu observei comalegria que eu poderia visual-izar com a maior facilidade. Euno precisava de modelos,desenhos ou experimentos. Eupodia imaginar tudo em minhamente. Assim fui levado incon-scientemente a desenvolver oque eu acreditava ser um novomtodo de materializar concei-tos criativos e ideias, o que radicalmente oposto ao pura-mente experimental e, em

  • minha opinio, sempre muitomais rpido e eficiente.

    A partir momento em quealgum constri um aparelhopara levar prtica uma ideiacrua, ele encontra-se inev-itavelmente absorvido com ospormenores do aparelho. Comoele continua melhorar e recon-struir, sua fora de con-centrao diminui e ele perdevista o grande princpio subja-cente. Os resultados podem serobtidos, mas sempre com osacrifcio da qualidade. O meu

  • mtodo diferente. No meapresso no trabalho real.Quando eu tenho uma ideia, eucomeo a constru-la total-mente em minha imaginao.Eu mudo a construo, aper-feioou e opero o dispositivoem minha mente. absoluta-mente irrelevante para mim euexecutar a minha turbina empensamento ou test-la naminha oficina. Eu aindaobservo se est fora deequilbrio. No existe qualquerdiferena, os resultados so os

  • mesmos. Desta forma, eu soucapaz de rapidamente desen-volver e aperfeioar a con-cepo sem tocar em nada.Quando eu tiver ido to longeat incluir na inveno cadapossvel melhora que eu possapensar e no vejo falha emqualquer lugar, eu concretizoeste produto final do meucrebro. Invariavelmente, o dis-positivo funciona como eu con-cebi que deveria, e o resultado exatamente como eu plane-jei. Em 20 anos no houve uma

  • nica exceo. Por que deveriaser diferente? Engenharia,eltrica e mecnica, os resulta-dos so sempre positivos. di-fcil encontrar um assunto queno pode ser examinado deantemo, a partir da teoria edados prticos disponveis. Arealizao na prtica de umaideia crua como feito em ger-al, no nada mais do que des-perdcio de energia, dinheiro etempo.

    A aflio da minha infnciagerou tambm outra com-

  • pensao. O incessante esforomental desenvolveu meuspoderes de observao e mepermitiu descobrir uma ver-dade de grande importncia.Eu j observado que o apareci-mento das imagens era sempreprecedido pela viso real dascenas em condies peculiarese, geralmente, muito excep-cionais, e eu era impelido emcada ocasio a localizar o im-pulso original. Depois de umtempo este esforo cresceu setornou quase automtico e eu

  • ganhei grande facilidade emconectar causa e efeito. Logopercebi, para minha surpresa,que cada pensamento que euconcebia era sugerido por umanoo externa. No s isso,mas todas as minhas aeseram impelidas de uma formasemelhante. No decurso dotempo, tornou-se perfeita-mente evidente para mim queeu era meramente dotado deuma automatizao do poderdo IMPULSO MENTALRESPONDENDO

  • ESTIMULAO DOS ORGOSDO SENTIDO ECONSEQUENTEMENTE APENSAR E AGIR DE ACORDO[grifo do autor (N.T.)]. O res-ultado prtico disso era a ca-pacidade do controle distn-cia, que tem sido at agora real-izada apenas de forma imper-feita. Sua possibilidade latente,no entanto, eventualmenteser mostrada. Eu tenho plane-jado h anos autmatos auto-controlados e acredito queestes mecanismos podero ser

  • produzidos, que iro agir comose possussem razo, num graulimitado, e iro criar uma re-voluo em muitos departa-mentos comerciais e industri-ais. Eu tinha uns 12 anos de id-ade, quando, pela primeira, vezeu consegui banir uma imagemda minha viso com esforo in-tencional, mas eu nunca tivequalquer controle sobre osflashes de luz. Eram, talvez, aminha estranha e (mais) inex-plicvel experincia. Eles geral-mente ocorriam quando eu me

  • encontrava em uma situaoperigosa ou angustiante ouquando eu estava muito anim-ado. Em alguns casos, eu via to-do o ar em torno de mim cheiode lnguas de fogo. A sua in-tensidade, em vez de diminuir,aumentou com o tempo e,aparentemente, atingiu seupice quando eu tinha uns 25anos de idade.

    Quando estava em Paris, em1883, eu aceitei um convitefeito por fabricante francsproeminente para uma ex-

  • pedio de tiro. Eu estava con-finado oficina e o ar frescoprovocou- me um efeito mara-vilhosamente revigorante. Navolta para a cidade naquelanoite, senti uma sensao in-egvel de que meu crebrohavia pegado fogo. Tinha asensao de que um pequenosol se localizava na mesma e eupassei a noite inteira aplicandocompressas frias na minha tor-turada cabea. Finalmente osflashes diminuram em fre-quncia e fora, mas levou

  • mais de trs semanas antes dedesaparecerem totalmente.Quando um segundo convitefoi estendido a mim, a minharesposta foi um enftico NO!

    Estes fenmenos luminososainda se manifestam ao longodo tempo, como quando umanova ideia iniciando possibilid-ades me aparece, mas eles noso mais emocionantes, sendode uma intensidade relativa-mente pequena. Quando eufecho meus olhos, eu sempreobservo em primeiro lugar, um

  • fundo de azul muito escuro euniforme, no muito diferentedo cu em uma noite clara semestrelas. Em poucos segundos,este campo torna-se animadocom inmeros lagos verdes cin-tilantes, dispostos em vriascamadas, avanando na minhadireo. Depois aparece, direita, um belo padro de doissistemas de linhas paralelas eestreitamente espaadas, emngulos retos entre si, de todasas cores, predominantementeamarelo, verde e ouro. Imedi-

  • atamente depois disso, as lin-has ficam mais brilhantes etudo fica densamente salpic-ado de pontos brilhantes deluz. A imagem se move devagaratravs do campo de viso e emcerca de dez segundos desa-parece esquerda, deixandopara trs um terreno cinzabastante desagradvel e inerteat que a segunda fase inicia.Toda vez, antes de adormecer,aparecem imagens de pessoasou objetos, do meu ponto devista. Quando eu os vejo sei

  • que estou prestes a perder aconscincia. Se estiverem aus-entes e se recusam a vir, issosignifica que terei uma noitesem dormir. Para estender acompreenso desta imagin-ao, com a qual eu brinqueina minha infncia, eu possoilustrar com outra experinciaestranha.

    Como a maioria das crian-as, eu gostava de pular edesenvolvi um intenso desejode me sustentar no ar. Ocasion-almente, um vento forte rica-

  • mente carregado de oxigniosoprava das montanhas, tor-nando meu corpo leve comocortia e, em seguida, eu pulavae flutuava no espao por umlongo perodo de tempo. Erauma sensao deliciosa e meudesapontamento foi enormequando mais tarde eu percebique estava enganado. Duranteesse perodo, adquiri muitosgostos estranhos, averses ehbitos, alguns dos quais euposso creditar a impresses ex-ternas, enquanto outros eram

  • inexplicveis. Eu tinha umaaverso violenta contra brincosde mulheres, mas outros ad-ornos como pulseiras, me agra-davam mais ou menos deacordo com o design. A visode uma prola quase me pare-cia adequada, mas o que me at-raa era o brilho de cristais ouobjetos com arestas vivas e su-perfcies planas. Eu no tocariao cabelo de outras pessoas, ex-ceto, talvez, sob a mira de umrevlver. Eu podia ficar febril aoolhar para um pssego e um

  • pedao de cnfora que est-ivesse em qualquer lugar dacasa me causava o mais agudodesconforto. Mesmo agora, euno sou insensvel a algunsdesses impulsos perturbad-ores. Quando eu soltavapequenos quadrados de papelem um prato cheio comlquido, eu sempre senti umgosto peculiar e terrvel naminha boca. Eu contava os pas-sos em minhas caminhadas ecalculava o contedo cbico depratos de sopa, xcaras de caf

  • e pedaos de comida, caso con-trrio, a minha refeio ficavadesagradvel. Todos os atos re-petitivos ou operaes por mimrealizadas tinham que ser di-visveis por trs e se eu errasseme sentia impelido a fazer tudode novo, mesmo que levassehoras. At a idade de oito anos,o meu carter era fraco e va-cilante. Eu no tinha nem cor-agem nem fora para tomaruma deciso firme. Meus sen-timentos vinham em ondas evariavam incessantemente

  • entre extremos. Meus desejosconsumiam meu vigor e, comoas cabeas da hidra, eles semultiplicavam. Eu era ator-mentado por pensamentossobre a dor na vida e na mortee medo religioso. Eu era influ-enciado por supersties evivia em constante temor deespritos do mal, de fantasmase ogros e outros monstros pro-fanos do escuro. Ento, de suma vez, ocorreu uma tre-menda mudana que alterou o

  • curso de toda a minha existn-cia.

    De todas as coisas que eugostava, livros sempre est-iveram em primeiro lugar. Meupai tinha uma bibliotecagrande e sempre que podia,tentava satisfazer a minhapaixo pela leitura. Ele no per-mita e ficava com raiva quandome pegava em flagrante. Eleescondeu as velas quandodescobriu que eu era lia escon-dido. No queria que eu estra-gasse meus olhos. Mas com o

  • sebo que consegui obter, fiz pa-vios e moldei pequenos bastesToda noite eu tapava o buracoda fechadura e as frestas e lia,muitas vezes at de mad-rugada, quando todos os outrosdormiam e minha mecomeava a sua rdua tarefadiria.

    Em certa ocasio, me de-parei com um livro intitulado"Aoafi (filho de Aba), umatraduo para o Srvio de umescritor hngaro conhecido,Josika. Este trabalho de alguma

  • maneira despertou minha ad-ormecida fora de vontade ecomecei a praticar o autocon-trole. No princpio minhas res-olues desapareceram comoneve em abril, mas em poucotempo eu dominei minhafraqueza e senti um prazer queeu nunca tive antes - o de fazero que eu quisesse.

    No decorrer do tempo, esteexerccio mental vigoroso setornou minha segundanatureza. No incio a minhavontade tinha de ser sub-

  • jugada, mas gradualmente odesejo cresceu e tornaram-seidnticos. Depois de anos dedisciplina ganhei um domnioto completo sobre mimmesmo que eu comecei a brin-car com os sentimentos dosoutros, o que significou adestruio de alguns dos ho-mens mais fortes. Em certa id-ade contra uma mania para ojogo que preocupou muitomeus pais. Sentar-me para jog-ar de cartas era para mim aquintessncia do prazer. Meu

  • pai levou uma vida exemplar eno podia desculpar o desper-dcio sem sentido de meutempo e dinheiro ao qual eu meentregava. Eu tinha uma fortevontade forte, mas a minhafilosofia era ruim. Eu dizia a ele:"Eu posso parar quando euquiser, mas que eu deveria de-sistir de algo que vale a penae que me fazia sentir que euhavia comprado as alegrias doparaso? "Em ocasies fre-quentes ele deu vazo suaraiva e desprezo, mas minha

  • me era diferente. Ela entendiao carter dos homens e sabiaque a salvao s viria atravsde meus prprios esforos.Uma tarde, eu me lembro,quando eu tinha perdido todoo meu dinheiro e estava dese-joso por um jogo, ela veio atmim com um mao de notas edisse: 'V e divirta-se. Quantomais cedo voc perder tudo oque possui, o melhor ser. Eusei que voc vai superar isso.Ela estava certa. Eu dominei aminha paixo, ento a nica

  • coisa que posso lamentar noter sido cem vezes mais forte.Eu no s dominei, mas arran-quei do meu corao sem deix-ar sequer um trao de desejo.

    Desde aquele tempo eutenho sido to indiferente aqualquer tipo de jogo como pal-itar os dentes. Durante um per-odo eu fumava excessiva-mente, ameaando arruinar aminha sade. Ento, a minhavontade se afirmou e eu no sparei, mas aniquilei toda in-clinao. H muito tempo atrs

  • eu sofria de problemas carda-cos at que eu descobri que eradevido inocente xcara decaf que eu consumia todas asmanhs. Eu interrompi imedi-atamente, embora confesseque no foi uma tarefa fcil.Desta forma, eu verifiquei econtrolei outros hbitos epaixes, o que no s preser-vou minha vida, mas gerou deuma quantidade imensa desatisfao, o que a maioria doshomens consideraria privaoe sacrifcio.

  • Depois de terminar osestudos no Instituto Politcnicoe Universidade, eu tive umcompleto colapso nervoso e en-quanto a doena durou obser-vei muitos fenmenos estran-hos e inacreditveis ...

  • Captulo 2Captulo 2

    EU TENHO O dever de falarbrevemente sobre essas exper-incias extraordinrias, por con-ta de seu possvel interesse paraos estudantes de psicologia efisiologia, e tambm porque ainfluncia deste perodo de ago-nia foi o fator mais relevante emmeu desenvolvimento mental eem trabalhos posteriores. Mas indispensvel primeiro relacion-ar as circunstncias e condiesque as precederam e em quais

  • podem ser encontradas a suaexplicao parcial.

    Desde a infncia fui obri-gado a concentrar a atenosobre mim. Isto me causoumuito sofrimento, mas do meuponto de vista atual, foi umabno disfarada que me en-sinou a apreciar o valor ines-timvel da introspeco na pre-servao da vida, bem comoum meio de realizao. Aspresses da ocupao e dofluxo incessante de impressessobrecarregando a nossa con-

  • scincia atravs de todas as en-tradas de conhecimento fazemda existncia moderna peri-gosa em muitas maneiras. Amaioria as pessoas esto toabsortas na contemplao domundo exterior que elas sototalmente alheias ao que estpassando dentro de si. A morteprematura de milhes a prin-cipal causa rastrevel. Mesmoentre aqueles que prestamateno, um erro comumaludir para o imaginrio, e ig-norar os perigos reais. E o que

  • verdadeiro em um indivduotambm se aplica, mais oumenos, a um povo como um to-do.

    Abstinncia nem sempre foipara o meu gosto, mas achouma ampla recompensa nasagradveis experincias que euestou fazendo agora. Assim, naesperana de converter algunspara os meus preceitos e con-vices, vou recordar um oudois.

    Pouco tempo atrs, eu es-tava voltando para o meu hotel.

  • Era uma noite fria, o choescorregadio, e nenhum txipara ser tomado. Metade de umquarteiro atrs de mim, eraseguido por outro homem,evidentemente to ansiosoquanto eu para chegar ao ab-rigo. De repente minhas pernassubiram no ar. No mesmo in-stante, meu crebro nublou-se.Os nervos responderam, o osmsculos contraram. Girei 180graus e ca de quatro. Retomeimeu andar como se nadativesse acontecido quando o

  • estranho me alcanou. "Quan-tos anos voc tem?", ele per-guntou, me examinando crit-icamente.

    "Oh, cerca de cinquenta enove anos," eu respondi, "Eda"?

    "Bem", ele disse, "Eu vi umgato fazer isso, mas nunca umhomem." Cerca de um ms at-rs, eu queria encomendarnovos culos e fui a umoculista que me fez passarpelos testes habituais. Entoele me olhou com incredulid-

  • ade quando eu li com facilid-ade a menor impresso a umadistncia considervel. Masquando eu lhe disse que tinhaquase sessenta anos ele en-gasgou perplexo. Alguns ami-gos meus, muitas vezescomentam que meus ternosme encaixam como luvas, maseles no sabem que toda aminha roupa feita com as me-didas que foram tomadasquase 15 anos atrs e nuncamudaram. Durante estemesmo perodo, o meu peso

  • no tem variou nem meioquilo. Neste contexto, eu possocontar uma histria engraada.

    Uma noite, no inverno de1885, o Sr. Edison, Edward H.Johnson, o Presidente da Edis-on Illuminating Company, Mr.Batchellor, gerente de obras, eeu mesmo, entramos em umpequeno lugar em frente a 65Firth Avenue, onde os escritri-os da empresa eram localiza-dos. Algum sugeriu adivinharpesos e fui convidado a subirem uma balana. Edison

  • apalpou-me e disse: "Teslapesa 152 . para uma ona[68,85 kg com uma diferena de3g (N.T.)], e ele adivinhou ex-atamente. Nu, eu pesava 142 [64,33 Kg (N.T.)], o qual ainda meu peso. Eu sussurrei para oSr. Johnson: "Como possvelque Edison possa adivinharmeu peso to de perto"?

    "Bem", disse ele, baixando avoz. "Eu vou dizer-lhe confid-encialmente, mas voc no de-ve dizer nada. Ele foiempregado por um longo

  • tempo em um matadouro emChicago, onde ele pesava mil-hares de porcos todos os dias. por isso".

    Meu amigo, o Exmo. Chaun-cey M. Dupew, conta a histriaque um ingls contou estahistria originalmente e queouviu com uma expresso con-fusa, mas um ano depois,soltou uma gargalhada. Eufrancamente confesso que leveimais tempo para apreciar a pi-ada de Johnson. Agora, meubem-estar simplesmente o

  • resultado de um cuidadosomodo de vida e, talvez, a coisamais surpreendente seja queem trs vezes em minha juven-tude fui tomado por doenas dedesesperada destruio fsica aponto de ser desenganadopelos mdicos. Mais do queisso, por ignorncia e otim-ismo, eu entrei em todos os ti-pos de dificuldades, perigos earranhes dos quais eu melivrei quase como por encanta-mento. Eu quase me afoguei,fui sepultado, me perdi e morri

  • de frio. Escapei por um fio deces raivosos, porcos e outrosanimais selvagens. Passei porterrveis doenas eaconteceram-me todos os tiposde acidentes estranhos e hojeestou inteiro e saudvel. Parecemilagre. Mas se bem me lembrodesses incidentes que me vem mente, estou convencido deque minha preservao no foitotalmente acidental, mas quefoi de fato o trabalho do poderdivino. O esforo de um invent-or , em essncia, salvar vidas.

  • Se ele aproveita as foras, mel-hora dispositivos ou fornecenovos confortos e convenin-cias, ele est adicionando se-gurana nossa existncia. Eletambm mais qualificado doque a mdia individual paraproteger-se do perigo, pois ele atento e criativo. Se eu notinha outra prova de que euera, em certa medida, dotadode tais qualidades, eu as en-contrei nestas experinciaspessoais. O leitor ser capaz de

  • julgar por si mesmo se eu citarum ou dois casos.

    Em uma ocasio, com cercade 14 anos de idade, eu queriaassustar alguns amigos que fo-ram tomar banho comigo. Meuplano era mergulhar sob umalonga estrutura flutuante edeslizar calmamente at aooutro extremo. Natao e mer-gulho so to naturais paramim como para um pato e euestava confiante de que eu po-deria realizar a faanha. Assim,mergulhei na gua e, quando

  • estava fora de vista, virei-me epassei rapidamente para o ladooposto. Pensando que eu estavaem segurana alm da estru-tura, subi para a superfcie,mas, para meu espanto, atingiuma viga. Claro, eu rapida-mente mergulhei e segui emfrente com rpidas braadasat que meu flego comeou aacabar. Subi uma segunda vez,e minha cabea foi de novo deem encontro com uma viga.Agora eu estava ficando deses-perado. No entanto, reunindo

  • toda a minha energia, fiz umaterceira tentativa frentica,mas o resultado foi o mesmo. Atortura da supresso de respir-ao foi ficando insuportvel,meu crebro estava cam-baleando e senti-meafundando. Naquele momento,quando a minha situao pare-cia absolutamente sem esper-anas, eu experimentei umdesses flashes de luz e a estru-tura acima apareceu diante daminha viso. Tenha eu dis-cernido ou adivinhado que

  • havia um pequeno espao nasuperfcie da gua entre asplacas e as vigas eu, quase in-consciente, flutuei para cima,apertei minha boca entre aspranchas e conseguiu inalarum pouco de ar, infelizmente,misturado com um spray degua que quase me engasgou.Vrias vezes eu repeti esse pro-cedimento como em um sonho,at que o meu corao, que es-tava batendo em um ritmo ter-rvel, se acalmou, e eu recuper-ei a compostura. Depois eu fiz

  • uma srie de mergulhos semsucesso, e acabei perdendocompletamente o senso dedireo, mas somente con-seguiu sair da armadilhaquando finalmente meus ami-gos me acharam e iaram meucorpo. Essa poca balneria foiprejudicada por minha por im-prudncia, mas logo esqueci alio e apenas dois anos maistarde, eu ca em uma situaopior.

    Havia um grande moinhocom uma barragem sobre o rio,

  • perto da cidade onde eu estavaestudando na poca. Como re-gra, a altura da gua era deapenas duas ou trs polegadasacima da barragem e nadar atque era um esporte no muitoperigoso com o qual eu muitasvezes me satisfazia. Um dia, fuisozinho para o rio para divertir-me como de costume. Eu es-tava a uma pequena distnciado moinho, no entanto, fiqueihorrorizado ao observar que agua tinha subido e estava rap-idamente me levando. Eu tentei

  • fugir, mas j era tarde demais.Felizmente, porm, eu eviteiser varrido segurando naparede com ambas as mos. Apresso contra o meu peito eragrande e eu mal conseguiamanter minha cabea acima dasuperfcie. Nem uma alma es-tava vista e minha voz se per-dia no rugido da queda. Lenta egradualmente eu fiquei exaus-to e incapaz de suportar atenso. Assim, quando eu es-tava prestes a soltar, para mechocar contra as rochas abaixo,

  • eu vi em um flash de luz umdiagrama familiar que ilustra oprincpio de que a pressohidrulica de um fluido em mo-vimento proporcional reaexposta e automaticamente mevirei para a esquerda. Comomgica, a presso foi reduzidae achei relativamente fcil meposicionar para resistir forado fluxo. Mas o perigo ainda meafrontava. Eu sabia que maiscedo ou mais tarde eu iria sercarregado para baixo, j queno era possvel que qualquer

  • tipo de ajuda me alcanasseem tempo, mesmo se eu at-rasse a ateno. Eu sou am-bidestro agora, mas, na poca,eu era canhoto e tinha relativa-mente pouca fora no meubrao direito. Por esta razono me atrevi a virar para ooutro lado para descansar enada restava seno empurrarlentamente o meu corpo aolongo da barragem. Eu tinhaque ficar longe do moinho parao qual meu rosto estava virado,onde a corrente era muito mais

  • rpida e profunda. Foi umalonga e dolorosa provao echeguei perto de falhar no final,porque tive que enfrentar umadepresso na barragem. Euconsegui superar com as lti-mas gotas da minha fora edesmaiei quando cheguei margem, onde fui encontrado.Eu tinha rasgado praticamentetoda a pele do meu lado es-querdo e levou vrias semanasantes da febre diminuir e euficar bem. Estes so apenasdois de muitos exemplos, mas

  • podem ser suficientes paramostrar que, se no fosse peloinstinto de inventor, eu noviveria para contar o conto.

    Pessoas interessadas muitasvezes me perguntam como equando comecei a inventar.Isso s posso apenas responder luz de uma lembrana, re-cordo que fui bastante ambi-cioso na minha primeira tent-ativa que envolveu a invenode um aparelho e um mtodo.Como criador eu fui ante-cipado, mas depois fui original.

  • Aconteceu em desta forma. Umdos meus colegas se apossoude um gancho de pesca o quecriou um grande entusiasmona aldeia, e na manh seguintetodos comearam a pegar sa-pos. Fiquei sozinho e abandon-ado devido a uma briga comeste menino. Eu nunca tinhavisto um gancho real e re-tratado como algo maravilhoso,dotado com qualidades peculi-ares, e estava desesperado porno fazer parte da festa. In-stado pela necessidade, eu

  • peguei um pedao de fio deferro macio, martelei entreduas pedras at ficar com aponta afiada, moldei seu form-ato, e prendi a uma corda forte.Eu, ento, cortei a haste, pegueialgumas iscas, e desci at oriacho, onde havia rs emabundncia. Mas eu no con-segui pegar nenhuma e quaseme desencorajei quando balan-cei o gancho vazio na frente deum sapo sentado em um toco.A princpio ele abateu-se, masaos poucos seus olhos se ar-

  • regalaram e ficaram injetados,ele dobrou o seu tamanho nor-mal e mordeu viciosamente ogancho. Puxei imediatamente.Eu tentei a mesma coisa denovo e de novo e o mtodo semostrou infalvel. Quando osmeus companheiros, que,apesar do seu equipamentono haviam pegado nada, vi-eram at mim, ficaram verdesde inveja. Por um longo tempoeu mantive o meu segredo edesfrutei o monoplio, mas fi-nalmente cedi ao esprito de

  • Natal. Foi um desastre para asrs o que os meninos fizeramno vero seguinte.

    Na minha prxima tent-ativa, parece-me, agi sob oprimeiro impulso instintivoque depois me dominou, - colo-car as energias da natureza aservio do homem. Eu fiz issoutilizando May bugs, ou Junebugs [May bugs ou June Bugsso besouros e era uma pragaperidica no tempo Tesla.Foram quase erradicados em

  • meados do sculo 20 (N.T)],como so chamados nos

    Estados Unidos, que eramuma verdadeira praga no pase, por vezes, quebravam os gal-hos das rvores pelo simplespeso de seus corpos. Os arbus-tos ficavam negros com eles.Queria prender quatro delesem uma pea em forma de cruzrotacionvel, disposta sobreum eixo fino, e transmitir o mo-vimento da mesma para umgrande disco e assim obter uma'fora' considervel. Estas criat-

  • uras eram notavelmente efi-cientes, quando comeavam (avoar), eles no tinham senso deparar e continuavam girandopor horas e horas e quantomais quente ficava, mais duroeles trabalhavam. Tudo corriabem at que um garoto es-tranho veio ao meu encontro.Ele era o filho de um oficialaposentado do exrcito aus-traco. Esse moleque comeu osbesouros vivos e gostou delescomo se fossem as mais finasostras. Aquela viso nojenta

  • deu fim aos meus esforosneste campo promissor e eununca mais fui capaz de tocarem besouros ou qualquer outroinseto para esse assunto.

    Depois disso, acredito, eucomprometi-me a desmontar emontar os relgios do meu av.Na primeira parte sempre fuibem sucedido, mas na segundamuitas vezes no. Ento ele, aover o meu trabalho, parou-o deuma forma sbita e no muitodelicada. Levou 30 anos antes

  • de eu enfrentar outro relgionovamente.

    Pouco tempo depois, partipara a fabricao de uma es-pcie de arma de presso queera composta de um tubo oco,um mbolo, e dois tampes decnhamo. Para disparar a arma,pressionava o mbolo contra oestmago e empurrava o tubopara trs rapidamente com am-bas as mos. O ar entre ostampes era comprimido auma alta temperatura e umdeles era expulso com um

  • barulho muito alto. A arte con-sistia na seleo de um tubo decone adequado dos caules ocosque eram encontrados emnosso jardim. Eu me dei muitobem com essa arma, mas min-has atividades interferiramcom as janelas da nossa casae rapidamente fui dol-orosamente desanimado.

    Se bem me lembro, esculpiespadas de peas de mobilirioque pude convenientementeobter. Naquela poca, eu estavasob a influncia da poesia Sr-

  • via nacional e cheio de admir-ao pelos feitos dos heris. Eucostumava passar horas der-rubando meus inimigos naforma de hastes de milho, oque arruinou as colheitas e merendeu vrias palmadas daminha me. Alm disso, estasno foram do tipo formal, maso artigo genuno.

    Eu fiz tudo isso e muito maisantes dos seis anos e passei umano na escola primria daaldeia de Smiljan onde minhafamlia morava. Nessa poca

  • ns nos mudamos para apequena cidade de Gospic, nasproximidades. Esta mudanade residncia foi uma calamid-ade para mim. Fiquei com ocorao partido por causa dosnossos pombos, galinhas eovelhas, e nossa magnfica re-voada de gansos que subia snuvens pela manh e retornavaaos locais de alimentao nocampo, ao pr do sol, em form-ao de batalha to perfeitaque envergonharia um esquad-ro dos melhores aviadores

  • atuais. Em nossa nova casa euera mais um prisioneiro, obser-vando as estranhas pessoasque eu via atravs das cortinasda janela. Minha timidez eratanta que eu preferia enfrentarum leo rugindo a um doscaras da cidade que passeava.Mas o desafio mais difcil vinhano domingo, quando eu tinhaque vestir-me e comparecer missa. L, aconteceu um incid-ente e sua simples lembranafazia o meu sangue coagularcomo leite azedo durante mui-

  • tos anos. Foi a minha segundaaventura em uma igreja. Nomuito tempo antes, eu fiqueipreso por uma noite em umaantiga capela em umamontanha inacessvel que eravisitada apenas uma vez porano. Foi uma experincia hor-rvel, mas esta foi pior.

    Havia uma senhoraabastada na cidade, uma boa,mas pomposa mulher, que cos-tumava vir para a igreja mara-vilhosamente maquiada e comum enorme comboio de

  • atendentes. Num domingo,quando tinha acabado de tocaro sino no campanrio desci asescadas apressado e, enquantoesta grande dama ainda estavasaindo, eu pulei em seu com-boio. Ele arrancou com umrudo intenso que soou comouma salva de tiros de mosqueteemitido por recrutas. Meu paificou lvido de raiva. Ele me deuum tapa suave no rosto, a nicapunio corporal que ele j ad-ministrou a mim, mas eu quasesinto-o agora. A vergonha e a

  • confuso que se seguiram fo-ram indescritveis. Eu estavapraticamente no ostracismo,at que aconteceu algo que res-gatou minha a estima nacomunidade.

    Um jovem comercianteempreendedor organizou umcorpo de bombeiros. Um novocarro de bombeiro foi compra-do, uniformes fornecidos e pre-pararam homens para servio edesfile. O motor foi lindamentepintado de vermelho e preto.Uma tarde, o teste oficial foi

  • preparado e a mquina foitransportada at o rio. Toda apopulao foi testemunhar ogrande espetculo. Quando to-dos os discursos e cerimniasforam concludos, foi dado ocomando de bombear, masnem uma gota de gua saiu dobocal. Os professores e espe-cialistas tentaram em vo loc-alizar o problema. A chiadeiraera geral quando cheguei cena. Meu conhecimento domecanismo era nulo e eu nosabia quase nada de presso de

  • ar, mas, instintivamente, euapalpei a mangueira de sucona gua e descobri que elahavia entrado em colapso.Quando eu entrei no o rio eabri-a, a gua jorrou com forae poucas roupas de domingono foram estragadas. Ar-quimedes correndo nu pelasruas de Siracusa gritandoEureka em altos brados noteve um efeito moral maior doque o meu. Fui carregado nosombros e fui o heri do dia.

  • Ao me estabelecer na cid-ade, comecei um curso dequatro anos, a chamada EscolaNormal preparatria para osmeus estudos no ginsio/fac-uldade. Durante este perodo, omeu af de menino e explor-ador, assim como problemas,continuaram.

    Entre outras coisas, eu atingia distino nica de campeode capturar corvos em meupas. Meu mtodo de procedi-mento era extremamentesimples. Gostava de ir para a

  • floresta, me esconder nos ar-bustos, e imitar o chamado dospssaros. Usualmente eu rece-bia vrias respostas e em umcurto espao de tempo umcorvo se aproximava domatagal perto de mim. Depoisdisso, tudo o que eu precisavafazer era jogar um pedao depapelo para desviar a suaateno, saltar e agarr-loantes que ele pudesse livrar-seda vegetao rasteira. Destaforma, eu capturava tantosquanto desejava. Mas em uma

  • ocasio ocorreu algo que mefez respeit-los. Eu tinhapegado um belo par de ps-saros e estava voltando paracasa com um amigo. Quandosamos da floresta, milhares decorvos haviam se reunidofazendo um barulho terrvel.Em poucos minutos, elessaram em perseguio e logonos envolveram. A diversodurou at que, de repente, re-cebi uma pancada na parte detrs da minha cabea, que mederrubou. Ento, eles me ata-

  • caram violentamente. Eu fuiobrigado a libertar os dois ps-saros e fiquei feliz por me re-unir com o meu amigo quetinha se refugiado em uma cav-erna.

    Na sala da escola havia al-guns modelos mecnicos queme interessaram e volteiminha ateno para turbinashidrulicas. Eu constru muitase descobri um grande prazer aooper-las. Um incidente podeilustrar quo extraordinria eraa minha vida. Meu tio no via

  • nenhuma utilidade para estetipo de passatempo e mais deuma vez repreendeu-me.Fiquei fascinado com adescrio, que eu tinha consul-tado, de Niagara Falls, e pro-jetei em minha imaginaouma grande roda girando pelasquedas. Eu disse ao meu tioque eu iria para a Amrica erealizaria esse projeto. Trintaanos depois, minhas ideiastornaram-se realidade emNiagara e maravilhei- me com

  • o insondvel mistrio damente.

    Eu fiz todos os tipos de out-ras invenes e engenhocas,mas entre todas, as bestas queeu produzi foram as melhores.Minhas flechas, embora curtas,desapareciam da viso e a cur-ta distncia atravessavam umaprancha de pinus de umapolegada de espessura. Porcausa da contnua compressodos arcos desenvolvi uma pelena minha barriga muito pare-cida com a de um crocodilo e

  • muitas vezes me perguntam se devido a este exerccio que eusou capaz at hoje de digerirpedras de calada! Tambmno posso deixar passar emsilncio a minha performancecom a funda que me permitiufazer uma deslumbrante apre-sentao no Hipdromo. Eagora vou falar de um dosmeus feitos com uma originalferramenta de guerra que iresforar ao mximo a credulid-ade do leitor.

  • Eu estava praticando en-quanto caminhava com meutio ao longo do rio. O sol estavase pondo, as trutas se diver-tiam e de vez em quando umase atirava para o ar, o reflexo doseu corpo brilhante bem defin-ido projetando-se contra umarocha. claro que qualquermenino pode atingir um peixenestas condies propcias,mas realizei uma tarefa muitomais difcil e eu predisse a meutio, nos mnimos detalhes, oque eu pretendia fazer. Eu ia

  • lanar uma pedra de encontroao peixe, pressionar seu corpocontra a rocha, e cort-lo emdois. Foi dito e feito. Meu tiome olhou assustado e exclam-ou: "Vade Retro Satans!"Demorou alguns dias antes deele falar comigo novamente.Outros registros, apesar de ser-em grandes, sero eclipsados,mas eu sinto que eu poderiadescansar em paz em meuslouros por mil anos.

  • CaptuloCaptulo 33 -- ComoComo TeslaTesla concebeuconcebeu oocampo magntico rotativocampo magntico rotativo

    COM A IDADE de dez anos euentrei no ginsio, que era umainstituio nova e muito bemequipada. No departamento defsica havia vrios modelos cls-sicos de aparelhos cientficos,eltricos e mecnicos. Asdemonstraes e experinciasrealizadas ao longo do tempopelos instrutores me fascinarame foi, sem dvida, um poderosoincentivo inveno. Eu tam-bm era passionalmente apaix-

  • onado por estudos dematemtica, muitas vezes gan-hei elogios do professor porcalcular rapidamente. Isto sedeveu minha facilidade ad-quirida de visualizar os dadose executar a operao, no naforma intuitiva de costume,mas como na vida real. Atcerto grau de complexidade eraabsolutamente o mesmo paramim se eu escrevesse os sm-bolos no quadro ou se os ideal-izasse antes na minha visomental. Mas o desenho mo

  • livre, ao que muitas horas docurso foram dedicadas, era umaborrecimento que eu no po-dia suportar. Isto foi bastantesingular uma vez que a maioriados membros da minha famliase destacou no mesmo. Talveza minha averso fosse simples-mente devido predileo queencontrei no pensamento semser perturbado. Se no fossepor alguns meninos extrema-mente estpidos, que no con-seguiam fazer nada, meu regis-tro teria sido o pior.

  • Era uma sria desvantagemporque no regime educacionalexistente o desenho educa-cional era obrigatrio, essa de-ficincia ameaou estragartoda a minha carreira e meupai teve considerveis di-ficuldades em me trocar deuma classe para outra.

    No segundo ano na institu-io fiquei obcecado com aideia de produzir movimentocontnuo por meio de pressode ar constante. O incidente dabomba, o qual j narrei, tinha

  • incendiado a minha jovemimaginao e me impression-ado com as possibilidades ilim-itadas do vcuo. O meu desejode aproveitar esta energia in-esgotvel cresceu frenetica-mente, mas por um longotempo eu fiquei tateando noescuro. Finalmente, no entanto,meus esforos se cristalizaramem uma inveno que, paramim, permitiriam alcanar oque nenhum outro mortal ja-mais havia tentado. Imagineum cilindro que pode rodar

  • livremente em dois rolamentose parcialmente rodeado poruma calha retangular, que seencaixam perfeitamente. Olado aberto da calha fechadopor uma partio de modo osegmento cilndrico dentro doinvlucro divide este ltimo emdois compartimentos separa-dos totalmente um do outropor juntas hermticas desliz-antes. Um desses comparti-mentos sendo vedado e total-mente selado e o outro per-manecendo aberto, o resultado

  • seria uma rotao perptua docilindro. Pelo menos era o queeu pensava.

    Constru um modelo demadeira, ajustei com infinitocuidado e, quando apertei abomba de um lado, observeique havia uma propenso paragirar, eu delirei de alegria.Mecnica poderia ser a nicacoisa que eu queria fazer em-bora ainda sob a lembrana de-sanimadora de uma queda feia,quando eu pulei da parte su-perior de um edifcio

  • sustentado por um guarda-chuva. Eu usava todos os diaspara transportar-me pelo do arpara regies distantes, mas nopodia entender como eu con-seguia faz-lo [SIC]. Agora eutinha algo concreto, uma m-quina simples com nada maisdo que um eixo de rotao, asaletas envolvidas e - um vcuode poder ilimitado! Daquelemomento em diante eu fariaminhas excurses areas diri-as em um veculo de confortoe luxo como conviria ao Rei Sa-

  • lomo. Demorou anos antes deeu entender que a presso at-mosfrica agia perpendicular-mente superfcie do cilindro eque o esforo rotativo leve queobservei era devido a um vaza-mento! Apesar de esse conhe-cimento vir gradualmente, foium choque doloroso.

    Eu mal tinha terminado omeu curso no ginsio quandofiquei prostrado com umadoena perigosa, ou melhor,vrias delas, e minha condiotornou-se to desesperadora

  • que fui desenganado pelosmdicos. Durante este perodo,foi-me permitido ler constante-mente com a obteno de livrosda Biblioteca Pblica, que tinhasido negligenciada e ainda foi-me confiada a classificao dasobras e elaborao de catlo-gos.

    Um dia foi-me entregue al-guns volumes de uma nova lit-eratura diferente de tudo queeu j tinha lido antes, tocativante que me fez esquecertotalmente meu estado sem es-

  • perana. Eram as primeirasobras de Mark Twain e a elaspode-se creditar a milagrosarecuperao que se seguiu.Vinte e cinco anos mais tarde,quando me encontrei com o Sr.Clements e formamos umaamizade, contei-lhe sobre a ex-perincia e fiquei surpreso aover no grande homem uma ex-ploso de riso em pranto ...

    Meus estudos continuaramno ginsio superior em Carl-stadt, Crocia, onde uma dasminhas tias residia. Ela era

  • uma distinta senhora, esposade um coronel que era um vet-erano que participou de muitasbatalhas. Nunca pude esqueceros trs anos que passei em suacasa. Nenhuma fortaleza emtempos de guerra tinha maisdisciplina rgida. Eu foi alimen-tado como um canrio. Todosos pratos eram da mais altaqualidade e deliciosamentepreparados, mas em quantid-ade menor que mil por cento.As fatias de presunto cortadaspor minha tia eram como papel

  • de seda. Quando o coronelpunha algo substancial no meuprato rapidamente ela tirava edizia animadamente para ele,"Tenha cuidado. Niko muitodelicado."

    Eu tinha um apetite voraz esofria como Tntalo [Na mito-logia grega, Tntalo era um reique foi punido por servir aosdeuses a carne do seu prpriofilho, como castigo foi lanadoao Trtaro (mundo inferior),onde no podia nem comer ou

  • beber, porque os alimentos seafastavam dele (N.T.)].

    Mas eu vivia em uma atmos-fera de requinte e gostoartstico bastante incomumpara aqueles tempos e con-dies. O terreno era baixo epantanoso e a febre amarelanunca me deixou enquantomorei l, apesar das enormesquantidades de quinino con-sumidas. Ocasionalmente, o riosubia e conduzia um exrcitode ratos para os edifcios, de-vorando tudo, at mesmo os

  • feixes de pprica ardida. Essaspragas foram para mim umadistrao bem-vinda. Eu dividiaas suas fileiras por todos osmeios, o que me fez ganhar adistino nada invejvel decaador de ratos na comunid-ade. Finalmente, no entanto,completei meu curso, a misriaterminou, e eu obtive o certific-ado de maturidade que me le-vou a uma encruzilhada.

    Durante todos esses anos,meus pais nunca vacilaram nasua vontade de que eu ab-

  • raasse o clero. O simplespensamento me enchia de pa-vor. Eu tinha me tornado in-tensamente interessado emeletricidade sob a estimulanteinfluncia do meu professor defsica, que era um homem en-genhoso e muitas vezesdemonstrou os princpios emaparelhos que ele prprio in-ventou. Dentre estes lembroum dispositivo na forma de umbulbo livremente rotativo, comrevestimento de papelalumnio, que foi feito para gir-

  • ar rapidamente quando ligadoa uma mquina esttica. im-possvel para mim para trans-mitir uma idia adequada daintensidade de sentimento queeu experimentei em testemun-har suas exposies destesfenmenos misteriosos. Cadaimpresso produzida aindaecoa em minha mente. Euqueria saber mais dessa foramaravilhosa, ansiava por ex-perincia e investigao eresignei-me ao inevitvel comdor no corao. Quando estava

  • preparando-me para a longaviagem para casa recebi a not-cia de que meu pai queria queeu fosse a uma expedio detiro. Era um pedido estranho,uma vez que ele sempre seops fortemente a este tipo deesporte. Mas alguns dias de-pois, eu soube que a cleragrassava naquele distrito e,aproveitando a oportunidade,eu voltei a Gospic ignorando avontade dos meus pais. in-crvel como pessoas eram ab-solutamente ignorantes quanto

  • s causas deste flagelo que in-fligia o pas em intervalos dequinze a vinte anos. Elesachavam que os agentes mor-tais eram transmitidos atravsdo ar e enchiam-no com odoresfortes e fumaa. Enquanto issoeles bebiam gua infestada emorriam aos montes. Eu con-tra a terrvel doena nomesmo dia da minha chegadae, apesar de sobreviver crise,fiquei confinado cama pornove meses com quase nen-huma capacidade de me

  • mover. Minha energia foi com-pletamente esgotada e, pela se-gunda vez encontrei-me sportas da morte.

    Em um perodo de esmoreci-mento, julgando que eu estavanas ltimas, meu pai correupara o quarto. Eu ainda vejoseu rosto plido quando eletentou me animar usando tonsque desmentiam sua garantia."Talvez," eu disse, "Eu possaficar bem, se voc me deixarestudar engenharia." "Voc vaipara a melhor instituio tc-

  • nica do mundo", ele respondeusolenemente, e eu sabia que eleestava falando srio. Umgrande peso foi tirado daminha mente, mas o alvio ter-ia chegado tarde demais, nofosse por uma cura maravil-hosa produzida atravs da de-coco de um peculiar feijoamargo. Eu voltei a viver comoLzaro [Lzaro de Betnia umpersonagem bblico descrito noevangelho segundo Joo comoum amigo que Jesus teria res-suscitado, irmo de Maria e

  • Marta (N.T.)] para espanto totalde todos.

    Meu pai insistiu que eu pas-sasse um ano fazendo exerc-cios fsicos saudveis ao ar livree eu relutantemente concordei.Na maior parte do tempo euvagava nas montanhas, comuma roupa de caador car-regando um pacote de livros, eeste contato com a naturezame fez ficar mais forte nocorpo, bem como na mente.Pensei e planejei, concebimuitas idias quase como uma

  • regra ilusria. Na imaginaoeram bastantes claras, mas oconhecimento dos princpiosera muito limitado.

    Em uma inveno minhapropus transmitir cartas e pa-cotes atravs dos mares, at-ravs de um tubo submarino,em recipientes esfricos forteso suficiente para resistir presso hidrulica. A unidadede bombeamento destinada aforar a gua atravs do tubo,foi precisamente desenhada eprojetada e todos os outros ele-

  • mentos cuidadosamente tra-balhados. S um detalhe insig-nificante, sem importncia, foilevemente ignorado. Eu assumiuma velocidade arbitrria dagua e, alm disso, tinha prazerem mant-la alta, chegando as-sim a um desempenho estu-pendo apoiado por clculos im-pecveis. Reflexes posteriores,no entanto, sobre a resistnciados tubos aos fluidos me in-duziram tornar pblica a pro-priedade desta inveno.

  • Outro dos meus projetos eraconstruir um anel em torno doequador que iria, claro, flutuarlivremente e ficaria preso emseu movimento de rotao porforas reacionrias, permitindoviagens a uma taxa de cerca demil quilmetros por hora, im-praticveis por via frrea. Oleitor vai sorrir. O plano era dedifcil execuo, eu admito,mas no to ruim como a deum conhecido professor deNova York, que desejavabombear o ar das zonas trri-

  • das s temperadas, tendo es-quecido inteiramente o fato deque o Senhor tinha fornecidouma mquina gigantesca paraesta finalidade.

    Ainda outro projeto, muitomais importante e atraente, eraobter fora da energia derotao dos corpos terrestres.Eu tinha descoberto que os ob-jetos na superfcie da Terra,devido rotao diuturna doglobo, so carregados pelomesmo alternadamente na econtra a direo do movimento

  • de translao. Disso resultauma grande mudana na inr-cia que pode ser utilizada namais simples imaginvel formade fornecer esforo motivo emqualquer regio habitvel domundo. Eu no consigo encon-trar palavras para descrever aminha decepo quando maistarde me dei conta de que euestava na situao de Ar-quimedes, que procurou emvo por um ponto fixo no uni-verso [Da clebre frase: d-me

  • um ponto fixo que eu moverei aTerra (N.T.)].

    Ao trmino de minhas fri-as, fui enviado para a EscolaPoly-Technic em Gratz, Styria(ustria), que meu pai haviaescolhido como uma das maisantigas e melhores instituiesde renome. Esse era o momentoque eu tinha aguardado ecomecei meu estudo sob bonsauspcios e firmemente de-cidido a ter sucesso. Minhaformao anterior era acima damdia, devido aos ensinamen-

  • tos de meu pai e as oportunid-ades oferecidas. Eu j havia ad-quirido conhecimento de vriaslnguas e avancei nos livros devrias bibliotecas, recolhendoinformaes mais ou menosteis. Ento, pela primeira vez,pude escolher os temas que eugostava, e, portanto, desenho mo livre no me incomodoumais.

    Eu preparei a minha mentepara dar aos meus pais umasurpresa, e durante todo oprimeiro ano eu comeava meu

  • trabalho regularmente s trshoras da manh e me estendiaat onze da noite, inclusive emdomingos ou feriados. Como amaioria dos meus colegasestudantes levou as coisas maisfacilmente, naturalmente, eueclipsei todos os registros. Nodecorrer do ano, eu passei at-ravs de nove exames e os pro-fessores acharam que eu mere-cia mais do que as mais altasqualificaes. Armado commeus certificados importantesfui para casa para descansar

  • um pouco, esperando pelo tri-unfo, e fiquei mortificadoquando meu pai fez pouco des-tas honras duramente con-quistadas.

    Isso quase matou a minhaambio, mas, mais tarde, de-pois que ele morreu, eu fiqueiaflito ao encontrar um pacotede cartas que os professorestinham escrito para ele no sen-tido de que, a menos ele me tir-asse da instituio, eu morreriapor excesso de trabalho. Apartir da dediquei minha

  • ateno para fsica, mecnica eestudos matemticos, pas-sando as horas de lazer nas bib-liotecas.

    Eu tinha uma verdadeiramania de terminar o quecomeava o que muitas vezesme meteu em dificuldades. Emuma ocasio, eu comecei a leras obras de Voltaire, quando eusoube, para meu espanto, quehavia perto de uma centena degrandes volumes em letraspequenas que aquele monstrotinha escrito enquanto bebia

  • setenta e duas xcaras de cafpreto por dia. Isto tinha que serfeito, mas quando eu coloqueide lado o ltimo livro eu estavamuito feliz, e disse: "Nuncamais!.

    Meu primeiro ano revelouque eu tinha ganhado o apreoe a amizade de vrios profess-ores. Entre estes, ProfessorRogner, que ensinava assuntosaritmticos e geometria; Pro-fessor Poeschl, que ocupava acadeira de fsica terica e ex-perimental e Dr. Alle, que en-

  • sinava clculo integral e era es-pecializado em equaes difer-enciais. Este cientista foi o maisbrilhante professor que eu es-cutei. Ele tinha um interesseespecial em meu progresso efrequentemente permaneciapor uma hora ou duas na salade aula, dando-me problemaspara resolver, com os quais eume deleitava. Para ele eu expli-quei uma mquina voadoraque eu tinha concebido, e nouma inveno ilusria, mascom base de em slidos princ-

  • pios cientficos, que se tornarrealizvel completamente pelaminha turbina e em breve serdada ao mundo. Os ProfessoresRogner e Poeschl eram ambos,homens curiosos. O primeirotinha formas peculiares de seexpressar e sempre que ele as-sim o fazia, havia um distrbio,seguido de uma longa pausaconstrangedora. ProfessorPoeschl era um alemometdico e meticuloso. Eletinha enormes ps e moscomo patas de um urso, mas

  • todos os seus experimentoseram habilmente realizadoscomo um relgio de preciso esem falhas. Foi no segundo anodos meus estudos que recebe-mos uma Dyname Gramoe[Gramme Dynamo umgerador eltrico que produzcorrente contnua (C.C.) in-ventado por Znobe Gramme(N.T.)] de Paris, que tem a formade uma ferradura com umcampo magntico laminado,envolta em uma blindagem dearame com um comutador. Ao

  • ser ligado vrios efeitos da cor-rente (C.C.) foram mostrados.Enquanto Professor Poeschlfazia demonstraes, fazendo oaparelho funcionar como ummotor, as escovas deram prob-lemas, provocando fascas, e euobservei que talvez fosse pos-svel fazer o motor operar semessa parte do aparelho. Mas eledeclarou que no poderia serfeito e tive a honra de escutaruma palestra sobre o assunto,tendo como concluso ocomentrio: Mr. Tesla pode

  • realizar grandes coisas, mascertamente nunca vai fazerisso. Isso seria equivalente converso de uma fora con-stante de atrao, como a dagravidade para uma de esfororotativo. um esquema de mo-vimento perptuo, uma ideiaimpossvel. Mas o instinto algo que transcende o conhe-cimento. Temos, sem dvida,certas fibras delicadas que nospermitem perceber as verdadesquando a deduo lgica, ou

  • qualquer outro esforo inten-cional do crebro, so inteis.

    Por um tempo eu vacilei, im-pressionado com a autoridadedo professor, mas logo me con-venci de que eu estava certo eassumi a tarefa com todo o fur-or e com a ilimitada audcia daminha juventude. Comeceiprimeiro imaginando na minhamente uma mquina de cor-rente contnua em movimento,seguindo as mudanas de fluxodas correntes na armadura.Ento eu imaginei um altern-

  • ador e investiguei os avanosocorrendo em uma maneirasemelhante. Em seguida visu-alizei os sistemas que com-pem os motores e geradoresfuncionando de diversasmaneiras.

    As imagens que eu vi eramperfeitamente reais e tangveis.Passei todo o meu tempo re-manescente em Gratz em es-foros intensos, mas infrutfer-os, deste tipo, e quase chegueiconcluso de que o problemaera insolvel.

  • Em 1880 eu fui para Praga,realizando o desejo do meu paide completar a minha edu-cao na Universidade de l.Foi nessa cidade que eu fiz umavano decisivo, que consistiuem retirar o comutador da m-quina e estudar o fenmenosob este novo aspecto, masainda assim, sem resultado. Noano seguinte houve umamudana repentina na minhaviso da vida.

    Percebi que meus pais tin-ham feito grandes sacrifcios

  • por minha causa e resolvialiviar-lhes a carga. A onda dotelefone americano haviaacabado de chegar ao contin-ente europeu e o sistema seriainstalado em Budapeste, Hun-gria. Pareceu-me a oportunid-ade ideal, ainda mais que umamigo da nossa famlia eraquem estava frente doempreendimento.

    Foi aqui que eu sofri ocolapso total dos nervos que eutenho me referido. O que eu ex-perimentei durante o perodo

  • da doena supera todas ascrenas. Minha viso e audioforam sempre extraordinrias.Eu podia discernir claramenteos objetos distncia enquantoos outros nem viam vestgiodeles. Vrias vezes em minhainfncia eu salvei as casas dosnossos vizinhos de pegar fogopor ouvir os dbeis sons crepit-antes que no perturbavam seusono, e pedir ajuda. Em 1899,quando eu tinha passado dequarenta anos e conduzia min-has experincias em Colorado,

  • eu podia ouvir distintamentetroves, a uma distncia de 885quilmetros. Meus ouvidoseram, portanto, mais de trezevezes mais sensveis, masnaquela poca eu estava, porassim dizer, surdo com umapedra, em comparao com aagudeza de minha audio sobtenso nervosa.

    Em Budapeste, eu podiaouvir o tique-taque de um rel-gio com trs cmodos entremim e o mesmo. Uma moscaaterrissando em uma mesa na

  • sala causava um baque surdona minha orelha. Uma carru-agem passando a uma distn-cia de alguns quilmetros erao suficiente para abalar todo omeu corpo. O apito de uma lo-comotiva a vinte ou trintaquilmetros de distncia faziao banco ou cadeira que eu es-tava sentado vibrar com tantafora que a dor era in-suportvel. O cho sob os meusps tremiam continuamente.Eu tinha que sustentar a minhacama em coxins de borracha

  • para poder descansar efetiva-mente. Os rudos de rangidos,tanto de perto quanto de longe,muitas vezes produziam oefeito de palavras faladas, oque teria me assustado se euno fosse capaz de determinarseus componentes acumula-dos. Os raios de sol, quandoperiodicamente interceptados,golpeavam com tanta fora aminha cabea que me ator-doavam. Eu tinha que usar todaminha fora de vontade parapassar debaixo de uma ponte

  • ou de outra estrutura, porqueeu sentia uma presso de es-magamento no crnio. Noescuro, eu tinha os sentidos deum morcego, podia detectar apresena de um objeto a umadistncia de 3,7 metros poruma peculiar sensao as-sustadora na testa. Meu pulsovariava de sessenta a duzentasbatidas e todos os tecidos domeu corpo se contraiam etremiam o que talvez fosse omais difcil de suportar. Umrenomado mdico que me deu

  • diariamente grandes doses debrometo de Potssio, declarouque minha doena era nica eincurvel.

    Arrependo-me eternamenteque eu no estivesse sob a ob-servao de especialistas emfisiologia e psicologia naquelemomento. Agarrei-me deses-peradamente vida, masnunca esperei me recuperar.Pode algum acreditar que todesesperanada destruiofsica possa ter transformadoum homem de tenacidade e

  • fora surpreendente, capaz detrabalhar 38 anos quase seminterrupo de um dia, e aindaachar a si mesmo forte e revig-orado no corpo e na mente? Tal o meu caso. Um forte desejode viver e continuar a trabalhare a ajuda de um amigo dedic-ado, um atleta, realizou oprodgio. Minha sade voltou ecom ela o vigor da mente.

    Ao atacar o problema nova-mente, eu quase lamentei quea luta estivesse prestes aacabar. Eu tinha tanta energia

  • de sobra. Quando eu entendi atarefa, no era com uma resol-uo como os homens costum-am fazer. Comigo foi um votosagrado, uma questo de vidaou morte. Eu sabia que eu iriamorrer se eu falhasse. Agora eusentia que a batalha estavaganha. Voltar s profundezasdo crebro era a soluo, maseu podia ainda exprimir-me empalavras.

    Uma tarde, que ficar parasempre presente na minhamemria, eu estava aproveit-

  • ando um passeio com meuamigo no Parque da Cidade erecitando poesias. Nessa idade,eu sabia livros inteiros de cor,palavra por palavra. Um delesera "Fausto" de Goethe. O solera somente um cenrio e mefez lembrar a gloriosa pas-sagem, "Sie ruckt und Weicht,der Tag ist uberlebt, Dort Eilt siehin und fordert Neues Leben.Oh, dass kein Flugel mich vomBoden hebt Ihr nach und nachimmer zu Streben! Ein Traumschoner indessen sie ent-

  • weicht, Ach, au des GeistesFlgein wird so Leicht Keinkorperlicher Flugel sich gesel-len!" [Ela encolhe os ombros edesvia, o dia tem sobrevividoonde ela est e a chama parauma nova vida. Oh, nenhumaasa em sua terra a levanta massempre est se esforando! Umsonho bonito, no entanto, elaescapa, Oh, as asas da menteno so to fceis de seremunidas fisicamente (N.T.)].Quando eu disse estas palavrasinspiradoras a ideia surgiu

  • como um flash de iluminaoe, em um instante, a verdademe foi revelada. Eu desenheicom um pedao de pau na areiao diagrama, que foi mostradosomente seis anos mais tarde,em meu endereo perante oAmerican Institute of ElectricalEngineers, e meus colegas en-tenderam perfeitamente. Asimagens que eu vi foram mara-vilhosamente ntidas e claras etinham a solidez de metal epedra, tanto que eu lhe disse:"Veja o meu motor aqui,

  • assista-me revert-lo." Eu noposso comear a descrever aminha emoo. Pigmaleo [Pig-maleo foi escultor que seapaixonou por uma esttuaque esculpira ao tentar re-produzir a mulher perfeita(N.T.)] ver sua esttua viva nopoderia ter ficado mais pro-fundamente comovido. Mil se-gredos da natureza que eu po-deria ter tropeado acidental-mente, eu teria dado poraquele que eu tinha arrancadocontra todas as probabilidades

  • e arriscando a minha existn-cia...

  • Um dos motores originais de induopor corrente alternada (AC) de Tesla,

    exposto no British Science Museum emLondres.

  • Motores Tesla - Westinghouse PhotoCollection

  • Tesla e sua famosa bobina.

  • CaptuloCaptulo 44 -- AA DescobertaDescoberta dada BobinaBobina dedeTesla e o TransformadorTesla e o Transformador

    (A parte bsica de todos os r-dios e TVs.)

    POR UM TEMPO eu me en-treguei totalmente ao intensoprazer de imaginar mquinas einventar novas formas. Era umestado mental de felicidadecompleta, que eu jamais con-heci na vida. As ideias vinhamem um fluxo ininterrupto e anica dificuldade que tive era deret-las com rapidez. As peasdo aparelho que concebi eram-

  • me absolutamente reais etangveis em cada detalhe, atmesmo as minsculas marcase sinais de desgaste. Eu ad-orava imaginar os motores fun-cionando constantemente, poisdesta maneira eles apresen-tavam aos olhos uma viso fas-cinante da mente. Quando a in-clinao natural desenvolve-seem um desejo apaixonado, oavano em direo a sua metaacontece com a rapidez debotas de sete lguas [SIC]. Emmenos de dois meses, desen-

  • volvi praticamente todos os ti-pos de motores e modificaesdo sistema que so agora iden-tificados com o meu nome, eque so utilizados sob muitosoutros nomes em todo omundo. Foi, talvez, providen-cial que as necessidades da ex-istncia comandarem a sus-penso temporria dessaatividade que consome amente.

    Eu vim para Budapeste mo-tivado por uma informaoprematura a respeito de uma

  • empresa de telefone, e por iro-nia do destino, tive que aceitaruma posio como desenhistano Gabinete Central de Tel-grafo do Governo hngaro, comum salrio que eu julgo ter oprivilgio de no divulgar. Fel-izmente, eu logo despertei o in-teresse do inspetor-chefe e de-pois fui empregado em clcu-los, desenhos e estimativas deconexo das novas instalaes,at a central telefnicacomear, quando eu assumi ocomando da mesma. A exper-

  • incia e conhecimento prticoque ganhei no decorrer destetrabalho foram dos maisvaliosos e o emprego me deuampla oportunidades para oexerccio das minhas fac-uldades inventivas. Fiz vriasmelhorias no aparelho daEstao Central e aperfeioeium repetidor de telefone ouamplificador que nunca forampatenteados ou publicamentedescritos, mas so creditados amim at hoje. Em reconheci-mento da minha assistncia

  • eficiente o organizador daempresa, o Sr. Puskas, apsdescartar seu negcio em Bud-apeste, me ofereceu umaposio em Paris, que eu aceiteicom prazer.

    Nunca poderei esquecer aimpresso profunda que estacidade mgica produziu emminha mente. Por vrios diasaps a minha chegada, euvaguei pelas ruas totalmenteperplexo com o novo es-petculo. As atraes erammuitas e irresistveis, mas, in-

  • felizmente, eu gastei rapida-mente o que eu tinha recebido.Quando o Sr. Puskas me per-guntou como eu estava indo nonovo mbito, eu descrevi a situ-ao com preciso com a afirm-ao de que "os ltimos 29 diasdo ms so os mais difceis. Eulevava uma vida bastante in-tensa no que agora era a cha-mada de "moda de Roosevelt."Todas as manhs, independ-entemente do tempo, eu ia doBoulevard St. Marcel, onde eumorava para uma casa de

  • banho no rio Sena, mergulhavana gua, fazia o circuito vintee sete vezes seguidas, e entocaminhava uma hora parachegar Ivry, onde a fbrica daempresa se localizava. L eu to-mava um caf da manh delenhador s sete e meia damanh e, em seguida, ansio-samente aguardava a hora doalmoo, enquanto issoquebrava um galho para ogerente, Mr. Charles Batchellor,que era um amigo ntimo e as-sistente de Edison. Aqui eu en-

  • trei em contato com algunsamericanos que cortesmentese apaixonaram por mim porcausa da minha proficinciaem bilhar! Expliquei minha in-veno para esses homens eum deles, o Sr. D. Cunningham,encarregado do Departamentode Mecnica, ofereceu-se paraformar uma sociedade ann-ima. A proposta parecia paramim cmica ao extremo. Euno tinha a menor ideia do queele queria dizer, exceto que eraa maneira americana de fazer

  • as coisas. No deu em nada, noentanto, e durante os mesesseguintes, eu tive que viajar deum lugar para outro na Franae na Alemanha para curar osmales [SIC] das usinas.

    Na minha volta para Paris,eu demonstrei a um dos ad-ministradores da Companhia, oSr. Rau, um plano para melhor-ar os seus dnamos e a opor-tunidade foi-me dada. Meu su-cesso era completo e osdiretores, satisfeitos, me con-cederam o privilgio de desen-

  • volver reguladores automticosque eram muito desejados.Pouco depois, houve algunsproblemas com a planta de ilu-minao que tinha sido in-stalado na nova estao fer-roviria de Strassburg, Alscia.A fiao estava com defeito epor ocasio da abertura dascerimnias, uma grande partede um muro foi destrudo porum curto-circuito, exatamentena presena do Imperador Wil-liam I. O Governo alemo se re-cusou a usar a planta e

  • empresa francesa estava en-frentando srias perdas. Porconta do meu conhecimento doidioma alemo e experinciado passado, me foi confiada adifcil tarefa de pr em ordemesse assunto e no incio de1883, eu fui para Strassburgcom essa misso.

    Alguns incidentes nessa cid-ade deixaram um registro in-delvel na minha memria. Porcuriosa coincidncia, um bomnmero de homens que, pos-teriormente alcanaram a fama

  • vivia l nessa poca. Mais tardena vida, eu costumava dizer:"Havia uma grandeza debactrias naquela velha cid-ade. "Outros contraram adoena, mas eu escapei!" O tra-balho prtico, correspondnciae reunies com funcionriosme mantiveram preocupadodia e noite, mas assim que eurapidamente fiquei apto a gerir,empreendi a construo de ummotor simples em uma lojamecnica em frente estaoferroviria, tendo trazido

  • comigo desde Paris algum ma-terial para esse fim. A con-sumao do experimento foi,no entanto, adiada at o verodo mesmo ano, quando eu fi-nalmente tive a satisfao dever a rotao efetuada por cor-rente alternada de fase difer-ente, sem contatos deslizantesou comutadores, como eu tinhaconcebido um ano antes. Foium prazer extraordinrio, masno comparvel com o delriode alegria aps a primeira rev-elao.

  • Entre os meus novos amigosestava o ex-prefeito da cidade,Sr. Sauzin, o qual j havia, emcerta medida, familiarizadocom esta e outras invenesminhas e cujo apoio esforcei-me em assegurar. Ele era sin-ceramente dedicado a mim ecolocou o meu projeto perantevrias pessoas ricas, mas paraminha vergonha, no houve re-sposta. Ele queria me ajudar detodas as maneiras possveis eprximo ao dia primeiro de ju-lho de 1917, lembrei-me de

  • uma forma de "assistncia"que recebi daquele homem en-cantador, que no foi finan-ceira, porm no menos apre-ciada. Em 1870, quando osalemes invadiram o pas, o Sr.Sauzin havia enterrado umbom lote de St. Estephe [SaintEstephe um dos vinhos maisfamosos da regio de Bordeaux(N.T.], de 1801, e ele chegou concluso de que no conhecianenhuma pessoa mais dignado que eu para consumir essabebida preciosa. Isso, eu posso

  • dizer, um dos inesquecveisincidentes a que me referi. Meuamigo me pediu para retornara Paris o mais rpido possvel ebuscar apoio l. Isso eu estavaansioso para fazer, mas o meutrabalho e as negociaes fo-ram adiados, devido a todos ostipos de pequenos obstculosque eu encontrei, ento, svezes, a situao parecia semesperana. S para dar umaidia do rigor e da eficinciaalem, posso mencionar aqui

  • uma experincia bastante en-graada.

    Uma lmpada incandes-cente de oito watts deveria sercolocada num corredor, e de-pois de escolher o local ad-equado, eu pedi ao "monteur"(montador) para passar os fios.Depois de trabalhar por umtempo, ele concluiu que o en-genheiro tinha que ser consul-tado. O engenheiro fez vriasobjees, mas finalmente con-cordou que a lmpada deve sercolocada a duas polegadas do

  • ponto que eu tinha escolhidoento o trabalho prosseguiu.Em seguida, o engenheiro ficoupreocupado e disse-me que oinspetor Averdeck deveria sernotificado. Essa importantepessoa foi chamada, investig-ou, debateu e decidiu que almpada deveria ser deslocadapara trs duas polegadas, queera o local que eu tinha mar-cado! No demorou muito, noentanto, para Averdeck duvidarde si mesmo e me avisar queele havia informado o Inspetor-

  • Chefe Hieronimus do assunto eque eu deveria aguardar a suadeciso. Foram vrios diasantes do Inspetor- Chefe sercapaz de libertar-se de outrastarefas urgentes, mas final-mente, ele chegou e um debateduas horas se seguiu, quandoele decidiu mudar a lmpadamais duas polegadas. Minhasesperanas de que este seria oato final, foram destrudasquando o Inspetor- Chefevoltou e me disse: "Regierung-srath Funke minucioso e eu

  • no me atreveria a dar uma or-dem para colocar esta lmpadasem a sua aprovao explcita."Assim, foram tomadas medi-das para uma visita daquelegrande homem. Comeamoslimpeza e polimento de manhcedo, e quando Funke veio comsua comitiva foi recebido ceri-moniosamente. Depois de duashoras de deliberao, ele de re-pente exclamou: "Eu precisoir!", e apontando para um lugarno teto, ele ordenou-me a colo-car a lmpada l. Era o ponto

  • exato que eu tinha original-mente escolhido! E assim foi,dia aps dia, com variaes,mas eu estava determinado aconseguir a qualquer custo, eno final os meus esforos fo-ram recompensados.

    Na primavera de 1884, todasas diferenas foram ajustadas,a planta formalmente aceita, eeu voltei para Paris com umaexpectativa agradvel. Um dosadministradores havia me pro-metido uma compensao gen-erosa caso eu obtivesse su-

  • cesso, bem como uma consid-erao razovel das melhoriasque eu tinha feito aos seus d-namos e eu esperava auferiruma soma substancial. Haviatrs administradores, que euvou designar como A, B, e C porconvenincia. Quando ligueipara A, ele me disse que B tinhaque ser consultado. Este senhordisse que s C poderia decidir emais tarde e tive a certeza queA sozinho era quem tinha opoder deciso. Depois de vriasvoltas neste crculo vicioso,

  • ficou claro para mim que aminha recompensa era umcastelo na Espanha [SIC].

    O fracasso absoluto dasminhas tentativas de levantarcapital para desenvolvimentofoi outra decepo, e quando oSr. Bacharelor pressionou-mepara ir para a Amrica, com aideia de redesenhar as mqui-nas Edison, decidi tentar aminha sorte na Dourada TerraPrometida. Mas quase perdi achance. Eu me desfiz dos meusmodestos bens, assegurei aco-

  • modaes e encontrei-me naestao da estrada de ferroonde o trem estava se retir-ando. Naquele momento, eudescobri que o meu dinheiro eos bilhetes tinham desapare-cido. O que fazer era a questo.Hrcules teve muito tempopara deliberar, mas eu tinhaque decidir, enquanto corria aolado do trem um sentimentocontrrio surgiu no meucrebro como oscilaes de umcondensador. Decidido eajudado pela habilidade, em-

  • barquei no ltimo instante eaps passar esta experinciaum tanto trivial e desagradvel,eu consegui prosseguir paraNova York, com os restos demeus pertences, algunspoemas e artigos que eu tinhaescrito, um pacote de clculosrelativos a solues de uma in-tegral insolvel e minha m-quina voadora. Durante aviagem, eu me sentei na maiorparte do tempo na popa do na-vio esperando uma oportunid-ade de salvar algum de uma

  • sepultura molhada (SIC), sem amenor ideia de perigo. Maistarde, quando eu tinha absor-vido um pouco do sentidoprtico americano, eu sentiacalafrios quando recordava eadmirava-me com minha in-sensatez. O encontro com Edis-on foi um evento memorvelem minha vida. Eu estava es-pantado com este homemmaravilhoso que, sem vant-agens iniciais e formaocientfica, tinha conseguidotanto. Eu tinha estudado uma

  • dzia de idiomas, mergulhadona literatura e na arte, e tinhapassado meus melhores anosem bibliotecas lendo todos ostipos de coisas que caam emminhas mos, de "Principia" deNewton aos romances de Paulde Kock, e sentiu que a maiorparte da minha vida tinha sidodesperdiada. Mas no demor-ou muito para que eu reconhe-cesse que era a melhor coisaque eu poderia ter feito. Em al-gumas semanas eu ganhei a

  • confiana de Edison. Aconteceuda seguinte forma.

    O SS Oregon, o navio de pas-sageiros mais rpido naquelapoca, tinha suas duas mqui-nas de iluminao avariadas esua vela estava arrasada. Comoa superestrutura tinha sidoconstruda depois da sua in-stalao, era impossvelremov-los da sustentao. Asituao era sria e Edison es-tava muito irritado. noite eulevei os instrumentos ne-cessrios comigo e fui a bordo

  • do navio, onde fiquei a noite in-teira. Os dnamos estavam emmau estado de conservao,com vrios curto circuitos equebras, mas com a ajuda datripulao, consegui coloc-losem boa forma. s cinco horasda manh, quando passavapela Quinta Avenida em meucaminho para a loja, eu en-contrei Edison com Bachelor ealguns outros, que estavamvoltando para casa para des-cansar. "Aqui est nosso Paris-iense passeando noite", disse

  • ele. Quando eu disse a ele queeu estava vindo do Oregon etinha consertado ambas as m-quinas, ele olhou para mim emsilncio e foi embora sem dizeruma palavra. Mas quando elej estava a alguma distncia oouvi comentar, "Bachelor, este um bom homem. "E a partirdesse momento eu tive totalliberdade na direo do tra-balho. Por quase um ano o meuhorrio regular era das10h30min at as 05h00min hor-as da manh seguintes todos

  • os dias, sem exceo. Edisonme disse: "Eu tive muitos as-sistentes que trabalhavamduro, mas voc leva o bolo."Durante esse perodo eu pro-jetei vinte e quatro diferentestipos de mquinas padro comncleos pequenos e padrouniforme, os quais substituiri-am os antigos. O gerente meprometeu cinquenta mildlares na concluso destatarefa, mas acabou por ser umabrincadeira. Isso me deu um

  • choque doloroso e eu renuncieia minha posio.

    Imediatamente depoisdisso, algumas pessoas seaproximaram de mim com aproposta de formar uma com-panhia de luz de arco com omeu nome, com o que eu con-cordei. Aqui, finalmente, tiveuma oportunidade para desen-volver o motor, mas quando euabordei o assunto, meus novosscios disseram: "No, nsqueremos a lmpada de arco.Ns no nos importamos com

  • esta sua corrente alternada."Em 1886, meu sistema de ilu-minao de arco foi aper-feioado e adotado por fbricase iluminao municipal, e euestava livre, mas com nen-huma outra posse alm de umcertificado de aes linda-mente gravado de valor hi-pottico. Seguiu-se um perodode luta no novo meio para oqual eu no estava equipado,mas a recompensa veio no fi-nal, e em abril de 1887, a TeslaElectric Co. foi estruturada,

  • provida com um laboratrio einstalaes. Eu constru osmotores exatamente como eutinha imaginado. No fiz nen-huma tentativa de melhorar oprojeto, me limitei a reproduziras imagens que apareceram naminha viso e a operaosempre foi como eu esperava.

    No comeo de 1888, um ar-ranjo foi feito com a EmpresaWestinghouse para a fab-ricao dos motores em largaescala. Mas tive que superargrandes dificuldades. Meu sis-

  • tema era baseado no uso decorrentes de baixa frequncia eos peritos Westinghousehaviam adotado 133 ciclos como objetivo de garantir vant-agens na transformao. Elesno queriam desistir do seupadro de aparelhos e meus es-foros se concentraram em ad-aptar o motor a estas con-dies. Outra necessidade eraproduzir um motor capaz defuncionar de forma eficientenesta frequncia com dois fios,

  • o que no foi uma conquista f-cil.

    No final de 1889, porm, osmeus servios em Pittsburgh jno eram essenciais, eu re-tornei a Nova York e retomei otrabalho experimental em umlaboratrio em Grand Street,onde comecei imediatamente oprojeto de mquinas de altafrequncia. Os problemas deconstruo neste campo inex-plorado eram novos e muitopeculiares, e eu encontreimuitas dificuldades. Eu rejeitei

  • o tipo indutor, temendo quetalvez no produzir ondas sen-oidais perfeitas, que eram toimportantes para a aoressonante. Se no fosse porisso, eu poderia ter-me salvo degrande parte de trabalho. Outracaracterstica desanimadora doalternador de alta frequnciaparecia ser a inconstncia develocidade, que ameaou im-por srias limitaes ao seuuso. Eu j tinha notado emminhas demonstraes dianteda Instituio Americana de

  • Engenheiros Eltricos, que vri-as vezes o ajuste se perdia, ne-cessitando de reajuste, e aindaassim no previram o que eudescobri algum tempo depois,- um meio de oper