novela de - megapro.com.br · capaz de abdicar pra estar aqui, ... filha de costureira, nascida em...
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Mano a Mano Capítulo 35 Pág: 1
MANO A MANO
Novela de
Rômulo Guilherme
Criada e escrita por:
Rômulo Guilherme
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Mano a Mano Capítulo 35 Pág: 2
CENA 01/QUARTO RÔMULO E VÂNIA/INT/NOITE
RÔMULO ESTÁ SENTADO NA BEIRADA DA CAMA, MEXIDO,
ATORDOADO POR TER RECOBRADO A MEMÓRIA. ELE OLHA
PRO LADO E VÊ UMA FOTO ONDE APARECE COM VÂNIA.
RÔMULO — (CARINHOSO) Vânia.
RÔMULO LEVANTA, VAI ATÉ A JANELA. SENTE A CABEÇA
PESAR.
INSERT DA CENA 13 DO CAPÍTULO 10, ONDE RÔMULO E
REMO FICAM FRENTE A FRENTE.
RÔMULO — Eu tenho um irmão gêmeo. Eu vivi a vida dele.
(SE DANDO CONTA) E se eu vivi a vida dele,
ele deve ter vivido a minha. Trocamos de lugar!
CORTA PARA:
CENA 02/CASA CACAU/QUARTO/INT/NOITE
REMO ACORDA, SENTINDO A DOR DA PANCADA. ESTRANHA O
LOCAL. ESCUTA A CONVERSA DE CACAU E FRAJOLA.
FRAJOLA — (OFF) Vamos mete bala nessa traíra, Cacau.
CACAU — (OFF) O Remo está em nossas mãos, Frajola.
Ou ele abre o bico e conta logo onde está a grana
ou vai canta pra subir!
REMO ENGOLE SECO, ASSUSTADO.
REMO — O Cacau me pegou! Deu tudo errado. Preciso
dar o fora daqui. Voltar pra casa!
REMO OLHA EM VOLTA, TENTANDO VISUALIZAR UMA FORMA
DE SAIR DALÍ. A PORTA SE ABRE LENTAMENTE. REMO FICA
ALARMADO. TENSÃO. MAS LOGO FICA MAIS TRANQUILO
QUANDO VÊ MARMITA (MARMITA USA BONE).
REMO — Marmita!
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REMO E MARMITA FICAM FRENTE A FRENTE. CLOSE
ALTERNADO.
CORTA PARA:
CENA 03/MANSÃO VARELLA/SALA/INT/NOITE
FRANCISCA E LEILANE CONVERSAM.
LEILANE — Eu vou me separar do seu filho, dona
Francisca.
FRANCISCA — Tem certeza disso?
LEILANE — A senhora já sabe que ele me traiu, não é?
FRANCISCA — Sei sim. Eu lamento muito.
LEILANE — Descobri que meu mundinho que sempre achei
que era perfeito, redondinho, tinha um belo
buraco no meio, que não passava de uma grande
ilusão, abriu meus olhos e me fez enxergar as
grandes burradas que fiz na vida. Do que fui
capaz de abdicar pra estar aqui, cercada de
conforto, de luxo. Mas percebi que isso não vale
nada quando não se tem o amor. O verdadeiro
amor.
FRANCISCA — Onde você está querendo chegar dizendo tudo
isso, Leilane?
LEILANE — Eu escondi uma verdade de vocês, de todos
vocês.
FRANCISCA — Como assim?
LEILANE — Menti sobre a minha família. Eles não
morreram num acidente. Eu não fui criada por
uma tia solteirona que supostamente também
morreu. Na verdade ela nunca existiu. Eu menti
todo esse tempo, dona Francisca. Minha mãe e
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meu irmão moram na favela da Macaquinha, onde
eu nasci. É de lá, da favela, minhas origens, que
sempre me envergonhei e por isso mesmo me fez
esconder e mentir sobre isso.
FRANCISCA — Oh, Leilane. Você não precisa mentir.
LEILANE — Tive medo de vocês não me aceitarem, do
Mauro não me querer por eu ser pobre, filha de
costureira, nascida em favela. Sempre me
envergonhei das minhas origens. Então abdiquei
das minhas origens, por esse mundo aqui, que pra
mim sempre foi um conto de fadas.
FRANCISCA — Que sou eu pra te julgar, Leilane. Mas mentir
nunca é o correto.
LEILANE — Eu sei e quero que todos conheçam minha
família, principalmente meus filhos.
FRANCISCA — Traga sua mãe e seu irmão até aqui. Vai ser um
prazer tê-los aqui em casa.
LEILANE SORRI. PEGA NA MÃO DE FRANCISCA.
LEILANE — Obrigada, dona Francisca. A senhora sempre
tão gentil e compreensiva.
FRANCISCA — A vida nos ensina muito, Leilane. E quem sou
eu pra julgar alguém.
CORTA PARA:
CENA 04/CASA CACAU/QUARTO/INT/NOITE
REMO FICA MEXIDO VENDO SEU AMIGO DE TANTOS ANOS ALI,
NA SUA FRENTE.
INSERT RÁPIDO DE CENAS DE REMO E MARMITA.
REMO ABRAÇA FORTE MARMITA, EMOCIONADO.
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REMO — Meu amigo!
MARMITA — Que bom que você está bem, Remo.
MARMITA REPARA NA ROUPA DE REMO E FICA LHE
ENCARANDO.
REMO — (ESTRANHA) Que foi?
MARMITA — Que roupa é essa, Remo?
REMO OLHA PRA SUA ROUPA.
REMO — (INVENTA) Me deram na cadeia.
MARMITA — Engraçado, tem algo diferente em você...
REMO FICA RECEOSO.
REMO — Vou te contar a verdade, Marmita.
MARMITA — (ESTRANHA) Verdade?
REMO — Eu sou o Remo, Marmita.
MARMITA — Isso eu sei, Remo. Você bateu a cabeça de
novo? Ah, não! Agora deve ter desparafusado de
vez.
REMO — Aquele que estava com você não era eu, mas
sim o meu irmão gêmeo.
MARMITA — (SURPRESO) Como é?
MARMITA FICA CONFUSO, SEM ENTENDER.
CORTA PARA:
CENA 05/MANSÃO VARELLA/SALA/INT/NOITE
MAURO ENTRA AGITADO, SURPREENDENDO LEILANE E
FRANCISCA AINDA NA SALA.
MAURO — Onde está o Rem..(CORRIGE) O Rômulo?
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FRANCISCA — Está no quarto, dormindo. O que você quer
com ele?
MAURO — Preciso ter uma conversa séria com ele.
LEILANE — Também precisamos conversar, Mauro.
MAURO — Outra hora, Leilane.
MAURO SEGUE RÁPIDO EM DIREÇÃO AO QUARTO.
FRANCISCA — (PREOCUPADA) O que está acontecendo?
CORTA PARA:
CENA 06/QUARTO RÔMULO E VÂNIA/INT/NOITE
RÔMULO VEM DA SUA SUÍTE, DEPOIS DE TER TOMADO BANHO,
ENXUGANDO SEU CABELO, COM UMA TOALHA ENROLADA NA
CINTURA. MAURO ENTRA DE ROMPANTE, AGITADO.
RÔMULO — Mauro?
MAURO — (TOM) Eu sei que você não é o Rômulo,
Remo. Você é um impostor. E é bom você fazer o
que eu vou mandar, se não te coloco atrás das
grades por falsa identidade.
RÔMULO — Eu sou o verdadeiro Rômulo, Mauro. A troca
foi desfeita.
MAURO — (CONFUSO) Não. Eu descobri que você está
no lugar do Rômulo. O verdadeiro Rômulo tem
uma marca nas costas...
MAURO VIRA RÔMULO E VÊ A MARCA NAS COSTAS DELE.
RÔMULO — Essa marca provocada por aquela arminha de
chumbinho que você atirou em mim.
MAURO FICA CHOCADO.
FRANCISCA E LEILANE APARECEM.
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FRANCISCA — O que está acontecendo aqui?
VÂNIA CHEGA.
VÂNIA — Você acordou, meu amor!
VÂNIA ABRAÇA E BEIJA RÔMULO.
RÔMULO — É bom que todos estão reunidos aqui, pois
tenho algo muito importante pra contar pra vocês.
SUSPENSE. CLOSE DE CADA UM.
RÔMULO — Eu recuperei a minha memória!
MOMENTO. VÂNIA E FRANCISCA COMEMORAM, FELIZES.
FRANCISCA — Graças a Deus, meu filho.
VÂNIA — Que notícia maravilhosa.
RÔMULO — Tem mais um detalhe: quem estava aqui com
vocês desde o acidente que sofri não era eu, mas
sim meu irmão gêmeo. O nome dele é Remo.
SURPRESA DE TODOS, MENOS DE MAURO, QUE CONTINUA
SÉRIO.
VÂNIA — Que brincadeira é essa, Rômulo?
FRANCISCA — Também não estou entendendo, filho?
MAURO — Tínhamos um impostor aqui dentro de casa, se
passando pelo Rômulo todo esse tempo.
CORTA PARA:
CENA 07/CASA CACAU/QUARTO/INT/NOITE
REMO E MARMITA SENTADOS NA CAMA.
REMO — Eu assumi a vida do meu irmão gêmeo. Uma
vida de luxo, conforto, onde eu podia ter tudo o
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que sempre quis ter. Onde o dinheiro não era
problema. Eu ganhei uma família, uma mãe, uma
esposa, irmão, sobrinhos, enfim...
MARMITA — (REVOLTADO) Como você teve coragem de
se passar por uma pessoa que você não era,
Remo?
REMO — Quando eu recuperei a memória, me vi cercada
por essas pessoas, que acreditavam que eu era o
Rômulo, meu irmão gêmeo. Eu até pensei mesmo
em contar a verdade, mas quando vi que essa era a
oportunidade que a vida estava me dando pra ter
um vida melhor, sem tantos apertos e dificuldades
como sempre tive, resolvi mentir dizendo que
ainda estava sem memória, pra que todos não
estranhasse por eu não lembrar de nada da vida do
meu irmão gêmeo.
MARMITA — (IMPRESSIONADO, CHOCADO) Que
história mais louca, Remo!
REMO — O Rômulo tinha tudo, Marmita. Eu achei que
estava na minha hora de poder usufruir tudo o que
ele usufruiu durante todo esse tempo. Por que só
ele tinha o direito de ter uma vida confortável?
Enquanto eu sempre tive que suar muito pra tentar
ter o que comer e mesmo assim sempre passando
dificuldade, sem saber como seria o dia seguinte.
Você sabe bem o que estou dizendo, já que você
passava por isso junto comigo.
MARMITA — Mas isso não é justificativa, Remo.
REMO — Aposto que você no meu lugar faria a mesma
coisa, Marmita.
MARMITA — Então foi você quem matou seu padrasto?
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REMO — Foi. Só não imaginei que o Rômulo iria até lá.
Por um lado foi bom, já que ele foi acusado no
meu lugar.
MARMITA — Por isso a polícia quando viu o Rômulo teve a
certeza que tinha sido ele, pelo fato de vocês
serem iguais, gêmeos.
REMO — O Bastião descobriu toda a verdade e estava
disposto a abrir o bico e revelar toda a farsa que
criei. Por isso eu o matei, com meu coração
sangrando. Mas foi preciso pra que a verdade não
fosse revelada.
MARMITA — (CHOCADO) Você é um monstro, Remo.
Nunca imaginei que você fosse capaz de tudo
isso. Matar alguém? Principalmente o seu
padrinho? A pessoa que cuidou de vocês desde
quando foi abandonado. Que te tratou com todo
amor e carinho. Tudo pra continuar levando uma
mentira suja, baixa, asquerosa a diante.
REMO — Não me arrependo, Marmita. Não podia correr
o risco de perder tudo o que tinha.
MARMITA — (TOM) Uma vida que não era sua!
REMO — Quem é você pra me julgar, Marmita?
MARMITA — Um amigo, quero dizer, um irmão que você
tinha. Um mano, que você podia contar e agora
não pode mais.
REMO — (AFETUOSO) Só estou te contando tudo isso,
pois preciso de sua ajuda pra sair daqui. Preciso
que você, Marmita, meu grande amigo, me ajude,
pois não vou contar pro Cacau onde está a grana.
MARMITA — (DESPREZO) O Remo que eu conhecia, o cara
do bem, morreu naquele acidente, onde toda essa
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farsa começou. Você não é tão esperto, não
enganou todo mundo todo esse tempo? Então
agora se vira, malandro!
MARMITA VIRA-SE PRA IR EMBORA.
REMO — Vai me dar às costas, Marmita?
MARMITA — Você sabe se virar muito bem sem mim.
REMO PENSA NUM PLANO. AGE RÁPIDO. PEGA UM OBJETO E
BATE NA CABEÇA DE MARMITA, QUE DESMAIA. REMO O
AMPARA, COLOCANDO-O NA CAMA.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 08/CASA CACAU/QUARTO/INT/NOITE
FRAJOLA ENTRA NO QUARTO. VÊ UM HOMEM, QUE ACREDITA
SER REMO, USANDO AS ROUPAS QUE ELE ESTAVA, DEITADO
NA CAMA. FRAJOLA APROXIMA-SE E MEXE COM ELE.
FRAJOLA — Chega de dormir. Ta na hora de abrir o bico...
FRAJOLA MEXE NOVAMENTE COM ELE, O FORÇANDO A VIRAR
PRA CIMA E FICA SURPRESO AO VER QUE É MARMITA.
FRAJOLA — Marmita?
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 09/CASA CACAU/SALA/INT/NOITE
FRAJOLA DIANTE DE CACAU.
FRAJOLA — (BRAVO) O desgraçado fugiu!
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 10/FAVELA/RUA/EXT/NOITE
REMO, USANDO AS ROUPAS DE MARMITA, CAMINHA PELA RUA
APRESSADO, FUGINDO DALÍ.
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CORTA PARA:
CENA 11/QUARTO TADEU/INT/NOITE
TADEU ESTÁ COMPONDO UMA NOVA MÚSICA, CONCENTRADO.
ARMANDO ENTRA.
ARMANDO — Não preciso nem perguntar o que está fazendo,
pois eu ficava igual você assim, quando estava
compondo uma música, acertei?
TADEU — Acertou na mosca.
ARMANDO — Não sabe o orgulho que me dá de vendo
levando a música tão a sério assim, Tadeu. Me
vejo em você, com toda essa animação e
inspiração.
TADEU — Puxei meu talento do senhor, vô. Essa herança
musical.
ARMANDO — O que você e sua irmão estão tramando,
Tadeu?
TADEU — Nada, vô.
ARMANDO — Se pensam que me enganam, não enganam
não. Eu sei que alguma vocês estão armando.
TADEU — (DESPISTANDO) Impressão sua, seu
Armando.
ARMANDO — Tudo bem. Vou fingir que acredito. (T) Posso
ver essa letra que está compondo?
TADEU — (ENTREGANDO) Não acabei ainda.
ARMANDO PEGA O PAPEL E LÊ.
ARMANDO — Esse amor que inspira tantas músicas. Acabou
de inspirar uma nova música, que pelo que estou
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vendo, se tornaria um grande sucesso se fosse
gravada.
TADEU — É um sonho, vô. Ser um cantor famoso e de
sucesso.
ARMANDO — Eu não agüentaria em mim vendo você
trilhando essa carreira, meu neto. Seria um sonho
pra mim também.
ARMANDO ABRAÇA E DÁ UM BEIJO EM TADEU.
ARMANDO — E esse coração, como anda?
TADEU — Mais divido do que nunca, vô. Gosto da
Mariana, me sinto bem com ela, mas ainda me
sinto muito ligado a Luísa. Ela mexeu comigo de
uma forma.
ARMANDO — Sempre achei muito bonito esse nome, Luísa.
Eu nunca a conheci.
TADEU — Verdade.
ARMANDO — Sabia que você tem uma prima que chama-se
Luísa? Filha da Leilane. Mas deixa pra lá. É uma
história tão complicada, que é melhor pular essa
parte.
TADEU — Sinceramente eu não sei o que eu faço.
ARMANDO — Escuta seu coração, meu neto. Veja por quem
ele bate mais forte. Aí sim você vai saber que é
essa a mulher da sua vida.
CORTA PARA:
CENA 12/DELEGACIA/INT/NOITE
DEYSE ENTRA E VAI ATÉ A RECEPÇÃO.
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DEYSE — Preciso registrar o desaparecimento da minha
filha.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 13/DELEGACIA/SALA DELEGADO/INT/NOITE
DEYSE DIANTE DO DELEGADO.
DELEGADO — Desde quando sua filha está desaparecida?
DEYSE — Desde hoje à tarde. Ela me mandou uma
mensagem...
DEYSE PEGA O CELULAR E MOSTRA PRO DELEGADO, QUE
PEGA O APARELHO E LÊ.
DEYSE — Foi esse homem que sumiu com minha filha,
seu delegado. Deus não permita, mas sinto que ele
fez algum mal pra ela. Se não o pior!
DELEGADO FAZ UMA EXPRESSÃO DE PREOCUPADO.
DELEGADO — Nos vamos investigar. Mas me fala mais sobre
quem é esse Mauro e qual a ligação dele com sua
filha...
CORTA PARA:
CENA 14/BAR/INT/EXT/NOITE
JEFERSON E KARINA ESTÃO NO PAGODE. BEBEM UMA
CERVEJA, DANÇA, NAMORAM, SE DIVERTEM.
JEFERSON — O que acha de darmos uma esticada?
KARINA — Pra onde?
JEFERSON — Pensei da gente ir no motel. Conhece um
pertinho daqui, que é top. Um preço bom, lugar
bacana.
KARINA — Eu topo!
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JEFERSON — Só vou pagar a conta e vamos.
JEFERSON DÁ UM BEIJO EM KARINA, VAI PAGAR A CONTA,
ENQUANTO KARINA ESPERA. JEFERSON VOLTA.
JEFERSON — Vamos?
O CELULAR DE JEFERSON COMEÇA A TOCAR. ELE PEGA O
APARELHO.
JEFERSON — É minha mãe. (ATENDE) Oi, mãe.
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 15/CASA FLAVIANA/QUARTO/INT/NOITE
FLAVIANA NO CELULAR.
INTERCALAR COM CENA ANTERIOR.
FLAVIANA — (CEL.) Oi, meu filho. Está tudo bem?
JEFERSON — (CEL.) Está sim.
FLAVIANA — (CEL.) Vem dormir em casa?
CORTA RÁPIDO PARA:
CENA 16/BAR/INT/EXT/TARDE
JEFERSON NO CELULAR.
JEFERSON — (CEL.) Vou passar a noite com a Karen.
FLAVIANA — (CEL.) Tudo bem. Juízo viu. Usem camisinha.
JEFERSON — (CEL./RINDO) Tá bom, mãe.
JEFERSON DESLIGA.
JEFERSON — (ACHANDO GRAÇA) Dona Flaviana é uma
figura mesmo.
KAREN — Mãe é tudo igual mesmo. Só muda o CPF.
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ELES VÃO EMBORA.
CORTA PARA:
CENA 17/MOTEL/INT/NOITE
JEFERSON E KAREN ESTÃO NA CAMA, SE ENVOLVENDO CADA
VEZ MAIS, COM BEIJOS ARDENTES, CARÍCIAS, AO MESMO
TEMPO FICAM SÓ DE ROUPAS ÍNTIMAS E TRANSAM.
CORTE DESCONTÍNUO PARA KAREN RECOSTADA EM
JEFERSON QUE LHE ACARICIA.
KAREN — E como anda sua relação com a Leilane?
JEFERSON — Não engoli bem essa história dela bancar a
Madalena arrependida não.
KAREN — Ela é sua irmã, Jeferson.
JEFERSON — Mas nunca fez questão dessa relação, Karen.
Escondeu pra todo mundo sua família.
KAREN — Todo mundo erra e merece uma segunda
chance.
JEFERSON — Mas não será de um dia pro outro que tudo o
que aconteceu será esquecido. Só eu sei o quanto
minha mãe sofreu com toda essa história, Karen.
Uma avó não poder conhecer os próprios netos,
tudo porque a filha não quer que todos saiba que
na verdade ela nasceu na favela, filha de uma
costureira, irmã de um motoboy. Ficar posando de
mulher rica, quando na verdade é uma favelada!
KAREN — É realmente algo bem louco o que ela fez
mesmo. Coitada da sua mãe!
JEFERSON — Eu achei bem feito o marido dela ter lhe traído
com a secretária. Castigo! Achou que vivia no
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mundo perfeito? Bem feito. Levou um belo par de
chifres.
KAREN — Credo, Jeferson.
JEFERSON — Agora chega de falar desse assunto. Vamos
aproveitar esse momento em que estamos
juntinhos. Está tão gostoso ficar assim com você,
gata. Te amo, sabia?
KAREN — Aposto que dizia isso pra todas as garotas que
levava pra cama.
JEFERSON — Eu mentia pra elas dizem isso. Agora pra você
digo a verdade: eu te amo!
KAREN — Meu marrentinho mais gostoso!
JEFERSON BEIJA KAREN E OS DOIS VOLTAM A SE
ENROSCAREM NA CAMA.
CORTA PARA:
CENA 18/QUARTO FLAVIANA/INT/TARDE
FLAVIANA PEGA A CAIXA DE SAPATO QUE ESCONDE. SENTA
NA CAMA E TIRA DE LÁ ALGUNS PAPEIS VELHOS, ANTIGOS.
FLAVIANA — Não posso mais esconder isso do meu irmão.
Preciso contar pro Armando o que eu fiz. Espero
que ele entenda que fiz isso pensando no seu bem,
tentando evitar que aquele homem pudesse lhe
fazer algum mal...
CORTA PARA:
CENS 19/APTO VICKY E KARINA/COZINHA/INT/NOITE
NEIDE E VICKY ESTÃO TOMANDO CHÁ.
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NEIDE — O que você acha desse plano do Maurício de
nos unirmos pra nos vingar do Venâncio, cada um
ao seu motivo.
VICKY — Eu acho ótimo, Neide. Vocês dois tem motivos
de sobra pra quererem ferrar com o Venâncio. E
juntos serão muito mais fortes pra destruir esse
homem que já provocou que não presta, que não é
flor que se cheire.
NEIDE — Tenho medo do que ele possa fazer, Vicky. O
Venâncio é igual animal selvagem quando fica
acuado. Pode reagir de qualquer forma, doa a
quem dor.
VICKY — Não dá mais pra ter medo a essa altura do
campeonato, Neide. Você já foi tão corajosa de ter
chegado aonde chegou pra ter medo de dar esse
passo, que é sua grande vingança.
NEIDE — Você fala com tanta sabedoria, Vicky. Parece
até que é você a mais vivida de nos duas.
VICKY — O que eu sei Neide, é que injustiças não podem
durar pra sempre. Quem errou tem que pagar pelo
que fez. É isso que eu penso e acredito.
NEIDE — Tá certa. Novamente você tem razão. O
Venâncio precisa pagar por tudo de errado, de
ruim que já fez pra mim, pro Mauricio, pro Rafael
e sei lá pra quantas mais pessoas.
CORTA PARA:
CENA 20/MANSÃO/ESCRITÓRIO/INT/NOITE
RÔMULO, VÂNIA, MAURO, LEILANE E FRANCISCA.
RÔMULO — Na noite do acidente, por um grande acaso, eu
acabei encontrando com meu irmão gêmeo. Não
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sabe o choque que foi ao ver uma pessoa, igual a
mim, parado na minha frente. Parecia irreal.
INSERT RÁPIDO DA CENA 13 DO CAPÍTULO 10, ONDE
RÔMULO E REMO FICAM FRENTE A FRENTE.
RÔMULO — E não sei por qual motivo, ele estava sendo
perseguido por homens armados. Eu mandei ele
entrar no carro, querendo saber mais dele, desse
homem igual a mim, mas sofremos o acidente,
onde perdi a memória. E nesse acidente trocamos
de lugar, pois quando acordei eu fui chamado de
Remo pelo amigo dele, que me tratou como se eu
fosse ele. E acredito que o mesmo aconteceu com
o Remo, que foi tratado por vocês como se ele
fosse eu, Rômulo.
VÂNIA, FRANCISCA FICAM MUITO ABALADAS.
VÂNIA — (CHOCADA) Então, desde o acidente, eu
estava vivendo com o seu irmão achando que
fosse você.
RÔMULO — Isso.
VÂNIA — Por isso você estava tão diferente...
FRANCISCA — Meu coração me dizia que tinha algo errado.
Eu sentia, de alguma forma, que aquele Rômulo
não era o meu Rômulo. E eu tinha razão.
MAURO COMENTA COM LEILANE.
MAURO — Demorei de mais pra agir e acabou dando tudo
errado!
LEILANE — Bem feito!
MAURO ESTRANHA O COMENTÁRIO DE LEILANE.
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RÔMULO — A troca agora foi desfeita. Eu voltei a ser o
Rômulo e a ter minha vida!
CORTA PARA:
CENA 21/CASA CACAU/SALA/INT/NOITE
CACAU, FRAJOLA E MARMITA, QUE COLOCANDO GELO NO
LUGAR DA PANCADA. CONVERSA A MEIO.
CACAU — Então desde o acidente quem tava no lugar do
Remo era o irmão dele?
MARMITA — Era.
CACAU — Por isso ele não sabia de nada sobre a grana.
FRAJOLA — Eu te falei que tinha visto dois Remos aquela
noite.
CACAU — Como eu podia imaginar que uma parada tão
estranha como essa fosse acontecer, Frajola.
Achei que era viagem sua.
MARMITA — O Rômulo além de não ser o Remo, também
está com amnésia. Ele não sabe nada da vida dele.
Vocês estavam pressionando o cara errado.
FRAJOLA — E tu não desconfiou de nada?
MARMITA — Não. Achava estranho algumas atitudes, mas
pensei que era por causa da falta de memória.
Nunca imaginei que o Remo não era ele, mas sim
o irmão gêmeo.
CACAU — Droga! O Remo agora deve ta longe uma hora
dessas.
FRAJOLA — Que pilantra esse cara. Conseguiu enganar
todo mundo, se passando por uma pessoa que ele
não é.
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CACAU — E o irmão dele que pagou o pato.
FRAJOLA — Quem tem um irmão como o Remo nem
precisa de inimigo.
MARMITA — Tudo pelo dinheiro.
CACAU — Não posso julgá-lo, pois acho que no lugar
dele faria o mesmo. Acho que vocês dois também.
Quem aqui não quer ficar rico, da noite pro dia,
vivendo numa mansão, com família, esposa e tudo
mais de bom que possa ter?!
MARMITA E FRAJOLA FICAM PENSATIVOS.
CORTA PARA:
CENA 22/QUARTO RÔMULO E VÂNIA/INT/NOITE
RÔMULO E VÂNIA.
VÂNIA — É tão estranho essa história. Imaginar que eu
estava vivendo ao lado de um desconhecido,
quem eu achava ser meu marido.
RÔMULO — Eu sei. É de pirar qualquer um. Parece até
coisa de filme, novela, sei lá.
VÂNIA — Esse homem é um criminoso, Rômulo.
RÔMULO — O meu irmão gêmeo, capaz de assumir a minha
vida, se passando por mim.
VÂNIA — Ela sabia muito bem o que estava fazendo.
RÔMULO — Sinto raiva, ódio, pelo que ele fez. Mas ao
mesmo tempo tenho vontade de reencontrá-lo,
saber mais sobre ele...
VÂNIA — Mas você sabe, já que viveu a vida dele, no
mundo dele.
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RÔMULO — Sim. Mas conhecê-lo melhor, Vânia.
VÂNIA — Não entendo, Rômulo. Ver alguém que estava
se passando por você?
RÔMULO — Ele é meu gêmeo, temos uma ligação. Fomos
separados quando pequenos, mas de um jeito
muito estranho a vida tratou de nos unir e mais
estranho ainda, fazendo um assumir a vida do
outro.
VÂNIA — Preciso ser bem franca com você, Rômulo. Eu
me envolvi muito por esse outro Rômulo que
apareceu no acidente. Ele era romântico,
atencioso, engraçado, divertido, como você era
quando nos conhecemos. Mas agora, sabendo que
tudo isso foi uma farsa, uma grande mentira, que
ele tinha plena consciência do que estava fazendo,
tenho tanta raiva por ter sido enganada assim e
envergonhada.
RÔMULO — Vamos esquecer tudo isso, Vânia. Eu não te
culpo por nada, já que nessa história todos fomos
vítimas desse oportunista.
VÂNIA — Tenho que te contar um coisa muito
importante.
RÔMULO — O quê?
VÂNIA — Eu estou grávida!
RÔMULO FICA EM CHOQUE. AFASTA-SE UM POUCO, TENTANDO
DIREGIR O QUE ACABOU DE OUVIR.
RÔMULO — (SEM ACREDITAR) Grávida?!
VÂNIA — Sim. Estou grávida do seu irmão gêmeo,
Rômulo.
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DO CHOQUE DE RÔMULO, CORTA PARA:
FIM DO CAPÍTULO