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O ícone da face de Nosso Senhor Jesus Cristo - (Mandyllion) CURSO DE MARIOLOGIA Centro Missionário Redentorista Organização – Pe. José Grzywacz, CSsR Salvador – Bahia- Brasil www.mariologiapopular.blogspot.com E-mail: [email protected]

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O ícone da face de Nosso Senhor Jesus Cristo - (Mandyllion)

CURSO DE MARIOLOGIACentro Missionário Redentorista

Organização – Pe. José Grzywacz, CSsRSalvador – Bahia- Brasil

www.mariologiapopular.blogspot.comE-mail: [email protected]

Existem duas tradições importantes referentes ao início da iconografia que remontam a era dos apóstolos:

A). É a que «mostra o Caminho» (uma imagem da Mãe de Deus com Jesus Cristo nos braços atribuído às mãos do evangelista São Lucas)

B). Do ícone «não feito por mãos humanas» (ícone da face de Nosso Senhor Jesus Cristo - (Mandyllion)

Estes dois ícones prototípicos, dão testemunho da encarnação do Filho de Deus na pessoa de Jesus Cristo e também a deificação da humanidade na pessoa da Mãe de Deus.

Teologicamente, o ícone como tal se fundamenta, em primeiro lugar, na Encarnação do Filho de Deus. O Deus invisível se fez visível e habitou entre nós. Nas palavras dos Santos Padres: «Deus se fez homem para que o homem se faça Deus. ». A Igreja anuncia, mediante a sua arte iconográfica, a verdade eterna e divina de que Deus se fez homem e habitou entre nós para a nossa salvação. Em uma linguagem que equivale a pregação evangélica, o ícone é portador da graça e também de confissão de fé. Tal como a palavra escrita pode revelar Deus, assim também a palavra plasmada em linhas e cores o pode fazer. São Basílio Magno, do século IV, disse que «o que a palavra comunica pelo som, o faz o ícone em silêncio. »

O ícone também dá testemunho do fruto da Encarnação que é a deificação do ser humano, a experiência dos santos. Estas duas idéias se encontram, inclusive, na oração do rito de bênção de um ícone.

«Senhor Deus, Tu criaste o homem à tua imagem, mas a queda a manchou, mas, pela Encarnação de teu Cristo feito homem, Tu a restauraste e assim restabeleceste a teus santos a sua primeira dignidade. Venerando-os, veneramos a tua Imagem e Semelhança e, através deles Te glorificamos como seu Arquétipo. » 

A Tradição da Igreja afirma que o primeiro ícone de Cristo apareceu durante Sua vida terrestre. Era a imagem que no Ocidente chamamos de Santa Face e na Igreja Ortodoxa “Imagem não feita por mão de homem” (acheiropoietos). Transcrevemos AQUIROPITA. 

A história do Mandylion

A história do tecido chamado de Mandylion passa por diversas culturas e países. O padre e iconógrafo Marcelo Bertani, lembra que a lenda do Mandylion provavelmente nasceu ao redor do próprio Santo Sudário, confundindo-se com este. Um moderno pesquisador do Sudário, após o teste do carbono 14, diz que é impossível analisar com certeza a datação correta do Santo Sudário, pois as bactérias e polens que se instalam sobre o tecido se renovam a cada abertura e exposição deste.

Entre os primeiros possuidores do tecido que contém a imagem do Cristo (conhecido como Mandylion), estaria a cidade de Edessa, onde surgiu a lenda que ele teria sido um presente do próprio Cristo ainda vivo para o Rei Abgar. Existe aí uma divergência entre o Mandylion e o Santo Sudário: sabemos que o Sudário é do Cristo morto. Porém as coincidências são muitas e acredita-se que o Mandylion apresentava somente o rosto pois estava dobrado.

Conta a lenda, que, acometido de lepra ou gota, o Rei Abgar de Edessa teria ouvido sobre as curas milagrosas realizadas por Jesus na Judéia. O Rei teria insistido para que um mensageiro (Hannan) levasse até Jesus uma carta, e o trouxesse até ele.Existem teorias divergentes sobre as cartas do Rei Abgar e a resposta enviada por Jesus, que são citadas por historiadores, atestando sua falsidade ou veracidade.

Jesus estava na casa de um Religioso Judeu, quando recebeu o pedido do Rei Abgar através do mensageiro, e não podendo ir até Edessa, enxugou o rosto em uma toalha e a entregou ao mensageiro, que encarregou-se de levá-lo rapidamente ao Rei Abgar. Diz a mensagem do Cristo que o Rei seria curado, após sua ascensão aos céus. Era prática das antigas cidades do Oriente Médio se colocar uma imagem sobre a porta da entrada dos muros da cidade, representando a figura da divindade ou crença favorita de seu povo. Sabe-se que em 544 d. C. o tecido com a imagem do Cristo foi encontrado sobre a porta de Edessa, e muitos acreditam que tal tecido seja o lençol que foi escondido durante a perseguição contra os Cristãos.

Sabe-se que durante as perseguições, nos 3 primeiros séculos da cristandade, muitas relíquias, escrituras e itens cerimoniais foram destruídos em uma rotina de iconoclasmo. As perseguições duraram até o tempo do imperador Constantino.

De fato, o lençol deve ter sido retirado de Edessa no começo do primeiro século, escondido para sua proteção durante o reinado de Ma'nu VI, filho do Rei Abgar, que se converteu do paganismo, ao ver seu pai curado pelo Mandylion e convertido ao Cristianismo. Este tecido foi levado para Constantinopla pelas cruzadas em 1214.

Alguns historiadores ortodoxos acreditam que cavaleiros das cruzadas foram capazes de destruir esta imagem sacra (mandylion) com poderes de cura, em um ímpeto de iconoclasmo.

Outros historiadores católicos vêem claros indícios de que estes cavaleiros franceses o tenham levado até a França, e que este seja, de fato, o Santo Sudário de Turin, traçando um trajeto coerente com relatos históricos.

Este tecido foi levado para Constantinopla pelas cruzadas em 1214.

Alguns historiadores ortodoxos acreditam que cavaleiros das cruzadas foram capazes de destruir esta imagem sacra (mandylion) com poderes de cura, em um ímpeto de iconoclasmo. Outros historiadores católicos vêem claros indícios de que estes cavaleiros franceses o tenham levado até a França, e que este seja, de fato, o Santo Sudário de Turin, traçando um trajeto coerente

O ícone do Cristo Pantocrator do mosteiro santa Catarina do Sinai.

No ano de 544 d.C., um lençol com a imagem de Jesus foi descoberto escondido acima de uma porta, nas paredes de Edessa. Seis anos após esta descoberta, um ícone do Pantocrator foi pintado no monastério de Santa Catarina, no Sinai.

Existem muitas similaridades entre este ícone e o sudário de Turin, incluindo o posicionamento dos olhos, nariz e lábios. Quando criamos uma sobreposição entre as duas imagens, podemos visualizar mais facilmente as semelhanças.

Note que o cabelo do lado direito cai sobre o ombro, como na imagem da Santa Síndone. O comprimento do nariz, a largura dos olhos, o comprimento do pescoço, enfim, os traços fisionômicos são coincidentes.

É interessante notar que uma brusca mudança na tradição de representação do Cristo surge logo após a descoberta do lenço escondido nas paredes de Edessa.

Antes desta descoberta, Cristo era representado como um jovem pastor com traços do Apolo Grego. Após a descoberta do Mandylion, Cristo passou a ser representado em retratos plenamente frontais, com traços coincidentes ao rosto visível no Santo Sudário, hoje conservado em Turin, Itália.

A lenda do santo Keramion

Conta-se que quando houve uma invasão bárbara na cidade-estado de Edessa, (atual Urfa,

na Turquia, fundada em 304 a.C.) o Bispo colocou o Mandylion dobrado entre duas placas

de cerâmica e o escondeu na muralha da cidade, para que não fosse destruído.

Diz a lenda até que o Bispo deixou uma lâmpada de óleo acesa dentro da parede, ao lado do Sudário, e que esta lâmpada estava acesa, séculos mais tarde, quando foi reencontrado

O mais espetacular é que a face teria sido impressa também sobre a cerâmica que estava sobre ela, em imagem invertida.Urfa (Edessa) é também a cidade onde nasceu Abraão, e o local onde ele nasceu pode ser visitado, ainda hoje, pelos turistas. Daí a tradição de se fazer a face de Cristo sem o lenço por trás, sobre um fundo ocre, para indicar a imagem impressa na cerâmica, conhecida como o Santo Keramion.

O ícone da face de Nosso Senhor Jesus Cristo - (Mandyllion)

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