nÚcleo de pÓs-graduaÇÃo e extensÃo...

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ESPIRITO SANTO AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS DA FALA E LINGUAGEM CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI

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ESPIRITO SANTO

AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS DA

FALA E LINGUAGEM

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO – FAVENI

DISTÚRBIOS FALA, LINGUAGEM E AUDIÇÃO NA FLP

Fonte: turmadatiamari.com.br

Os distúrbios da fala e da linguagem são variados e podem ocorrer em

qualquer idade. Independentemente da gravidade dos distúrbios da fala e da

linguagem, a habilidade da pessoa em interagir e comunicar-se com os outros será

afetada. Os distúrbios da fala e da linguagem podem interferir na capacidade da

pessoa de entender, de expressar seus pensamentos ou de ser entendida. As

causas são variadas. Elas podem estar presentes desde o nascimento, ou podem

ocorrer na infância ou mais tarde na vida devido a um acidente ou uma doença.

O distúrbio da fala afeta a habilidade de pronunciar as palavras com clareza.

Muitas pessoas com distúrbios de fala não têm problemas de compreensão ou

raciocínio.

Por exemplo: uma pessoa com paralisia cerebral pode ter distúrbio de fala,

mas não ter problemas para processar e compreender ideias.

Fonte: www.musicautista.files.wordpress.com

Os distúrbios da fala também podem envolver distúrbios da voz, incluindo

timbre, volume ou qualidade. Um distúrbio de fala muito comum é a gagueira, que é

caracterizada pela repetição e dificuldade para emitir as palavras. Muitos distúrbios

de fala não têm causa conhecida.

Pessoas com distúrbios da linguagem podem ter dificuldade para entender

palavras faladas ou escritas. Os distúrbios da linguagem podem resultar da

incapacidade intelectual ou acompanhá-la. Podem resultar também do espectro

autista, da perda da audição, de lesão no crânio ou de tumores cerebrais, de AVC

(acidente vascular cerebral) e da demência. Os distúrbios da linguagem também

existem em pessoas com desenvolvimento intelectual, sensorial e físico normal.

Os distúrbios da fala e da linguagem não são interligados. Uma pessoa pode

ter tanto o distúrbio da fala e da linguagem ou ter um e não ter o outro.

As pessoas com distúrbios de fala e linguagem podem tentar ocultar seu

distúrbio e ter medo de ler em voz alta em público. Algumas pessoas, especialmente

as crianças, podem desconhecer o fato de que têm um distúrbio de linguagem ou de

fala.

Fonte: www.deliciadejoao.files.wordpress.com

A família ou os entes queridos da pessoa com distúrbio de fala ou linguagem

podem procurar tratamento com um fonoaudiólogo. As pessoas que têm esses

distúrbios e seus entes queridos precisam ser pacientes enquanto procuram

tratamento.

Maneiras de Ajudar:

Aprenda com a família, com o prestador de cuidados ou com a própria

pessoa sobre a natureza do distúrbio de comunicação, seja um

distúrbio da fala, da linguagem ou ambos.

Trate a pessoa com respeito. Não tenha medo de pedir à pessoa que

repita uma palavra ou frase. Seja paciente; não diga as palavras ou

finalize os pensamentos por ela.

Dirija-se diretamente à pessoa com o distúrbio de comunicação. Não

suponha que alguém com um distúrbio da fala não seja capaz de

entender.

Procure sinais no rosto, nas mãos ou em outras respostas. A fala não é

a única forma de comunicação.

Fonte: www.hojemais.com.br

Não peça à pessoa que gagueja que fale mais devagar ou comece de

novo. Isso tende a piorar o problema.

Apoie a pessoa e aqueles que cuidam dela em sua busca por apoio

espiritual. Não tente fornecer respostas quanto ao motivo de eles terem

esse desafio.

Forneça os meios adequados para que a pessoa participe da

adoração, das atividades e do serviço na Igreja. Por exemplo, uma

pessoa com um distúrbio da fala pode participar de uma apresentação

musical usando um instrumento, como um sino.

Fale com clareza, mas naturalmente. Tenha em mente que as pessoas

podem sentir que você está “tratando-as com inferioridade” se falar

muito devagar.

Esteja disposto a trabalhar sua comunicação. Em alguns casos, isso

pode significar aprender a linguagem básica de sinais ou estar atento

aos aparelhos especiais para comunicação não verbal a fim de utilizá-

los com as pessoas que se comunicam dessa maneira. Se adequado,

familiarize-se com aparelhos, sistemas e programas que têm sido

desenvolvidos para ajudar.

Perceba que a pessoa precisa estar cercada de amigos, membros da

ala e familiares amorosos e que a apoiem.

Fonte: www.cabecadecrianca.files.wordpress.com

Esforce-se para entender o que a pessoa está dizendo concentrando-

se no que ela diz em vez de como ela o está dizendo.

Os distúrbios de emissão da fala podem ser caracterizados genericamente

como desvio fonológico (ou desvio fonológico evolutivo, desordem fonológica),

desvio fonético e desvio fonético-fonológico, de acordo com a causa.

O distúrbio fonológico constitui uma alteração de fala caracterizada pela

produção inadequada dos sons e pelo uso inadequado das regras fonológicas da

língua com relação à distribuição do som e ao tipo de sílaba, resultando em colapso

de contrastes fonêmicos, afetando o significado da mensagem.

Esses erros podem também afetar a habilidade da criança em manter as

informações fonológicas na memória de trabalho quando necessita realizar tarefas

de consciência fonológica.

Referiram que crianças com alteração fonológica apresentaram desempenho

inferior em tarefas de memória quando foram comparadas às crianças de fala

normal. Tal desempenho inferior pode ser um forte indicador do sucesso na

habilidade, posteriormente, de reconhecimento de letras.

Fonte: www.i2.wp.com

O transtorno fonológico inclui erros de produção fonológica, que envolvem o

fracasso em formar corretamente os sons da fala, bem como problemas fonológicos

de base cognitiva que envolvam um déficit na categorização linguística dos sons da

fala. Deste modo, a gravidade do transtorno varia, prejudicando, ou não, a

inteligibilidade da fala.

Distúrbio Específico de Linguagem é uma dificuldade persistente para adquirir

e desenvolver a fala e a linguagem. Aparentemente a criança possuiu todas as

condições para falar, mas ela não consegue ou apresenta muita dificuldade neste

processo.

O atraso no aparecimento da linguagem oral pode, muitas vezes, ser o sinal

de problemas auditivos, ou falta de estímulos ou ainda pode ser o sinal de

transtornos mais globais no desenvolvimento como o Autismo e a Deficiência

Intelectual.

No entanto, esse atraso pode ser o indício de um quadro denominado de

Distúrbio Específico de Linguagem (Specific Language Impairment, SLI), ou seja,

aparentemente a criança possui todas as condições de desenvolver a linguagem e a

fala, mas este desenvolvimento não ocorre conforme o esperado.

Pesquisas realizadas nos Estados Unidos revelam que cerca de 7 em cada

100 crianças saudáveis apresentam algum grau de dificuldade de aquisição e de

desenvolvimento da linguagem.

Fonte: www.scontent.cdninstagram.com

Os pais começam a perceber problemas no desenvolvimento linguístico da

criança por volta dos dois ou três anos de idade: algumas crianças não falam, ou

demoram para iniciar a produção das primeiras palavras ou são lentas para

aprender novas palavras (vocabulário restrito) ou ainda não conseguem combinar

palavras para formar frases.

As dificuldades podem ser variadas, a depender da gravidade do quadro e

podem persistir até a idade adulta. Existem casos mais graves, que dificilmente irão

desenvolver uma “fala normal”, como existem casos mais leves, nos quais a

manifestação mais comum pode ser a dificuldade em adquirir os sons da língua.

O diagnóstico precoce e correto é fundamental – para que seja traçado um

planejamento terapêutico específico para cada caso e também para que tanto os

familiares quanto os professores possam receber esclarecimentos e orientações

sobre o problema.

O diagnóstico inicial é feito por exclusão, ou seja, primeiramente tem que ser

investigado se existe algum problema auditivo, se a dificuldade é específica da área

da linguagem ou se outros aspectos do desenvolvimento da criança também estão

alterados, se existe algum problema emocional grave, se em casa está faltando

estímulos para o desenvolvimento da fala e da linguagem.

Se todas essas causas forem excluídas e a partir de testes específicos, for

confirmada uma alteração no processo de desenvolvimento da fala e da linguagem,

daí sim, podemos estar diante de um quadro de Distúrbio Específico de Linguagem.

Fonte: www.catracalivre.com.br

Sinais indicativos de um Distúrbio Específico de Linguagem:

O aparecimento da fala é lento ou atrasado;

A compreensão pode ser normal ou pode estar alterada;

Dificuldade em combinar palavras para formar frases;

Presença de alterações fonológicas (troca de sons na fala);

Presença de alterações morfossintáticas: não consegue estruturar

adequadamente uma frase, dificuldade com verbos, preposições;

Flexionamento verbal e nominal ausente ou inadequado;

Dificuldade na organização sequencial das palavras nas frases

(inverte a ordem das palavras);

Fala ininteligível – os familiares não conseguem entender o que a

criança está falando;

Vocabulário restrito – dificuldade para aprender novas palavras;

Pode aparecer disfluências, como hesitações, repetições de silabas e

de palavras (sinais parecidos com uma gagueira);

Não conseguem relatar fatos, recontar uma história;

Dificuldade para compreender piadas, duplo sentido;

Apresentar sérias dificuldades para aprender a leitura e escrita –

transtornos de aprendizagem;

Se há problemas semelhantes na família.

Fonte: www.musicautista.files.wordpress.com

O Distúrbio Específico de Linguagem pode gerar consequências para o

processo de aprendizagem da escrita e leitura – estas crianças geralmente não

conseguem se alfabetizar na idade prevista e possuem sérias dificuldades para

acompanhar as atividades em sala de aula. Não conseguem compreender a relação

entre o som e a escrita. A aquisição e o desenvolvimento da linguagem oral são

determinantes para o aprendizado da leitura e escrita.

Este Distúrbio também pode desencadear problemas sócio emocionais:

geralmente são crianças que acabam se isolando dos amigos, apresentam um

prejuízo no processo de socialização. Existem até pesquisas que mostram que estas

crianças são depressivas. Por serem inteligentes, elas possuem percepção de suas

dificuldades.

Pesquisas atuais indicam que estas crianças podem ter um funcionamento

anormal da área cerebral responsável pelo processamento da linguagem. Ou seja, o

cérebro destas crianças, parece não ser apto para aprender e para processar a

linguagem. Pesquisas americanas mostram ainda, que a influência genética parece

se relacionar com a organização das áreas cerebrais responsáveis pela linguagem.

Este funcionamento anormal não é detectado em exames convencionais para o

estudo do cérebro, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética

(em geral, estes exames são normais).

Fonte: www.i2.wp.com

Os pais e professores podem ficar atentos quanto aos marcos de

desenvolvimento da linguagem, como por exemplo: com 1 ano as crianças já

começam a falar as primeiras palavras (papai, mamãe). Com 1 ano e meio elas já

conseguem juntar duas palavras e a partir dos 2 anos, as crianças já começam a

formar pequenas frases.

Quando isso não acontecer é importante que os pais busquem uma

orientação profissional. Até mesmo nas creches e escolas, os professores podem

observar estes marcos de desenvolvimento.

Se existe também alguém na família que teve ou tem algum problema de

linguagem ou aprendizagem é mais um sinal para os pais prestarem atenção.

Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhores oportunidades de tratamento

poderão ser oferecidas.

Infelizmente, a realidade aqui no Brasil tem revelado que muitas destas

crianças acabam não sendo diagnosticas ou são diagnosticadas de forma incorreta.

Muitas vezes, são confundidas com crianças com surdez ou com crianças Autistas

ou com Deficiência Intelectual. Conhecer este quadro é de extrema importância para

todos os profissionais que trabalham com crianças como Fonoaudiólogos,

Psicólogos, Pediatras, Professores, etc.

Fonte: www.tulipababy.files.wordpress.com

A habilidade de atenção auditiva sustentada nas crianças com FLP e

transtorno fonológico não difere da habilidade de atenção auditiva sustentada de

crianças com FLP sem transtorno fonológico, sendo que estes dois grupos

apresentaram alteração nesta habilidade sem diferenças entre eles.

A atenção auditiva é considerada um processo importante para a aquisição de

aspectos acústicos e fonéticos dos padrões linguísticos. Faz parte da atenção

auditiva a atenção sustentada, definida como a capacidade do ouvinte deter-se em

um estímulo específico durante um período de tempo, e a vigilância, habilidade de

manter-se preparado para uma resposta a um estímulo intermitente.

Transtorno fonológico é definido como uma dificuldade no nível fonológico da

organização linguística e não mecânica da produção articulatória, podendo envolver

erros na percepção ou na organização dos sons, estando relacionado ao uso de

padrões anormais na fala.

O desenvolvimento do sistema fonológico ocorre de maneira semelhante

tanto em crianças com fissura labiopalatina (FLP) como em crianças sem esta

malformação. Entretanto, em crianças com FLP ocorre um atraso neste

desenvolvimento, o que pode levar ao surgimento de um transtorno fonológico.

Fonte: www.3.bp.blogspot.com

A FLP é resultado de uma malformação congênita decorrente de falhas no

desenvolvimento ou na maturação dos processos embrionários. A etiologia das FLP

é multifatorial, incluindo fatores genéticos e ambientais. A ocorrência de OME em

crianças com FLP é relevante, cerca de 50 a 93%. A OME ocorre porque o músculo

tensor do véu palatino tem função empobrecida e a tuba auditiva é aumentada.

Grande parte das crianças com fissura de palato apresenta alterações na

orelha média. Essas alterações têm como consequência privação sensorial, que é

considerado um indicador de risco para alterações no desenvolvimento do

processamento auditivo, da linguagem, fala, aprendizagem, potencial cognitivo.

Quando se percebe que uma criança apresenta dificuldades de compreender

a fala humana, a primeira suspeita que se costuma levantar é a da presença de uma

deficiência auditiva. As perdas auditivas mais comuns são as do tipo condutivas e

neurossensoriais.

O DPAC (Distúrbio do Processamento Auditivo Central), é caracterizado por

afetar as vias centrais da audição, ou seja, as áreas do cérebro relacionadas às

habilidades auditivas responsáveis por um conjunto de processos que vão da

detecção à interpretação das informações sonoras. Na maior parte dos casos, o

sistema auditivo periférico (tímpano, ossículos, cóclea e nervo auditivo) encontra-se

totalmente preservado. A principal consequência do distúrbio está na dificuldade de

processamento das informações captadas pelas vias auditivas. Assim, a pessoa

ouvirá claramente a fala humana, mas terá dificuldades em interpretar a mensagem

recebida.

Fonte: www.images.slideplayer.com.br

As causas do DPAC podem ser variadas e muitas vezes desconhecidas,

contudo as mais comuns são de origem genética, otites de repetição, lesões

cerebrais por anóxia ou traumatismo craniano, presença de outros distúrbios

neurológicos, atraso maturacional das vias auditivas do Sistema Nervoso Central ou

por envelhecimento natural do cérebro. Por isso, a maior parte dos diagnósticos é

feita em crianças e idosos.

Comerlatto lista, a seguir, os principais sintomas que podem ser percebidos

na criança com DPAC:

Dificuldade de memorização em atividades diárias;

Dificuldades acadêmicas para ler e escrever;

Fadiga tensional em aulas ou palestras;

Troca de letras na fala ou escrita;

Demora em compreender o que foi dito;

Dificuldades em compreender informações em ambientes ruidosos;

Desatenção e distração;

Solicita repetição constante da informação;

Agitação;

Dificuldade para entender conceitos abstratos ou duplo sentido;

Dificuldade para executar tarefas que lhe foram solicitadas.

Fonte: www.image.slidesharecdn.com

LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS

Fonte: www.image.slidesharecdn.com

A criança deve se incentivar a prática da leitura, ressaltando o valor da leitura

infantil na formação de futuros leitores, e o quanto é relevante o incentivo das

instituições para o crescimento de indivíduos críticos para formação de leitores

competentes.

Ressalta a leitura e os benefícios que trazem ao desenvolvimento do

conhecimento e a grandiosidade da prática da leitura permitindo que a criança possa

usar a imaginação, uma experiência tão presente durante a infância. Destaca como

é dada a leitura no Brasil, enfatizando a realidade em que a educação brasileira se

encontra, destacando o livre acesso a informação e o descaso das escolas que não

possuem ou não utilizam as bibliotecas como fonte de conhecimento.

Fonte: www.s-media-cache-ak0.pinimg.com

O que sabemos é que tais qualidades só podem ser presentes com a prática

de algo libertador: a leitura. A muitos o termo libertador pode soar com certo

exagero, certamente as pessoas que acham isso, não dão conta do poder de

evolução humana que a leitura possui.

Este tema já foi discutido por diversos estudiosos, mas chegamos a uma

mesma certeza: Ler é apoderar-se de conhecimento. Mas, um leitor competente,

antes de tudo é alguém que foi devidamente estimulado a ler na infância, fase

crucial para iniciação no mundo da literatura.

A leitura se faz muito importante em nossas vidas, através dela podemos

aprender, ensinar e conhecer outras culturas. A sua grandiosidade deve ser

compreendida como uma viagem no mundo da imaginação, um encantamento tão

presente na infância.

Na vida das crianças não é diferente, a leitura deve estar sempre presente em

suas vidas, desde o seu nascimento até a fase adulta.

Fonte: www.image.slidesharecdn.com

As instituições na qual as crianças estão inseridas, têm como dever estimulá-

las sempre na prática de ler, pois para termos leitores no futuro, o incentivo à leitura

tem que partir das crianças de hoje, ampliando as possibilidades do amanhã.

O trabalho realizado com leitura infantil tem como possibilidade de resultado a

formação de leitores/escritores competentes. Tem como objetivo formar crianças que

não somente leem, mas que compreendam o que foi lido, por que compreender é

transmitir aos demais tudo o que foi entendido de uma história através das figuras,

ilustrações e objetos que possa transformar um texto em uma leitura agradável e

prazerosa a quem ouve, que possa aprender a ler o que está escrito em entre linhas;

que saiba que vários sentidos e várias visões podem ser atribuídos a uma onde se

possa imaginar, criar e reinventar.

Ler é apoderar-se de um bem, e uma vez adquirido, jamais será perdido o

conhecimento.

Não existe uma fórmula, mas certamente há caminhos que levam a tal fim, e

sem dúvidas o principal caminho é a prática da leitura na infância. É praticar, com o

devido apoio, da família, e da escola, esta ação libertadora, a leitura é o ponta pé

inicial para o sucesso intelectual de um indivíduo.

Fonte: www.3.bp.blogspot.com

A infância é marcada por descobertas, a criança a todo o momento interage

com novos universos, e a leitura é uma dessas novidades. Inicialmente, o foco está

em aprender as vogais, depois o alfabeto, tudo isso de uma maneira lúdica, cores e

ilustrações são sempre bem-vindas nessa fase em que tudo é uma grande

brincadeira.

Depois vem as primeiras pequenas palavras, logo a criança começa a ler

pequenos textos, esta prática é fundamental para o desenvolvimento leitura.

Entretanto, mesmo estando em questão a “leitura” na infância, existe uma

prática de igual importância, em que a criança não só ler, mas também ouve as

histórias, tal atividade torna-se imprescindível, se atentarmos para um detalhe:

provavelmente o primeiro contato de uma criança com um texto, é através de sua

mãe, ou seu pai que lhe contam histórias.

Em sua obra Literatura Infantil: Gostosuras e Bobices, Fanny Abramovich

discorre de maneira simples acerca da importância das histórias na vida das

crianças.

Como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias. Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e compreensão de mundo, é ouvindo histórias que se pode sentir (também)

emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade, e tantas outras mais, e viver profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem

as ouve. (ABRAMOVICH, 1993)

Praticar a leitura na infância está diretamente ligado em despertar na criança

o prazer em ler. É interessante colocá-las em contato com os clássicos da literatura

Infantil, como os contos de fadas, que tanto mexem com nossa imaginação e

proporcionam o desenvolvimento da criatividade.

Fonte: www.literaturainfantil.com.br

Tais ingredientes, se devidamente misturados, irão formar um leitor com

qualidades indescritíveis, trata-se de um leitor competente, este não enfrentará

dificuldades de interpretar um texto complexo, possuirá desprendimento em seu

discurso oral, lendo e escrevendo de maneira correta. Mas para tanto se faz

necessário um trabalho conjunto, trata-se de despertar o desejo de ler e o amor

pelos livros, é preciso incentivar.

A leitura oferece uma infinidade de conhecimento, é a porta que, uma vez

aberta irá oferecer riquezas para o intelecto de um indivíduo, que irá formar uma

nova mentalidade. E proporcionar às crianças o contato com a leitura, antes de tudo,

é uma responsabilidade com a formação dos adultos de amanhã. Para aqueles que

infelizmente não têm dimensão deste compromisso, fazer uma criança ler é apenas

mera uma atividade de distração. O que essas pessoas não sabem é que, enquanto

a criança absorve as informações contidas em um livro, sua capacidade de

compreensão aumenta, trata-se de algo grandioso.

Fonte: literaturainfantil.com.br

Alguns autores atribuem à leitura o objetivo de “transformar” o meio em que

vivemos, a partir da leitura infantil, como é o caso de Coelho (2000, p. 15) ao afirmar

que:

Estamos com aqueles que dizem: Sim. A literatura, e em especial a infantil, tem uma tarefa fundamental a cumprir nesta sociedade em transformação: a de servir como agente de formação, seja no espontâneo convívio leitor/livro, seja no diálogo leitor/texto estimulado pela escola. É ao livro, à palavra escrita, que atribuímos a maior responsabilidade na formação de consciência de mundo das crianças e dos jovens. (COELHO, 2000, p. 15)

De fato, a atual situação em que passamos nesta sociedade, onde em cada

minuto uma nova onda de informações e novidades surgem, e, em muitos casos, até

confunde aqueles que não acompanham este turbilhão, a leitura representa um

terreno sólido onde podemos firmar nossos pés, sem que para isso, tenhamos que

deixar de acompanhar as tecnologias. E é neste cenário complexo que nós,

enquanto incentivadores da leitura devemos oferecer aos pequenos de hoje,

homens e mulheres de amanhã, a oportunidade conhecer a ferramenta que irão

utilizar durante toda sua vida.

Fonte: www.institutopensi.org.br

A criança produz cultura na interação que estabelece com outras formas e

manifestações de cultura. Como sujeito de direitos, a criança cria cultura, brinca, dá

sentido ao mundo, produz história, recria a ordem das coisas, estabelece uma

relação crítica com a tradição.

Como sujeitos que aspiram a novos conhecimentos, as crianças enfrentam o

desafio de compreender os signos, os símbolos e os complexos sistemas de

representação que circulam socialmente, dar sentido a eles e deles se apropriar.

Ao interagir com os diferentes signos e com os conhecimentos que circulam

socialmente, a criança o faz sob a mediação dos seus saberes e das suas

experiências infantis. Dessa articulação, nascem novos saberes, conhecimentos e

experiências.

A escrita objetiva o conhecimento criado pela humanidade, exerce forte

influência sobre a cultura infantil e é, ao mesmo tempo e em certa medida, por ela

influenciada. Desde que nascem, as crianças estão imersas em uma cultura

específica e, ao longo do seu processo de desenvolvimento, vão criando estratégias

para descrever o mundo, compreendê-lo e com ele interagir.

Fonte: www.blog.portalpositivo.com.br

A linguagem escrita, que nas sociedades contemporâneas influencia e, muitas

vezes, determina as estruturas urbanas, as formas de interlocução, de expressão da

cultura, é um dos elementos com os quais as crianças interagem, buscando dele se

apropriar para melhor compreender o mundo e com ele se relacionar.

A criança desde muito cedo, se interessa pelo funcionamento da linguagem

escrita.

Os estudos da psicogênese da leitura e da escrita nos mostraram como as

crianças formulam hipóteses para explicar o funcionamento desse sistema,

sobretudo porque elas se interessam em conhecê-lo e desejam dele se apropriar.

Crianças que ainda não dominam o sistema de escrita alfabética brincam

imitando a escrita, criando histórias a partir de textos verbais e visuais. A criança

reelabora, reconstrói, reformula elementos constitutivos da escrita, lançando mão da

sua forma peculiar de pensar e das suas referências muito próprias sobre o mundo.

Não é preciso que a criança compreenda as relações entre fonemas e

grafemas para construir sentidos ao escutar a leitura de uma história ou ao elaborar

narrativas a partir de um livro de imagens, por exemplo. As crianças formulam

hipóteses, criam histórias, inventam sentidos, atestando assim seu protagonismo em

relação ao processo de construção de conhecimentos sobre a linguagem escrita.

Fonte: www.image.slidesharecdn.com

O desejo de compreender o sistema de escrita e dele se apropriar é fruto da

interação da criança com a cultura escrita, o que pode ocorrer antes mesmo de ela

frequentar instituições de educação infantil.

Nessa convivência, a criança vai elaborando seu conceito de língua escrita,

compreendendo as diferentes funções do ler e do escrever, ampliando seu

conhecimento de letras e números, aprendendo a fazer distinções quanto a gêneros

e portadores de textos.

O letramento contribui para o desenvolvimento do pensamento na medida em

que possibilita aos sujeitos lidar com textos, lendo-os, comentando-os, comparando-

os, julgando-os.

Enfim, esses sujeitos se tornam competentes para participar de uma

determinada forma de discurso, envolvendo-se em uma cultura letrada.

Igualmente importante é conceber a constituição da linguagem escrita pela

criança como algo que integra um processo mais amplo de constituição da

linguagem. Pensando na linguagem verbal, poderíamos dizer que a criança, ao

desenvolver aspectos relacionados à leitura e à escrita, desenvolve também

aspectos relacionados à oralidade e vice-versa.

Fonte:www.oemar.org.br

As práticas discursivas orais das crianças influenciam o processo de

apropriação da linguagem escrita e sofrem influências desse processo. As duas

modalidades de linguagem verbal, tanto a oral quanto a escrita, estão, pois, em

constante interação.

A linguagem escrita é um instrumento discursivo, ou seja, é o uso da língua

escrita em situações sociais concretas que estabelece as diferentes funções,

variedades de estilos e maneiras de utilizá-la.

De imediato, poderíamos destacar o fato de que o trabalho pedagógico deve

desenvolver situações em que a linguagem escrita seja fonte das interações e deve

promover a reflexão sobre a própria linguagem.

Espera-se que, nas creches e pré-escolas, os usos que se fazem da língua

escrita, as funções que a ela se atribuem, os tipos e os portadores de textos

disponibilizados, assim como as temáticas, as reflexões acerca dos conteúdos e da

estrutura dos textos assegurem que a língua escrita seja parte constitutiva das

interações entre os participantes e dos seus processos e estratégias interpretativas.

As crianças se encantam e desejam saber como os adultos conseguem ler

por trás das mesmas letras, as mesmas palavras e expressões. Na tentativa de

compreender, elas elaboram ideias, pensamentos e hipóteses sobre a escrita

enquanto escrevem. Por isso, escrever por conta própria é uma atividade tão

intrigante e desafiadora para elas que buscam aprendê-la exercitando.

Fonte: www.catracalivre.com.br

Inicialmente, costumam pensar que, para escrever, basta juntar várias letras,

indiscriminadamente. Às vezes, associam o tamanho da palavra ao tamanho do

objeto: algo bem pequeno, como uma formiga, por exemplo, deve ser escrito com

poucas letras, mas lobo, certamente com muitas letras. Também é comum encontrar

crianças que pensam que não é possível escrever nada com menos de três letras e

que nunca se repetem letras em uma mesma palavra.

Depois, na tentativa de ler o que escreveram, desenvolvem outros conceitos e

critérios de seleção mais rigorosos, levando em conta a qualidade e a quantidade de

letras, o que caracteriza o nível silábico de escrita.

Fazem relações entre unidades de falas e sílabas que podem ser

representadas por uma ou mais letras, com ou sem valor sonoro.

Essas ideias iniciais das crianças não representam erros como

tradicionalmente se pensou, mas, sim, etapas de um longo e complexo processo de

construção conceitual da escrita.

A partir daí elas se arriscam a escrever sem saber escrever, pensando e

testando suas hipóteses. Na educação infantil, não é esperado que elas dominem o

sistema alfabético da escrita, mas, sim, que aprendam a pensar sobre ele, se

aventurem com gosto a escrever e encontrem recursos suficientes para isso. O

primeiro passo é a conquista da escrita do nome próprio.

Fonte: www.educacao.estadao.com.br

A escrita do nome próprio, bem como o conhecimento da lista de nomes de

sua turma, são conhecimentos fundamentais a que todas as crianças têm direito.

Esta será a base que ela utilizará mais tarde para compor outras grafias, de tantas

outras ideias. É o mais importante recurso para que possa seguir pensando, por

conta própria, sobre como funciona esse complexo mundo da escrita.

De acordo com Regina, que observou quatro turmas de Educação Infantil

para sua tese de doutorado, existem situações didáticas que impulsionam essa

aprendizagem. O trabalho com nome próprio - a primeira palavra com significado

para a criança - fornece um conjunto básico de letras que cada um usará para

compor outras palavras. Quando se promove a escrita, a interpretação e a revisão

da própria escrita, a criança começa a estabelecer relações com o que quis dizer e o

que escreveu.

Na produção de texto coletivo, com o educador atuando como escriba, os

pequenos pensam no que desejam comunicar e estabelecem diferenças entre o

registro oral e o escrito. Além disso, a organização de sala em duplas ou subgrupos

com acesso a fontes de informações favorece as trocas produtivas e amplia

consideravelmente o repertório dos pequenos.

Fonte: www.imagemnews.com.br

Todas essas situações devem ser elaboradas levando em conta o ponto de

vista da criança pequena, para quem não há distinção entre aprender e jogar. Você

verá que todos vão avançar na compreensão do sistema alfabético, sem a obrigação

de chegar a uma escrita convencional.

Uma das dificuldades de trabalhar a produção de textos na alfabetização

refere-se ao processo educacional de iniciação em crianças. É possível ainda

observar métodos difusos, como o que considera primeiro aprender o sistema de

escrita, dominando a forma das letras, seus sons, uso de sinais, para depois passar-

se a produção de texto, condenando os alunos com escritos escolares, que

erroneamente são caracterizados como texto.

De fato, é importante o processo linguístico e gramatical, porém, é

fundamental instigar junto à criança sua capacidade de criação.

A criança chega à escola com a linguagem oral bem desenvolvida porque ela

recebe estímulos para desenvolvê-la, adequar e usá-la em diferentes situações sem

preocupação formal. Os diversos estudos mostram que as possibilidades do trabalho

com a escrita é uma competência da escola.

Assim cabe ao professor elaborar e organizar um trabalho com as letras que

vise às diversas possibilidades de ser realmente aplicado, ou seja, é necessário

deixar claro os objetivos de uma atividade de produção textual antes que ela

aconteça.

Fonte: www.image.slidesharecdn.com

Para tal, os alunos das séries iniciais necessitam visualizar a escrita e onde

aplica-la com significado. Essa visualização da escrita dar-se-á a partir do contato

com a abundância de materiais escritos e a interação com elementos próprios da

produção textual. Considera-se como fator fundamental que a escola, na pessoa do

educador, provo que estímulos capazes de alcançar a capacidade criadora da

criança, no sentido de instigar a produção de textos e, não somente a leitura. Pois

esse processo é extremamente importante para a aquisição de conhecimentos, os

quais irão materializar a mensagem que o educando deseja transmitir.

A discussão, portanto, sobre produção de textos nas séries iniciais deverá

permitir aos educadores um aprimoramento dessa prática no cotidiano dentro das

salas de aula. A estruturação desse trabalho será desenvolvida através de recortes

teóricos de diversos autores, os quais discutem a produção de texto e a forma como

os educadores atualmente se relacionam com essa temática dentro das salas de

aulas. Será também aplicado um questionário com o objetivo de compreender e

definir como os educadores se dispõem a vislumbrar no seu dia a dia a prática da

produção de texto na alfabetização.

A escrita é uma forma de produção textual discursiva com objetivos de

comunicação com certas especificidades materiais e se caracteriza por sua

constituição gráfica.

Fonte: www.2.bp.blogspot.com

Se conceitua o escrever como uma atividade física e simbólica que para ser

exercida precisa de um sistema (caracterizado como convencional) que em

diferentes circunstâncias produz o escrito.

Dessa forma, produzir um texto equivale a decidir o que se vai escrever e qual

a forma adequada de fazê-lo, corrigindo, reescrevendo e reorganizando o conteúdo.

Na perspectiva da atuação do alfabetizador faz parte, estimular o educando

no processo de alfabetização, para que perceba que somente pela escrita e pela

leitura será possível determinadas ações na vida.

Os aspectos mecânicos entram na alfabetização como elementos que irão

agregar valores e habilidades ao processo formal. É o desenvolvimento motor que

irá preparando tônus muscular, coordenação motora global e fina e uma série de

outras características fundamentais para o registro da letra, do traço e organização

do traçado.

É importante desenvolver estes aspectos para que a criança possa alcançar

aos poucos, aquilo que é esperado com o trabalho. Aliando assim a parte mecânica

e cognitiva a criança pode dar início ao processo de criação mesmo que ainda de

modo grosseiro, então é necessário que haja um encorajamento para a escrita livre,

o registro de coisas naturalmente como o percebem.

Fonte: www.ensinarhistoriajoelza.com.br

Dessa forma, se a iniciação da escrita ocorre respeitando o tempo da criança,

ela não se sentirá cansada, pois lhe permite visualizar várias possibilidades dentro

do seu contexto, progredindo através da orientação do educador ao nível de ver na

linguagem formal uma ferramenta de organização da vida diária.

A iniciação da língua materna durante o processo de alfabetização, coloca o

aluno como ser passivo, através da linguagem com produto pronto e acabado, e isso

deveria ser mudado no sentido de incentivar e conscientizar para que o aluno se

veja como atuante pela e sobre a linguagem.

Diversas atividades de ler e escrever feitas de maneira mecânica como

exercício escola, geram situações que carecem de sentido para as crianças. Os

objetivos vazios de significado não parecem motivar as crianças a escrever, uma vez

que constituem de palavras soltas, com destino incerto.

A preocupação com o ensino do desenho das letras, assim como a

construção de palavras, deve ser colocada em segundo plano, sendo que o

primordial é o ensino da escrita como linguagem.

É por meio da linguagem que o homem é capaz de compreender o mundo em

que vive e nele agir. Assim como é visto na prática de sala de aula, já no primeiro

ano do ensino fundamental, as crianças são alfabetizadas, aprendem a ler e

escrever.

Mas antes de aprender a escrever, a criança aprende a ler através de

parlendas e canções que, em geral, se sabe de cor, através também de jogos, de

embalagens e rótulos comerciais, de anúncios, folhetos de propagandas e demais

textos do dia-a-dia, que possibilitem suposições, sentido, a partir do conteúdo.

IMPLANTE COCLEAR E OUTROS MÉTODOS OU TÉCNICAS CIENTIFÍCAS,

TRATAMENTO E AVALIAÇÃO DOS DISTURBIOS DA FALA E DA LÍNGUAM

Fonte: www.loja.metododasboquinhas.com.br

www.i1.wp.com

Os aparelhos auditivos funcionam bem para pessoas com níveis variados de

perda de audição, mas em casos de surdez profunda são recomendados os

implantes cocleares. Os tradicionais aparelhos auditivos funcionam bem para

pessoas com níveis variados de perda de audição, mas eles não podem restaurar o

som para as pessoas que têm surdez profunda.

Os implantes cocleares funcionam melhor em pessoas com danos auditivos

mais severos porque se desviam das partes danificadas do ouvido e enviam as

informações sonoras diretamente ao nervo auditivo como sinais elétricos.

Os implantes cocleares podem ser usados sozinhos ou com aparelhos

auditivos tradicionais em pessoas que têm perda auditiva moderada para algumas

frequências, mas uma perda auditiva mais severa em outras frequências. É uma

tecnologia que nasceu na década de 1950, quando os médicos franceses André

Djourno e Charles Eyriès descreveram pela primeira vez os efeitos da estimulação

do nervo auditivo em um indivíduo surdo, com a colocação de fio metálico no nervo

auditivo do paciente submetido à cirurgia do nervo facial.

Fonte: www.direitodeouvir.com.br

Atualmente, estima-se que existam cerca de 100 mil pacientes com implante

coclear em todo o mundo.

Conhecido popularmente como ouvido biônico, o implante coclear é um

dispositivo eletrônico que tem o objetivo de substituir as funções das células do

ouvido interno de pessoas com surdez profunda que não são beneficiadas pelo uso

de aparelhos auditivos. É um equipamento implantado cirurgicamente na orelha que

tem a função de estimular o nervo auditivo e recriar as sensações sonoras.

O implante coclear é composto de dois sistemas principais: um externo e um

interno. A parte interna é formada por um receptor e um arranjo de eletrodos que fica

posicionado dentro da cóclea (órgão da audição com formato de caracol). Eles se

conectam a um receptor, que funciona como um decodificador, implantado na região

atrás da orelha, por baixo da pele. Com o receptor, ficam uma antena e um imã, que

servem para fixar a unidade externa e captar os sinais elétricos.

A unidade interna normalmente funciona por radiofrequência, ou seja, o

mesmo meio usado para transmitir informações para a unidade interna é

responsável pelo funcionamento dela.

A parte externa é composta por um processador de fala, uma antena

transmissora e um microfone. Esta é a parte do implante que fica aparente.

Os modelos de implante coclear se diferenciam pelo número e pela

configuração dos eletrodos, pela chamada telemetria de respostas neurais (NRT),

localização do microfone externo, pelo sistema de programação, design e tecnologia

do processador de fala. De maneira geral, eles podem ser divididos em dois tipos:

retroauricular, que se encaixa atrás da orelha, ou tipo caixa, um dispositivo

quadrado.

O microfone capta o som e o transmite ao processador de fala, que analisa os

sinais sonoros e os codifica em impulsos elétricos que serão transmitidos até a

antena. De lá, o sinal é conduzido através da pele por meio de radiofrequência e

chega até receptor interno. O chip do receptor converte os códigos em sinais

eletrônicos e libera os impulsos elétricos para os eletrodos intracocleares

estimularem diretamente as fibras no nervo auditivo.

O estímulo é percebido pelo cérebro de quem usa o implante como som. Com

isso, o paciente pode recuperar parte da audição.

Fonte: www.direitodeouvir.com.br

As principais vantagens do implante coclear:

Melhora dos níveis de audição;

Contribui para o desenvolvimento de fala e linguagem compatíveis com

a idade;

Melhora a autoestima e a confiança dos pacientes e favorece o

relacionamento e a comunicação com familiares, amigos, colegas de

trabalho e a sociedade em geral.

A função dos aparelhos de audição é amplificar os sons para que pessoas

com perdas auditivas possam ouvir melhor. É como se o equipamento aumentasse

os sons do ambiente. A questão é que isso só funciona para quem já ouve.

O implante coclear, por sua vez, não aumenta os sons. Ele é um estimulador

elétrico com o objetivo de “imitar” as funções do ouvido que são a captação do som,

transformação dele em estímulo elétrico e, depois, a ativação do nervo auditivo

diretamente.

De uma maneira geral, o dispositivo é indicado para pacientes com surdez

sensorial e bilateral e que não obtiveram resposta satisfatória com o uso de próteses

auditivas convencionais.

Quando o assunto é o implante coclear, o tempo de surdez também se torna

fator importante: quanto mais tempo o paciente fica sem escutar, mais difícil será

sua reabilitação.

Independentemente do caso, é preciso que o paciente passe por uma

avaliação detalhada de um grupo especializado em diagnóstico e tratamento da

surdez.

Os critérios básicos de indicação do implante coclear:

Pacientes pós-linguais: Deficiência auditiva neurossensorial bilateral de

grau severo a profundo que não se beneficiarem do aparelho de

amplificação sonora individual (AASI), ou seja, apresentarem escores

inferiores a 40% em testes de reconhecimento de sentenças com o uso

da melhor protetização bilateral possível. Não existe limite de tempo

para a realização do implante coclear neste grupo, porém quanto maior

o tempo de surdez, piores serão os resultados.

Pacientes pré-linguais: Deficiência auditiva

neurossensorial bilateral de grau severo a profundo, com reabilitação

fonoaudiológica efetiva há pelo menos 6 meses (crianças de 0 a 18

meses) ou desde a realização do diagnóstico (crianças maiores de 18

meses), que não se beneficiarem do aparelho de amplificação sonora

individual (AASI). Neste grupo a idade do paciente é importante. Nas

crianças, a idade ideal é entre 1 e 5 anos de idade, sendo que quanto

mais precocemente o paciente é implantado, melhores serão os

resultados.

A partir dos 5 anos os pacientes também podem ser implantados, porém os

resultados dependerão de outros fatores como o grau de desenvolvimento da

linguagem já adquirida e de um trabalho de estimulação auditiva prévia, como uso

de prótese auditiva e capacidade de realização de leitura orofacial e linguagem de

sinais.

Na maioria dos casos, os exames solicitados são: avaliação audiológica,

tomografia computadorizada e ressonância magnética dos ossos temporais. Mas os

pacientes também passam por exames psicológicos.

Como é a cirurgia:

O paciente normalmente é internado na véspera da cirurgia e tem alta um dia

depois. Para que os médicos possam inserir o receptor e os eletrodos, é preciso que

o paciente raspe uma faixa de cabelo de aproximadamente três cm do lado do

ouvido em que será colocado o implante coclear.

A técnica usada durante a cirurgia pode variar de acordo com o implante, mas

é realizado com anestesia geral e dura cerca de 2 horas. Para se chegar ao local

onde são posicionados os eletrodos, os cirurgiões precisam realizar um corte de

cerca de quatro cm, atrás da orelha, em uma área que fica próxima ao nervo facial.

Além de ser experiente, a equipe deve utilizar um monitor facial para que não

haja erro.

O implante coclear pode ser feito na rede pública pelo SUS (Sistema Único de

Saúde) ou pela rede privada.

Período pós-cirúrgico:

Fonte: www.ouvidobionico.files.wordpress.com

Na maioria dos casos o paciente recebe alta no dia seguinte da cirurgia e os

pontos são retirados em duas semanas. Nos três dias que se seguem logo após a

implantação do dispositivo, o paciente deve evitar lavar a cabeça. Após esse

período, pode tomar banho normalmente, mas protegendo o ouvido com um tampão.

Cuidados como dormir com o lado operado para cima por, em média, 15 dias, não

fazer esforço físico e tomar a medicação prescrita também são importantes.

Em média, a ativação do implante coclear ocorre 30 a 40 dias após o

procedimento.

Nesse período, inicia-se um processo de adaptação do paciente ao implante

coclear com consultas com uma fonoaudióloga.

A maneira como o paciente vai escutar os sons depende de vários fatores

como o tempo de que ele ficou sem ouvir, as causas da surdez, a estratégia de

estimulação usada, a quantidade de eletrodos implantados. É uma experiência

bastante individual.

O implante coclear permite que a pessoa implantada volte a ouvir sons, mas

certamente não se trata de uma audição normal. Alguns pacientes implantados

conseguem até falar ao telefone, já outros percebem apenas os sons sem conseguir

compreender a fala.

Pessoas que ouviam normalmente vieram a perder a audição dizem que o

som proporcionado pelo implante coclear é um tanto robótico, metálico, mas é sem

dúvida uma alternativa importante para quem tem surdez profunda.

Fonte: www.4.bp.blogspot.com

A linguagem tem uma grande importância na organização da conduta da

criança e no seu desenvolvimento. Primeiro a sua influência é feita de fora para

dentro; depois, passa a se projetar de dentro para fora. No início, o controle da

conduta é feito pelos pais, através da linguagem; mais tarde, pela própria criança.

A conduta da criança, inicialmente controlada pelos adultos sob a forma de

incitações e recomendações verbais, progressivamente passa a ser controlada por

ela própria, através da linguagem interiorizada.

Fonte: www.image.slidesharecdn.com

A montagem das conexões perceptomotoras far-se-á com certa lentidão,

todavia. Não obstante, aos 14/16 meses de idade parece certo que as crianças têm

sua conduta regulada pela palavra do adulto. Solicitada a dar um objeto colocado

diante dela, ela o fará sem maiores dificuldades. Tal já não acontecerá a partir do

momento em que se aumente o grau de complexidade da situação.

Pensamos que, na função da linguagem, se pode distinguir os seguintes

usos:

Uso afetivo;

Uso lúdico;

Uso prático;

Uso representativo;

Uso dialético.

No desenvolvimento da linguagem da criança, vê-se que o uso afetivo é o

mais primitivo, precedendo o uso lúdico, e este último precede o uso prático.

O uso representativo se elabora a partir do uso prático, enquanto o dialético é

o último a se manifestar. Na linguagem constituída do adulto, todos esses usos se

organizam estreitamente, em dosagens muito variáveis, segundo as circunstâncias e

mesmo de um a outro momento da oração, se bem que não seja frequente aprender

cada um deles em estado de pureza.

O adulto utiliza a linguagem tanto para exprimir estados afetivos, quanto para

brincar, sustentar a ação, substituir as narrações à ação e fazer operações

simbólicas abstratas; essas várias atitudes se entrelaçam completamente em todas

as orações.

O fato de esses usos pertencerem a níveis diferentes de evolução não

significa que, no adulto, não possam coexistir, pois, na realidade, coexistem

segundo condições variáveis, dominantes em quem fala. Os diferentes usos acima

considerados evoluem do mais automático para o menos automático ou voluntário,

do mais simples para o mais complexo, e do mais organizado para o menos

organizado.

Os gestos vocais, que comportam meios de ação sobre os outros seres

(gritos para amedrontar, para chamar, para enternecer) tomam facilmente

significação simbólica. Seu desenvolvimento sistematizado é a linguagem que, num

grupo social, é transmitida pela educação aos novos indivíduos do grupo.

O gesto vocal, em toda sua flexível variedade, é praticado pela criança e, por

associação com experiências perceptivas, sua significação, seu papel são

aprendidos progressivamente, com o duplo movimento da associação analógica

(que estende o uso dos termos) e da inibição condicionada (que o restringe e

adapta), através dos ensaios-e-erros da vida mental.

É lógico que, numa sociedade do tipo da nossa, a linguagem precisa de ser

ensinada e aprendida, se a quisermos em níveis mais abstratos e técnicos,

principalmente porque a ascensão social está quase sempre ligada ao domínio de

determinados registros da língua padrão, considerados mais importantes ou mais

cultos. Por isso a escola tem uma grande importância na aprendizagem da língua,

visto que ela é a instituição social destinada a conter a desenfreada e desorganizada

evolução de uma língua, como acontece com todas as línguas faladas por muitas

pessoas, como o português, o inglês, o espanhol, etc.

É a partir da escola que se estabelece a unificação de uma língua e o seu

desenvolvimento técnico e artístico.

Fonte: www.midias.unoparead.com.br

Os professores de línguas e demais responsáveis pela aprendizagem da

linguagem infantil, deveriam estar sempre atualizados em relação à Psicolinguística

e à Pedagogia das Línguas, visto que a escolha (ou criação) de um método

apropriado e bem dosado é uma das mais eficazes motivações para a

aprendizagem.

É importante que lembremos que a aquisição de uma língua nativa

independe de cuidados especiais e mesmo os dispensam, pois o que é mesmo

necessário é que a criança esteja exposta a uma língua durante os primeiros anos

de sua vida. E mais ainda, que a aquisição da linguagem (ou de uma segunda

língua) será mais difícil à medida que a criança vai avançando em idade, sendo

mesmo muito difícil para um adulto, e quase impossível, se pensarmos numa

aprendizagem perfeita.

A execução ou o uso de uma língua não afeta em nada a sua organização

subjacente, ou seja, a sua estrutura profunda. Isto é tratado pela Psicologia como o

desempenho linguístico, ou seja, o modo pelo qual cada indivíduo usa a sua

competência linguística. O desempenho linguístico é um problema de registro, de

estilo ou de preferências individuais.

Fonte: www.lh5.ggpht.com

O Sigmatismo ou Interposição da Língua Durante a Fala é caracterizado pela

pronúncia incorreta de fonemas.

As letras que o paciente mais apresenta dificuldades em falar são o s, e, x, j

ou z. O problema pode ser apresentado em função de desordens nos órgãos

fonoarticulatórios, dentários ou craniofaciais, passando – em alguns casos – pela

respiração bucal e próteses dentárias.

O que ocasiona a distorção na fala são as várias posições que a língua

assume dentro da boca. Frequentemente, os principais acometidos são respiradores

bucais, que também é outro problema na vida do indivíduo. Há situações em que a

utilização de chupetas durante muito tempo também possa influenciar no problema.

Fonoaudiologia para pessoas com Sigmatismo:

O trabalho de reabilitação oral é de estrema importância. Além disso,

o Fonoaudiólogo atuará na reeducação do posicionamento da língua e do

direcionamento de ar durante a articulação de determinados fonemas.

Serão realizados pelos profissionais trabalhos específicos para a língua, que

consiste em melhorar a mobilidade e a tonicidade desse órgão. Para que os

resultados sejam positivos, a elasticidade do freio também passará por tratamento.

Não ficam de fora, orientações que estão relacionadas à mastigação, deglutição e

postura de repouso da face.

A língua é uma parte importante do corpo, com diversas funções importantes,

como falar e mastigar, por exemplo. Mas existem alguns problemas que podem

atrapalhar essas funções, como a língua presa e a língua solta.

Alguns exercícios podem ajudar também a melhorar a fala de pessoas que não

têm nenhum desses problemas.

Fonte: www.g1.globo.com

Além das funções importantes da língua, ela também pode influenciar na postura.

Segundo a dentista e especialista em ortopedia funcional do maxilar, Gorete Yacoub,

quando a língua se espalha pela boca, ela empurra a mandíbula e a cabeça para frente.

Fonte: www.estudopratico.com.br

Se a língua fica para trás, acontece o contrário e a pessoa pode ficar levemente

curvada. A língua que chega mais à frente puxa também a laringe e a pessoa pode falar

com o som mais agudo. O exercício para corrigir a posição da língua é sugá-la no céu da

boca e puxá-la para trás.

No caso da língua presa, além dos exercícios, há também a possibilidade de

cortar o freio lingual. A alteração é genética e deve ser investigada principalmente se

alguém da família já tiver o problema. Ela aparece desde o nascimento e dificulta os

movimentos da língua da criança. Esse problema traz dificuldades durante a

amamentação, além de prejudicar no futuro também mastigar, engolir, lamber, beijar e,

principalmente, falar.

Já a língua flácida empurra os dentes e pode desenvolver problemas como a

mordida aberta, a mordida fechada e a mandíbula projetada para frente.

O contrário também pode acontecer, ou seja, os dentes tortos podem atrapalhar o

posicionamento da língua. Geralmente, quem tem esse problema costuma dormir com a

boca aberta porque tem dificuldades para fechá-la.

Para evitar a flacidez da língua, os médicos recomendam que, desde a infância,

as crianças comam alimentos mais sólidos, que exigem a mastigação. Isso ajuda a

estimular o tônus da bochecha e da língua. A amamentação é importante também para

estimular a sucção.

Fonte: www.filologia.org.br

Atualmente existe um teste feito nos bebês para identificar precocemente algum

problema na língua e, caso seja recomendação dos médicos, essa criança pode cortar o

freio para corrigir esse problema.

Mas, segundo a dentista e especialista em ortopedia funcional do maxilar, Gorete

Yacoub, só a cirurgia não resolve, é preciso também fazer os exercícios

fonoaudiológicos.

Com o tratamento, a ortopedia funcional do maxilar usa aparelhos móveis, que

estimulam a deglutição, a mastigação e a fala. Quando essas funções estão

equilibradas, há naturalmente uma melhora na respiração. Esses aparelhos são

desenhados pela especialista de acordo com a necessidade do paciente e serve para

mudar a postura da mandíbula, colocando-a para frente ou para trás, alargar a arcada

dentária, e posicionar a língua corretamente.

A dificuldade para engolir também pode ser um problema na língua. Nesse caso,

é feito o exame chamado deglutograma.

Os distúrbios da fala e da linguagem são doenças prevalentes na infância,

passíveis de prevenção e tratamento quando diagnosticados precocemente. Os

pediatras, como profissionais responsáveis pela saúde da criança, são os primeiros

a avaliar o desenvolvimento infantil e, muitas vezes, são questionados sobre os

aspectos comunicativos da criança.

Fonte: www.auditivo.fmrp.usp.br

Os distúrbios da comunicação constituem algumas das doenças infantis mais

prevalentes, manifestando-se como atraso ou desenvolvimento atípico envolvendo

componentes funcionais da audição, fala e/ou linguagem em níveis variados de

gravidade.

Na maioria das vezes esses distúrbios são percebidos pelos pais, que

referem que a criança tem dificuldade para falar ou que não fala, é dificilmente

compreendida, incapaz de dizer alguns sons corretamente ou que gagueja. Sabe-se,

por exemplo, que crianças com atraso no desenvolvimento da linguagem irão

apresentar, na idade escolar, importantes e persistentes anormalidades

neuropsicológicas, entre elas os transtornos específicos de aprendizagem.

O fonoaudiólogo é o profissional habilitado para identificar, diagnosticar e

tratar indivíduos com distúrbios da comunicação oral e escrita, voz e audição.

Entretanto, nesse processo, é fundamental a participação de outros profissionais

que acompanham o desenvolvimento infantil, como pediatras, educadores,

psicólogos, terapeutas ocupacionais, agentes comunitários de saúde, entre outros.

De maneira geral, pediatras e professores são os primeiros profissionais

solicitados a opinar e orientar, por serem mais presentes no acompanhamento do

desenvolvimento infantil. Mas tal intervenção só ocorrerá em bom nível técnico com

a presença direta ou indireta de um fonoaudiólogo.

Fonte: www.image.slidesharecdn.com

Desde o nascimento a criança se comunica através do choro, olhar e gestos.

A criança pequena é capaz de discriminar vozes, diferenciar padrões de entonação,

gestos e movimentos corporais, que são bases para o desenvolvimento

comunicativo e de linguagem.

É a partir da interpretação do adulto que os comportamentos inatos adquirem

significado para a criança e, posteriormente, são reproduzidos intencionalmente por

ele. Assim, o contato mãe-criança por meio do olhar e melodia da fala são pré-

requisitos para o desenvolvimento comunicativo.

Além disso, a amamentação, além de ser um importante momento de trocas

entre mãe e filho, assume destacado papel no desenvolvimento e maturação dos

órgãos fonoarticulatórios, possibilitando, futuramente, a complexa tarefa de

articulação dos sons da fala.

Nos primeiros meses de vida a criança apresenta vocalizações automáticas

como, por exemplo, choro, grito e sons primitivos que, além de assumirem papel

comunicativo, são fundamentais para o exercício do trato vocal.

O balbucio e o sorriso iniciam-se a partir do segundo mês de vida e, apesar

de ainda reflexos, expressam satisfação ou prazer. Aos quatro meses transformam-

se em jogo vocal, quando a criança amplia seu repertório incluindo sons

consonantais e, mais tarde, produções silábicas, mas ainda sem intenção

comunicativa.

Fonte: www.image.slidesharecdn.com

No primeiro ano de vida descobre a própria voz e sua capacidade de se

comunicar e, no final deste, inicia a produção das primeiras palavras com valor de

enunciado, enquanto seu vocabulário aumenta progressivamente. Por volta dos dois

anos é capaz de manter conversação com turnos e aos três já está pronta para

manter uma conversa coesa.

A etiologia dos distúrbios da comunicação pode envolver fatores orgânicos,

intelectuais/cognitivos e emocionais (estrutura familiar relacional), ocorrendo, na

maioria das vezes, inter-relação entre todos esses fatores.

De acordo com a "American Speech, Language and Hearing Association", os

distúrbios da comunicação podem ser conceituados como impedimentos na

habilidade para receber e/ou processar um sistema simbólico, observáveis em nível

de audição (sensibilidade, função, processamento e fisiologia), linguagem (forma,

conteúdo e função comunicativa) e processos de fala (articulação, voz e fluência).

Esses distúrbios podem variar em gravidade, ser de origem desenvolvimental

ou adquirida. Resultar numa condição de déficit primário (doenças de manifestação

primária ou idiopáticas) ou secundário (doenças de manifestação secundária,

decorrentes de manifestação maior) e, ainda, ocorrer isolados ou combinados.

Fonte: www.1.bp.blogspot.com

Os distúrbios de desenvolvimento da fala e da linguagem (oral e escrita) de

causa idiopática em crianças e adolescentes são aqueles que não ocorrem em

conjunto com outras anormalidades, tais como: deficiência mental, paralisia cerebral,

deficiências auditivas e outras. Tais distúrbios, idiopáticos ou secundários, podem

ser acentuados por influências externas, como, por exemplo, diferenças culturais,

instrução insuficiente ou inapropriada.

Muitos distúrbios da comunicação que ocorrem na infância poderiam ser

evitados ou minimizados por meio de medidas simples de estimulação de

linguagem, orientação aos familiares e identificação precoce.

Sabe-se que as dificuldades de aprendizagem estão intimamente

relacionadas à história prévia de alteração no desenvolvimento da linguagem. Desta

forma, a identificação precoce dessas alterações no curso normal do

desenvolvimento pode prevenir posteriores consequências educacionais e sociais

desfavoráveis.

Alguns sinais de possíveis alterações podem ser detectados na criança ainda

muito pequena, como ausência de contato de olho, não reação a sons como telefone

e campainha, não reação quando chamada pelo nome, volume de televisão muito

alto; ausência de fala ou fala incompreensível, vocabulário restrito, dificuldade de

interação social e agressividade.

Fonte: www.blog.qualfarmacia.com.br

Para avaliar se a criança se encontra dentro do esperado para o

desenvolvimento da fala e da linguagem, é fundamental que o pediatra complemente

sua observação com as informações e/ou queixas da família e/ou da escola, uma

vez que estudos recentes, salientam que a detecção inicial dos distúrbios da

comunicação em crianças é realizada principalmente por pais e educadores.

Assim, o pediatra, ao deparar com queixas de familiares referentes ao

desenvolvimento da comunicação da criança, como atraso na aquisição da fala,

vocabulário pobre, trocas articulatórias ou dificuldades escolares, deve

imediatamente investigar o desenvolvimento global da criança, bem como o histórico

familiar para tais alterações e o ambiente comunicativo em que a mesma está

inserida.

Em muitos casos, é necessário investigar fatores orgânicos como alterações

auditivas e neuropsicológicas. O pediatra deve estar atento aos sinais de risco de

deficiências auditivas na infância, como história de prematuridade, complicações

pré, peri e pós-natais, hereditariedade, otites médias recorrentes, hospitalizações,

traumatismos cranianos, entre outros. Após tais investigações, que deverão ser

realizadas em curto espaço de tempo, é fundamental encaminhar a criança para

avaliação completa de linguagem, realizada pelo fonoaudiólogo e equipe

interdisciplinar, quando for o caso.

Entendendo que os primeiros anos de vida da criança são cruciais na

formação de seus conteúdos linguísticos, o diagnóstico e intervenção precoce dos

distúrbios de fala e linguagem são de extrema importância para o adequado

desenvolvimento comunicativo. O pediatra, assim como todos os profissionais que

lidam com as crianças, deve estar atento para os sinais de alerta e fatores de risco

para alterações no desenvolvimento da linguagem.

BIBLIOGRAFIA:

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