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Jornal nº 57Dezembro - 2016
Jornal do Sindicato dos Trabalhadoresnas Indústrias de Alimentação de
São José dos Campos e Região
O ANO DO ATAQUE AOS TRABALHADORES
2016RETROSPECTIVA
Crise política, econômica, golpe parlamentar, inflação, desemprego e retirada de direitos atingem os trabalhadores,
que vão à luta contra os ataques dos patrões e governos.
em 2016, trabalhadores foram atingidos pelos ataques dos patrões e governo
Inicialmente orçadas em R$ 28,8 bilhões, as obras dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro custaram mais de R$ 38 bilhões, deixando um rombo nos cofres públicos do estado.
O governo jogou o prejuízo na con-
ta dos servidores públicos, que estão com os salários e aposentadorias atra-sados há meses e não terão reajuste.
Diante do arrocho salarial e caos nos serviços públicos, a população foi pra rua protestar.
O acidente com o voo da Chapecoense deixou o Brasil de luto.
A mensagem “Força Chape” ecoou de todos os cantos do mundo e elevou o pe-queno time à história do esporte mundial.
A tragédia provocou questionamentos aos cartolas da Conmebol, por indicarem o voo da companhia até mesmo a seleções como a da Argentina.
- Mais de mil escolas ocupadas: em todo país, os estudantes deram exemplo de luta e ocuparam mais de mil escolas e universidades contra a PEC da morte e a proposta de reforma do ensino médio, que vai acabar com a liberdade de pen-
samento crítico em sala de aula.
- Políticos na cadeia: velhas raposas da política nacional, como o ex-deputado federal Eduardo Cunha e os ex-prefeitos do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e Garo-
tinho foram ver o sol nascer quadrado. Mas isso é pouco, eles ainda têm que devolver tudo que roubaram.
- Corrupção do PSDB: até a máscara dos tucanos caiu. Em delação premiada,
executivos da Odebrecht relataram que abasteceram o caixa dois da campanha de José Serra à presidência, em 2010. Já o governador Geraldo Alckmin está envolvido até o pescoço no escândalo do desvio da verba da merenda.
Em meio a escândalos de corrup-ção, o presidente Michel Temer per-deu seis ministros em sete meses de governo.
Em meio a delações premiadas, o nome do próprio presidente é apon-tado no recebimento de propina para caixa dois.
Temer também é acusado de trá-feco de influência no escândalo do prédio de luxo em Salvador.
Não é à toa que o governo Temer é reprovado 55% da população. Já 68% dos brasileiros não confiam no presidente.
retrospectiva
SAI DILMA, ENTRA TERMER, E RETIRADA DE DIRETOS Só AUMENTA
EM MEIO A cORRUpçãO E RETIRADA DE DIREITOS, TEMER TEM REpROvAçãO REcORDE
Olimpíada deixa rombo nos cofres públicos
Tragédia da Chapecoense choca o mundo
Mudança na Previdência será votada em 2017
Hoje não existe
65 anos para todos
15 anos atingir o fator previ-denário ou o fator 85/95
25 anos 49 anos de contribuição
Mulheres até 45 anos e homens até 50
Idade Tempo contribuição Aposentadoria intral
Proposta
Para quem vale a regra:
2016 foi um ano duro para os tra-balhadores. Com o aprofundamento da crise política e o golpe parlamentar de direita que destituiu a presidente Dil-ma Rousseff, os patrões colocaram no poder seu homem forte, Michel Temer (PMDB), com o objetivo de impor um forte ajuste fiscal aos trabalhadores.
Apoiado na Câmara, o novo presi-dente coloca em prática a aprovação da PEC da morte (Proposta de Emenda Constitucional 55), que vai congelar por 20 anos os investimentos públicos em
saúde, educação e áreas sociais; e pre-para as reformas trabalhista e da Previ-dência.
Ao longo do ano, os trabalhadores foram às ruas e protestaram contra es-tes ataques. Mas para barrar os planos do governo é necessário muito mais.
Em 2017, será preciso unir todos os setores dispostos a lutar contra Temer e preparar uma forte Greve Geral para derrubar este governo, seu ajuste fiscal, e exigir novas eleições com regras mais democráticas.
55%da população reprova o governo de Temer Pesquisa CNI\IBOPE de novembro
O que mais rolou no ano
em 2016, trabalhadores foram atingidos pelos ataques dos patrões e governoretrospectiva
Sindicato garante cirurgia a demitido da Ambev
Graças a uma ação na Justiça movida pelo Sindicato, a Ambev teve de arcar com o tratamento médico de um trabalhador demitido.
O trabalhador teve um câncer diagnosticado e estava prestes a ini-ciar o tratamento de urgência, quan-do foi demitido pela empresa e per-deu o convênio médico. Este é mais um exemplo do tipo de consideração que a Ambev tem para com seus tra-balhadores.
Após a ação movida pelo Sindica-to, a Justiça determinou, através de uma liminar, que a cervejaria deveria garantir a cirurgia e o tratamento mé-dico do trabalhador.
Esta é mais uma vitória dos tra-balhadores contra as arbitrariedades da Ambev.
Eleição de Cipa na Panco
No próximo dia 16, os trabalha-dores da Panco têm compromisso marcado com a eleição de Cipa da empresa.
A Cipa é um instrumento de luta dos trabalhadores em defesa de me-lhores condições de trabalho. Então, nada de votar em chefe ou apenas por amizade.
Vamos eleger cipeiros compro-metidos com os interesses dos trabalhadores e que vão cobrar da empresa mais saúde e segurança no ambiente de trabalho.
Registre a CAT e garanta direitos
Atenção trabalhador: é sempre importante abrir a CAT (Comunica-ção de Acidente de Trabalho) em ca-sos de acidentes de trabalho, mesmo que não haja lesão aparente e que não ocorra afastamento pelo INSS.
Nunca sabemos as consequên-cias futuras que um acidente pode provocar em nossa saúde. Então, para se prevenir, faça o registro na CAT.
Com ela, podemos comprovar a vinculação da lesão com a atividade exercida no trabalho, garantir afasta-mento pelo INSS e até estabilidade no emprego de um ano após o re-torno.
Se a empresa se recusar a emitir a CAT, peça ao seu médico ou procure o Sindicato. Faça valer o seu direito!
NOTAS:
TRAbALhADORES fORAM à LUTA pOR SALáRIO E DIREITOS
Batalha do PEF da ambev segue em Brasília
A intransigência da J. Macêdo está travando as negociações da Campanha Salarial.
A principal divergência é o valor da cesta básica, que está muito abaixo do que a fábrica pode pagar. Empresas do mesmo porte chega-ram a valores superiores, como a Mars Brasil, onde a cesta foi reajustada em 20%, chegando a R$ 180 e a R$ 185, a partir de janeiro.
Os trabalhadores exigem um valor maior para compensar as perdas provocadas pela inflação. A J. Macêdo tem total condição de atender esta reinvindicação.
Em toda categoria, as Campanhas de PLR foram duras, com muita intransi-gência dos patrões.
Mas os trabalhadores mostraram sua força, foram pra cima das empresas e conquistaram avanços.
Na J. Macêdo, eles ti-veram um aumento de 10% na antecipação R$ 2.650 e um valor de
R$ 600 já garantidos para a 2ª parcela.
Na Mars Brasil, a anteci-pação também foi 10% maior.
Mas isso não basta. Tere-mos de estar unidos e mobi-lizados em 2017 para termos uma fatia maior do bolo. Afinal, somos nós, trabalha-dores, quem garantimos a riqueza das empresas.
O processo na Justiça que cobra da Ambev o pagamento do PEF de 2003 segue no Tribuna Superior do Trabalho, em Brasília.
Na última semana, uma co-missão de advogados e diretores do Sindicato foi até lá cobrar agi-lidade no julgamento.
É importante que os traba-lhadores se mantenham mobi-lizados pois a Justiça é lenta e sempre puxa a sardinha para o
lado das empresas. O Sindicato está do lado dos trabalhadores e seguirá nesta batalha até o fim.
Em 2003, a Ambev alegou perdas financeiras e deixou de pagar o PEF aos trabalhadores.
Após uma publicação na im-prensa em que a Ambev afirmou ter tido lucro financeiro naquele ano, o Sindicato acionou a Jus-tiça cobrando o pagamento aos trabalhadores.
J. Macêdo trava negociações da Campanha Salarial
Junto com o Sindicato, os traba-lhadores da Lenz derrotaram intransi-gência da empresa, que se negava a cumprir convenção coletiva da cate-goria e garantir direitos.
Mas a luta não para por aí. Em 2017, nossa luta vai continuar, contra o assédio moral e por mais direitos.
A partir de janeiro de 2017, a Bananinha tem o compromisso de fornecer refeição aos traba-lhadores na fábrica.
Esta era uma antiga reivindi-cação dos trabalhadores.
Estamos de olho e vamos co-brar o compromisso assumido pela empresa.
Lenz terá de cumprir acordo coletivo
Bananinha assume compromisso
Os trabalhadores da Mars Brasil o au-mento de 20% na cesta básica, que foi para R$ 180 e chegará a R$ 185 a partir de janeiro; além de 15% de aumento na cesta de Natal.
No Twix e Foods, eles também conse-guiram resgatar a jornada de 5x2 e 6x1, uma antiga reivindicação. Agora é forta-lecer a luta por uma PLR maior.
Na Mars, cesta básica aumenta 20%
Trabalhadores conquistam antecipação maior da PLR
EXPEDIENTE: Publicação do Sindicato da Alimentação de São José dos Campos e Região. Responsável: diretoria colegiada. São José dos Campos/SP: Av. Rui Barbosa, 14, centro, CEP:12209-000, Tel: 12-3922-1464. Jacareí: R. 03 de Abril n°64 Jardim Leonídia, centro, Tel: 3951-9729. Campos do Jordão: R. Frei Orestes Girardi, 371, Abernéssia, Tel: 3664-2777. Fale conosco: [email protected] [email protected]. Acesse: www.stialimentacao.com.br
relatório da heineken não aponta causas da explosão nem problemas de segurança
Após oito meses da explosão de uma caldeira da Heineken que matou quatro trabalhadores, a Comissão de Investigação Interna controlada pela empresa concluiu as investigações e não apontou as causas do acidente.
O relatório de investigação, divul-gado no último mês, aponta conclu-sões superficiais sobre as causas da explosão e não traz nenhuma ação da empresa no sentido de evitar novos acidentes.
Dentre os problemas apontados pelo relatório devemos nos perguntar: por que a caldeira operava com água abaixo do nível mínimo permitido? Por
que os sistemas eletrônicos de segu-rança da caldeira não funcionaram? Por que o teste na caldeira era feito com a válvula de alimentação de água fechada?
Todas estas lacunas dão a enten-der que o relatório tenta esconder a responsabilidade da fábrica.
CobrançaO Sindicato continua cobrando da
empresa a contratação de mais traba-lhadores e o fim da pressão por pro-dução.
Basta de acidentes e mortes no lo-cal de trabalho!
passados oito meses
LATA DE SARDINHAA Heineken está trocando os
ônibus por micro-ônibus, que mais parecem latas de sardinha.
Não bastasse o pessoal ter que encarar até duas horas rodando até chegar em casa, agora ainda tem que andar esprimidos, sem o me-nor conforto.
E tudo isso pra empresa econo-mizar. É muita falta de respeito.
O Sindicato já denunciu o pro-blema MTE. É melhor resolver logo!
CHEGA DE DUPLA FUNÇÃOPessoal da manutenção da Hei-
neken já vem enfrentando proble-mas com o número reduzido de trabalhadores para executar suas atividades, o excesso de horas ex-tras e a pressão da chefia. Agora a empresa ainda quer que eles exe-cutem a faxina na oficina.
Além disso, as ferramentas es-tão precárias e as condições de trabalho são péssimas. Se essa história não mudar, o bicho vai pegar!
bico docebico doceDESRESPEITO À NR 5A Mars Brasil está precisando
aprender a respeitar as leis. A empresa está desrespeitando a
NR 5 (Norma Regulamentadora) ao deixar de informa com antecedência no quadro de avisos sobre as reuni-ões da Cipa. Isso prejudica a atuação dos cipeiros na defesa da saúde e segurança dos trabalhadores.
O Sindicato já comunicou a em-presa e exige a solução imediata. Se não mudar, vai denúncia no MTE.
MUDANÇA DESNECESSÁRIANa Mars Brasil, a gerência do
Twix mudou a jornada para 6x1, prejudicando os trabalhadores. Pra piorar, o pessoal está praticamente parado por falta de matéria-prima.
Os trabalhadores estão insatisfei-tos. Será que era mesmo necessária essa mudança de jornada?
É PROIBIDO ENGRAVIDARUma prática abominável virou re-
gra na Panco. Depois de retornar da licença maternidade, a trabalhadora é simplesmente demitida.
Isso é desumano e tem que aca-bar. Panco, respeite o direito das tra-balhadoras à maternidade!
AMBULANCIA DE BRINQUEDOParece piada, mas é coisa séria.
De tão pequena, a ambulância da J. Macêdo parece um brinquedo.
Lembra até aqueles desenhos ani-mados em que o paciente é levado ao hospital com os pés pra fora veículo. É exatamente isso o que acontece hoje na empresa, onde os acidentes são constantes e, muitas vezes, graves.
É bom corrigir isso, e logo!
MINI REFEIÇÃONo restaurante da J. Macedo tudo
“mini”: minibolo, escondidinho, pica-dinho.
A única coisa no cardápio que é gran-de é o famoso ovo frito. Parece até que a empresa está montando uma granja.
O pessoal já não aguenta mais e exige uma alimentação de qualidade.
COMPROMISSO COM O FUTEBOLNo geral, todo trabalhador que che-
ga atrasado no serviço é punido de alguma forma, certo? A não ser que você seja encarregado da J. Macêdo.
No 1º turno da fábrica de mistura para bolo tem um certo encarregado que chega atrasado todo sábado por-que vai jogar futebol. É mole? Mas ele tem um colega que encobre a mamata.
Queria só ver se fosse com o peão!
JORNADA EXCESSIVAAs horas extras estão correndo sol-
to na fábrica de massas da J. Macêdo.
Com a produção em alta e a mão de obra em baixa, o trabalhador está se arrebentando no pé da máquina.
Esse excesso de jornada aumen-ta o risco de acidentes e lesões. O pessoal exige mais contratações, antes que o pior aconteça.
SUPERVISOR BAIXO NÍVELO supervisor da linha 512 de
latas, na Ambev, adora exibir seu vasto repertório de palavrões aos trabalhadores nas reuniões de DDS.
Esse tipo de tratamento é assé-dio moral. É nesse tipo de exemplo que a empresa quer que os traba-lhadores se espelhem?
Está na hora da Ambev rever o ní-vel de seus gerentes e supervisores.
GERENTE DESUMANOO gerente da linha de latas da
Ambev é desumano. O cara é tão carrasco que teve a coragem de assediar um trabalhador que esta-va passando mal, ao invés de pedir socorro.
A agressão piorou ainda mais o estado de saúde o trabalhador e a empresa não fez nada pra punir esse assediador. A Ambev é hipó-crita: presta condolências às víti-mas da tragédia da Chapecoese, mas permite omissão de socorro na fábrica. Queremos justiça!
O SINDICATO DESEJA A TODOS UM FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO 2017