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I MESTRADO EM TEMAS EM PSICOLOGIA ARÉA DE CONCENTRAÇÃO PSICOGERONTOLOGIA O APOIO SOCIAL PARA A QUALIDADE DE VIDA DA PESSOA IDOSA Tatiana Santos da Silveira M 2020

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  • I

    MESTRADO EM TEMAS EM PSICOLOGIA

    ARÉA DE CONCENTRAÇÃO PSICOGERONTOLOGIA

    O APOIO SOCIAL PARA A QUALIDADE

    DE VIDA DA PESSOA IDOSA

    Tatiana Santos da Silveira

    M 2020

  • II

    Universidade do Porto

    Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação

    O APOIO SOCIAL PARA A QUALIDADE DE VIDA DA PESSOA IDOSA

    Tatiana Santos da Silveira

    Novembro 2020

    Dissertação apresentada no Mestrado em Temas de Psicologia

    da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da

    Universidade do Porto, orientada pelo Professor Doutor Félix

    Neto (FPCEUP).

  • III

    AVISOS LEGAIS

    O conteúdo desta dissertação reflete as perspetivas, o processo de trabalho e as

    interpretações do autor no momento da sua finalização. Pode conter incorreções, tanto

    conceptuais como metodológicas, que podem ter sido identificadas em momento posterior

    ao da sua entrega. Por conseguinte, qualquer utilização dos seus conteúdos deve ser exercida

    com cautela.

    Ao entregar esta dissertação, o autor declara que a mesma é resultante do seu próprio

    trabalho, contém contributos originais e são reconhecidas todas as fontes utilizadas,

    encontrando-se tais fontes devidamente citadas no corpo do texto e identificadas na secção

    de referências. O autor declara, ainda, que não divulga na presente dissertação quaisquer

    conteúdos cuja reprodução esteja vedada por direitos de autor ou de propriedade industrial.

  • IV

    AGRADECIMENTOS

    Aos meus pais, Clodoaldo da Silveira e Silvana Santos da Silveira, o meu alicerce

    para todo sempre, estando longe ou perto.

    Ao professor Dr. Félix Neto, que sempre pacientemente tanto ensinou, orientou,

    compreendeu e acompanhou-me atentamente, durante esse percurso do mestrado e em

    especial no importante contributo dessa investigação.

    À toda FPCEUP, ela tornou-se minha segunda morada e a todos os professores que

    contribuíram com seus ensinamentos.

    A todos os idosos, que pacientemente contribuíram para que essa investigação fosse

    possível.

    Aos meus avós, que sem dúvidas sempre foram uma fonte inesgotável de incentivo,

    e inspiração, por todo afeto que sempre deram quando estavam presentes fisicamente.

    À toda minha família, irmãos, tios, ao cunhado irmão, que mesmo com a distância

    física neste momento, sempre serão muito importantes em minha vida e se fizeram presentes

    incentivando e apoiando, obrigada pelo amor e carinho de uma vida, e por compreender

    minha ausência. Agradeço também, pelo carinho e a “visita” especial da tia Elza Santos,

    mesmo não estando sempre presente fisicamente, estivemos juntas.

    Em especial meu pequenino e amado sobrinho Francisco da Silveira, que mesmo de

    longe e na saudade, sempre fez com que eu sentisse que nunca estivemos distantes no

    coração e na alma.

    Ao meu companheiro Leonardo Cavallini que está presente nessa trajetória de vida,

    e em especial nesse momento de mestrado, obrigada pela dedicação, paciência, por todo

    apoio e carinho, mesmo em meus momentos de stress.

  • V

    A todos meus amigos de vida, que de alguma forma sempre estão presentes, em

    especial as “irmãs de alma”, Elaine Paraizo, e Andreza Aparecida, que mesmo com muita

    saudade, sempre estiveram presentes e na torcida para que tudo corresse bem.

    À Mariana Tavares, amiga irmã que o mestrado me deu, nossas pizzas, vinhos,

    conversas, e seu infindável apoio, ajuda e carinho, sempre foram fundamentais. Mesmo

    depois estando longe. Agradeço por estar sempre presente.

    Ao amigo, João Silva por sua preocupação em ajudar e acompanhar, obrigada por

    estar sempre presente.

    À D. Lucinda Antunes que com seus conhecimentos, plenitude, afeto e sensibilidade,

    tanto apoiou-me, sendo a partir da convivência e cuidados com ela, fez em mim despertar o

    meu principal objeto de estudo. E a toda sua família pela ajuda, estímulo e apoio.

    À D. Albertina Pereira, por contribuir e incentivar, através de seu carisma e suas

    habilidades artísticas, que tanto nos diz sobre o contributo de um envelhecimento mais ativo.

    À D. Maria Áurea Serra, que tanto apoiou e contribuiu nesse estudo.

    À Graziele Baronio parceira do mestrado, por ter disponibilizado seu tempo, atenção

    e paciência, quando eu mais precisava. A toda turma do mestrado.

    À mais recente integrante na família, minha cadelinha (filha) Jully, por tanto carinho

    e amor que transborda, foi uma força e incentivo a mais para continuar.

    Á Dra. Filipa Rebelo que com seus conhecimentos profissionais e tranquilidade para

    com o outro, tanto contribui, para eu obter um maior conhecimento sobre mim mesma.

    A todos, se exceção que se fizeram presentes e ajudaram desde o início, do meu

    processo seletivo para esse mestrado, até o momento. À Deus por ter-me fortalecido e guiado

    em todos os momentos, fazendo com que eu acreditasse em mim.

    Com vocês, a trajetória, tornou-se mais leve. Á todos, minha eterna gratidão, o apoio

    social de vocês, foi e sempre será fundamental!

  • VI

    RESUMO

    A preocupação com a temática sobre o envelhecimento tem crescido mundialmente

    ao longo do tempo, devido ao aumento da expectativa de vida, sendo que diante as

    transformações sociodemográficas das últimas décadas, evidencia-se a importância de

    garantir aos idosos não apenas uma maior sobrevida, mas também uma maior qualidade de

    vida. Considerando isso, foram abordados nessa investigação os aspetos sobre o apoio social

    para a qualidade de vida da pessoa idosa. Para isso foram selecionadas amostras de 105

    idosos portugueses, de ambos os sexos, com idade variável entre os 65 e os 94 anos.

    Conforme a expectativa do aumento de número de idosos na população portuguesa e

    a importância das relações sociais para a qualidade de vida na velhice, este estudo teve como

    objetivo percecionar as correlações a respeito das relações sociais para a qualidade de vida

    da pessoa idosa, verificando assim a importância do apoio social.

    Foram consideradas, variáveis, como: os aspetos físicos, psicológicos, relações

    sociais, meio ambiente, solidão e satisfação com a vida. Os resultados apresentados nessa

    investigação mostraram que o apoio social tem relevância significativa para a qualidade de

    vida, satisfação com a vida e as redes de apoio de amizade, e diminuem o índice de solidão

    do idoso.

    Palavras-chave: Envelhecimento; Apoio social e Qualidade de Vida.

  • VII

    ABSTRACT

    The concern with the theme about aging has grown worldwide over time due to the increase in life

    expectancy because the sociodemographic changes of the last decades. Thus the importance of

    guaranteeing to the elderly not only longer survival, but also a higher quality of life. Considering this,

    aspects of social support for the quality of life of the elderly were addressed in this investigation. For this,

    sample were selected from 105 elderly portugueses, of both genders, with ages varying between 65 and

    94 years.

    According to the expectation of an increase in the number of elderly people in the Portuguese population

    and the importance of social relationships for the quality of life in old age, this study aimed to perceive the

    correlations regarding social relationships for the quality of life of the elderly, thus verifying the importance

    of social support.

    Variables were considered, such as: physical, psychological, social relations, environment, loneliness and

    satisfaction with life. The results presented in this investigation showed that social support has significant

    relevance for quality of life, satisfaction with life and friendship support networks, and reduces the elderly's

    loneliness indexes.

    Keywords: Aging; Social support and Quality of Life

  • VIII

    RESUMÉ

    Les soucis autour du vieillissement ont grandi au cour des temps en raison de l’

    augmentation de l’espérance de vie, surtout en raison des transformations sociodémographiques

    des dernières décennies. Devient évident l’importance de assurer aux seniors non seulement une

    survie plus longue mais aussi une meilleure qualité de vie. Considérant ce problème, dans cette

    enquête, ont été approchés les aspects sur le soutien social concernant la qualité de vie des seniors.

    Pour le faire, on a choisi des échantillons concernant 105 séniors portugais, des deux sexes, avec

    un âge variable entre les 65 et les 94 ans.

    Selon l’attente de l’augmentation des personnes âgées, parmi la population portugaise et

    l’ importance des relations sociales envers la qualité de vie dans la vieillesse, l’objectif de cette

    étude était de s’ apercevoir des corrélations sociales et de son importance pour la qualité de vie

    des seniors, en vérifiant ainsi l’ importance du soutien social.

    Des variables ont été considérés : les aspects physiques et psychologiques, les relations

    sociales, l’environnement, la solitude et la satisfaction de vivre. Les résultats présentés dans cette

    enquête ont montré que l’aide social a une pertinence significative sur la qualité de vie et surtout

    sur la satisfaction et la joie de vivre et que les réseaux de soutien comme l’amitié diminuent l’indice

    de solitude des seniors.

    MOTS CLÉS – Vieillissement ; Aide Social ; Qualité de Vie

  • IX

    ÍNDICE

    1. Introdução ……………………………………………………………………………...1

    2. Enquadramento Teórico ………………………………………………………………..2

    2.1 Envelhecimento e Apoio social …………………………………………….3

    2.2 Envelhecimento e Qualidade de vida ……………………………………....6

    2.3 Apoio social e Qualidade de vida ………………………………………….8

    2.4 Objetivos do estudo…………………………………………………………12

    2.4.1 Hipóteses………………………………………………………………12

    3. Método…………………………………………………………………………………..14

    3.1 Amostra ……………………………………………………………………..14

    3.2 Instrumentos ………………………………………………………………..16

    3.3 Procedimentos ……………………………………………………………...19

    3.4 Análise de dados …………………………………………………………....19

    4. Resultados ……………………………………………………………………………....19

    5. Considerações finais …………………………………………………………………….23

    5.1 Discussão …………………………………………………………………….23

    6. Conclusão………………………………………………………………………………...27

    7. Referências bibliográficas………………………………………………………………..28

    8. Apêndice………………………………………………………………………………….36

  • X

    “O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade

    com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas

    inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”

    Fernanda Pessoa

  • 1

    1. Introdução

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde e a Comissão da União Europeia

    (2015), considera-se envelhecimento ativo: a capacidade de autonomia do indivíduo idoso,

    mantendo sua integridade, capacidade de escolhas e as aprendizagens ao longo do tempo,

    para que dessa forma sejam mantidas suas capacidades cognitivas.

    Para que isso seja possível, o idoso precisa manter-se ativo através de atividades,

    como: leituras, jogos, pinturas, entre outras. Considerando os aspetos físicos, psicológicos e

    sociais.

    Conforme as transformações sociodemográficas das últimas décadas, evidencia-se

    a importância de garantir aos idosos não apenas uma maior sobrevida, mas também uma

    maior qualidade de vida. Isso porque, em Portugal a sobrevida esperada de um idoso aos 65

    anos é de mais 20 anos. Porém, 15 destes anos são vividos sem qualidade de vida (INE,

    2015).

    Considerando que as mudanças sociais, melhoria da qualidade de vida e

    desenvolvimento de pesquisas na área da ciência e tecnologia tiveram um impacto direto na

    saúde e consequentemente no aumento da expectativa de vida. Com isso, tivemos nos

    últimos anos, um efeito significativo no envelhecimento da população (Nunes, 2017). Neste

    contexto, estima-se que até 2080, Portugal será o país mais envelhecido do mundo, mas não

    necessariamente com uma qualidade de vida (INE, 2015).

    Verifica-se que o envelhecimento em Portugal, atingiu 161,3%, até o ano de 2019,

    de acordo com o levantamento de dados do Índice de Envelhecimento (PORDATA, 2020).

    Sendo ainda, que o envelhecer da população portuguesa é agravado pela emigração dos

    jovens, que buscam empregos e ordenados maiores, principalmente no Reino Unido, Suíça

    e Alemanha (Pires, Pereira, Azevedo, Vidigal & Veiga, 2018). Associa-se a este fato, baixas

  • 2

    taxas de fecundidade e consequentes alterações das estruturas familiares (Quaresma, &

    Ribeirinho, 2016).

    O processo de envelhecimento ocorre a níveis: biológico, fisiológico, psicológico e

    também social. Sendo que, ao longo do tempo ocorrem mudanças significativas no

    indivíduo, sendo relacionado por questões moleculares, celulares e também através das

    alterações fisiológicas, podendo ocorrer o aparecimento de doenças, a níveis cognitivos,

    físicos e diversos declínios, questões essas atribuídas a idades avançadas, entretanto isso não

    é uma regra, podendo haver alterações diante a vários aspetos, mediante aos hábitos durante

    a vida, visto que o envelhecimento não é homogêneo.

    Os processos de mudanças a níveis psicológico, ocorrem devido as perdas de

    capacidades, sejam elas físicas ou cognitivas, na qual decorrem muitas das vezes a perda de

    autonomia, sendo essa uma questão extremamente significativa ao indivíduo, além de que

    ao longo do tempo acabam por terem de adaptar-se as perdas de familiares e amigos.

    Mediante a esse contexto são desenvolvidos novos papéis sociais e a busca por outras tarefas,

    a qual ocorrem importantes mudanças psicossociais, para o bem-estar da pessoa idosa

    (Organização Mundial da Saúde, 2015).

    Ainda de acordo com a Organização Mundial da Saúde (2015), para um

    envelhecimento saudável, existem dois conceitos: sendo esses, as capacidades intrínsecas,

    referindo-se as capacidades mentais e físicas do indivíduo, que sofrem influência do meio

    ambiente e suas interações. Sendo essa interação do indivíduo com o ambiente determinante

    para sua capacidade funcional, sendo isso atribuído a questões de saúde que permitem que

    os indivíduos tenham possibilidades de realizar e serem o que o valorizam.

    2. Enquadramento Teórico

  • 3

    A seguir, encontra-se uma breve descrição do conceito de envelhecimento e apoio

    social, seguido do envelhecimento e qualidade de vida, assim como o apoio social e

    qualidade de vida.

    2.1 Envelhecimento e Apoio social

    O envelhecimento pode ser considerado, como um fenómeno global da

    contemporaneidade com uma trajetória indissociável dos países desenvolvidos e estando a

    alargar-se, mesmo que de maneira menos acentuada, aos países em desenvolvimento (Vilar

    & Simões, 2015). Ele pode variar de indivíduo para indivíduo, visto que se relaciona com

    estilos de vida, e fatores sócio - económicos, sendo de forma gradual, ou ligeira e

    influenciado por fatores biopsicossociais.

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2015), o envelhecimento é

    entendido, através das mudanças biológicas; fisiológicas; psíquicas e sociais no indivíduo,

    devido a transformações a níveis celulares e moleculares, e a fisiologia do próprio

    organismo, sendo que também existe a necessidade de novas adaptações a níveis

    psicológicos, perante perdas significativas, e as alterações sociais, que são de grande

    importância.

    Apesar das limitações físicas e cognitivas que podem ser impostas pelo

    envelhecimento, ele pode ser considerado um processo positivo de bem-estar e prazer.

    Pensando nisso, foi proposta a política de desenvolvimento ativo pela Organização Mundial

    da Saúde em 2005, a qual enfatiza que o envelhecimento deve ser respaldado por políticas

    públicas, além de iniciativas sociais e de saúde ao longo da vida. Esta política considera não

    apenas o controle de morbidade, mas a prevenção de doenças físicas e psicológicas através

    da promoção de um estilo de vida saudável, através da alimentação e atividade física,

  • 4

    auxiliando a promover o bem-estar da população (Dawalibi, Anacleto, Witter, Goulart &

    Aquino, 2013).

    Fontaine (2000), relata três tipos de idade, as quais são: idade biológica, idade

    psicológica, e idade social que estão relacionadas com as perspetivas de envelhecimento do

    indivíduo, visto que uma pessoa pode ter determinada idade biológica, mas, entretanto, em

    aspetos psicológicos e sociais, podem diferenciar, de uns para os outros. Para este autor, a

    idade biológica está relacionada com as questões do envelhecimento a nível de mudanças

    que ocorrem no organismo de cada indivíduo ao longo do tempo, ocorrendo em ritmos

    diferenciados, uma redução no mecanismo natural orgânico. E a idade psicológica não

    corresponde a idade real, estando relacionada sobretudo, a níveis de: perceção, memória,

    condições ambientais e comportamentais do indivíduo. Por fim, a idade social relaciona - se

    com as condições em que a pessoa idosa está inserida mediante seus papéis na sociedade,

    suas relações sociais e níveis de solidão.

    Com o aumento da expectativa de vida e uma maior longevidade, o envelhecimento

    passa a ser visto como as vivências individuais de cada sujeito e não apenas como fatores

    biológicos, como declínios e patologias.

    “Sabe-se hoje que a velhice não implica necessariamente doença e

    afastamento, que o idoso tem potencial para mudança e muitas reservas

    inexploradas. Assim, os idosos podem sentir-se felizes e realizados e, quanto

    mais atuantes e integrados em seu meio social, menos ônus trarão para a

    família e para os serviços de saúde.” (Freire, 2000, p. 22)

    Para Pimentel (2001), o decurso do envelhecimento tem início ao nascermos, e

    ocorrem naturalmente ao longo do desenvolvimento do indivíduo. Entretanto, de acordo com

    o mesmo autor “os seres humanos só porque envelhecem, não perdem necessariamente as

  • 5

    suas capacidades, e os seus saberes podem ser preciosos numa sociedade em transformação”

    (Pimentel, 2001, p. 51).

    Verificou-se que durante a velhice, ocorrem maiores possibilidades de ocorrência

    de solidão. Neste sentido, Capitanini (2000), salienta a importância dos relacionamentos

    sociais não apenas para a saúde física, mas também para a saúde mental do indivíduo idoso,

    visto que, conforme Ramos (2007), a integração contribui para um decréscimo nos sintomas

    depressivos em idosos. Conforme Birren e Cunningham (1985), a forma como envelhecemos

    está relacionada com a forma como nos desenvolvemos, sendo o envelhecimento a

    contrapartida do desenvolvimento.

    A conceção de envelhecimento pode ser embasada numa junção de perceção,

    sentimentos que são experienciados e imagens, diante ao contacto com as pessoas idosas,

    visto ao estatuto viabilizado pela sociedade diante do idoso (Quaresma, 1992). Sendo que,

    ao longo do tempo ocorrem as construções sociais no envelhecimento..

    De acordo com levantamento de dados, é primordial para a pessoa idosa, a interação

    social, pois sendo assim, o mesmo possui possibilidades, de conquistar e continuar ao longo

    do tempo com suas redes de apoio social, e garantir maior qualidade de vida (Gray, Ventis

    & Hayslip, 1992).

    “Na velhice, é muito importante a rede de apoio, cumpre a função de

    proporcionar confiança, companhia, e orientação, além de ajuda instrumental

    (financeira, tarefas domésticas), ajuda emocional e assistência na doença e/ou

    na incapacidade” (Palácios, 2004, p.436).

    Vaux (1988), afirma que o apoio social pode relacionar-se com a troca de

    informações, as atividades realizadas no dia-a-dia e os sentimentos partilhados,

    desempenhando um importante papel na vida dos indivíduos e para Rowe e Kahn (1987), as

    relações sociais têm diversas consequências consideradas positivas no idoso, que acabam

  • 6

    por avivar aspetos de grande importância para a cognição, fazendo parte do bem-estar do

    indivíduo ao envelhecer.

    As relações sociais podem ser formais ou informais, e possuem função

    extremamente importante no decorrer do desenvolvimento das pessoas mais velhas, visto

    que mediante as relações informais (não familiares), os idosos experimentam sentimentos de

    pertencimento, sentindo que possuem significado e posições sociais (Palácios, 2004).

    2.2 Envelhecimento e Qualidade de vida

    Qualidade de vida (QdV), foi definida de acordo com a Organização Mundial da

    Saúde (2002), como a compreensão que os sujeitos possuem sobre si, mediante seus valores

    de vida, culturais, seus objetivos, suas expectativas, padrões sociais, sendo influenciados,

    mediante esses fatores relacionados. Sendo, que a QdV está relacionada a diversos aspetos,

    como: psicológicos, sociais, físicos, suas relações com o ambiente, as crenças e padrões

    desenvolvidos ao longo do tempo, e também o nível de autonomia do indivíduo.

    A autonomia de poder realizar atividades cotidianas dispõe ao idoso o entendimento

    de sua própria qualidade de vida. Entretanto essa capacidade de realizar as tarefas por si

    mesmo, atualmente está mais dificultada, muitas vezes por condições físicas, biológicas e

    mentais associados ao envelhecimento.

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (1998), são definidas três sub-

    dimensões, as quais são: “Atividades Básicas da Vida Diária (AVD), as que estão

    diretamente relacionadas com a sobrevivência; Atividades Instrumentais da Vida Diária

    (AIVD), as que englobam atividades mais complexas relacionadas com funções sociais

    básicas; Atividades Avançadas da Vida Diária (AAVD), que são atividades sociais

    voluntárias ocupacionais e recreativas”.

  • 7

    Conforme Veras (2009), apesar do desejo de um maior tempo de vida, só se pode

    considerar o envelhecimento uma conquista quando ele vem acompanhado de QdV.

    Verifica-se portanto, uma grande preocupação com a QdV da pessoa idosa, pois nesta faixa

    etária, a QdV pode aparecer relacionada principalmente com a preservação do seu próprio

    eu, acompanhada de autonomia, independência, possibilidade de seguir vivendo em sua

    própria casa, manutenção das relações sociais e dos objetivos ao longo da vida. Também se

    relaciona com a capacidade de resiliência do idoso, além da qualidade de sua saúde física e

    mental (Borglin, Edberg & Hallberg, 2005).

    A preocupação com a QdV é tão grande que na década de 90 a OMS constituiu um

    Grupo de Qualidade de Vida (Grupo WHOQOL) com o objetivo de elaborar instrumentos a

    partir de uma perspetiva transcultural (Fleck, 2000). Sendo amplamente utilizado no campo

    científico, o instrumento elaborado em forma de escala Likert e de fácil aplicação, divide-se

    em seis domínios: físico, psicológico, nível de independência, relações sociais, meio

    ambiente e espiritualidade/religiosidade/crenças pessoais (OMS, 2015). Posteriormente,

    devido as particularidades da terceira idade, foi desenvolvido o WHOQOL-OLD, para

    aferição da QdV de idosos (Fleck, Chachamovich & Trentini, 2006). Um outro instrumento

    encontrado na literatura para avaliação da QdV foi a escala da Flanagan, como no estudo de

    (Santos, Santos, Fernandes & Henriques, 2002).

    Apesar de atualmente se encontrarem muitos estudos sobre QdV, (Dawalibi,

    Anacleto, Witter, Goulart e Aquino, 2013), após realizarem uma revisão sistemática da

    literatura sobre QdV do idoso, referem que 42,3% dos trabalhos encontrados apresentavam

    mais de 12 vocábulos no título. Os autores referem que títulos muito longos em geral indicam

    maior necessidade de desenvolver a área. Além disso, a área que mais produziu sobre a

    temática foi a psicologia e não foi encontrado nenhum trabalho na área de nutrição. Esta

    pode ser vista como uma limitação na literatura, já que o envelhecimento ativo proposto pela

  • 8

    OMS aborda a alimentação saudável como um de seus aspetos. Visto que a qualidade de

    vida é uma questão que engloba múltiplos aspetos e, portanto, multidisciplinar, os autores

    referiram preocupação ainda com os poucos estudos nas áreas de fonoaudiologia, educação

    física e odontologia.

    2.3 Apoio Social e Qualidade de vida

    Para Cobb (1976), suporte social, pode ser definido como a “informação que conduz

    o indivíduo a acreditar que é estimado, valorizado e parte integrante de uma rede de

    comunicação e obrigação mútuas” (p. 300).

    De acordo com Dunst e Trivette (1990), as redes de apoio sociais podem ser descritas

    como uma junção de materiais gerados por outros sujeitos, a qual simbolizam a soma de

    relações que o sujeito tem a disposição. Podem ser categorizadas, como redes de apoio

    formal e informal. Ainda segundo esse mesmo autor suporte formal baseia-se nas

    assistências recebidas por outras pessoas, mediante as instituições formais. E o suporte

    informal fundamenta-se nas relações familiares, de amizade, vizinhos, e outros tipos de

    relacionamentos sociais do sujeito. Verifica-se que no contexto familiar, o indivíduo cresce

    e desenvolve-se, mediante aos sistemas informais, já citados pelo autor acima mencionado

    e através disso ocorre o desenvolvimento da identidade do sujeito (Sousa, Figueiredo e

    Cerqueira, 2006).

    Slunzky (1996), salienta sobre a conservação da saúde física, mental e a capacidade

    que o indivíduo tem de adaptar-se, mediante a contribuição das redes de apoio sociais e o

    suporte social interliga-se com muitas variáveis, conforme o estudo de Aragão et al. (2009).

    Diversas pesquisas demonstram a relevância do suporte social e o bem estar físico e

    psicológico do indivíduo (Pietrukowicz, 2001); da autoestima, autoconceito, do suporte

  • 9

    social (Rigotto, 2006); em relação ao suporte social e a qualidade de vida (Seidl et al., 2005).

    Também Antunes e Fontaine (2005) demonstraram a relação do suporte social como

    condição de diminuir o choque de situações que geram stress.

    O facto de ser uma pessoa idosa, não infere que o indivíduo esteja numa condição,

    de limites a níveis intelectuais, que esteja sem razão e sem vida. O idoso pode continuar

    ativo e também ajudar na qualidade de vida de si e das outras pessoas (Melo & Neto, 2003)

    Caplan (1974), enfatiza a importância do apoio social entre os indivíduos, mediante

    todo o tipo de relação social. Enquanto Cassel (1974), salienta o quanto o suporte social pode

    desempenhar importante papel nas relações de stresse do sujeito.

    De acordo com Cobb (1976), a importância que as relações de apoio social

    desempenham na vida das pessoas, demonstram a significância deste em situações

    stressantes.

    “Numa sociedade líquido-moderna, as realizações individuais não podem

    solidificar-se em poses permanentes porque, em um piscar de olhos, os ativos

    se transformam em passivos, e as capacidades, em incapacidades (Bauman,

    2007. p.7).”

    Para Zimerman (2000), um dos principais fatores do envelhecimento saudável é a

    capacidade de ajustamento e resiliência. Ainda alega a autora que os idosos que se ocupam

    mais, realizam mais atividades e que possuem mais objetivos, acabam por estarem mais

    informados, e assim envolvem-se mais no contexto social. Com isso, o idoso que se mantem

    ativo, sente-se vivo, com energia, e com a perceção que ainda possui capacidades, dessa

    forma podendo sentir-se útil na sociedade, e em suas funções que anteriormente realizavam,

    podendo ainda mantê-las de alguma forma, preservando suas capacidades cognitivas. Sendo

    assim, obtém uma melhor qualidade de vida.

  • 10

    Segundo Duarte (2015), existe o modelo de fragilidade social, sendo esse relacionado

    com o contexto social, no qual o indivíduo está inserido. Verificando-se que diante desse

    modelo, ocorre uma dificuldade de relacionamento social, havendo maior probabilidade a

    níveis de solidão.

    De acordo com Neto (2000), a solidão pode ser compreendida diante as

    características individuais de cada um, de forma permanente e constante, sendo também

    visto em uma condição psicológica, na qual os sujeitos possuem experiências de solidão em

    diversas situações vivenciais. São indivíduos que relatam situações constantes com intensos

    sentimentos de solidão. O indivíduo também pode sentir solidão, mesmo estando

    acompanhado de alguém.

    A velhice é considerada uma fase natural da vida, o idoso acaba por ter de enfrentar

    situações, como perdas do cônjuge, diminuição das capacidades psicológicas e físicas.

    Perante a isso pode ocorrer o isolamento e também perdas de autonomia. De acordo com

    Koplan e Jones (s.d., citados por Silva, J., 2011), as redes de apoio social podem contribuir

    para um maior bem-estar da pessoa idosa.

    Através de um embasamento do apoio social, tem-se três perspetivas de acordo com

    Barrón (1996), sendo elas: a funcional, que enfatiza a importância da qualidade do apoio

    prestado; a estrutural, a qual tem relevância a estrutura das redes; e a contextual, sendo

    enfatizado o contexto social e ambiental, no local que ocorre o apoio. Visto que, para o

    mesmo autor, as pessoas idosas possuem a tendência, a percecionar como apoio social, a

    demonstração de carinho, ou interesse, escutar, ter uma união, ou casamento, dividir coisas

    materiais, dar auxílio econômico, demonstrar aceitações, sentir-se amado, demonstrar

    opiniões mediante comportamentos, fazer parte de ações de convivência na comunidade, ver

    os amigos.

  • 11

    Para Paúl (1997), existem os tipos de redes de apoio: formal que se constitui, dos

    cuidados institucionais, domiciliários e informal, que dizem respeito aos familiares e amigos

    do idoso. As duas referem-se aos apoios psicológicos, que envolvem questões emocionais;

    e também o apoio instrumental, que está relacionado aos cuidados físicos, funcionais, e

    motoras auxiliando nas capacidades cognitivas da pessoa idosa. Ainda segundo essa mesma

    autora, a rede social também é de grande importância para incentivar as relações sociais.

    Scoralick-Lempke e Barbosa (2012) demonstram a necessidade de programas de

    atividades para o desenvolvimento do idoso, mesmo com os declínios que possam aparecer,

    sendo que com o envolvimento em ações com atividades, pode-se obter um envelhecimento

    com qualidade.

    Verificou-se que, a relação do idoso é vista como fundamental para com os “velhos

    amigos”, sendo que isso ajuda na identidade das alterações que ocorrem ao longo do tempo

    e auxilia também na compreensão dos momentos passados e presentes. As alterações que

    ocorrem na vida da pessoa idosa, atrapalham a sua rotina e são consideradas conflituosas,

    como uma situação natural na vida do indivíduo. Esse mesmo autor ressalta como uma

    função obrigatória e cultural, a responsabilidade que a família tem como principal papel de

    cuidador da pessoa idosa. Sendo ainda, que no caso português, as mulheres que são as que

    normalmente assumem o papel principal de cuidador informal, , pelo facto de associar as

    mulheres com actividades domiciliares (Bergano, 2012; Sousa et al., 2006).

    O suporte de apoio social também está relacionado ao quanto a pessoa se sente parte

    integrante de uma rede social, sentindo-se estimada, amada, sendo assim, como forma de

    proteção ao indivíduo nos momentos de stress e crise. Para Cobb (1976), a resiliência tem

    papel importante para os momentos stressantes e de crise.

    Ainda para o mesmo autor o suporte de apoio social pode ser considerado como

    elemento importante de factores psicológicos, sendo esses associados com questões

  • 12

    relacionadas a saúde e doença, como as perdas de entes queridos e outras perdas

    significativas para a vida do indivíduo, as quais envolvem fatores psicossociais.

    Weiss (1974), assinala funções equiparadas, mediante as relações de apoio social, as

    quais estão relacionadas com a estima, a integração social, a ligação, os laços de confiança,

    oportunidade de sentimentos positivos e orientação.

    Mesmo havendo muitos conceitos relacionados ao apoio social, existe maior

    significância para a dimensão e volume das redes sociais e o grau dos relacionamentos do

    indivíduo (Hong, Casado & Harrington, 2011).

    2.4 Objetivo do estudo

    Essa investigação partiu do interesse e satisfação pelo trabalho com idosos, o qual

    tive a possibilidade de realizar estágios na graduação e posteriormente trabalhos voluntários

    com essa população, e atualmente com trabalhos realizados com cuidados domiciliários a

    idosos. Sendo, portanto, uma apreciação e motivação maior para investigar sobre o

    envelhecimento, principalmente uma velhice com qualidade.

    Considerando a expectativa do aumento de número de idosos na população

    portuguesa e a importância das relações sociais para a qualidade de vida na velhice,

    verificou-se a relevância significativa da presente pesquisa.

    Esse estudo teve como objetivo percecionar as correlações a respeito das relações sociais

    para a qualidade de vida da pessoa idosa, verificando assim a importância do apoio social.

    Foram consideradas, variáveis, como: os aspetos físicos, psicológicos, relações sociais, meio

    ambiente, solidão e satisfação com a vida.

    2.4.1 Hipóteses

  • 13

    Através de uma revisão de literatura, foi verificado o aumento mundial da população

    idosa e também o quanto é importante o envelhecimento com qualidade de vida. Pesquisas

    também mostram a contribuição que as relações de apoio sociais têm para a saúde do idoso.

    Mediante isso, foram, entretanto, levantadas as seguintes hipóteses:

    Hipótese 1- O apoio social correlaciona-se positivamente com a qualidade de vida do

    idoso.

    A expectativa de vida tem aumentado mundialmente, segundo dados da Organização

    Mundial de Saúde (2012). Sendo que o envelhecimento, só pode ser considerado uma

    conquista quando vem acompanhado de Qualidade de Vida (Veras, 2009). Diante isso,

    percebe-se também as contribuições que o apoio social pode desempenhar nas relações de

    stress do sujeito (Cassel, 1974). Considerando esse contexto, verifica-se a importância do

    apoio social como contributo para um envelhecimento com qualidade.

    Hipótese 2- O apoio social correlaciona-se negativamente com a solidão.

    Para Neto (2000), a solidão pode ser compreendida diante as características

    individuais de cada um, de forma permanente e constante. Os indivíduos podem sentir

    solidão, mesmo que estejam com outras pessoas a sua volta. Entretanto na velhice pode

    ocorrer um índice maior de solidão, sendo assim Capitanini (2000) salienta a importância

    dos relacionamentos sociais, para saúde física e mental do idoso e para Ramos (2007) os

    sintomas depressivos em idosos podem diminuir conforme as interações sociais. Diante isso,

    percebe-se a relevância de verificar o contributo do apoio social para a solidão.

    Hipótese 3- O apoio social correlaciona-se positivamente com as redes sociais.

  • 14

    Para Martins (2005), “a participação dos indivíduos, grupos ou comunidades, estão

    implícitas e firmam-se em ligações entre os recursos e os processos de apoio.” Diante as

    pesquisas, percebeu-se a relevância do apoio social para o desenvolvimento humano, em

    suas várias etapas da vida. (Cochran & Niego, 1995; Serrano, 2003, citado por Brandão et

    al, 2011). Sendo importante considerar o apoio social com as redes sociais.

    H4- O apoio social correlaciona-se positivamente com a satisfação com a vida.

    Considera-se que os indivíduos que possuem maior satisfação com a vida são os que

    assumem maior suporte afetivo, verificando que as pessoas confiam que podem estar mais

    satisfeitas num futuro, ao possuir o apoio de outras pessoas. “Pode-se observar no

    desenvolvimento desta pesquisa que as relações sociais e o suporte social, seja ele qual for

    (emocional, instrumental ou informacional) são de grande importância em todos os

    momentos da vida. As redes de relações são importantes fontes de suporte social e estão

    relacionadas ao senso de bem-estar“ (Resende, et al. 2006). Conforme a pesquisa citada

    verifica-se a importância do apoio social para a satisfação com a vida.

    3. Método

    A investigação aqui apresentada foi realizada com enfoque quantitativo, mediante a

    uma amostragem aleatória por conveniência. Trata-se de um estudo correlacional, realizado

    no período entre abril e julho de 2019.

    3.1 Amostra

  • 15

    A presente pesquisa, teve como amostragem, a participação de 105 idosos

    portugueses, de ambos os sexos, apresentando os seguintes critérios de inclusão para

    participar do estudo: ter idade superior a 65 anos, residir em Portugal e, ter autonomia

    suficiente para responder os questionários do presente estudo.

    A idade da amostra oscilava entre os 65 e 94 anos com uma média de idade de 75,10 anos

    (D.P. = 8,11). A maior parte da amostra tinha entre 65 e 75 anos (58,1%) (Quadro 1). A

    amostra caracterizou-se na sua maioria por participantes do sexo feminino (63,8%),

    enquanto do sexo masculino incluía 36,2%. Em relação ao estado civil a maioria dos

    participantes eram casados, sendo (53,4%) e a seguir, a maior frequência encontrada eram

    viúvos com (21,4%) e com menor frequência a união de facto com apenas 1%. Relativamente

    ao grau de escolaridade, obteve-se maior frequência de participantes com estudos

    universitários (30,3%), seguidos por participantes que estudaram do 10º ao 12ª ano (14,6%)

    e por fim os que responderam apenas saber ler e/ou escrever (4,5%). Quanto ao

    questionamento, se tem atualmente alguma doença, 60% dos sujeitos relataram que não e

    40% responderam ter alguma doença associada.

  • 16

    Quadro 1 - Aspetos sociodemográficos da amostra de dados

    Itens Frequências Percentagem

    Idade 65-75 61 58,1

    76-86 31 29,5

    87-94 13 12,4

    Sexo Feminino 67 63,8

    Masculino 38 36,2

    Estado Civil

    Solteiro

    12

    11,7

    Casado 55

    53,4

    União de

    facto

    1

    1,0

    Separado 2

    1,9

    Divorciado 11

    10,7

    Viúvo 22

    21,4

    Escolaridade Não sabe ler

    nem escrever

    8

    9,0

    Sabe ler e /

    ou escrever

    4

    4,5

    1º a 4º ano 10

    11,2

    5º ao 6º ano 9

    10,1

    7º ao 9º ano 9

    10,1

    10º ao 12º

    ano

    13

    14,6

    Estudos

    universitários

    27

    30,3

    Formação

    pós-graduada

    9

    10,1

    Problemas de saúde

    Sim 42 40

    Não 63 60

    3.2 Instrumentos

    Os instrumentos utilizados no presente estudo consistem em avaliações sobre a

    respetiva qualidade de vida do idoso, suas redes de apoio social, satisfação com a vida e seu

    nível de solidão.

  • 17

    Sendo utilizadas, portanto as seguintes escalas:

    3.2.1 Instrumento Abreviado de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização

    Mundial de Saúde

    O Instrumento Abreviado de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização

    Mundial de Saúde (WHOQOLBref), é composto por uma escala de 26 itens construída pelo

    grupo WHOQOL (1994). Sendo traduzido e adaptado para a população portuguesa por Serra

    et al. (2006). Tem como objetivo, avaliar a perceção da qualidade de vida, dividindo-se em

    domínios, sendo que o primeiro refere- se a qualidade de vida de modo geral, e apresenta

    um tópico sobre a qualidade de vida e outro sobre a satisfação com a própria vida. Os tópicos

    restantes da escala foram compostos pelos domínios físico, com 7 tópicos; psicológico, com

    6 tópicos; relações sociais, com 3 tópicos e meio ambiente, com 8 tópicos. As respostas são

    dadas através de escala Likert de 1 (nada) a 5 (completamente).

    O grau de consistência interna do total dos 26 itens foi de .92, subdividindo em: .87

    no domínio físico, .84 no domínio psicológico, .64 no domínio relações sociais, .78 no

    domínio meio ambiente.

    3.2.2 Escala de Apoio Multidimensional de Apoio Social

    O instrumento Escala de Apoio Multidimensional de Apoio Social, é composto por uma

    escala de 12 itens. Foi construída por Zimet, Dahlem, Zimet & Farley (1988). Tem como

    objetivo avaliar aspetos sobre o apoio social do indivíduo. A escala avalia a relação familiar,

    de amizade e outros significativos por meio de 12 itens. As respostas dos participantes são

    dadas numa escala Likert de 1 (Totalmente em desacordo) a 7 (Totalmente de acordo). Foi

  • 18

    adaptada para a população portuguesa por Carvalho et al. (2011). O grau de consistência

    interna variava entre 0,85 e 0,95, considerando os três fatores da escala, família, amigos e

    outros significativos.

    3.2.3 ULS 6 - (Escala de Solidão, versão breve)

    O instrumento Escala de Solidão, versão breve, foi construída por Neto (2014). Tem

    como objetivo avaliar o nível de solidão do indivíduo. É composto por 6 itens, respondidos

    em formato de escala Likert, de 1 (Nunca) a 4 (Muitas vezes). O grau de consistência interna

    encontrado foi de 0,77.

    3.2.4 LSNS-6 – (Escala Breve de Redes Sociais de Lubben)

    O instrumento Escala Breve de Redes Sociais, é composto por 6 itens. Foi construído

    por Ribeiro et al. (2012). Tem como objetivo avaliar as relações familiares e também as

    relações de amizade, respondido em formato de escala Likert, de 0 (Nada) e 9 (Muito). O

    grau de consistência interna encontrado foi de 0,76 para a rede da família e de 0,73 para a

    rede de amigos.

    3.2.5 SWLS – (Escala de satisfação com a vida)

    O instrumento Escala de Satisfação com a Vida, é composto por 5 itens. Foi

    construído por Diener et al. (1985) e adaptado para a versão portuguesa por Neto et al.

    (1990). Tem como objetivo avaliar a satisfação com a vida a nível cognitivo. Foi respondido

  • 19

    em formato de escala Likert, de 1 (Totalmente em desacordo) a 7 (Totalmente de acordo). A

    consistência interna dessa escala foi de 0.78.

    3.3 Procedimentos

    O contato com os participantes foi realizado em locais públicos, praças, cafés e em

    suas casas, selecionando-os aleatoriamente e a partir da indicação de outros entrevistados.

    Durante o contato inicial era realizada uma explicação sumária do propósito do estudo.

    Foram explicadas as condições de participação (voluntária, anónima e passível de ser

    interrompida pelo participante a qualquer momento), bem como os métodos que seriam

    utilizados para recolha de dados e a duração de cada avaliação (uma estimativa de 50

    minutos, com alguma variabilidade). Os participantes preenchiam o Termo de Assentimento

    Livre e Esclarecido (APÊNDICE I) e ficavam com uma cópia de cada um deles, assinada

    pela pesquisadora.

    3.4 Análise dos dados

    Os dados foram analisados no software estatístico IBM SPSS (Statistical Package

    for the Social Sciences) versão 25, onde foram realizadas as análises das frequências; análise

    de variância para comparação entre grupos de géneros; e finalmente o coeficiente de

    correlação de Pearson para análise de correlações entre as variáveis.

    4. Resultados

  • 20

    Na análise dos resultados desta investigação verificou-se em primeiro lugar a

    consistência interna as escalas utilizadas através do Alpha de Cronbach. Quando o Alpha é

    superior a 0,9 a consistência é muito boa, entre 0,8 e 0,9 a consistência é boa, entre 0,7 e 0,8

    a consistência é razoável, entre 0,6 e 0,7 é fraca e se for inferior a 0,6 inadmissível.

    No Quadro 2 são apresentadas as estatísticas descritivas e a consistência interna das

    diversas escalas utilizadas.

    Quadro 2 Estatísticas descritivas e alfas das escalas utilizadas

    Variáveis Média Desvio-padrão α

    Apoio social

    Família 5,20 1,74 0,98

    Amizade 5,12 1,68 0,97

    Outros significativos 5,35 1,76 0,97

    Domínios

    Físico 3,31 0,86 0,92

    Psicológico 3,49 0,79 0,91

    Relações Sociais 3,32 0,86 0,82

    Meio ambiente 3,50 0,66 0,87

    Solidão 2,02 0,71 0,85

    Redes sociais

    Rede família 4,71 2,87 0,93

    Rede amigos 5,03 2,73 0,91

    Satisfação com a vida 4,78 1,53 0,95

    A Escala de Avaliação da Qualidade de Vida apresentou os seguintes Alphas: nos

    domínios Físico (0,92), Psicológico (0,91), sendo sua consistência interna muito boa, já os

    domínios Redes Sociais (0,82) e Meio Ambiente (0,87) com consistência interna boa. Para

    a Escala de Solidão o Alpha de (0,85) consistência boa. Sendo que para a Escala de Apoio

    Social, foi encontrado o Alpha (0,97) nos domínios familiares, de amizade e outros, com

    consistência interna muito boa. Relativamente a Escala Breve de Redes Sociais de Lubben,

    no domínio das redes familiares foi encontrado o Alpha (0,93) e no domínio das redes de

    amizade com o Alpha (0,90), havendo, portanto, uma consistência interna boa nos dois

    domínios. Para a Escala de Satisfação com a Vida (SWLS), o Alpha é de (0,95) sendo,

    portanto, uma consistência muito boa. No Quadro 3 são apresentados os resultados da

  • 21

    comparação dos valores obtidos pelo género masculino e feminino. Aparecem diferenças

    significativas entre os géneros no domínio de qualidade de vida psicológico (p = 0,015), no

    apoio social de amigos (p = 0,047), na solidão (p = 0,003), e na satisfação com a vida (p =

    0,023). Assim, as mulheres reportam valores significativamente mais elevados que os

    homens domínio psicológico, no apoio de amigos e na satisfação com a vida. As mulheres

    também revelam menos solidão que os homens.

    Quadro 3 - Comparação entre género feminino e masculino, quanto aos apoios sociais,

    qualidade de vida, solidão, satisfação e redes sociais Masculino Feminino Média DP N Média DP N F Sig

    Escala de Domínios

    Físico 3,18 0,89 38 3,52 0,76 67 3,810 0,054

    Psicológico 3,34 0,81 38 3,73 0,67 67 6,081 0,015

    Relações Sociais 3,19 0,88 38 3,53 0,78 67 3,894 0,051

    Ambiente 3,42 0,64 38 3,63 0,66 67 2,608 0,109

    Apoio social

    Família 4,96 1,76 38 5,62 1,63 67 3,555 0,062

    Amigo 4,87 1,71 38 5,55 1,57 67 4,038 0,047

    Outros significativos 5,13 1,77 38 5,74 1,67 67 2,968 0,088

    Solidão 2,16 0,72 38 1,75 0,60 67 8,974 0,003

    Satisfação com a vida 4,51 1,58 38 5,22 1,32 67 5,357 0,023

    Redes sociais

    Rede familiar 4,41 2,8 38 5,24 2,92 67 2,067 0,154

    Rede de amizade 4,74 2,65 38 5,53 2,81 67 2,050 0,155

    Seguidamente apresentamos os resultados relativos ao teste das hipóteses.

    Segundo a interpretação de Cohen (1988), os valores entre 0,10 e 0,29 são

    considerados pequenos, entre 0,30 e 0,49 são considerados médios e acima de 0,50 são

    interpretados como grandes,

    H1- O apoio social correlaciona-se positivamente com a qualidade de vida do idoso.

    Relativamente ao apoio social familiar (ver Quadro 4) encontramos correlações

    significativas com as quatro subescalas de qualidade de vida: domínio físico (r = 0,24, p <

    .05), psicológico (r = 0,46, p < .001), relações sociais (r = 0,53, p < .001) e ambiente (r =

    0,52, p < .001). Quanto maior é o apoio social familiar, tanto maior é a qualidade de vida

    nos domínios físico, psicológico, de relações sociais e de ambiente.

  • 22

    Quanto ao apoio social de amizade encontramos também correlações significativas

    com as quatro subescalas de qualidade de vida: domínio físico (r = 0,24, p < .05), psicológico

    (r = 0,44, p < .001), relações sociais (r = 0,58, p < .001) e ambiente (r = 0,55, p < .001).

    Quanto maior é o apoio social de amizade, tanto maior é a qualidade de vida nos domínios

    físico, psicológico, de relações sociais e de ambiente.

    Quanto ao apoio de outras pessoas significativas encontramos igualmente

    correlações significativas com as quatro subescalas de qualidade de vida: domínio físico (r

    = 0,21, p < .05), psicológico (r = 0,42, p < .001), relações sociais (r = 0,53, p < .001) e

    ambiente (r = 0,52, p < .001). Quanto maior é o apoio social de outras pessoas significativas,

    tanto maior é a qualidade de vida nos domínios físico, psicológico, de relações sociais e de

    ambiente.

    Em suma, estes resultados apoiam a nossa primeira hipótese, na medida em que o

    apoio social encontra-se significativamente associado com a qualidade de vida do idoso.

    Quadro 4 Corelações entre o apoio social e qualidade de vida, solidão, redes socias e

    satisfação com a vida

    Apoio social

    Variáveis Família Amigos Outros significativos

    Domínios

    Físico 0,24* 0,34* 0,21*

    Psicológico 0,46*** 0,44*** 0,42***

    Relações Sociais 0,53*** 0,58*** 0,53***

    Meio ambiente 0,52*** 0,55*** 0,52***

    Solidão -0,53*** -0,57*** -0,54***

    Redes sociais

    Rede família 0,40*** 0,33** 0,35***

    Rede amigos 0,41*** 0,47*** 0,41***

    Satisfação com a vida 0,60*** 0,63*** 0,58*** *** Correlação é significativa no nível 0.001 ** Correlação é significativa no nível 0.01

    * Correlação é significativa no nível 0.05

    H2- O apoio social correlaciona-se negativamente com a solidão.

  • 23

    Conforme se pode ver no Quadro 4 o apoio social familiar (r = - 0,53, p < .001), de

    amigos (r = - 0,57, p < .001) e de outros significativos (r = - 0,54, p < .001) aparecem

    significativamente correlacionados com a solidão. Quanto maior é o apoio social familiar,

    de amigos e de outras pessoas significativas, tanto menor é a solidão nesta amostra de idosos.

    Estes resultados apoiam a nossa segunda hipótese.

    H3- O apoio social correlaciona-se positivamente com as redes sociais.

    Os apoios sociais da família (r = 0,40, p < .001), de amigos (r = 0,33, p < .01) e de

    outros significativos (r = 0,35, p < .001) aparecem significativamente correlacionados com

    a rede familiar. Quanto maior é o apoio social familiar, de amigos e de outras pessoas

    significativas, tanto maior é a rede familiar nesta amostra de idosos.

    Os apoios sociais da família (r = 0,41, p < .001), de amigos (r = 0,47, p < .001) e de

    outros significativos (r = 0,41, p < .001) aparecem significativamente correlacionados com

    a rede de amigos. Quanto maior é o apoio social familiar, de amigos e de outras pessoas

    significativas, tanto maior é a rede de amigos nesta amostra de idosos. Estes resultados

    apoiam a nossa terceira hipótese.

    H4- O apoio social correlaciona-se positivamente com a satisfação com a vida.

    Conforme se pode ver no Quadro 4 o apoio social familiar (r = 0,60, p < .001), de

    amigos (r = 0,63, p < .001) e de outros significativos (r = 0,58, p < .001) aparecem

    significativamente correlacionados com a satisfação com a vida. Quanto maior é o apoio

    social familiar, de amigos e de outras pessoas significativas, tanto maior é a satisfação com

    a vida nesta amostra de idosos. Estes resultados apoiam a nossa quarta hipótese.

    5. Considerações finais

    5.1 Discussão

  • 24

    O presente estudo buscou percecionar as correlações a respeito dos apoios sociais e

    a qualidade de vida de idosos, verificando assim a importância da socialização para a

    qualidade de vida mediante aspetos físicos, psicológicos, relações sociais, meio ambiente,

    solidão e satisfação com a vida.

    Para analisar a hipótese 1, apoio social correlaciona-se positivamente com a

    qualidade de vida do idoso. Verificou-se, na atual investigação que quanto maior é o apoio

    social familiar, apoio social de amizade e o apoio social de outras pessoas significativas tanto

    maior é a qualidade de vida nos domínios físico, psicológico, de relações sociais e de

    ambiente. Portanto esses resultados apresentaram na medida em que o apoio social encontra-

    se significativamente associado com a qualidade de vida do idoso.

    Considerando, portanto, os autores citados a seguir, de acordo com a hipótese 1.

    Segundo Paúl (2005), a rede de apoio social familiar, geralmente é o centro de

    apoio, porém ela é “obrigatória”. Visto isso, possuem alguns efeitos negativos mediante a

    qualidade de vida na pessoa mais velha. Sendo, entretanto, verificado na atual investigação

    que as redes de apoio social familiar referem importância significativa para o indivíduo,

    mediante aos domínios já citados acima.

    Conforme Paúl (1997), um companheiro de amizade possui relação de grande

    importância na vida dos mais velhos, pois com eles acabam por compartilhar intimidades,

    se socializam e também servem de apoio emocional e dessa forma contribuem para um

    melhor bem-estar dos mesmos. “As amizades são uma fonte de auto-confirmação,

    valorização do eu, auto-percepção, intimidade, aceitação e protecção contra o mundo” (Paúl,

    1997, p.109).

    Ainda segundo Paúl (2005), as redes de amizades acabam por ser a escolha do

    indivíduo por vontade própria, e sendo assim são mais significativas do que a rede familiar

    referência. Os apoios sociais dos idosos podem ser diversos, como: os familiares de convívio

  • 25

    com maior proximidade e também aqueles mais distantes, os amigos, os apoios de ajuda

    mútua, e as pessoas mais próximas. (Berger & Mailloux Poirier, 1995)

    Para a hipótese 2 apoio social correlaciona-se negativamente com a solidão.

    Verificou-se que quanto maior é o apoio social familiar, de amigos e de outras

    pessoas significativas, tanto menor é a solidão nesta amostra de idosos. Estes resultados

    apoiam a nossa segunda hipótese. Conforme Neto (1989), mesmo quando estamos na

    companhia de alguém e não somente sozinhos, podemos sentir solidão. Sendo esse, quando

    há um descontentamento a nível de relacionamentos sociais.

    Para Neto (2000), a solidão acaba por ser vivenciada de forma penosa, a medida que

    as relações sociais experienciadas não são suficientes ao indivíduo.

    “Young (1982, cit. por Neto, 2000, p. 323), define solidão como a ausência

    percecionada de relações satisfatórias acompanhadas de sintomas de mal estar

    psicológico que estão relacionadas com a ausência atual ou

    percecionada…Proponho que as relações sociais possam ser tratadas como

    um classe particular de reforço … Por isso, a solidão pode ser vista como uma

    resposta à ausência de reforços sociais importantes.”

    Considerando a hipótese 3 apoio social correlaciona-se positivamente com as redes

    sociais. Quanto maior é o apoio social familiar, de amigos e de outras pessoas significativas,

    tanto maior é a rede de amigos nesta amostra de idosos.

    Para que o idoso possa lidar com o envelhecimento de forma adaptável, são

    verificados os sistemas de suporte e de relação interpessoal de cada indivíduo, sendo esses

    analisados a três níveis: relações íntimas, familiares e de amizade. (Schlossberg, 1981)

    Relativamente sobre as redes de amizade nos idosos, acabam por terem amigos de

    ambos os sexos e também possuem uma certa nostalgia com amigos antigos. (Shea,

    Thompson & Blieszner, 1988, in Souza & Garcia, 2008)

  • 26

    Pimentel (2005), relata sobre a importância de a pessoa idosa ter apoios familiares

    e/ ou de amizade, para que assim tenha uma vida de forma equilibrada e sem grandes

    descontinuidades, sendo esse apoio social essencial as necessidades do indivíduo. Conforme

    O’Shea (2003), ocorre uma influência proveitosa para a qualidade de vida da pessoa idosa,

    o local onde se vive e o espaço físico aceitável. Segundo Freitas (2011), o sujeito constrói

    redes sociais com o passar do tempo, podendo haver alterações mediante algumas situações,

    decorrentes a questões culturais, socio-demográficas e também relacionadas a personalidade

    do indivíduo. Podendo essas redes serem perdidas em determinados estágios da vida,

    mediante a morte, ou afastamento com contactos anteriores.

    Para Paúl “a existência de redes de apoio informal é um dado essencial para

    assegurar a autonomia, uma autoavaliação positiva, uma maior saúde mental e satisfação de

    vida” (Paúl, 2005, p.37), sendo como um importante componente nas relações sociais para

    a qualidade de vida individual. A qual essa relação foi percebida mediante aos resultados

    encontrados nessa investigação.De acordo com Castellón & Pino (2003), é visto que as

    pessoas idosas que possuem algum tipo de restrição no espaço físico em que vive, tem cerca

    de cinco vezes mais chances de depressão. Para Neri (2001), qualidade de vida depende de

    diversos fatores que envolvem relacionamentos de amizade e familiares, condições físicas e

    ambientais, os hábitos no decorrer da vida, sendo então colocado como o nível de satisfação

    com a vida.

    Conforme a hipótese 4- apoio social correlaciona-se positivamente com a satisfação

    com a vida.

    Verificou-se que quanto maior é o apoio social familiar, de amigos e de outras

    pessoas significativas, tanto maior é a satisfação com a vida nesta amostra de idosos. Estes

    resultados apoiam a nossa quarta hipótese.

  • 27

    De acordo com Fonseca (2012), as pessoas mais velhas acabam por demonstrarem

    uma satisfação maior com a vida quando se têm um maior número de amigos, a medida que

    possuem uma ligação mais intensa de confidencialidade com um companheiro de amizade.

    Sendo isso visto como mais importante que o volume das relações familiares e de amizade.

    Sendo assim, mediante aos resultados apresentados, percebe-se correlações com os

    levantamentos dos autores acima citados.

    O presente estudo limita-se pelo facto de ter sido selecionada uma amostra por

    conveniência. Entretanto, se houvesse a possibilidade de abranger maior quantidade de

    pessoas, seria possível obter uma amostra maior.

    Havendo também a reflexão de como seria esse estudo em um outro contexto

    socioeconômico e cultural, e com idosos institucionalizados. Portanto, percebe-se a

    necessidade de haver outras investigações como essa para assim percecionar outros

    contextos.

    6. Conclusão

    Essa pesquisa buscou percecionar as correlações a respeito das relações de apoio

    social, para a qualidade de vida da pessoa idosa.

    Portanto, de acordo com os resultados obtidos nessa investigação e também com os

    levantamentos de dados recolhidos de investigações anteriores, pôde-se concluir que as

    relações sociais, são significativas para o idoso, em todos os domínios citados, com base

    nessa investigação aqui apresentada. Sendo que mediante aos apoios sociais obtêm-se uma

    melhor Qualidade de vida, maior Satisfação com a vida e a diminuição do índice de solidão

    Devido ao aumento da população idosa e pela importância dessa temática se sugere

    novos estudos multicêntricos com essa população, considerando os aspetos culturais para

  • 28

    que possamos compreender melhor o idoso e poder oferecer uma melhor assistência para os

    mesmos.

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  • 36

    8. Apêndice

    TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

    O presente estudo está a ser realizado no âmbito da dissertação de Mestrado em

    Psicogerontologia pela estudante Tatiana Silveira com o objetivo da obtenção do grau de

    Mestre em Psicologia na FPCEUP. Este trabalho de investigação está a ser realizado com a

    orientação do Professor Doutor Félix Neto, docente da Faculdade de Psicologia e de Ciências

    da Educação da Universidade do Porto e pretende compreender “A importância das relações

    sociais para a qualidade de vida na pessoa idosa.”

    Para que se alcance esse objetivo serão aplicados instrumentos de avaliação, os quais

    terão perguntas e respostas. Não existe certo ou errado, apenas a resposta que seja mais

    conveniente para si, e se pretender não participar ou desistir, não haverá consequências. Os

    dados serão mantidos sob anonimato e confidencialidade. Agradecemos a sua colaboração.

    “Declaro que tomei conhecimento do projeto neste estudo. Foram-me explicados todos os

    aspetos que considero relevantes e foi-me possibilitado o esclarecimento de todas as minhas

    dúvidas sobre a investigação. Participo voluntariamente e fui informado que a participação

    (ou recusa de participação) não trará consequências.”

    Data __/__/__

    Assinatura