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O O A maioria dos torcedores brasileiros é contra o retorno imediato do fute- bol, mesmo sem a presença de público nas arquibancadas, e mais de 90% deles não se sentiria seguro no estádio neste ano sem novas me- didas de saúde. A conclusão foi de uma pesquisa realizada de forma on-line, com mais de 3 mil pessoas, liderada por um grupo de acadêmicos e profissionais do mercado, com apoio do Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva. O estudo sugere que os clubes e as arenas terão dificuldade para atrair os torce- dores caso voltem a ter público ainda em 2020. Entre as respostas, 36% dos torce- dores afirmou que só se sentiria seguro nas arquibancadas com a implementação de novos protocolos de higiene, saúde e segurança. Um menor número, 26%, O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR DUDA LOPES 1 NÚMERO DO DIA EDIÇÃO 1494 - TERÇA-FEIRA, 12 / MAIO / 2020 de libras a Premier League teria de devolver às TVs se o torneio não voltar ou tiver jogos em novos horários, segundo a BBC 340 mi Torcedor rechaça volta imediata do futebol

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Page 1: O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · na última segunda-feira (11), o diretor comercial e de marketing do Allianz Parque, Márcio Flores, exaltou a quantidade de ideias que surgem

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A maioria dos torcedores brasileiros é contra o retorno imediato do fute-bol, mesmo sem a presença de público nas arquibancadas, e mais de 90% deles não se sentiria seguro no estádio neste ano sem novas me-

didas de saúde. A conclusão foi de uma pesquisa realizada de forma on-line, com mais de 3 mil pessoas, liderada por um grupo de acadêmicos e profissionais do mercado, com apoio do Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva.

O estudo sugere que os clubes e as arenas terão dificuldade para atrair os torce-dores caso voltem a ter público ainda em 2020. Entre as respostas, 36% dos torce-dores afirmou que só se sentiria seguro nas arquibancadas com a implementação de novos protocolos de higiene, saúde e segurança. Um menor número, 26%,

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR DUDA LOPES

1

N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1494 - TERÇA-FEIRA, 12 / MAIO / 2020

de libras a Premier League teria de devolver às TVs se o torneio não voltar ou tiver jogos em novos horários, segundo a BBC340mi

Torcedor rechaça volta imediata do futebol

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afirmou que se sentirá confortável apenas após a vacina para o Covid-19. E 32% disse que não se sentirá seguro de nenhuma maneira neste ano.

Ainda assim, o número de pessoas que responderam a favor da volta imediata do futebol, mesmo sem torcedores nas arenas, surpreendeu os pesquisadores. Foram 33% de respostas positivas para o retorno esportivo, contra 61% de respostas ne-gativas e 6% de torcedores que não souberam responder à pergunta.

Em conversa com a Máquina do Esporte, o professor Ary José Rocco Jr, da Uni-versidade de São Paulo (USP), comentou que a porcentagem considerada alta a favor do retorno imediato. O pesquisador foi um dos responsáveis pela pesquisa.

"O que esperávamos era um número menor de torcedores a favor do retorno dos jogos de qualquer jeito. Nós ainda vamos cruzar os dados para saber melhor quem é esse torcedor. Mas nós imaginamos que sejam aqueles que são sócios--torcedores e membros de torcidas organizadas", afirmou Rocco Jr.

O professor reforça que a indústria do esporte e do entretenimento de forma geral sofrerá nos próximos meses com a resistência das pessoas em frequentar eventos de grande aglomeração. "Existe hoje a crise sanitária, que é grave. Mas existirá também a crise de confiança, da insegurança das pessoas", completou.

Entre os torcedores que responderam à pesquisa, 44% afirmou que frequenta a maioria dos jogos de seu time e 37% frequenta estádio esporadicamente. Foram 3023 entrevistados, com 3 mil respostas válidas. Segundo o grupo de pesquisado-res responsável pelo estudo, o índice de confiabilidade dos resultados é de 95%. A margem de erro considerada no levantamento é de dois pontos percentuais.

AT L E TA S S E U N E M PA R A A R R E C A D A R D O A Ç Õ E S

Bernardinho, Daiane dos Santos, Diego Ribas, Flávio Canto, Gabriel Medina, Guga Kuerten, Hortência, Lars Grael e Rodrigo Nogueira (Minotauro) lançaram o pro-jeto #VENCENDOJUNTOS, que tem como meta ini-cial arrecadar R$ 10 milhões para doar cestas básicas a 33 mil famílias durante pelo menos três meses.

Com apoio dos bancos Itaú e BV, a iniciativa reunirá doações que serão convertidas em cartões de vale-alimen-tação e poderão ser feitas por meio do site da iniciativa.

C H I N A T R A Ç A T R Ê S C E N Á R I O S PA R A

V O LTA R B A S Q U E T E

A China, primeiro país afetado pelo coronavírus, começa a traçar o plano de retorno das atividades esportivas.

No basquete, o presidente da con-federação nacional, o ex-jogador da NBA Yao Ming, afirmou que são três os cenários possíveis para retornar a liga de basquete, que foi interrompida.

Manter o cronograma inicial, re-duzir a temporada ou acabar com a fase inicial e ir diretamente para os playoffs.

Ming disse em entrevista à CCTV que qualquer decisão só será tomada depois de aprovação do governo. A única certeza é de que os atletas ficarão isolados em hoteis e os ginásios não vão abrir para a entrada de público.

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O P I N I Ã O

Pausa deixa legado comercial em arenas

Nos dois últimos dias, a Máquina do Esporte levantou algumas situações que elucidam a situação vivida pelas principais arenas do mundo e do Brasil. Sem eventos e público, elas perdem o principal núcleo de negó-

cios e aprendem a inventar possibilidades de negócios. Agora, com a pesquisa revelada sobre as apreensões dos torcedores, fica ainda mais claro que esse desafio não será tão momentâneo como o esperado. Será um ano difícil para os estádios.

Mas há maneiras de contornar. Na Live da Máquina do Esporte transmitida na última segunda-feira (11), o diretor comercial e de marketing do Allianz Parque, Márcio Flores, exaltou a quantidade de ideias que surgem em tempos de crise e, prin-cipalmente, o quanto que o mercado tem abraçado as novas possibilidades.

O ponto central é que o período de quarentena tem ressaltado a importância do entretenimento para as pessoas. E, na carência de ofertas na crise, as marcas têm tido reações mais exaltadas para as de-monstrações de criatividade.

A criação de um drive-in no Allianz Parque é, sem dúvida, um exemplo no-tável do quanto é possível inovar mesmo no pior cenário possível para a gestão de uma arena esportiva. Assim como o caso do time dinamarquês Aarhus, que fechou uma parceria com o Zoom para projetar torcedores na arena, deixa claro que exis-

tem soluções para gerar novas fontes de renda. São modelos completamente novos, que não fariam qualquer sentido há um ano, mas que se mostram necessários hoje.

Não se pode, claro, criar a ilusão de que isso solucionará o problema. Nenhuma arena conseguirá cobrir o prejuízo que será gerado com a ausência de bilheterias mi-lionárias e a presença em massa das empresas nas áreas VIPs e nos camarotes. Ainda assim, os novos passos serão importantes para dar algum fôlego financeiro, manter o relacionamento com o mercado e amenizar as perdas geradas pela pandemia.

O desafio é enorme. Além do impacto imediato da ausência de eventos, a volta necessariamente será gradual. A começar pela falta de público e, como aponta o estu-do que abre este Boletim, pela desconfiança das pessoas em voltar a realizar atividades em grupo. Afinal, é claro a todos que vencer o Covid-19 demandará paciência.

O lado bom é que, passada a tempestade, as arenas de todo o mundo terão ainda mais alternativas de negócios, com alcance que deve ir além das cadeiras das arquiban-cadas. Será um enorme legado para a gestão dos grandes estádios.

Novas propriedades comerciais

amenizam rombo financeiro e deverão

permanecer vivas após a pandemia

POR DUDA LOPES

diretor de novos negócios da Máquina do Esporte

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Bundesliga terá 100% dos jogos na TV com ESPN-Fox

A Premier League foi autorizada pelo governo inglês a retomar suas atividades a partir de 1° de junho, mas com jogos fechados ao público.

Isso deixou indefinido o cenário para o retorno do futebol inglês. A liga é a favor de fazer os jogos em estádios "neutros", para evitar que os torcedores se desloquem para a frente dos estádios, como fizeram os fãs do PSG em jogo da Champions League em março, antes da proi-bição das competições na França.

Essa ideia, porém, é rechaçada por alguns clubes. A necessidade de encerrar a competição é para evitar a perda maior de arrecadação dos clubes, que ficariam sem verba da TV se decidirem encerrar o torneio.

P R E M I E R L E A G U E V O LTA , S E M U M M O D E L O C E R T O , E M J U N H O

A LaLiga pretende retomar em 12 de junho as atividades, segundo Javier Tebas, presidente da entidade comer-cial do Campeonato Espanhol. E, ao

fazer isso, a liga pretende realizar pelo menos um jogo por dia das duas prin-

cipais divisões do futebol espanhol.Tebas afirmou que traçará, nas

próximas semanas, um plano com as emissoras de TV para concretizar o plano de fazer jogos todos os dias.

O objetivo é encerrar a liga até 31 de julho, como combinado com a Uefa.

LALIGA QUER VOLTA EM 12 DE JUNHO E

COM PARTIDAS TODOS OS D IAS

POR REDAÇÃO

Primeira competição a retornar ao calendário, neste final de semana, a Bundesliga terá um novo status no mercado brasileiro. Não só por conta de ser a única competição de alto nível de futebol que estará disponível para o público.

Na última segunda-feira a ESPN confirmou que também vai transmitir os jogos do Campeonato Alemão, agora que foi aprovada a fusão entre ela e a Fox Sports. Os direitos do torneio eram de exclusividade do canal comprado há quase dois anos pelo Grupo Disney, e desde a última quarta-feira (6), poderão ser compartilhados entre as duas emissoras.

A união dos dois canais foi o que permitiu à Bundesliga am-pliar a exposição no mercado brasileiro, mesmo sem querer.

Os alemães optaram por não "espalhar" jogos ao longo das datas disponíveis nas próximas semanas, o que poderia fazer com que a competição tivesse mais exposição na mídia. Assim, serão seis partidas no próximo sábado, sendo que cinco delas têm início programado para as 10h30. Se apenas a Fox Sports transmitisse o torneio, seria impossível mostrar todos os jogos, que agora ficarão espalhados na TV paga.

A escolha de qual emissora transmite qual partida foi feita pela Disney, que a princípio manterá as partidas de maior apelo dentro dos canais Fox. Na volta da temporada, será a Fox Sports quem transmitirá o clássico Borussia Dortmund x Schalke 04 às 10h30 do sábado. A ESPN Brasil mostrará no mesmo horário Red Bull Leipzig x Freiburg. No domingo, o jogo Union Berlin x Bayern Munich também será da Fox.

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Na última semana, a administração do Allianz Parque anunciou a abertura de um ‘drive-in’ para fazer eventos em meio à pandemia do coronavírus. Além do apelo de um encontro social seguro, o estádio contou com o

amplo apoio do mercado, com diversas possibilidades de patrocínio ao projeto.Na Live da Máquina do Esporte de segunda-feira (você pode revê-la aqui), o di-

retor comercial e de marketing da arena palmeirense, Márcio Flores, contou como as empresas surpreenderam os gestores do estádio.

"Os patrocinadores estão nos procurando demais. Com o drive-in, eu fiquei bem impressionado como as marcas têm consigo trabalhar rápido", disse o executivo.

As empresas patrocinadoras do projeto ainda não foram divulgadas; o drive-in ainda não tem licença para funcionar. A administração do estádio espera pelos pro-cedimentos de segurança por parte do poder público para tirar a ideia do papel.

Nesta semana, o plano é divulgar uma ‘line-up’ da ação, com a lista de atrações que serão disponibilizadas no estádio. Com os carros no gramado, sem contato direito com outras pessoas, o projeto terá exibição de filmes, palestras e apre-sentações diversas. Chamada de “Arena Sessions”, os eventos terão serviço de alimentação, com comida entregue diretamente aos motoristas para evitas agru-pamento dos presentes. Os ingressos custarão entre R$ 95 e R$ 150 por veículo.

"O drive-in é uma chance para as pessoas do nosso mercado darem uma mini respirada. Está todo mundo sem evento há dois meses e ficaremos pelo menos mais algum tempo. Então qualquer coisa agora é válida. E não necessariamente para gerar receita, mas movimentar o negócio, deixá-lo aberto", comentou Flores.

Allianz vê 'resposta rápida' do mercado

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POR REDAÇÃO