o cotidiano infantil e as oportunidades de · pdf filetrata-se de um estudo de campo feito em...

23
ANÁLISE DAS OPORTUNIDADES DE LAZER NO COTIDIANO INFANTIL Maria Catarina Meirelles de Faria 1 Ana Lúcia Ratti Brolo 2 Rute Estanislava Tolocka 3 RESUMO Mudanças ocorridas no século XX alteraram o estilo de vida infantil, diminuindo possibilidades de lazer e levando a um ingresso cada vez mais precoce na escola. Estudos realizados observando a rotina diária de crianças em instituições infantis constataram que o tempo e o espaço físico para as brincadeiras e atividades motoras são escassos. Este trabalho investigou as oportunidades de se movimentar e brincar, fora da escola, que 39 crianças, entre 4 e 6 anos de uma escola de educação infantil de Piracicaba possuem. Os dados foram coletados através de um formulário respondido pelos pais. Verificou-se predomínio de atividades fisicamente passivas e poucas oportunidades para o lazer. Conclui-se ser necessário o debate sobre políticas educacionais das escolas de ensino infantil e das políticas públicas de espaços de lazer para as crianças. Palavras chave: criança, lazer, desenvolvimento e instituição de ensino infantil. INTRODUÇÃO 1 Mestranda em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba; NUPEM/UNIMEP. Endereço eletrônico: [email protected]. 2 Mestranda em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba; NUPEM/UNIMEP. Endereço eletrônico: [email protected]. 3 Prof.ª Dr.ª do curso de Mestrado em Educação Física da Universidade Metodista de Piracicaba; NUPEM/UNIMEP. Endereço eletrônico: [email protected]

Upload: dangdieu

Post on 03-Feb-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

ANÁLISE DAS OPORTUNIDADES DE LAZER NO COTIDIANO INFANTIL

Maria Catarina Meirelles de Faria1

Ana Lúcia Ratti Brolo2

Rute Estanislava Tolocka3

RESUMO

Mudanças ocorridas no século XX alteraram o estilo de vida infantil, diminuindo possibilidades

de lazer e levando a um ingresso cada vez mais precoce na escola. Estudos realizados observando

a rotina diária de crianças em instituições infantis constataram que o tempo e o espaço físico para

as brincadeiras e atividades motoras são escassos. Este trabalho investigou as oportunidades de se

movimentar e brincar, fora da escola, que 39 crianças, entre 4 e 6 anos de uma escola de educação

infantil de Piracicaba possuem. Os dados foram coletados através de um formulário respondido

pelos pais. Verificou-se predomínio de atividades fisicamente passivas e poucas oportunidades

para o lazer. Conclui-se ser necessário o debate sobre políticas educacionais das escolas de ensino

infantil e das políticas públicas de espaços de lazer para as crianças.

Palavras chave: criança, lazer, desenvolvimento e instituição de ensino infantil.

INTRODUÇÃO

1 Mestranda em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba; NUPEM/UNIMEP. Endereço eletrônico: [email protected] Mestranda em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba; NUPEM/UNIMEP. Endereço eletrônico: [email protected] Prof.ª Dr.ª do curso de Mestrado em Educação Física da Universidade Metodista de Piracicaba; NUPEM/UNIMEP. Endereço eletrônico: [email protected]

Page 2: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

O século XX foi marcado por inúmeras mudanças sócio-econômicas, culturais,

tecnológicas e políticas e suas conseqüências se refletem e são sentidas ainda nesse século XXI,

afetando todo estilo de vida das pessoas, inclusive das crianças.

Na estrutura familiar, se antes as mulheres exerciam essencialmente o papel de criação

dos filhos e de cuidados com a casa, com o acentuado processo de ingresso no mercado de

trabalho, elas passaram a se dividir e se multiplicar para além dessas tarefas, assumindo também

função fundamental junto ao marido no sustento da família. (PROBST e RAMOS, 2003)

Cada vez mais a mulher sai de casa para trabalhar; assume cargos e funções

gradativamente mais altos no mercado de trabalho e colocando-se em posições de trabalho

“diferentes” e muito mais complexas do que em épocas de sociedades anteriores; pode-se

apontar mediante estudo realizado por Chagas et al. (2005) que ela expende um tempo

quantitativa e qualitativamente menor em casa e isto tem levado a uma procura cada vez maior

por instituições de ensino infantil, para auxiliar na educação dos filhos.

Alterações na estrutura social decorrentes, por exemplo, do grande crescimento das

populações urbanas com o acelerado êxodo rural, também mudaram fortemente o estilo de vida

cotidiano das pessoas. O espaço público da rua, que podia ser utilizado pelas crianças como

espaço social de encontro, interações, jogos e brincadeiras, com o acentuado aumento dos índices

de violência urbana, transformou-se apenas em local de tráfego de automóveis. (SAMAGAIO,

1999; NETO, 2000, 2001)

No campo da tecnologia, se por um lado os avanços trouxeram melhorias que

proporcionam maior conforto, rapidez e eficácia (maior comunicação e fácil acesso as notícias

devido aos programas de computador como a internet, expansão da televisão, jornais e revistas);

rápido “deslocamento” das pessoas devido aos automóveis mais confortáveis, rápidos e de

acessibilidade econômica mais fácil; implementação dos meios de comunicação (com a criação e

modernização dos telefones celulares) e muitos outros, em contrapartida, nota-se, por exemplo,

uma aceleração infinita no ritmo de vida das pessoas. (GARCIA, 2002).

Page 3: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

Este ritmo acelerado provoca entre outras coisas, a falta de tempo para atividades de lazer

e tempo livre, como as atividades físico-esportivas, o que ajuda a explicar elevados índices de

sedentarismo que se pode observar nas sociedades modernas atuais. Todas essas alterações

sociais também afetam e são sentidas pelas crianças.

Uma das grandes influências sofridas por elas em decorrência, por exemplo, do ingresso

da mulher/mãe no mercado de trabalho, é a sua entrada cada vez mais cedo na instituição de

educação infantil, passando a permanecer diariamente entre 9 e 10 horas neste local, como

constatado por esse estudo e descrito mais a frente. Mas o que essas crianças fazem nesse longo

período que permanecem lá?

No que se referem às atividades desenvolvidas pelas crianças nestas instituições Brolo et

al (2006) observando os hábitos diários de crianças de até 3 anos, constataram que elas

despendem a maior parte do tempo nessa instituição, dormindo (3 horas em média), em

atividades de banho, alimentação e higiene pessoal (1 hora em média) e com raras oportunidades

de brincar e se movimentar (45 minutos em média).

Este panorama é o mesmo encontrado por Bartolo e De Marco (2002) que verificaram

que a programação diária da criança na creche altera-se muito pouco, tendo as atividades de

atendimento às necessidades básicas como higiene e alimentação, como as que despendem o

maior tempo e com o pouco deste que resta, priorizam-se atividades passivas como assistir TV e

assim sobra-se quase nada para a liberdade da criança em criar, brincar e realizar atividades

motoras.

Porém é muito clara a importância das brincadeiras e atividades motoras nesse período

crucial da vida, que são os primeiros anos. Nessa fase a criança é essencialmente “motora”.

Stabelini Neto et al. (2004) afirmam que em tempos atrás essas experiências motoras eram

vivenciadas espontaneamente pelas crianças no seu dia a dia, pois elas dispunham de espaços

livres para suas brincadeiras como praças, ruas e parques, mas que atualmente as crianças são

Page 4: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

“relegadas a brinquedos, na maioria das vezes eletrônicos, ou a atividades desenvolvidas em

pequenos espaços, que limitam a aventura lúdica e a experimentação ampla de movimentos”.

(p.136)

Autores como Marcellino (1990), Carlos Neto (2000, 2001), Nicoletti e Guerra Filho

(2004), Roedel e França (2004) e Pasdiora e Hort (2006) destacam a importância do brincar, do

brinquedo, do lazer e do tempo “livre” para a criança, ressaltando também estes elementos como

direito legal.

A relevância do componente lúdico na vida das crianças encontra forte sustentação nos

“documentos legais”. Na Constituição Brasileira de 1988 em seu artigo 227 do capítulo 7º: “É

dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta

prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer...”; na Declaração dos

Direitos da Criança, aprovada pela ONU em 1959, tem-se que “A criança terá ampla

oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua educação; a

sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito”

(PRINCÍPIO 7º) e no Estatuto da Criança e do Adolescente em seu capítulo 4, artigo 59: “Os

municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos

e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a

juventude”.

Além das questões legais, sobre direito da criança ao lazer, ao brincar, existem outros

aspectos que podem ser citados para “justificar” a sua relevância. Para Marcellino (1990) o

primeiro deles seria o simples fato de que brincar é gostoso, dá prazer, gera felicidade. Além

disso, por meio dessa satisfação atingida, a criança tem a possibilidade de vivenciar plenamente a

sua infância e desenvolver-se como ser genuinamente humano, participante e inserido ativamente

numa sociedade e não como mero expectador e recebedor de padrões já estabelecidos.

Page 5: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

Entretanto, o que se observa, segundo Marcellino (1990), quando se foca o olhar para a

criança inserida num contexto social é um furto das oportunidades de vivências desses

componentes, bem como o oferecimento em contrapartida, de instrumentos pré-estabelecidos,

como os brinquedos industrializados ou atividades passivas (TV, vídeo-game, DVD...) que

direcionando as atividades das crianças, restringem suas escolhas, criatividade e autonomia.

Como muitas crianças permanecem de 9 a 10 horas diárias em instituições de educação

infantil durante a semana e por lá têm raríssimas oportunidades de brincar e sabendo da

importância desse componente para ela, aparece a curiosidade em saber o que essa criança faz,

nas poucas horas diárias em que se encontra fora da escola.

Este foi o objetivo principal deste estudo, investigar e analisar as oportunidades de

brincar que elas têm fora do âmbito escolar, tanto durante a semana quanto durante o final de

semana, para fomentar as discussões sobre lazer e educação infantil.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade

de Piracicaba, com os pais ou responsáveis de 39 crianças entre 4 e 6 anos de idade, de ambos os

sexos, que moram em um bairro periférico desta cidade e que responderam a todos os itens do

questionário.

Todos os responsáveis pelas crianças assinaram um termo de consentimento livre e

esclarecido para adesão ao estudo e este foi aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa sob o

parecer n.º 61/06.

O estudo foi realizado a partir da aplicação de um formulário para avaliação das

atividades do cotidiano (FAC- ver anexo), adaptado de Silva (2006). Trata-se de perguntas

Page 6: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

referentes ao dia de ontem e ao último Domingo, sendo sempre realizada a sua aplicação e coleta

de dados entre terça e sexta-feira.

Foi feita uma análise descritiva da distribuição dos dados e para verificação das diferenças

significativas entre os sexos e entre os dias da semana, foram realizados alguns testes exatos de

Fischer e Qui-Quadrado de Pearson. O nível de significância considerado foi de 5%, logo todos os

testes em que o p-valor for menor ou igual a 0,05, considera-se haver uma relação significante

entre as variáveis testadas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Todas as crianças deste estudo permanecem entre 9 e 10 horas na escola entrando as 7:00

e saindo entre 16:00 e 17:00, ficando em média 9,08 horas nessa instituição diariamente.

Em relação aos locais e espaços próximos ou não as casas, próprios dela ou públicos que

as crianças podem brincar, verificou-se que os mais permitidos pelos pais são ambientes da

própria casa (para 38 crianças o quintal, para 36 os cômodos e para 29 a garagem) sendo estes

freqüentados pela maioria. Já ambientes como a rua da própria casa, apesar de permitidos por 31

pais, 21 crianças o freqüentam, apenas às vezes. Outros locais permitidos e suas freqüências

podem ser vistas na tabela 1:

Tabela 1: Distribuição das crianças em relação aos locais permitidos pelos pais para brincar e a

freqüência aos mesmos.

Permissão

para brincar Nunca Às vezes Sempre Garagem 29 0 5 24 Rua da casa 31 2 21 8 Rua do bairro 4 0 4 0 Quintal de casa 38 1 2 35 Campo ou terreno 12 0 11 1 Casa do vizinho 21 0 18 3 Salão do prédio 2 0 1 1 Cômodos da casa 36 1 1 34 Clube 14 0 13 1 Parque 32 0 29 3 Praça 22 0 20 2 Outro local 13 0 13 0

Page 7: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

O brincar no entorno da casa pode ser compreendido pelas alterações na estrutura social,

já citadas anteriormente, com índices alarmantes de violência urbana, fazendo com que os pais

não permitam com freqüência, que seus filhos saiam para brincar em espaços, como as ruas do

bairro, além também, como aponta Carlos Neto (2000) pelo aumento significativo nas atividades

dentro de casa (televisão, computador, vídeo-game e brinquedos industrializados).

É importante considerar também que as crianças deste estudo são crianças pequenas o

que dificulta ainda mais a ida a estes espaços, já que precisam constantemente da supervisão de

um adulto e possivelmente, mesmo durante os finais de semana, os seus responsáveis precisam

fazer outras tarefas dispondo de menos tempo livre do que possuíam quando, por exemplo, a

mãe ficava o tempo todo no lar, pois em muitos casos a mãe tem dupla jornada de trabalho,

acumulando-se tarefas domésticas para o final de semana.

Observando-se como as crianças vão até a escola e quanto tempo levam para chegar lá,

verifica-se que 24 pais responderam a pé, seis de bicicleta, oito de carro e um não respondeu essa

questão. O tempo gasto para chegar à escola foi, em média, 13 minutos. Assim as crianças gastam

aproximadamente 09h35m (09h08m na escola e 26 minutos em média no percurso casa- escola-

casa) com ocupações escolares.

Page 8: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

Isto levando em conta que as crianças deste estudo moram próximas à escola, o que será

então das crianças que necessitam ir à escola de perua, por exemplo, e que permanecem dentro

desta durante todo o processo de “entrega” de criança por criança em casa?

Com relação ao tempo de sono noturno da criança durante o dia da semana, a média

obtida foi de 9h30m, o mínimo foi 7h30m e o máximo foi 12h30m.

Esses dados (tempo médio de sono da criança - 9h30min) somados ao tempo que ela

passa na escola (9h35m), totalizam 19 horas, restando apenas 5 horas para outras atividades,

como por exemplo, o lazer, o brincar. Nota-se, portanto, um processo que Pinto (2004) chamou

de confinamento da infância, ou seja, as crianças permanecem trancadas nas instituições de ensino,

onde diferentemente do espaço da rua, é o adulto que organiza o seu tempo e espaço e que

define suas atividades e ações.

Em relação às atividades fisicamente ativas (aquelas que demandam maior gasto

energético) que as crianças realizam durante a semana, nos períodos que não se encontram na

escola, foi encontrado que 26 crianças “deslocam-se sobre rodas” (velotrol, bicicleta, skate...); 20

participam de atividades de deslocamento, envolvendo o correr, saltar, trepar, etc.; 17 praticam de

atividades de dança; 14 participam de atividades que envolvem o receber, chutar, lançar objetos

com os pés; 13 de atividades de receber e lançar objetos com as mãos; 13 também passeiam a pé;

1 participa de atividades de lutas e nenhuma criança participa de escolinhas de esportes ou tem

atividades esportivas com a supervisão de um professor de Educação Física.

Estes resultados poderiam apontar para uma variedade desejável na prática de atividades,

mas foi observado também que não existe diversidade nas atividades realizadas, pois das 14

crianças que responderam participar de brincadeiras que envolvem chutar, receber objetos com

os pés, todos disseram que era através do futebol e apenas uma apontou vivenciar brincadeiras de

lutas.

O tempo gasto por essas crianças com estas atividades é pequeno. Para as atividades de

deslocar-se sobre rodas, a média e a mediana, do tempo destinado, encontradas foram de 49 min

Page 9: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

e 30 min respectivamente; para chutar, lançar objetos com os pés, média de 55 min e mediana de

50 min; lançar e recepcionar objetos com as mãos, média de 1h10min e 1 hora para mediana;

atividades de correr, saltar, trepar, 1hora de média e 20 min de mediana; dançar, 27 em média e

20 min para mediana e passear a pé, média de 45 min e mediana de 30 min.

De forma geral as crianças gastam cerca de 52 min em atividades ativas, durante a

semana, quando não estão na escola, como pode ser visto na Figura. 1.

200

150

100

50

0

Boxplot - Atividades ativas (durante a semana)

FIGURA 1: Tempo médio (em minutos) gasto em atividades fisicamente ativas

durante a semana, no período fora da escola.

Em relação às atividades fisicamente passivas, revelou-se que a grande maioria (37

crianças) assiste TV em média 2h14min e com mediana de 2 horas; 27 brincam de modelar,

desenhar ou colar em média 1hora e mediana de 35 min; 25 passeiam de ônibus ou carro, com

média de tempo gasto de 1h16min e mediana de 1 hora; 24 ouvem histórias durante média de 46

min e mediana de 30 min; 22 brincam com brinquedos industrializados, tendo média de 1h26min

e mediana de 1h30min; 7 jogam vídeo game, com média de 54 min e mediana de 1 hora e 3

Page 10: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

participam de banda ou coral por 30 min em média e mediana. Assim as crianças gastam em

média 1h25min em atividades fisicamente passivas durante a semana, quando não estão na escola,

conforme mostra Figura. 2.

250

200

150

100

50

0

Boxplot - Atividades passivas (durante a semana)

FIGURA 2: Tempo médio (em minutos) gasto em atividades fisicamente passivas,

durante a semana, fora da escola.

Portanto, apesar das crianças terem oportunidades de brincar, movimentar-se durante o

período que não estão na escola, o tempo médio gasto com as atividades fisicamente ativas é

ainda menor em relação às atividades fisicamente passivas, confirmando o que já havia sido

relatado por outros estudos (NETO 2000; GAVARRY et al. 2003; STABELINI NETO et al.

2004; TOIGO 2007) de que as crianças estão realmente perdendo seu tempo e espaço de brincar

ativamente.

Em relação aos sexos algumas atividades apresentam diferenças significativas como o

brincar de chutar, lançar objetos com os pés, realizados predominantemente pelos meninos (11

meninos e 3 meninas, com p-valor de 0,001) e o dançar predominantemente pelas meninas (14

Page 11: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

meninas e 3 meninos, com p-valor de 0,004). O gráfico 1 mostra a distribuição por sexo das

atividades realizadas durante a semana pelas crianças após as aulas.

GRÁFICO 1: Distribuição das crianças por sexo e por prática de atividades fisicamente ativas realizadas durante a semana, no período que não se encontram na escola.

Estes dados assemelham-se aos encontrados por Silva et al. (2006), quando analisaram as

diferenças entre os gêneros nas brincadeiras de rua. O estudo mostrou através de um índice de

preferência sexual, que algumas atividades como o futebol e o futebol de botão possuem alto

grau de tipificação masculina (0,93 e 0,95 respectivamente), sendo considerados altos índices os

acima de 0,75 e que por outro lado atividades como brincar de boneca e de casinha são

tipicamente femininas.

Estes dados remetem ao fato de que, segundo Pontes e Magalhães (2003) as brincadeiras

refletem as mudanças culturais e por isso são um ótimo instrumento para análise das questões de

gênero e que determinadas brincadeiras por apresentarem segregação sexual, tornam-se

caracterizadas como tipicamente femininas ou masculinas, e assim são transmitidas culturalmente.

Nas respostas em relação à participação das crianças em bandas, corais e aulas de canto,

as três que responderam participar, se referiam ao “cantar no culto, na igreja”, mostrando que

morar perto de igreja pode oportunizar práticas deste tipo. Em relação a passear de carro ou

ônibus, as respostas relatavam a ir à casa da avó o que em muitos casos não se refere realmente á

15

3

79

14

811 11

6

11

13

5

02468

10121416

Desloca sobrerodas

Chutar, lançarobjetos com

os pés

Lançar,

recepcionarobjetos com

as mãos

Correr, saltar,trepar

Praticaresportes além

das aulas

Praticar lutas Dançar Passear a pé

Feminino Masculino

Page 12: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

um passeio, mas sim a criança se desloca da instituição de ensino para a casa da avó para ficar sob

seus cuidados até que a mãe possa retornar de suas atividades.

Em relação aos sexos, nas atividades passivas, não houve nenhuma diferença significativa

nas atividades, apenas foi detectado alterações no tipo de material, brinquedo utilizado como, por

exemplo, nas respostas das meninas para “o brincar com brinquedos industrializados” estes são

predominantemente as bonecas e para os meninos carrinhos e bonecos de desenhos e filmes

infantis.

Estes dados estão em conformidade com a literatura, que coloca que essa tendência das

meninas em utilizarem brinquedos como bonecas, roupinhas, coziinhas etc. está relacionado ao

espaço familiar da casa e à procura por brincadeiras que imitam a vida real, como atividades

domésticas, casamentos e festas e os meninos preferem brinquedos que reproduzem o universo

externo, como brincadeiras que envolvem transportes, veículos e super-heróis. (WANDERLIND

et al., 2006)

Os resultados relacionados ao último Domingo, mostraram que quanto ao tempo de

sono das crianças a média obtida foi de 10 horas, o mínimo foi de 6h30min e o máximo de 13h.

Verifica-se um pequeno aumento no tempo de sono em relação ao obtido durante a semana

Ainda em relação ao tempo de sono, destaca-se que durante o último Domingo, apenas

oito responderam dormir também durante o dia, enquanto que durante a semana, todas as

crianças são colocadas para dormir durante 1h30min, no período das 12h00h as 13h30h

conforme Brolo et al. (2006) independente de dormirem ou não, são obrigadas a permanecer

deitadas e sem conversar ou brincar durante este período.

A pergunta que fica é: será que todas as crianças precisam desse tempo todo de sono nas

instituições de ensino? Não seria um desperdício de suas potencialidades? Será que não seria

possível a prática de outras atividades, pelo menos para aqueles que não estão com sono? Afinal,

a maioria das crianças não dorme durante o dia no final de semana quando estão com seus pais.

Page 13: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

Investigando as atividades realizadas durante o último Domingo, em relação às

atividades fisicamente ativas, foi encontrado que 17 crianças brincam de deslocar-se sobre

rodas (velotrol, bicicleta, patins, etc.); 16 praticam atividades que envolvem deslocamentos

(correr, saltar, trepar, etc.); 14 dançam; 13 passeiam a pé; 11 brincam de atividades que envolvem

o recepcionar e lançar objetos com as mãos; 9 atividades de receber e chutar objetos com os pés;

2 participam de atividades de lutas e nenhuma criança participa de atividades esportivas sob

orientação de um professor de Educação Física.

Quando investigadas em relação ao tempo, os resultados foram: a média para o deslocar-

se sobre rodas foi de 38 min e a mediana 30 min; para as atividades que envolvem chutar, receber

e lançar objetos com os pés a média obtida foi de 47 min e mediana de 40 min; para o lançar e

recepcionar objetos com as mãos média e mediana de 1hora; dançar, média de 34 min e mediana

de 27 min e passear a pé, 45 e 50 min, sendo média e mediana respectivamente.

Quando analisadas de forma geral constata-se que as crianças despendem em média 46

min em atividades ativas durante o final de semana, como mostra a figura 3.

160

140

120

100

80

60

40

20

0

Boxplot - Atividades ativas (aos domingos)

FIGURA 3: Tempo médio, (em minutos), gasto pelas crianças, em atividades

Page 14: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

fisicamente ativas durante o final de semana

Novamente se analisados apenas dessa forma, separadamente, esses resultados não dão

um diagnóstico preocupante, pois mostra que aos finais de semana essas crianças têm

oportunidades de brincar e se movimentar. Porém continuando a investigação agora com as

atividades fisicamente passivas, encontrou-se que 33 crianças assistem TV em média 2h14min

e mediana de 2h; 26 brincam com brinquedos industrializados, em média 1h16min e mediana de

1h; 22 passeiam de carro ou de ônibus, em média de 1h15min e mediana de 1h; 18 ouvem

histórias por período médio de 1 hora e mediana de 50 min; 17 brincam de modelar, desenhar

(com média de 42 min e mediana de 30 min); 8 dormem durante o dia por média de 1h48min e

mediana de 1h45 min; 8 jogam vídeo game em média por 51 min e mediana de 1hora e apenas 3

crianças participam de atividades de banda, coral, aula de canto em média e mediana de 30 min.

No geral as crianças gastam em média 1h24min em atividades fisicamente passivas aos finais de

semana, como pode ser observado na figura 4.

300

250

200

150

100

50

0

Boxplot - Atividades passivas (aos domingos)

FIGURA 4: Tempo médio, em minutos, gasto em atividades fisicamente passivas

Page 15: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

durante o final de semana.

Portanto apesar das crianças terem oportunidades de brincar, movimentar-se também

durante o final de semana, o tempo médio gasto com essas atividades (fisicamente ativas)

continua ainda sendo menor em relação às atividades fisicamente passivas.

Em relação aos sexos a diferença mais significativa encontrada foi na atividade de chutar,

receber objetos com os pés, com p-valor de 0,018 na qual das 9 crianças que praticam essa

atividade, 7 delas são meninos.

Os dados encontrados remetem a várias questões, relacionadas desde a perda do tempo,

espaço e direito legal das crianças ao lazer e ao brincar, como já citados, e também aos problemas

de saúde relacionados a essa inatividade motora, como a obesidade infantil.

Segundo Mello et al. (2004), é consenso que a obesidade infantil vem aumentando de

forma significativa e está relacionada principalmente as mudanças no estilo de vida, como as

alterações nos tipos de brincadeiras (mais tempo em frente à TV e maior dificuldade de brincar

na rua pela falta de segurança) e também é claro nos hábitos alimentares.

A autora ressalta a relação entre esses fatores, destacando que a taxa de obesidade em

crianças que assistem menos de 1 hora de TV diariamente é de 10%, enquanto que o hábito de se

manter por períodos de 3, 4, 5 horas por dia nessa atividade relaciona-se a índices de 25% a 35%.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As crianças estão com pouco tempo para brincar e consequentemente com poucas

oportunidades para descobrir, criar e recriar experiências e saberes sobre si e sobre o mundo. A

diversidade dos espaços, das possibilidades de atividades motoras, bem como da freqüência

destas oferecidas as crianças tanto na escola como nos períodos que se encontram fora dela, não

Page 16: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

estão atendendo adequadamente as necessidades do brincar, do ter tempo livre, do explorar,

fundamentais para seu desenvolvimento.

Torna-se urgente discutir políticas públicas de lazer que permitam e garantam as crianças

o seu acesso ao seu direito de brincar, explorar, aprender e viver plenamente a sua infância bem

como debater políticas educacionais para o setor de educação infantil, revendo atividades a serem

realizadas e capacitação profissional.

Além disso, destaca-se também que essa “inatividade” tanto na escola como fora dela

pode acarretar problemas de saúde sérios como a obesidade infantil e deve-se investigar em que

medida isto já esta ocorrendo em crianças submetidas a rotinas semelhantes a aqui observadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, F.D; SOMMERHALDER, A. O brincar: linguagem da infância, língua do infantil.

Revista Motriz. Rio Claro. vol.12, n.2, p.125-132, maio/ago. 2006.

BARTOLO, D.; DE MARCO, A. As interferências ambientais durante a evolução motora do

andar independente. In: VENÂNCIO, S.; AUGUSTO, D. I. L. S. (org). Pedagogia do

movimento. Coletânea de Textos. Campinas: Unicamp-FEF/DEM, 2002.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível

em: < http://edutec.net/Leis/Gerais/cb.htm > Acesso em 01 agosto 2007.

BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente (1990): Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990,

Lei n. 8.242, de 12 de outubro de 1991. 3. ed. Brasília-DF. Câmara dos Deputados-Coordenação

de Publicações, 2001. 92p. Disponível em: <

http://www2.camara.gov.br/publicacoes/internet/publicacoes/estatutocrianca.pdf> Acesso em

01 agosto 2007.

BROLO, A.L.R.; SILVA, P.V.; TOLOCKA, R.E. Rotinas em Instituição Infantil e

Desenvolvimento. In: III CONGRESSO BRASILEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR,

Page 17: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

2006, Rio Claro. III CONGRESSO BRASILEIRO DE COMPORTAMENTO MOTOR. Rio

Claro: SBCM, 2006.

CARLOS NETO. A criança e o jogo: perspectivas de investigação. In: PEREIRA, B.; PINTO,

A. (Coord.). A escola e a criança em risco: intervir para prevenir. Porto: Edições ASA, p.31-

51, 2001.

______. O jogo e tempo livre nas rotinas de vida quotidiana de crianças e jovens. In: C.M.L.

Departamento de acção social (Eds). Seminário de tempos livres: a criança, o espaço, a

ideia. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, p.11-20, 2000.

CHAGAS, M.I.O. et. al. Mulheres operárias: vida doméstica e qualidade de vida. Revista

Brasileira em promoção da saúde. Fortaleza-CE, v. 18, n. 3, p. 130-135, 2005. Disponível em:

<http://www.unifor.br/notitia/file/613.pdf> Acesso em 01 agosto 2007.

GARCIA, V.R. Ordem cultural e ordem natural do tempo. Centro interdisciplinar de

semiótica da cultura e da mídia- CISC. São Paulo-SP, 2002. Disponível em:

<http://www.cisc.org.br/portal/biblioteca/ordemnatural.pdf> Acesso em 06 agosto 2007.

GAVARRY, O. et.al. Habitual physical activity in children and adolescents during school and

free days. Medicine and Science in Sports and Exercise. vol.35, n.3, p. 525-531, 2003.

Disponível em: <www.capes.gov.br> Acesso em 27 jun. 2007.

MARCELLINO, N.C. Pedagogia da Animação. Campinas-SP: Papirus, 1990.

MELLO, E.D. et al. Obesidade Infantil: como podemos ser eficazes? Jornal de Pediatria.

vol.80, n.3, p.173-182, 2004. Disponível em: < www.scielo.br.> Acesso em 10 agosto 2007.

NICOLETTI, A.A.M.; GUERRA FILHO, R.R. Aprender brincando: a utilização dos jogos,

brinquedos e brincadeiras como recurso pedagógico. Revista Leonardo Pós. (Instituto

Catarinense de pós-graduação). vol.2, n.5, abr. jun., 2004. Disponível em: <

http://www.icpg.com.br/hp/revista/index.php> Acesso em 01 agosto 2007.

Page 18: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Declaração dos direitos da criança.

(Princípio 7º), 1959. Disponível em:< http://www.unicef.org/brazil/decl_dir.htm> Acesso em

01 agosto 2007.

PASDIORA, L.O.; HORT, I.C. A criança e o brincar. Revista Leonardo Pós. (Instituto

Catarinense de pós-graduação). vol.2, n.8, jan.jun., 2006. Disponível em:

<http://www.icpg.com.br/hp/revista/index.php> Acesso em 01 agosto 2007.

PINTO, M.R.B. Tempo e espaço escolares: o (des)confinamento da infância. GT: Ensino

Fundamental. n.13. p.1-17, [2004?]. Disponível em: <

http://www.anped.org.br/reunioes/28/textos/GT13/gt13423int.rtf> Acesso em 06 agosto

2007.

PONTES, F.A.R.; MAGALHÃES, C.M.C. A transmissão da cultura da brincadeira: algumas

possibilidades de investigação. Psicologia: reflexão e crítica. vol. 16, n.1, p.117-124, 2003.

Disponível em:< www.scielo.br> Acesso em 08 agosto 2007.

PROBST, E.R.; RAMOS, P. A evolução da mulher no mercado de trabalho. Revista Leonardo

Pós. (Instituto Catarinense de pós-graduação). vol. 1, n.2, p.35-38, jan. jun. 2003. Disponível em:

< http://www.icpg.com.br/hp/revista/index.php?rp_auto=2> Acesso em 01 agosto. 2007.

ROEDEL, T.A.M.; FRANÇA, R.M. Brincar é preciso: a magia do brincar no cotidiano da

criança. Revista Leonardo Pós. (Instituto Catarinense de pós-graduação). vol.2, n.7, out. dez.,

2004. Disponível em: <http://www.icpg.com.br/hp/revista/index.php> Acesso em 01 agosto

2007.

SAMAGAIO, F. Desenvolvimento: uma noção entre o imaginário e a realidade. Revista

Sociologia. Faculdade de Letras. Universidade do Porto. n.9, p.103-142, 1999. Disponível em:

<http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/1469.pdf> Acesso em 01 agosto 2007.

Page 19: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

SILVA, L.I.C. et al. Diferenças de gêneros nos grupos de brincadeira na rua: a hipótese de

aproximação unilateral. Psicologia: reflexão e crítica. vol. 19, n.1, p. 114-121, 2006. Disponível

em: <www.scielo.br> Acesso em 11 agosto 2007.

SILVA, J.V.P. Crescimento, habilidades motoras básicas e cotidiano infantil de crianças

de Campo Grande-MS. 2006. 153p. Dissertação (Mestrado em Educação Física)- Faculdade de

Ciências da Saúde da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), Piracicaba-SP.

STABELINI NETO, A. et. al. Relação entre fatores ambientais e habilidades motoras básicas em

crianças de 6 e 7 anos. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. vol. 3, n. 3, p.135-

140, 2004. Disponível em: <www.mackenzie.br/editoramackenzie/revistas/ed.física> Acesso em

27 jun. 2007.

TOIGO, A.M. Níveis de atividade física na educação física escolar e durante o tempo livre em

crianças e adolescentes. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. vol.6, n.1, p.45-

56, 2007. Disponível em: <www.mackenzie.br/editora,ackenzie/revistas/edfisica> Acesso em 27

junho 2007.

WANDERLIND, F.H.; MARTINS, G.D.F.; HANSEN, J.; MACARINI, S.M.; VIEIRA, M.L.

Diferenças de gênero no brincar de crianças pré-escolares e escolares na brinquedoteca. Paidéia.

Cadernos de Psicologia e Educação, v. 16, p. 263-273, 2006.

Tecnologia necessária para apresentação do trabalho: datashow.

Page 20: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

ANEXO

Page 21: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

FORMULÁRIO DE ATIVIDADES DO COTIDIANO - FAC

Nome (da criança): _________________________________________Idade:__________Série:__________Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Cidade:______________________________Bairro: _____________Escola que freqüenta:____________________Horário de entrada:________Horário de saída:____________

1- Dos locais abaixo em quais ele/ ela pode “brincar”? E quando?( ) garagem da casa ( ) nunca ( ) as vezes ( ) sempre( ) rua da casa ( ) nunca ( ) as vezes ( ) sempre( ) ruas do bairro ( ) nunca ( ) às vezes ( ) sempre( ) quintal da casa ( ) nunca ( ) às vezes ( ) sempre( ) campo ou terreno baldio

perto da casa

( ) nunca ( ) às vezes ( ) sempre( ) casa do vizinho ( ) nunca ( ) às vezes ( ) sempre( ) salão do prédio ( ) nunca ( ) às vezes ( ) sempre( ) cômodos da casa ( ) nunca ( ) às vezes ( ) sempre( ) clube ( ) nunca ( ) às vezes ( ) sempre( ) parque ( ) nunca ( ) às vezes ( ) sempre( ) praça ( ) nunca ( ) às vezes ( ) sempre( ) outro local não citado ( ) nunca ( ) às vezes ( ) sempre

2– Normalmente como ele/ ela vai de casa para a escola e da escola para casa?( ) a pé ( ) de bicicleta ( ) de carro ( ) de ônibus

3.1-Quanto tempo ele/ela gasta para chegar? _______h._______min.

Em relação ao DIA DE ONTEM (Quando ele/ela NÃO ESTAVA NA ESCOLA).

3–Hábitos de sono:A que horas ele/ela foi dormir?____________ A que horas ele/ela acordou? ____________

4 – Quais atividades abaixo ele/ela fez e quanto tempo gastou em cada:4.1 – Atividades fisicamente ativas

Não Sim Quanto tempo gastou?Deslocou-se sobre rodas (velotrol, bicicleta, skate, patinete...)? ( ) ( )Participou de algum jogo ou brincadeira que envolveu o chute, lançamento ou recepção de objetos com os pés?

( ) ( )Realizou algum jogo, brincadeira ou atividade que envolveu o lançamento ou recepção de objetos com as mãos?

( ) ( )Praticou algum jogo, brincadeira ou atividade de correr, saltar, trepar ou outros deslocamentos? ( ) ( )Realizou algum esporte, fora das aulas de Educação Física, com orientação de um professor/treinador?

( ) ( )Praticou alguma luta? ( ) ( )Dançou? ( ) ( )Fez algum passeio a pé? ( ) ( )

Outra atividade________________________ ( ) ( )

Qual?___________

Qual?____________

Qual?___________

Qual?___________

Qual?___________

Qual?___________

Qual?_____________

______h______min

______h______min.

______h______min.

______h______min.

______h______min.

______h______min.______h______min.______h______min.______h______min._______h________min.

4.2 – Atividades fisicamente passivas Não Sim

Ouviu alguém contar história ( ) ( )Assistiu televisão ( ) ( )Jogou vídeo game ( ) ( )Brincou com outros brinquedos industrializados ( ) ( )Modelou, montou, desenhou, recortou ou fez colagem por livre escolha. ( ) ( )

Quanto tempo gastou?_____h_____min._____h_____min._____h_____min._____h_____min.

_____h_____min.

Page 22: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado

Participou de escola de música, banda, coral ou aula de canto?( ) ( ) Qual? ___________ _____h_____min.

Fez algum passeio de ônibus ou carro?Outra atividade___________________________

( ) ( ) _____h_____min._____h_____min.

Atividades que ele/ela fez no último DOMINGO.

5–Hábitos de sono:A que horas ele/ela foi dormir?____________ A que horas ele/ela acordou? ___________

6 – Quais atividades abaixo ele/ela fez e quanto tempo gastou em cada:

6.1–Atividades fisicamente ativas Não Sim Quanto tempo gastou?

Deslocou-se sobre rodas? (velotrol, bicicleta, skate, patinete...) ( ) ( ) Participou de algum jogo ou brincadeira que envolveu o chute, lançamento ou recepção de objetos com os pés? ( ) ( ) Realizou algum jogo, brincadeira ou atividade que envolveu o lançamento ou recepção de objetos com as mãos? ( ) ( ) Praticou algum jogo, brincadeira ou atividade de correr, saltar, trepar ou outros deslocamentos? ( ) ( ) Realizou algum esporte, fora das aulas de Educação Física, com orientação de um professor/treinador?

( ) ( ) Praticou alguma luta? ( ) ( )

Dançou? ( ) ( )

Fez algum passeio a pé?

( ) ( )

Outra atividade ( ) ( )

Qual?____________

Qual?__________

Qual?__________

Qual?__________

Qual?__________

Qual?__________

Qual?____________

______h______min

______h______min.

______h______min.

______h______min.

______h______min.

______h______min.

______h______min.

______h______min.

______h______min.

6.2 – Atividades fisicamente passivas Não Sim Quanto tempo gastou?

Ouviu alguém contar história ( ) ( ) ______h_____min. Assistiu televisão ( ) ( ) ______h_____min.Jogou vídeo game ( ) ( ) ______h_____min. Brincou com outros brinquedos industrializados ( ) ( ) ______h_____min.Modelou, montou, desenhou, recortou ou fez colagem por livre escolha. ( ) ( ) ______h_____min.Dormiu durante o dia ( ) ( ) ______h_____min.Participou de escola de música, banda, coral ou aula de canto?

( ) ( ) Qual? ___________ ______h_____min. Fez algum passeio de ônibus ou carro?Outra atividade

( ) ( ) ______h_____min.______h_____min.

OBRIGADO PELA PARTICIPAÇÃO!!!

Page 23: O COTIDIANO INFANTIL E AS OPORTUNIDADES DE · PDF fileTrata-se de um estudo de campo feito em uma instituição de educação infantil da cidade de Piracicaba, com ... foi aprovado