o ecomuseu hugues de varine

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  • 5/11/2018 O Ecomuseu Hugues de Varine

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    . .i oEC01TIUSeU1Hugues de Varine*

    ResumoNos ult imos 30 enos, 0mundo dos museusmudou mui to. Novds lormss surgiram pardresponder d novas necess idades culturals da socedede. Dentre eles , 05 e co rn us eu s -crisdos no inkio dos enos 70 na Europa - inspireram em inumeros outre: pai,,.particuiarmente no Brasil, experiencids de rnuseologie comuoitaria ddaptadas eos principi-os e a s exisenciasdo desenvolvirnento sustentavel.o texto expoc asdilerentes tendeocies que mercersrnd evolucso do conceito de ecornuseuse fa;: urne espccie de 6alan

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    ,I

    the idea o f w hich originated in the n e ig h b ou r ho o d c o m m u ni ty , w here the co mm unity isa t th e s er ne tim e th e s ub je ct dn d its o bje ct o f th e m use um .B ased o n French practice, he describes the principles o n w hich the o rganisatio n, them etho ds and the pedago gy o f such m useum s are based and thdt can still be traced to dayin d if fe re nt c ou nt ri es o f t he f iv e c on ti ne nts .

    KeywordsCommun i t y museology, e co rn us eu m, s us ta in ab le d ev el op m en t, n ew m u se oi og y

    o ecorrru.se u (1978)Na Franca, mas tambem em outros patses , urn numero crescente

    de pessoas consider a 0 ecornuseu 0 n ee p lu s u lt ra cia museologia moder-na'. Para 0grande publico, a palavra nada mais e do que urn neologismo,urn jatgao. Para os especialistas, ora e mais uma invencao de tecnocratas,ora a maier chance de adaptacao do museu ao rnundo conternporaneo.No entanto, poucas pcssoas virarn ou visi taram urn ecornuseu, e quaseningucm criou um deles. Invencao ou prcduto milagroso? 0 que e en taoo ecornuseu? A resposta e simples: por cnquanto, 0 ecornuseu nada maise do que uma tentativa, urn convite a dar provas de imaginacao, de ini -ciativa e de audacia, Nem invencao, nero produto milagroso: de podepermanecer uma palavra vazia de sentido, urn alibi a pclfrica deternporizacao des responsaveis culturais . mas tarnbern pode se tornar urnobjeto de estudo e de pesquisas, urn desafio aos museologos de nossotempo.

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    INa c:di

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    Bengala e em outros lugares - projetos modestos , pouco onerosos, fei tospelo povo e para 0 povo. Pouco a pouco, constituta-sc, ao acaso dasviagens, dos encontros c da mformacao espontanca dos mcios internaci-onais, urna especie de fratcrnidade dos museologos de punta. ---.

    Na primavera de 1971 , no restaurante "La Flambec" , na avenida de iSegur em Paris, uma reuniao-a lrnoco rcunia Georges Henri Riviere, ex- :diretor e conselheiro permanente do rCOM, Serge Antoine, conselheirodo Ministro do Meio Ambience e eu, entao diretor do ICOM. 0 obje tivoera discuti r certos aspectos c ia organizacao da 9a Confc renc ia Geral doConselho Internacional dos Museus, que devia .acontecgr.em agosto da-quele ano, em Paris, Dijon e Grenoble. Falava~os "da j~'?nada de Dijon,onde devtamos ser recebidos por Robert Poujade, prcfcito dessa cidade eMinistro do Meio Ambiente, 0primeiro titular desse Ministerio na Franca.

    Entre os assunros abordados, f igurava 0 teor do discurso que 0ministro-prefei to dever ia pronunciar. Georges Henri Riviere eeu deseja-varnos muito que, pela pr ime ira vez nurna conferencia internacional des-sa importancia, urn politico de primeiro escalao relacionasse publica men-te 0 museu e a meio ambiente. Tratava-se de abrir um novo carninhopara a pesquisa museol6gica em uma area cuja importancia, recenternen-te reconhecida, ser ia eonfirmada solenemente no ano scguintc, durantea conferencia das Nacoes Unidas em Estocolmo. Serge Antoine estavareticente: uma declaracao sobre 0museu nao podia scr verdadeiramenteinovadora . Vindo de uma inst ituicao considerada rcsponsavel por umpassadismo empoeirado, seria ironia falar da uti lidade do museu a servicedo rncio arnbiente. Nao, para transrnitir tal mcnsagern, era preciso real-mente abandonar a pabvra museu. Poujade seria certamente senstve l apedagogia oferecida pelo museu como meio suplemcntar na cruzada paraa conhecimento e para a protecao da natureza, mas nao era 0 casu depronuncia r a pa lavra museu a nao ser em um discurso puramente formal.

    Esforcarno-nos scm exito, G.B. Riviere e eu, para ccnvcncer nos-so interlocutor cia vit alidade do museu e de sua util idade. Finalmente,par brincadei ra, eu di sse: "seria absurdo abandonar a palavra: melhorrnudar sua imagem de marca ... mas pode-se tentar e riar umanova pala-vra a parti r do museu ... " E tentei divers ascombinacoes de silabas a par tirdas d 1 "1'))" )))-.1 d . .as c uas pa a vras ecoiogta e museu . I" a ~~gun a ou terce ira tentat l-,va, pronunciei "ecornuseu" . Serge Antoine ag\H;:ou0ouvido e dcclarouipensar que ralvcz essa pa lavta pudesse oferecer ao Ministro a ocasiao deabrir urn novo carninho a estrategia de seu Ministerio.

    Alguns meses mais tarde, no dia 3 de setembro de 1971, em Dijon,o Minist ro Poujade, diante de 500 museologos e museografos do mundointeiro, oficializava 0ecornuseu. "N6s nos lancamos (e c a primeira vez quetorno issopublico) no que alguns ja batizarn de "ecornuseus" ... que devernser urna abordagem viva at raves da qual 0 publico - particularrnente osjovcns - reaprendam 0 que Louis Armand chamava de gramatica basicaGene Iet.. Porro Alegre, n.21, 11_61 .90, jal\./jlln. 2000

    dos homens, das coisas e do meio em sua evolucao. Inst rumentos de con-servacao no plene sentido do termo e, ao mesmo tempo, laborat6r ios, essesecomuseus tern um papel pedag6gico essencial que interessa muito par ti-cularmenre aos responsaveis nacionais e regionais d;' educacao."

    Na verdade, os termos sao bastante vagos sobre 0 conteudr, dapalavra, mas essa dcclaracao abria vastas perspectivas para a constirui-c;:aode uma nova classe de rnuseus, levando em conta urn meio ambienteglobal do homem e associ ando 0 publico ao conhecimento e a defesa?esse meio. No dia seguinte, falando sobre 0 evento nurna reportagem, 0jomal us D e p e c h e s de Di jon criticava vivamente esse neologismo la -menravel e inurll que nao fazia mais do que enriquecer 0jargao intelec-tual. Tarde demais, 0 ecomuseu ja t inha nascido.. No outono desse mesmo ano, Marcel Evrard, en t ao Cornissario~as exposicoes organizadas p~la Associacao dos Amigos do Musee deI H omm e, propunha-rne trabalhar com ele sobre urn projeto de museuque the rinha sido submetido pela rnunic ipalidade de Creusot (Saone-et-Loire). Entramos em acordo para tentar imaginar urn museu de urnt ipo novo, bastante di stante do museu munic ipal c lassico e adaptado taoestritamente quanta possfve] a realidade local que era, naquele momen-to, a instalacao de uma comunidade urbana, reagrupamento administra-t ivo de colet ividades locais vizinhas englobando 16 municipios , dentreos quais duas cidades de 30.000 habitantes , Le Creusor e Monrceau-Ies-Mines. No decorrer de lima sessao intensiva de consul tas e de concep-~ao coletiva, real izada com a ajuo., e os conselhos de um medico localDr. jo Lyonncr, nos dias 11 e 12 de novernbro de 1971,0 projeto de lln~museu espalhado par toda a comunidade urbana (500 km2 e 90.000habi tantes) romou forma. Essa nova insti tuicao seria 0 produto dessacornunidade e de sua populacao e se inre ressaria pela rotalidade de sel lmeio arnbienre, de seu patrirnonio e de seu desenvo lvimento. Seus esta-tutos se dist inguir ia rn daque les dos museus comuns por dois traces es-senciai s: a nocao de colecao permanente desapareceria em proveito c ia-quela de patrirnonio cornunitario e coler ivo, a missao primeira do museudeixando de ser a aquisicao; em segundo lugar, 0 instrumenro essencialde concepcao, prograrnacao, controle, animacao e avaliacao do museuseria um conselho de associacoes, compos to por representantes do rnaiormimero possivel de grupos volunta ries de moradores da comunidacieurbanasern disrincao de centro de interesse ou de objerivo social. .

    E nessas tentativas de definicao do que devia tornar-se 0Museudo Homem e ciaIndustria, Ecornuseu da Comunidade Urbana Le Creusor-}..1ontceau-Ies-Mines4 que se deve buscar a primeira aplicacao cia ideia,entao nova e scm grande substancia, de ccomuseu".'!'v1uscwn, vol. XXV, 0.4.1973.SEstclnuseu so rcccbeu ofic ialrncn re0 norne de ccornuscu em 1974.

    Ci~nt.:_kt.. Pu . "1P Alegre. r..27. p.6!90. i i t n - f J u r I _ wo o

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    .~o ana de 1972 devia ser 0ano de uma prime ira norrna li zacao do

    museu grae-as a um co\6quio internacional organizado em seternbroeco ,)" \. d M ' . ,.1 Cor seiho Internacional dos Museus, com 0 auxilio 0 mtstenope 0 . 1 . M" ddo Meio Ambiente, e do qual participaram. novamente o. 1~lstro 0Meio Ambiente, R. Pouj ade , e seu conselheiro, Serge Antoine : No de-correr dos debates, ora no local, ora em sessoes de trabalho, tres exern-plos, oficiatmente qualificados de ecomuseus , foram estudados:

    museu ao ar livre de Marqueze, criado muiros anos antesno ambito do parque natural regional de Landes de Gascogne,perto de Bordeaux; . " .~;.o projeto do museu de Istres, proximo da .zona mdustnal deFos-Etang de Berre, no cora~ao de uma cidade nova ;o museu da comunidade urbana Le Creusot-Montceau-Ies-Mines.

    Sobre essas bases, foi adorado pelo coi6quio um texto que , ent reoutras coisas, definia pela primeira vezo ecomuseu nes tes terrnos :

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    "0 ecornuseuPara um museu espedfico do meio ambien te.A todo museu que tem sua sede em urn ambient~ ru ral ou urbano

    e c uj o I no gr am a c oi nc id e com e sse amb ience , so lic it a-se, de acardo com aspossibilidades da institui

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    Iovocabu lo ,comu"u nao om mencionado, mas sua real idade 0 l . : t 1 . . -

    esseneial de seu ~ont~eudo se e~co,n~ram a{~evi~entemente , e a primei ra] _~ .stentativa de aplicacao dos pnnciptos de vanttago, que data de 1973- i ~ f : " >1974, e c laramente um ecomuseu: e a Casa del ~e_Q._~.J . tD:~~Q sU~':lr.~_Jii. I Rbana do museu nacional de Antropol~exi~gL~l~~~\'!~jI_g_(!_?outra formulapar~ce,atualm~nte .con~ir ~ais a s zonas rurai s onde os metodos da peda-gogia ae consciennzacao a in da n ao foram tao bern estudados.

    Ser ia absurdo manifes tar uma preferencia, fazer urn julgamentode v,alor, atr ibui r uma prioridade a esses dois tipos de inst ituicao que 0~2c,abulo ecomuseu recob~e. Entret .anto pode-se constatar que 0primei;:._~l)~~!.lJ.ILelOo_11_Uyolu

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    ;~(]/\~ '>VI VIi' ~- ! l.VV- ~ I . ~ ' - ' ( , . ~ ~ ,r> a ~ ~7; ? I '~iI~' ~? _ ..IJ'+b~~/~.,v' M..,~ I : ( _ , v -L-l , .;VC;~-...", I o ' \ , I A Y ~ \ I/w f ' ~ N~ / ~tA;l VV\ 1c:.. -.I..e,,_ ..~ Vma Cornunidade N~. V J.., ~ tid d ' d U.::-..) rJ" "" ' ura e e emocratizacao 0acesso a s obras eternas da genialidade 1 _

    ....'~ (\'\:) ~ Q!lli!n i.dade._que_cQ lls.tituLQ ~uiei_tQ : , _ _30_me~_!l1o122J..~_!ili!_:- mana. ~isso, ~a ~ pode iden~ificar-se com 0 museu tradicional, e s~~sto do ccomuseu e a comunidade imcdiata, definida pcla existe.ncia._de rcspecnvas defmls:6es nao podcm ser associada~iI,,.J ; ~ Ul:n~grupo social, h,e terog~~e()- P~~s_u.L~9nlp.o:sr~~Q:~~1~_i~{;{2J?t_)ru~~- d 0 ~desednvolv~mentocomunitario, global , iniciado no proprio seio, -i ;- .... ._ ,onjunto de soHdariedades hei-dadas e derivadas das necessidadcs atu a comum. a e apoia-se, atraves do ecornuseu, no conjunto dos recur-'0 ars.ESsegrup'o sc insw!ve e m ' u n t q u a d r o - e s p a c r a l det~~~in~d~ (balrr6~ sos na turai s, humanos, tecnicos, intelectuais, espirituais e materiais d~ . I ; {~~~1~i :~~~~i ;~~~~g!~~: i~~: : ; ;~!~i f~~i~: :~; i f t~t r: ~ ~ ~ ~ , ~ ~ ; i ~ ~ ~ : : : ~ ~ ~ ~ ~ :f;\1 1 ~ reas:ao~ de lib:~~'~s:~()e:c:l_ei_llQ_Y.?s:iL~_ElQ_t~l lil~_cleA_(Jl i

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    cnquanto subsi st irem funcao ou signi ticacao. 0 ecomuseu nao deixarade levar esse c lemente em consideracao e podera, se for 0caso, utiltza-Iopara uma a~ao de desenvolvimento comuni tario, no respe ito a seu mcioambicnte e sua uti lidade.

    - Um elernento perdeu fun~ao e signi ficacao tanto para a comu-nidade quanro para 0 indivtduoquc 0 detem. Ele se torna entao passfvelde pertencer a urn museu, is to e, podera ser adquirido pela coletividade- e nao necessariamente pelo ecomuseu enquanto instituicao - se res-ponder a cri terios de interesse publico (carater unico, t ipico, de elemen-to de uma serie representa tiva, de parte ina lienave l de um conj unto sig-nif icat ivo, de sfmbolo:~t~.) , def in 'idJ' s ao mesmo tempo pelos merodoshabituais da pesquisa cientffica e pelo desejo expresso pelacornunidadeatraves de seus representantes eleitos ou de grupos especializados. Aaquisicao pode ser feit a por meio de coleta de amost ras, apropriacao co-letiva, colocacao sob reserva na residencia do proprie rario, regi stro oureproducao, estudo cient ifico. Esse patrimonio pede ser imobilia rio oumobiliar io , natural ou cultural, permanente, efemero ou transmiss ivel ,de carater t ecnico, docurnenta rio ou estetico. Na maioria das vezes, pre -fere-se que seja cornposto de conjuntos a elementos isolados, Uma paisa-gem, urna floresta, um pantano, uma igreja ou uma casa com seu mobili -ario, uma danca e sua rnusica.:a totalidade dos usos e das tecnicas quecondicionam esra ou aquela cultura agrfco l a , tudo isso pertence aopatrimonio.

    Urn caso particular e 0 do "patrim~E:~_b~!T~

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    , . . " f .

    ~ . ,f ' ~I o ecomuseu, para chegar a esse estado de consciencia e de inici-a tiva favoravel ao desenvolvimento comunitario, deve t ranspor variasetapas: e~cepcion~i. tern 0objetivo de testar 0estado de preparac;ao da popula-cao, a qualidade de suas rea

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    '. . . - A a~ao do ecomuseu, em aplicacao ao programa, sera a obracomum dos "tecnicos" e dos "usuaries" que se tornaram respectivamen-te "animadores ' do ecomuseu e "agentes" do desenvolvimento cornuni-t ario. Certamente as solucoes tecnicas e os recursos mate riais estaraonas maos dos primeiros, mas a operacionalizacao, a exploracao de ele-mentos de patrimonio, 0essencial de sua interpretacao e de seu "consu-m o " s er ao tarefa dos segundos.

    Nao se trata aqui de considerar uma divisao do trabalho quereprcdaza 9xa~~~:~ntes metodos ultrapassaOos.~:l educacao Jormalistaem vigor em nossas escolas. Os em p re gad os peimanehtes doeCOmUseu.nao podem ser educadores , enquanto 95 usuar ies se tornariam um publi-co. 0 ecomuseu nao e visitado, e vivenciado, Ele nao e organizado paraa visita, e fabricado constantemente pel as pessoas que la vivern.

    Dessc ponto de vis ta, empregados do ecornuseu, assalar iados aunao, trabalhadores manuals au cientff icos, nao podem realmente contr i-buir para a aC;ao, a o lado e a service dosusuarios, a nao ser que facarnparte dela, sendo, individualmente e em sua vida pessoal, membros inte-grais da comunidade. Sua implantacao e sua ass imilacao nes ta comuni-dade devern, pois, ser a regra, .

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    - A gestae do ecomuseu, isro e , seu funcionamento material eadministrative, e sobretudo seu financiamento, sera confiada aos 6rgaGsfinanciadores, cabendo sempre a decisao final, necessariamente, 2JjS re-presentantes elei tos pe la comunidade. 0 si stema, que perrnit e em prin-cfpio urn controle de direito e de faro sobre a totalidade cia a~ao doecornuseu, deve ser moderado para evitar uma dominacao demasiadoestri ta e ester il izante de urn grupo de pressao ou de uma maioria eleitoral

    L lid 1 , f' f ' .oore a torau ace GOecomuseu, IPSO ac.o trans orrnado em instrurnentode propaganda ou de intoxicacao polit ica, por dai s fares: de urn lado, asprerrogarivas do gestor nao compreendem a fixacao dos prograrnas: deoutre, e evidenre que grande parte das acoes realizadas pelo ccomuseunao dernandam financiamento nern decisoes de gestae. Todas as ativi-dades difundidas repousam sobre a iniciat iva individual e colet iva, esca-pihdo portanto aos gestores. . . . .

    Do que foi di ro acima , resul ta que , em nenhum caso, 0ecorri~sbupode recorrer a solucao de facil idade que consis tiria em adorar 0estatu-to on 0 organograma de uma instituicao existence e bern estabelecida.Do mesmo modo, nao e desejavel criar urn estaruto unico e normalizadodos ecornuseus , mesmo que disso resultasse uma maior comcdidade. Ali-as, 0 proprio principio de desenvolvimento comunitario na base do'ecomuseu supoe que sua crias:ao seja, em cada caso, uma iniciat iva dapropria ccmunidade, oriunda seja des representanres eleiros, seja de urngrupo de mil irantes e de animadores local s, se ja, ainda, circunstancia-----_._--- ----------

    n : ais f av o ra ve l, d as d u as c at eg o ri as de envolvidos. 0 processo de forma-~ao s.erc' i"por~anto, sempre diferente e impora estruturas adaptadas ~scondt~6es reat.s da co_munidade em questao. Un~ normal izacao tomariaesse processo imposs fve l .

    Aaval~-- r

    , ,NenhllTJ\3 pedagogia .do desenvolvimento, nenhuma a~ao cornu-nitaria eficaz, ~enhuma atividade cultural pode viver e ser ut H sem uma.constante av~h~~ao .d~ ~e~s metodos, de seuV~s~l}~d.~'l;~aadequaC;aOdeste~ aos objetivos ~mclals.0ecomuseu deve, POlS, ser incessantemen-te objeto de urn duplo exame enrico: no plano de cada institui~ao c noda ecomusealogia ccmunitaria em geral. ,

    -:~~~c~o~n~l~o~inf.t~u;it?;.2__;=:;_~d~e~eFv~ir~~:r::u~e::"c~a;:d~aTe~c~o~m~u~s:!e~u~sL!eJ,:Stod!!e-~L l " . I , , ' I /J~SJi.~1 instrumcnto de propaganda nas ma e ~ a da ~71 ......,.._...----.---~ -~a ao on ae. uma umca categona e seus re rcsentau.tes, ou entao urn_~~las:lc~i?a~9..a._c~n~e~~ao de urn patrim&;'io considera 0_(:gglQurn_.llIue,uLsi L!l?.essario_gy~dososusuari~~-ag~ntes se]am ~ Jchamados sem~n~~gnahsar_ e critic~r as realiza

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    "A; : , 1 "'., " .

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    Riscos, perigos, variantes, desvioso que precede:':' e que se apl ica exclusivamente ao ecomuseu

    comunit:'};YOutro~ 0 cuidado de propec~ te- 'T,aS,fd . bi " d ,,-.concementes ao ecomuseu 0meio am rente ou ecomuseu e parqueque e uma outra formula , igualmente legitima e (!til, que, vimos, canst,i-tufa sobretudo u ma e ta pa im p or tan ce n a m o der niz ac ao da museologiat ra di ci on al , p el a a ss oc ia ca o i no va do ra c ia natureza e c ia c u ltu ra n as i ns ti -

    ~

    tuicoes didaticas ~igadas a uma poli tic s de conhec imento e d,ep rorecaoda na tureza , considerada no espaco e no tempo.Em todo caso, 0ecomuseu, em suas duas formas principals, e ob-jeto de ataques e corre, por i55O, urn cerro mimero de perigos que, a svezes, colocam em jogo sua pr6pria'existcncia, uma vez que, para os

    ~ observado res da profissao de :-nu,se91ogo ou dos. Jd~li~istra

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    ' . Ainda af existem os remedies e as defesas. Antes de mais nada,os responsaveis pelos ecomuseus - usuar ios , tecnic?s, a~m.in~str~dores -devem respeitar escrupulosamente e com uma estr~ta dlsciplina Intelec-tual o s prindpios e regras fixados para 0desenvolvimento de sua cornu-nidade, bem como a pedagogia a ser apl icada, Em se~uida, e ~bsol~ta-mente importante organizar e.favorecer as solidanedades tntenn~-t itucionai s, os encont ros, as publ icacoes a fim de que 0 ecomuseu, a.e I'ide ia mais ou menos controvertida e mal del imitada, torne-se um mov i -: ;~~od:~~;~~~eScimento pr6priol~as ta~~,e~ com suaespecif icidade Iofato de existirem atualmente dois "dlminhos"-para 0ecomuseu, . f " " i\.o do meio ambiente e 0do desenvolvimento comunitar io , nao deve alar-mar. Eles 11.aOsao verdadeiramente contradit6rios. 0 segundo atingenaruralmente 0 objetivo do primeiro, ao pas so que este lucra~ia,. semduvida , em levar em conta mais ni tidamente a realidade comunita ria . Ai de ia b a si ca continua a me sma : propor umaalternativa ao museu, 0quenao pode acontecer sem um certo radical ismo.

    ,/Prat.icado ccomuseuUma das criticas mais freqlientemente feita aos adeptos do

    ecornuseu sc resume em uma palavra: utopia. 0 que 0 expoe a esseataque e 0 carare r muitas vezes teorico e .exagera.da~~nte ~t irni sta dadescr icao da instituicao, cornparada a relariva medlocndade dos resulta-dos obtidos ate hoje pelos ecomuseus existentes. 0 ecornuseu deMarqueze, pa ra a maior parte dos observadores, n.an e r r : ais do que ummuseu ao ar l ivre melhorado; 0de Creusot, para eles, sena somente umamalgams de at ividades e de apresentacoes ~r

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    das, com in te resses d ivergen tes e ~s vezes opostos) , ge ralmente mul togrande p el o m i m er o de seus membros teals e p o te nc ia is , d if lc il d e reunir,n a o h a bi tu ad o a especie de e xe rc lc io d e p ro g ram a ca o dele ex igido. Osfundadores do ecomuseu (aqueles que estao na origem da lniciativapropriamente dita) e a equipe tecnica de animacao devem dedica r a issouma parte importante, talvez a maio r , de seu tempo e de suas energiasnos momentos iniciais; em seguida, e preci so que nao re laxem sua aten-~ao, pois e desse comi te que depende 0carater realmente comunitariodo empreendimento. E que nao se pense que esses "usuaries" van perderseu tempo em reunir-se, em debater , em pesquisar ideias de remase deatividades, em servir de intermediar ios entre 0ecomuseu e as coletivida-!des ou as associacoes . Na real idade, 0propr io funcionamento do comi t edos usuar ies pode constituir 0 essencia l e , durante um tempo, 0 unicomodo de a~ao do ccomuseu a service do desenvolvimento comunitario.

    De que se trata efet~vamente? De mobilizar a populacao, concen-trando em um projeto de desenvolvimento estabelecido em comum, umaparte, m e sm o p eq ue na , mas constante, do s meios, dos esforcos , da ima -gina

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    . . . . trato, de seria aj udado na sua recolocacao, seja em se u meio profl ss ionalde origem, seja em outre tipo de situacao, como decorrencia das novascompetencias adquiridas no curso de sua passagcm no ecomuseu.

    Uma federacao nacional dos e com u se us s er ia r es p on s av el essen-cialmente pelos problemas de pessoal : recrutamento, fo rmacao , apoiomoral e tecnico, informacao e documentacao, colocacao e reciclagemem fim de contrato.

    oftnariciarnerrtoSendo 0 ecomuseu um instrumento do desenvolvimento com;-

    nitario, e normal e necessa rio que a parte mais importante do financia -mento e dos meios de a~ao proceda da propria comunidade. Contudo,em razfio do proprio carater do ecomuseu, de sua globalidade e de suaidentif icacao com a cornunidade, seus representantes eleitos, suas asso-ciacoes e, em geral , sua populacao, a compatibil izacao dos meios conce-didos para seu equipamento e seu fundonamento deveriam levar emconsideracao a totalidade das prestacoes que th e sao fornec idas, emespecie e in natura, pelas diversas par tes da comunidade: subvencoes emdinheiro e concurso de individuos au de grupos voluntarios cer tamente,mas tarnbern locais colocados a disposicao, equipamentos emprestados,uso de services tecnicos municipais, contr ibuicoes em forma de deposi-tos temporaries de obje tosou de arquivos, etc. E mui to importante fazerassim ressaltar a estreita dependencia material em que se eneontra 0eeomuseu em relacao a comunidade.

    Os aportes externos, sempre necessa ries, mas que se tornarampar esse fa to quantit ativamente pouco consideraveis, se rao destinados apreencher as lacunas do apoio loca l e a fornecer os tecnicos indi spensa-veis. Eles serao de duas especies: uns virao do departamento" e da re-giao, na razao direra do papel que 0ecomuseu desempenhara inevitavel-mente como modelo e motor do desenvolvimento regional: os outrosse rao nacionais, no ambito dos program as comuns de aj uda as cole tivi -dades locais ins taladas pelos 'diversos minis terios que par ticipam do co-mire intermini ste rial dos ecomuseus, be rn como pelo valor turi st ico dosecomuseus : instrumentos de ( iesenvolvimen:to gerado no inter ior da 90-munidade, certamente, mas tambern secundariamente espelho des s acomunidade para seus visitantes,

    84140 departamento e uma divisao adrninistrativa do terr+corio frances sob aautoridadc de um comiss:irio da Republica, asststido por um Conseiho geral.A Franca conta 96 departarnenros. (Nota de trad.) .Ci~nc . I I !LPor r o A lc i :r o : , n . 27 t p .61 90 , Ja . n Jj u r _ 2000

    As atividadesA partir do concreto ( co i sa s , s ft io s , arquitetura, ambiente natu-

    ral, etc.) e em vis ta do concreto (desenvolvimento cornunltarlo) , 0ecornuseu dispoe de um certo mimero de modos de a~ao, que utilizamt odos a linguagem do real.

    ~ 0inventario crlt ico da si tuacao da comunidade e a constl-t ll it ;ao de arquivos comunitarios , pela identificacao e pela"reserva" (banco de dados) de todos os elementos depatrimcaio e de conhecimento que.psdsm concorsespara 0desenvolvimento. Eum a a~ao colet iva que eompreende umaaprendizagem do olhar , a aquis icao de mecanismos de anali-se crftica, a usa em eomum de objetos e de documentos per-t encentes a di ferentes pessoas, a lei tura da paisagem rura l eurbana , a d et ec ca o d a s t en d en ci as de sua evolucao, Isso podeser fei to par grupos de [ovens em um ambi to escolar (tercel-ro-turno pedagogico) ou nao (clubes, M.J.C.ls , lar rural).Uma outra solucao e a enquete-exposicao par bairro, povoa-do, regiao, associando 0conjunto da populacao, os represen-tanres dos diterenres meios, as donas de casa, os militantessindicais, os animadores locais, os trabalhadores sociais, Umaterceira formula e a consr ituicao, na comunidade, de gruposde pesquisa que utilizem 0tempo de lazer , como uma especiede educacao permanente. , '"

    c.) A apresentacao cia comunidade a si mesma e a seus visi ran-res, pela valorizacao de seu meio, de sua realidade arual, de ;seu patrimonio, de seus proj etos de futuro. Isso se pode fazeratraves das exposicoes semipermanentes ditas "evolutivas",instrumentos de informacao constanternente manridos emdia, em func;:aodo avans :o do inventario e das modificacoesocorridas nos objetos. As exposicoes do conj unto da cornu-nidade, de urn de seus componentes ou de urn tema precisopodem desenvolver-se em locais organizados para diversosf ins (escolas, saloes de festa, igrejas . .. ) ou, ainda, no terrenodo ecomuseu, ao ar livre: itine raries temat icos de inic iacaoque podem ser percorridos a pe ou de carro, organizados eequipados para a visi ta segundo um circuito demonstrat ivoque cornpreende pontos de observacao, paradas dida ticas,percursos delimitados e comentados.

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    iSM.J.C.; Casa de jovcris e da Cult ura (Nota de rrad.) ,._--------------Cie! \C.!c~. tPorte Ait -! : re , 0 . 7 .7 . p . 61#S!O .jan.ljull. 2000

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    ~ A informacao e a pesquisa operadonal em vista da decisaopol t t ica de planejamento e de desenvolvimcnto. T r at a- se a t,sobre temas e conforme um ritmo debatidos e fixados pelosproprios usuaries, de empreender uma a~ao continua e sem-pre renovada em profundidade de e du ca ca o d a populacao,que visa ncla l iberar asfaculdades de imaginacao, de Iniciat i-va, de criacao e a vontade de propor e de impor seus pontosde vista sobre os problemas da vida cot idiana e do desenvol-vimento. Inicialmente, pelos metodos de exposicao, deenquete no proprio local, de cole to de documentos e de in-formacoes, de confrontacao de todos esses elementos, cada>problema e apreendido, analisado, esmiucado. Depois, ha 0confronto com as condicoes concre tas que permi tern a esco-lha de solucoes procedentes da comunidade e as proposicoesfei tas pe las autoridades exte rnas, em nome do interesse su-per ior, ou fundadas em criterios tecnicos diffceis de apreen-der pela pr6pria cornunidade, T odo este processo pode de-senrolar-se na base de inforrnacoes concretas , no pr6prio io-ca l: contatos entre os injeressados, observacoes das ccndi -c;6es de vida, visitas aos canteiros de obras e aos locais detrabalho, experimentos e testes publicos em ramanho real,reuniao e apresentacao de amostras, const ituicao de mode-los e maquetes em tres dimensoes, acomparihados po .m 011varies especialistas-animadores. Porern a cad a etapa, o ate liedeve prestar conta a comunidade do progresso de seu traba-lho e submeter suas descobertas, suas hipoteses, sua propos-tas ao exame crfrico de, todos .

    ~ A abertura para I)exter ior, des tinada a est imuiar a inovacaoe a analise comparativa. A partir de elementos ciapopulacaonao integrados 1 1 cornunidade (minorias culturais, grupos deimigrantes, executives nomeados ternporar iamente ins tala-dos), pode-se introduzir uma quautidade de inforrnacoes so-hre problemas e solucoes que , sem procederem cia comuni-.dade, aportam-lhe ideias, sugestoes, elementos de aprecia-c;ao. Pode-se, da mesma forma e sistematicamente, trazer urnadimensao nova aos tenias escolhidos para 0 debate sobre ddesenvolvimento, au ao prOCeSSOde inventa riacao do pa-trimonio, apresentando fares e situacoes exteriores como urnaprovocacao a ampliacao das perspectivas. Is50 pode aindatomar a forma de exposicoes, mas tambem de visi ras no pro-prio local e de inrercsmbio entre comunidades mesmo dis-tanres, ou de ut ili zacao de documenros, de obj etos, de expe-riencias vividas por membros da cornunidade.

    r : ' ,> A insercao da escola no sistema do ecomuseu: deve haver

    constante interacao entre a estrutura escolar e a comunida-de. 0ecomuseu permite garanti r isso: consti tuicao de mu-.seus "escolares", utiHza

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    .. . . . . setor iais ou de princfpios ideologicos : esse par tido encontrano ecornuseuo meio de pratica r uma fa lsa democracia e desusci tar a aparencia de um processo coletivo de tomada dedecisoes: orienta seus prog r amas e metodos nesse sent ido

    constituindo uma equipe tecnica de anima~ao multo diretivae que th e e inteiramente submissa;q um ecomuseu pode t ambem ser um ins trumento de manipu-la~ao de um grupo de tecnocratas sobre a comunidade: fun-donando entao como urn instrumento de paternalismo ad-ministrativo, ele esta fad. ..d~~.~ explici~_a~}io~ a comunicacacde instrucoes simples, pre- fabr icadas , qile darao a populacac -a impressao de decidir se~ desenvolvimento ao passo que, narealidade, as opcoes fundamentals sao feitas fora dela. :

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    Esses r iscos sao reais . Rondam, alias, toda inst ituicao que tern porf inalidades a educacao e a inforrnacao. Estao inser idos nas estruturas detoda soc iedade humana. Deve-se estar 'consciente disso e manter-sepronto a lutar pela resoluta manutencao do pr6prio princfpio que sus-tenta a a

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    um publico culto, a carreira dos conservadores, para tornar-se uma insti-tui~ao necessaria ao desenvolvimento da comunidade, Segundo,portan-to, 0interesse coletivo imediato. Nesse caso, na Franca, e atualmente, 0museu (e naturalmente, antes de mats nada, 0ecomuseu) torna-se urnelemento do planejamento do territ6rio. .o territ6rio nao pode ser planejado, organizado, desenvolvido,equipado, s6pela gecisao (tecnocratica) dosespecialistas recrutados pelogoverno central. E necessario que 0 conjunto da populacso, 05 escolhi-dos que a representam oficialmente, as associacoes espontaneas, consti-tufdas ou nao, qtl~a agrupam por centro de inte~.esse,estejam em condi-~6es de fazer esse planejamento nos sucessivos n{veis c i a : analise da to---.,..",'mada de decisoes, da operacionalizacao das 50Iu~6es.Isso sup6e urn co-nhecimento perfeito do patrimonio, do meio ambiente, uma solidarieda-,de criadora no estudo dos problemas atuais e prospectivos, uma compre-ensao integral de todas as, dimensoes da realidade.Ora, essa realidade t'diffcil de apreender, pois e muito freqiien-temente dissimulada porque: e tao complexa que 0 indivtduo isoladopode ver apenas uma face ou urn aspecto dela: sua interpretacao requerconhecimentos previos que a educacao tradlcional normalmente naofomece e a distincao entre a aparencia de uma coisa e sua realidadeexige um espfrito critico que a maier parte das pessoas nao tern. Aoecomuseu e que compete a missao de ensinar a ler os problemas e astecnicas da politics do planejamenro do territorio, de elucidar suas moti-vacoes e consequencias, de vincula-las ao passado cultural e ao quadronatural, de enriquece-las com experiencias e iniciarivas externas,A ecomuseologia, por conseguintc, nao pode mais ser competen-cia dos museologos e dos especialistas das ciencias humanas: ela deve,antes de mais nada, associar os responsaveis pelo territ6rio e pela cornu-nidade, que sao os iinicos suscetlveis deinventar as novas formas que a ,acao do ecomuseu devera tomar. E preciso parar de tratar essesproble-mas em boletins au grupos confidenciais, reservados a especialistas dahist6ria da arte ou da botanica. 0ecornuseu e problema de todos: aelaboracao de sua doutrina e igualmente 0 trabalho de todos,

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    Cl~ru:.1ct..Perro Alc;:,c. n.l7. t".61S,'C.jan./jun.2000