o homem deus willemoz
TRANSCRIPT
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
1/19
O
Homem-Deus
Tratado das
Duas Naturezas
Jean
Baptiste Willermoz
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
2/19
2
Sociedade d as Ci n ci a s Antigas
OHomem
Deus
Tratado
dasDuas Naturezas
Por
Jean
B aptiste
Willermoz
Ttulo original
LHomme Dieu
Trait des Deux Natures
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
3/19
3
OHomem Deus
Tratado
das duas naturezas
Tratado
das duas naturezas,
divina
e humana, reunidas e
i n d i v i s v e i s p or toda
a eternidade e sendo
para
sempre um nico e mesmo ser na pessoa de
Jesus
C r i s t o Deus e Homem Redentor
dos
homens, Soberano Juiz dos
vivos e
dos
mortos,
acompanhado
de reflexes sobre a
conduta
de
Pilatos
e
de
uma
meditao
sobre
o
grande
mistrio
da
Cruz.
-
1
Da
infidelidade do homem
pr imit ivo
Vimos, dentro dos primeiros desenvolvimentos da Doutrina, que o homem primitivo havia sido
revestido de um
grande poder,
que o tornava superior a todos os agentes e s p i r i t u a i s qu e f oram
colocados com ele no espao criado, para se manifestarem sob sua direo e ao p a r t i c u l a r
temporal. Que
inicialmente
tinha sido estabelecido como o
dominador dos
e s p r i t o s perversos que
estavam a l i aprisionados
em
privao. Que tinha sido colocado e l e mesmo ao centro das quatro
regies c e l e s t i a i s do universo
c r i a d o
para exercer sua potente ao u n i v e r s a l
e que
a l i poderia s e r
um
verdadeiro i n t e l e c t o do bem para os e s p r i t o s perversos, dando-lhes algumas noes
deste
bem, do qual
estavam eternamente separados.
Mas este i n f e l i z homem to poderoso, assim fortemente munido contra os ataques e os enganos do
seu inimigo, to superior a tudo
o qu e
e x i s t i a com e l e no
recinto
universal e
qu e n o
possua acima
de
s i nada alm de seu Criador tendo sido enganado, seduzido, tombado no excesso da desgraa e
condenado mo rt e
com
aqueles
qu e havia
ameaado,
que
Se r
assim poderoso,
suficientemente puro
poderia r e s g a t - l o deste e s t a d o seno Deus Ele mesmo? Mas, e s t a imagem desfigurada do
seu
Criador
atacou a sua
unidade
e
todas
suas
potncias. Este inquo delegado, este
representante
i n f i e l
do
seu
Deus
uniu-se,
aliou-se
com
o
seu
inimigo
para
t r a i r
os
mais
caros
i n t e r e s s e s
dos
quais
havia
sido
encarregado. Ele abusou terrivelmente dos
dons, de
todos
os
poderes que
havia recebido, e
p or um
excesso inconcebvel
de
ingratido, insultou
de f orma
insolente
o Seu
amor e
Sua
t e r n u r a . Foi
necessrio,
portanto, uma grande
vtima
para
s a t i s f a z e r
a
J u s t i a Divina,
porque
se
a
Misericrdia
de
Deus
i n f i n i t a
e sem l i m i t e
sua Justia
tambm
o
e s p o d e ser refreada p or uma reparao
proporcional
ofensa.
Era necessrio,
p or conseguinte, uma
vtima pura e sem
mcula,
da
prpria
natureza humana do prevaricador
e
d a do q ue f o i
o
homem que, pelo seu
crime,
fez
entrar
a morte no
mundo era necessrio
que esta
santa vtima
se
entregasse
voluntariamente
a
uma morte
i n j u s t a
violenta
e
ignominiosa para poder reparar tanto
u l t r a j e . Era
necessrio, enfim,
que o
J u s t o pelo seu
s a c r i f c i o v o l u n t r i o se
tornasse
vencedor do
pecado mortal, a f im de que aquilo qu e a
J u s t i a divina
havia proferido
como sentena
irrevogvel
contra
a
raa do p r e v a r i c a d o r no fosse mais
doqu e
um sono
e
uma
passagem
da
vida
temporal
vida
eterna
para
todos
os
que,
com
s eu e x em plo ,
abandonando
p or toda a
durao
de
sua
expiao
individual
o
seu l i v r e
r b i t r o a s ua v on ta de
prpria
nica
vontade de Deus, merecesse colher os
f r u t o s .
Um segundo Ado,
emanado do
seio de
Deus
em toda
pureza
e
santidade, sacrificou-se
e ofereceu-se
como vtima J u s t i a Divina para a salvao de
seus
irmos;
sua
devoo f o i a c e i t a
pela M i s e r i c r d i a .
Imediatamente a
Sabedoria i n c r i a d a
o Verbo de Deus, que De us , o Filho nico, imagem e esplendor
do
P ai
Todo-Poderoso,
ofereceu-se
para
se unir
intimamente e p or toda a
eternidade
i n t e l i g n c i a
humana
do
n o v o Ado, para f o r t i f i c - l o em seu s a c r i f c i o para assegurar, para completar o seu triunfo
e
t o r n - l o p or uma ressurreio
g l o r i o s a realmente vencedor da
morte.
2
Da
unio
misteriosa dasduas
naturezas
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
4/19
4
pela unio
incompreensvel
da natureza
divina
natureza humana, obra-prima doamor i n f i n i t o de
Deus para
os ho me ns , qu e se r e a l i z a a grande obra
da
Redeno do
gnero humano
e o
estabelecimento
da r e l i g i o santa que lhe ensina a
conhecer
o
verdadeiro
culto
que deve render
seu Criador, e o nico qu e p o de agradar-Lhe.
Religio
qu e n o
podia ser
f u nd ad a f i r me me nt e a no
ser pela
revelao de um
Deus encarnado, conversando
familiarmente com os homens, e que lhes
provaria permanentemente durante a durao de sua
misso
temporal, sua Divindade, a verdade de
S eu s d o gm as ,
a pureza e a excelncia de
Sua moral
alm dos incontestveis
milagres
de todos os
t i p o s .
A
esto
os
dois
grandes
objetos
que,
nas
intenes
de
Amor
e
de
Misericrdia
de
Deus
para
os
homens degradados
e corrompidos, tornaram necessria a
unio
das duas
naturezas
na pessoa de
Jesus
C r i s t o .
Esta unio ntima, absoluta e eternamente inseparvel do Verbo criador de todos os seres com uma
pura
c r i a t u r a
humana, para
poder i n s t r u i r
publicamente, s o f r e r e morrer
n e l a
um ato do Amor de
Deus para com os homens; to prodigioso, to inconcebvel e to e x t remamente acima de todo
entendimento
humano
que
dos
atos revelados
f
c r i s t
e s t e
o qu e
perdura
por todos os tempos e
qu e ainda o mais i n c o n t e s t v e l . Os contemporneos de Jesus C r i s t o embora testemunhas d i r i a s de
uma multido de milagres incontestveis, que operava na f r e n t e d e l e s no
viam
nele nada mais que
umhomem e negaram-lhe sua Divindade. Seus d i s c p u l o s mesmo
seus
apstolos, embora instrudos
p or
e l e
e
testemunhas
dos
mesmos prodgios,
no
creram
imediatamente, apenas aos t r s
dias
aps
sua morte, convencidos da verdade de sua r e s s u r r e i o
qu e
ele mesmo havia p r e d i t o e recebendo suas
instrues d ur an te quar en ta
d i a s
vendo-o ascender divinamente ao cu, na sua humanidade
g l o r i f i c a d a .
-3 -
Da necessidade da encarnao d i v i n a
No de
se surpreender que
o
homem
a t u a l
qu e n o admite outro testemunho alm
daqueles de
seus
sentidos
f s i c o s
e
materiais,
negue
ainda
para
a
sua
desgraa
esta
grande
verdade.
Existem
muitos
cuja
inteligncia
menos envolvida,
que
tambm
o
negam
ou
qu e r ec on he ce m apenas
superficialmente e antes pelo sentimento
de
um
dever que a instruo sugeriu-lhes que pela
persuaso, porque no sentem
ainda a necessidade de
uma
interveno
d i r e t a
e
pessoal
da
Divindade no
ato
s a t i s f a t r i o
de
expiao que
o homem
deve Justia divina. Vendo
em
Deus e no
homem
decado
do seu estado glorioso, os
dois
pontos extremos da
ordem
e s p i r i t u a l supem nas
classes
anglicas
os agentes e s p i r i t u a i s intermedirios suficientemente
puros
e potentes para
aproximar o
homem
de
Deus, sem que
seja
necessrio que Deus mesmo
se
apresente
encarnao.
dvida
e o erro
daqueles provm apenas
da
ignorncia
na
qual
geralmente
caem os
homens por
muito
tempo
sobre a
causa ocasional
da criao do universo, sobre
a s i nt en es
de Deus na
emanao
e
emancipao
do homem sobre
seu elevado
destino ao
centro
do
espao criado
e
p or
ltimo,
sobre
os
grandes
p r i v i l g i o s
a
grande
potncia
e a
grande
superioridade
que
lhe
foram
dados
sobre
todos
os seres
bons
e
maus que
foram
colocados com
e l e . Todas
estas
coisas os
chefes
da I g r e j a C r i s t aos quais o conhecimento era
reservado exclusivamente durante
os cinco ou
s e i s
primeiros
sculos
do
cristianismo,
conheceram
perfeitamente. Mais
instrudos sobre estes
pontos
importantes, teriam concludo que
para
r e a b i l i t a r um ser to grande, to potente, era necessr io
Deus mesmo.
Eles, entre
outros que tambm
reconheceram a
necessidade
da
grande
e santa
vtima
que se s a c r i f i c a s s e
voluntariamente
ao sofrimento e morte
para s a t i s f a z e r
Justia Divina, porm,
reconhecendo
ao mesmo
tempo que Deus
impassvel em todo Seu s e r e
que
a
reparao
do crime
s
s e r i a
meritria
se
fosse realizada
p or algum com a
mesma
pureza e a mesma natureza de quem o
cometeu, negaram a
Divindade
do Redentor.
-
4
-
Da morte de
Deus
na
Cruz
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
5/19
5
Sim, sem
dvida,
Deus
impassvel, e
nada
na natureza
divina p o d e
sofrer
nem morrer;
s e r i a uma
grande blasfmia
ousar dizer o
c o n t r r i o .
p or isso que os oradores c r i s t o s que
se
entregam
ao
plpito
da
verdade com
um zelo excessivo, atravs de
expresses inoportunas que
lhes
parecem dar
mais
energia
aos seus
pensamentos,
gritam
freqentemente: Deus
morreu
pelos homens
faltam
ao seu
objetivo essencial, porque no
devem
mais
esperar persuadir os
seus
ouvintes
quando
pretendem fazer-lhes crer o impossvel.
Mas
Jesus C r i s t o que rene em
uma
nica pessoa e de
modo
eternamente inseparvel,
a natureza
divina
e a natureza humana no
seu mais elevado grau
de
perfeio, o
homem
puro
sofre
e
morre
e
quando
abandona
o
seu
corpo,
e
com
a
sua
inteligncia
humana que se impregna
na essncia
divina
ao qual indivisivelmente unido. potncia do
Verbo
de Deus que reside em
toda
sua plenitude em sua santa
humanidade
e vela p or e l a a apia em seus
combates freqentes e
mortais,
multiplica suas f o r a s f o r t i f i c a sua vontade, sua
submisso,
sua
p e r f e i t a renncia, at a consumao de seu s a c r i f c i o expiatrio, e assegura-lhe o triunfo sobre
todas
as potncias do inferno desencadeadas contra e l e deixando-lhe
todas
as honras da v i t r i a . E, como
prmio do bom uso qu e fez de seus prprios meios, e do potente socorro que lhe dado,
ressuscitado da
tumba pelo
Verbo, g l o r i f i c a d o
divinizado, elevado
ao mais
a l t o dos
cus,
onde
colocado sobre um trono eterno juntamente com e l e a quem se funde, p or assim d i z e r
estabelecido
como o Soberano Juiz
dos
vivos e
dos
mortos, e o Deus
eternamente
v i s v e l aos
anjos
e aos homens
santificados que reconhece como seus irmos.
-5-
Da imitao
de
Jesus Cristo
As duas naturezas que reconhecemos
na pessoa
do Di v i n o R ep a ra do r
Universal so to unidas,
e
aparentemente mescladas, qu e p a re ce m para as pessoas comuns, operar simultaneamente em sua
ao
g e r a l . Tm
contudo, cada
uma
a
sua prpria
e
d i s t i n t a ao, que, normalmente,
opera
separadamente. I s t o portanto, importante para o verdadeiro c r i s t o j que uma delas proposta
como
modelo, para no confundi-lo
e
para que aprenda
a d i s t i n g u i - l a s .
Este
exame
p o d e apenas
reafirmar
a
f
dos
que
crem,
e
pode
ser
especialmente
t i l
a
este
grande
nmero
de
c r i s t o s
covardes
e desp reocup ados
que, pa ra desculpar
sua
indolncia,
no
cessam
de
r e p e t i r :
impossvel
ao
homem imitar a conduta
sempre
sbia e irrepreensvel
de
um Deus. No, sem dvida, no
possvel
a um homem
to f r g i l ser tambm p e r f e i t o .
Porm,
f r g i l como
pode, e
deve mesmo
esforar-se sem repouso a i m i t a r
tanto
quanto lhe possvel,
o
homem puro, unido a De us ,
qu e
Deusmesmo
prope-lhe como modelo.
- 6 -
Da Unio do Verboa Jesus
O
Divino
Reconciliador
dos
homens,
Desejado
das naes,
Messias
prometido
f
de
Abrao,
pai
dos
que
crem predito
p or
um Jac moribundo a
seus f i l h o s
e to
claramente anunciado
por um grande
nmero
de
p r o f e t a s
que se
sucederam uns
aos outros p or uma longa seqncia de
s c u l o s como
nascido de uma
virgem
da r a a de Abrao e da
f a m l i a do
r e i
Davi
s u r g e finalmente, sobre a Terra ao
f i m
do quarto milnio do mundo, ao tempo determinado pela
Sabedoria
incriada para o cumprimento das
grandes intenes
de sua
divina M i s e r i c r d i a .
O
arcanjo
Gabriel
e nv i a do p o r Deus
pequena
cidade de Nazar virgem
Maria, para
anunciar
lhe a gloriosa maternidade pela
qual
destinada a cooperar na grande
obra
d a R e de n o dos homens.
Oaparecimento
sbito
do
anjo
causa
perturbao
alma desta
virgem
to
pura. Seu
pudor
alarma-se
da maternidade que lhe anunciada, declarando no conhecer homem algum.
S
d o seu
consentimento
aps
se
t r a n q i l i z a r
inteiramente
sobre
os
meios,
quando
o
anjo
lhe declara
que
sua
maternidade s e r i a obra do prprio Deus, pela operao do seu E s p r i t o Santo, e que sua virgindade
continuaria i n t a c t a .
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
6/19
6
No
momento
mesmo
do
seu
consentimento, comea
o
cumprimento
do
grande Mistrio; pois
no
mesmo
instante
o
Verbo
de
Deus, que
o prprio
Deus,
a segunda
Pessoa
e potncia
da
Santa
Trindade, pressionado pelo
seu
ardente
amor
p or suas
c r i a t u r a s humanas,
une-se indissoluvelmente
e
p ar a t od a
eternidade
alma
humana, pura e santa de
Jesus qu e, p elo
amor por
seus
irmos, e para
r e c o n c i l i - l o s com Deus,
satisfazendo
p or eles
a Justia
Divina,
destinado s ignomnias,
aos
sofrimentos e a morte. O
Verbo
todo poderoso de
Deus, imagem
e esplendor do
P ai
eterno, desce
dos cus para v i r
se
incorporar
a
alma humana
de
Jesus,
no
ventre
da
bem aventurada
Virgem
Maria,
para
serem
eternamente unidos
em
uma
mesma
e
s Pessoa
em
duas
naturezas
d i s t i n t a s .
,
portanto
no
momento
de seu
consentimento que
o Homem
Deus
formado corporalmente
no seio
virginal de
Maria,
de
sua
pura substncia, de
seu
verdadeiro e
puro
limo quintessencial
da
t e r r a
virgem
de sua
me. Ele f o i formado
e
composto,
como todos os
outros
homens
que
vem
p or algum
tempo
sobre a Terra, de
uma
substncia t r i p l a quer
d i z e r
de um
e s p r i t o puro,
i n t e l i g e n t e e
imortal;
de uma
alma passiva
ou
vida
passageira; e de um corpo de
matria, porm
de
uma matria
pura e
no conspurcada, qu e n o provem, como os demais
seres
human o s, d a concupiscncia
dos
sentidos,
mas
unicamente da
operao
do
Esprito Santo,
sem a
participao
de
homem algum, nem
de
algum
agente f s i c o da matria. atravs
deste
prodgio doamor i n f i n i t o de Deus p or s ua c r i a t u r a querida
e
seduzida,
tornado
p or seu
crime
para
sempre escravo e vtima do
Demnio que
se
cumpre
o
inefvel e incompreensvel
mistrio
da encarnao divina
para
a redeno dos homens, p or
Jesus
Cristo
nosso nico
Senhor
e Me st re
que
quis, p o r v o nt ad e prpria
para garantir
o
resultado
f i n a l
unir indissoluvelmente a natureza
humana
do
prevaricador
sua prpria natureza divina.
-
7
-
Da
natureza
quaternria de Jesus Cristo
Reconhecemos
que o animal
ou
a
f e r a
um binrio
c omp os to d e
uma
alma,
ou vida
passiva e
passageira, e de um corpo de matria que desaparecem totalmente aps a durao que lhes
prescrita;
o
homem
,
durante
a
sua
esta d a pa ssage ir a sobre a Terra,
um
composto ternrio
formado
das
duas
mesmas substncias
passageiras
que
acabamos
de
c i t a r
e
que
o
constituem
em
animal, como
fera,
e
de
um esprito inteligente e
imortal pelo
qual realmente imagem
e semelhana divina. Mas
em
Jesus Cristo, homem-Deus e divino, encontra-se, durante a sua
vida
temporal
sobre a Terra, uma
composio
quaternria que
o distingue
eminentemente
de
t od as a s criaturas, a saber: as trs substncias
que
acabamos de conhecer nohomem temporal,
e a substncia do
prprio Ser de Deus, que se
uniu pela eternidade
ao ser inteligente
e imortal
dohomem para formar
um ser nico,
e somenteuma P e s so a emduas naturezas.
Aquele
que,
p or esta unio
to
gloriosa, p o d i a nascer
sua
escolha
na
famlia mais
opulenta,
no seio das grandezas, sobre o
trono
mais incontestvel,
prefere
nascer
em
um estbulo, em
uma
famlia desconhecida e pobre,
com
uma profisso abjeta, mais exposta aos despeitos e
as
humilhaes,
que
acompanham
geralmente
a
indigncia.
E
bem
evidente,
p or
isso, que
sua
entrada
no
mundo
para ser o
modelo e a consolao dos pobres, que quer
ao
mesmo
tempo inspirar o despeito das riquezas
e
fazer sentir aos que as
possuem os
grandes
perigos
aos
quais expem
todos os que no fazem
o
uso
prescrito
pela sua moral e p or seus
preceitos.
-8-
Dos Nomes
dados ao
Messias
Veremos agora nos santos Evangelhos sob
quais
nomes o Di vi no Messi as apresentou-se aos homens,
como
os
Evangelistas
d es i gn am- no e
qualificam-no,
e
como se
q u a l i f i c a
Ele
mesmo.
Ns
aqui
encontraremos, sob
novas
designaes, um
novo
fundo de i n s t r u e s com a confirmao qu e dizemos
de
mais elevado
sobre
este
importante
tema. Ns
o temos
chamado, s v ezes, J esu s ou
o
f i l h o do
homem. Tanto Deus-Homem ouhomem-Deus en f im o
f i l h o ou
Jesus C r i s t o .
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
7/19
7
Estas diversas denominaes
aplicadas ao
mesmo ser quase
podem parecer
primeira
v i s t a como
sinnimos, mas,
no
so,
porque apresentam sentidos muito
diferentes
que
necessrio no
confundir, pois que so r e l a t i v o s s duas
naturezas
d i s t i n t a s que
se
encontram unidas no nico e
mesmo
s e r . Uma reflexo
sobre Suas
aes durante a vida temporal, demonstra e s t a
verdade.
om e f e i t o
v-se
em
Jesus
apenas ohomem puro e santo
que
temum sublime
destino, abstrao
f e i t a
da
Divindade
que
reside
n e l e
mas
que
ainda
no
se
manifestou.
No
f i l h o do
homem
v-se
apenas
a
mesma natureza humana.
Ele
se
qualifica
a ss im e nqu an to quiser
esconder
aos
Judeus
e aos
Demnios sua Divindade, que se apresenta a eles
como
um descendente de Ado, pai comum dos
homens, e suposto no
ser
mais do que o
f i l h o
de
Jos,
at que o
grande mistrio
da encarnao
seja
revelado aos homens. Como Deus, o homem puro e santo, cuja ao parece p re do mi na r a
da
Divindade que se
encobre
n e l e . No Homem pelo c o n t r r i o a ao divina que
se
mostra
predominante sobre a do homem.
No
f i l h o
de
Deus,
que
a qualidade essencial que
o
arcanjo deu
lhe anunciando Maria a sua encarnao, a Di v in da de qu e se manifesta com esplendor pelo rgo
da sua
santa humani dade. En f i m,
em
Jesus C r i s t o
o
homem-Deus
e
divino, so as
duas
naturezas
unidas em s um e mesmo ser que operam juntas sob uma forma humana, as aes reunidas que
pertencem
a
e l a s .
Em geral Jesus, desde
o seu
nascimento a t s eu ba ti s mo no Jordo,
na
tentao do Demnio
qu e
sofreu no d e s e r t o na sua agonia no Jardim das O l i v e i r a s em
todo curso
da sua Paixo e
sobre
a Cruz,
apresenta apenas
o
homem puro, santo e p e r f e i t o inteiramente sacrificado J u s t i a divina e
abandonado a e l e mesmo ao seu l i v r e a r b t r i o . Divindade que reside essencialmente
n e l e
parece
suspender a
sua
ao
para
deixar sua santa
humanidade toda
honra
da
v i t r i a c o r r e t i v a
sem, contudo,
separar-se s um momento. Realiza-se como espectadora do grande combate, e o apia durante toda
sua durao, pela
sua
presena.
a i
onde
o
homem-Deus
assim
abandonado,
realmente o
modelo
r e a l i z a d o dos homens.
Mas
quando
Jesus
C r i s t o
que
comea
a
sua
misso
com
o
pedido
da
sua
me
que
lhe
apresentado
no banquete do Casamento de Cana, a l t e r a a
gua
em
vinho. Quando,
no
deserto
e sobre a
montanha, multiplica alguns pes e alguns peixes numa
quantidade
s u f i c i e n t e para alimentar s vezes
4000
e
s vezes 5000 homens
extenuados
pela necessidade
e
que
permanece em pedaos
coletados,
aps
t - l o s s a t i s f e i t o totalmente,
com cestos
to
cheios quanto havia antes
da
d i s t r i b u i o . Quando
fora
os demnios a obedecer
suas
ordens e a ba nd on ar imediatamente os corpos
pecadores que
possuem; aquele
qu e ordena,
como Mestre,
ao
mar, aos ventos e
tempestade que
se acalmem, e
que
lhe
obedecem. Quando
faz
andar
e levantar de seu
l e i t o
o
p a r a l t i c o
que,
desde
os 38
anos, esperava
em v o
junto
piscina o
socorro
de
um anjo
e a sua
cura. Quando revela
o
fundo
dos
pensamentos
mais secretos
da
mulher
Samaritana e
muitos
outros;
quando reanima
a f i l h a de
J a i r o
o
f i l h o nico
da
viva
de Nam
que
o
levava
em
t e r r a
e mais particularmente ainda em
Lzaro,
o
querido irmo
de
Marta
e
de
Maria,
que
Jesus
amava, que
depois
de
quatro
dias
encerrado
no
sepulcro
e
cujo
corpo
corrompido
exalava j uma
grande
infeco,
que,
ao seu
comando, s a i
da
tumba
e caminha diante de
todas
as testemunhas,
ainda
tendo o
corpo
envolto em ataduras. Aquele que operou
todas
e s t a s coisas
e
muitas
outras to prodigiosas,
quem
poderia duvidar
que
era o
Verbo
todo poderoso de
Deus que
falava e
comandava
toda a
natureza
pela boca dohomem-Deus?
- 9 -
Da
v i d a temporal de Jesus Cristo
Tendo, por conseguinte, distinguido nele duas naturezas indivisivelmente reunidas em
uma
s e
mesma
pessoa,
percorramos rapidamente
as
p r i n c i p a i s
circunstncias
da
sua
vida
temporal,
para
completar a nossa
i n s t r u o .
Jesus c r i a n a adolescente e a t
idade
de 30 anos, parece ser apenas um homem comum distinguido
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
8/19
8
a pe na s p or
uma
sabedoria acima
de
sua idade, pela sua
docilidade e
sua submisso
a
seus
p a i s .
sujeitado
a
todos
os trabalhos, todos os cansaos e todas as necessidades da vida comum.
Ao a t i n g i r a
idade
de
30
anos,
poca
qual deve comear publicamente a sua
misso
corretiva e a
instruo
de
seus
discpulos, aps t e r sido batizado no Jordo por
Joo que
o
reconhece
e o proclama
como
o Messias prometido, sua Divindade pela pr imeira vez, manifestada pela descida
do
Esprito
Santo que vem
pousar sobre
e l e
e
pelas
incontestveis palavras do
P ai
c e l e s t i a l qu e o
proclama
altamente como
o
seu
Filho
bem-amado
em
que
colocou
toda
Suas
afeies,
e
ordena aos
homens
que
o ouam . Neste momento comea a sua
misso
d i v i n a .
Ele
r e t i r a - s e
para o deserto para
preparar-se como
homem cumprindo em
orao
um jejum rigoroso
durante 40 d i a s . Aps e s t e s 40 d i a s prova a
fome,
necessidade humana que demonstra claramente que
era sua p ura e nica
humanidade
que
se
preparava assim rigorosamente
para
os atos importantes
que devia o p e r a r .
Omomento ou prova d e s t a necessidade f s i c a da humanidade ao mesmo instante em que o Prncipe dos
Demnios
surge
para t e n t - l o em t od o s eu s e r
ou
s e j a
nas
necessidades f s i c a s
do
seu corpo, a vida
passiva e passageira deste corpo, e a sua natureza a t i v a e e s p i r i t u a l para e s c l a r e c e r as s u s p e i t a s qu e
concebeu
sobre
a
verdadeira
natureza
de
Jesus
e
para assegurar-se
se
a
Divindade
r e s i d i a
ou
no
r e s i d i a mais n e l e
p or
ltimo se era ou no
o
Messias
prometido;
Mistrio que a Sabedoria Divina
queria
esconder do Demnio, para qu e pudesse r e a l i z a r - s e inteiramente.
necessrio observar com cui da do o s t r s d i f e r e n t e s t i p o s de ataque qu e o Demnio executa
astuciosamente sobre as t r s partes constituintes do
homem
f s i c o .
Primeiramente,
ataca Jesus
na sua
forma corporal, relativamente s suas necessidades, dizendo-lhe sobre o cume de uma elevao: Se
o
f i l h o
de Deus,
ordena que e s t a s pedras tornem-se pes. Em
segundo
lugar,
aps
esta i n t i l
t e n t a t i v a e l e o ataca na sua vida passiva, animal, corporal, dizendo-lhe sobre o cume de uma
elevao: Se
s
o
f i l h o
de
Deus,
p r e c i p i t a - t e voc
no sofrer nenhum mal. Em t e r c e i r o lugar,
aps
este
segundo
ataque
no
qual
afastado
como
na
primeira,
dirige
o
t e r c e i r o
que
mais
importante,
sobre o
ser e s p i r i t u a l
de
Jesus, dizendo:
Se t e
prostrares diante
de mim e me
adorares
t e
darei
todos
os reinos
do
mundo que vs, e que
me
pertencem.
Este
ataque do demnio ainda
o
mesmo e
atualmente
p or sua forma
corporal
qu e ataca
o
homem.
Ele o seduz
pelos seus sentidos m a t e r i a i s
pelo
amor
da
vida animal
e
passageira,
e por
suas
afeies
animais e s e n s v e i s . Estas so as portas por onde e l e t e n t a se
i n t r o d u z i r para
atacar com maior
sucesso
ao seu
s e r
e s p i r i t u a l .
O
homem-Deus
susta
e s t e ataque pela fora
de sua
pura
vontade
humana
e assim
recebe
o prmio
pois
os anjos
viro
lhe s e r v i r .
Sua
v i t r i a sobre
o Demnio
n os lembra
a derrota do
homem primitivo
em
ocasio
s i m i l a r .
J e s u s
segundo
Ado,
fez o
qu e
o primeiro, atravs
de
seu
l i v r e
a r b t r i o
devia
t e r
f e i t o
e
no f e z . P rovamos todos os
funestos resultados da
queda
do
primeiro,
e
todos os s a l u t a r e s e f e i t o s
da
firme
vontade reparadora
do
segundo.
-10-
Do primeiro
e
do segundo Ado
Oprimeiro Ado,
como
imagem e semelhana divina, como representante da
Divindade
no universo
criado,
tinha sido dotado
de
toda
f o r a de
todas as
virtudes e de todas
as
potncias necessrias para
cumprir sua misso. Oprincipal objeto desta misso er a de perturbar o
prncipe
do
mal, cont-lo
nos
l i m i t e s
que
a
J u s t i a
divina
havia
prescrito
sua
ao
perversa,
e
confin-lo
tanto
em
seus
l i m i t e s
que
s e r i a
forado a reconhecer a sua inferioridade e sua d epe n dncia o r i g i n a l do Divino Criador de
tudo, do qual pretendia ser um igual e
de
reconhecer
ao
mesmo tempo a superioridade do homem
sobre ele e s obre todos
seus
sequazes, o que t e r i a destrudo o Mal p or
se
arrependerem de t - l o
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
9/19
9
criado
e parido.
Este
era o
grande objetivo
da Misericrdia
divina
sobre os primeiros culpados,
que
a
prevaricao do
homem d e s t r u i u .
O segundo Ado em Jesus C r i s t o como
homem puro
que no
participou
de modo algum nesta
prevaricao, nem possuindo
os
v c i o s
da concepo
das formas corporais que
infectou toda sua
posteridade, f o i dotado n o s om en te das
mesmas
f o r a s virtudes e potncias como o
primeiro,
mas
elas
foram
f o r t i f i c a d a s
eminentemente
pela
unio
ntima
e eterna
que
o
Verbo
Divino fez de sua
natureza
pura com
a
do
homem
para
assegurar
o
t o t a l
sucesso
de
sua misso
c o r r e t i v a .
-
11
Dos
sentidos
dos
milagres
de
Jesus
Cristo
No pretendemos aqui considerar os f a t o s especficos da vida pblica de Jesus C r i s t o a l e i t u r a dos
santos
Evangelhos
suficiente para
conhec-los.
Eles
no d e i x am
nenhuma dvida
sobre sua
Divindade, d ad o qu e Ela manifesta-se neles permanentemente, p or uma multido de milagres dos
mais i n c o n t e s t v e i s .
Devemos contudo,
fazer observar
que
mesmo
operando
tantos fatos prodigiosos,
que
devemos
a t r i b u i r essencialmente Di v i nd ad e que reside
nele,
quer fazer conhecer a seus discpulos que
h
uma
grande
potncia inata no homem reconciliado, pela
qual p o d e
operar fatos ainda mais
prodigiosos
quando est u ni do a Deus por uma f viva. Porque, v e n d o seus Apstolos surpresos
de
admirao em
v i s t a
dos milagres incontestveis que opera, acusa-lhes a sua pouca f declarando
lhes que, se tivessem a f necessria, eles realizariam os mesmos prodgios e outros maiores ainda.
Oqu e n o t e r i a podido dizer se esta potncia no fosse inata
na
natureza do homem qu e n un ca f o i
reconhecida nos anjos que
so
a pe na s o s
ministros da
Vontade
de
Deus,
em ocasies
especficas
onde os emprega.
-
12
-
Da
revelao p rogressi va de Jesus Cristo
Surpreendemo-nos ao l e r
os santos Evangelhos e ver os cuidados e as precaues
qu e
Jesus toma
para
esconder sua
Divindade
e
no
mostrar mais
alm
de
f i l h o
dohomem e procuramos os motivos.
encarnao
do
Verbo
de
Deus
u ni do natureza
humana
e o
advento
temporal
do
Messias tinha
sido
claramente predito
pelo
profeta I s a a s
e muitos
o u t r o s que os homens
esperavam
que
se
cumprisse,
mas
esqueceram
que
era
uma
vtima sacrificada
voluntariamente
a
uma morte
violenta e
ignominiosa,
pela qual
devia
operar
a
reconciliao
do gnero
humano. O
Demnio no
podia
ignorar
esta
promessa,
nem
as
demais, humilhantes
para
o
seu
orgulho,
que
ele
devia
t e r .
Ele
temia
o
cumprimento que
i r i a arrancar-lhe
tantas vtimas
de sua
f r i a
e
preservar
os
demais. Tinha, portanto,
o maior
interesse
em fazer
falhar
a
profecia
e impedir a todo
custo
que o
Cristo f osse
levado
morte.
E,
s e J es us desde
o
p r i n c p i o desde
o
i n c i o
de
sua
misso,
fosse c l a r a
e
publicamente se
declarado o Filho de Deus p ro va nd o- o a
toda
a
nao, convencendo-os
p ublicament e po r
seus
milagres que
o era
realmente, qual s e r i a
a potncia humana que
ousaria
e poderia conden-lo
morte?
E, no morrendo, o qu e
se
tornava
ento a Redeno p rometi da p or sua morte?
Era
necessrio,
portanto, que
morresse,
que fosse
ignorado. A
est porque
o Demnio
procurava
esclarecer suas
dvidas,
suas suspeitas
sobre sua dupla natureza, e se o fez p e r s e g u i r se o fez em
seguida c on de na r a
uma morte ignominiosa, no
fez
mais
do
que p or uma
confuso de
sua p a r t e
no
considerando
Jesus
Cristo
mais
do
qu e um
homem
puro, cuja d o u t r i n a santidade e potncia de suas
operaes
humanas,
lhe
atraam
uma multido
de
p a r t i d r i o s .
Mas como a Di v i nd ad e
de
Jesus Cr is to era
o dogma
fundamental
da
r e l i g i o santa que v i r i a a
e s t a b e l e c e r e s e r i a a prova da verdade de sua doutrina, era necessrio que o dogma de sua Divindade
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
10/19
10
fosse
tambm declarado
e p ro va do p or ele mesmo para
operar
a
convico
de todos
os
que o
P ai
c e l e s t i a l
Lhe deu, e que
devem
ser
salvos
pela
f Nele.
Foi, portanto, o que f e z . Se ,
no
i n c i o de sua
misso, p s alguma reserva
s
testemunhas
que
o
interrogavam
sobre este ponto to
importante,
er a
para nos fazer saber que a Verdade apresenta-se apenas s almas
puras,
e qu e p o de e n t r a r apenas nos
coraes dispostos
a
receb-la.
A
est porque
faz preceder a declarao, a confisso formal de sua
Divindade, pelo
ensino
de sua doutrina qu e di sp u nha os e s p r i t o s a c r e r . E, quando multiplicou
seus
discpulos pelo grande
nmero
dos milagres
que realizou
e pela atrao
i r r e s i s t v e l que
lhes
inspirava
sua
doutrina,
no
dissimulou
mais
sua
Divindade, declarando
mesmo
na
frente
de
seus mortais
inimigos, que
tomam ocasio
destas
confisses para persegui-lo mais
violentamente,
para
j u r a r
sua
perda e para f a z - l o condenar morte. E, assim
mesmo
que se tornam, pela sua ignorncia e sua
malicia,
os
cegos
instrumentos do cumprimento dos decretos
divinos
para a Redeno
dos
homens.
- 1 3 -
Ceia
P a sc al
Estando terminado o tempo da
misso temporal
de
Jesus
Cristo, prepara-se para voltar ao
Pai. Mas
antes quer fazer com seus apstolos a ltima Ceia (a Ceia Pascal) a qual desejou com tanto ardor e
na
qual
manifesta
ao
mesmo
tempo o
Divino
Todo-Poderoso
e
o amor
mais
inconcebvel
de
Deus
para os homens.
Ele
quer, deixando-os, r e s i d i r para sempre com eles e dar-Se
Ele
mesmo a eles
nas
duas naturezas, divina e humana, que esto unidas Nele.
Pois
no sacramento de seu co rp o e de seu
sangue,
verdadeira e inteiramente, d -Se a eles e a
todos
os que participarem
na
f at
o
f i m do
mundo.
verdade deste augusto sacramento freqentemente f o i e ainda violentamente atacada. o fruto
do
orgulho
que quer raciocinar onde
a
fraca razo humana deve c a l a r - s e do orgulho que quer
apresentar
aos
sentidos f s i c o s materiais o que p od e ser concebido apenas pela
inteligncia
pura,
iluminada
pela f . Tenham pena
do destino
desastroso dos
chefes das s e i t a s
cujo orgulho
fez tanta
devastao
no
campo
da
verdade.
Tenham
pena
tambm
daqueles
que
tm
adotado
como seus
mestres os homens
que d e v i am ser-lhes
ainda
mais
suspeitos,
qu e no dissimulam
o
despeito
e o
orgulho que o s d irigem nos seus desvios. Mas sejam indulgentes e
orem
para os que,
insistindo de
boa f
no
e r r o conservam
a
f
e o amor
para
Jesus
C r i s t o . Esperem mesmo
como
bem
o disse Ele
mesmo aqueles que no
perecero,
pois
oamor
e a f que con s er v a m Nele os salvaro.
De todas as
s e i t a s
c r i s t s que atacaram a verdade deste sacramento, mais inconseqente e mais
culpada
a
que no
quer admitir
que uma
simples comemorao da Santa Ceia
se
baseia nas
palavras
de
Jesus
Cristo:
faam
i s t o em memria de
mim. Se tivessem tido um
p ouco de boa
f no
exame a
que
foram
temerariamente
autorizados, teriam reconhecido logo
que punham
Jesus
Cristo
numa evidente contradio
consigo mesmo porque negam que Jesus
Cristo tenha dito em
termos
formais:
Isto
o
meu
corpo
que
dado
p or
vs.
I s t o
o
meu
sangue
que
derramado
para
a
remisso
dos
pecados:
tomem
e
comam
tomem e bebam
todos. Ora,
era aos apstolos,
que eram
os nicos presentes na
Ceia,
que f o i
dado comer
o verdadeiro corp o e beber o verdadeiro sangue?
Que
n o s d i ga m, portanto onde esta interpretao
provada. Ele
disse
noutro
lugar: A minha carne
verdadeiramente
um alimento, omeu
sangue
realmente
uma
bebida: quem come a
minha
carne e
bebe
o meu
sangue reside
em Mim e Eu nele. E , c ontu do,
se
os apstolos, como nicos presentes
em realidade, so os nicos que podem
comer
a sua carne e beber o seu sangue, e que no
seja para
ns mais que uma
simples comemorao
desta
realidade, todos os
homens,
excluindo os apstolos,
devem,
p or
conseguinte
renunciar a t e r Jesus Cristo residindo
neles,
e
r e s i d i r
Nele p or
esta
preocupao
r e a l que
lhes
s e r i a
de todo
impossvel.
I s t o concebvel? Poderemos crer de
boa f
que
Ele quis fazer promessas to consoladoras,
para engan-los
em sua espera pela
impossibilidade
ou
na
expectativa
de
ver
o
cumprimento?
Mais
ainda
di z
em
outro
lugar:
Se n o
comes
a
carne
do
f i l h o do homem e se no bebes o seu sangue, no
t e r s
a
vida
em vs, no t e r s parte
comigo:
a
e s t p or conseguinte uma maldio e t e r n a formalmente pronunciada contra os que no comerem a
sua carne e n o be be re m o seu sangue. E qual
Este
Deus cheio de amor e misericrdia
para
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
11/19
11
comigo,
que
quer sofrer e mo rr er na
sua
carne por
mim entregar-me-ia
a
uma condenao eterna
p or no t e r f e i to i st o e no me t e r i a
deixado nenhum meio
para
fazer?
um excesso de
d e l r i o
inconcebvel de
imagin-lo.
E , co nt ud o,
se
no estabeleceu
entre os homens
sucessores
de
seus
apstolos, um
meio para perpetuar
a consagrao r e a l do p o no seu co rp o e do vinho no seu
sangue
como o fez
Ele
mesmo em
sua presena,
inevitavelmente,
p or
isso
mesmo
sou condenado
maldio e t e r n a porque nunca a comemorao de um ato to augusto, to importante, que estes
sectrios
amoldam sua realidade,
poder
s u b s t i t u i r a p reocup ao
r e a l que
Ele
to expressamente
recomendou.
O
erro destes
homens
orgulhosos
tende,
p or
conseguinte,
evidentemente
a
tornar
o
homem eternamente i n f e l i z pela i n j u s t i a
de
Deus, que
t e r i a
exigido dele
o
impossvel.
-
1 4
-
Das trs prosternaesno Jardim das Oliveiras
Aps
a Cei a mais
memorvel,
na
qual
o Amor e sua
Todo-poderosa
divindade so manifestas
com
tanto fulgor na
pessoa
de Jesus
Cristo,
em que concluiu a instruo de seus apstolos p or este
discurso sublime
onde
lhes revelou mais
claramente,
como ainda no o tinha f e i t o sua
prpria
divindade oculta
em
sua
humanidade,
os sofr imentos, as ignomnias e a morte qual i r i a ser
entregue pela traio
de
um entre
e l e s
a
sua
ressurreio gloriosa t r s dias d ep oi s, a s grandes
esperanas que d e v i am conceber e p or
ltimo,
a p e r f e i t a e eterna glorificao
de sua
humanidade;
seguiu a t o Jardim das Oliveiras. Seguiu nesta agonia mortal durante a
qual
fez a totalidade do
s a c r i f c i o reparador
da
s ua v o nt ad e hu ma n a, qu e
devia
preceder
o
s a c r i f c i o
da
sua
prpria vida,
pela
morte
que sofrer no di a seguinte.
l que vamos reencontrar Jesus s o l i t r i o parecendo abandonado pelo Cu e pela Terra,
abandonado
p or
seus discpulos amados que acabava
de
nomear seus amigos, que estavam
entregues a uma profunda sonolncia quando tinha a maior necessidade dos seus socorros, das
consolaes
da sua
amizade. Quando reclama com uma ternura
to
tocante, confessando-lhes que
a
sua
alma
est
tomada
de
uma
profunda
aflio
e
que
sentia
uma
t r i s t e z a
mortal,
l
que
vamos
reencontr-lo sozinho, abandonado
ao
seu
l i vr e r b i t ro
somente
vontade
de
homem puro qu e n o
cessa
jamais,
no
entanto, de
ser unido intimamente
ao
Verbo Divino que reside n e l e que f o r t i f i c a a
sua
humanidade,
mas
cuja ao parece suspensa
durante
o t e r r v e l
combate
a
que
i r entregar-se,
para deixar
ao
homem-Deus a honra e os frutos do t r i u n f o .
Jesus C r i s t o
estando
prostrado
na
t e r r a para orar a
seu
Pai, v-se a vtima s a c r i f i c a d a e vem
oferecer-se
para consumar
este s a c r i f c i o .
Mas sua prescincia divina mostra
sua
humanidade
de
quantas
dores, humilhaes, ignomnias,
a sua
morte deve ser
precedida.
sua
humanidade aflige
s e
assusta-se,
e g r i t a :
O meu Pai,
tudo
vos
possvel, faa
que
i s t o passe
distante
de mim.
A
est
o g r i t o de averso, to
natural
ao
homem para
os
sofrimentos
e
para
a
morte. Mas
a
submisso,
a
renncia
de
homem puro
que
retoma
prontamente, ento
g r i t a
de
novo:
Que
s e j a
no
entanto
no
o
que
desejo,
mas
o
que
Tu
desejas. Ele
se
levanta
para i r t e r com seus discpulos que
encontra
adormecidos
perto
d e l e .
Ele
vem
prosternar-se
uma
segunda vez,
tomado
da
mesma
t r i s t e z a
provando
a
mesma
averso,
formando
o mesmo pedido,
mas
submetendo do
mesmo modo
a sua
vontade
a
vontade
de Deus. Ele volta p ara seus discpulos que encontra no mesmo estado, e
r et or na nd o pa ra prostrar-se uma t e r c e i r a
vez, faz a mesma
orao,
forma o
mesmo desejo
e
submete-se
com
a mesma resignao. Suas foras humanas esto esgotadas p or to
grandes
esforos,
um
suor
de
sangue
cobre o
seu
co rp o e escorre at a
t e r r a mas
o s a c r i f c i o da sua vontade,
desta
vontade to a t i v a to
potente
nohomem p uro a c e i t a ; e um
anjo
-lhe enviado
para consol
l o
para f o r t i f i c - l o .
Esta descida
do
anjo,
este
socorro
c e l e s t i a l
que
lhe
enviado
prova
mais
evidentemente
ainda
neste
t e r r v e l combate, que a
humanidade
agia sozinha para suportar o peso, e que a potncia divina de
Jesus
Cristo
estava
ento
como separada.
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
12/19
12
Era-lhe necessrio
ser assim, e
i s t o no
podia ser d i f e r e n t e .
Ohomem primitivo,
o
primeiro Ado,
que tendo
trado
e
invertido pelo
abuso da sua liberdade,
pelo mau
uso que fez da sua
vontade
e de
todas suas faculdades,
todas
as intenes
da
Misericrdia sobre o
primeiro culpado,
tinha provocado
contra ele
mesmo
os rigores da Justia Divina.
Este abuso
da sua liberdade e
da
sua
vontade
s
poderia, portanto, ser
reparado
p or
um
ser
da
mesma
hierarquia, da mesma natureza, unicamente
p or um homem
puro,
aceito como vtima, e
onde
a p e r f e i t a
submisso
poderia
a l i v i a r
e
s a t i s f a z e r
a
Justia divina. unio do
Verbo Divino com
este
homem puro
era
para assegurar
o sucesso do
s a c r i f c i o
sem
diminuir
de
modo
algum
o
mrito
de
vontade
da
vtima
que
o
f a z i a
assegurando,
ao
mesmo tempo, o
perdo
e a graa do
gnero humano.
Assim,
n o d uv i d amo s qu e
em tudo o
que se
passa no Jardim das Oliveiras, o homem sozinho que desejou o que Deus queria dele e que se
submeteu, pois o sabemos bastante,
Deus
impassvel e no
p o d e nem
s o f r e r
nem
morrer.
Mas antes
de
deixar
o
Jardim
das Oliveiras, consideremos as circunstncias dignas da maior das
atenes para a instruo dohomem.
Ohomem primitivo, o primeiro Ado, tinha prevaricado e c om et i do o s eu c ri me pelo abuso de suas
t r s faculdades i n t e l e c t u a i s : do Pensamento, da
Vontade
e d a A o . Tinha insultado o
Pai,
o Filho e
o Esprito Santo, que juntos
so
um s Deus. Era, p o i s necessrio que o
segundo
Ad o , qu e o
homem-Deus reparasse estes mesmos insultos pelas mesmas vias
e
nas
mesmas propores.
o
que
explica
porque
o
homem-Deus Reparador faz t r s
prostraes
diferentes com as mesmas
angstias, fazendo a mesma orao e mostrando sempre a
mesma
resignao, e tambm porque o
s a c r i f c i o
da sua
vontade aceita apenas ap s
o
t e r c e i r o e que apenas quando recebe
o
testemunho
pelo a njo
que lhe enviado,
para
consol-lo e f o r t i f i c - l o .
- 1 5
Da P a i x o
Assim
que
o
homem-Deus
consumiu
o
s a c r i f c i o
da
sua
vontade,
retomou
a
calma
e a
serenidade
do
homem puro, que
se
submeteu
vontade
de
Deus. com esta
calma
da
a lm a qu e ele
vai
reencontrar
seus
discpulos, que o s c on vi d a a descansar, e que vai diante dos que, conduzidos
pelo
t r a i d o r Judas,
vm prend-lo. Continua
o
homem p uro e agindo l i v r e e voluntariamente que
se
apresenta durante
o resto de sua Paixo. Contudo aqui, sua Divindade manifesta-se p or um i n s t a n t e fazendo recuar e
c a i r p or t e r r a os
soldados
que vieram
prend-lo,
quando, a p s lhes
perguntar:
A
quem procuram?,
responde-lhes: Sou eu. fora divina desta palavra lhes arrebata, espanta e os faz c a i r mas Ele
os t r a n q i l i z a porque quer
sofrer e
morrer.
Esta
circunstncia ocorreu
apenas para nos
fazer
saber que se
o
quisesse, t e r i a podido
escapar-lhes
ento,
como o fez
outras
vezes.
Mas
tendo chegado a sua
hora, no se o p e
mais, e entrega-se
voluntariamente.
No
seguiremos
mais t od as a s
outras
circunstncias de Sua Paixo,
nem
o suplicio da
Cruz
que o
fez s o f r e r . Os
Evangelistas as descreveram,
e
suficiente
que o s le i amo s
para admirar,
a cada
momento sua pacincia e sua p e r f e i t a
submisso.
vtima sacrificou-se sem reservas, todo o resto
de
s ua P a ix o
apenas
a conseqncia do seu s a c r i f c i o .
O vemos
sobre a
Cruz,
como no Jardim
das Oliveiras, sempre o
homem puro,
f o r t i f i c a d o at ao f i m pela sua uni o
com
o
Verbo
mas, agora
deixado
sua prpria vontade,
para que
possa merecer
p or
ela
a t
a consumao do s a c r i f c i o a
glorificao que esta consumao assegura sua
santa
humanidade. Ele no quer qu e p o ss amo s
duvidar
deste
abandono,
d ad o que antes
de
e x p i r a r g r i t a
penosamente:
meu Pai,
meu Pai,
porque me abandonaste? Contudo, como
tambm
no quer que p ensemos que sobre a Cruz, como
anteriormente,
sua
Divindade
e s t e j a
separada
de
sua
humanidade,
manifestou
novamente
sua
Di vi ndade p rometendo,
para
no mesmo d i a um lugar no Paraso com Ele ao criminoso que
se
arrependeu
e que
f o i
crucificado a seu lado. Qual
outro
qu e n o o Deus nico, poderia fazer esta
promessa?
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
13/19
13
Estando consumado o
grande trabalho
de
redeno
do
gnero humano
o
homem-Deus
expira sobre
a
Cruz.
Ao
mesmo tempo,
a natureza
i n t e i r a
parece perturbada,
prodgios
i rrompem
p or toda
parte e
de maneira to
impressionante
e to g e r a l que um filsofo p ag o qu e o
observa
em sua regio
exclama: O autor
da natureza sofre neste momento ou o
universo
i n t e i r o
est se dissolvendo.
- 1 6 -
Pilatos, t i p o da covardia
Entre as
causas
secundrias que
contriburam para
o
cumprimento
do decreto divino de
redeno
dos homens pela
morte
de
Jesus C r i s t o a principal indiscutivelmente, a conduta criminosa, inqua
e
revoltante
de
Pncio P i l a t o s
governador da Judia
para
os Romanos.
Merece
de nossa parte a
mais s r i a ateno, menos pelas grandes conseqncias que resultaram ento, posto que faziam
parte das intenes doAmor I n f i n i t o
para com
os h omen s , q ue
devido
ao exemplo escandaloso que
deixou a este grande nmero de c r i s t o s fracos e hipcritas que, diariamente, qua se p or hbito,
como sem remorsos, se tornam frouxamente seus imitadores.
P i l a t o s coberto
da
autoridade
do
prncipe
que
representava, encarregado
de
fazer j u s t i a
que
devia
a
todos, aps t e r ouvido as queixas e as
acusaes
que
lhe dirigiam
tumultuosamente os sacerdotes e
os chefes da
nao
judaica contra o
homem-Deus
e que p e d i am sua
morte
com um tom cido e
i r r i t a d i o que detectava
o
seu verdadeiro motivo, e qu e n o permitia a j u i z algum duvidar que fosse
unicamente p or di o e cime que solicitavam to ardentemente sua condenao. Aps t e r ouvido as
testemunhas subornadas, cujos testemunhos reconheceu como v agos e demasiado
i n s i g n i f i c a n t e s
e
que aps haver interrogado vrias vezes ao homem-Deus admi ra a sabedoria de sua conduta, de
suas
respostas, o
seu
prprio
s i l n c i o qu an do n o
cr
mais que
deva
responder
a
certas
perguntas,
declara-o inocente
das
acu sa e s s ac adas contra e l e . E, contudo, p or uma inconseqncia
inconcebvel,
crendo
sem
dvida acalmar,
pela
sua cov a r de complacncia,
a
f r i a
de
seus
inimigos,
c on de n a- o a
ignominiosa
flagelao,
que
se prestava
em
certos
casos
a
punio
dos
escravos.
Mas
esta
condenao
no poderia s a t i s f a z e r
a
j u s t i a pois que Jesus, que
ele
julgava inocente, no
era
um escravo, nem
o
dio
de
seus inimigos que exigiam
sua
morte,
no f o i mais do que um meio
covarde
e
violento empregado, p or
um
j u i z
inquo,
que queria t r a n s i g i r com
sua
conscincia.
Aps esta flagelao sanguinria,
Pilatos
apresenta Jesus
a
seus
inimigos
dizendo:
Ecce Homo
cren do acalmar
seu
dio pelo
t r i s t e
espetculo que oferece a seus olhos. Mas
ele
se
engana, pois
eles
exigem
ainda mais
a sua morte.
P i l a t o s que
deseja s a l v - l o
se recorda que deve
a
nao,
no
tempo
da
Pscoa,
a libertao de
um p r i s i o n e i r o
e
propes
ao
povo
reunido a
libertao
de
Jesus.
Porm
os sacerdotes e os
chefes excitam
a p op ulao a
pedir p or
Barrabs, e
que
peam a
crucificao
de
Jesus. Eles
o
ameaam com
a desgraa de Csar
se
p e r s i s t i r se
recusar a a c e i t a r
seus pedidos.
P i l a t o s
assustado como
todos
o s ambicio so s
nestes casos,
pelo
cumprimento
das
a mea a s, ce de a
suas
i n s t n c i a s mesmo
que convencido
da inocncia de
Jesus.
E,
desprezando
a
advertncia que recebe de sua
mulher
que lhe pede para n o t oma r parte na perseguio de um
j u s t o
revelando-lhe
que
estava atormentada por
um
sonho
que t i v e r a
sobre
i s t o
na noite
a n t e r i o r .
Ele p ede gua para
lavar
as mos
e
se
declara inocente de sua morte.
Aps
esta r i d c u l a
demonstrao de
equidade,
ele o
condena
e o envia aos Juizes para a crucificao. Seus soldados o
levam
imediatamente
ao Calvrio. Ele
crucificado
e
algumas horas
depois,
expira
sobre a
Cruz.
Cristos
equivocados, escravos
covardes
do respeito
humano qu e n o do
a
mnima para
o s v os so s
primeiros deveres
para
com Deus e a r e l i g i o santa que d i z em professar, que os s a c r i f i c a sem cessar
ao
desejo
de
agradar
ao
mundo
e
aos
que
seguem
as
m x i ma s, qu e
se
envergonham
dos
p r e c e i t o s
dos conselhos, das mximas do Evangelho e negligenciam mesmo em conhec-lo, estud-lo, v os
considerando mais l i v r e s
na vossa
ignorncia e mais rigorosamente sujeitados
ao dever
p-lo
na
p r t i c a : vem em Pilatos o quadro verdadeiro da vossa conduo habitual, as ms disposies do
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
14/19
14
vosso
corao,
a
vergonha
de
v s
mesmos
se
ainda no totalmente depravados.
Defendidos, durante
os primeiros t emp o s d a vossa
vida pelos prncipes
da
educao c r i s t que vos
recebeu,
l u t a s t e s durante
algum tempo
contra a t o r r e n t e de
incredulidade
que
inunda
o mundo
adulando-os talvez para r e s i s t i r
sempre.
Mas
cedo
as
v os sas p a ix es
despertaram:
a a mbi o , o
amor de uma
glria
v e das honras momentneas que p odem, s vezes, procurar,
apoderaram-se
de
vs.
sociedade
dos meio
sbios, quase todos
infectados
do v en en o da incredulidade,
tornou-se p or
gosto e p or escolha a vossa, e sua doutrina mp i a e perigosa determi nou a vossa d e r r o t a . Se no ousa
ainda
renunciar
abertamente aos atos pblicos do cristianismo, entrega-se o mais
raramente possvel
e sempre
examinando
com cuidado
qual
grau de
considerao
poder adquirir ou conservar com a
companhia
mais ou menos recomendvel ao qual se associa, p or e s t e s a t o s .
Porque
no mais a
Deus ap enas os vossos pensamentos e as vossas aes, ao mundo somente, e age apenas
maquinalmente e p or um resto de hbito em vossos atos
r e l i g i o s o s .
Hipcrita
portanto,
a promessa que f i z e s t e a Deus no vosso batismo, ou que
f o i
f e i t a ento,
em
vosso nome e que r a t i f i c a s t e s v s mesmo? Podeis
bem
fazer-vos i l u d i r mas podeis enganar aquele
que
a
prpria Luz
e a Ve rd ad e,
que
sonda
os coraes
e
l os
p e n sament os mais
secretos? Ele
v os
pede um culto p uro e sincero no
qual
todas as potncias e faculdades do vosso ser devem p a r t i c i p a r .
E le quer
ser
adorado em
e s p r i t o
e verdade, e
v s quereis
responder-Lhe atravs de r i d c u l a s
afetaes. Ah Tremam e temam que r e a l i z e contra v s a ameaa t e r r v e l que Ele fez a um vosso
semelhante: todo aquele que,
declarar-se
contra mim diante
dos
homens, declarar-me-ei contra
ele
diante de meu P ai que est no cu . P eam, portanto, do fundo do corao, af i m d e qu e as reflexes
que
v os
so apresentadas
aqui
germinem em vs, e
vos
faam tomar firmes
resolues
contra o
maldito respeito humano que vos perderia infalivelmente.
Reconhecemos
firmemente e invariavelmente a
unio ntima, p e r f e i t a
e
jamais i n d i v i s v e l
que
f o i
realizada
em
Jesus
Cristo
desde
o
momento
de
sua
concepo
no
ventre
da
Virgem
Maria,
da
natureza
divina incriada com a natureza humana c r i a d a . E, se
o
qu e dissemos sobre i s s o deixou a menor
dvida
sobre
a nossa
firme
crena, atribuam apenas pelo uso de algumas
expresses
mal escolhidas ou
mal
i n t e r p r e t a d a s .
Aps
t e r
considerado
a excelncia o r i g i n a l do homem primitivo,
seu elevado
destino, a grande
potncia e autoridade
das
quais
f o i coberto
para
poder
r e a l i z a r os desejos do Amor e
da
Misericrdia
Divinas
em prol dos primeiros culpados, e
que
temos visto seguidamente tornar todos
e s t e s poderes
meio
i n t e i s p or s ua prevaricao,
reconhecemos
a
necessidade
da
uni o d as duas
naturezas em Jesus
C r i s t o para tornar
i n f a l v e l
o sucesso da reparao universal da
qual
fora encarregado. Unio
necessria para t o r n - l o
invencvel n a co ns u ma o do
s a c r i f c i o que
tinha de
f a z e r
apresentando-se
voluntariamente
f r i a
de
seus
inimigos,
aos
i n s u l t o s
s
humilhaes
mais
retumbantes
e
morte
mais
ignominiosa,
sem
diminuir
o mrito da
vontade humana que consentia
a
s a c r i f i c a r - s e . Tambm
reconhecemos qu e
as duas n a t u r e z a s
embora
sempre
unidas em Jesus
C r i s t o
contudo opera cada
uma
distintamente,
sem confuso
e
s vezes ambas
unidas, a sua
ao e s p e c f i c a
de acordo com o
caso
e
as circunstncias. P or ltimo, reconhecemos que,
embora
as duas
naturezas
sempre
sejam
unidas e
existentes em
Jesus Cristo
sem
que
possa
fazer-se nenhuma
separao
r e a l
a a o
de
sua
Divindade
mostrou-se
como suspensa nele e em certa medida separada, em
algumas
circunstncias
de
sua
vida
temporal. Vimos esta
suspenso
especialmente
marcada durante
a
tentao que
provou no
deserto,
aps um jejum de 40
d i a s . Pareceu-nos
ainda mais impressionante durante a
angstia,
a t r i s t e z a
mortal da
qual f o i tomado
no Jardim das
Oliveiras
e na noite da
Paixo,
at a
sua morte
sobre a
Cruz. F o i nestes t e r r v e i s combates que
pareceu
inteiramente abandonado a
s i
mesmo
ao seu l i v r e
r b i t r o
sua
prpria
vontade
de
homem
f o r t i f i c a d a
nele
pela
presena
do
Verbo,
qu e
d e i x a - l h e a t
o
f i m do combate, o mrito da v i t r i a sobre a
morte,
e do
completo
triunfo sobre as potncias do
inferno
enviadas contra e l e .
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
15/19
15
-
1 7
Sublimes
trabalhosdeamor de Jesus Cristo
Mas Jesus
Cristo estando
morto, porm
v i t o r i o s o retoma
imedia tament e o s d i r e i t o s
de unio
i n a l t e r v e l e n t r e a natureza divina e a natureza humana g l o r i f i c a d a s em
sua
pessoa. su a alma pura e
s a n t i f i c a d a
unida
ao Verbo
todo
poderoso d esce a os
infernos, lugar
de horrveis privaes, lugar
onde
a
multido
dos
homens precedentes, extraviados
pela
seduo
do
Prncipe
do
mundo
qu e
lhes fez
r e a l i z a r
crimes sobre crimes, gemia
sob
a
mais
t e r r v e l
t i r a n i a .
a estes
i n f e l i z e s
oprimidos qu e
leva os
primeiros
s o c o r r o s da redeno g e r a l
do gnero
humano. Ele vai a e s t e s lugares tenebrosos, acorrentar
para
sempre
a potncia qu e pretendia
ser
o seu
i g u a l
e
para
provar-lhe a sua inferioridade e a sua
dependncia, arranca-lhe as vtimas de sua malicia contra o homem e da sua f r i a contra Deus. D a
e s t a s i n f e l i z e s vtimas a liberdade de usar ainda contra
esta
potncia a
vontade
que havia ligado sua,
e de poder colher ainda o f r u t o da redeno.
Depois d i s t o vai p u r i f i c a r os c r c u l o s de expiao e de p u r i f i c a o lugares onde os homens menos
culpados, que tivessem
conhecido
e
adorado
um Deus criador de
todas
as c o i s a s
e x p i a v a m
penosamente seus extravios temporais e sofriam a penalidade devida prevaricao do seu
pai
temporal,
e
de
sua
posteridade.
Consola-os,
f o r t i f i c a - o s
mostrando-se
a
eles
vencedor
do
seu
inimigo,
e mostrando-lhes um termo s
suas
penalidades das quais
abrevia
a durao.
Ele v a i
p or ltimo, mostrar-se aos
p a t r i a r c a s
e justos que tinham esperado
sobre
a t e r r a com f e
esperana o di a que vinha b r i l h a r diante deles, este di a f e l i z que Abrao, pleno de f viu e desejou
com ardor. Consola-os
de
uma
to longa
espera, e para recompensar a sua f quebra as b a r r e i r a s
destes lugares de cativeiro que nomeamos Limbos e o s co nd uz , em t r i u n f o como perfeitamente
reconciliados
aos
lugares de
descanso
e
de
beatitude
temporal,
onde
todos
os f e l i z e s reconciliados
esperaro em p az o f i m dos tempos, para i r seguidamente j u n t o s como abenoados do P a i gozar
eternamente a sua s a n t i f i c a o
acima do espao c r i a d o nesta f e l i z imensidade, cujo sangue
de
Jesus
Cristo
abriu-lhes
a
entrada.
a e s t e s grandes e sublimes trabalhos doAmor e
da
Misericrdia
divinas qu e
Jesus C r i s t o vencedor
da
morte
e de
Sat, empregou
durante os
t r s
dias da sua sepultura,
e s t e s t r s
dias
que
o resto ignora
e foram
i n v i s v e i s
a todos os homens
da
t e r r a .
- 18
Da ressurreio e
dos
corpos
gloriosos
Porm, mal o t e r c e i r o di a comeado,
ressuscita
gloriosamente do
tmulo pela sua
pura
potncia
d i v i n a
e
comea
a
mostrar-se
aos
qu e
o amaram o
mais
ternamente
p o s s v e l
sob
uma
nova
forma
corporal,
em tudo
semelhante
que
havia t i d o e n t r e os
homens,
mas glorioso
e
impassvel,
da
qual se
r e v e s t e e que faz tambm desaparecer sua vontade.
com esta
mesma forma gloriosa que aps t e r
conversado,
caminhado,
comido
com
seus d i s c p u l o s d ur an te quar en ta d i a s que
lhes
aparece
e
desaparecendo
to de repente diante deles quando
quer,
aps t e r - l h e s recomendado que batizassem em
seu
nome,
de ensinar aos
homens
o
mistrio inefvel
da
Trindade divina do
P a i
do
Filho e
do
E s p r i t o
Santo, formando um s Deus, que
ascende
gloriosamente aos
cus
em sua presena, onde ser
eternamente
o Deus, tornado v i s v e l aos anjos e aos
homens
s a n t i f i c a d o s nesta forma humana
g l o r i f i c a d a .
Mas qual
a natureza
desta nova
forma c o r p o r a l qual a diferena essencial desta sobre a
primeira?,
Perguntaro
estes homens
carnais
e
materiais
qu e n o
vem
nada
a
no
ser
atravs
dos
olhos
da
matria, e os que so
bastante
i n f e l i z e s para negar a espiritualidade de seu s e r e aqueles tambm
que, unidos exclusivamente no sentido l i t e r a l
das t r a d i e s
r e l i g i o s a s no querem ver
na
forma
corporal do homem primitivo antes da sua queda, mais do que o corpo de matria com o qual e s t
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
16/19
16
atualmente r e v e s t i d o nele reconhecendo
apenas
uma matria mais
depurada.
Jesus Cristo
mesmo
que vai provar-lhes a diferena
essencial destas duas
formas corporais e sua destinao,
revestindo
se
de umap s a sua ressurreio, aps t e r destrudo a outro no
tmulo.
Jesus, homem-Deus querendo tornar-se
em tudo semelhante ao homem
r e a l para
poder
se oferecer
como um
modelo
que pudesse imitar em
tudo,
apresentou-se
nascendo
revestido de
uma
forma
material perfeitamente
semelhante do
homem punido
e
degradado.
Difere, contudo, no nico
ponto
em que
a
forma
material
do
homem
concebido
pela
concupiscncia
da
carne
c o r r u p t v e l
ao
passo
que
a forma
material
de Jesus,
concebida
pela nica operao do Santo-Esprito e sem
nenhuma participao dos
sentidos
materiais, i n c o r r u p t v e l . Mas
Jesus
Cristo deposita no tmulo
o s element os da
matria,
e ressuscita numa forma gloriosa qu e no mais do que a aparncia de
matria, qu e n o conserva mais os Princpios elementares, e qu e no mais do que um envelope
imaterial do
ser
essencial que quer
manifestar
a sua ao e s p i r i t u a l e tornar-se v i s v e l aos homens
revestidos de matria. Se algum pudesse a in da d uv i da r desta importante verdade, que r e f l i t a
seriamente
sobre as surpreendentes aparies sob
formas
humanas do
arcanjo
Gabriel a Maria e
Zacarias,
pai
de Joo B a t i s t a sobre as dos anjos enviados a Abrao para predizer-lhe o nascimento
de
Isaac
e da
punio
de
Sodoma do
anjo
condutor do
jovem
Tobias, e um
grande
nmero
de
outros aparecimentos semelhantes dos e s p r i t o s puros, dos
quais
a forma corporal f o i reintegrada
em
s i
e
desapareceu to
logo
a
sua
misso
especfica estava terminada. Provam todos
a
mesma
verdade.
Jesus Cristo ressuscitado, reveste-se desta
forma
gloriosa cada v ez que quer manifestar a
sua
presena r e a l a
seus
apstolos, para fazer-lhes conhecer que desta mesma forma, ou s e j a de uma
forma
perfeitamente semelhante e
tendo
as mesmas propriedades, que
o
homem estava revestido
antes de sua prevaricao. E,
para
ensinar-lhes qu e d ev i am aspirar a ser revestidos outra v ez ap s a
sua
p e r f e i t a
reconciliao, no f im dos tempos. Ser l com e f e i t o que ser a
ressurreio
gloriosa
dos corpos, que sero, ao mesmo tempo, alterados pelos homens reconciliados, bem como o
expressou So Paulo mas,
que n o sero alterados pelos r e j e i t a d o s . e s t a
enfim, a ressurreio
gloriosa, p or cuja ingesto r e a l do corpo e o sangue de Jesus
Cristo
t r a z a todos, que participam
dignamente, o
germe
f r u t i f i c a d o r .
- 1 9 -
Dohomem decadoe do sacrifcio da sua vontade
Todo homem
instrudo
da
excelncia original
do
homem primitivo,
de
seu elevado
e
sublime
destino no universo criado,
das
grandes virtudes,
potncia
e autoridade
das
quais f o i revestido para
preench-lo,
no p ode
dissimular, vendo o
homem
atual
desvestido
de toda sua g l r i a cado na
depreciao, i n f e l i z
e tornado escravo
do implacvel
inimigo
do qual tinha sido
estabelecido
como
dominador, s u j e i t o a um estado de severa
punio,
j u s t a e merecida;
que pelo orgulho,
comete d i r i a
e
permanentemente novas
infraes;
que
abusa
enormemente
da
sua potncia,
da sua
vontade
e de
todas
suas faculdades
i n t e l e c t u a i s
que
o
separaram
de
Deus;
que
se
vincula pela
sua
escolha
a o Ma l,
e
que tornou-se
incapaz de
se
aproximar
p or
s i
mesmo
doBem e
que continuaria
a ser
eternamente
separado
do seu Deus,
se
o
Amor
i n f i n i t o do Criador
para
a sua c r i a t u r a amada no destrusse
esta
barreira
de
eterna
separao
pela
Sua
encarnao num
corpo de
homem
do
qual quis r e v e s t i r - s e
para
poder sofrer e mo rr er
neste
corpo, e
expiar
assim
pelo culpado
tudo o que devia
J u s t i a .
Mas para
que o
homem
possa
individualmente
colher os
frutos
da redeno do
gnero humano
e
apropriar-se
plenamente da parte
que
lhe destinada, necessrio
que
contribua,
p or meio
de
todos
os esforos
dos quais
capaz , pa ra
a d q u i r i - l a ;
como f o i
pelo
abuso da s ua v on ta de que se tornou
culpado
e mereceu a punio,
somente pelo melhor
e constante
bom uso
da sua vontade que
p o d e
reparar a sua f a l t a . necessrio, portanto, que incessantemente, e em
todas
as oportunidades faa e
renove
do
fundo
do
corao
o
s a c r i f c i o
da
sua
prpria
vontade,
desta
vontade
do
velho
homem
que
permaneceu para a sua desgraa. necessrio que adquira o f e l i z hbito de uma
i n t e i r a
abnegao e
de sua
mais p e r f e i t a renncia
de
Deus, que se far sempre conhecer totalmente quando a
sua
renncia for s i n c e r a . Sentimos tanto a importncia que pedimo-lo to dos o s dias a Deus na orao
-
7/26/2019 O Homem Deus Willemoz
17/19
17
que e l e
mesmo
nos
ensinou, mas
convm
de boa
f que faamo-lo freqentemente p or
hbito e
sem
muita reflexo.
Neste caso,
que
p o d e produzir?
Os a c r i f c i o da
vontade
prpria e a
i n t e i r a
abnegao de s i mesmo so to necessrios ao homem que
ele
no deve
esperar a
sua
p e r f e i t a
reabilitao
enquanto
este
s a c r i f c i o
no for realizado, completo
e
aceito pela J u s t i a . vida
i n t e i r a
lhe dada
para
aprender a f a z - l o mas
freqentemente
e qu ase
sempre
chega ao seu
termo
antes de
efetivamente
t - l o comeado, e permanece
lamentando-o. Mas
a
divina
Misericrdia,
sempre
ativa
em
seu
favor,
sem
contrariar
os
d i r e i t o s
da
J u s t i a
vem
ao
seu
socorro.
Atribui-lhe uma segunda vida
que ser
prolongada de
acordo
com suas necessidades.
Criou
para
ele um lugar de sofrimentos e x p i a t r i o s de d i f e r e n t e s graus, e de privao p u r i f i c a t r i a no
qual
poder r e a l i z a r
a sua obra, e
merecer
a sua p e r f e i t a reconciliao. Porque l que sofrendo tanto e
p or t od o o tempo que exige a J u s t i a mas, f e l i z por uma firme esperana, pagar a sua dvida at o
ltimo bolo.
Cristos, no se
iludam
Independentemente de quaisquer opinies sobre o estado das almas j u s t a s
que d e i x am este mundo no esqueam jamais qu e nada i mp u ro p o de entrar no Cu, e aquele que
leva
consigo
a menor m an cha , n o
pode
habitar com o que a prpria pureza e santidade.
Sejam,
portanto, cheios
de
amor e reconhecimento para este Deus bom
que,
conhecendo a vossa fraqueza,
estabeleceu para
v s
meios
expiatrios
e
de
purificao s a t i s f a t r i o s .
O preceito de uma t o t a l s u bm is s o vontade de Deus e uma p e r f e i t a renncia de s i mesmo to
absoluto, e a sua constante execuo
ao
mesmo tempo, to d i f c i l que nosso Divino Senhor e
nico Mestre
Jesus
Cristo
veio
Terra
para
ensinar-nos, tanto pelo seu exemplo qu an to p o r suas
instrues. Qual maior exemplo
podia
deixar-nos do que
o
seu consentimento t r s
vezes
repetido no
Jardim das Oliveiras, de morrer ignominiosamente sobre uma Cruz, apesar da averso extrema qu e a
sua humanidade
assustada acabava
de
manifestar? homens,
que l i o
Meditemos sobre e l a
di a e
noite e nunca a percamos de v i s t a .
-20-
Os
mistrios
da
Cruz
Mas antes
de
terminar, paremos
ainda alguns
instantes para meditar
sobre o
grande mistrio
da
Cruz,
que
estava
predestinada
a
ser
o instrumento de
suplcio
do
homem-Deus
e da
grande
obra da
reconciliao universal. Esta meditao nos fornecer uma nova oportunidade
de admirar o
caminho
e
as
vias da divina Providncia,
que dispe
sua v o nt ad e
dos
acontecimentos na ordem
temporal
e
p o l t i c a para chegar
a
seus f i n s .
Todas
as grandes naes dirigem-se geralmente,
enquanto forem
l i v r e s nos seus negcios
especficos pelas
l e i s
regras
e costumes
que
adotaram.
l e i
Mosaica
era
ainda,
na
poca,
literalmente observada pelos
Judeus, e os dirigiam em
tudo
o
que se r e f e r i a
r e l i g i o culto e
governo i n t e r n o .
Desde
que caram sob a dominao dos
Romanos
e que a Judia er a apenas mais
uma provncia romana,
foram s u j e i t o s
s
l e i s romanas.
Lei de
Mo i s s c on de na v a
lapidao
(apedrejamento) quem
se
tornasse culpado
de crime contra a r e l i g i o .
Jesus,
a cu sa do a t e r - s e
f e i t o
igual a
Deus
na
f r e n t e
de um t r i b u n a l que queria ver nele apenas um homem comum
apesar dos
milagres mais impressionantes t e r i a sido,
portanto,
condenado a
ser
lapidado. Contudo, as profecias
haviam predito
que
o
Cristo s e r i a
mor