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Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
O LIXO NA HISTÓRIA
PIMENTEL, Rosane Maria Professora Licenciada em História e Especialista em História Social
6ªsérie A
INTRODUÇÃO
O Projeto Político Pedagógico do Colégio Fênix contempla, entre outras propostas, a
formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos. Nesse sentido, é relevante o
desenvolvimento das potencialidades do trabalho individual e do trabalho coletivo baseado na
Concepção Crítica de Educação.
Dentre as ações desenvolvidas pela equipe escolar para atingir os objetivos propostos,
encontra-se a execução de projetos. Os diferentes componentes curriculares colaboram na
construção da cidadania ao realizar intervenções pedagógicas capacitando os alunos intelectual
e socialmente.
Comprometidos com a comunicação humana e com a construção do conhecimento, os
profissionais do Colégio Fênix propuseram que em 2005 o Projeto “Interpretação –
transformando leitura em conhecimento” envolvesse a Escola, a Família e a Comunidade numa
abordagem sócio-interacionista. Como parte desse trabalho pretendeu-se o estudo da história do
lixo e os problemas atuais de produção e destinação do mesmo, sendo que a escolha do assunto
levou em consideração as necessidades dos alunos, a relevância do tema , da
interdisciplinaridade e o tempo para a realização das ações. Os trinta e oito alunos da 6ª série A
(dezenove meninas e dezenove meninos) envolvidos no planejamento e execução do Projeto
por cinco meses deveriam, como apontam os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997),
interpretar documentos de diferentes linguagens, produzir textos e estabelecer relações entre o
passado e o presente. Esperava-se ainda que demonstrassem habilidades na compreensão e
identificação de permanências e mudanças na história, assim como no que se refere às diversas
formas de organização social, política e econômica.
Para realizar a mediação no processo ensino-aprendizagem, além das questões atuais
citadas acima, o feudalismo foi tomado como um modelo geral. Dreguer e Toledo (1997)
escreveram sobre as semelhanças entre os diferentes grupos sociais que habitaram a Europa
Ocidental entre os séculos V e XV, justificando que os historiadores tenham criado um modelo
geral, a partir dessas semelhanças entre as várias regiões, denominando-o feudalismo. A
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História, então, corresponde a uma interpretação que os historiadores fazem dos momentos
históricos que estudam.
A história do lixo relaciona-se com a história econômica, social e cultural. A partir da
Revolução Industrial, o problema da produção e destinação dos resíduos se estabeleceu com
gravidade crescente e hoje existe alguma consciência e esforços para mudanças que resultem
em melhores condições de vida para a humanidade.
Analisando a Nova História como uma reação contra a abordagem historiográfica
tradicional, Burke (1992) escreve sobre os novos campos de estudos da ciência histórica num
universo que se expande e se fragmenta, com uma necessidade crescente de orientação. São
destacadas novas especializações como a história das emoções, do consumo, da publicidade, do
gerenciamento e do meio ambiente ou eco-história. Essas abordagens preocupam-se com o
mundo da experiência comum como seu ponto de partida onde a vida cotidiana é a
problemática, mostrando como o comportamento ou os valores aceitos em uma sociedade, são
rejeitados em outra. Assim, as ações e as atitudes do cotidiano devem relacionar-se com a
mudança e aos grandes acontecimentos históricos, e o seu estudo exige a diversificação das
fontes históricas.
Bourdieu citado por Burke (1992) afirma que uma maneira de evitar a superficialidade
da análise é utilizar a noção de “hábito” de um grupo social particular, ou seja, a propensão de
seus membros para selecionar respostas de um repertório particular, de acordo com as
demandas de uma determinada situação ou de um determinado campo. Nesse projeto trabalhou-
se com um grupo de alunos e suas famílias compostas por profissionais liberais (médicos,
dentistas, advogados, engenheiros), funcionários públicos, educadores e empresários. Os
familiares participaram do projeto acompanhando as tarefas, o estudo dos adolescentes e
respondendo a um questionário de perguntas fechadas. Pessoas da comunidade próxima aos
alunos também foram convidadas a responder às questões sobre o lixo, seu destino e suas
atitudes em relação ao assunto.
Os estudos sobre o lixo, suas conseqüências indesejadas ao ser humano e ao meio
ambiente, bem como o seu destino foram abordados por Narciso Junior e Jordão (2000). O
texto traz críticas, reflexões e ferramentas que contribuem efetivamente para a minimização do
problema do lixo.
Considerando a abordagem sócio-interacionista, interdisciplinar e as orientações
didáticas dos Parâmetros Curriculares Nacionais, as dinâmicas utilizadas ao longo do trabalho
valorizaram inicialmente, os saberes que os alunos já possuíam sobre o tema abordado com
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momentos de troca de informações. Em seguida, avaliou-se como enriquecer tais repertórios,
propondo novos questionamentos, pesquisas e investigações. Foram utilizados textos
históricos, quer na forma de documentos escritos ou de imagens, como representações de fatos
passados, atividades lúdicas, os símbolos, as pesquisas e entrevistas, além do trabalho em
grupo que favorecem a compreensão mais ampliada do mundo.
No planejamento do Projeto e no trabalho didático-pedagógico cotidiano, buscou-se
incorporar o desenvolvimento de competências e habilidades. Perrenoud citado por
Stampacchio (2003) afirma que “competência em educação é a faculdade de mobilizar um
conjunto de recursos cognitivos – como saberes, habilidades e informações – para solucionar
com pertinência e eficácia uma série de situações. Os esquemas de pensamento não são
observados diretamente, mas sim inferidos.”
Zayas citada por Stampacchio (2003) declara que a ação e os modos de atuar envolvidos
na interação do educando com o objeto de estudo são as habilidades. Assim, competências e
habilidades são mobilizadas num processo educativo ativo, sendo as habilidades observadas e
até mesmo enunciadas na formulação de uma atividade. As duas categorias didáticas apontam
critérios de avaliação nas etapas do Projeto.
Um projeto de leitura que pretende contribuir para a formação de cidadãos críticos e
participativos, contempla também sociabilidade, o compartilhar de significações e de
competências para sua decodificação. Além do material didático adotado que incorpora
diversos tipos de textos, de diferentes autores, épocas e lugares, a utilização de outros
documentos como recurso de aprendizagem tem merecido destaque. Mello (2004) declara que
o uso do documento supera a dicotomia ensino-pesquisa, além de possibilitar ao aluno
condições de reflexão de natureza histórica. E por documento, entende-se todos os signos
produzidos em uma sociedade nos quais os alunos investigam as condições da produção do
discurso. Indispensável então, a leitura de várias interpretações do mesmo fato para enriquecer
a aprendizagem e a formação do aluno.
Bell citado por Carmo (2003), afirma que na nossa sociedade pós-industrial ou da
imagem, ganha ainda mais importância as capacidades intelectuais, aliadas ao desenvolvimento
e ao uso de equipamentos informatizados. Na atual forma de capitalismo, vivenciam-se novas
maneiras de ver e de viver, com mutações do espaço e do tempo, e a escola pode contribuir
para uma convivência saudável com este mundo efêmero de imagens, informações e
tecnologias sofisticadas, através de sua decodificação e da ampliação do repertório textual dos
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alunos onde a informação tem significado capaz de gerar movimento e buscar alternativas de
mudança.
A temática do feudalismo é estudada no Ensino Fundamental, principalmente no que se
refere à cultura teocêntrica, à posse e exploração da terra e às relações sociais e econômicas
nesse contexto. Está presente no material didático utilizado pelos alunos envolvidos na
atividade de pesquisa no primeiro semestre do ano letivo. É um assunto significativo para os
educandos que são atraídos pelas armaduras dos cavaleiros, campeonatos, guerras, castelos e
bruxas; muitos desses símbolos estão presentes em inúmeros jogos e filmes acessíveis aos
alunos.
Para ampliar o estudo, incluindo outros sujeitos históricos e seu cotidiano, foi
fundamental o planejamento de atividades com fontes escritas e não-escritas diferenciadas,
trabalhadas individual ou coletivamente. As ações do Projeto oportunizaram aos alunos a
contextualização das informações, a interpretação e produção de textos, o entendimento da
mentalidade e da organização sócio-política e econômica do feudalismo, assim como, a
possibilidade de relacionar o passado e o presente, descobrindo-se como sujeito histórico.
OBJETIVOS
Considerando o Projeto Político Pedagógico do Colégio Fênix, pretendeu-se transformar
leitura em conhecimento envolvendo os alunos em atividades significativas favorecendo o
desenvolvimento das potencialidades do trabalho individual e do trabalho coletivo. Ao final do
Projeto os alunos devem interpretar documentos de diferentes linguagens, produzir textos e
estabelecer relações entre o passado e o presente nos estudos realizados. E ainda:
- identificar permanências e mudanças na história;
- compreender a organização social, política, econômica e cultural do feudalismo;
- estudar as condições de higiene e saúde no feudalismo;
- conhecer aspectos da história do lixo;
- levantar dados junto à escola, família e comunidade sobre o tratamento dado ao lixo;
- investigar as razões que dificultam a mudança de mentalidade e de atitude em relação
ao problema do lixo e seu destino;
- compreender a importância da mudança de comportamento da sociedade em relação a
questão do lixo;
- sugerir ações para minimizar os problemas identificados nos estudos, envolvendo a
escola, a família e a comunidade.
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METODOLOGIA
Foram planejadas ações que estimularam a leitura de diferentes portadores de texto,
verbal e não verbal, e a cada etapa os alunos tiveram a oportunidade de produzir conhecimento.
No início de março, os alunos responderam a um questionário para a verificação do
conhecimento prévio dos mesmos sobre a temática da produção e destino do lixo. Em seguida,
houve a divisão da turma em duplas que, sob orientação da professora, pesquisaram as noções e
as condições de higiene e saúde da sociedade feudal. Paralelamente, em sala de aula, estudou-
se por meio do material didático, a organização social, política e econômica do feudalismo.
Após um mês, os grupos partilharam com os demais colegas o que aprenderam e entregaram a
produção escrita coletiva e individual sobre o tema.
Em abril, os alunos pesquisaram sobre a história do lixo no laboratório de informática
do Colégio (duas horas/aula). Na sala de aula, organizados em duplas e com base nos estudos e
pesquisas realizadas em março e abril, foram orientados a comparar e identificar semelhanças e
diferenças entre as características do feudalismo e a sociedade brasileira atual. Em duas aulas,
elaboraram um texto por grupo identificando mudanças e permanências na história.
Em seguida, no mês de maio, estudou-se o fascículo “Lixo: o que fazer com ele?” do
Projeto Escola e Cidadania, da Editora do Brasil. O texto foi lido, interpretado, discutido e as
atividades propostas foram realizadas por meio da produção individual de texto, de pesquisas e
entrevistas.
Concluindo as ações, em junho, houve a partilha dos dados levantados sobre o destino
do lixo residencial, comum e reciclável, tanto no bairro e na escola quanto na cidade. Alunos,
familiares e comunidade responderam a um questionário fechado sobre o mesmo assunto.
Finalizando, cada aluno produziu uma síntese textual com informações sobre a história do lixo,
a importância da mudança de comportamento diante dessa questão e sugestões de ações
possíveis para minimizar o problema do lixo no âmbito da escola, da família e da comunidade.
A avaliação foi realizada ao longo da Pesquisa de acordo com as ações concretizadas.
Nela foram analisadas as seguintes habilidades: leitura e interpretação de texto, compreensão
do contexto, comparação, identificação de características, domínio de informações essenciais e
relação entre as informações.
RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
1ª atividade: Verificação do conhecimento prévio dos alunos
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Responderam ao questionário 37 alunos. Trinta e seis deles consideraram o lixo um
problema grave e que exige soluções urgentes. Também reconhecem que nem tudo o que se
joga é lixo, demonstrando que possuem noções de reciclagem e reaproveitamento de materiais.
Quanto ao destino do lixo, conhecem o significado das palavras: aterro, incineração,
reciclagem, compostagem e coleta seletiva. Apenas oito conhecem o processo de produção de
combustível do lixo.
Sobre a destinação do lixo da cidade de Bauru, 97% dos alunos sabem da existência do
aterro sanitário, da reciclagem e da coleta seletiva. A mesma porcentagem de alunos
desconheciam existir na cidade a incineração, a compostagem e o combustível do lixo. Cerca
de 70% confirmaram que existe tanto na sua residência quanto na escola a separação dos
materiais recicláveis e que no bairro onde moram a Emdurb (Empresa de Desenvolvimento
Urbano de Bauru) realiza a coleta seletiva.
Considera-se que os alunos tiveram até a 5ª série do Ensino Fundamental, estudos
relativos ao problema do lixo e que têm conhecimento sobre o meio em que vivem.
A partir deste diagnóstico, foram planejadas ações que oportunizaram a ampliação dos
estudos.
2ª atividade: Pesquisa em duplas sobre as noções e as condições de higiene e saúde da
sociedade feudal
Os alunos se dividiram em dezenove duplas e após um prazo de quarenta dias,
apresentaram um trabalho de pesquisa bibliográfica, organizado com algumas noções de
metodologia científica. No entanto, vinte e seis alunos trabalharam em duplas e dez delas
apresentaram ótimas pesquisas. Por opção, dificuldade de locomoção ou falta de organização
do trabalho em dupla, nove alunos realizaram a atividade individualmente e três apresentaram
ótimas pesquisas. Uma dificuldade trazida pelos alunos durante a orientação da pesquisa foi a
de encontrar fontes sobre as condições de vida, higiene e saúde, no campo e nas cidades,
durante a Idade Média. Esse fato aguçou ainda mais a curiosidade dos mesmos e foi superado
em tempo hábil.
Após a conclusão do grupo, cada aluno deveria anexar à pesquisa sua produção
individual contextualizada em forma de texto, desenho, história em quadrinhos, texto de ficção,
charge, acróstico, paródia ou outra. A maioria dos alunos organizaram o trabalho escrito às
vésperas de sua entrega e não dedicaram tempo a sua conclusão individual criativa. Todos, com
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exceção de uma aluna que escreveu um acróstico com a palavra saúde, optaram por escrever
um pequeno texto sintetizando parte do texto pesquisado.
No dia da partilha da pesquisa, os alunos mostraram-se muito interessado em dividir o
que descobriram com a turma e relacionaram o assunto investigado com o estudo do
feudalismo em sala de aula.
Alguns aspectos comuns foram abordados nos trabalhos e mereceram destaque no dia
da apresentação: a falta de conhecimento sobre a relação entre higiene, saneamento e saúde na
Idade Média; as crenças religiosas e mágicas presentes na medicina (influência dos astros,
castigo de Deus; a sangria); a péssima alimentação dos mais pobres; os banhos, que não
passavam de três ao ano; a alta taxa de mortalidade de crianças e adultos; a infestação de
piolhos, pulgas e ratos; e doenças como a lepra e a peste negra. Quanto a essas duas doenças,
dialogou-se que em Bauru o Hospital Lauro de Sousa Lima já foi uma colônia de leprosos
(hansenianos) construída afastada da cidade, demonstrando a exclusão e preconceito com os
doentes no século XX. A história do flautista de Hamelin (livro e filme) foi lembrada, pois
aborda a superpopulação de ratos de uma cidade medieval.
Nas conclusões de aproximadamente 65% dos alunos aparecem relacionados o estudo
realizado em sala e as informações levantadas na pesquisa; a comparação entre o passado e
presente no que se refere (1) à medicina, (2) às condições de higiene, saneamento e saúde e sua
importância na prevenção de doenças e na elevação da expectativa de vida de uma população,
(3) ao preconceito e exclusão em relação aos mais pobres, (4) como as falsas crenças, a falta de
informação e o descaso dos governantes podem manter boa parte da população com péssimas
condições de vida.
Sete alunos tiveram problemas para organizar o trabalho em dupla ou individualmente e
não se comunicaram com a professora no período de acompanhamento e orientação da pesquisa
em sala de aula (40 dias). O conteúdo da pesquisa esteve limitado e sua apresentação
prejudicada. Três alunos não realizaram a pesquisa.
3ª atividade: Sessão de vídeo com o filme “Coração de Cavaleiro”
Os alunos assistiram ao filme e mantiveram-se interessados em sua apresentação. Em
sala de aula tiraram dúvidas e fizeram comentários divertidos sobre a história. Observaram que
a trilha sonora é contemporânea e que apesar de retratar aspectos do feudalismo, o filme é uma
ficção.
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Na avaliação individual sobre o filme, os alunos foram orientados a analisar a sociedade
estamental, os papéis das mulheres nobres e camponesas, a participação dos cavaleiros nos
campeonatos de justas e de espada. Finalizando, identificaram as características do feudalismo
presentes no filme.
Todos os alunos realizaram a produção de texto com muita atenção e dedicação o que
resultou em ampliação e aprofundamento do estudo sobre o tema.
Os alunos mostraram-se curiosos e surpresos no estudo da sociedade feudal estimulados
por filmes e jogos. Encontraram modos de viver e de pensar diferentes, impregnados de
religiosidade e impensáveis na sociedade contemporânea. Nesse sentido foram orientados a
compreender os fatos considerando o conjunto de aspectos que caracterizam a época em que os
mesmos aconteceram. Uma das alunas, Maria Eduarda, mencionou em sua conclusão, o risco
de uma atitude etnocêntrica ao estudar uma cultura tão diferente da nossa. Esse conceito é
trabalhado com os alunos do Colégio desde as séries iniciais e sistematizado no Ensino
Fundamental 2.
4ª atividade: Identificação de semelhanças e diferenças entre o feudalismo na Europa Central
e o capitalismo no Brasil atual (Anexo A)
Em duas aulas, os alunos organizados em duplas, montaram um quadro comparativo
aproveitando seus conhecimentos sobre o feudalismo e a sociedade em que vivem. Com muita
criatividade os alunos abordaram, por exemplo, a sociedade, economia, política, educação,
propriedade da terra, moradia, alimentação, o papel da Igreja, a medicina, os excluídos da
sociedade e a produção e o destino do lixo.
Por meio da dinâmica de grupo os alunos construíram seu conhecimento sobre mudanças
e permanências na história.
5ª atividade: Estudo dos fascículo “Lixo: o que fazer com ele?”
O texto traz informações e reflexões sobre a produção e o destino do lixo urbano,
orientando ações possíveis para melhorar a qualidade de vida de quem vive nas cidades.
Após o estudo de algumas fontes de lixo sólido (consumo desnecessário e desperdício),
os alunos o relacionaram com a poesia “O bicho”, de Manuel Bandeira onde o autor descreve a
cena de um homem que se alimenta de lixo e por isso o compara a um bicho, como um cão ou
um rato; e propuseram atitudes para minimizar o problema da fome em Bauru e no país.
(Anexos B e C)
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Antes do estudo do destino do lixo, os alunos pesquisaram definições para “lixo” e
“material biodegradável”. A seguir algumas das definições apresentadas:
1. O que é lixo?
- o que se varre de casa; em geral tudo aquilo o que não presta e se joga fora; coisa ou objeto
inútil e não pode ser reaproveitado.
- são restos das atividades humanas considerados inúteis, ou seja, tudo que a gente joga fora;
mas não são todas essas coisas inúteis que não podem ser reaproveitadas (reciclagem).
2. O que é material biodegradável?
- material que pode se decompor orgânica ou quimicamente; substância que se decompõe
orgânica ou quimicamente; material em decomposição sem afetar a natureza; tudo aquilo que
não afeta a natureza e nem causa poluição.
Em seguida os autores investigaram cinco destinos do lixo: aterros, incineração,
reciclagem, compostagem e produção de biogás. A leitura e interpretação do texto
proporcionaram aulas dialogadas onde os alunos contextualizaram seus saberes e a realidade da
cidade onde vivem.
Quando estudou-se os aterros sanitários foi realizada uma pesquisa sobre os metais
pesados respondendo às questões:
1. Os metais pesados e seus derivados são sempre nocivos ao ser humano e ao meio
ambiente, ou depende da quantidade e de outros fatores? Justifique sua resposta.
2. Eles podem ser substituídos por outros tipos de materiais menos nocivos, com as
mesmas vantagens econômicas?
3. Existem maneiras de reutilizar ou reciclar produtos que possuem metais pesados ou
derivados em sua composição, evitando, assim, que eles sejam jogados no lixo ou nos
cursos d´água e conseqüentemente deixem de poluir o meio ambiente? Quais são essas
maneiras?
A seguir uma síntese das respostas partilhadas em sala de aula:
Resposta 1 – Existem metais que se tornam tóxicos e perigosos para a saúde humana
quando
ultrapassam determinadas concentrações-limite. Esses metais são o zinco, cobalto e ferro. Mas
também existem outros cuja presença em organismos vivos é prejudicial em qualquer
concentração. Eles são o chumbo, mercúrio, cádmio e cromo.
Resposta 2 - Existem estudos sobre micro células a combustível. Os cientistas
desenvolvem
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estudos e acreditam que muitas micro células são potenciais substitutos da maioria das baterias
recarregáveis usadas hoje em dia em equipamentos eletrônicos. Mas, ainda não foi encontrado
um material que proporcione a mesma qualidade dos metais pesados.
Resposta 3 – Os produtos que possuem metais pesados ou derivados em sua
composição não
podem ser reciclados mas podem ser reutilizados. As pilhas e as baterias, por exemplo, devem
ser depositadas em lixos específicos para que tenham a destinação adequada.
Após o estudo da reciclagem, os alunos identificaram em seu bairro ou na cidade, os
estabelecimentos de compra e venda de material reciclável Muitos informaram que os coletores
autônomos recolhem os materiais recicláveis antes da coleta realizada pela Prefeitura através da
Emdurb. A aluna chamada Marina informou “no meu bairro não existe nenhum
estabelecimento; a Emdurb faz a coleta seletiva, o lixo é separado por 24 catadores em duas
centrais, a Secretaria do Bem Estar Social (Sebes) comercializa o lixo e entrega os recursos
para a associação de catadores de lixo, que divide o dinheiro.”
Concluindo o estudo do fascículo “Lixo: o que fazer com ele?” a turma foi
orientada a
buscar informações sobre as questões a seguir:
1. Com relação ao destino do lixo, em Bauru existe a compostagem, a incineração e a
produção de biogás?
2. No bairro onde você mora existe a coleta seletiva de materiais? Existe algum bairro
em Bauru sem esse tipo de coleta?
3. Qual a localização do aterro sanitário em Bauru?
Resposta 1 – Dez alunos consultaram a Secretaria Municipal do Meio Ambiente
(Semma) e a Emdurb e afirmaram que existe a compostagem em fase experimental no campus
da USP; segundo dados da Emdurb, a incineração só pode ocorrer com autorização dos órgãos
responsáveis e em Bauru existe a incineração hospitalar sob essa condição; quanto ao biogás
todos afirmaram que não existe sua produção, sendo que um dos alunos levou para a sala um
jornal (Jornal da Cidade, 10 de junho de 2005, p. 4) que informava sobre o município não ter
sido classificado pelo Ministério das Cidades na seleção para o programa de aproveitamento de
gases de aterros sanitários.
Resposta 2 – Trinta e dois alunos confirmaram a existência da coleta seletiva de
materiais e identificaram o dia da semana em que a mesma acontece no bairro onde moram,
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somente quatro afirmaram que a mesma não ocorre; uma aluna trouxe um folheto sobre o
assunto distribuído à população pela Semma, sendo que este órgão também lhe informou que
30% dos bairros bauruenses não possuem coleta seletiva de materiais.
Resposta 3 – O aterro sanitário de Bauru está localizado próximo das penitenciárias I e
II, na Rodovia Marechal Rondon, sentido Bauru-Lins. Um dos alunos levou para a sala uma
página do Jornal “Bauruzão”, que informa sobre os lixões clandestinos que existem na cidade e
que contribuem para a proliferação de doenças (leishmaniose, por exemplo) e para a
contaminação do ar, do solo e das águas.
Os alunos relataram que consultaram sites de Organizações Não-Governamentais, como
o Instituto Ambiental “Vidágua” de Bauru, a Emdurb e a Semma. Alguns afirmaram que
tiveram dificuldades de obter informações junto aos funcionários da Emdurb por telefone.
Após a partilha desses resultados, os cinco alunos sorteados para buscar informações
sobre a produção e o destino do lixo escolar, divulgaram o resultado da entrevista com o diretor
administrativo Clóvis Lourenço. Este ressaltou que existe grande preocupação com a limpeza,
higiene e separação do lixo no espaço escolar. Afirmou que nos primeiros anos da escola, uma
empresa recolhia o material separado, mas que atualmente este é misturado com o lixo comum
(menos o do banheiro) numa caixa de metal para ser recolhido pela coleta comum ou por
coletores autônomos. Parte das latinhas e dos papéis são levados por funcionários para venda
posterior. O diretor afirmou que não sabe se existe coleta seletiva de materiais no bairro onde
está localizada a escola e que a prática da educação ambiental deve ser contínua.
6ª atividade: Questionário final junto aos alunos
Trinta e seis alunos responderam às questões após os estudos e observa-se que houve a
ampliação do conhecimento e do senso crítico em relação à produção e destino do lixo.
Algumas contradições apareceram, por exemplo, vinte e sete consideram-se bem
informados sobre o assunto e dezesseis afirmaram que sempre jogam resíduos no cesto de lixo,
mas dezenove justificaram que nem sempre usam o cesto com as seguintes afirmações:
- “não tem cesto próximo e tenho preguiça de procurar ou de guardar no bolso para depois
jogar”;
- “não quero ou esqueço”;
- “preguiça ou esqueço”;
- “não tinha a consciência que um simples papel pode se tornar um grande problema”.
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Isso demonstra que ter informação não significa ter conhecimento, e que o processo de
significação exige constância e esforço na prática educativa.
Entre trinta e dois e trinta e seis alunos reconhecem a importância da reciclagem e o
significado das palavras que identificam o destino do lixo: aterro sanitário, incineração,
compostagem, reciclagem, coleta seletiva e biogás. Por outro lado, de um a cinco apenas,
conseguiram confirmar o resultado da pesquisa sobre o destino do lixo na cidade de Bauru
quanto à existência da incineração, compostagem e biogás. Fato semelhante ocorreu quando
questionados sobre a existência da coleta seletiva no bairro onde moram: vinte e um
confirmaram, quatro mantiveram o “não” da 5ª atividade, mas dez optaram pelo “não” e um
anulou a resposta contradizendo a pesquisa que realizaram anteriormente.
Quanto à separação de materiais em suas casas, vinte e cinco confirmaram que ela é
realizada. Onze negaram e quatro afirmaram “não sei”. Pelas respostas percebe-se que
coletores autônomos são os principais agentes no recolhimento do material separado nas
residências (26), seguidos da coleta seletiva (17) e da coleta comum (16), ou seja, boa parte do
material separado vai para o aterro sanitário e deixa de ser reciclado.
Os alunos da 6ª A consideraram que o comodismo das pessoas e a falsa idéia de que as
questões que envolvem o lixo não são tão importantes porque não são visíveis diariamente,
como as principais responsáveis pela mentalidade e atitude equivocada ou inadequada das
pessoas em relação à produção e ao destino do lixo. Essas duas causas, apontadas também pela
família e comunidade como pode ser observado abaixo, sinalizam a importância de uma
discussão maior sobre o consumo e as relações de poder na sociedade que pode ser
desenvolvida futuramente.
7ª atividade: Aplicação de questionário junto à Família e à Comunidade
Cada aluno recebeu dois questionários para serem respondidos por pessoas da família e
da comunidade. De um total de 76, foram devolvidos 64 sendo 48 mulheres e 14 homens, dois
questionários não possuíam identificação que era opcional. Em relação à profissão, 46% dos
entrevistados são profissionais liberais e em média com 40 anos.
Aproximadamente 50% dos entrevistados consideram-se bem informados sobre os
problemas que envolvem a produção e a destinação do lixo em Bauru e 87% afirmaram que
jogam o lixo em local apropriado, os demais justificaram o ato de jogar o lixo no chão com as
expressões “tenho preguiça’, “não tem recipiente próximo”, “é mais prático”.
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Todos concordaram com a importância da separação e reciclagem de materiais e metade
dos entrevistados não conhece a compostagem do lixo e a produção de gás do lixo. Cerca de
80% não têm certeza se em Bauru existe a incineração do lixo, a compostagem e a produção de
gás.
Quanto à separação de materiais recicláveis e à coleta seletiva pela Emdurb, 75%
afirmaram existir em suas casas e nos bairros onde moram. Quanto ao agente coletor existe
uma divisão equilibrada entre coletores autônomos, coleta seletiva e coleta comum.
Os entrevistados quando questionados sobre o que impedia a mudança de mentalidade e
de atitude efetiva em relação à produção e ao destino do lixo, citaram:
1 – comodismo das pessoas (46)
2 – desconhecimento da gravidade do problema (44)
3 – falsa idéia de que o problema do lixo não é tão importante porque não é visível diariamente
(37)
4 – falta de informações sobre o assunto (35)
5 – falta de respeito ao meio ambiente (3)
6 – ignorância (2)
7 – egoísmo (1)
8 – falta de exemplo diário na família e de educação (1)
9 – falta de respeito ao próximo (1)
10 – falta de incentivo do poder público (1)
11 – falta de responsabilidade (1)
8ª atividade: Produção de texto individual
Finalizando as ações, cada aluno foi orientado a escrever um texto abordando aspectos da
história do lixo, a importância da mudança de atitude em relação ao problema do lixo, os
pontos positivos e negativos em relação ao projeto desenvolvido e sugestões de ações para a
escola, a família e a comunidade.
Os alunos relataram que a mudança de atitude é importante para melhorar a qualidade de
vida das pessoas e alterar a realidade. E que perguntas como “para onde o lixo vai?”, “o que
ocorre com ele?”, “porque nos prejudica?”, evitam a contaminação do solo e da água, e a
transmissão de doenças.
Os pontos positivos apresentados em relação ao projeto foram: o conhecimento do
assunto, a formação de multiplicadores, a reflexão, conscientização e mudança de atitude em
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relação aos problemas levantados, a cooperação entre as pessoas, o conhecimento do bairro e
dos problemas da sociedade. Os pontos negativos apresentados foram o mal atendimento que
alguns tiveram em órgãos públicos ao solicitar informações e a preguiça e falta de interesse de
alguns alunos no desenvolvimento das ações.
As sugestões indicadas pelos educandos são as seguintes:
- Escola: que a prefeitura realize a coleta seletiva nas escolas; gincanas e projetos educativos
sobre o tema estudado; discussões na escola; separação e encaminhamento para a coleta
seletiva.
- Família: implantar a separação de materiais recicláveis onde ainda não é realizada (casas e
condomínios); economizar embalagens na hora de comprar; optar por embalagens plásticas e
não de isopor; reaproveitamento de embalagens; encaminhamento dos resíduos separados para
a coleta seletiva.
- Comunidade: reivindicação da coleta seletiva e conscientização da população para a
importância da separação e reciclagem do lixo; incentivo à compostagem e ao biogás;
implantação de lixeiras nas ruas; projetos educativos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O registro da prática pedagógica garantiu momentos preciosos de reflexão e
conhecimento aprofundado, conseqüentemente, proporcionou situações de aprendizagem
pertinentes e de qualidade aos alunos.
No estudo do feudalismo foi elaborado um conjunto de atividades que propiciou ao
aluno o enriquecimento de seu repertório sobre o assunto, a prática da leitura, a produção
textual e a compreensão do papel do conhecimento histórico em seu processo de formação. O
trabalho foi ainda mais enriquecedor, pois se incorporou a outras áreas do conhecimento.
As fontes escritas e não escritas foram investigadas pelos alunos que desenvolveram
operações mentais de observação, indagação, elaboração de hipóteses, comparação e
classificação, sendo participantes ativos do processo de elaboração do conhecimento.
A avaliação ou análise do produto do trabalho dos alunos, foi realizada ao longo do
desenvolvimento do Projeto e foi bastante satisfatória, pois os alunos demonstraram
habilidades com documentos em diferentes linguagens, na leitura e produção de textos e no
estabelecimento de relações entre o passado e o presente. Para o encaminhamento de novas
ações deverá ser revisada a formação dos grupos de pesquisa e o acompanhamento dos
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trabalhos durante o processo de levantamento das fontes referenciais para garantir um resultado
mais estimulante para os alunos.
O tipo de comunicação que predomina em nossa sociedade é a visual, com imagens em
movimento. Os meios de comunicação fascinam os alunos, projetam visões de mundo e
provocam sensações numa velocidade nunca experimentada pela humanidade. Talvez por isso,
um certo estranhamento de alguns alunos quanto à pesquisa, leitura e interpretação de texto
propostos pela equipe escolar. Estas atividades são vistas como “sérias” e exigem esforço
intelectual se comparadas ao entretenimento e ao imediatismo da televisão e da Internet, por
exemplo. Assim, na escola, um dos grandes desafios de todas as áreas do conhecimento é
trabalhar a linguagem escrita e a visual de forma prazerosa no processo ensino-aprendizagem.
O fenômeno abordado pelo projeto é parte do cotidiano dos sujeitos envolvidos no
mesmo e possuem uma temporalidade de longa duração no tempo histórico. O saber, a
estrutura familiar, as mentalidades, a relação com o meio ambiente são fenômenos de longa
duração e de mudanças mais lentas, assim professores e alunos na ação educativa têm
oportunidade de exercitar a cidadania de forma autônoma e participativa capaz de contribuir
para a modificação de fatos e visualizar outros caminhos e vivências.
As ações do projeto organizaram informações e conteúdos, contextualizando-os em seus
significados dando-lhes aplicações concretas. O material produzido pelos alunos, assim como a
participação da família e da comunidade, são de grande riqueza e merecem um estudo
aprofundado mas isso não é tarefa deste texto.
É oportuno pontuar algumas questões que podem direcionar outras análises:
1 – A confiabilidade do uso de questionários para mensurar atitudes humanas, pois
ocorrem abstrações e o quadro mental interfere nas respostas.
2 – A ampliação da discussão dos resultados obtidos no desenvolvimento do projeto à
luz da teoria crítica da educação e do conhecimento.
3 – A continuidade do projeto para 2006 com propostas pedagógicas que avancem na
reflexão crítica, questionamento, contextualização e alfabetização visual, abordando as práticas
sociais, valores e representações simbólicas na sociedade contemporânea.
REFERÊNCIAS
ALVES, Kátia C. P.; BELISÁRIO, Regina C. M. G. Nas trilhas da História: 6ª série. Belo
Horizonte: Dimensão, 2001. 200 p.
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
ATERRO sanitário é alvo de polêmica entre Cetesb e Emdurb. Bauruzão, Bauru, 01-14 jun.
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ENCICLOPÉDIA BARSA.
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ENCICLOPÉDIA LAROUSSE CULTURAL.
ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA.
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STAMPACCHIO, Léo. Considerações sobre as categorias didáticas de competência e
habilidade. Jornal Bolando Aula de História, Santos, n. 42, p. 6-9, out/nov 2003.
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
ANEXO A – Relação das semelhanças e diferenças identificadas pelos alunos, em duplas,
comparando a sociedade feudal e a sociedade brasileira atual
Semelhanças:
1 - a existência da Igreja Católica tendo como chefe o papa;
2 - as comemorações cristãs e os sacramentos;
3 – a existência do alto clero e do baixo clero;
4 – muitas pessoas acreditam que Deus pode curar;
5 – maioria da população é pobre;
6 – desigualdades sociais;
7 – os camponeses sem terras e sua exploração;
8 – a fome, a desnutrição da população pobre;
9 – as condições de moradia, higiene e de saúde variam de acordo com a riqueza e a classe
social das pessoas;
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
10 – a taxa elevada de mortalidade infantil em regiões com péssimas condições de vida e
saúde;
11 – a deficiência no saneamento básico nas regiões mais pobres;
12 – muitas pessoas ignoravam a relação entre a falta de higiene e a proliferação de doenças;
13 – doenças incuráveis;
14 – o uso de plantas e chás para curar algumas doenças;
15 – a mendicância de doentes e excluídos;
16 – o preconceito com doentes (hanseníase e agora a Aids);
17 – a peste negra e hanseníase;
18 – o uso de testamentos após a morte;
19 – o machismo;
20 – o poder político descentralizado;
21 – o etnocentrismo das pessoas;
22 - a insegurança e a violência na sociedade.
Diferenças:
1 – a Igreja Católica era mais poderosa;
2 – a Inquisição acabou;
3 – o uso de um sino ao lado do caixão do falecido para confirmar sua morte;
4 – as doenças eram “castigo de Deus”;
5 – a ciência médica evoluiu quanto à prevenção e tratamento;
6 – poucos banhos por ano na Idade Média pois podia “fazer mal”: havia a crença de que a
água se infiltrava nos órgãos e os fragilizava;
7 – hoje há valorização da higiene, inclusive como prevenção de doenças;
8 – a mortalidade infantil era maior;
9 – a sangria era usada como método de tratamento;
10 – os leprosos avisavam com um sino ou chocalho que estavam próximos;
11 – a hanseníase e a peste negra têm prevenção e tratamento;
12 – geralmente os partos acontecem nos hospitais;
13 – hoje as parteiras são encontradas em locais distantes, no interior;
14 – a medicina não utiliza teorias mágicas em tratamentos;
15 – as casas eram pouco ventiladas;
16 – hoje existe a anestesia;
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
17 – a expectativa de vida é maior;
18 – a exclusão de doentes e deficientes não existe como no feudalismo;
19 – os pratos de estanho oxidavam e muitas pessoas morriam envenenadas;
20 – não havia o uso de talheres à mesa;
21 – catar piolhos era uma atividade de lazer;
22 – as casas e as cidades tinham muitos ratos;
23 – não havia local adequado para o lixo;
24 – o lixo existia em menor quantidade;
25 – o esgoto não era canalizado;
26 – não havia energia elétrica;
27 – hoje as mulheres têm seus direitos reconhecidos e participação ativa na sociedade;
28 – não havia grande mobilidade social;
29 – as escolas eram para homens nobres e depois também para burgueses.
ANEXO B – Texto da aluna Beatriz Gualberto Carrara, comparando um texto sobre a produção
de lixo com a poesia “O bicho” de Manuel Bandeira
Hoje em dia a parte rica da sociedade produz muito lixo. E essa é a relação entre o texto
e a poesia. O texto fala sobre a “ação” das pessoas que produzem grande quantidade de lixo
não reciclado. E a poesia, fala sobre a “conseqüência”: o lixo produzido vai para lixões e as
pessoas que não têm condições de comprar alimentos, consomem com voracidade esse lixo.
Mas, o termo “lixo” não está certo. O que essas pessoas consomem não é lixo, e sim
desperdício das pessoas que têm dinheiro.
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
ANEXO C – Sugestões apontadas para minimizar a fome em Bauru e no Brasil
1 – projetos que incentivem a escolarização com qualidade;
2 – distribuição de alimentos e cuidados com a saúde;
3 – educação ambiental para a população nas associações de moradores;
4 – não ser etnocêntrico;
5 – evitar o desperdício de alimentos;
6 – restaurantes populares;
7 – ações de Organizações Não-Governamentais;
8 – comprar apenas o que vamos consumir;
9 – fiscalização de projetos sociais;
10 – ampliação da separação e reciclagem de materiais;
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
11 – reaproveitamento de sobras de alimentos;
12 – melhorar a distribuição de renda através da geração de emprego no campo e na cidade;
salários mais altos; reforma agrária e incentivo à formação de cooperativas;
13 – palestras sobre como utilizar o dinheiro.
ANEXO D – Questionário utilizado para avaliação diagnóstica com os alunos no início do
projeto
1 – Você considera o lixo um problema:
( ) sério ( ) grave ( ) que não lhe atinge ( ) urgente
2 – Tudo o que se joga fora é lixo?
( ) sim ( ) não
3 – Assinale abaixo as palavras que você conhece o significado:
( ) aterro sanitário
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
( ) incineração do lixo
( ) reciclagem de materiais
( ) compostagem do lixo
( ) combustível do lixo
( ) coleta seletiva
4 – Da relação abaixo, assinale as ações que existem em Bauru em relação ao lixo:
( ) aterro sanitário
( ) incineração do lixo
( ) reciclagem de materiais
( ) compostagem do lixo
( ) combustível do lixo
( ) coleta seletiva
5 – No bairro onde você mora existe a coleta seletiva de lixo?
( ) sim ( ) não
6 – Na sua casa ou prédio existe a separação de materiais recicláveis?
( ) sim ( ) não
7 – Na sua escola existe a separação dos materiais recicláveis?
( ) sim ( ) não
ANEXO E – Questionário utilizado junto aos alunos, família e comunidade no final do projeto
Este questionário foi desenvolvido como parte do Projeto Escola, Família e Comunidade,
desenvolvido pelos alunos da 6ª série A do Colégio Fênix sob a orientação da Profª Rosane.
Agradecemos sua colaboração ao respondê-lo. Se preferir, não é necessário identificar-se.
Nome:______________________________Profissão:______________________Idade:______
____
1 – Você se considera uma pessoa bem informada sobre os problemas que envolvem a
produção e a destinação do lixo em nossa cidade?
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
( ) sim ( ) não
2 – Você considera correta e necessária a atitude de utilizar o cesto de lixo ou outro recipiente
similar no dia-a-dia?
( ) sim ( ) não
3 – Você sempre joga o lixo que produz no cesto ou em outro recipiente com a mesma
finalidade?
( ) sim ( ) não
4 – Em caso negativo da resposta anterior, por que isso acontece?
5 – Você considera imprescindível para a melhoria da nossa qualidade de vida, a separação de
materiais recicláveis e a posterior reciclagem desses materiais?
( ) sim ( ) não
6 – Assinale abaixo as palavras que você conhece o significado:
( ) aterro sanitário ( ) incineração do lixo ( ) reciclagem de materiais ( ) coleta seletiva
( ) compostagem do lixo ( ) combustível/gás do lixo
7 – Da relação abaixo, assinale as ações em relação à destinação do lixo, que você tem certeza
que existem em Bauru:
( ) aterro sanitário ( ) incineração do lixo ( ) reciclagem de materiais ( ) coleta seletiva
( ) compostagem do lixo ( ) combustível/gás do lixo
8 – Na sua casa ou prédio existe a separação de materiais recicláveis?
( ) sim ( ) não
9 – No bairro onde você mora existe a coleta seletiva de lixo feita pela Emdurb?
( ) sim ( ) não
10 – O material reciclável separado em sua residência é recolhido:
( ) pela coleta comum ( ) pela coleta seletiva ( ) por coletores autônomos
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
11 – É imprescindível para a nossa saúde e do planeta, a mudança de comportamento das
pessoas em relação a produção e ao destino do lixo. O que impede uma mudança de
mentalidade e de atitude efetiva em relação a esse problema é:
( ) o comodismo das pessoas ( ) a falsa idéia de que o problema do lixo não é tão importante
porque não é visível diariamente ( ) a falta de informações sobre o assunto ( ) o
desconhecimento da gravidade do problema ( )
outros:__________________________________
ANEXO F – Texto abordando a história do lixo elaborado pela aluna Mariana A. Sant’ana
Alves
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
No começo de tudo, os primeiros homens eram nômades, ou seja, eles viviam da caça e
da pesca. A migração desses homens era constante, pois quando os meios de sustento ficavam
escassos havia a necessidade de procurá-lo em outros lugares. Seus “lixos” eram logo
decompostos pela ação do tempo.
Com o tempo, o homem criou peças para seu conforto como vasilhames, instrumentos
para o plantio e também mais roupas. Eles também construíram moradias em lugar fixo.
Conforme o homem se desenvolvia, a produção de lixo aumentava, mas ainda não era um
problema mundial.
Mais moderno ainda, o homem aumentou sua produção de lixo, mas não se preocupou
pois a moda era o desenvolvimento, não sua conseqüência.
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
ANEXO G – Texto “Lixo: cada vez mais inimigo do planeta Terra!”, elaborado pela aluna
Beatriz Ferreira Carrara
No século XX, a população mundial passou a se preocupar com o local onde vive, pois
existe um buraco na camada de ozônio (que cada vez cresce mais), o aquecimento global e
muitos outros problemas.
A população costuma achar que basta jogar o lixo no lixo que tudo está resolvido...O
problema é: Para onde esse lixo vai? O que ocorre com ele? Por que nos prejudica?
Muitas vezes, o lixo não tem o destino adequado, vai para o lixão (local a céu aberto
onde o lixo é jogado), assim não ocorre a separação do lixo, o chorume fica em total contato
com o lençol freático, contaminando as águas, fica em contato com o homem, causando
doenças, etc. O lixo deve ser encaminhado para locais corretos e separado para reciclagem.
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
ANEXO H – Texto sobre algumas atitudes em relação a produção e ao destino do lixo,
elaborado pela aluna Maria Eduarda de Castro Massola
E nós? Bom, nós temos que ter consciência do problema e do tamanho dele. Por
exemplo, se eu comprei uma blusa e a vendedora a coloca em um saquinho e em outra sacola,
por que não dizer “só a sacola está bom”. Assim já estamos ajudando. Temos que pensar que
daqui a pouco o planeta vai estar coberto de lixo. Então, pense nisso...o que custa abrir a bala e
guardar o papel no bolso para depois jogar no lixo? Não custa nada, não é mesmo?
Hoje as escolas levam esse problema muito a sério. Estão explicando para os alunos as
conseqüências, os problemas em relação ao lixo. E a partir do momento que as crianças contam
para os pais o que aprenderam, os pais passam para a comunidade. Então ajude: dê propostas
para sua escola, reclame do atendimento de lugares onde você pede ajuda e o atendimento é
ruim, se informe sobre a situação dos aterros, da compostagem, exija a coleta seletiva e apóie a
reciclagem. A gente pode e deve ajudar...afinal é o nosso planeta que está em jogo...ou
melhor...o planeta e nós,né?!
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
ANEXO I – Texto sobre as ações desenvolvidas no projeto, elaborado pela aluna Halana
Pastori Motta
Na minha opinião esse projeto mudou minha vida, e com certeza, de muitas outras que
participaram dele...Percebi que mudamos o nosso comportamento em relação ao lixo, pois em
casa não havia a separação do lixo e agora tem.
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
RESUMO
Dentro do Projeto de Leitura e Interpretação de Texto do Colégio Fênix em 2005, a 6ª série A
estudou a Idade Média da Europa Central com destaque para as condições de higiene e saúde
da sociedade feudal. Numa abordagem sócio-interacionista, interdisciplinar e sob as
orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais, os alunos estudaram a história do lixo,
interpretaram documentos de diferentes linguagens, produziram textos, relacionaram o passado
e o presente e propuseram ações práticas envolvendo a Escola, a Família e a Comunidade.
Foram planejadas ações que estimularam a leitura de diferentes portadores de texto e a cada
etapa os alunos tiveram a oportunidade de produzir conhecimento. As fontes escritas e não
escritas foram investigadas pelos alunos que desenvolveram operações mentais de observação,
indagação, elaboração de hipóteses, comparação e classificação sendo participantes ativos no
Projeto. A avaliação foi realizada ao longo do desenvolvimento das atividades propostas e foi
bastante satisfatória, pois os alunos demonstraram as habilidades necessárias para sua
realização atingindo assim, os objetivos planejados. Para o encaminhamento de novas ações
deverão ser consideradas algumas questões em relação à formação e à orientação dos grupos de
pesquisa, além da continuidade do processo de alfabetização visual.
Palavras-chave: idade média; ensino de história; o lixo na história.
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
BANNER
O lixo também na História
PIMENTEL, R. M.
Licenciada em História
Especialista em História Social
Alunos da 6ª série A – Ensino Fundamental
Resumo
Numa abordagem sócio-interacionista, interdisciplinar e sob as orientações dos Parâmetros
Curriculares Nacionais, os alunos estudaram o feudalismo na Europa Central (séc. IX-XII)
destacando a mentalidade da época e as condições de higiene e saúde. Também interpretaram
documentos de diferentes linguagens, produziram textos, relacionaram o passado e o presente e
propuseram ações práticas quanto à produção e ao destino do lixo em Bauru, envolvendo a
Escola, a Família e a Comunidade. As atividades planejadas estimularam a leitura de diferentes
portadores de texto e a cada etapa, os alunos produziram conhecimento desenvolvendo
operações mentais de observação, indagação, elaboração de hipóteses, comparação e
classificação sendo participantes ativos no Projeto. A avaliação foi realizada no decorrer das
atividades propostas e foi bastante satisfatória pois os alunos demonstraram as habilidades
necessárias para sua realização atingindo assim, os objetivos propostos.
Objetivos
Estudar o feudalismo interpretando documentos de diferentes linguagens, produzir textos,
estabelecer relações entre o passado e o presente e propor um plano de ação envolvendo a
Escola, a Família e a Comunidade.
Metodologia
As dinâmicas valorizaram os saberes que os alunos já possuíam sobre o tema estudado com
momentos de troca de informações. Em seguida, foram propostas novas indagações, pesquisas
Texto integrante dos Anais do XVIII Encontro Regional de História – O historiador e seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom.
e investigações. Foram utilizadas fontes históricas escritas e não escritas, atividades lúdicas,
símbolos, pesquisas, aplicação de questionários e trabalho em grupo que favorecem a
compreensão mais ampliada do mundo.
Resultados
Todos os alunos empenharam-se nas atividades propostas, principalmente naquelas
desenvolvidas em grupos na sala de aula, que envolviam imagens e partilha dos resultados de
pesquisa. Nos momentos de apresentação oral e de produção escrita, individual ou
coletivamente, foram discutidas e esclarecidas as dificuldades de entendimento favorecendo a
compreensão do contexto histórico e a relação entre informações. A Família e a Comunidade
envolveram-se nas discussões sobre os problemas que envolvem a produção e o destino do lixo
em Bauru, além da importância da mudança de atitude em relação a tais questões. Finalizando
as atividades, os alunos apontaram ações possíveis que colaboram para a melhoria da qualidade
de vida dos sujeitos envolvidos, por exemplo: ampliação da separação e reciclagem de
materiais na escola e nas casas; projetos educativos; discussões na escola; reaproveitamento de
embalagens; incentivo à compostagem e ao biogás; lixeiras nas ruas. A interpretação de
documentos, a pesquisa do cotidiano feudal e a produção de textos possibilitaram a construção
de conhecimento pelos alunos, sendo a linguagem escrita e a visual trabalhadas de forma
prazerosa no processo ensino-aprendizagem.
Referências:
BITTENCOURT, Circe (Org). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1997.
175p.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
História. Brasília: MEC/SEF, 1997.
NARCISO JUNIOR, Jorge L., JORDÃO, Marcelo P. Projeto Escola e Cidadania: Química.
São Paulo, Ed. Do Brasil, 2000.