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DISCIPULADO – O modelo divino do discipulado Texto Gênesis 1:26-28 Gostaria de iniciar fazendo uma simples pergunta: “Quantos dos presentes aqui foram discipulados após a sua conversão?” Todos aqueles que não tiveram a oportunidade de passar por uma experiência formal de discipulado, estão aqui hoje por um milagre! A questão que quero enfatizar, desde já, é que em nenhum lugar da Bíblia há a menção de que fomos chamados para construir templos – sei que esta é uma questão sensível e por isso deixe-me registrar que não sou contra construir templos. No entanto, afirmo sem nenhuma dúvida que, se aprendêssemos a discipular desde o início da vida cristã, não teríamos nenhuma dificuldade na construção de templos. Não fomos chamados para fazer convertidos, tampouco para fazer membros de igreja. O chamado supremo do Senhor Jesus aos seus discípulos, sempre foi o da multiplicação de vidas. E mais, multiplicação da vida de Deus em outras vidas. O que Jesus disse é que fomos chamados para irmos e darmos frutos (João 15:16). Para os primeiros discípulos Jesus fez o seguinte convite: “Vinde após mim e eu os farei pescadores de homens” – Mateus 4:19. Ao final de sua estadia aqui na terra Ele proclamou a missão mais sublime que a igreja pode desempenhar: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” – Mateus 28:19 O que isto tudo tem a ver com o texto de Gênesis 1:26- 28? Quando Deus nos criou, Ele nos fez à Sua imagem e semelhança e nos comissionou para sermos mordomos sobre a criação. Ele nos deu da Sua própria Glória! Mas o pecado original se encarregou de tirar o controle que nos foi dado sobre a terra e nos destituiu daquela Glória que fora concedida ao primeiro Adão. Romanos 3:23 declara que “todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus”.

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Page 1: O Modelo divino de discipulado.doc

DISCIPULADO – O modelo divino do discipulado

Texto Gênesis 1:26-28

Gostaria de iniciar fazendo uma simples pergunta: “Quantos dos presentes aqui foram discipulados após a sua conversão?” Todos aqueles que não tiveram a oportunidade de passar por uma experiência formal de discipulado, estão aqui hoje por um milagre!

A questão que quero enfatizar, desde já, é que em nenhum lugar da Bíblia há a menção de que fomos chamados para construir templos – sei que esta é uma questão sensível e por isso deixe-me registrar que não sou contra construir templos. No entanto, afirmo sem nenhuma dúvida que, se aprendêssemos a discipular desde o início da vida cristã, não teríamos nenhuma dificuldade na construção de templos. Não fomos chamados para fazer convertidos, tampouco para fazer membros de igreja.

O chamado supremo do Senhor Jesus aos seus discípulos, sempre foi o da multiplicação de vidas. E mais, multiplicação da vida de Deus em outras vidas. O que Jesus disse é que fomos chamados para irmos e darmos frutos (João 15:16). Para os primeiros discípulos Jesus fez o seguinte convite: “Vinde após mim e eu os farei pescadores de homens” – Mateus 4:19. Ao final de sua estadia aqui na terra Ele proclamou a missão mais sublime que a igreja pode desempenhar: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” – Mateus 28:19

O que isto tudo tem a ver com o texto de Gênesis 1:26-28? Quando Deus nos criou, Ele nos fez à Sua imagem e semelhança e nos comissionou para sermos mordomos sobre a criação. Ele nos deu da Sua própria Glória! Mas o pecado original se encarregou de tirar o controle que nos foi dado sobre a terra e nos destituiu daquela Glória que fora concedida ao primeiro Adão. Romanos 3:23 declara que “todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus”.

Há um fio tênue que liga o primeiro versículo do livro de Gênesis ao último versículo de Apocalipse. Gênesis 1:1 declara que “no princípio Deus criou os céus e a terra”. Apocalipse 21:1 registra: “E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.” Criação em Gênesis e recriação em Apocalipse. Entre a criação e a recriação, estamos nós – a geração da Igreja.

E o que isto significa? Significa que aqui temos um conceito tremendo de discipulado. Ser discípulo de Cristo é ser recriado à imagem e semelhança de Deus, através do novo nascimento em Cristo. Fazer discípulos, por sua vez, é gerar pessoas que são recriadas à imagem e semelhança de Deus, através do novo nascimento em Cristo.

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No Éden havia a vida de Deus. Ele soprou o fôlego de vida – a Sua Vida – nas narinas do primeiro Adão. O convite à salvação, nesta dispensação da Igreja é, essencialmente, o convite a restaurarmos plenamente a imagem de Deus em nós e naqueles a quem o Senhor nos entregar para cuidarmos. E isto é feito através do discipulado.

Isto nos leva a entender que ser discípulo é experimentar diariamente a imagem de Deus sendo moldada em nós – I João 2:6 ensina-nos que “aquele que diz que está nEle também deve andar como Ele andou”. O texto fala de andar como Cristo andou. Não foi por acaso que Paulo recomendou aos Filipenses que houvesse neles o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus (Fil. 2:5).

Ser e fazer discípulos. Trata-se de um negócio de família. É nossa posição, nosso papel como governantes desta terra. Essa posição, embora não tenha se perdido completamente com o pecado, foi por ele comprometida. O homem tornou-se péssimo administrador da criação. Em Cristo, essa função é restaurada, através do discipulado. Como discípulos do Senhor Jesus, somos novamente comissionados para fazermos parte dos planos administrativos de Deus para esta terra. A Palavra afirma que somos cooperadores de Deus (I Cor. 3:9, a). Notemos que essa passagem encontra-se no contexto em que Paulo ensina sobre a parte que coube a cada um na obra em Corinto (3:4-10).

Dentro desta visão, a exortação bíblica é para que tenhamos uma posição clara diante do ministério para o qual fomos chamados. A restauração do chamado inicial do Éden, através de Cristo, deve fazer com que os outros nos vejam como novas criaturas. Essa posição, em Cristo, deve ter como consequência que “os homens nos considerem, pois, como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus” – I Cor. 4:1

Entretanto, é preciso que se diga, que não se está aqui falando de qualquer mordomo. O próprio texto informa qual é qualidade que se espera de nós como mordomos. I Cor. 4:2 afirma “que se requer nos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel.”

Por último, quero deixar registrado que o discipulado é imitação. Vários textos da Palavra reclamam que sejamos imitadores.

Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores – I Cor. 4:16

Sede meus imitadores, como também eu de Cristo. – I Cor. 11:1

Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; - Ef. 5:1

Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam. Fil. 3:17

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E vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo. I Tes. 1:6

Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que na Judéia estão em Jesus Cristo; porquanto também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que os judeus lhes fizeram a eles. I Tes. 2:14

Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas. Heb. 6:12

Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver. – Heb 13:7

O discipulado, no modelo divino, começa quando entendemos a nossa posição em Cristo e a verdadeira missão que Ele nos deu. Somos chamados para multiplicarmos a vida de Deus que há em nós. O fôlego divino.