o português devora

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  • 8/17/2019 O Português Devora

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    O português devora-se a si mesmo17 Outubro 20154.165 partilhas

    José Carlos Fernandes

     A ambiço da l!n"ua portu"uesa é poder ser #alada sem ne$essidade de abrir a bo$a. A manter%se a tend&n$ia' $he"ar( um tempo em )ue ser( in$ompreens!*elaté para os pr+prios portu"ueses.

    Os portu"ueses $ostumam estranhar )ue $ompreendam sem di#i$uldade oportu"u&s #alado no ,rasil e o espanhol' mas )ue brasileiros e espanh+is nose-am $apaes de per$eber o portu"u&s de /ortu"al. sta #alta de re$ipro$idadeé' muitas *ees' atribu!da' ao “jeito natural para as línguas” dosportugueses (um atributo imaginário que faz parte da nossa auto-imagem) e a uma suposta in$apa$idade $on"énita de brasileiros e espanh+is

    para $ompreenderem e se epressarem noutras l!n"uas.

    as se #iermos um pe)ueno es#orço de abstraço e distan$iamento e nosou*irmos de #orma anal!ti$a' emer"e uma epli$aço mais plaus!*el3 apronn$ia do portu"u&s #alado tende a ser impenetr(*el. Em ontraste om oportuguês do !rasil e o espan"ol# a maior parte das sílabas doportuguês de $ortugal s%o fe"adas e os s' em *e de sibilarem' soam$omo $h e - o )ue os brasileiros pronun$iam $omo (ss +br(ss' n+spronun$iamos $omo a-+bra-e8.

    O website do 9nstituto Cam:es'   ao $omparar a #onéti$a das pronn$ias do

    portu"u&s dos dois lados do Atl;nti$o' indi$a )ue a mais not+ria di#erença emrelaço ao /ortu"u&s do ,rasil di respeito

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    muito mais aud!*eis no /ortu"u&s ,rasileiro do )ue no uropeu' sendo' nesta *ariedade' muito reduidas' o )ue le*a' por *ees' < sua supresso. Estaaraterístia do $ortuguês Europeu tem omo onsequênia que osestrangeiros ompreendem mel"or a pron&nia de um brasileiro doque de um português' sentindo' neste ltimo $aso' )ue a l!n"ua pare$e ter s+

    $onsoantes. Como pode um brasileiro per$eber )ue o som #ro$h emitido porum portu"u&s $orresponde < pala*ra #ero' )ue do outro lado do Atl;nti$o sepronun$ia $omo #ér+iss=

    >uando um "rupo de portu"ueses se deslo$a ao estran"eiro' al"uém )ue os ouça#alar entre si e no tenha #amiliaridade $om o portu"u&s' é tentado a atribuir%lhes ori"em' no latina' mas esla*a. A su"esto poder( pare$er tonta' mas ainaudibilidade das *o"ais e a abund;n$ia dos sons - e $h epli$a a $on#uso.

     A ponte )ue une a ilha de ?r@ ao $ontinente é s+lida' apesar de na sua$onstruço no terem sido usadas *o"ais

    m dos momentos mais inspirados do website de fake news Bhe Onionsur"iuno res$aldo dos $on#litos nos ,al$s' $om o ann$io pelo /residente Clinton deuma operaço humanit(ria de emer"&n$ia na ,+snia' onsistindo no enviode dois '-* que iriam fazer o lan+amento de ,.*** vogais# demaneira a tornar os nomes loais mais fáeis de pronuniar. Come#eito' a topon!mia e a onom(sti$a da e%Ju"osl(*ia so a*aras em *o"ais3 naCro($ia temos a ilha de ?r@' na ,+snia%ere"o*ina en$ontramos a $idade de,rD@o e as aldeias de CrnaD' Cr*eni Erm' Cr*eno ,rdo' *rsni$a' /od$r@*ina'BrnDiGi' BrHGe e B*rt@o*iGi' e' $laro' a Iepubli@a rps@a' a entidade sér*ia da,+snia%ere"o*ina. A onom(sti$a b+snia também é par$a em *o"ais3 na 9dadeédia hou*e dois reis b+snios $om o nome de B*rt@o e' em tempos maisre$entes' h( a assinalar um #utebolista $hamado B*rt@o ?ale' )ue )uando #oi

     -o"ar para 9srael mudou' $ompreensi*elmente' o nome para reshler ?ale.

    Ko ser*o%$roata h( *o$(bulos $omo $r@*a i"re-a8' mr@*a $enoura8 tr"mer$ado8' Lrt*a *!tima8 ou ops@rbl-i*aD #orne$edor8M a língua "eatem “zmrzlina” (gelado)# “smrt” (morte)# “prst” (dedo) ou “/tvrte0”

    (quinta-feira)1 o eslo*a$o' )ue partilha muito *o$abul(rio $om o $he$o' temHt*rt um )uarto N no sentido de 148 ou prH $hu*a8' podendo re*elar%se' no

    http://www.theonion.com/http://www.theonion.com/http://www.theonion.com/

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    modo imperati*o' de uma se$ura desen$ora-ante' $om *rD rosna8' plPen$he8' strD p:e ou $olo$a8 e mlD $ala%te8.

     Assim' di%se parli-mo por paralelismo e perlema por problema. aisuns anos por esta senda e paralelismo e problema #i$aro reduidos a

    prl-mo e prlma

    as o $aso de /ortu"al é bem di#erente3 di#i$ilmente poderia mobiliar%se umaoperaço interna$ional de #orne$imento de *o"ais a um pa!s )ue as possui emabund;n$ia mas #a pou$o $aso delas e até suprime sistemati$amente s!labas'sobretudo )uando as pala*ras so lon"as. 2ssim# diz-se “surj%o” por“irurgi%o”# “dzenvlemento” por “desenvolvimento”# “eletsista” por“eletriista”# “"trordnário” por “e3traordinário”' le-laço porle"islaço' ma-tratura por ma"istratura' parli-mo por paralelismo'perlema por problema' persamento por pro$essamento' ou sialista porso$ialista. ais uns anos por esta senda e paralelismo e problema #i$aro

    reduidos a prl-mo e prlma.

    O #en+meno é a"ra*ado pela *o"a de des$artar a a$entuaço )ue distin"ue' na1.Q pessoa do plural dos *erbos da 1.Q $on-u"aço terminaço em ar8' opretérito per#eito do presente e )ue le*a a )ue se di"a Ontem -antamos muitotarde' ou Bratamos desse assunto na reunio da semana passada. Oinenarr(*el A$ordo Orto"r(#i$o de 1RR0 AOR08' in*o$ando este uso oral $ada

     *e mais "eneraliado' apro*eitou para tornar #a$ultati*o o uso do a$ento a"udonesta situaço. 4aqui resulta que a frase “matamos o %o” passa adesignar# indistintamente# algo que aonteeu (qui+á por aidente) eaquilo que deidimos fazer agora' o )ue d( ideia da $on#uso adi$ional )ue

    estes usos e estas re"ras #a$ultati*as traem < #orma nebulosa $omo$omuni$amos.

    Os entusiastas do AOR0 ale"am )ue o a$ordo tornar( mais #($il a aprendia"emdo portu"u&s' o )ue no s+ é um ar"umento #ala$ioso para atingir esse fimmel"or seria apostar no $ortuguês 5implifiado para 565#e3purgado das irregularidades# omple3idades e idiossinrasias quefazem parte da natureza de ada língua8' $omo no toma em $onsideraço)ue' $om ou sem a$ordo' o sério obst($ulo para os estran"eiros é depararem%se$om uma l!n"ua )ue soa #re)uentemente $omo m+*eis a serem arrastados oupapel a ser amarrotado.

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    /aisa"em de Br(-mont-' re"io )ue ao $ontr(rio do )ue a sonoridade do nomesu"ere' no #i$a na ,+snia

    as ao mesmo tempo )ue se assiste < tend&n$ia "eral de #e$hamento das *o"ais(tonas' h( muitas pessoas a a$entuar s!labas )ue no o de*eriam ser3 assim'

    temos ("uarela por a#inidade $om ("ua8' al(r"amento e l(r"ura pora#inidade $om lar"o8' alértar por a#inidade $om alerta8' $orrétores da bolsa por $on#uso entre $orre$ço e $orreta"em8' $+smopolita pora#inidade $om $osmos8' $+*eiro por a#inidade $om $o*a8' ens(iar eens(ista por a#inidade $om ensaio8' entusi(smado por a#inidade $omentusiasmo8' en*élhe$imento por a#inidade $om *elho8'“g7stual” (porafinidade om “gesto”)# “"ist8riadores” (por afinidade om“"ist8ria”)# “letárgia” (por afinidade om “letárgio”)# “máquinista”(por afinidade om “máquina”)# “m7strádo” (por afinidade om“mestre”)' p($tuar por a#inidade $om pa$to8' resér*istas por a#inidade$om reser*a8' r+tula"em por a#inidade $om r+tulo8' t(ista e

    t(!metro por a#inidade $om t(i8' ou *étar por a#inidade $om *eto8.stas pronn$ias so usadas re"ularmente pela elite $ulta )ue dominaosmedia lo$utores de r(dio e BS' -ornalistas' pol!ti$os' $omentadores'a$adémi$os' empres(rios' sindi$alistas' artistas' es$ritores8 e no representamre"ionalismos nem diem respeito a "rupos da so$iedade $om menor instruçoN a)ueles )ue por *ees so ridi$ulariados por dierem dr+"(dos.

    e nos eemplos a$ima é poss!*el dis$ernir o )ue ter( induido a a$entuaçoaberrante' outros h( )ue pare$em ser aleat+rios3 é o $aso de ("uentar' ,(bel'b($téria' dr($Tniano' m()uilhar e m()uilha"em' pl(ta#orma'pr+ta"onistas' réssurreiço' rét+ri$a' s+*iéti$o' subsér*i&n$ia e *éar'

    *éame e *éat+rio.“9epatite” gan"a dois aentos bem sonoros etransforma-se em “"7pátite”# o que poderá e3pliar a difiuldade emombater a doen+a: a mediamenta+%o para a “"7pátite” talvez sejainefiaz ontra a “"epatite”. Ko $ampo da sade' re"ista%se também um$htr+rdn(rio aumento da in$id&n$ia das (lér"ias' o )ue se de*e no s+ aosp+lenes )ue andam pelo ar' mas também a a$entos )ue andam a pairar e poisamonde menos se espera . Outra pala*ra a"ra$iada $om dois sonoros a$entos$a!dos do $éu é m(ri+nétas N mas sendo as marionetas' por de#iniço' inertese destitu!das de ini$iati*a pr+pria' é natural )ue no re$lamem.

     2 import;nia do “flet8metro”

    Boda*ia' a tend&n$ia dominante é' indis$uti*elmente' no sentido do #e$hamentoe é pre*is!*el )ue o AOR0' ao de$retar a supresso das $onsoantessupostamente8 mudas )ue desempenham a #unço de abrir a s!laba' *enhaintensi#i$ar o pro$esso de #e$hamento. O e#eito poder( no a#e$tarimediatamente as pala*ras de uso )uotidiano $omo a#etar8' mas asrian+as e adolesentes om ultura pouo vasta que sejamonfrontados om palavras menos frequentes omo “manufaturas”ou “interetores”# n%o as pronuniar%o omo “manufáturas” e“inter7tores”.  até os mais $res$idos e $ultos' )uando se depararem $omum #let+metro pronun$i(%la%o sem a$entuar a primeira s!laba' pois nosabero )ue tal *o$(bulo se "ra#a*a ori"inalmente $omo #le$t+metro.

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    Ko #altam $asos do$umentados noutras l!n"uas em )ue as alteraç:es naorto"ra#ia induiram alteraç:es na pronn$ia. quele que o 2O?* advoga: a reintroduço de$onsoantes' presentes nos étimos latinos' nos *o$(bulos in"leses re$ebidos do

    latim atra*és do #ran$&s' onde essas $onsoantes -( no esta*am presentes. Assim' a pala*ra in"lesa a*enture trans#ormou%se em ad*enture' dette emdebt' doute em doubt' iland em island' per#et em per#e$t' re$eitem re$eipt' *erdit em *erdi$t. O resultado #oi )ue as $onsoantessupostamente8 mudas introduidas passaram' pou$o a pou$o' a serpronun$iadas $om e$epço do s em island e do b em debt8.

    U intri"ante )ue o /ro#. ala$a Casteleiro' um dos pais do AOR0' mani#estepubli$amente a sua in)uietaço e desa"rado #a$e ao #e$hamento pro"ressi*o dapronn$ia do portu"u&s de /ortu"al e' ao mesmo tempo' tenha $ontribu!dode$isi*amente para $riar e pTr em pr(ti$a um a$ordo orto"r(#i$o )ue a"ra*ar(

    esse #en+meno.

    Ko menos intri"ante é o $ritério )ue permitiu de$idir' < lu do AOR0' se uma$onsoante é muda3 h( muitas pessoas a pronun$iar o $ de ere$ço eespe$tro' ou o p de a$epço' apo$al!pti$o' $épti$o e "ipto' embora o

     AOR0 tenha entendido )ue estas $onsoantes so mudas. @erá a insigne 2ademia efetuado um abrangente e rigoroso inqu7rito fon7tio junto da popula+%o de forma a determinar# palavra a palavra# se "áalguma onsoante que n%o 7 pronuniadaA  nesse $aso' )ual aper$enta"em de #alantes )ue determina a preser*aço ou supresso de uma$onsoante= ,astar( uma maioria simples de 51V ou ser( ne$ess(ria uma

    maioria )uali#i$ada de 2W= Ou ser( )ue se de$idiu tudo em  petit comité' ouapenas atirando uma moeda ao ar= e-a $omo #or' sub-a$ente a tal tomada dede$iso estaria sempre uma simpli#i$aço "rosseira3 a de presumir )ue uma$onsoante ou é pronun$iada $lara e sonoramente ou é $ompletamente omitida')uando' em portu"u&s' $omo noutras l!n"uas' eistem' entre os dois etremos'

     *(rias "radaç:es.

    Como se no bastasse a Erande s#in"e de Eié ter #i$ado sem nari' também o

    "ipto perdeu o p

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    /or outro lado' é re*elador $on#rontar a obsesso do AOR0 em eliminar letras)ue no se pronun$iam $om o )ue se passa noutras l!n"uas. Os #alantes dein"l&s no pronun$iam o p ini$ial nas muitas deenas de pala*ras $orrentes$omeçadas por ps' $omo psX$holo"X' psoriasis ou pseudonXm' nem oss #inais de 9llinois e Ar@ansas' nem o ps de $orps' nem os "h de

    ei"ht' #i"ht' u"h' ri"ht' thou"he ti"ht' mas no pare$emin$omodados por estas letras supranumer(rias. Ko dinamar)u&s h( muitassituaç:es em )ue os d e os " so apenas a#lorados ou so $ompletamentesilen$iosos. O #ran$&s no s+ re"ur"ita de $onsoantes no pronun$iadasnomeadamente s e t no #im de pala*ras8 $omo usa as letras de #orma#ran$amente perdul(ria e 7 de rer que se os arquitetos do 2O?*obtivessem arta brana para “aperfei+oar” a língua de 6oliBre#teríamos “lient” onvertido em “li%”# “droit” em “druá”# “mot” em“mC” e “fran+ais” em “fran7” N uma #ormid(*el poupança de tempo etinta.

    Claro )ue no é o lastro de $onsoantes supostamente8 mudas )ue di#i$ulta aa$eitaço de uma l!n"ua nas inst;n$ias interna$ionais ou $onstitui empe$ilho <sua aprendia"em. as en)uanto h( )uem se preo$upe em introduir umetenso )uadro de alteraç:es arbitr(rias' in$onsistentes e ruinosas destinadas aresol*er di#i$uldades e in$ompatibilidades )ue nun$a eistiram' o deslei3ogeneralizado na pron&nia do português vai fazendo estragoss7rios: é no #e$hamento sistem(ti$o das s!labas (tonas e na subse)uente$ompa$taço das pala*ras do portu"u&s de /ortu"al )ue est( o prin$ipalperlema.

    1. >uando es$re*e h( muitas pessoas a a$entuar s!labas )ue no o de*eriam

    ser' os eemplos )ue enumera pare$em resultar da abertura de *o"ais tal$omo se #a $orrentemente no ,rasil' An"ola e oçambi)ue' por eemplo8.

    2. s$re*eu3 Ko menos intri"ante é o $ritério )ue permitiu de$idir Y8.esa#io%o a pro$urar os do$umentos $ient!#i$os )ue esti*eram na base do AOR0.J( os pro$urei na internet' e nada. J( per"untei por eles no site Ciberd*idas'e al"uém te*e a amabilidade de me responder )ue também os no $onhe$ia./er"untei por eles a $onhe$idos e ami"os instru!dos' pro#essores prim(riosin$lu!dos' e nada. istem= e sim' por )ue no so pbli$os= Ou ser( )ue'$omo es$re*eu a$ima' o AOR0 #oi obra dos "ostos pessoais de )uatro pessoas=

    W. mbora se-a matéria di#erente da do seu teto' "ostaria de $hamar a suaatenço para o h(bito *erbal portu"u&s 999 Iepbli$a de substituir o $ondi$ionalpresente ou o imperati*o pelo pretério imper#eito do indi$ati*o >ueria um$a#é' se #a #a*orY' em *e de >uereria um $a#éY ou' ainda mais simples'dire$to' e sintati$amente de#ens(*el' &%me um $a#éY8.

    4. /si$o%so$iolo"i$amente' o )ue estar( a pro*o$ar o #en+meno des$rito de#e$hamento da bo$a. /re"uiça' medo' politi$amente $orre$to'ensimesmamento= >ue tal pedir a opinio da pessoas da (rea=

    /or estranho )ue possa pare$er' a o$iolo"ia tem até muito a *er. o$iolo"ia'

     Antropolo"ia e mais outras espe$ialidades das umanidades.

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    >uanto ao A$ordo Orto"r(#i$o' no se apli$a' nem o no*o nem o tradi$ional. o#a$tos e espe$i#i$idades de $ulturas distintas. ier )ue uma é melhor )ueoutra é um abuso e uma tentati*a de politiar uma )uesto $ultural.

    in#elimente' )uem en*eredou -( por essa *ia $hau*inista #oi' pre$isamente' o

    ,rasil. de ) lu"ar *$ #oi bus$ar esse $hau*inismo sobre o brasil=Z a imensa maioria dos

     brasileiros nem se lembram ) /ortu"al eiste

    stranho o or"ulho na i"nor;n$ia.

     So$& pare$e so#rer do $hamado $ompleo do *ira%lata' en#im' da)ueles brasileiros )ue "ostariam de ter sido $ol+nia in"lesa ou $oisa )ue o *alha paraho-e se sentirem melhor $onsi"o mesmos.

     Aposto $omo é da)ueles )ue $apa de *ir de#ender a)ui a )ualidade de empresas

     brasileiras $omo a Oi s+ por)ue so brasileiras )uando toda a sua a$ti*idade Nde to m( )ualidade )ue tem N é uma #alta de respeito permanente pelo brasileiro.

    ste teto tem $oisas $om al"uma "raça' mas ea"era na)uilo em )ue pretendeser en"raçado e' pou$o subliminarmente' tra $onsi"o uma mensa"em$onser*adora )ue' sendo le"!tima' est( muito lon"e de ser $onsensual. n#im'um teto di"no de uma sillX season tardia.

     ma mensa"em $onser*adoraY reallX=

     A"rade$ia )ue o r. Fran$is$o eias epli$asse melhor o )ue entende por$onser*adorismo neste $onteto. ' para baliar $on$eitos e prop+sitos' )ue$lari#i)ue o re*erso do )ue entende por $onser*ador' $om eemplos $laros'ob*iamente.

    Kada de no*o para )uem estudou lin"u!sti$a mas este arti"o #a$ilita a$ompreenso do )ue se est( a passar $om a l!n"ua portu"uesa.

    o 9ni$ie a sesso para responder

    [ \17 Out 2015

    stes puristas da l!n"ua so to ridi$ulos )ue nem reparam )ue se os hou*esseno passado ho-e no eistiria o portu"u&s. e re$uarmos ainda mais ainda#alar!amos por "runhidos $om um )ual)uer sabi$ho pré%hist+ri$os a de$larar$omo pronun$iar ar"""h de #orma $orreta e a tentar proibir a e*oluço doidioma. ier )ue a pronn$ia de uma )ual)uer pala*ra é mais $orreta numare"io é de um pedantismo sem i"ual. entro de mil anos nin"uem #alar()ual)uer idioma eistente ho-e' tal $omo a"ora nin"uém #ala os idiomas )ueeistiram no passado.

    O passado da humanidade. ( mil anos no eistia portu"u&s' in"l&s' #ran$&s'et$.. entro de mil anos as l!n"uas a$tuais também estaro muito di#erentes ou

    etintas.[ \u!s anuel Cunha antos17 Out 2015

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    ste arti"o parte do estudo $omparati*o entre #onéti$as de di#erentesonaspa!ses onde o portu"u&s é #alado $omo l!n"ua materna para etrair$on$lus:es abusi*as e in$orretas' )ue se"uramente o 9nstituto Cam:es nosubs$re*e.

    ssas ]$on$lus:es^ $onstituem mais uma peça numa $ruada anti%AO R0 )ueal"uns puristassaudosistas teimam em manter' ar*orando%se em donos dal!n"ua e -( a"ora donos do $oment(rio e da opinio publi$a e publi$ada nestepa!sM se repararem' so os mesmos de sempre neste assunto e em muitosoutros8.

     A$res$e )ue essas ]$on$lus:es^ pe$am por #alta de ri"or e denotam um totaldes$onhe$imento da realidade portu"uesa' desi"nadamente das di#erentespronn$ias $om )ue o /ortu"u&s é #alado em /ortu"al para -( no re#erir outrasre"i:es de outros pa!ses lus+#onos8' sendo )ue' em al"umas delas' $omo' poreemplo' de entre outras' em *astas re"i:es' $idades e aldeias de Br(s%os%

    ontes' onde resido' as pessoas pronun$iam de #orma bem sin$opada as *o"ais(tonas' $om uma di$ço de #aer in*e-a a esses mesmos $omentadores )ue se

     -ul"am donos do idioma.

    n#im' no meu ponto de *ista' uma peça ]-ornal!sti$a^ muito pou$o ri"orosa ede m( )ualidade.

    O B e B #oi lapso. >uis simplesmente dier )ue \u!s anuel Cunha antos temtoda a rao. ma peça -ornal!sti$a de m( )ualidade #eita de di$hotes pou$osérios. U etraordin(rio )ue o autor de permita usar um tom de autoridade$ient!#i$a. er( )ue ele no se en*er"onha do seu pr+prio $abonitismo= Ou

    presume )ue os outros so par*os=

    o Jo oeiro20 Out 2015

    O #a$to de em Br(s%os%montes se #alar um portu"u&s $om uma di$ço de #aerin*e-a *ai ao en$ontro do )ue es$re*e o arti$ulista. U sabido )ue re"ra "eral al!n"ua muda do $entro para a peri#eria N rao )ue est( na base da l!n"uaportu"uesa ser $onsiderada o ou dos8 idioma mais pare$ido $om o latim. Opreado \u!s antos *ai ea$tamente bus$ar o $aso de Br(s%os%montes' tambémpodia ter ido bus$ar outros diale$tos setentrionais para #alar por eemplo desibilantes )ue entretanto desapare$eram do portu"u&s' mas )ue se preser*am

    em nestas re"i:es do interior nortenho. A tend&n$ia *ai ser desapare$erem a!também' para mim in#elimente' mas ine*ita*elmente.

    m muitos pa!ses h( uma tend&n$ia para #undir s!labas e omitir *o"ais )uandose #ala muito r(pido. Ko )ue to$a ao portu"u&s tal a$onte$e também no ,rasil.

    ste José Carlos Fernandes é espe$ialista de tudo e sobre tudo es$re*e' de modoea"erado e radi$al' sendo o sho_%o## a sua maior )ualidade.

    le es$re*eu este arti"o para mostrar )ue $onhe$e a pronn$ia de muitasl!n"uas mas' no #im de $ontas' a ni$a pronn$ia de /ortu"u&s de /ortu"al )ue

    ele $onhe$e é a de \sboa. 9ni$ie a sesso para responder

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    ( $er$a de 20 anos' *ia-ando $om outros portu"ueses pela s$andin(*ia' #ui *(rias *ees interpelado pelos intri"ados habitantes lo$ais a$er$a da nossapro*eni&n$ia3 a nossa apar&n$ia latina no se $oaduna*a' diiam' $om o russo)ue #al(*amosY

     A nossa e*idente *o"alo#a"ia -( #e desapare$er o pro#essor' substituindo%ona pr(ti$a pelo pre` ss`r. ar$elo' o "rande e%$omentador tele*isi*o' h( muito)ue apenas "osta de d`er $oisas. A $urto prao' deiaremos de terdire$tores' passando a ter apenas der`tores. aldito AOR0Z

    9sto é )ue tal humorismo` moderno )ue se apre"oa por a!' ou é resultado deal"uma inspiraço herbal..=

     A presunço de #aer ensaios $om "eneraliaç:es' tendo $omo re#er&n$ia apronn$ia de \isboa' #a lembrar o lu"ar%$omum em )ue $aem $ertas pessoaspou$o *ia-adas' )ue -ul"am o mundo $omo sendo o seu )uintal.

    O lisboeta da linha de Cas$ais $ostuma pronun$iar a pala*ra $oelho $omo$u;lho`. Ko entanto' a mesma pala*ra' no Centro' é pronun$iada $omo $u&lho`.

    e hou*er d*idas' basta #aer um estudo de $ampo.

    >uem #ala demais a$aba por dar bom%dia a $a*alo.

     A \!n"ua /ortu"uesa deri*a do \atim e te*e a sua e*oluço )uem era di*ididaem )uatro n!*eis3 erudita' padro' #amiliar e $alo. /ara sabermos distin"uir on!*el padro era Coimbra )ue da*a o mote e no \isboaZ as $om ademo$ratiaço do pa!s as re"ras deiaram de ser *(lidas' uns )uantos

    en"raçados a$hando%se doutores da \in"u!sti$a' $omeçaram a utiliar a l!n"ua#amiliar e até $alo nos meios de $omuni$aço oral' $omo as r(dios e a BS.epois #oi um "rande prato de salada russa )ue $he"ou aos nossos dias e $ada

     *e mais *emos )uer na 9mprensa es$rita' )uer na #alada' uma mistura de *o$(bulos )ue $ontinuando assim *ir( um #uturo pr+imo em )ue $ada umes$re*e < sua maneira e no ha*er( mais erros de orto"ra#ia' nem de sintae'por)ue re"ras perten$em ao passado ta$anho e )uer%se e e*oluço simplistaZKo entanto' $ontinuo a es$re*er $omo me ensinaram e ensinei e direi $omo Joséarama"o num $on"resso na Cl(ssi$a de \isboa' s+ es$re*o $om meensinaram' )uem a$har )ue a minha es$rita é anti)uada #açam o #a*or de a

    a$tualiaremZ ma das obras de )ue #alou e n+s ti*emos )ue estudar #oiemorial do Con*entoZ

    /osso $on#irmar a primeira parte do teto. Si*endo no estran"eiro' Canada`'deparo%me diariamente $om outros estran"eiros a *i*er neste pais' o maismulti$ultural do mundo. e` #re)uente estarmos a ou*ir al"uem a #alar maislon"e' ou baiinho' e pare$e%nos ser portu"ues. >uando se torna audi*el

     *eri#i$amos )ue eram esla*osZ Iussos' $ranianos' ou dos ,al$as. 9"ualmentemuitos' )ue nao sabem #alar nem entendem o portu"ues' diem )ue )uando nosou*em pensam tratar%se de IussoZ

    lamento a #alta de pontua$ao' mas estou a es$re*er num te$lado norte%ameri$ano8

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    uito bom o teto' pertinente e bem es$ritoZ

    ma ultima nota' eu tendo a #alar depressa e normalmente nem a minhapropria #amilia me entende' pedem sempre para repetir o )ue disse . . .

    O #en+meno do #e$hamento das *o"ais no portu"u&s europeu eiste e mere$e

    atenço e estudo' mas muito para além das le*es brin$adeiras deste arti"o.

    O )ue in#elimente -( é mais "ra*e é )ue o autor apro*eite para despudoramentetentar #orçar uma li"aço N )ue é $ompletamente ineistente N $om o AOR0.

    /or eemplo' as *o"ais mudas suprimidas pelo AOR0 )ue le*a o autor a "ritara)ui d`el%rei8 -( no eistiam h( muito no portu"u&s do ,rasil e da! no ad*eionenhum problema de #e$hamento de *o"ais no ,rasil.

    Boda a ar"umentaço sobre a suposta relaço entre #e$hamento das *o"ais e AOR0 é assa $on#usa e pare$e absolutamente #orçada. Ali(s é +b*io )ue o arti"o

    tem uma primeira parte $om umas $onsideraç:es di*ertidas e atéinteressantes8 sobre o #e$hamento das *o"ais no portu"u&s europeu' para depoispartir para uma diatribe des$onea e #uriosa $ontra o AOR0.

    U pena' por)ue h( realmente muito para re#letir sobre o )ue o$orreu em/ortu"al nos ltimos 40 anos em termos da e*oluço #onéti$a. ( se"uramentedimens:es da e*oluço so$io%pol!ti$a e $ultural $om impa$to #onéti$o )ueimporta $onhe$er bem. as este arti"o nada $ontribui para isso.

    obre o AOR0' tenho pro$urado ler bem o ar"ument(rio das posiç:es anti% AOR0. 9n#elimente nessa matéria este arti"o é um arraoado $heio de #alsas

    premissas' $on#us:es' #al($ias' su""estio #alsi e supressio *eri' )ue #ran$amentepare$e ser es$rito de ma%#é. m péssimo des8ser*iço até mesmo para o $ampoanti%a$ordo.

    Con$ordo' h( melhores ar"umentos $ontra o AOR0 nomeadamente' o dadesonestidade intele$tual de )uem o elaborou' iludindo assim deliberadamenteo le"islador )ue o apro*ou' sem $ons$i&n$ia do )ue o esta*a a#aer3https3arundel._ordpress.$om2015051Rorto"ra#ia%por%$omputador

    isto nada tem a *er $om ra:es emo$ionais ou ape"os ao passado. Bem' sim' a *er $om a #orma $omo nos #oi impin"ido um a$ordo.

    ra bom )ue o autor deiasse $laro )ue a $r!ti$a' no seu teto' se re#ere ao/ortu"u&s #alado em \isboaY. ou \-boa para os nati*os da $idade.

    iste nessa $idade o h(bito horri*el de $omer tudo o )ue é i'trans#ormando%o num e #e$hado primeiro' sendo de se"uida )uase etinto por)uem )uer en$urtar $aminho. ( imensos outros eemplos3 simulaço passa asemulaço e depois smulaço ou pior.

    stou de a$ordo. Ie$ordo%mr de )uando esta*a na marinha ter ti#o a sorte de ir *isitar em ,ar$elona o museu da $era $om um "rupo.de estudantes. u e o meu$ole"a iamos $omentando e uma estudante per"untou para a outra' e )ue pa!s

    é )ue so. \embro%me de ter #i$ado re*oltado e ter dito i"norante.

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    u pessoalmente adoro #alar portu"u&s e amo minha l!n"ua' mas $on#esso )uerealmente no entendo bem o portu"u&s de /ortu"al' no ne$essariamente por"ra#ia' mas sim pelo sota)ue' a$ho o sota)ue do portu"u&s europeu muito$arre"ado' e até o mesmo espanhol ameri$ano ou europeu se pare$em mais $omo portu"u&s ameri$ano )ue o portu"u&s europeu. A$ho )ue no ,rasil as pessoas

    #alam as pala*ras mais ou menos eatamente $omo as leem' $laro )ue *e ououtra' também en$urtando pala*ras' adi$ionando "irias e sota)ue' mas' apesarde $ada re"io do pa!s ter seu pr+prio sota)ue' *o$abul(rio e #ormas de seepressar' de al"uma #orma essas 200 milh:es de pessoas $onse"uem seentender.

    a$toZ U isso )ue n+s por a)ui no entendemos' a pronn$ia do /ortu"u&s de/ortu"al poderia ser muito melhor entendida se #al(ssemos $orre$tamente sem$omer letras de uma pala*ra. na nossa in$ompreenso' a$hamos normalesse #en+meno3 se os ,rasileiros no nos entendem' problema deles' mas

    )ual)uer dia os ,rasileiros diro3 o )ue eles a! em /ortu"al #alam no é amesma l!n"ua )ue n+s #alamos' a "ente #ala ,IA9\9IO e a! est( o $aldoentornado.

     A$ho $urios!ssima essa atitude de al"uns portu"ueses' )ue insistem )ue no,rasil #alamos brasileiro e no portu"u&s. Benho #ormaço em \etras' *i*o nosA h( mais de 25 anos e nun$a *i essa atitude imperialista por parte dosin"leses $om relaço ao in"l&s norte%ameri$ano. A)ui se #ala Ameri$an n"lishe no Ameri$an. /or )ue os portu"ueses t&m essa atitude arro"ante $omrelaço aos brasileiros==== in$eramente' estou pro$urando uma epli$aço$on*in$ente.

    m arti"o )ue $omeça por ser um eer$!$io interessante sobre a e*oluço#onéti$a da nossa l!n"ua a$aba num ata)ue des$abido é in#undado ao AOR0.au ser*iço < aprendia"em da l!n"ua portu"uesa este mau arti"o.

    uponho )ue o Obser*ador e o autor do arti"o es#re"uem as mos de $ontentes$om todas as reaç:es se-am elas positi*as ou ne"ati*as. U pre$iso lançar bonsdi$hotes ou bo-ardas )ue pro*o)uem reaç:es. é tudo.

    as é pena. Brabalho h( anos $omo diretor de um pro-eto de ensino de/ortu"u&s para stran"eiros em \ondres e lido diariamente $om os problemas

    de ensino le*antados pela #onéti$a nos dois re"istos europeu e brasileiro8. Sale muito a pena dis$utir o assunto em /ortu"al e a primeira parte do arti"o'até pelo tom humor!sti$o e le*e' $erteiro e até #ino nal"umas obser*aç:esemp!ri$as' seria uma interessante porta de entrada.

    /ena é porém a posterior deri*a' em des$abido tom de autoridade' sobre o AOR0' $ompletamente a desprop+sito. stra"a tudo.

    e eu "osto de maçs' e h( al"uém )ue $omeça a ironiar #alando mal daslaran-as' ento "osto do )ue di. as depois )uando no #inal também se #ala maldas maçs' re-eito o orador' por)ue no posso admitir )ue #ale mal das minhas

    )ueridas maçs' estra"ando assim tudo.

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     f lu dos #a$tos e da hist+ria e diante destas tr&s $olo$aç:es N a FundaçoEeol!n"ua prop:e%se a se"uir os mesmos passos dos Ieis . inis e . A#onso c'no ;mbito de' ambos' terem $riado as duas primeiras mar$as bran$as domundo' ao nomear de portu"u&s e $astelhano' o N Eale"o.

    O ob-eti*o é desi"nar o Eale"o' no seu dialeto brasileiro em sintonia $om Aleandre er$ulano8 N por EO\gKEA l!n"ua da terra8. N U uma espé$ie desperanto 99 N uma no*a mar$a bran$a N é$ulos ap+s < mar$aportu"u&s' ter sido $riada.

    sta proposta resulta de uma minu$iosa e #undamentada in*esti"aço $ient!#i$a'ao $onsultar *arias #ontes' além das o#i$iais' desde 1RR2' onde se *islumbra)ue3 a per$enta"em )ue separa uma l!n"ua de outra N é de aproimadamente20V. A di#erença' ho-e' entre o portu"u&s de /ortu"al e o "ale"o é de 7V e' entreo portu"u&s e o brasileiro é de WV. N /ortanto' hist+ri$a e $ienti#i$amenteanalisada' o portu"u&s simplesmente ineiste $omo l!n"ua' mas sim $omo N

    dialeto e*olu!do e aper#eiçoado N $omo a#irmou Aleandre er$ulano.

    Kesta perspe$ti*a N a #utura Eeol!n"ua Eale"o%brasileiro8 passa a ser aprimeira l!n"ua do mundo' pelo #ato desta' entender R0V do espanhol' 50Vdo italiano e W0V do #ran$&s' sem )ual)uer di#i$uldade pelo menos' nalin"ua"em es$rita8 e une' para -( e' a partir do Eale"o%$astelhano espanhol800 milh:es de pessoas em W0 pa!ses e nos 5 $ontinentes e N se a$res$entar oitaliano ultrapassa os R00 milh:es' superando o in"l&s e o mandarim' $om a

     *anta"em de N a Eeol!n"ua possuir' além do aspe$to )uantitati*o' também o)ualitati*o' "eopol!ti$o e "eoe$onTmi$o' em simult;neo' o )ue no é en$ontrado

    em nenhuma outra l!n"ua do planeta. Al"umas #ontes $onsultadas3

    N \!n"ua brasileira N http3$a#ehistoria.nin".$ompro#ilesblo"sa%lei%#ora%da%lei

    N O ,rasil #ala a \!n"ua Eale"a N

    N O portu"u&s *em do Eale"o N Ko é $orreto' do ponto de *ista hist+ri$o%"eo"r(#i$o' a#irmar' $omo #aem todas as "ram(ti$as hist+ri$as' )ue oportu"u&s *em do latim. N O portu"u&s *em do "ale"o N o "ale"o' sim' é )ue

    representa a *ariedade de latim *ul"ar )ue se $onstituiu na Eallae$ia romana ena Ealia medie*al N ar$os ,a"no

    O nosso idioma é muito mais anti"o )ue a naço. 9sto si"ni#i$a )ue' se nun$a/ortu"al ti*esse sur"ido' esta mesma l!n"ua ho-e $hamada portu"uesa8 teriaeistido sem ele. /ala*ras do /ro#. Fernando Sen;n$io' da ni*ersidade de

     Amsterdam' re#erindo%se < l!n"ua Eale"a.N ' a$res$enta3 ]e a l!n"ua de A#onso enri)ues al"um nome pudesse ter tido' era s+ este3 "ale"o^. N

    >uanto ao A$ordo Orto"r(#i$o' su"iro *er a posiço de Ioberto oreno' a)ui

    http3___.parlamento.ptA$ti*idade/arlamentar/a"inasetalheAudi$ao.as

    p=,9R4RW5

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    9bero#on!a N uma *iso de Eraça Castanho' $andidata < presid&n$ia daIepbli$a de /ortu"al N http3lusopresse.$om2011254Eeo\in"ua.asp

    /ortu"u&s' len"ua de la "lobalia$i+nZ N U assim' $om este t!tulo' )ue $omeçauma $r+ni$a es$rita por Ioberto oreno' em 2005' < pedido da -ornalista

    Oriana Al*es' na épo$a' a ser*iço do 9nstituto Cam:es' em \isboa' para umamatéria no Jornal de \etras' de /ortu"al. N ntretanto' por OI do re#erido9nstituto' esta $r+ni$a nun$a $he"ou a ser publi$ada e #oi ar)ui*adasumariamenteZ N C( est( a Cr+ni$a )ue #oi $ensurada Nhttp3___.re$antodasletras.$om.brarti"osW1455W

    /e"ar na mudança lin"u!sti$a )ue eistem em todas as l!n"uas *i*as' in$lusi*enas l!n"uas ("ra#as8 para debitar uma data de palermi$es sobre o AO 1RR0' dasduas uma3 ou é de i"norante ou é de desonesto. J( no in!$io do sé$. cc aussurediia N a respeito da mudança nas l!n"uas N )ue um #alante nun$a se es#orçar(mais do )ue o ne$ess(rio para ser $ompreendido e um ou*inte nun$a se

    es#orçar( mais do )ue o ne$ess(rio para o $ompreender. U por isso )ue eiste$onstantemente um e)uil!brio de #orças nessa mudança. en)uanto eu$ontinuar a *er es$ribas de#enderem a representaço es$rita de uma l!n"ua$omo se #osse isso a l!n"ua o )ue ser( )ue as $rianças produem antes deentrarem para es$ola' ento=8' *ou partir sempre do prin$!pio de )ue )uem o #aou é i"norante ou é desonesto. Ou as duas' sei l(.

    /.. U *erdade' o /ortu"u&s uropeu soa $ada *e mais $omo uma l!n"ua esla*a'mas' se os esla*os $ontinuam a entender%se' a$ho )ue no temos nada a temer.Bal*e se-a mesmo ne$ess(rio é adaptar a es$rita a essa e*oluço da nossa

    l!n"ua.uitas $ontradiç:es neste arti"o. /or eemplo' )uando o autor lamenta a#onéti$a do portu"u&s' herméti$a para muitos estran"eiros' pois' ao $ontr(rio do]brasileiro^ e do espanhol' #e$ha normalmente as *o"ais no a$entuadas' $omono $aso' )ue a)ui eempli#i$o eu3 ler a pala*ra ]penedo^ $omo pn&doj em *ede p&n&doj. Ora' lo"o a se"uir' o autor insur"e%se $ontra ha*er muitas pessoasa a$entuarem s!labas )ue no o de*eriam ser3 ("uarela' al(r"amento'l(r"ura' alértar' $+*eiro. m primeiro lu"ar' a representaço "r(#i$a )ue oautor utilia é in$orreta' pois as s!labas em $ausa no esto a ser a$entuadas'mas apenas abertas uma *o"al aberta no é ne$essariamente uma *o"al

    a$entuada' $omo o se"undo ]e^ de ]es)ue$er^' e uma *o"al a$entuada no éne$essariamente uma *o"al aberta' $omo o primeiro ]a^ de ]$ada^8. e*eriater es$rito

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    "eneraliado3 a *erdade é )ue o ]a^ aberto para a 1.Q pessoa do plural dopretérito per#eito dos *erbos em ]ar^' t!pi$o do ul de /ortu"al' no eiste noKorte. U no ul )ue se di ]$ompramos ho-e' tal $omo $ompr(mos ontem^'distinço ineistente no Korte de /ortu"al. Bambém ineistente no ,rasil. ' sese ar"umentasse )ue /ortu"al no tem de andar a rebo)ue do ,rasil' subsistiria

    sempre o #a$to indesment!*el de )ue a distinço ]amos(mos^ no é uni*ersalno pr+prio /ortu"al. e )ual)uer modo' a distinço oral' mesmo no ul de/ortu"al' s+ se *eri#i$a $om a maior parte dos *erbos da primeira $on-u"açoou se-a' da)ueles $u-o in#initi*o termina em ]ar^8' e$etuando%se' poreemplo' ]dar^' um *erbo irre"ular da primeira $on-u"aço' )ue tem #ormas

     bem di#erentes para a 1.Q pessoa do plural do presente ]damos^8 e do pretéritoper#eito ]demos^8. /or)ue' pelo menos em tempo de *ida minha' nun$a hou*edistinço oral nem "r(#i$a entre o pretérito per#eito e o presente da 1.Q pessoado plural dos *erbos re"ulares e até al"uns irre"ulares8 das se"unda e ter$eira$on-u"aç:es ou se-a' dos *erbos $u-o in#initi*o termina em ]er^ ou em ]ir^8.

    Com e#eito' diemos ]$omemos ho-e' tal $omo $omemos ontem^M ]metemosa"ora' $omo metemos h( bo$ado^M ]#u"imos ho-e' tal $omo #u"imos ontem^'et$. Ka 1.Q pessoa do plural' s+ h( di#erença entre o presente e o pretéritoper#eito de al"uns *erbos irre"ulares da se"unda $on-u"aço in#initi*o em]er^8' $omo ]dier^' ]#aer^ ou ]poder^3 ]diemos a"ora o )ue dissemos h(

     bo$ado^M ]#aemos a"ora' tal $omo #iemos h( bo$ado^M ]podemos ho-e' $omopudemos ontem^Y as' até no irre"ular ]ou*ir^ a indistinço eiste h( muito3]ou*imos a"ora o )ue -( ou*imos h( dias^. Aonde )uero $he"ar= U )ue' se aindistinço de )ue poderiam *ir a pade$er os *erbos da 1.Q $on-u"aço serialament(*el' por outro lado essa indistinço -( eiste nas outras duas

    $on-u"aç:es' pelo )ue o ]empobre$imento^ no seria dram(ti$o em todo o$aso' repito' a indistinço oral entre o presente e o pretérito per#eito da 1.Qpessoa do plural dos *erbos em ]ar^ é um #en+meno h( muito em epanso' eno um produto do A.O.8.

     o )ue os brasileiros pronun$iam $omo (ss +br(ss' n+s pronun$iamos $omoa-+bra-e

     A$ho )ue est( in$orre$to.e é as obras n+s #alamos a+bra-e e no a-+bra-e.

    K+s no #alamos ]a+bra-e^. Ka melhor das hip+teses' 9O ]a+bra-e^.

    m portu"u&s $orreto' no se #alam $oisas' 9% $oisas )uando muito'#ala%se $oisas' ou ACICA $oisas' ou O,I $oisas8.

    Constato' $om pesar' )ue o #alar < $rioulo é $ada *e mais epidémi$o em/ortu"al. depois *o$i#era%se $ontra o A$ordo Orto"r(#i$o' $omo se manter$onsoantes mudas é )ue #osse *ital para a nossa l!n"ua.

    \ament(*el o tom ra$ista do seu $oment(rio. is$ordo )ue ha-a uma #orma$orreta de #alar ou dier se-a l( o )ue #or. o ponto de *istaso$iol!n"uisti$o' é uma aberraço pensar assim. u"iro )ue leia o meu$oment(rio no #inal deste arti"o para abrir a sua $abeça. in$eramente' no

    entendo a atitude desses puristas )ue *eem o mundo em preto e bran$o. O

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    mundo é um ar$o !ris' $ole"a' $om di#erentes maties e $ores. /odemos a$eitaras di#erenças $omo al"o normal e no $omo uma anomalia===

    \!n"ua Caetano Seloso8 para *o$&3

    Eosto de sentir a minha l!n"ua roçar a l!n"ua de \u!s de Cam:es

    Eosto de ser e de estar

    )uero me dedi$ar a $riar $on#us:es de pros+dia

    uma pro#uso de par+dias

    >ue en$urtem dores

    #urtem $ores $omo $amale:es

    Eosto do /essoa na pessoa

    a rosa no Iosa sei )ue a poesia est( para a prosa

     Assim $omo o amor est( para a amiade

    )uem h( de ne"ar )ue esta lhe é superior=

    deie os /ortu"ais morrerem < m!n"ua

    inha p(tria é minha l!n"ua

    Fala an"ueiraZ FalaZ

    Flor do \($io amb+dromo \usaméri$a latim em p+

    O )ue )uer

    O )ue pode esta l!n"ua=

     Samos atentar para a sintae dos paulistas

    o #also in"l&s rela dos sur#istas

    e-amos imperialistasZ Cad&= e-amos imperialistasZ

     Samos na *elT da di$ço $hoo%$hoo de Carmem iranda )ue o Chi$o ,uar)ue de olanda nos res"ate

    N e)ue%mate N epli)ue%nos \uanda

    Ouçamos $om atenço os deles e os delas da BS Elobo

    e-amos o lobo do lobo do homem

    \obo do lobo do lobo do homem

     Adoro nomes

    Komes em

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    e $oisas $omo r e !m

    gm !m !m !m !m !m !m !m

    Komes de nomes

    Como $arlet oon de Che*alier' Elau$o attoso e Arri"o ,arnabée aria da Fé

    Flor do \($io amb+dromo \usaméri$a latim em p+

    O )ue )uer

    O )ue pode esta l!n"ua=

    e *o$& tem uma idéia in$r!*el é melhor #aer uma $anço

    st( pro*ado )ue s+ é poss!*el #iloso#ar em alemo

    ,lit )uer dier $oris$o

    ollX_ood )uer dier Ae*edo

    o Ie$Tn$a*o' e o Ie$Tn$a*o' e o Ie$Tn$a*o meu medo

     A l!n"ua é minha p(tria

    eu no tenho p(tria' tenho m(tria

    )uero #r(tria

    /oesia $on$reta' prosa $a+ti$ati$a #utura

    amba%rap' $hi$%le#t $om banana

    N er( )ue ele est( no /o de Aç$ar=

    N B( $raude brT

    N So$& e tu

    N \he amo

    N >ué )ueu te #aço' ne"o=

    N ,ote li"eiroZ

    N a`de brin)uinho' Ii$ardoZ= Beu tio *ai #i$ar desesperadoZ

    N Ba*inho' p:e $amisola pra dentro' assim mais pare$es um espantalhoZ

    N 9 li@e to spend some time in oambi)ue

    N Ari"atT' ari"atTZ8

    K+s $anto%#alamos $omo )uem in*e-a ne"ros

    >ue so#rem horrores no Eueto do arlem

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    \i*ros' dis$os' *!deos < man$heia

    deia )ue di"am' )ue pensem' )ue #alem

    9ni$ie a sesso para responder

    [ Fernando /ité1R Out 2015 Aprendi no \i$eu' )ue tr&s $ara$ter!sti$as da \!n"ua /ortu"uesa so N a $larea'a purea e a $orre$ço. 9sto #oi no tempo do stado Ko*o' e $ertamente )ue$onsiderada $omo purea o lin"uare-ar de Coimbra' por todo o /a!s' em $ada/ro*!n$ia' re"io e lo$alidade a #onéti$a e mesmo as pala*ras di#eriam. Kaminha terra' Olho' diia%se arém' alberi$o)ues e )uando se ia ao $inema nointer*alo $omia%se er*ilhanas amendoins8' por eemplo.

    /are$e%me )ue a nossa #onéti$a e*oluiu do "al($ti$o%portu"u&s' mas na base l(est( o latim. Ko prin$ipio do sé$ulo cc' es$re*ia%se #re)uentemente $om ph' a

     boti$a era a pharma$ia' mas os #ran$eses es$re*em Fran$e e pharma$ie. Kos/a!ses es$andina*os' se l&ssemos um teto sue$o em portu"u&s' eles no nosentenderiam' #ossem ue$os do norte ou do ul' e no entanto $onsta )ue l!n"uasue$a tem pala*ras portu"uesas ou da! deri*adas. ou*e estran"eirismos'nomeadamente de França' )ue adopt(mos. J( os ser*o%$roatas e outros' poreemplo' a #orma $omo es$re*em' para n+s ser( bastante ininteli"!*el. A aberraço do AOR0' )ue demo$rati$amente no $orrespondeu a nenhumaes$olha pbli$a' e )ue se pro$ura a todo o $usto impin"ir' no pare$e estar a ser

     bem a$eite pelos /A\O/s' mesmo os ,rasileiros )ue pare$em #aer perdurar a$ultura e \!n"ua e al"umas tradiç:es portu"uesas' mais do )ue n+sZ

    os outros /o*os' no pare$em estar interessados em alterar as l!n"uas )ue#alam' desen*ol*em as $ulturas )ue t&m' mas tal*e se-am mais en+#obos )uen+sY

    o 9ni$ie a sesso para responder

    o uhi@ uhi uh1R Out 2015

    o AO est( em *i"&n$ia em todos os setores do brasil #a tempo. A sua $r!ti$a éo$a

    9ni$ie a sesso para responder

     Oli*eira im:es24 e 2015

    /are$e%me )ue h( menos resist&n$ia ao A$ordo Orto"r(#i$o no ,rasil )ue em/ortu"al. m al"uns aspe$tos' esse a$ordo s+ $on#undiu nossas $abeças' poreemplo' o uso do h!#en. Ontem #i)uei na d*ida se de*o es$re*er auto%a-udaou autoa-uda. Ko #inal' desisti de pes)uisar e a$abei es$re*endo separado esem h!#en auto a-uda8. rsrsrs

    pe"ar distra!dos para outra e pela enésima *e meter o pau no AO. as *amos -o"ar o -o"oZ m al"uns minutos de audiço da BF deu para re$olher3

    $habemossabemos' na$hanasça' #a$h#a' ma$hmas' pi$ioaspre$iosas'a$re$hentoua$res$entou' olni*elao n!*el' so$hialso$ial demo$rata' prelepara

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    ele' mT#ilhomeu #ilho. O portu"u&s /t $onse"ue a proea deen$olherminimiar a letra \ na pala*ra ele` de um modo )ue no d( nem parareproduir por es$ritoZ Os luso pronun$iam as pala*ras de modo muito r(pido.

     Até )uem é tb muito rapidinho espanhois8 tem essa impressoZ ,rasileiro de

    #ato no entende o ) o luso #ala mas isto *aria em "rau de $ada ou*inte e de $ada#alanteZ /or eemplo é um praer sensorial ou*ir uma Joana Amaral ias $oma)uela bela *o e seu belo sota)ue pol!ti$a no entra na a*aliaço8. as nemtodoa luso%portu"a é pare$ido $om a -oaninha

    U o $ostume' uma pessoa )ue no tem a m!nima noço da #onolo"ia doportu"u&s e )ue *(rias *ees durante o teto $on#unde a$ento de pala*ra $om a)ualidade da *o"al *em )uestionar a *alidade $ient!#i$a do AOR0 e mandar

     bitaites sobre um assunto de )ue no per$ebe. O a$ento de pala*ra tem a *er$om duraço e mo*imentos mel+di$os numa determinada s!laba da pala*ra eno $om a abertura da *o"al $omo se pode *er na pala*ra Anha' )ue é

    a$entuada' $omo )ual)uer pala*ra lei$al' mas tem a *o"al reduida na mesma8. A abertura da *o"al tem tend&n$ia a estar alinhada $om o a$ento de pala*ra'mas h( e$eç:es por eemplo a pala*ra e$eço8.

    O instituto $am:es e o $iberd*idas so bons para tirar d*idas pontuais' masse tem tanta *ontade de per$eber #en+menos de reduço *o$(li$a' apa"amentode s!laba no $aso haplolo"ia8 e a#ins re$omendo leituras um bo$adinho maissérias.

    Bhe /honolo"X o# /ortu"uese de ateus e Andrade 2000 é pro*a*elmente amelhor opço. A Eram(ti$a do /ortu"u&s da Caminho de ateus e outros

    também tem uma des$riço dos pro$essos menos etensa mas boa. O li*ro/rosodi$ ord in uropean /ortu"uese de arina Si"(rio tem um $ap!tulo em)ue se des$re*e bre*emente as re"ras de ateus e Andrade 2000 re$orrendo aal"uns ba$@"rounds te+ri$os mais di*ersi#i$ados. as o li*ro Fonéti$a eFonolo"ia do /ortu"u&s da ni*ersidade Aberta' de ateus' Falé e Freitas' de*edar uma introduço "eral mais do )ue su#i$iente para e*itar $on#us:es b(si$as$ometidas neste arti"o.

    /ara )uest:es de ritmo e melodia )ue podem aproimar o /ortu"u&s de l!n"uasesla*as *ale a pena ler /rosodX and Fo$us in uropean /ortu"uese' Frota 2000.

    Boda esta literatura também a-uda a $ompreender as bases $ient!#i$as do AOR0'mas pode sempre olhar para o trabalho da lei$+"ra#a ar"arita Correia $u-otrabalho $onheço pior mas )ue este*e na elaboraço da *erso #inal do AOR0. A des*anta"em da maioria dos trabalhos a )ue #i re#er&n$ia é $entrarem%se no$hamado portu"u&s europeu padro' ou se-a' a *ariedade $ulta da ona de\isboa. 9n#elimente no $onheço trabalhos bons de diale$tolo"ia parare$omendar 38

     A$ho )ue nos est( a es$apar a todos a ideia prin$ipal impl!$ita neste teto3 o#en+meno das *o"ais $ada *e mais #e$hadas no /ortu"u&s de /ortu"al *ai

    tornar a nossa pronn$ia $ompletamente imposs!*el de per$eber da)ui a umasdé$adas pelos #alantes de /ortu"u&s de outras para"ens ,rasil' q#ri$a' et$8. Ora

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    isso' sem sobre de d*idas' *ai rele"ar o /ortu"u&s de /ortu"al para a $ompletainsi"ni#i$;n$ia' apenas #alado por 10 milh:es ou menos8 de pessoas eempurrando o /ortu"u&s do ,rasil' de An"ola' de oçambi)ue para a etinço'sendo substitu!do na pr(ti$a pelas l!n"uas ,rasileira' An"olana eoçambi$ana. Com isso l( se *ai a \uso#onia e a tal \!n"ua to poderosa

    #alada por 250 milh:es de pessoas em todo o undo. Ko *e-o tal #en+meno aa$onte$er nem $om o 9n"l&s nem $om o spanhol. Bemos todos de ter muitaatenço a issoZ

     A maioria dos brasileiros pronun$iam #ero $omo #ér+ss' )uem di #ér+iss$omo est( no teto so os $ario$as ) $riam um i` ima"in(rio. Assim $omodi#erente do resto $riam tb um u ima"in(rio em por eemplo doe 128 )uepronun$iam $omo dTue`

    eu sota)ue é do Centro%Oeste do ,rasil' e #alamos #er+iss e dTi. as es$utei#ero al"o' albatro' et$. 8 sem o i en)uanto esta*a em o /aulo.

    eri*amos' senhores. (' hou*e e ha*er( sempre )uem pronun$iedi#erentemente do tradi$ional' do dese-(*el' e do )ue "ostamos. as a dis$ussosobre o ltimo a$ordo orto"r(#i$o é outra' é bom no es)ue$er. nestemomento -( todos temos a per#eita noço de )ue h( interesses e$on+mi$os'e$onTmi$os e pol!ti$os N uns mais *isi*eis e outros mais de bastidores N )uedeterminaram o seu nas$imento. Kas$imento )ue' ali(s' sur"e meio en*olto em

     brumas sempre' pare$endo mais $oisa de #ilho sem pai. Ko = nto )uem sorealmente os autores do dito a$ordo= Contra )uem podemos protestar = >uea$ordo é esse' $ontestado pelos portu"ueses' an"olanos' brasileiros'

    moçambi$anos' "oado pelo mundo' e )ue pretende ser um a$ordo para a l!n"uaportu"uesa =

    ,om' rematando3 %Eostei de sentir a *ontade' nos $oment(rios )ue li' de tratareste assunto $om al"um n!*el. esmo nas opini:es )ue possam ser dis$ut!*eis' esempre o so.

    Ielembro )ue sempre hou*e a l!n"ua mais $ulta' no #alar' e a menos $ulta. Ko#alo da norma' mas sim da *o$aliaço. da pr+pria es$olha das pala*ras'intr!nse$amente li"ada no < es$olaridade mas < $ultura real' #lu&n$ia e$ompreenso da l!n"ua' h(bitos de leitura' $onhe$imentos de outras l!n"uas' et$.

    Falo' portanto' de um $on-unto de $oisas )ue mudam a #orma de nosepressarmos' e até mesmo a #orma de *erbaliar a)uilo )ue es$olhemos dierpara nos epressarmos.

    Con$ordo $om o autor )ue n+s brasileiros temos uma maior di#i$uldade deentender o portu"u&s europeu )ue *i$e *ersa. ma ami"a brasileira oriunda de,ras!lia e )ue #oi *i*er em /ortu"al $erta *e relatou%me $omo era di#!$ilentender os portu"ueses. u' parti$ularmente' também ti*e uma eperi&n$iapare$ida' porém a$redito )ue tudo se-a uma )uesto de mais pr(ti$a e mais$ontato $om a l!n"ua. \embro%me )ue' no passado' hou*e um tempo em )ueassinei a IB/ 9nterna$ional. Ko in!$io' tinha bastante di#i$uldade de entender o

    )ue eles diiamM porém aos pou$os $ome$ei a entender melhor. Com al"umassemanas de $ontato' entendia )uase 100V e$eto al"umas epress:es

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    tipi$amente lusitanas8. Foi a! )ue per$ebi $omo os portu"ueses diiampurtu"al` en)uanto no ,rasil diemos portu"au` e a$ha*a isso en"raçado e meper"unta*a Como podem os in*entores da l!n"ua estarem a dier pur` se a"ra#ia é por`= empre "ostei de idiomas e' dada minha $uriosidade' sempre"ostei de #aer per"untas embora nem sempre en$ontrasse as respostas8. Amo e

    respeito a l!n"ua portu"uesa' porém a$ho )ue #alta mais $ontato entre os nossospo*os. nisso $ulpo este lado do Atl;nti$o. A$redito )ue os portu"ueses$onhe$em mais sobre o ,rasil )ue n+s' brasileiros' sobre /ortu"al. Outro diauma ami"a postou umas #otos muito bonitas de di#erentes lu"ares s!tios8tur!sti$os em /ortu"al e eu $omentei )ue era uma l(stima )ue n+s brasileiros$onhe$emos mais os A do )ue /ortu"al. Bambém pare$e%me )ue nos doisltimos "o*ernos \ula ilma8 tem ha*ido mais inter$;mbio $ultural entre osdois pa!ses mas no posso dier $om $ertea por)ue moro h( mais de 25 anos noterior estran"eiro8. Apesar de tanto tempo #ora' #aço )uesto de ler ees$re*er em portu"u&s todos os dias. Benho ami"os brasileiros )ue moram nos

    A h( tanto tempo )uanto eu e )ue no $onse"uem es$re*er ou enun$iar umaoraço em portu"u&s sem misturar $om o in"l&s. A$ho en"raçado e #til8)uando ouço al"uém dier estou busX` e $oisas do "&nero. as *oltando <)uesto das di#erenças de pronn$ia' $on$ordo $om o autor )uando aponta )ueas *o"ais portu"uesas so mais #e$hadas. /or outro lado' *ale lembrar )ue'assim $omo em /ortu"al' eistem di#erenças mar$antes de pronn$ia no ,rasil.O eemplo $itado #ero8 é pronun$iado #er+is em al"umas partes e #er+sem outras. Ko Iio de Janeiro' por outro lado' pronun$ia%se #er+ish' $omode*em ter notado pelas no*elas da Elobo. \o"o' no h( uma pronn$iauni#orme )ue se possa $hamar padro' pelo menos neste $aso. Com a

    "lobaliaço do portu"u&s no ,rasil "lobaliaço de Iede Elobo8 e o)uestionamento $ada *e mais $res$ente do papel deste meio de $omuni$açoem nossas *idas' h( propostas no sentido de demo$ratiar a m!dia média8 de#orma )ue os $ontedos passem a ser re"ionais' *aloriando o #alar ou #alares8de $ada re"io' $ombatendo assim a tend&n$ia < uni#ormidade lin"u!sti$a. \ial"uns $oment(rios a)ui $on$ordo $om al"uns' dis$ordo de outros8. e umponto de *ista so$iol!n"uisti$o' a$ho #undamental no -ul"ar a l!n"ua se"undo osseus #alantesM seno $orremos o ris$o de a$har )ue uma pronn$ia é melhor )uea outra )uando so apenas di#erentes modos de epresso. Eosto de um dosprin$!pios da o$iolin"u!sti$a )ue di )ue a $omuni$aço é o mais importante e

    no propriamente a #orma. stabele$eu%se a $omuni$aço' belea' duas pessoasou dois pa!ses8 se entenderam' mara*ilha. Ko h( mais o )ue dis$utir. Oproblema é )ue ho-e em dia eistem muitos embates e debates )ue no le*am anada. eriam to mais pr(ti$o re$onhe$er )ue as di#erenças eistem e )ue soparte da *ida. >uem sou eu para -ul"ar a #orma $orreta de pronun$iar/ortu"al. Apenas posso apontar a di#erença e $on*i*er harmoniosamente $omela.

    7. A$ordo Orto"r(#i$o

    ( uns anos' #ora de )ual)uer $on*ersa sobre orto"ra#ias e a$ordos' uma ami"a

    e$lamou $omi"o' )uase indi"nada3 as por )ue rao dies *

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     Apanhado de surpresa' s+ podia dier )ue no sabia' no tinha pensado nisso. A$hei ento )ue a)uele A es$an$arado de*ia ser al"um res)u!$io meu de sota)uenortenho. ais tarde o$orreu%me )ue dier *a$ina' $om a)uele primeiro A tépido e pre"uiçoso' poderia ser outro tipo de sota)ue' de \isboa' -( )ue a minhaami"a é lisboeta. $omo nun$a se #ala em sota)ue de \isboa \isboa pensa )ue'

    sendo \isboa' no tem sota)ue8' a minha ami"a estaria a ser *!tima de mais um$aso de lisbono$entrismo pala*ra )ue' se no eiste' de*ia eistir8. Fosse $omo#osse' nun$a mais es)ue$i o remo)ue. mais tarde per$ebi o )ue a$onte$eu. udiia *

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    a$ti*amente' $omo eu sempre disse N $om a)uele primeiro A bem aberto %%'mas sim ati*amente' $om a)uele A prostrado' histori$amente errado' e' aindapor $ima' $ompletamente irre$onhe$!*el para um brasileiro. 9sto é' o AOR0$onse"ue $on$retiar duas "ross!ssimas asneiras ao mesmo tempo3 desedu$a%me $omo #alante do portu"u&s e presta um péssimo ser*iço < unidade

    trans$ontinental da l!n"ua.

    /ara e*itar a$usaç:es $omo a)uelas )ue a$abo de #ormular' o AOR0 apressou%sea o#ere$er alternati*as. Certas pala*ras passam a poder es$re*er%se de mais do)ue uma maneira. Com / ou sem /' $om h!#en ou sem h!#en' $om a$ento a"udoou $om a$ento $ir$un#leo' $om letra mais$ula ou $om letra mins$ula' e por a!#ora. al*ando assim a unidade da \!n"ua. a*er( es$rita para todos ospaladaresM no #undo' deiar( de ha*er orto"ra#ia es$rita $orre$ta8 para ha*er'diem' l!n"ua portu"uesa. ma *e )ue o a$ordo é' ento' a $onsa"raço dumdesa$ordo' o absurdo do ar"umento nem mere$e resposta. 9n#elimente' porém'

    a sopa%de%letras%para%todos%os%"ostos )ue é o AOR0 d(%me todas as opç:esmenos a de redi"ir *a$$ina' para per$eber donde *em a pala*ra' $omo se es$re*ee pronun$ia' e por)u&. O AOR0 d( tudo' tudo' a portu"ueses' brasileiros'an"olanos' moçambi$anos e tantos mais' menos a ni$a $oisa )ue tal*e nosinteresse na l!n"ua portu"uesa3 es$re*er e dier bem.