leucemiasalipio1.dominiotemporario.com/doc/leucemia_pb.pdfleucemia •o termo leucemia refere-se a...
TRANSCRIPT
LEUCEMIA
• O termo leucemia refere-se a um grupo dedoenças complexas e diferentes entre si queafetam a produção dos glóbulos brancostambém chamados leucócitos célulasresponsáveis pela defesa do organismo. “ Elescrescem de forma anormal e maligna.
Tipos de leucemia
• Leucemia mielóide aguda (LMA)
• Leucemia mielóide crônica (LMC)
• Leucemia linfóide aguda (LLA)
• Leucemia linfóide crônica (LLC)
CÉLULA MÃE PLURIPOTENTE
CÉLULA PROGENITORA MIELÓIDE CÉLULA PROGENITORA LINFÓIDE
CFU-G
MONÓCITO
MONOBLASTO
MIELOBLASTO
LEUCÓTICO PMN
CFU-M
EOSINOFILOBLASTO
BASOFILOBLASTO
EOSINÓFILOS BASÓFILO
BFU- E
CFU- E
ERITRÓCITO
CFU-MEGA
MEGACARIOBLASTO
MEGACARIÓCITO
ERITROCÍTICO/
MEGACARIOCÍTICO
CFU- EoCFU-G/M CFU- BA PRÉ -B NK/
PRÉ - T
PLASMÓCITO
LINFÓCITO
LINFÓCITO T
CÉLULA NK
Tipo Caracteríticas
M0Blastos muito indiferenciados, citologia e imunocitoquímica não definem
dados específicos, mas CD13 e CD33 +.
M1Blastos indiferenciados em alta % (> 30%). Pouca maturação para
mieloblasto. Bastonetes de Auer às vezes.
M2Blastos indiferenciados (> 30%) e diferenciação até promielócito (< 20%).
Bastonetes de Auer frequentes.
M3Grande porcentagem de promielócitos hipergranulares. Bastonetes de Auer
comuns.
M4> de 20% de cels. monocíticas e > 20% de Pmc e MB na medula óssea e/ou
sangue. Diferenciar de M2 e M5.
M5a morfologia monoblástica (> 80%), porém com diferenciação até monocítica.
M5bmorfologia promonocítica (> 80% são promonócitos ou monócitos no
sangue; mais indiferenciado na medula).
M6> 50% são eritroblastos e > 30% são mieloblastos ou promonócitos
(associação com blastos M1, M2 ou M4).
M7pequenas céls. indiferenciadas (> 30%) "tipo linfoblastos" no sangue.
Polimorfismo. Necessita biópsia medular.
Classificação:
• LMA-M0 - leucemia mielóide de blastos muito indiferenciados.
• LMA-M3 - leucemia aguda promielocítica. • LMA-M4 - leucemia mielomonocítica aguda. • LMA-M5 - leucemia monocítica aguda. • LMA-M6 - eritroleucemia. • LMA-M7 - leucemia aguda megacarioblástica. • Leucemia bifenotípica - apresenta marcadores imunológicos
para as linhagens mielóide e linfóide.• Leucemia M2 baso - foi recentemente reconhecida, é oriunda
de precursores basófilos.
• LMA tipo mielomonocítica: anti-MPO, CD13, CD33, CDw65 e/ou CD117.
• LMA tipo eritróide: glicoforina A+.
• LMA tipo megacariocitária: CD41 e/ou CD61.
Tipo: Características:
LLA tipo L1 blastos pequenos e homogêneos, difícil observar nucléolos.
LLA tipo L2blastos de tamanho variável, heterogêneo, nucléolos grandes visíveis.
Diagnóstico diferencial com LMA-M7.
LLA tipo L3blastos grandes, citoplasma basófilo e vacuolizado. Forma de pior
prognóstico.
CÉLULA MÉDIA % VALORES DE REFERÊNCIA %
Mieloblasto 3 0,5 – 5,5
Pró-Mielócito 5 1,5 – 8,0
Mielócito Neutrófilo 12 4,5 – 18,0
Mielócito Eosinófilo 2 0,0 – 3,0
Mielócito Basófilo 0,5 0,0 – 1,0
Metamielócito Neutrófilo 27 12,0 – 42,0
Metamielócito Eosinófilo 2 0,5 – 3,5
Metamielócito Basófilo 0 0,0 – 0,1
Bastão Neutrófilo 24 15,0 – 33,0
Bastão Eosinófilo 1 0,0 – 2,0
Bastão Basófilo 0,2 0,0 – 0,5
Segmentado Neutrófilo 25 14,0 – 35,0
Segmentado Eosinófilo 4 1,0 – 7,0
Segmentado Basófilo 0,2 0,0 – 0,5
Linfócito 22 7,0 – 38,0
Monócito 3 0,0 – 5,0
Pró-Eritroblasto 3 0,0 – 6,0
Eritroblasto Basófilo 3 1,0 – 6,0
Eritroblasto Policromatófilo 15 5,0 – 26,0
Eritroblasto Acidófilo 11 2,0 – 21,0
Célula Reticular 1 0,0 – 2,0
Célula Plasmática 1 0,0 – 3,0
Megacariócito 0,5 0,0 – 1,0
Relação M / E 3 / 1 2 / 1 – 4 / 1
Mitoses Raras Raras
MORFOLOGIA DAS CÉLULAS DA MEDULA ÓSSEA
CÉLULA DIÂMETRO MÉDIO- micra -
NÚCLEO CITOPLASMA
Pró-Eritroblasto 12 (10 – 14)Cromatina delicadae homogêneaNucléolos 1 a 2
Intensamente basofílicoAusência de grânulos
Eritroblasto Basófilo 11 (10 – 12) Cromatina mais densaAusência de nucléolos
Intensamente basofílicoAusência de grânulos
Eritroblasto Policromatófilo 9 (8 – 10) Condensado, Grumado Azul / Marrom
Eritroblasto Acidófilo 7 (6 – 8) Picnótico Cor da hemácia
Mieloblasto 17 (15 – 20)Cromatina delicadaNucléolos 2 a 6
BasofílicoGrânulos azurófilos:raros / nenhum
Pró-Mielócito 16 (14 – 18)Cromatina maiscondensada1 Nucléolo
Granulações azurófilas:numerosas
Mielócito 15 (12 – 18) Redondo ou oval Granulações azurófilase específicas
Metamielócito 14 (10 – 18) Riniforme, Invaginado Granulações azurófilase específicas
Plasmócito 11 (8 – 15)Pequeno, Excêntrico eCromatina em raiosde roda de carroça
Intensamente basofílicoVacuolizado
Megacarioblasto 21 (18 – 25) Sem lóbulosSem nucléolos
Azul claro
Pró-Megacariócito 18 Início da lobulação Irregular, sem grânulos
Megacariócito Granuloso 35 LobuladoCromatina grumada
Granulações azurófilas
Megacariócito Trombocitógeno 70 (35 – 100) Muito lobulado Vermelho granulosoPlaquetas na periferia
PATOLOGIAS DA MEDULA ÓSSEA
PATOLOGIA MIELOFIBROSE AGRANULOCITOSE PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA
Celularidade Reduzida Reduzida Aumentada
CélulaPredominante
Megacariócito LinfócitosPlasmócitos
Eritroblastos
SérieEritróide
Número reduzidode Eritroblastos
Eritroblasto PolicromatófiloEritroblasto Acidófilo
Pró-EritroblastoEritroblasto BasófiloEritroblasto PolicromatófiloEritroblasto Acidófilo
SérieMielóide
Número reduzidode Granulócitos
Número reduzido deMieloblastos e Mielócitos
Todo o escalonamentoMielóide
OutrasSéries
Número reduzidode Mononucleares,Linfócitos, Monócitos ePlasmócitosPresença denumerosos Fibroblastos
LinfocitoseMonocitoseCélulas Reticulares
Megacariócitos aumentadosNúmero reduzidode Mononucleares
Relação M / E ___________________ 10 / 1 a 50 / 1 1 / 1 a 4 / 1
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
DOENÇA DA MEDULA ÓSSEA
• CARACATERIZADA INICIALMENTE POR PROLIFERAÇÃO MIELÓIDE SEM PERDA DA CAPACIDADE DE DIFERENCIAÇÃO
• DOENÇA CLONAL
CÉLULA MÃE PLURIPOTENTE
CÉLULA PROGENITORA MIELÓIDE CÉLULA PROGENITORA LINFÓIDE
CFU-G
MONÓCITO
MONOBLASTO
MIELOBLASTO
LEUCÓTICO PMN
CFU-M
EOSINOFILOBLASTO
BASOFILOBLASTO
EOSINÓFILOS BASÓFILO
BFU- E
CFU- E
ERITRÓCITO
CFU-MEGA
MEGACARIOBLASTO
MEGACARIÓCITO
ERITROCÍTICO/
MEGACARIOCÍTICO
CFU- EoCFU-G/M CFU- BA PRÉ -B NK/
PRÉ - T
PLASMÓCITO
LINFÓCITO
LINFÓCITO T
CÉLULA NK
CÉLULA MÃE PLURIPOTENTE
CÉLULA PROGENITORA MIELÓIDE CÉLULA PROGENITORA LINFÓIDE
CFU-G
MONÓCITO
MONOBLASTO
MIELOBLASTO
LEUCÓTICO PMN
CFU-M
EOSINOFILOBLASTO
BASOFILOBLASTO
EOSINÓFILOS BASÓFILO
BFU- E
CFU- E
ERITRÓCITO
CFU-MEGA
MEGACARIOBLASTO
MEGACARIÓCITO
ERITROCÍTICO/
MEGACARIOCÍTICO
CFU- EoCFU-G/M CFU- BA PRÉ -B NK/
PRÉ - T
PLASMÓCITO
LINFÓCITO
LINFÓCITO T
CÉLULA NK
• PROTEÍNA TIROSINO-QUINASE
– TEM FUNÇÃO NA LEUCEMOGÊNESE
– A CÉLULA NÃO RESPONDE AOS CONTROLES NORMAIS
– LIBERA AS CÉLULAS DA AÇÃO DE CITOCINAS PARA CRESCIMENTO
– ALTERA A ADESÃO CELULAR
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
BCR/ABL
ENZIMA COM ATIVIDADE AUMENTADA
VÁRIOS SINAIS DE TRANSDUÇÃO SÃO
ATIVADOS
LEUCEMIA MIELÓIDE
CRÔNICA
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
• O QUE É O FISH?
– HIBRIDAÇÃO IN SITU POR FLUORESCÊNCIA
– MÉTODO CITOGENÉTICO-MOLECULAR
• MENOR TAXA FALSO POSITIVO
• MAIOR SENSIBILIDADE
QUAL A UTILIDADE DISSO?
– MONITORAR O TRATAMENTO
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
0
50
100
150
200
250
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
GB, Hb,Plq,Eo/Ba
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
0
50
100
150
200
250
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
GB, Hb,Plq,Eo/Ba,blastos
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
0
50
100
150
200
250
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
GB, Hb,Plq,Eo/Ba,blastos FA CB
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
0
50
100
150
200
250
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
GB, Hb,Plq,Eo/Ba,blastos FA CB
4anos
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
CÉLULA MÃE PLURIPOTENTE
CÉLULA PROGENITORA MIELÓIDE CÉLULA PROGENITORA LINFÓIDE
CFU-G
MONÓCITO
MONOBLASTO
MIELOBLASTO
LEUCÓTICO PMN
CFU-M
EOSINOFILOBLASTO
BASOFILOBLASTO
EOSINÓFILOS BASÓFILO
BFU- E
CFU- E
ERITRÓCITO
CFU-MEGA
MEGACARIOBLASTO
MEGACARIÓCITO
ERITROCÍTICO/
MEGACARIOCÍTICO
CFU- EoCFU-G/M CFU- BA PRÉ -B NK/
PRÉ - T
PLASMÓCITO
LINFÓCITO
LINFÓCITO T
CÉLULA NK
CÉLULA MÃE PLURIPOTENTE
CÉLULA PROGENITORA MIELÓIDE CÉLULA PROGENITORA LINFÓIDE
CFU-G
MONÓCITO
MONOBLASTO
MIELOBLASTO
LEUCÓTICO PMN
CFU-M
EOSINOFILOBLASTO
BASOFILOBLASTO
EOSINÓFILOS BASÓFILO
BFU- E
CFU- E
ERITRÓCITO
CFU-MEGA
MEGACARIOBLASTO
MEGACARIÓCITO
ERITROCÍTICO/
MEGACARIOCÍTICO
CFU- EoCFU-G/M CFU- BA PRÉ -B NK/
PRÉ - T
PLASMÓCITO
LINFÓCITO
LINFÓCITO T
CÉLULA NK
ATP
Tirosino-quinase
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
TERAPIA MOLECULAR
COM INIBIDOR DA TRANSDUÇÃO DO SINAL
BCR/ABL
Tirosino-quinase
LEUCEMIA MIELÓIDE
CRÔNICA
BCR/ABL
TERAPIA MOLECULAR
COM INIBIDOR DA TRANSDUÇÃO DO SINAL
DETECÇÃO DE DOENÇA RESIDUAL ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DE:
– CITOGENÉTICA MOLECULAR
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
OUTROS MÉTODOS MOLECULARES:
• M-FISH OU CARIOTIPAGEM ESPECTRAL (SKY)
– SONDAS DE DNA GENÔMICO
CITOGENÉTICA MOLECULAR
OUTROS MÉTODOS MOLECULARES:
• HIBRIDAÇÃO GENÔMICA COMPARATIVA
– FAZ-SE DA AMOSTRA SOB ESTUDO UMA SONDA
CITOGENÉTICA MOLECULAR
APLICAÇÃO DE MÉTODOS MOLECULARES:
• FISH: DIAGNÓSTICO, DRM, MONITORAMENTO DE TRATAMENTO
• M-FISH: COMPLEMENTAR À CITOGENÉTICA PARA ESCLARECIMENTO DE ALTERAÇÕES COMPLEXAS
• CGH: DIAGNÓSTICO DE DESEQUILÍBRIO GENÔMICO
CITOGENÉTICA MOLECULAR
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
• APLICAÇÃO DE MÉTODOS MOLECULARES NA PRÁTICA:
– CITOGENÉTICA MOLECULAR
• UTILIDADE NO DIAGNÓSTICO E NO MONITORAMENTO DO TRATAMENTO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Cremer,T et al: Detection of chromosome aberration in the human interphase nuclei by visualization of specific target DNA with radioactive and nonradioactive in situ hybridization techniques-diagnosis of trisomy 18 with probe L184. Hum Genet 74: 346, 1986. Poddighe, P.J. et al. : Interphase cytogenetics of Hematological Cancer. Comperison of classical karyotyping and in situ hybridization using a panel of eleven chromosome specific DNA probes. Cancer Res 51: 1959-67, 1991. Escudier, S. et al: Fish and cytogenetic studies of trisomy 12 in chronic lymphocytic leukemia. Blood 81(10): 2702-7, 1993. Polka, G et al.: Fish detection of mixed quimerism in 33 patients submitted to BMT. Bone Mar Transpl 17: 231-6,1996.
É uma proliferação neoplásica de um clone único de
plasmócitos, na maioria das vezes produzindo uma
imunoglobulina monoclonal. Este clone prolifera na medula
óssea, e com grande frequência resulta em destruição
extensa do esqueleto, com lesões osteolíticas, osteoporose e
fraturas. Anemia, insuficiência renal e hipercalcemia
também são comuns.
MIELOMA MÚLTIPLO
Etiologia
Exposição ao benzeno, inseticidas, herbicidas ou
radiação podem estar envolvidos na etiologia desta doença.
Fatores genéticos são descritos, com aparecimento da
doença em irmãos gêmeos. Há um consenso em que
anormalidades cromossômicas têm importância na
patogênese do mieloma. A translocação mais comumente
encontrada envolve os cromossomas 11 e 14.
Epidemiologia
O mieloma múltiplo é responsável por 1% de todas
as neoplasias e 10% das neoplasias hematológicas. Sua
incidência anual, nos EUA, é de quatro casos em 100.000
habitantes ao ano, existindo suspeitas de que esteja
aumentando. A idade média ao diagnóstico é 65 anos, 18%
dos pacientes têm menos de 50 anos e apenas 3% estão
abaixo dos 40 anos.
Doença Óssea
Mais de 2/3 dos pacientes têm dor óssea nas costas
ou no tórax, geralmente relacionada aos movimentos e
melhorando com o repouso. As lesões ósseas ocorrem
devido à hiperfunção dos osteoclastos, que são estimulados
por aumento de IL-6, IL-1, FNT, fatores estimulantes de
colônias, proteína inflamatória dos macrófagos e fator de
crescimento dos hepatócitos.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As interações que resultam no aumento da
reabsorção óssea produzem um microambiente excelente
para a proliferação e sobrevida das células do mieloma,
inclusive aumentando sua resistência aos tratamentos
quimioterápicos. Assim, bloquear a ação dos osteoclastos,
inibir a reabsorção óssea e a habilidade das células do
mieloma de permanecerem aderidas a este microambiente da
medula óssea pode contribuir para reduzir a progressão da
doença óssea, mas não necessariamente melhorar as lesões
osteolíticas.
Doença Renal
O “rim do mieloma” caracteriza-se pela obstrução
dos túbulos distais, proximais e coletores, provocada pela
deposição de um aglomerado de proteína monoclonal,
albumina, células epiteliais gigantes e mucoproteína de
Tamm-Horsfall(sintetizada pelas células tubulares na alça
ascendente de Henle). Na sequência, há dilatação e atrofia
dos túbulos renais, com distorção e perda de função dos
néfrons, eventualmente associadas à nefrocalcinose e
fibrose intersticial.
A presença de proteína de cadeia leve na urina está
sempre presente nos casos de acentuada perda de função
renal e necessidade de hemodiálise. O risco de insuficiência
renal está ligado a dois importantes fatores:
•Massa tumoral
•Quantidade de cadeia leve na urina
Outros fatores de importância na precipitação de
insuficiência renal são a hipercalcemia, desidratação e uso
de antiinflamatórios não hormonais.
Pacientes que desenvolvem insuficiência renal têm
uma sobrevida média de 9 meses, comparada aos 33 meses
dos que têm função renal normal.
Doença Neurológica
Radiculopatia é a complicação neurológica mais
comum em pacientes com mieloma. Resulta da compressão
nervosa provocada pelo colapso de uma vértebra destruída, e
em 10% dos casos, a compressão é causada por uma massa
extramedular. Dor mais intensa, fraqueza ou parestesias das
extremidades inferiores, alterações funcionais da bexiga ou
intestino são sintomas.
Neuropatia periférica é pouco frequente, e quando
presente geralmente está associada à amiloidose ou ao
mieloma com lesões escleróticas.
Não existe manifestação específica do mieloma
múltiplo no exame de sangue periférico. Anemia
normocrômica e normocítica ocorre em 2/3 dos pacientes ao
diagnóstico, e 50% têm rolleaux eritrocitário, que é
consequência do excesso de gamaglobulinas. Proteinúria
ocorre em 90%, e 80% dos pacientes com mieloma múltiplo
têm proteína de Bence Jones na urina. Alterações da função
renal são comuns, 48% a 77% dos pacientes têm creatinina
acima do normal, mas a ocorrência de disfunção renal
significativa não é muito frequente(18% a 25% dos casos).
QUADRO LABORATORIAL
O achado mais importante é a demonstração de
proteína monoclonal no soro, na urina ou ambos, o que
ocorre em cerca de 95% dos pacientes. A eletroforese de
proteínas no soro mostra um pico monoclonal em 80% dos
casos. Aumento de IgG é encontrado em 52%, IgA em 21%,
apenas proteína de Bence Jones em 16% dos casos.
O exame de medula óssea classicamente confirma o
diagnóstico. O envolvimento pode ser mais focal do que
difuso, e alguns pacientes necessitam aspirado e biópsia em
vários sítios para a confirmação do diagnóstico. Os
plamócitos geralmente constituem mais de 10% das células
mononucleadas da medula.
Os achados radiológicos mostram lesões líticas
(saca-bocado), osteoporose e fraturas em até 80% dos casos
ao diagnóstico. A tomografia computadorizada e a
ressonância magnética são exames superiores aos exames
radiológicos comuns para detecção destas lesões.
Hipercalcemia está presente em 25% dos pacientes.
O nível de beta-2-microglobulina é dos mais importantes
fatores prognósticos em pacientes com mieloma múltiplo.
Pacientes com beta-2-microglobulina acima de 4ug/dl ao
diagnóstico têm sobrevida média de 48 meses, enquanto os
que têm valores inferiores, têm sobrevida média de 12
meses. Níveis elevados de LD ao diagnóstico, encontrados
em 12% dos pacientes, estão relacionados com doença
agressiva, grande massa tumoral e pior resposta a terapia.