o trabalho infantil - áreas- cristiana
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Áreas onde se pratica o Trabalho Infantil
O trabalho infantil é toda forma de trabalho exercido por crianças e adolescentes, abaixo
da idade mínima legal permitida para o trabalho, conforme a legislação de cada país.
O trabalho infantil, em geral, é proibido por lei.
Especificamente, as formas mais nocivas ou cruéis de trabalho infantil não apenas são
proibidas, mas também constituem crime.
O trabalho infantil é comum em países subdesenvolvidos.
Um exemplo de um destes países é o Brasil, em que nas regiões mais pobres este
trabalho é bastante comum.
A maioria das vezes ocorre devido à necessidade de ajudar financeiramente a família.
Muitas destas famílias são geralmente de pessoas pobres que possuem muitos filhos.
Apesar de existir legislações que proíbam oficialmente este tipo de trabalho, é comum
nas grandes cidades brasileiras a presença de menores em cruzamentos de vias de
grande tráfego, vendendo bens de pequeno valor monetário.
Apesar dos pais serem oficialmente responsáveis pelos filhos, não é hábito dos juizes de
puni-los.
A acção da justiça aplica-se mais a quem contrata menores, mesmo assim as penas não
chegam a ser aplicadas.
Organização Internacional do Trabalho
A Organização Internacional do Trabalho (OIT), fixa como idade mínima recomendada
para o trabalho em geral a idade de 16 anos.
No caso dos países-membros considerados muito pobres, a Convenção admite que seja
fixada inicialmente uma idade mínima de 14 anos para o trabalho.
A mesma Convenção recomenda uma idade mínima de 18 anos para os trabalhos que
possam colocar em risco a saúde, a segurança ou a moralidade do menor, e sugere uma
idade mínima de 16 anos para o trabalho que não coloque em risco o jovem por
qualquer destes motivos, desde que o jovem receba instrução adequada ou treino
vocacional.
A Convenção admite ainda, por excepção, o trabalho leve na faixa etária entre os 13 e
os 15 anos, desde que não prejudique a saúde ou desenvolvimento do jovem, a ida deste
à escola ou a sua participação numa orientação vocacional ou programas de treino,
devendo a autoridade competente especificar as actividades permitidas e a tempo
máximo de trabalho diário.
UNICEF
Segundo a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), o trabalho infantil é
definido como Definição no site da Unicef toda a forma de trabalho abaixo dos 12 anos
de idade, em quaisquer actividades económicas; qualquer trabalho entre 12 e 14 anos
que não seja trabalho leve; todo o tipo de trabalho abaixo dos 18 anos enquadrado pela
OIT nas “piores formas de trabalho infantil”.
Para fins de pesquisa de campo, a UNICEF define o indicador de trabalho infantil como
o percentual de crianças de 5 a 15 anos envolvidos com trabalho infantil.
A definição da Unicef, para fins de pesquisa , encontra-se sob a seguinte classificação:
trabalho de crianças de 5 a 11 anos:
Trabalho executado durante a semana anterior à pesquisa por pelo menos uma hora de
actividade económica ou 28 horas de trabalho doméstico naquela semana;
Trabalho de jovens de 12 a 14 anos por pelo menos 14 horas de actividade económica
ou 42 horas de actividade económica e trabalho doméstico combinados naquela semana.
Piores formas de trabalho infantil
Embora o trabalho infantil, como um todo, seja visto como inadequado e impróprio para
os menores abaixo da idade mínima legal, as Nações Unidas consideram algumas
formas de trabalho infantil como especialmente nocivas e cruéis, devendo ser
combatidas com prioridade.
A Convenção n.º 182 da OIT, e 1999, aplicável neste caso a todos os menores de 18
anos, classifica como as piores formas de trabalho infantil: o trabalho escravo ou semi-
escravo (em condição análoga à da escravidão), o trabalho decorrente da venda e tráfico
de menores, a escravidão por dívida, o uso de crianças ou adolescentes em conflitos
armados, a prostituição e a pornografia de menores; o uso de menores para actividades
ilícitas, tais como a produção e o tráfico de drogas e o trabalho que possa prejudicar a
saúde, segurança ou moralidade do menor.
No Brasil, algumas das formas especialmente nocivas de trabalho infantil são: o
trabalho em canaviais, em minas de carvão, em funilarias, em cutelarias (locais onde se
fabricam instrumentos de corte), na metalurgia e junto a fornos quentes, entre outros.
Portugal
Em Portugal, o trabalho infantil é considerado uma grave ofensa à integridade de uma
criança e punido severamente, com prisão e multas altíssimas.
O artigo 152 do Código Penal Português define os casos específicos em que
actualmente o trabalho infantil é crime - maus tratos a menores implicando em trabalho
em actividades perigosas, desumanas ou proibidas ou trabalho excessivo.
Os casos de trabalho infantil em Portugal são reduzidas registando-se em média,
anualmente, 1 ou 2 casos.
Dados recentes
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2005 divulgada
pelo IBGE revelam que o avanço da ocupação infantil foi influenciado pelo trabalho
para o próprio consumo e pelo trabalho não remunerado na actividade agrícola.
No meio agrícola, este fato aumenta principalmente devido a factores como dificuldades
financeiras geralmente geradas por causa da seca, obrigando os menores a trabalhar em
diversas frentes de trabalho (hortas, pedreiras, comércio) em busca de melhorar a renda
familiar.
Segundo a pesquisa do PNAD 2005, na faixa dos 5 aos 17 anos de idade o contigente
dos que trabalhavam passou de 11,8% em 2004 para 12,2% em 2005, muito embora
esses dados não alterem essa tendência de declínio que vem a ser registada de 1995 a
2005.
Mais de 5 milhões de jovens entre 5 e 17 anos de idade trabalham no Brasil, segundo
uma pesquisa recente do IBGE, apesar de a lei estabelecer 16 anos como a idade
mínima para o ingresso ao mercado de trabalho.
Na última década, o governo brasileiro ratificou convenções internacionais sobre o
assunto e o combate ao trabalho infantil se tornou prioridade na agenda nacional.
Foram criados órgãos, alteradas leis e implantados programas de geração de renda para
as famílias, jornada escolar ampliada e bolsas para estudantes, numa tentativa de dar
melhores condições para que essas crianças não tivessem que sair de casa tão cedo para
ajudar no sustento da família.
Tanto esforço vem a dar resultado.
O número de jovens a trabalhar diminuiu de mais de 8 milhões em 1992 para os cerca
de 5 milhões hoje.
Mas especialistas afirmam o momento de inércia ainda não foi vencido e, se o trabalho
que está a ser feito for suspenso agora vai ser como se nada tivesse acontecido.