oficina - retiro de escrita e direitos humanos
TRANSCRIPT
- pegue um pedaço de papel e não leia;
- diga seu nome, leia o trecho em voz alta;
- como você se relaciona com o trecho?
- coloque o objeto que você trouxe no
centro do círculo.
Por que você
escreve?
“Por que eu escrevo?
Porque eu preciso.
Porque minha voz,
em todos os seus dialetos,
foi silenciada por tempo demais.”
Jacob Sam-La Rose
“Este é um dos meus poemas preferidos. Eu o li centenas de vezes, de novo e de novo. E cada
vez que o leio, parece que toda a minha história está contida nele. As cinco pequenas linhas
nos lembram, de forma bastante engenhosa, uma longa história de silêncio imposto. Uma
história de vozes torturadas, linguagens disruptivas, idiomas impostos, discursos
interrompidos e os muitos lugares onde nunca pudemos estar para falar com nossas próprias
vozes. Tudo isso parece escrito nele. Ao mesmo tempo, não é somente um poema sobre as
contínuas perdas causadas pelo colonialismo. É também um poema sobre resistência, sobre a
fome coletiva por nossas vozes, escrita e a recuperação de nossa história escondida. É por isso
que gosto tanto dele.
A ideia de que é necessário escrever, quase como uma obrigação moral, encarna a crença de
que a história pode 'ser interrompida, apropriada e transformada por meio de práticas
artísticas e literárias’ (hooks, 1990: 152). Escrever este livro tem sido uma forma de
transformação, porque aqui, eu não sou a 'Outra', mas eu mesma, não o objeto, mas o sujeito,
sou eu quem descreve a minha própria história, não sou descrita. A escrita emerge, portanto,
como um ato político.”
KILOMBA, Grada. Plantation memories: episodes of everyday racism. Münster: Unrast, 2008.
Por que você escreve?
Em uma frase!
Conceição Evaristo,
em Becos da Memória
Ao escrever, do
que você tem
medo?
Como é que se escreve?
Como eu escrevo:1º escrevo em tópicos, sem me preocupar em explicar muito ou com a
conexão entre eles (quase sempre parto da minha experiência);
2º quando as ideias centrais estão na tela, organizo: agrupo as
parecidas, jogo para cima o que for mais importante,
3º colocoo recheio. Desenvolvo cada uma das ideias, explico o que for
necessário, contextualizo e tento dar liga às ideias. Quanto mais simples
melhor!
4º leio em sequência e identifique onde não há liga, percebo os pontos
em que a transição é bruta ou não faz sentido;
5º faço as costuras necessárias, escrevo, apago ou reordeno o que for
preciso para que os parágrafos estejam conectados uns com os outros.
6º leio, envio para amigas, faço os ajustes necessários.
E vocês, como escrevem?1º ….
2º …
revisão entre pares.
1. How well did you understand the article, given that you are reading it
outside of the context/location it was written? How could your
understanding have been improved?
2. How relevant is it to the call for papers? Which strand of the call for
papers does it respond to? Please specify how it could be more relevant
and identify parts that you think are not relevant.
3. Please pay attention and comment on the structure and language of
the piece - identify any structural changes that you think would improve
the piece, any grammatical or spelling mistakes.
4. Any other general comments that you think would improve the piece
(e.g bibliographic suggestions, better referencing, more concrete
examples etc)
escreva sobre o objeto que você trouxe.
sobre os textos de
vocês, a partir da
revisão entre pares.
● o que ficou
bom?
o que pode melhorar?
que características
deve ter um bom
texto para a sur?
seis preciosas regras sobre como escrever bem do
escritor inglês George Orwell:
1. Não use uma palavra longa se uma palavra curta
resolve; 2. Se der para retirar alguma palavra, retire; 3.
Não use a voz passiva quando der pra usar a ativa; 4.
Nunca use figuras de linguagem que você esteja
acostumado a ler por aí. Elas viraram lugar-comum.
Perderam a graça; 5. Não use um jargão quando você
puder imaginar uma palavra do dia-a-dia. E finalmente:
6. Quebre qualquer uma dessas regras antes
de escrever algo que soe tosco.
seja escolhida por um
dos objetos.
esta oficina,
em uma palavra.
Obrigada.Bianca Santana