ogbè ìròsùn

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“A mentira viaja por vinte anos, mas jamais chega” “Um pai nunca nega ajuda a um filho” “Se chutas o teu cão hoje, encontrarás quem te chutará amanhã” “Somente entre lágrimas podemos enxergar Olódúmarè” “O que um pai faz por um filho, faz por si mesmo” “Nada que é emprestado pode ser retido para sempre” “Quem é sepultado por um filho, verdadeiramente teve um filho” “Quem perde seu pai, perde sua proteção” “Quem conserta seus defeitos, modifica seus inimigos” 1

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Page 1: Ogbè ìròsùn

“A mentira viaja por vinte anos, mas jamais chega”“Um pai nunca nega ajuda a um filho”

“Se chutas o teu cão hoje, encontrarás quem te chutará amanh㔓Somente entre lágrimas podemos enxergar Olódúmarè”

“O que um pai faz por um filho, faz por si mesmo”“Nada que é emprestado pode ser retido para sempre”

“Quem é sepultado por um filho, verdadeiramente teve um filho”“Quem perde seu pai, perde sua proteção”

“Quem conserta seus defeitos, modifica seus inimigos”

Ogbe irosun

Ìtan

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Ogbè ìròsùn associa-se a SùrùAs bênçãos de Ogbè ìròsùn ficaram no îrunO primeiro casamento de Ogbè ìròsùn não vingaÛlûdà vence ElédìwòròNenè, a esposa adúltera de ÒsùO caso ilícito entre Ogbè e ÌròsùnO ëbö de troca de OlófinÀbàtì Àlàpà consegue proteção contra os AjogúnA vigem de Îrúnmìlà e AgbèÎrúnmìlà desmascara Òsù gàgàgàO banho de Eni ÒsùOs diversos filhos de ÒsùÀlálàátà, o esotéricoO filho extraordinário de IrúláÒsù vai divinar em ÌserìO escravo que ajudou seu senhor a enriquecerÒgún Àlàgbûdû forja a enxadaÌrìn Wèwè usufrui de bênçãos em ÌràwòO porquê de destacarmos a cabeça do quadrúpede e as penas após as oferendasO babalawo que foi engolido por um peixeAs baratas povoam o mundoYemöja seduz Òrìñà OkoO ganancioso que quis passar para ÌfáA noiva que morreu no dia do casamentoÎñun tira Îrúnmìlà de um buracoÒdùkèkèèkè traz bênçãos até sua casaÎsànyìn compromete-se a servir Îrúnmìlà para sempreMangàlàjá e seu tumor na gargantaMachadinha faz ëbö por ire ìñegún ötá“Patife” não cuidou de seu paiÎrúnmìlà casa-se com Jovem TímidaOjugbûdû, o aprendiz de ÒgúnForte, porém velho e toloÎsànyìn é impedido de se tornar astrólogo

Ogbè ìròsùn (ma sùn)

Essência

a) Nasce o uso das penas nos rituais a Òrìñà, o artefato de ferramentas de ferro; a astrologia; a água fluidificada.

b) Kafere fun Ògún, Ñàngó, Egún, Îsànyìn, Olófin, Îrúnmìlà, Ûlûgbà, Òsù, Îsànyìn, Òrìñà Oko, Ìyàmi, Yemöja, Îñîïsì.

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Em ire

a) Ìfá fala sobre bênçãos de dinheiro, filhos e esposas quando esse Odù se manifesta em ire. Ele diz que a paciência, além obviamente das oferendas prescritas, constitui o mais importante caminho para que as bênçãos citadas se manifestem. Ao seguir os conselhos de Ìfá garantimos excelentes chances de prosperidade, desenvolvimento profissional, espiritual e familiar.

b) Como será amplamente exposto, a paciência tem um papel especial nesse Odù. Será ela, acompanhada por ëbö, que tornará possível a manifestação das principais bênçãos inerentes a Ogbè ìròsùn (prosperidade, esposas e filhos). Ìfá nos aconselha a não nos desesperarmos nem buscarmos por atalhos quando as coisas estiverem difíceis, pois aqui, quando rejeitamos caminhos ruins, não demorará para que oportunidades reais de felicidade se apresentem.

c) Ìfá revela que a pessoa para quem esse Odù se manifesta conquistou diversas bênçãos no îrun. Infelizmente as mesmas ficaram presas e não chegaram ao àiyé, mas essa situação é plenamente reversível através das oferendas aqui prescritas. O fato aqui é evidenciar a existência de consideráveis benefícios que são inerentes a esse Odù. A manifestação objetiva de tais benefícios mudará para melhor os rumos de nossa existência.

d) Sob a influência de Ogbè ìròsùn poderemos gerar um filho com características diferenciadas, cujas habilidades o conduzirão à fama ou ao sucesso, e diretamente nos trará consideráveis benefícios.

e) Aqui Îrúnmìlà vai divinar no local onde se acredita ser a mítica Atlântida; Òrìñà Oko vai à cidade de Ìràwò e lá passa a ser cultuado, consegue bênçãos e renome. Òsù vai divinar na cidade de Ìserì, e ajuda o povo de lá a conseguir abundâncias de filhos. Ìfá nos fala aqui sobre ire awàntolokun. Certamente seremos beneficiados ao tentarmos novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento em terras distantes.

f) Ìfá diz que a prosperidade carece de coerente administração para se manifestar quando esse Odù se apresenta. Aqui um escravo, exímio administrador, favorece a riqueza de seu amo. Além obviamente de apontar a administração como uma carreira em potencial, essa característica de Ogbè ìròsùn evidencia a importância da organização financeira. Aqui os recursos cedo ou tarde se manifestarão, mas só serão transformados em real prosperidade de acordo com nossa capacidade de coerentemente administrá-los. Se for o caso, deveremos ir atrás de quem possa cuidar de tal administração de uma maneira mais coerente e vantajosa.

g) Ìfá nos fala sobre a real possibilidade de atingirmos prosperidade através de atividades esotéricas. Clarividência e mediunidade merecem destaque, embora o Odù seja explícito no que diz respeito a interpretação de sonhos. De qualquer forma esse tipo de atividade é abençoada nesse Odù, e se nos dedicarmos às mesmas certamente atrairemos consideráveis benefícios para nossos caminhos.

h) Aqui Îrúnmìlà contou com a amizade de Agbè para se restabelecer em sua terra natal após uma longa viagem. Ìfá diz que felizmente poderemos contar com o apoio de um grande amigo quando inimigos nos gerarem dificuldades inesperadas. Tal qual ocorreu no ìtan que narra tal episódio, devemos perguntar a Ìfá quem seria esse amigo, e junto a ele fazer as oferendas necessárias que garantirão vitória contra inimigos ou consideráveis dificuldades.

i) Nos caminhos desse Odù, Îrúnmìlà vai tratar de Olófin, que aparece doente. Alguns ìtan de Ogbè ìròsùn sugerem que ao longo de nossas vidas teremos a oportunidade de trabalhar para pessoas afortunadas, famosas ou influentes. Ìfá nos aconselha nessas ocasiões a realizarmos as oferendas prescritas, a fim de podermos prestar o auxílio que de nós se espera, e obviamente recebermos o devido reconhecimento e compensação por nossos esforços.

j) Ogbè ìròsùn fala sobre ire nisidenì (uma bênção que pode ser tornar um infortúnio). Aqui as baratas obtêm a capacidade de se reproduzirem com rapidez e abundância, mas não fazem ëbö e por isso são perseguidas até hoje. Ìfá nos fala sobre a necessidade de usarmos nosso bom senso para percebemos até quando uma situação nos é favorável, e para tomarmos as medidas necessárias quando essa mesma situação deixar de ser. A positividade de uma situação infelizmente será acompanhada por uma negatividade futura, e a sabedoria aqui consiste em aproveitar um aspecto dessa situação, sem necessariamente sermos prejudicados pelo outro.

l) Ìfá evidencia que os Ancestrais possuem grande poder de bênçãos nesse Odù. Ao descendente que honrar e cultuar sua Ancestralidade, Ìfá garante, vida longa, saúde, proteção e consideráveis oportunidades de crescimento e prosperidade.

m) Ìfá nos fala aqui sobre a real possibilidade de trazermos para nossa casa diversas bênçãos do mundo. Essa foi a graça que recaiu sobre um dos personagens desse Odù, e a mesma sorte poderá ser a nossa, se ouvirmos e seguirmos os conselhos dados por Ìfá ao longo de toda a obra de Ogbè ìròsùn. A citação “trazer bênçãos para casa” também merece comentários. Pode se tratar de uma alusão à necessidade de favorecer o âmbito familiar através das diversas conquistas que poderemos ter.

n) Esse Odù explica como a ferramenta conhecida por “Machadinha” conseguiu se tornar útil e bem sucedida em diversos ramos de utilização. Similarmente ele avisa à pessoa para quem Ogbè ìròsùn se manifesta que ela alcançará sucesso em qualquer atividade que se propor a fazer. É óbvio que tal qual Ìfá ensina em outro Odù, o sucesso é uma combinação de ëbö e ìwà, ou seja, oferenda e conduta adequada, sem a qual a oferenda por si só não se justifica. Ou

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seja, ao realizar as oferendas prescritas e manter um comportamento condizente com aquilo que se pretende almejar, certamente as chances de sucesso são mais que consideráveis quando esse Odù se manifesta.

o) Aqui Îrúnmìlà recebe de Olódúmarè a permissão para representá-Lo perante todas as outras Divindades. Ogbè ìròsùn é Odù de oyè; logo podemos esperar por ascensão social e todos os benefícios inerentes a essa situação.

Em ibi

a) Ìfá nos alerta quanto a inveja no ambiente profissional. Ogbè ìròsùn era um excelente awo, mas o fato de cobrar barato por seus serviços custou-lhe feitiços, inimigos e dificuldades. A realização das oferendas prescritas, assim como a adoção de um comportamento compassivo, digno, mas atento, certamente contribuirão para obtermos vitória sobre os eventuais inimigos que cruzarem nosso caminho.

b) Ìfá revela aqui a existência de um Ajogún pouco conhecido, chamado Ìgbèsè (A Dívida). Infelizmente esse é um indício de que tal infortúnio estará presente quando Ogbè ìròsùn se manifestar em ibi. Felizmente Ìfá nos dá o “antídoto” para essa questão: paciência, retidão, ëbö e trabalho honesto. Ìgbèsè não poderá afligir por muito tempo aqueles que seguirem esses sábios conselhos de Ìfá.

c) Esse Odù também é chamado de Ogbè ma sùn (Ogbè, não durma), numa alusão à necessidade de nos mantermos sempre atentos, pois infelizmente feitiços e maldições estarão presentes quando um ibi ficar caracterizado. É muito provável que tais infortúnios venham por parte de pessoas conhecidas, com o qual já dividimos importantes momentos de nossa vida, por isso serão também as chances de hesitarmos em acreditar que tais pessoas poderiam nos prejudicar, especialmente quando nossos caminhos já tiverem se separado.

d) A manifestação desse Odù em ibi sugere consideráveis dificuldades materiais. Ìfá nos fala aqui metaforicamente que as bênçãos de Ogbè ìròsùn ficaram retidas no îrun, daí as dificuldades encontradas por esse Odù. Para que essa não seja nossa sorte, Ìfá nos aconselha realizar as oferendas com presteza e exatidão. É óbvio que outras situações caracterizadas por confisco ou situações semelhantes também devem ser consideradas.

e) Ìfá diz nesse Odù sobre a carência de filhos do povo de Ìserì. Essa situação só foi resolvida depois que Òsù chega ali para praticar a arte divinatória. Ausência de filhos é, no ponto de vista iorubano, uma grande desdita. Além da óbvia interpretação que aponta para situações de esterilidade, devemos considerar também o aspecto simbólico de “ausência de filhos”, e diversas situações se encaixam em tal conceito, como dificuldade para realizar projetos, falta de perspectiva, etc. Felizmente essa situação poderá ser satisfatoriamente resolvida se ouvirmos e seguirmos os conselhos de Ìfá.

f) Esse é o Odù Ìfá que nos fala sobre gravidez psicológica. As questões médicas que envolvem essa situação serão tratadas mais à frente, aqui a idéia é evidenciar a possibilidade de constantes frustrações, pois metaforicamente é disso que gestação psicológica se trata. Ìfá nos aconselha a fazermos oferendas para que os filhos (sonhos, projetos, realizações, expectativas) que estão em nossa mente “migrem” para nosso ventre; ou seja; adquiram situações reais de manifestação objetiva.

g) Ogbè ìròsùn, como já foi visto, está relacionado a dificuldades para gerar filhos. Se o aspecto literal dessa situação não se aplicar, então deveremos considerar os metafóricos. Nesse caso, ausência de filhos pode representar diversos tipos de dificuldades, mas todas relacionadas a frustrações ou extremas dificuldades para realizar projetos, alcançar objetivos, etc. Pela graça de Ìfá essa situação poderá ser contornada através das oferendas apropriadas, pois é esse o Odù que explica por que Òsù conseguiu vários filhos em sua vida.

h) Infelizmente Ogbè ìròsùn é um Odù de inimigos. Ìfá nos avisa a respeito, e também diz que aqueles que nos prejudicam ou bloqueiam nossos caminhos são pessoas que estão ou já estiveram muito próximas de nós. Ele nos aconselha a fazermos as oferendas apropriadas para que possamos desmascarar tais pessoas, e assim impedir que elas continuem a nos prejudicar de diversas maneiras. Da forma que Ìfá expõe a situação aqui, é prudente considerar a possibilidade de feitiços, maldições, etc.

i) Aqui um membro da família é deixado de lado, pois os outros acreditam que ele seja azarado ou “não tenha jeito”. Ìfá avisa que quando esse quadro se estabelecer, parte da responsabilidade será da própria pessoa discriminada, por deixar passar oportunidades que, se corretamente aproveitadas, favoreceria para que os parentes o vissem com outros olhos.

j) Como já foi visto, Ogbè ìròsùn fala sobre ire awàntolokun. Aqui é preciso destacar que em um dos ìtan que abordam tal assunto, Îrúnmìlà tem consideráveis dificuldades para se estabelecer novamente em sua terra natal depois que volta de uma longa viagem. Será prudente esperarmos por tais dificuldades, mesmo que a viagem em questão tenha sido positiva. As dificuldades podem ocorrerem de diversas formas, mas merece destaque a possibilidade de encontrarmos inimigos em nosso retorno, que dificultem ou até mesmo impeçam que possamos ter paz ou oportunidades de crescimento em nossa terra natal.

l) A manifestação desse Odù em ibi evidencia que infelizmente teremos que nos deparar com alguns Ajogún, especialmente Ìkú, Àrun, Ëjï e Òfo e Ìgbèsè. Felizmente nos caminhos de Ogbè ìròsùn recebemos de Ìfá importantes informações sobre magias que podem nos proteger de tamanhos infortúnios. O conselho é que as oferendas e os

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rituais sejam realizados o quanto antes, a fim de minimizarmos os estragos que tais Ajogún costumam causar na vida de qualquer pessoa. Se assim agirmos, poderemos certamente contar com o apoio e a proteção das Divindades.

m) Aqui a esposa de Olófin ficou espionando Îrúnmìlà, na expectativa de desmascará-lo. Como Îrúnmìlà não estava fazendo nada de errado, quem se prejudicou foi a mulher em questão. Ìfá nos avisa que devemos ter uma conduta ilibada, pois se assim não for certamente teremos nossas mazelas expostas, pois não faltará quem esteja nos observando e prontos a nos desmascarar, se fizermos por merecer.

n) Ìfá nos fala através desse Odù sobre a vergonha e outros tipos de sofrimentos que se seguem ao adultério. À pessoa que opta por essa prática, Ìfá avisa que situações extremamente complicadas e desagradáveis a esperam. Àquele que sobre devido o adultério alheio, Ìfá avisa que infelizmente sua vida mudará para pior, pois além de ser traída, tal pessoa ainda terá seu nome arrastado à vergonha, às dívidas e até mesmo á calúnia. Devemos fazer as oferendas prescritas antes que o mal aqui descrito se estabeleça em nossas vidas.

o) Ogbè ìròsùn fala sobre a frustração do devoto, que não vê suas oferendas surtirem o efeito esperado. Foi isso que aconteceu a um devoto de Ñàngó, até que Ìfá lhe avisou que suas oferendas não eram realizadas com o DeVito cuidado ritual, e por isso mesmo os Òrìñà não lhe abençoavam a contento. Ìfá nos orienta aqui a sermos cuidadosos com os aspectos rituais de nossa religião. É evidente que a pessoa para quem esse Odù se manifesta tem uma Espiritualidade complexa, e que seus rituais e cerimônias devem ser muito bem elaborados e realizados. Aqui a boa vontade não é suficiente para atrair uma bênção, é preciso fazer as coisas bem feitas, ritualmente falando.

p) Ìfá diz que bênçãos só chegarão até nós depois que “refrescarmos” o Orí de nossos Ancestrais. Alguns ìtan desse Odù evidenciam que não estamos zelando adequadamente de nossa Ancestralidade. Aqui Ìfá chama de “patife” o descendente que não honra a memória de seus Ancestrais. Egún e Ìyàmi deveriam receber constantes oferendas e cuidados religiosos, pois ambos são responsáveis por boa parte das bênçãos que poderão se manifestar nos caminhos de Ogbè ìròsùn.

q) Aqui a ferramenta “Machadinha” é aconselhada a fazer ëbö para prosperar, e também para se livrar dos infortúnios que sua prosperidade lhe geraria. Como será visto, Ogbè ìròsùn é um Odù de ire nisidenì (um bel que pode se tornar um mal). Infelizmente Ìfá nos avisa que devido nosso sucesso profissional ou comercial, atrairemos sobre nós os olhos invejosos de nossos inimigos. Aqui tão importante quanto fazer ëbö para prosperar, e fazer outra oferenda para continuar prosperando, apesar das ações deletérias que nossos inimigos moverão contra nós.

r) Aqui Îsànyìn tenta repetidamente frustrar os intentos de Îrúnmìlà de receber um importante oyè de Olódúmarè. Ìfá nos orienta a estarmos sempre atento a ação deletéria de nossos inimigos, para que não ocorra que venhamos a perder uma considerável oportunidade positiva na vida em razão dos mesmos. Ìfá também nos avisa a estarmos especialmente atentos a pessoas que nos são próximas, pois são maiores as chances de decepções ou traições nos atingirem através de tais pessoas.

s) Aqui tanto Îsànyìn quanto Òsù, após praticarem atos de sabotagem a Îrúnmìlà, são obrigados a se redimirem publicamente. Ìfá diz à pessoa cujo comportamento é destrutivo, que visa prejudicar seu semelhante para atingir um bem egoísta, que altere sua conduta o quanto antes, pois além de dificilmente atingir seu objetivo, ainda terá na vergonha a paga pelos seus atos.

t) Numa determinada circunstância desse Odù, Îsànyìn é corrompido pelas Àjé, que o convencem a prejudicar Îrúnmìlà em nome de ganhos futuros. O fato de Îsànyìn se permitir ser corrompido, e depois perante seu próprio insucesso ter que reconhecer o poder de Îrúnmìlà servindo-o até hoje, evidencia que ceder a impulsos egoístas e maquiavélicos será um passo definitivo em direção a derrotas e inevitável vergonha. Ìfá nos aconselha a não participarmos de conspirações, pois cedo ou tarde os resultados das mesmas nos arrastarão a consideráveis sofrimentos.

u) Em alguns momentos Ogbè ìròsùn pode ser prenúncio de solidão. Ìfá nos avisa a evitarmos caminhos que podem nos conduzir a esse triste fim.

v) Aqui Îsànyìn e seu séquito descobriram as bases da astrologia. Ìfá fala sobre uma alma mística, desejosa de conhecer os segredos do Universo. Infelizmente não foi dado a Îsànyìn para continuar com tais práticas, e isso sugere que se de fato desejamos nos engajar em questões metafísicas e esotéricas, devemos nos preparar com afinco para tal.

Comportamento

a) Paciência é a chave comportamental nesse Odù. Sùrù (A Paciência) é chamada aqui de “A mãe de Ajé”. Ou seja, é imprescindível ser paciente para atrair as positividades de Ogbè ìròsùn. Paciência aqui se entende por não apressar o que deve ser feito cautelosamente, nem queimar fases importante de um processo. Também pode-se entender por paciência o negar-se a usufruir de bênçãos, quando as mesmas estão acompanhadas por perigos ou sofrimentos latentes. Principalmente quando dificuldades se apresentarem é que devemos exercer a paciência. O resultado prático de tal comportamento será a manifestação de consideráveis oportunidades de crescimento, sucesso, estabilidade familiar e financeira.

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b) Esse é o Odù Ìfá que fala sobre a arte da metalurgia na preparação de ferramentas, tudo isso sob a supervisão direta de Ògún. Ìfá nos ensina aqui que tal qual o ferro, a pessoa para quem esse Odù aparece passará por diversas modificações e fases em sua vida. O mesmo ferro pode ser usado para confeccionar diferentes ferramentas; similarmente poderemos esperar por diversos tipos de ocupação profissional, e as mudanças de vida inerentes às mesmas. É importante ter em mente que todo o processo sugere um certo sofrimento, visto que o ferro precisa estar incandescente para poder ser trabalhado. A ação do fogo sobre o metal representa o sofrimento em questão. Mas talvez o mais importante seja ter em mente que todo o processo de contínuas mudanças estará sempre sob a supervisão direta dos Òrìñà e Ìñèñè, ou seja, tratar-se-ão de situações totalmente necessárias à nossa formação e crescimento espiritual. Ao passarmos com sucesso por tais situações, Ìfá nos garante vida longa, saúde e reais oportunidades de prosperidade.

c) Ogbè ìròsùn é um Odù com características esotéricas. Clarividência e mediunidade devem ser consideradas quando esse Odù se manifesta. Ìfá nos aconselha a fazermos as oferendas apropriadas para que essa característica de nossa prosperidade se traduza em bênçãos no futuro.

d) Como já foi visto, Ogbè ìròsùn é um Odù de inimigos. Ìfá nos aconselha a sermos extremamente cautelosos com essa situação, e não nos permitirmos “dormir” a respeito. Ele também diz que estaremos sendo tolos se acreditarmos que nossa posição ou nossos contatos serão suficientes para garantir proteção e vitória. Aqui aquele que assim agir certamente será derrotado por quem fizer as corretas oferendas e buscar o apoio das Divindades em suas batalhas. Se Ìfá confirmar a possibilidade de inimigos aqui, devemos agir com presteza e seriedade a respeito, sem acreditar que nossa posição, por melhor que seja, nos garanta uma real vantagem sobre nossos opositores.

e) Ìfá fala aqui sobre situações em que acreditaremos que a força de Orí será suficiente para gerar vitória ou proteção. Infelizmente os resultados práticos de tal comportamento comprovarão nosso equívoco. Aqui Orí deve ser assistido por outras Divindades, principalmente para evitar situações que possam gerar doenças ou prejudicar consideravelmente o fluxo de nossa vida.

f) Um dos personagens desse Odù recusa-se a realizar a oferenda prescrita por acreditar que a mesma só seria feita para beneficiar o sacerdote. Ìfá nos fala aqui sobre uma tendência à desconfiança exagerada, e obviamente dos males oriundos de tal comportamento. Devemos utilizar nosso bom senso para perceber que as situações que se encaixam na informação aqui exposta.

g) Aqui uma das esposas de Olófin teve um fim trágico depois que fuçou no ëbö preparado por Îrúnmìlà devido sua desconfiança. Ìfá nos orienta aqui a sermos cautelosos com nossas desconfianças, pois ao exagerar nas mesmas atrairemos para nossos caminhos consideráveis infortúnios. Outra possibilidade interpretativa consiste em não desrespeitarmos religiosos, pois isso também poderá atrasar consideravelmente nossa sorte.

h) Ogbè ìròsùn é um Odù de infidelidade conjugal. Aqui a esposa de Òsù o trai com o médico da família. Uma série de situações embaraçosas e desagradáveis se originou de tal atitude. Ìfá nos orienta aqui a evitarmos o caminho que pode nos conduzir ao adultério, pois esse Odù não fala necessariamente sobre um novo amor, e sim sobre os infortúnios oriundos de um relacionamento que nasce ilicitamente. Esse Odù também sugere que ao coabitarem, mesmo que em situações inusitadas, duas pessoas desenvolverão atração física e se envolverão sexualmente, o que acorrentará consideráveis sofrimentos para todos os envolvidos na questão. A natureza humana nos incentiva à prática sexual, mesmo quando nossos conceitos éticos se opõem a respeito.

i) Ancestralidade é um dos principais aspectos de Ogbè ìròsùn. Em mais de uma ocasião Ìfá deixa claro que é imprescindível manter aberto os canais de comunicação entre o Ancestral e seu descendente, pois sem tais canais poderemos não receber todas as bênçãos que nossa Ancestralidade pode nos proporcionar. Diante de tal fato é plausível supor que ocorrerão situações que estremeçam a relação entre pais e filhos, pois Ìfá não precisaria chamar nossa atenção à necessidade de honrar nossos Ancestrais, se já o estivéssemos fazendo. Caso nossos pais ainda estejam no àiyé, é óbvio que essas orientações de Ìfá devem nos inspirar a zelar e respeitar da melhor maneira possível aqueles que tornaram possível nossa chegada a esse mundo.

j) Ìfá nos fala aqui sobre a nossa relação com os Òrìñà. Ele diz à pessoa para quem esse Odù se manifesta que zelar dos Òrìñà e dos Ancestrais é seu destino. A observância desse conselho de Ìfá certamente nos protegerá de consideráveis infortúnios, e também atrairá imensas bênçãos para nosso destino.

k) Aqui um babalòrìñà quis se tornar babalawo, mas não recebeu a bênção de Ìfá para tal. Ìfá evidencia que temos limitações, e que ao invés de tentarmos atingir objetivos que estão para além de nosso alcance, devemos nos sentir felizes e privilegiados pelas bênçãos que já alcançamos. Conhecer e respeitar os próprios limites é uma das normas comportamentais desse Odù. Querer aquilo que não está em nosso destino pode nos colocar em caminhos imprevisíveis, para não dizer perigosos. É óbvio que tais orientações não se limitam exclusivamente ao âmbito religioso, podendo ser aplicadas em diversos aspectos de nossa Vida.

l) Como já foi visto, aqui Îrúnmìlà recebe de Olódúmarè a permissão para representá-Lo perante todas as outras Divindades. Mas esse oyè só foi definitivamente passado a Îrúnmìlà quando ele provou seu valor nas diversas provações que encontrou. Ou seja, esse Odù revela um grande potencial de oyè (títulos honoríficos, reconhecimento social, grandes responsabilidades, etc.), mas esse mesmo potencial será testado, e só poderemos usufruir dos benefícios de um oyè depois de nos mostrarmos dignos do mesmo.

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m) Como já foi visto, Ogbè ìròsùn é Odù de mediunidade e esoterismo. Ìfá nos aconselha a estarmos sempre atentos a nossos sonhos, pois informações e orientações importantes podem chegar até nós através deles.

n) Aqui Ìfá diz, “As penas do urubu só vão até sua coxa. Para cobrir o resto, ele precisaria de calças”. No contexto em que tal mensagem aparece fica claro que Ìfá está se referindo ao apoio que recebemos das Divindades para crescermos e prosperarmos nesse mundo. Mas esse mesmo apoio não será integral; para atingirmos nossos objetivos também teremos que fazer consideráveis esforços pessoais. No ìtan em que Ìfá expressa sua sabedoria através desse verso, Ògún ensina um ofício a um de seus devotos, o que garantiu o desenvolvimento do mesmo.

o) Um dos personagens desse Odù costumava pilhar milho na beira do rio, mas sem usar um pilão, socando os grãos diretamente no chão fofo. Quando indagado sobre o porquê de tal conduta, começou a falar, demonstrando pena de si mesmo. Ìfá fala aqui sobre esforços infrutíferos e mal direcionados. Ele diz que as decepções da vida podem nos conduzir por caminhos totalmente estéreis, mas que nós somos os responsáveis por tais acontecimentos, e também somos os únicos que podem alterar a situação. Felizmente ele também diz que as Divindades querem nos ajudar, e tudo ficará melhor se fizermos as oferendas apropriadas e deixarmos de enveredar por caminhos que definitivamente não nos conduzirão a lugar nenhum.

Relacionamentos

a) Ìfá revela que o primeiro casamento de Ogbè ìròsùn infelizmente não vingou. As dificuldades matrimoniais se deram principalmente pelo comportamento difícil da esposa. Aqui é imprescindível ser paciente e cauteloso antes de assumir compromissos sentimentais, pois uma escolha inadequada certamente atrairá constantes e duradouros infortúnios.

b) Ìfá nos fala sobre problemas que teremos com uma ex-esposa (ou marido). Aqui o final de um casamento pode não ser necessariamente o final de nossas complicações. Ìfá adverte a não desejarmos mal ou prejudicarmos de qualquer maneira aquele (a) que já dividiu a vida conosco. Ele diz que aquele que assim agir atrairá consideráveis infortúnios para si mesmo, pois deixará de contar com o apoio das Divindades.

c) Como já foi visto, separação conjugal é algo inerente a esse Odù, embora Ìfá aconselha à mulher que abandona seu marido a repensar suas atitudes. Se tal conselho não for seguido, a mesma mulher deverá evitar a todo custo prejudicar seu ex-companheiro, sob pena de irritar as Divindades que zelam pela espiritualidade do mesmo, e assim atrasar sua própria sorte, além de se expor desnecessariamente a doenças e perigos.

d) Ìfá nos avisa que sob a influência desse Odù, um relacionamento amoroso pode não sobreviver a dificuldades financeiras. Aqui a amante (ou até mesmo a esposa) vai embora quando o homem não consegue prover suas necessidades ou gostos. Assim sendo, Ìfá aconselha ao homem que evite formar uma segunda e ilícita família, pois sua Espiritualidade não o apoiará e dessa falta de apoio advirão as dificuldades financeiras que tornarão impossível um convívio sentimental prazeroso.

e) Aqui Îñun era apaixonada por Îrúnmìlà, mas ele não tinha olhos para ela, apenas para Öya. Apenas depois de fazer ëbö é que Îñun pode enfim viver esse relacionamento. Ìfá nos fala aqui sobre a clássica situação “fulano gostava de beltrano, que gostava de ciclano...” Um ponto que merece destaque é o fato de ninguém entender como Îrúnmìlà poderia não estar interessado em Îñun, visto que ela representava tudo aquilo que um homem pudesse desejar numa mulher. Como Îrúnmìlà acaba indo viver com ela, podemos supor que aqui há a possibilidade de alguém não valorizar uma pessoa que lhe aprecia, e de estar cometendo um considerável erro em sua vida, visto que os mitos sempre relatam a relação de Îrúnmìlà com Îñun, mas quase não abordam o relacionamento desse com Öya. Devemos fazer as oferendas indicadas por Ìfá para que possamos chamar a atenção de alguém que desejamos muito, ou para que possamos enfim perceber as reais e valiosas oportunidades de felicidade conjugal que a vida pode oferecer.

f) Aqui Yemöja seduz Òrìñà Oko para arrancar dele os segredos do plantio de inhame. Ìfá fala sobre os ardis usados no âmbito sentimental para se atingir um determinado fim. Não raro, esses ardis poderão ser sedução, sexo ou coisas do gênero. Ao seduzido, Ìfá aconselha discernimento antes de abrir seu coração, para evitar o risco de sermos usados e depois cruelmente descartados.

g) Ìfá aconselha à mulher para quem esse Odù se manifesta que procure um devoto dele para se casar. Essa mulher terá muitas chances de felicidade se seguir esse conselho, e também se receber iniciação e cuidar devotamente dos pertences de Îrúnmìlà. Caso Ìfá mostre essa mesma mensagem para um homem, pode ser uma alusão à necessidade de iniciação, visto que perante as Divindades todos somos considerados “noivas” (ìyáwò).

Saúde e bem estar

a) É extremamente importante não praticarmos magia negra sob a influência desse Odù. A ex-esposa de Ogbè ìròsùn não seguiu esse conselho e foi acometida por diversos infortúnios físicos. Ìfá assegura que complicaremos perigosamente nossa saúde se optarmos em resolver nossos problemas através de feitiços, maldições, etc.

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b) Ìfá nos aconselha a sermos cuidadosos com questões gestacionais quando esse Odù se manifestar. Aqui os pais podem ter intuições ou sensações de que a criança em formação precisará de cuidados especiais, ainda no âmbito espiritual (oferendas, rituais, etc.). Nossa atual realidade também aponta para a necessidade de eventuais cuidados médicos. O ponto a ser considerado é que se tais cuidados forem tomados, Ìfá garante o nascimento sadio de um ou mais filhos que poderão nos auxiliar consideravelmente no futuro.

c) Como já foi visto, Ogbè ìròsùn fala sobre gravidez psicológica. Além dessa situação, devemos considerar a possibilidade de dificuldades gestacionais ou de fertilidade. De qualquer forma, Ìfá nos mostra o caminho para que possamos vencer tais dificuldades e usufruir da presença de filhos em nossa vida.

d) Ìfá fala aqui sobre a real possibilidade de desenvolvermos tumores ou outras doenças na região do pescoço. A prudência manda evitarmos comportamentos que de uma maneira ou outra favoreçam o desenvolvimento de tais doenças.

e) Ìfá nos aconselha a sermos cuidadosos com nossa saúde, evitando excessos e desenvolvendo hábitos saudáveis, pois quando em ibi esse Odù fala sobre doenças sérias, que podem encurtar nossos dias ou comprometer drasticamente nossa qualidade de vida.

f) Nos caminhos desse Odù, Olófin ficou doente e só se recuperou dessa situação depois que Îrúnmìlà lhe fez um ëbö de troca. Ìfá nos aconselha a sermos cuidadosos com nossa saúde, pois se o próprio Olófin foi visitado por Àrun, por que nós seres humanos não seríamos? A doença de Olófin também abre a hipótese de patologias que só serão devidamente tratadas através de cuidados espirituais, e não apenas médicos.

g) É preciso evitar atividades que possam comprometer nossa visão. Aqui os olhos poderão adoecer de diversas maneiras.

h) É essencial não abusar de nosso corpo, evitar friagens e adotar uma alimentação mais saudável.

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Ìfá diz

- Quando em ire, Ìfá diz que o apoio Ancestral nos conduzirá por um caminho aberto;- Há a necessidade de um progresso gradual, mas constante, para se atingir o próprio destino;- Quando em ibi, Ìfá diz que a resistência em seguir os ditames da Ancestralidade nos trará problemas;- A vida pode ser de insucessos se continuarmos a não seguir as determinações Ancestrais;- A pessoa para quem esse Odù se apresenta é clarividente, ou conhecedor de assuntos esotéricos- Haverá sucesso ao desenvolver capacidades psíquicas, como ler mãos, cristais, água, etc.- Que a mulher faça ëbö para ter mais filhos, ou proteger os que já possui;- Para atrair prosperidade, deve-se sempre andar bem vestido e jamais com roupas rotas;- Aqui o marido é traído e ainda tem que pagar pensão;- Aqui a mentira torna-se verdade. O consulente mente ao awo, mas tudo o que diz acaba acontecendo;- Ìfá fala sobre a guerra entre duas pessoas inteligentes;- A manifestação desse Odù pressagia grande acontecimentos;- Olófin concede a graça da invencibilidade perante os Ajogún;- Muitos oparaldo serão necessários, pois há vários arajé atrapalhando;- Um ëbö é necessário para evitar a morte precoce do pai. Se já faleceu, então seu Egún deve ser cultuado;- Há elementais chamados Ñìñìrìkú. Estão ligados a Ñàngó e Îsànyìn;- Esses ara îrun precisam ser apaziguados, pois geram infortúnios em nossas vidas;- Para apaziguá-los, entre outras coisas se usa cinzas e enxofre;- Alguém foi assassinado por saber ou por falar demais;- Fazer maldades para quem não merece atrairá Öbàtàlá paribò;- Ñàngó está ligado à família do consulente. É preciso voltar a cultuá-lo para que haja bênçãos;- A família já possuiu elementos que favorecem o culto a esse Òrìñà;- Que a mulher não enverede por um caminho de infidelidade. Isso pode lhe custar caro;- Se esse Odù aparece para mulher, Ìfá diz que Ìkú está perseguindo seu marido;- Ataques de animais. Ìfá aconselha todo cuidado a esse respeito;- Sob a influência desse Odù é mais difícil definir diagnósticos;- Revolução familiar;- Pode haver afogados na família;- Disputa entre irmãos. O mais pobre com o tempo será abençoado;- Abandone as mulheres e dedique-se a seus principais assuntos;- Alguns favores prestados não receberão consideração;- Para não nos envolvermos em tragédias, não devemos apartar brigas;- Perante tentações, devemos pensar duas vezes para evitar Ûwîn;- Não se permita dominar pela incredulidade;- Atenda a Îñun;

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Obras de Ogbè ìròsùn

1) Efetuaremos oferendas às Divindades indicadas por Ìfá para que:

- Não sucumbamos às más vibrações emitidas por nossos inimigos;- Não sejamos prejudicados por pessoas que estiveram, mas não estão mais convivendo conosco;- Ìkú, Àrun e Ìgbèsè não adentrem em nossa casa;- Resolvermos uma crítica situação de falta de filhos;- Nossas faculdades esotéricas se intensifiquem e favoreçam nossa prosperidade;- Não sejamos usados e depois descartados num relacionamento amoroso;- Possamos trazer à nossa casa os frutos de diversas bênçãos que encontrarmos pelo mundo;- Prosperar e continuar prosperando, apesar da ação deletéria de nossos inimigos;- Possamos reconhecer que caminhos ou atitudes não nos conduzirão a lugar nenhum;- Tenhamos o correto norteamento sobre onde direcionar nossos esforços para sermos felizes.

2) Orí e Ûlûdà devem ser sempre propiciados, para que Sùrù esteja sempre conosco, pois ela é a garantia de nossas bênçãos.

3) Ìyàmi receberá oferendas de coelhos para nos livrar de infortúnios, feitiços e falta de dinheiro.

4) Num dia chuvoso imolaremos um galo em nossa casa, para que as bênçãos reconheçam nosso solo, adentrem em nosso lar e permaneçam em nossa vida.

5) Realizaremos oferendas ao Orí de nosso pai, pois o mesmo nos abençoará. Se nosso pai for falecido, então cultuaremos esse Egún da melhor maneira que pudermos.

6) Ògún receberá oferendas para estar sempre nos apoiando nas diversas ocupações profissionais que experimentaremos ao longo da vida.

7) Usaremos quiabo como oferenda em questões que favoreçam o desenvolvimento de nossos filhos, assim como os benefícios futuros que tais filhos poderão nos gerar.

8) Òrìñà Oko e Òsù receberão oferendas para nos abençoar com ire awàntolokun.

9) Um àgbo será preparado nos caminhos de Ògún e Òsù para que possamos ter abundância de filhos.

10) Ûlûgbà receberá oferendas para nos ajudar a administrar nossos negócios, de tal forma que a prosperidade se manifeste.

11) Òsù receberá oferendas para nos abençoar com abundância de filhos.

12) Ûlûgbà e Îrúnmìlà receberão oferendas para nos ajudar a conquistarmos vitória sobre nossos inimigos.

13) Ûlûdà receberá oferendas para nos abençoar com ire iñëgún ötá.

14) Encantamentos serão realizados com a pena de agbè para ire iñegún ötá.

15) É preciso realizar os rituais inerentes a esse Odù para nos protegermos da ação dos Ajogún, que aqui é intensa e complexa.

16) Îrúnmìlà e Olófin receberão oferendas para nos abençoarem com oportunidades de lidarmos com pessoas ricas ou influentes, e de sermos beneficiados por tais contatos.

17) Em casos de doenças sérias e aparentemente irreversíveis, Ìfá nos orienta a realizarmos ëbö de troca como o exposto nesse Odù.

18) Îñun receberá oferendas para nos ajudar a chamar a atenção de alguém que gostamos, e também para recebermos o devido reconhecimento num relacionamento.

19) Uma machadinha será devidamente sacralizada e incorporada ao fundamento de Ògún. A finalidade de tal ritual é atrair oportunidades de sucesso em diversos ramos de atividade.

20) Orí, Àñèñè e Îrúnmìlà receberão oferendas para nos protegerem de conspirações maquinadas por nossos inimigos contra nós.

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21) Egún e Ìyàmi deverão ser cultuados e constantemente propiciados, visto que ambos são essenciais para que bênçãos possam nos alcançar no àiyé.

22) Um determinado preceito deve ser repetido por dez dias, a fim de nos ajudar a sairmos de uma situação desanimadora e difícil, e possamos ser conduzidos a novas oportunidades de sucesso.

23) Uma mulher deveria realizar constantes oferendas a Îrúnmìlà, a fim de receber melhores oportunidades de felicidade conjugal

24) Ûlûgbà receberá oferendas para nos livrar de armadilhas.

25) Tudo melhorará se Orí for propiciado com um grande peixe.

26) Îñun receberá a oferendas de cinco galinhas. Após o ritual, as penas das galinhas devem ser postas ao redor da casa. Essa oferenda será feita para atrair as bênçãos dessa Divindade.

27) Um copo de cristal será posto numa prateleira branca e com cortina também branca. Tudo isso ficará ao lado de Olófin, pois o representa. A água posta no copo será santificada e deve ser bebida para resolver os problemas indicados por Ìfá para esse “tratamento”.

28) Os guerreiros receberão oferendas de peixe fresco. As escamas serão postas sobre seus assentos. Depois os peixes serão preparados em forma de àtin, que será usado para nos ajudar a resolver problemas complexos e de difícil solução.

29) Como complemento no tratamento de tumores, devemos fazer saraiyëiyë com fígado bovino. A carne deverá permanecer no quintal da casa até iniciar a putrefação, depois será levada ao cemitério e deixada sobre uma cova indicada por obì. Como complemente a essa fase da oferenda, um saraiyëiyë com pintinho será feito às costas da pessoa interessada. Ao retornar para casa, antes de entrar na moradia um outro saraiyëiyë será feito com tudo aquilo que Ìfá indicar.

28) Ògún receberá oferendas para nos abençoar com libido. Elementos fálicos farão parte da oferenda, que será completada com o animal indicado por Ìfá. Aqui literalmente se dá de comer ao pênis.

29) O oparaldo desse Odù é feito à meia-noite. O interessado será colocado dentro de um círculo de ûfun em que já haja duas folhas de màrìwò, uma fissura de boi e lascas de ferro, e segurará um galo. Por fora desse círculo um outro será feito com álcool. O segundo círculo será acesso, e o oficiante dará dezesseis voltas ao redor do interessado, chamando por Àbita. Ao final da última volta o galo será imolado, e seu sangue será usado para apagar as chamas. O interessado então sairá do círculo e se banhará com um àgbo preparado nos caminhos de Öbàtàlá.

30) Para atingirmos uma posição de poder e destaque, ofereceremos um galo a um ûdun àrà de Ñàngó. O ûdun àrà deve ser levado aos pés de uma palmeira. Ali diretamente no chão serão marcados os Odù indicados por Ìfá. Òrògbò será oferecido a Ñàngó, uma chama deve ser acesa e o galo será imolado sobre o ûdun àrà, que por sua vez estará sobre as marcas dos Odù. Depois o ûdun àrà será recolhido num pano branco e devolvido ao assento de Ñàngó.

31) Para retirar um ara îrun indesejado de dentro de casa, Ogbè ìròsùn será marcado no chão, acompanhado por uma cruz. Um pote de barro com água será colocado sobre a marca. Um saraiyëiyë com pó de preá, pó de peixe, pó de milho torrado e dendê será realizado e posto dentro do pote. O ritual será feito durante três dias, formando assim três potes diferentes. Ao final do terceiro dia um outro saraiyëiyë com pomba branca será realizado ao interessado, e com o ûjû da pomba marca-se uma cruz à entrada da casa. Os potes serão cobertos com as penas da ave e então serão despachados onde Ìfá indicar.

32) Para nos proteger contra revoluções, colocaremos o assento de Îñîïsì sobre a marca de Ogbè ìròsùn, dentro de nossa casa. Então ele receberá uma pomba como oferenda.

33) Para resolver problemas referentes a trabalho, ofereceremos a Ûlûgbà um pintinho, que será imolado diretamente na encruzilhada. Ali temperaremos tudo com pó de peixe, pó de preá, pó de milho torrado, dendê e melado. Depois carregaremos o pintinho até o assento de Ûlûgbà, e ali reforçaremos nosso pedido. O pintinho será preparado exatamente como Èñù indicar através de obì.

34) Por ire gbogbo, Ñàngó receberá oferendas diretamente no quintal da casa durante um dia chuvoso.

35) Nos caminhos desse Odù um preparo é feito para provocar coceiras. Usa-se ewé ìròsùn (BAPHIA NITIDA, Leguminosae Papilionoideae), ewé òro (IRVINGIA GAVONENSIS, Ixonanthaceae), ewé kasan (Folha de SMILAX KRAUSSIANA, Smilacaceae), ewé patönmï (Folha de mimosa pudica, Leguminosae Mimosoideae, malícia-das-mulheres), uma fava de atàre e um sapo. O preparo é feito pilando folhas em cima de uma pedra. Prender o sapo com um pano grande, apertar-lhe o pescoço e, quando ele abrir a boca, colocar as folhas picadas dentro. Adicionar algumas AFRAMOMUM MELEGUETA e mais folhas. Amarrar a boca do sapo com fios brancos e pretos. Colocar num depósito de lixo e cobrir com uma panela de barro. Deixar ali por sete dias. Depois, colocar a preparação dentro de um bambu, tampando-o com um sabugo de milho.Tirar do bambu com uma alavanca e mandar para quem se deseja atingir.

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Ogbè ìròsùn vem ao àiyé e associa-se a Sùrù

Ìfá foi criado para Ogbè ìròsùn,Quando ele veio do àiyé para o îrun.Ele foi instruído a fazer ëbö devido a contrariedades que encontraria aqui;

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Ele deveria oferecer um cabrito a Èñù, um coelho à Noite e um galo a Orí.Disseram que ele deveria ser muito paciente devido às mudanças e tribulações que encontraria no àiyé.Ogbè ìròsùn ouviu e fez as oferendas.Quando chegou aqui, dedicou-se à arte de Ìfá;Suas dificuldades começaram por que apesar de ser compassivo e hábil,As pessoas começaram a explorar sua magnanimidade.Os awo do îrun também não estavam nada felizes com ele.Ogbè ìròsùn tinha o dom de ajudar as pessoas materialmente,Embora não recebesse a devida recompensa por seus serviços;E em função de suas atividades aqui, os awo do îrun estavam com pouco trabalho lá...Os awo do îrun mandaram Ìgbèsè (A Dívida), Ìkú e Àrun;Esses três deveriam se unir para trazer Ogbè ìròsùn de volta ao îrun;Eles disseram que não seriam bem sucedidos,Pois Ogbè ìròsùn não os conhecia, e assim não permitira que eles entrassem em sua casa.Ìkú disse, “Mas se vocês mandarem Owó (o Dinheiro), irei atrás dele e conseguirei entrar na casa”;Àrun disse, “Se vocês mandarem Ömö (Filhos), irei atrás dele e conseguirei entrar na casa”;Ìgbèsè disse, “Mas se vocês mandarem Àya (Esposa), irei atrás dela e conseguirei entrar na casa”;Foi aí que o Ûlûdà de Ogbè ìròsùn foi até a casa de Sùrù (Paciência);Ele rogou a Sùrù que visitasse seu filho no àiyé.Sùrù compadeceu-se da situação, e aquiesceu.Quando Sùrù chegou à casa de Ogbè ìròsùn, naquela noite ele teve um sonho;Sonhou que diversas bênçãos lhe visitariam, mas trariam consigo muitos infortúnios;No sonho Sùrù lhe dizia para rejeitar essas bênçãos, em nome de sua própria felicidade.Quando Ogbè ìròsùn acordou, foi a Ìfá e recebeu o conselho de seguir a voz de Sùrù;Além de oferecer outro cabrito a Èñù para sua proteção e resolução de seus problemas.Logo depois que ele fez a oferenda, Owó chegou em sua casa, pedindo permissão para entrar;Ogbè ìròsùn disse, “Não podes entrar aqui hoje, por que trazes Ìkú junto a ti”.Depois apareceu Àya, pedindo permissão para entrar;Ogbè ìròsùn disse, “Não podes entrar aqui hoje, por que trazes Àrun junto a ti”Por último apareceu Ömö, pedindo permissão para entrar;Ogbè ìròsùn disse, “Não podes entrar aqui hoje, pois trazes Ìgbèsè junto a ti”.Tudo isso ele fez, graças a ação de Sùrù em sua vida.Quando Owó, Àya e Ömö voltaram ao îrun, se queixaram aos Seres Superiores;Eles disseram que não puderam abençoar Ogbè ìròsùn devido àqueles que os acompanhou;Disseram que queriam ficar com sua irmã mais velha, Sùrù;Disseram que onde estivesse Sùrù, ali eles ficariam e abençoariam;Disseram, “Onde está Sùrù, nossa irmã?”Os Seres Superiores responderam, “Na casa de Ogbè ìròsùn!”Então Owó, Àya e Ömö retornaram à casa de Ogbè ìròsùn,Dessa vez sem a presença dos Ajogún.Quando eles apareceram, Sùrù disse a Ogbè ìròsùn,“Agora você deve recebê-los em sua casa”.Ogbè ìròsùn dançava e regozijava;Louvava os awo, que louvavam Ìfá, pois a palavra mostrou-se verdadeira.Isso é quando Ìfá diz, “Ire gbogbo!”

O primeiro casamento de Ogbè ìròsùn não vinga

Ìfá diz que Ogè ìròsùn se casou com uma mulher chamada Moriyekè (a mãe voltou para ser filha);Essa mulher sempre gerava dificuldades para Ogbè ìròsùn devido seu comportamento,E um dia, após uma briga, ela decidiu ir morar com sua mãe.Depois de um tempo, um sacerdote chamado Ojigbonà começou a cortejar Moriyekè.A princípio ela não deu trela, mas com o passar do tempo e com a insistência, aquiesceu.Então embora morando longe, ela começou a mandar más vibrações para Ogbè ìròsùn;Mas ele carregava um amuleto em seu pescoço, que sempre o protegia.Nessa triste situação ele consultou Ìfá, e viu seu próprio Odù, Ogbè Màsùn (Ogbè, não durma);Ele soube que não deveria dormir (relaxar) devido a ação de seus inimigos.

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Ìfá instruiu a oferecer um cabrito a Èñù, um galo a Ògún,Um galo a Ñàngó e um a Ömölu; tudo isso em nome de sua segurança.Ogbè ìròsùn só tinha o dinheiro para o cabrito de Èñù, e o deu.Então Ògún resolveu molestar Moriyekè;Ela ficou com uma terrível dor de cabeça e resolveu se consultar.Ìfá disse que a dor só passaria se ela fosse até seu marido, e fizesse ëbö;Disse também que ela deveria voltar para sua casa.Moriyekè ouviu e foi até Ogbè ìròsùn. Ele lhe cobrou um galo como ëbö,E com esse galo pagou sua dívida com Ògún.Moriyekè melhorou, mas não quis voltar para seu marido.No outro dia Ñàngó resolveu incomodar Moriyekè;Então ela começou a se sentir como se um atabaque tocasse em seu peito.Assustada ela foi a Ìfá, que lhe aconselhou procurar seu marido para salvar sua vida.Ogbè ìròsùn lhe cobrou um galo, e com esse animal pagou sua dívida com Ñàngó.Moriyekè melhorou, mas não quis voltar para seu marido.Então foi a vez de Ömölu incomodar Moriyekè;No outro dia ela estava muito febril, e mais uma fez se consultou.Ìfá disse-lhe para procurar seu ex-marido, pois só assim se recuperaria.Moriyekè foi até Ogbè ìròsùn, que lhe cobrou um galo, um cabrito e um carneiro.O galo ele deu a Ömölu, pagando sua dívida;O cabrito ele deu a Èñù, e o carneiro ele deu a seu próprio Ìfá.Dessa vez Moriyekè quis voltar para casa,Mas Ogbè ìròsùn disse que não poderia mais aceitá-la como esposa.

As bênçãos de Ogbè ìròsùn ficaram no îrun

Ìfá foi criado para Ogbè ìròsùn,No dia que suas bênçãos não chegavam à sua casa.Os awo disseram que as bênçãos que ele acumulara no îrun não o acompanhavam no àiyé,Por que tinham se extraviado de alguma forma.Para liberar as Bênçãos do îrun, seria preciso oferecer um galo, uma pomba e uma galinha;Ele também foi instruído a preparar uma lamparina e mantê-la acesa por sete dias,Pois a chama mostraria às Bênçãos o caminho de sua casa.Também disseram que assim que as Bênçãos chegassem,Logo na primeira chuva ele deveria fazer outras oferendas;Disseram que um galo deveria ser oferecido,No local em que a água da chuva cai de seu telhado ao solo;Disseram que outro galo deveria ser oferecido ao Orí de seu pai;Disseram que essas oferendas complementares garantiriam a permanência das Bênçãos em sua casa.Ogbè ìròsùn ouviu e fez o ëbö;

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Não demorou muito e as bênçãos chegaram em sua vida.

Ògún Àlàgbûdû forja a enxada

Se escutarmos os conselhos de Ìfá,Teremos vida tão longa quando a de nossos Antepassados.Se seguirmos as orientações de Ogbè ìròsùn Îpû;Teremos vida tão larga quando a de nossos Ancestrais.“O machado come tudo com seu peito afiado”;Esse foi o babalawo que criou Ìfá para Enxada;Filho de Onírè Sanbè, no dia que ele foi a Ìfá perguntar se teria ire àikú,Apesar das dificuldades e perigos da vida.Ìfá assegurou que ele teria vida longa;Ele deveria ser guiado por seus superiores;Disseram que ele passaria por renovações e renascimentos.Ele foi instruído a oferecer uma galinha, um pombo e dinheiro;Disseram que Ògún Àlàgbûdû deveria receber um galo, obì e òrògbò.Enxada ouviu e fez o ëbö.Quando ele veio para o àiyé, foi conduzido até Ògún;Ele foi posto no fogo, ficou incandescente, e com sua marreta Ògún transformou-o em machado;Depois de um tempo, Ògún transformou-o em uma pá;Depois em outra ferramenta, até que finalmente ele tomou a forma de uma enxada.Sim, durante todo esse processo, ele sempre esteve sob observação de seu superior.Sempre que ele estava desgastado, Ògún o reparava em sua forja.É por isso que Enxada atingiu vida muito longa.

O filho extraordinário de Irúlá

Ogbè usou a ponta de Òsù;E assim se firmou fortemente na terra.Esse foi o awo que criou Ìfá para Irúlá (um tipo de quiabo),Filha de Onísabè Òpárá, no dia que ela chorava por filhos.Ela estava grávida, mas tinha intuições estranhas em relação à criança.Os awo a instruíram a oferecer um galo, dendê e dinheiro como ëbö;Eles disseram que assim ela teria um parto seguro;Disseram que a criança seria dotada de capacidades extraordinárias.Irúlá ouviu e fez o ëbö.Quando chegou sua hora, a criança nasceu sem nenhum problema.Enquanto o tempo passava, a palavra de Ìfá ia se cumprindo;A criança desenvolveu várias habilidades que fizeram tanto ela como seus pais famosos e abonados.Irúlá dançava e regozijava; louvava os awo, que louvavam Ìfá,Pois a palavra mostrou-se verdadeira.“Ömö inú rû pûlû” (que meu filho venha suavemente).

Ìrìn Wèwè usufrui de bênçãos em Ìràwò

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O constante andar do viajante,Não permite que as plantas cresçam aos seus pés.Essa foi a mensagem de Ìfá para Ìrìn Wèwè;No dia que ele foi cumprir uma jornada em Ìràwò.Ele foi instruído a oferecer quatro guinés e dinheiro como ëbö,Para que essa jornada lhe fosse abençoada.Ìrìn Wèwè ouviu e fez o ëbö.Quando ele chegou a Ìràwò, as pessoas o trataram muito bem.Ele obteve muitas bênçãos ali.Depois de um tempo, ele recebeu o título de Onímèrì, rei de Ìràwò.Ìrìn Wèwè dançava e regozijava;Ele louvava os awo, que louvavam Ìfá, pois a palavra mostrou-se verdadeira.Como conhecemos Ìrìn Wèwè?Ele é aquele a quem chamamos Òrìñà Oko

Òsù vai divinar em Ìserì

O orvalho denso molha a parte de trás do galinheiro;Esse foi o babalawo que criou Ìfá para Òsù gògòògò,No dia que ele quis cumprir uma missão espiritual em Ìserì.Disseram que essa missão seria bem sucedida,Se antes de ir ele fizesse ëbö com um galo, quatro obì e uma moringa média com dendê.Òsù gògòògò ouviu e fez o ëbö. Então ele partiu para Ìserì.Quando lá chegou, criou Ìfá para a cidade,E disse aquele povo que o principal problema deles era a falta de filhos.Ele disse que cada mulher da cidade deveria fazer ëbö;Cada uma delas deveria oferecer três galos e dinheiro.As mulheres de Ìserì fizeram a oferenda, e no ano vindouro todas tiveram filhos saudáveis.Elas cantavam e dançavam;“Viajantes de Ìpo; povo de Îfá”;“Vejam como são abundantes os nossos filhos!”.

O banho de Eni Òsù

As marcas na enxada provam que ela trabalhou a terra;Ela, que tem uma boca, mas não tem dentes.Esse foi o babalawo que criou Ìfá para Òsù,Que tinha filhos em seu crânio, mas não em seu ventre.Ela foi instruída a fazer ëbö para que seus filhos migrassem para seu ventre,A fim de que pudessem finalmente nascer.Ela deveria oferecer dois galos, duas galinhas e algum dinheiro;Ela deveria preparar um àgbo com as folhas onírè e erù àwònká;O pote onde o àgbo ficaria não deveria tocar o chão;

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Deveria ser posto sobre uma enxada sem cabo;Ela deveria lavar sua cabeça por pelo menos seis semanas,E repor a água sempre que preciso.Eni Òsù fez exatamente como lhe pediram.Depois de um tempo ela engravidou, teve seus filhos e louvou os awo.Isso é quando Ìfá nos diz que nossa esterilidade se tornará assunto do passado.

Àlálàátà, o esotérico

“As cinzas da árvore iyá são branquíssimas”;Esse foi o awo que criou Ìfá para Àlálàátà;No dia que ele interpretava os sonhos de todos que chegassem a ele.Sim. Essa era a virtude de Àlálàátà;Ele foi instruído a melhorar seu linguajar,Ele foi instruído a se preparar para lidar com as pessoas que o procurariam;Disseram que mesmo se ele visse assuntos negativos,Não deveria deixar de dizê-los a seus clientes.Ele foi orientado a organizar sua mente,De forma que seus problemas pessoais não interferissem em suas interpretações.Instruíram-no a oferecer quatro pombas brancas e dinheiro como ëbö,Para que essa sua virtude lhe favorecesse a prosperidade.Àlálàátà ouviu e fez a oferenda.Depois de um tempo, o número de seus clientes e sua precisão de interpretação;Esses dois fatores lhe renderam considerável prosperidade.

Os diversos filhos de Òsù

Sozinho, por si só;Esse foi o awo que criou Ìfá para Àgògò, Àjìjà e Òsù.Eles foram instruídos a oferecer dezesseis pombas,Dezesseis galinhas e dinheiro, devido a questões relativas a filhos.Àgògò foi aconselhado a fazer ëbö para ter mais filhosÀjìjà foi aconselhado a fazer ëbö para ter mais filhos;Òsù foi aconselhado a fazer ëbö para ter mais filhos,E para que eles estivessem sempre protegidos.Àgògò só ofereceu duas pombas;Àjìjà só ofereceu duas pombas;Òsù fez o ëbö exatamente como Ìfá prescrevera.Então Àgògò só conseguiu dois filhos;

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Àjìjà só conseguiu dois filhos;Òsù conseguiu diversos filhos, assim como condições de zelar pelos mesmos.

O escravo que ajudou seu senhor a enriquecer

Quando Ogbè e Ìròsùn se apresentam,Ìfá diz que ire Ajé procura um meio de se manifestar.Você vê o porquê de Ìfá falar assim?Ìfá foi criado para Ìsàgá, no dia que ele quis comprar um escravo.Quando ele foi à feira, viu um escravo chamado Àgàyín,Esse foi o escravo que Ìsàgá desejou comprar.Ele foi aos awo, que disseram que aquele seria um excelente negócio,Se antes de efetuar a compra ele propiciasse Èñù com um galo,Azeite de dendê, obì e dinheiro. Ìsàgá ouviu e fez o ëbö.Então ele foi à feira e comprou Àgàyín como escravo.O que Ìsàgá não sabia era que Àgàyín era um excelente administrador,Ele só teve a infelicidade de ser aprisionado numa guerra,Daí sua condição de escravo.Quando eles começaram a trabalhar juntos, Àgàyín tomou conta dos negócios de Ìsàgá.Èñù, por sua vez, sempre mandava mais e mais clientes para Ìsàgá;Àgàyín administrava o que era necessário, e em pouco tempo a riqueza se manifestou.Ìsàgá percebeu o quando Àgàyín era importante para ele,E liberou-o da condição de escravo, tornando-o seu sócio.Os dois continuaram a trabalhar e prosperar.

Îrúnmìlà desmascara Òsù gàgàgà

Se nós ouvimos o som gbàmugbàmu; o temível som de Orò;Sabemos que os humanos são responsáveis por isso.Essa foi a mensagem de Ìfá para Îrúnmìlà;No dia que seus caminhos estavam bloqueados por Òsù gàgàgà.Ele foi instruído a oferecer três galos (um deles a Òsù);Três moringas com dendê e algum dinheiro.Disseram que ele reconheceria aquele que estava lhe prejudicando;Disseram que ele deveria levar o carrego até a árvore de Ìrokò;Quando Îrúnmìlà ali chegou, viu que Òsù gàgàgà estava realizando rituais,Cuja finalidade era estragar os planos de Îrúnmìlà.Logo Òsù, que vivia dentro de sua casa!Îrúnmìlà desmascarou-o e o fez passar por grande vergonha.

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Foi assim que Îrúnmìlà venceu seu inimigo.Depois dessa situação, Òsù jurou que jamais voltaria a prejudicar Îrúnmìlà;Até hoje ele é um de seus principais companheiros e fiéis amigos.Isso é quando Ìfá nos diz que nos ajudará a superarmos nossos inimigos.

Ûlûdà vence Elédìwòrò

Uma grande espada precisa de uma boa empunhadura;Ìfá foi criado para Elédìwòrò, e também para Ûlûdà;No dia que lhes foi aconselhado a fazer ëbö para vencer seus inimigos.Bem, esses dois eram inimigos;Ìfá aconselhou-os a oferecer ûkî, inhame, öka e um cabrito;Disseram que a cabeça do cabrito deveria ser posta sobre os àdìmù,E depois oferecida a Ûlûgbà.Apenas Ûlûdà fez a oferenda,Elédìwòrò disse que não precisa fazer ëbö;Ele confiou em seus contatos e conhecimentos para vencer Ûlûdà.Então ele preparou um feitiço para Ûlûdà;Mas Ûlûgbà fez o feitiço virar contra o feiticeiro, e Elédìwòrò morreu.Quando soube da morte de seu inimigo, Ûlûdà entristeceu-se;Mas mesmo assim agradeceu a Olódúmarè por aquela situação ter acabado.Isso é quando Ìfá nos diz que o poder de nossos inimigos,Não nos impedirá de vencê-los.

Mangàlàjá e seu tumor na garganta

Ìfá foi criado para Mangàlàjá, no dia que ele veio do îrun para o àiyé.Ele foi instruído a oferecer um cabrito a Èñù e um galo a Orí,Para evitar o risco de ficar inválido ou ter morte precoce.Mangàlàjá pensou que Îrúnmìlà queria carne de cabrito às suas custas,E negou-se a fazer tal oferenda.Ele pensou que já que Orí é o senhor do corpo,Bastava pedir a ele com veemência e tudo sairia bem.Ele também negou-se a propiciar Orí.Quando Mangàlàjá chegou ao àiyé, nasceu numa família abastada.Infelizmente logo que cresceu, desenvolveu um tumor em sua garganta.Sua família, que era devota de uma divindade,Começou a usar roupas brancas e rogar para tal divindade em nome dele.Mas Mangàlàjá não melhorava de jeito nenhum.Foi aí que seus familiares acharam que ele trazia consigo má sorte,E permitiram que ele fosse sacrificado à Divindade da terra.Isso é quando Ìfá nos aconselha a fazer ëbö,Para que não venhamos a nos deparar com uma doença incurável.

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A vigem de Îrúnmìlà e Agbè

Águia é o awo de Alége;Falcão é o awo de Sàgunmî;Ìfá foi criado para Îrúnmìlà,No dia que ele quis sair para divinar do outro lado do Oceano,Onde moravam os dezesseis grandes chefes e influentes (Atlântida);Ìfá lhe disse que para ir e voltar com êxito seria preciso fazer ëbö;Ìfá disse que tanto ele quanto um amigo deveria realizar rituais;Quando Îrúnmìlà perguntou que amigo era esse,Os awo foram consultando um a um,Até que Ìfá mostrou que Agbè era o amigo em questão.Então Îrúnmìlà foi até Agbè e explicou a situação;Agbè acompanhou Îrúnmìlà até a casa dos awo,E lá ambos fizeram ëbö com duas guinés e dinheiro.Depois disso eles partiram para o reino do mar adentro;Îrúnmìlà ficou ali, mas Agbè retornou para casa.Depois de um bom tempo, quando Îrúnmìlà achou que já era hora de voltar para casa,Seus inimigos estavam a postos;Eles disseram que não permitiriam que Îrúnmìlà retornasse.O que Îrúnmìlà poderia fazer? Èñù Îdàrà foi aquele que lhe aconselhou a chamar por Agbè.Îrúnmìlà ouviu e começou a cantar em lamento:

Agbè, gbémi délé o ò, Agbè Agbè, me leve para casaA kìí r'àjò Nós saímos para viajar juntosKá má dèé'le o ó E é assim que devemos retornarAgbè gbémi dele Agbè, me leve para casa

Èñù criou um meio para que a voz de Îrúnmìlà chegasse até Agbè;Quando Agbè ouviu o lamento, imediatamente soube que era Îrúnmìlà;Ele voou até o oceano, e de lá trouxe Îrúnmìlà consigo;Eles passaram por cima dos inimigos que esperavam Îrúnmìlà na praia,Não havia nada que eles pudessem fazer,E envergonhados, desistiram de atentar contra Îrúnmìlà.

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Àbàtì Àlàpà consegue proteção contra os Ajogún

São vários e amplos os caminhos que nos levam a Ìfû,Essa foi a mensagem de Ìfá para Àbàtì Àlàpà;Filho de Àrànfû, de Ìfû;Quando ele estava cercado por quatro grandes inimigos,Ìkú, Àrun, Ëjï e Òfo, esses eram seus inimigos.Os awo disseram que se ele fizesse a oferenda adequada,Teria vida longa e relativamente feliz,Pois esses inimigos não teriam poder contra ele.O que ele deveria oferecer?Disseram, “Um carneiro, um ìgbín, um ahùn”.Àbàtì Àlàpà ouviu e fez o ëbö.Com o chifre do carneiro e as cascas do caramujo e do cágado;Os awo fizeram uma medicina para ele.Eles queimaram tudo e fizeram um pó;Esse foi o pó que Àbàtì Àlàpà tomava com ûkö pela manhã.Depois de um tempo, esses inimigos não puderam mais incomodá-lo;Ele dançava e regozijava:

Njé Ikú gbé mi ó ti mí o Agora Ìkú me confronta, mas não obtém nenhum proveitoTiiri Abatí, Abatí tiiri Sou como uma parede, que mantém todo o mal longeArun gbé mi ó ti mi ó Agora Àrun me confronta, mas não obtém nenhum proveitoTiiri Abatí, Abatí tiiri Sou como uma parede, que mantém todo o mal longeEjó gbé mi o ti mí ó Agora Ëjï me confronta, mas não obtém nenhum proveitoTiiri Abatí, Abatí tiiri Sou como uma parede, que mantém todo o mal longeÒfò gbé mi ó tì mí o Agora Òfo me confronta, mas não obtém nenhum proveitoTiiri Abatí, Abatí tiiri Sou como uma parede, que mantém todo o mal longeA kìí jé ahun ká je igbá Uma tartaruga não pode ser comida com sua cascaA kìí jé igbin ká jé ìkarahun Um caramujo não pode ser comido com sua cascaA kìí jé àgbo ká je ìwo Um carneiro não pode ser comido com sua casca

Isso é quando Ìfá nos protege da ação dos Ajogún.

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O ëbö de troca de Olófin

Kírín kíririn jin;Alúmî kínriín;Esses foram os awo que criaram Ìfá para Ogbè,No dia que ele foi chamado para consultar para Olófin.Sim, Olófin estava doente;Seu estilo autoritário de governo despertou a ação de inimigos e feitiços.Ogbè disse, “O que devo fazer para minha viagem ser exitosa?”Ele foi instruído a fazer ëbö com uma galinha e uma guiné.Ogbè ouvi e fez a oferenda, depois partiu a Ìfû.Quando ele chegou ao palácio de Olófin,Criou Ìfá para ele e Ogbè ìròsùn foi o que ele viu.Ele disse a Olófin que tudo sairia bem,Que aquela doença não o conduziria à morte,Se ele oferecesse sua roupa, sua esteira, uma cabra,Um prato de barro, inhame e quatro moringas com dendê.Olófin fez a oferenda prescrita.A cabra que ele ofereceu, Ogbè não a imolou;Ele cortou um pedacinho de sua orelha,Juntou a um pedaço da roupa de Olófin e os outros elementos do ëbö;Mergulhou tudo isso em ëkî e enterrou, de acordo com os preceitos de Ìfá.Não demorou e Olófin reencontrou sua saúde.Bem, Olófin tinha uma esposa que era curiosa e inconveniente;Ela estava desconfiada de Ogbè, por isso o seguiu quando ele foi fazer a oferenda.Ela viu que Ogbè não imolara a cabra, e que ao invés disso ele foi vendê-la na feira.Ah! Ela achou que Ogbè estava enganando Olófin.Ela voltou à casa de seu marido e narrou tudo o que viu.Olófin perguntou a Ogbè sobre a cabra;E Ogbè disse que tinha feito o que deveria fazer a respeito.A esposa disse, “Ordene que ele desenterre a cabra”;Ogbè disse, “Se quiserem desenterrar, que o façam, mas coisas ruins acontecerão”.Olófin determinou que a oferenda fosse exumada.Quando os servos abriram o buraco, Èñù fez uma cabra sair de lá!A cabra pulou para fora do buraco, assustando a mulher de Olófin de tal forma,Que ela se assustou, perdeu o equilíbrio e caiu no buraco, fraturando sua coluna.Eles a sepultaram ali mesmo.Não demorou muito e Olófin começou a recuperar sua saúde.Depois disso Olófin tornou Ogbè abastado das mais diversas maneiras,Ogbè dançava e regozijava.

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Nenè, a esposa adúltera de Òsù

“Dormir imóvel encima de uma árvore”;Esse foi o awo que criou Ìfá para Àgbìgbòniwòràn;No dia que ele foi tratar de Nenè, esposa de Òsù.Sim, Nenè ficou doente, e Òsù levou-a até a casa de Àgbìgbòniwòràn,Que era um renomado herbalista.Ficou combinado que Nenè ficaria ali até recuperar a saúde;Depois de um tempo, Nenè e Àgbìgbòniwòràn começaram a ter um caso.Quando eles perceberam que Nenè estava grávida,Viram que um grande escândalo se aproximava.Eles resolveram tomar a iniciativa da situação;Foram até a casa do rei, e lá Àgbìgbòniwòràn disse que Òsù lhe devia;Disse que Nenè ficara em sua casa durante um bom tempo,E que Òsù nem estava lhe pagando pelo tratamento, nem pela estadia dela.O rei deu razão às queixas de Àgbìgbòniwòràn e mandou chamar Òsù.Ficou então determinado que Òsù deveria trabalhar para Àgbìgbòniwòràn,Até que cobrisse os custos do tratamento e da estadia de Nenè.Quando Òsù começou a trabalhar na casa de Àgbìgbòniwòràn,iUma grande tristeza se apoderou de seu coração, e ele cantava:

Nítorii Nenè mà ni o Tudo isso é por causa de NenèNítorii Nenè mà niì Tudo isso é por causa de NenèÒsù kìí se ërú Àgbìgbòniwòràn Òsù não será escravo na casa de ÀgbìgbòniwòrànNítorii Nenè mà ni ì Tudo isso é por causa de Nenè

Não podendo mais com aquela situação, Òsù resolveu partir;E deixou como pagamento da dívida a própria esposa, Nenè.Isso é quando Ìfá nos aconselha a fazer ëbö para escapar de traições.

As baratas povoam o mundo

Ìfá foi criado para as baratas,No dia que elas foram instruídas a fazer ëbö para que pudessem povoar todo o mundo.Elas também foram instruídas a fazer outra oferenda,Para que embora populosas, não fossem odiadas por seus inimigos.As baratas só fizeram a primeira oferenda,É por isso que elas sempre encontram maneiras de se reproduzirem em abundância.Quando à segunda oferenda, elas recusaram-se a realizá-la.Desde então, sempre que uma barata é avistada,Há o desejo de destruí-la por parte de quem a viu.

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O caso ilícito entre Ogbè e Ìròsùn

Fortes encantamentos trairão sua casa;E a fome fará tudo se afastar.Essa foi a mensagem de Ìfá para Ogbè,No dia que ele mantinha Ìròsùn como amante.Sim, Ogbè era próspero e influente;Quando ele se envolveu com Ìròsùn,Foi aconselhado a não seguir com aquele relacionamento ilícito,Pois sua Espiritualidade não o aprovava.Ogbè ouviu, mas não seguiu os conselhos de Ìfá.Ele mantinha uma casa para Ìròsùn, sem que ninguém soubesse.Depois de um tempo, os negócios de Ogbè começaram a piorar.Ela não conseguia fazer dinheiro, e suas dificuldades foram aumentando;Quando chegou ao ponto de ele não poder comprar alimentos para Ìròsùn,Ela o abandonou.

O porquê de destacarmos a cabeça do quadrúpede e as penas após as oferendas

Ìfá foi criado para um devoto de Ñàngó,No dia que lhe avisaram que seus assuntos no àiyé se organizariam,Se Ñàngó recebesse dele a oferenda de um carneiro e alguns galos.O devoto rapidamente fez a oferenda,Mas ao contrário de suas expectativas, as coisas não melhoraram para ele.Então o devoto voltou a Ìfá, perguntando o que estava acontecendo.Os awo viram Ogbè ìròsùn, e perguntaram se o ritual fora realizado corretamente.O devoto disse, “Imolei o carneiro e os galos”;Os awo disseram, “O sangue é igual; como Ñàngó poderia saber o que recebeu como oferenda?”Então o devoto foi aconselhado a repetir a oferenda,Mas dessa vez deveria apresentar a cabeça do carneiro ao fundamento de Ñàngó;Deveria cobrir seu segredo com as penas dos galos,Pois assim ficaria evidenciada a natureza da oferenda realizada.Mas uma vez ele seguiu os conselhos de Ìfá e fez a oferenda.Não demorou muito e finalmente sua vida começou a melhorar.

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O babalawo que foi engolido por um peixe

Ìfá foi criado para um babalawo,No dia que ele foi orientado a fazer ëbö para evitar morte precoce.Esse ëbö consistia em um galo torto e böri com peixe fresco(?);O carrego deveria ser levado ao mar.Infelizmente o babalawo fez a oferenda de maneira incompleta,E quando foi deixar o carrego, um peixe enorme apareceu e o engoliu.Quando após alguns dias seu filho sentiu sua falta,Foi se consultar e apareceu Ogbè ìròsùn, o Odù de seu pai.Ele foi instruído a fazer a mesma oferenda de seu pai,Mas para que pudesse sempre contar com o apoio de seus Ancestrais.Ao contrário de seu pai, o rapaz fez a oferenda como prescrita,E quando foi levar o carrego ao mar,O peixe que havia engolido seu pai, um pescador o pescara.Esse era o peixe que ele escolheu para servir seu Orí.Quando ele chegou em casa e foi preparar o peixe,Viu no ventre do peixe objetos pessoais de seu pai, e percebeu o que tinha acontecido.Dessa forma, através do ritual prescrito,O àñë de seu pai esteve sempre presente em sua vida.

Îñun tira Îrúnmìlà de um buraco

Ìfá foi criado para Îñun, no dia que ela deseja Îrúnmìlà como marido.Naqueles tempos Îrúnmìlà vivia com Öya,E embora soubesse que Îñun lhe desejava, ele não tinha olhos para ele.Ninguém entendia como aquilo era possível;Îñun era linda! Por que alguém não a desejaria?Essa foi a pergunta que Olófin fez a Îrúnmìlà, e não obteve resposta.Então Îñun foi aconselhada a fazer ëbö e por o carrego num campo florido.Èñù fez com que Îrúnmìlà estivesse no mesmo campo um pouco antes;Ele fora ali colher flores para um de seus preparos;E acabou caindo num poço escondido pelas flores.Quando Îñun chegou para colocar seu carrego, ouviu a voz de Îrúnmìlà pedindo socorro.Para tirá-lo do buraco, Îñun fez uma corda usando suas roupas;Îrúnmìlà subiu pela corda, mas seu peso fez a roupa se rasgar.Îñun estava nua, e Îrúnmìlà finalmente percebeu quão bela era ela.Ele tirou sua capa e cobriu Îñun, depois a carregou no colo até a cidade.Ele foi até a casa de Olófin pedir bênçãos,Pois estava decidido a viver com Îñun dali em diante.

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Yemöja seduz Òrìñà Oko

Quando Ogbè e Ìròsùn se apresentam,Ìfá nos fala de quando Yemöja desejou que um de seus filhos se iniciasse em Ìfá.Ela sabia que para isso precisava da bênção de Olófin,Mas Baba se negou a fazê-lo.Yemöja não se deu por vencida. Ela viu Òrìñà Oko trazendo inhames para Olófin;Ela viu a satisfação de Olófin ao receber os inhames,E percebeu que por ali poderia alcançar seu objetivo.Então um dia ela foi até Òrìñà Oko e pediu lhe pediu o segredo do plantio de inhame.Òrìñà Oko nem lhe deu atenção.Yemöja persistiu, e numa segunda oportunidade dessa vez implorou a Òrìñà Oko.Ele por sua vez manteve sua postura e negou-se a revelar qualquer segredo a ela.Na terceira vez ela estava disposta a tudo.Pôs sua melhor roupa e ficou absolutamente linda;Dessa vez ela não optou por pedir, e sim por seduzir Òrìñà Oko;Quando ele viu tamanha beleza, finalmente aquiesceu.E assim, em nome de muito prazer, Òrìñà Oko revelou a Yemöja o segredo do plantio dos inhames.Assim que pode ela começou a prepara sua lavoura;Os inhames que ela cultivou eram tão belos e formosos,Que suplantavam os do próprio Òrìñà Oko.Esses foram os inhames que ela levou até Olófin.Quando Baba viu a formosura daqueles inhames, encheu-se de alegria;Recebeu os inhames das mãos de Yemöja e concedeu-lhe um pedido.Ela disse, “Que meu filho tenha sua bênção para passar para Ìfá”;Olófin disse, “Tò ìban Èñù!”

Òdùkèkèèkè traz bênçãos até sua casa

Ogbè dáwò, òsùn telèÓ ró jinngínni jinngínniEsse foi o awo que criou Ìfá para Òdùkèkèèkè,No dia que ele foi à mata buscar fortunas para sua casa.Ele foi instruído a fazer ëbö para que sua vida fosse agradável;Para que ele pudesse levar consigo muitas coisas boas para sua casa.Ele ouviu e fez o ëbö.Depois de um tempo, diversas bênçãos chegaram até sua casa.Ele cantava e regozijava;Èyí ti ń re inú ìgbé rèé kájé wálé? Quem está trazendo fortunas para casa?Kín ní ń kórée bò wáá bá mi Que as coisas boas possam me cobrirÒdùkèkèèkè! Òdùkèkèèkè!

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O ganancioso que quis passar para Ìfá

Ìfá nos revela aqui que houve um tempo em que uma vila não conhecia Òrìñà.Seus habitantes praticavam apenas o espiritismo, e eram possuídos por espíritos Ancestrais.Uma dessas pessoas era um homem, cujo transe possuía uma particularidade ímpar;O Ancestral que o montava falava uma língua que ninguém compreendia;E diante de tal situação ele se irritava, e derrubava seu descendente ao chão.Um dia o homem se cansou daquela situação e resolveu se mudar dali.Suas pernas o levarão a um lugar onde Òrìñà era cultuado.Um dia, durante uma cerimônia pública, seu Ancestral mais uma vez o montou;Só que ali tudo o que ele falava era compreendido.Quando o homem voltou de seu transe,Foi avisado que seu Ancestral era devoto de Ñàngó,E deixara o recado que era preciso que ele se iniciasse,Pois assim garantiria bênçãos em sua vida. O homem assim o fez.Ele passou pela iniciação, e depois resolveu voltar para sua terra.Ali ele instituiu o culto a Òrìñà, iniciando muitas outras pessoas.Mas ele infelizmente se deixou levar pela ganância;Ele desejou ser mais poderoso que o próprio rei local,E para isso percebeu que seu poder e influência seriam ainda maiores se recebesse iniciação em Ìfá.Então ele partiu atrás dessa iniciação.O babalawo que lhe criou Ìfá viu Ogbè ìròsùn;Ele disse, “O caminho que desejas, não está aberto a ti”;Ele disse, “Se seguires por esse caminho, não terás a bênção de Òrìñà ou Ìñèñè”;Ele disse, “Tua missão nesse mundo é servir Òrìñà, não a Ìfá”;Ele disse, “Agradeça o que já recebeste e conforma-te com isso, que já é muita coisa”.

Machadinha faz ëbö por ire ìñegún ötá

Ìfá foi criado para Akè (Machadinha),No dia que ele foi instruído a fazer ëbö,Para que seu sucesso comercial adquirido com esforço e probidade,Não fosse a causa de inveja e inimizades.Disseram que para se livrar desse mal ele deveria oferecer uma moringa com água,Deveria oferecer um galo.Akè ouviu e fez a oferenda.Ìfá diz à pessoa que aparece esse Odù que ela poderá prosperar em qualquer ramo de atividade,Mas infelizmente se deparará com invejas, perseguições e inimizades em função de seu sucesso.

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Îsànyìn compromete-se a servir Îrúnmìlà para sempre

Ìfá foi criado para Îrúnmìlà,No dia que Olódúmarè quis eleger a Divindade que o representaria, tanto no îrun quanto no àiyé.Quando Olódúmarè achou que poderia se retirar em si mesmo,Viu que alguém precisaria assumir parte de suas responsabilidades.Para tal ele passaria uma jóia sua, sinal de sua aprovação e poder,À Divindade que se mostrasse digna de representá-lo perante a criação.De todas as Divindades convidadas para a ocasião, Îrúnmìlà foi o único que consultou Ìfá a respeito.Ìfá aconselhou-o a propiciar Èñù com um cabrito,Para que dificuldades e traições não o impedissem de alcançar uma posição elevada em sua vida.Îrúnmìlà ouviu e fez o ëbö.Então quando chegou o dia da reunião, Èñù convenceu Olódúmarè a dar sua jóia a Îrúnmìlà.Olódúmarè assim o fez, mas disse que primeiro testaria Îrúnmìlà,Por isso a jóia deveria ser devolvida dali a sete dias.Quando Îrúnmìlà voltou para casa, guardou a jóia num de seus baús.Nesse ínterim, Ìyàmi Àjý convenceu Îsànyìn, amigo de Îrúnmìlà,De que ela deveria ter ficado com a glória dada ao babalawo,E que Îsànyìn se beneficiaria se ao final dos sete dias,A jóia de Olódúmarè não voltasse a seu Dono.Assim Îsànyìn topou em ajudar Àjý.Ele foi até o quarto de Îrúnmìlà enquanto esse dormia, hipnotizou-o e pegou a jóia.Depois disso ele a levou ao quintal e a enterrou ali.Pela manhã, ao sentir falta da jóia, Îrúnmìlà foi a Ìfá.Os awo o instruíram a oferecer inhame amassado com peixe aos quatro cantos de sua casa.Îrúnmìlà ouviu e fez o ëbö. Então diversos animais apareceram para comer a oferenda,E um deles quis enterrar sua parte no quintal de Îrúnmìlà.Enquanto o animal estava enterrando, a jóia de Olódúmarè foi encontrada!Îrúnmìlà a pegou então e a guardou em seu Ìfá.Îsànyìn viu o que aconteceu, e naquela noite mais uma vez foi ao quarto de Îrúnmìlà, hipnotizando-o.Ele retirou a jóia debaixo do travesseiro de Îrúnmìlà, e a jogou num monte de lixo, longe da casa.No outro dia, ao sentir falta da jóia, mais uma vez Îrúnmìlà foi a Ìfá.Os awo o instruíram a repetir a oferenda,Mas dessa vez a mesma deveria ser levada até o lixo;Disseram que ali ele encontraria algo mais a ser oferecido como ëbö,Por isso deveria ir com ferramentas. Îrúnmìlà ouviu e seguiu os conselhos.Quando ele chegou ao lixo, viu um preá que estava por ali e reconheceu nele a oferenda extra.Îrúnmìlà correu atrás do animal, e tentou abatê-lo com a ferramenta.Numa dessas tentativas ele golpeou um objeto metálico, e era a jóia de Olódúmarè!Mas uma vez Îrúnmìlà voltou para casa com a jóia,Mas dessa vez pediu para que seus aprendizes o vigiassem durante a noite.Îsànyìn já estava sabendo o que acontecera, pois morava na mesma casa de Îrúnmìlà.O que ocorreu duas vezes antes, ocorreu na terceira e Îsànyìn pegou a jóia novamente.Dessa vez ele quis resolver a situação definitivamente, e lançou a jóia no rio.Pela manhã Îrúnmìlà não viu a jóia e foi a Ìfá.Os awo disseram que aquele problema seria resolvido se ele propiciasse Orí,Disseram que seu Orí queria um peixe, dentro de um peixe, dentro de outro peixe.“Mas que oferenda é essa!?” Îrúnmìlà foi até o rio tentar conseguir tais peixes.Acontece que naquela mesma noite um peixe pequeno viu a jóia de Olódúmarè e a engoliu;Um peixe maior engoliu o primeiro, e o maior peixe do rio engoliu o segundo;Esse foi o peixe que Îrúnmìlà conseguiu com os pescadores!Quando ele chegou em casa e foi preparar o peixe para Orí, a jóia estava no interior deles!Îrúnmìlà dançava e regozijava.Chegara finalmente o dia da reunião, e quando Îrúnmìlà devolveu a jóia a Olódúmarè,“Aquele que tudo vê “ sabia o que tinha acontecido, e nomeou Îrúnmìlà como seu representante.Assim, de posso de tal honra, Îrúnmìlà foi chamado para consultar para Òrìñànlá.

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Chegando lá ele viu Ogbè ìròsùn, e disse a Baba que alguém estava querendo mexer com suas filhas.Baba foi aconselhado a fazer ëbö na entrada do quarto de suas filhas, e o fez.Bem, era Îsànyìn que estava bolinando com as filhas de Òrìñànlá.Quando ele entrou no quarto, pisou na oferenda e alertou os guardas.Imediatamente todos correram para os aposentos das moças;Îsànyìn se encantou em serpente e escondeu-se num canto, mas Îrúnmìlà o viu.Telepaticamente Îsànyìn rogava a Îrúnmìlà para não ser denunciado, e Îrúnmìlà nada disse.Já no outro dia, na casa de Îrúnmìlà, Îsànyìn vou ter com ele.Îsànyìn agradeceu pela discrição de Îrúnmìlà, que certamente lhe salvou a vida.Îrúnmìlà respondeu que aquilo tinha um preço,Pois ele já sabia que tivera sido Îsànyìn quem quase sumira com a sagrada jóia de Olódúmarè.Então Îsànyìn assumiu com Îrúnmìlà o compromisso que sempre estaria com ele,Prestando seus serviços de conhecimento das folhas às causas de Îrúnmìlà.

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“Patife” não cuidou de seu pai

Ìfá foi criado para “Patife”;No dia que ele viu seu pai em sonho.Mo ri baba mi loni; Eu vi meu pai hoje;Iba ëkun, Pai do leopardo,Iba esè Pai da pantera,Iba amökiñitëkun Pai do guepardo;Adaba ti îrun wa gbe mi Pai, venha do îrun e me ajude!Iba ömö ko ñe aigbè ömö rë O pai de uma criança não se recusa a ajudá-la!Iba ömö Oh, pai de uma criança!

Ìfá fala sobre um filho que não cuidou adequadamente de seu pai;Ele diz que um carneiro é o ëbö por essa situação;Se o pai dessa pessoa já voltou ao îrun, o carneiro será oferecido em sua tumba;Se ainda está no àiyé, o carneiro será oferecido a seu Orí.Ìfá diz que perdas continuarão a acontecer, até que essa situação seja observada.

Îsànyìn é impedido de se tornar astrólogo

Ìfá nos revela que houve um tempo,Em que alguns ara îrun, ao observarem os astros,Perceberam que divinações poderiam ser realizadas através deles.Esses ara îrun eram da corte de Îsànyìn,Que àquela altura tinha Îrúnmìlà como rival.Mas Îsànyìn e seu séquito,Eles não pediram às Divindades superiores permissão para assim agirem;E quando os Maiores ficaram sabendo,Os proibiram de continuar com essas práticas.

Ojugbûdû, o aprendiz de Ògún

“As penas do Abutre só cobrem até suas coxas”;“Para o resto ele deveria usar calças”.Essa foi a mensagem de Ìfá para Ojugbûdû,No dia que o Senhor do Ferro quis ensinar-lhe um ofício.Ìfá diz que Ògún abençoará a pessoa para quem esse Odù aparece;Ògún nos ajudará a conseguirmos coisas boas nesse novo ano.Ojugbûdû ouviu e fez as oferendas apropriadas.

Forte, porém velho e tolo

“Adepeju”; o awo do Dono do Veludo;

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Okòròmù; o awo do povo de Èsà;Ìtámojû, o awo do povo de Ìtamîdî;Esses foram os awo que criaram Ìfá para “Forte, porém velho e tolo”;Que estava tão pobre que pisava seu milho na beira do rio,Sem usar nenhum recipiente para tal.Os awo perguntaram por que ele insistia com aquilo;Ele respondeu, “Sofro assim por que estou sozinho”;Ele disse, “Não tenho família nem amigos para me ajudarem economicamente”.Ele foi instruído a oferecer duas galinhas e dez obì;Disseram que durante dez dias,Ele deveria tocar sua cabeça com um ìkìn e uma enxada;Para que oportunidades de resolver seus problemas enfim aparecessem.

Îrúnmìlà casa-se com Jovem Tímida

“Os seixos do rio não podem enxergar”;Esse foi o awo que criou Ìfá para Îrúnmìlà,No dia que ele quis tomar “Jovem Tímida” como esposa.Ele foi instruído a oferecer cinco galinhas e algum dinheiro,Para que tudo desse certo naquele relacionamento.Ìfá revelou que Jovem Tímida deveria servi-lo;Ela deveria se ocupar das coisas de Ìfá, assim como manter sua casa limpa;Se ela assim procedesse, sua saúde se fortaleceria,E tudo melhoraria em sua vida.

A noiva que morreu no dia do casamento

Ìfá foi criado para um rei, no dia que ele se casaria com uma donzela.Ele perguntou se tudo sairia bem no casamento;Os awo responderam que uma oferenda deveria ser feita o quanto antes,Para que não acontecesse que sua noiva viesse a falecer antes da cerimônia,E assim ele perdesse sua companheira e o dote já pago.O rei ouviu, mas devido à mocidade de sua noiva, não viu sentido na previsão e não fez a oferenda.Então chegou o dia do casamento, e como o costume mandava a moça foi até o rio lavar roupas;Acontece que naquele dia diversos espíritos estavam andando pelo àiyé,E quando viram a moça à beira do rio, viram nela uma vítima em potencial e a levaram consigo.A mãe da moça era uma Àjý. Quando a filha não voltou para casa ela saiu para investigar;Não demorou e ela descobriu o que tinha acontecido.A mulher usou seus conhecimentos para invocar os espíritos malignos,Mas quando finalmente pode encarar o chefe de tais espíritos,Ele disse que nada mais poderia ser feito, pois a moça já estava morta.

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