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    Sumrio

    Oratria

    ORATRIA TEORIA E EXERCCIOS PRTICOS DE EXPOSIO ORAL................................................................................ 3

    OS QUESITOS ...................................................................................................................................................... 4

    DISCURSOS CLEBRES ........................................................................................................................................18

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    ORATRIA TEORIA E EXERCCIOS PRTICOS DE EXPOSIO ORAL

    O objetivo da atividade desenvolver, atravs de lies tericas e exercciosprticos, a capacidade do aluno de se expressar verbalmente. A atividade estprevista para um nmero mximo de 20 alunos.

    Na primeira aula, ser entregue uma apostila, preparada pelo professor,sugerindo alguns pontos fundamentais a observar em uma exposio oral.Nessa mesma aula, o professor explicar brevemente cada um desses pontose, ao nal, os alunos escolhero cada um seu tema para exposio. Ser tam-bm sorteado, para cada aluno, um discurso ou manifestao clebre, da listaanexa.

    Na primeira fase do curso, cada aluno ler o texto clebre que lhe tivercabido, precedido de explicaes breves sobre as circunstncias histricas emque a manifestao se insere. Admite-se ainda que o aluno escolha outro dis-curso famoso, de sua preferncia, submetendo-o antes ao professor.

    Na segunda fase do curso, cada aluno ser convidado a fazer uma expo-sio de no mnimo 5 e no mximo 10 minutos perante a turma sobre umtema pr-selecionado. As exposies sero gravadas em vdeo e exibidas emseguida para a turma.

    Em anexo, uma lista de possveis temas. Esses temas so apenas sugestes.Os alunos tero liberdade de propor outros temas para suas exposies indi-

    viduais. Qualquer que seja o tema escolhido, o aluno dever preparar e dis-tribuir ao professor e turma, antes de sua exposio, um texto escrito, nodo que vai falar, mas das circunstncias, reais ou imaginrias, em que situarsua manifestao. Por exemplo, se o tema escolhido for um discurso fnebre,uma pequena biograa do falecido; se uma sustentao oral em um processo,um relatrio do caso, talvez at como se fosse o relatrio feito ao prprio tri-bunal perante o qual a sustentao ser feita; e assim por diante.

    Os alunos, inclusive o prprio aluno que tiver feito cada exposio, e oprofessor comentaro as exposies feitas, analisando-as em aula em face decada um dos quesitos. Espera-se tambm que os alunos procurem esforar-se em emprestar colaborao para melhorar a apostila e o curso no futuro,sugerindo aperfeioamentos.

    As notas sero atribudas em funo das exposies individuais, da pri-meira e da segunda fase, com maior peso para esta ltima. A participao emclasse ser tambm levada em conta.

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    OS QUESITOS

    1 O NERVOSO E COMO LIDAR COM ELE.

    Apresentar-se em pblico necessariamente uma atividade estressante.At mesmo artistas, professores, pregadores e polticos, que, por prosso,tm habitualmente que atuar diante de platias, confessam que geralmentesentem alguma forma de ansiedade, sempre que se apresentam.

    H at uma explicao biolgica para esse sentimento. Expor-se a umpblico, tornar-se o objeto da ateno de outras pessoas, muitas vezes desco-nhecidas, uma situao que relembra conitos arcaicos. No exagero dizerque aquele que se apresenta diante de uma audincia enfrenta uma autnticaameaa. Est sendo observado, no pode falhar, arrisca a expor-se ao ridculo.Esse conito, verdadeiramente arcaico, produz adrenalina e gera excitao.Da o conhecido nervoso.

    Esse mesmo conjunto de circunstncias, por outro lado, uma reaoanimal que estimula o organismo e os sentidos. O animal perseguido corremais depressa, o lutador em combate torna-se mais forte.

    O primeiro e fundamental segredo do orador , portanto, usar a seu favor

    os elementos que produzem o nervosismo, aproveitar a energia vinda da in-jeo de adrenalina para car mais vivo, mais inteligente.

    Nem todos conseguem. Casos existem em que a diculdade de lidar como nervoso to grande que vence a vontade. Grandes artistas j passaram issoe sofreram grandes prejuzos. Alguns at tiveram que abandonar carreiras quepoderiam ser bem sucedidas.

    Mas existem mecanismos que podem ajudar a superar o nervoso.Em primeiro lugar preciso ter conscincia. Dizer-se a si mesmo: o nervoso

    normal. Preciso mobiliz-lo e no suprimi-lo.Como? No simples. Mas possvel.

    A mais bvia de todas as recomendaes preparar-se bem. Conhecerprofundamente o que se vai dizer a base indispensvel para sentir-se segu-ro. Seja em um elogio fnebre, em uma sustentao oral, em uma aula, ouem um discurso de campanha, indispensvel pensar antes, fazer notas, sepossvel ensaiar mentalmente ou diante do espelho. Eventualmente, vale atgravar os ensaios.

    A preparao, claro, deve ser feita previamente. E no momento da ex-posio? Como proceder? Cada expositor desenvolve seus prprios mecanis-mos, o pigarro, o sinal da cruz, dedos cruzados, instantes de concentrao de

    olhos fechados, etc. H alguns truques mais comuns. Por exemplo:

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    Iniciar a fala com alguma coisa leve, com um dito espirituoso, umtoque de humor. Isso contribui para relaxar o expositor e estabelecer

    uma ligao mais leve com a audincia. Ajuda a quebrar no espectadora expectativa que este tambm tem.

    Procurar na audincia um ou mais olhares amigos. As platias, pordenio, renem sempre personalidades diversas. Em uma turma defaculdade, em um tribunal, ou em uma solenidade, h de tudo, desdepessoas que vivem problemas pessoais e gostariam de estar naquele mo-mento em algum outro lugar, at outras, especialmente interessadas.Entre expositor e quase que cada um dos assistentes, formam-se na-turalmente uidos inconscientes de empatia e antipatia. Percorrendocom o olhar uma audincia geralmente possvel localizar um ou maisassistente amigo. O olhar do expositor pode e deve percorrer toda aplatia mas, sem xar exclusivamente, deve localizar e procurar perio-dicamente o olhar amigo.

    Falar pausadamente. O nervoso tende a produzir a aio e a aiotende a levar o expositor a falar rapidamente, atropelando as palavras.Com isso, muitas vezes atropela o prprio pensamento. E gera descon-forto na audincia. A velocidade com que se pronuncia um discurso

    facilmente controlvel, com uma pequena dose de disciplina. bvioainda que qualquer exagero prejudicial. Se ruim atropelar as pala-vras, falar devagar demais d sono. Dosar a velocidade do discurso tarefa simples e ajuda a controlar o nervoso.

    A tecnologia: Mesmo antes da generalizao do uso de computado-res, j era comum a expositores utilizarem-se de recursos materiais paraapoiar apresentaes. Antes do power point j se utilizavam transpa-rncias. Antes das transparncias no era incomum escrever textos emenormes folhas de papel formando um enorme bloco, dependurado

    em um cavalete, cujas pgina iam sendo viradas uma a uma diante dosespectadores. No h, porm, nenhum recurso tecnolgico que possasubstituir a habilidade pessoal do orador. A tecnologia, mal utilizada,at mesmo o recurso prtico dos slides em power point, pode at pre-

    judicar o orador. Um palestrante que simplesmente leia em voz altatextos que a platia est vendo projetados pode at eliminar o nervoso,mas ser qualicada como uma palestra de m qualidade. Uma apre-sentao mal organizada pode aumentar o nervoso.

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    E, encerrando, preciso sempre, em qualquer discurso, lembrar a toda ahora, antes e durante, que

    VOC EST FALANDO PARA ALGUM NO PARA VOCMESMO. PRECISO CAPTURAR E MANTER A ATENO.

    O pblico, na verdade, que determina o tipo de discurso. Uma aula parauma faculdade diferente de uma aula para o ensino fundamental. Umasustentao oral perante o Supremo Tribunal diferente de uma sustentaooral perante um juiz singular. Um discurso de campanha poltica em um sin-dicato diferente de um discurso de campanha em almoo de empresrios.

    Mas, em todos eles, o nervoso precisa ser controlado. Em uma frase, omais importante para lidar com o nervoso tentar ser, tanto quanto possvel,natural. Em um modelo ideal, o bom orador aquele que, qualquer que sejaa audincia e o tema, expressa com naturalidade, vontade, como se falasseem uma roda de amigos.

    2 DICO, POSTURA E NFASE

    Falar pausadamente, foi dito, ajuda a controlar o nervoso. Mas preciso

    tambm falar em voz alta com pronncia articulada. O mais belo discurso,se no for audvel, no existe; se algumas de suas palavras, mesmo que sejampoucas, no forem entendidas, perde a beleza.

    A postura tambm algo a observar. A expresso corporal ajuda a expres-so verbal. Um orador esttico, rgido, mecnico, no comunica. precisoilustrar o que se diz com uma dose razovel de movimentos corporais. De-pendendo do tipo de comunicao, pode ser recomendvel fazer gestos, er-guer a mo com polegar estendido, balanar negativamente a cabea.

    Uma falha bastante comum em oradores inexperientes a ausncia denfase, produzindo um discurso sem ritmo, no mesmo tom de uma corda

    s bl, bl, bl, bl. H que dar cor ao discurso, elevar e abaixar o tom dafala, mudar a velocidade e tom.

    A dico tem, sempre, que ser correta e fcil de avaliar. uma questo depronunciar correta e completamente as palavras. J denir quais sejam a pos-tura e nfase ideais varia em cada caso. S as circunstncias, a sensibilidade eo bom senso so capazes de chegar dose certa, evitando exageros.

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    3 A FORMA

    Cada pessoa tem seu modo de se comunicar. Cada um fala de seu prpriojeito. A comunicatividade, na conversa coloquial e na vida social cotidiana,independe de forma.

    Em um discurso, porm, espera-se, geralmente, algum cuidado especialna forma. No se faz um discurso ou exposio apenas em tom de conversa,como quem conta uma histria ou uma piada.

    claro que toda regra tem excees. Certas pessoas, em certas circunstn-cias, podem dar muito bem seu recado oratrio, de um modo no conven-cional, falando com naturalidade, usando linguagem popular. Isso requer,no entanto, uma habilidade especial. Normalmente, um discurso h de serdiferente do tom coloquial.

    Quo diferente? Um defeito freqente do discurso que a preocupaocom a forma seja de tal modo exagerada que o resultado acabe sendo inade-quado, maante ou ridculo.

    O grau correto de elaborao formal, como tudo mais em matria de ora-tria, depende das circunstncias, inclusive da prpria personalidade do ora-dor. Mas algumas regras de bom senso podem ser estabelecidas para ajudar aencontrar a forma justa:

    1) Utilizar a linguagem correta do ponto de vista lxico e gramatical.

    2) No usar palavras cujo signicado precise ser procurado no di-cionrio.

    3) No usar gria nem palavras chulas.

    Aquilo que se chama normalmente estilo tambm se poderia classicarcomo uma questo de forma, aplicvel tanto expresso oral como escrita.O cnone fundamental da comunicao verbal a clareza. Fala-se e escreve-separa ser compreendido. Muitos tratados existem sobre o assunto, manuais deestilo, de oratria, de tcnica literria. De tudo que se escreveu sobre o assun-to, algumas sugestes, bastante simples, podem ser extradas. Por exemplo:

    1) Falando ou escrevendo, no poupe o ponto. Evite frases longasdemais ou curtas demais. Em princpio, um perodo, entre dois par-grafos, deve ter em torno de 28 palavras e no mais que trs oraes.

    2) Evite a substantivao. O verbo o ncleo da frase. ele que ex-

    pressa a ao. O brasileiro desenvolveu, talvez a partir do uso freqentede eufemismos, quase que o vcio de substantivar frases. Diz que uma

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    pessoa deu uma sada em vez de dizer simplesmente que saiu; que vaise proceder oitiva de testemunhas em vez de dizer que vai-se ouvir as

    testemunhas.

    3) Cuidado com a voz passiva. Outro vcio comum do discurso dobrasileiro a tendncia a exagerar no uso da voz passiva, prejudicando abrevidade e a clareza da frase. muito mais claro dizer que o gato comeuo passarinho do que o passarinho foi comido pelo gato.

    4) Ligue as frases. Procure encadear cada armao de seu discurso.Um dos pontos mais difceis do estilo evitar que o discurso se pareaa um conjunto de sentenas isoladas, soltas no espao. Cada frase, emprincpio, deve guardar alguma relao ou conexo com a precedente,sem precisar de conjunes.

    5) Itemize. Em um texto escrito, a itemizao, de preferncia comvrios nveis (1,2,3 (a), (b), (c) (i), (ii), (iii)) simplica grande-mente a ligao. Em uma exposio verbal, feita sem apoio de texto, aitemizao mais difcil. Mas, na preparao, pode-se sempre arrumaro que se vai dizer observando alguma forma de ordem lgica.

    6) Use adjetivos e advrbios com parcimnia. Adjetivos e advr-bios so o tempero da frase. Se ausentes, tornam a fala insossa; se usa-dos em excesso, o resultado desagradvel. Saber encontrar o pontocerto , para a cozinha e para a oratria, uma verdadeira arte. Mas comum pouco de bom senso pode-se, sempre, chegar a uma receita aceit-vel. No qualique todos os substantivos, no complete o signicadode todos os verbos. Mas no esquea de semear aqui e ali adjetivos eadvrbios.

    4 O TEMPO

    Como na prpria vida, a administrao do tempo crucial ao discurso.Um discurso exageradamente longo entedia; um excessivamente curto, de-cepciona. Adequar o que se vai dizer ao tempo que se dispe para diz-lo ,talvez, o exerccio mais difcil e, por isso, o mais importante para quemtem que falar em pblico. Em muitas circunstncias, o tempo da manifes-tao pr-determinado. Nos tribunais, por exemplo, o controle rigoroso.Em uma aula, tambm indispensvel obedecer ao horrio e ao calendrio.

    Quando h um tempo marcado, como por exemplo em uma aula, a atenotem que ser constante. decepcionante, tanto para o professor quanto para

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    o aluno, ver terminada uma aula sem a concluso, ou perceber que o assuntoacabou antes do tempo.

    A experincia e a prtica so as melhores professoras da administrao dotempo. Mas quem no tem nem uma nem outra e vai falar em pblico preci-sa tambm administrar seu tempo. difcil mas possvel. A melhor maneirade aprender , certamente, ensaiar, frente de um relgio.

    O problema do tempo, por outro lado, pode apresentar-se de modosopostos: quando se tem muito a dizer, preciso aprender a ser breve; podeocorrer, contudo, que, em certas circunstncias torne-se recomendvel esticaro tempo. Essas ltimas situaes so mais raras. Idealmente, quando no htempo xado, o orador deve ter a sensibilidade de perceber, usando a intui-o, o tempo justo de sua fala.

    O prazo de 10 minutos, arbitrariamente xado como mximo para osexerccios, pode, com efeito, ser excessivo para vrios dos temas sugeridos.No o ser, por certo, para uma aula de direito constitucional ou para umdiscurso de posse na Academia Brasileira de Letras. Mas certamente nocombina com uma manifestao brincalhona em uma ocasio festiva, comouma despedida de solteiro.

    Dois recursos so comumente utilizados para ajudar o controle do tempo:

    O meta-discurso (inseres no diretamente ligadas ao contedo

    da apresentao) sobre o qual falaremos mais abaixo, bem utilizado,permite esticar e encolher falas. Tpico uso desse recurso contar hist-rias pessoais. Assim, por exemplo, em um discurso fnebre, dizer comoconheceu o falecido, narrar experincias de vida com ele.

    Otrecho malevel. Quase toda fala pblica bem sucedida, tem umaparte que, por sua prpria natureza, pode ser estendida ou reduzidapara controlar o tempo. Em sua forma mais simples, esse recurso podeser a enumerao de exemplos, geralmente no nal ou perto do nal.Nas notas ou na cabea, levamos um estoque de cinco ou seis exemplos

    de algumas das idias. Se estiver sobrando tempo, usamos todos; se otempo estiver curto, cortamos alguns. A mesma tcnica pode ser usadapara argumentos.

    5 A FINALIDADE E O CONTEDO OBJETIVO

    Todo discurso orientado para um m. O advogado que sustenta oral-

    mente um caso em um tribunal tem disso uma idia bem ntida. Toda suafala tem um propsito evidente: convencer o tribunal que seu cliente tem

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    razo. Quero mostrar que o recurso que z merece ser provido e que a decisoanterior, que foi contrria, merece ser reformada. Formular esse propsito ao

    subir a uma tribuna em uma corte de justia mais ou menos a mesma coisaque um jogador de futebol, ao entrar em campo, pensar que seu time temque tentar fundamentalmente apenas duas coisas: fazer gols e no lev-los.

    Em outros tipos de discurso, a noo de nalidade no ca por vezes tontida. Mas precisa existir sempre. Em uma aula de direito constitucional opropsito ser claro o suciente para que os alunos entendam os conceitosexpostos e, de preferncia, consigam x-los. Mas que fazer em alguma ma-nifestao que, na sua essncia, no tenha um propsito especco e ntido?Como dar alguma espcie de propsito, por exemplo, a um discurso de for-matura? Ou a um discurso de posse na Academia de Letras?

    Muito simples: usando imaginao e reexo. Na Academia, por hiptese,o orador pode fazer um discurso analisando a ameaa que os novos meios dedivulgao representam para o livro e propondo alguma forma de atitudeem relao a isso. Em um discurso de formatura, a praxe , da mesma forma,analisar dados atuais da sociedade e lig-los turma que se forma. Atualmen-te, por exemplo, seria tpico comear dizendo que vivemos uma poca de criseeconmica, ou,este ano, haver eleies para Presidente, levando gradualmentea uma concluso sobre a responsabilidade da turma face a esse momento,preferencialmente alguma exortao de conduta.

    Uma boa forma de lidar com esse quesito lembrar-se das crnicas deNlson Rodrigues que, muitas vezes, terminavam com uma frase padro eis o que eu queria dizer seguida de dois pontos, introduzindo uma nicafrase nal: o defunto era um grande sujeito; ou, vai ser duro arranjar um substi-tuto para o jogador que hoje se aposenta.

    De um jeito ou de outro uma fala, qualquer fala, deve, como norma, serorientada a um m. A preocupao com o nal, porm, se levada ao exces-so, tende a produzir ansiedade na platia; em vez de acompanhar o que estsendo dito, o espectador, percebendo a orientao para o m, se desinteressae acaba se distraindo.

    O objetivo deve estar presente mas no de forma obsessiva. Mais pormque o objetivo absolutamente indispensvel dar fala um contedo, algu-ma coisa que transmita ao espectador que o orador tem alguma coisa a dizer. mais comum do que se pensa a imagem do discurso vazio, que arrumapalavras bonitas, pronunciadas em tom solene e no diz nada. Antes de qual-quer pronunciamento, aquele que fala deve pensar o que quer dizer e reetirsobre a forma de faz-lo.

    O contedo, por sua vez, deve ser passado de forma agradvel. Para issoexistem algumas tcnicas conhecidas. Por exemplo:

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    A lente zoom: Uma lente zoom pode ser ajustada para focar alterna-damente o pormenor e o ambiente, a oresta e a rvore. A alternncia

    permite a compreenso e mantm o interesse. Uma exposio podeseguir a mesma tcnica, indo do conceito ao exemplo, do exemplo aoconceito, do geral ao particular e do particular ao geral. Isso mantmanimado o discurso, exercita o raciocnio do espectador.

    A metfora ou imagem: O uso no exagerado de metforas outraforma de manter o interesse e animar o discurso. A metfora est parao discurso assim como a ilustrao est para o texto escrito. O ex-pre-sidente Lula grande usurio de metforas que ajudaram a reforar suapopularidade e tornaram seus discursos compreensveis e agradveis.

    A contradio dialtica: O uso da contradio uma tcnica co-mum para reforar idias. Clssico nesse particular o texto escritopor Shakespeare da orao fnebre de Jlio Csar, pronunciada porseu amigo Marco Antnio. Em resposta explicao que havia sidodada ao povo, reunido em praa pblica, de que Csar fora assassinadoporque esta era nica forma de conter sua desmedida ambio, Marco

    Antnio comea dizendo: O nobre Brutus veio aqui dizer que Csar eraambicioso. E ser ambicioso uma grande falta.Antnio comea ento

    a descrever feitos positivos de Csar, entremeando cada frase com orefro mas Brutus diz que Csar era ambicioso e Brutus um homemhonrado. Ope a opinio de Brutus aos fatos e vai gradualmente mu-dando a percepo dos espectadores.

    O meta-discurso: O prexo grego meta signica alm de.Meta dis-cursoso os termos introduzidos pelo orador no discurso que no so oprprio discurso. O exemplo mais agrante o clssico vou ser breve,no pretendo tomar muito tempo. A frase no deixa de ser contraditriaporque aumenta desnecessariamente o tempo do discurso para dizer

    que ele vai durar pouco tempo. Histrias pessoais, anedotas, conssesde estado de esprito etc., cabem nessa categoria. O meta discursotanto pode empobrecer ou at arruinar um discurso, como pode enri-quec-lo. Uma pequena dose, quando mais no seja, a evocao inicial minhas senhoras e meus senhores indispensvel. O meta-discursobem usado forma o clima, faz a ligao entre a pessoa do orador e oambiente.

    As perguntas retricas: Uma tcnica comumente usada para ilus-

    trar exposies orais formular perguntas e respond-las, apresentandoidias como respostas a dvidas pr-existentes ou dirigindo-se a um

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    suposto interlocutor. Famosa nesse particular a primeira frase dos fa-mosos discursos do senador e orador romano Marco Tlio Ccero, con-

    tra seu adversrio Lcio Srgio Catilina (as famosas Catilinrias): Porquanto tempo ainda abusars, Catilina, de nossa pacincia? At quandonos iludir esse teu furor?

    A repetio: Em muitas alocues h pontos importantes a enfati-zar. Insistir nele, repis-los de diversas formas, muitas vezes um recur-so til que enfeita o discurso e ajuda a produzir o resultado desejado.Exemplo famoso dessa tcnica a j citada orao fnebre em louvorde Jlio Csar em que Marco Antnio repete vrias vezes o quase refro mas Brutus diz que Csar em ambicioso e Brutus um homem honrado.

    Recursos no verbais: Em situaes especiais, especialmente arengaspolticas, ou defesas em tribunais, uma certa teatralidade pode ajudara tornar um discurso mais convincente e, por isso, mais ecaz. Algunsexemplos podem ser formulados: o famoso processo de Frinia, em queum advogado grego, ao defender uma assassina confessa, desnudou-adiante dos juzes, dizendo que no poderiam condenar tanta beleza.

    Ainda da Grcia antiga, a resposta de Esparta ao mensageiro mandadopor inimigos que pedia que lhe entregassem um pouco de gua e um

    pouco de terra para signicar que aceitavam render-se. Os espartanossimplesmente atiraram o mensageiro ao fundo de um poo. Saber queesses recursos existem importante, mas, evidentemente somente cabecogitar desse tipo de artifcio em situaes excepcionais.

    O apoio: Praticamente todos os oradores apiam seus discursos, emalguma forma de recurso. Em um extremo, bastante comum, est o dis-curso simplesmente lido. Em certas circunstncias, de fato, indispen-svel ao orador simplesmente ler textos escritos, muitas vezes at de au-toria de ajudantes ou assessores. A ningum ocorreria abrir a assemblia

    da ONU falando de improviso. Em outras situaes, ao contrrio, aleitura de um texto contraproducente, distrai a ateno, tente a trans-formar o discurso em uma toada monocrdia e muitas vezes a provocarbocejos. Autoridades e artistas de televiso so treinados especialmentea ler, como se no estivessem lendo, textos impressos que vo correndo sua frente enquanto falam. Os programas de computador, especial-mente as apresentaes empower point so um recurso simples e pre-cioso, que utilizado corretamente tem excelentes resultados. comum,contudo, que expositores no experimentados se utilizem opower point

    no para uma verdadeira apresentao mas para uma autnticaleituracompartilhada, limitando-se a repetir para a platia exatamente o que

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    mostram os slides. Finalmente, algumas notas escritas e discretamenteconsultadas ajudam at mesmo experimentados oradores a manterem a

    organizarem suas manifestaes.

    Nenhum recurso, porm, funciona se o prprio discurso for ruim, malescrito ou mal estruturado ou se orador no o pronunciar devidamente.

    Por isso mesmo, para aperfeioar a oratria pura como uma tcnica pr-pria, os pronunciamentos dos alunos devero ser feitos SEM QUALQUERESPCIE DE APOIO, permitindo-se, porm, apenas o uso de notas escritas,apenas como estrutura ou ndice do discurso, consultadas de forma extrema-mente discreta. A cabea do orador deve manter-se erguida, o discurso unido,uindo como um rio. A voz deve estar ajustada e a postura deve ser naturale sbria.

    6 COERNCIA INTERNA DO TEXTO

    Todo discurso tem que ter um estilo, um tom. Um poltico de oposiofala indignado contra o governo. Um orador que faz um elogio fnebre h defalar com tristeza, um discurso de posse na Academia de Letras tem que sersolene e elaborado, uma despedida de solteiro informal e alegre.

    Em qualquer caso o discurso deve ser internamente coerente, mantendo,do princpio ao m, um estilo nico, adequado sua nalidade.Isto parece bvio mas, na realidade, freqentemente discursos como que

    desanam. Um exemplo tpico de incoerncia adotar frases e ditos informaisem uma orao formal, fazer brincadeiras imprprias em ambientes sisudosetc.

    claro que pode-se admitir alguma forma de incoerncia, desde que cui-dadosa e propositalmente includa, s vezes preparada por uma ou outra frasede meta-discurso, guisa de explicao. Como exemplo tpico, pode-se ima-ginar que orador, ao fazer o discurso fnebre de Chico Ansio, introduza fra-

    ses ou formas tiradas de um ou mais dos personagens cmicos por ele criados.

    7 COERNCIA CONSIGO MESMO

    Cada pessoa tem alguma coisa de seu, de prprio, diferente de todas asoutras pessoas. H pessoas calmas e agitadas, h quem fale naturalmente coma voz elevada e quem prera um tom mais baixo, h pessoas que tendem na-turalmente a usar palavras mais eruditas, outras que se sentem mais vontade

    com um discurso simples.

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    Admitindo-se que o discurso tanto melhor quanto maior a naturalidadecom que for proferido, cada pessoa deve procurar um estilo prprio, um

    modo seu de falar, com o qual se sinta vontade.Quem, por vocao ou modo, solene deve ser solene ao discursar. Quem

    constri um tipo informal deve buscar a informalidade. H que ser, em resu-mo, coerente consigo mesmo, com o prprio modo de ser.

    8 ORIGINALIDADE

    O convencionalismo o maior defeito de muitas das apresentaes orais.Mesmo nas situaes mais repetidas, h que procurar alguma forma que nod ao ouvinte a idia de que qualquer um, naquele momento, diria exata-mente a mesma coisa.

    evidente que qualquer discurso tem elementos comuns, quase queverdadeiros chaves, o mais clssico dos quais a exortao inicial: uma sus-tentao oral comea sempre e necessariamente dirigindo-se aos julgadores Egrgia Cmara! ou Exmos Srs. Ministros! No caso, so os juzes os desti-natrios da fala e h que enfatizar isso. A uma turma de alunos pode-se dizersimplesmente bom dia, em uma conveno partidria nobres colegas, emuma despedida de solteiro pessoal!

    Outro elemento convencional quase que obrigatrio no incio de uma fala o orador dizer alguma coisa sobre porque ele est ali. A orao fnebre deMarco Antnio, tantas vezes citada, uma obra prima nesse particular: Vim

    para enterrar Csar, no para louv-lo. costume tambm indicar alguma coisa que explique porque aquela pes-

    soa em particular est falando naquele momento e, conforme o caso, agra-decer a oportunidade. Assim, por exemplo, em um discurso celebrando asbodas de prata dos prprios pais, iniciar, por exemplo, explicando, aps ainvocao inicial (Queridos pais! Minhas senhoras e meus senhores!):Meusirmos me pediram que eu dissesse algumas palavras nesta ocasio festiva. Sou omais velho dos quatro lhos e sou advogado. Por isso, fui eu, o escalado.

    Tudo isso so as convenes, os modelos clssicos, quase sempre obedeci-dos. Mas, respeitadas as frmulas tradicionais, mais ou menos obrigatrias,um discurso deve sempre procurar, por alguma forma, ser original, ter algoinesperado, que marque a audincia. Exemplo clebre de frmula original,foi um sermo que teria sido proferido por um sacerdote catlico, em umamissa, celebrada em um domingo de carnaval. Depois de, falando com fortesotaque, verberar contra os exageros e as orgias, o padre, concluiu: E lembr-rai-fos zemprre: tepois do farrra ENO. Mas, parra a alma, NO H SAL

    DE FRRUCTA ENO.

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    A originalidade pode estar, como nesse sermo, no fecho da fala, como nasua estrutura. Assim, por exemplo, o conhecido discurso do pastor america-

    no Martin Luther King eu tenho um sonho. A frase, uma frase, tornou-seum tema e marcou a fala. Ainda norte-americano, e mais que centenrio, ofamoso discurso de Gettysburg em que, falando de improviso, no momentoem que um determinado terreno era transformado em cemitrio para os quemorreram em uma sangrenta batalha da guerra civil, observou que nem elenem os presentes poderiam consagrar aquele terreno os que lutaram aqui

    j o zeram, muito alm de nosso poder de acrescentar ou diminuir.Em algumas ocasies, a originalidade difcil de encontrar. As circuns-

    tncias podem ser tais em que quase impossvel deixar de ser fundamental-mente convencional. Mas o esforo deve ser feito para criar alguma espciede marca, algo que que na memria. Um outro exemplo clssico de notaoriginal um advogado que, em um jri em que sustentava a negativa deautoria e o cadver no havia aparecido, anuncia que a suposta vtima estavaviva e ia entrar na sala naquele instante. Aponta para uma porta e os juradosinstintivamente olham na direo apontada. E o advogado conclui ento queo fato dos jurados terem feito o movimento de virar a cabea e olhar a porta,

    j mostra, por si s, que tm dvida sobre a autoria.

    9 COMUNICAO COM A PLATIA

    Um discurso dirige-se a um pblico. Mesmo quando se l um texto escritoou se fala em um estdio de rdio e televiso, preciso sempre pensar a quemse est falando e adequar o que se diz para tentar atingir de uma determinadaforma o pblico ouvinte. Existem mesmo prossionais especializados, traba-lhando principalmente para polticos, que se dedicam exatamente a estudarpossveis reaes e a recomendar linhas e posturas ideais para manifestaespblicas.

    A oratria nesse caso chega a assumir elementos que procuram quase apro-

    xim-la de uma cincia exata.Mesmo, porm, sem contar com o auxlio de especialistas, qualquer pes-

    soa que fala deve sempre procurar traar para si mesmo um objetivo, saberque reao pretende provocar na platia a que se dirige. Um general quer queseus soldados lutem, um professor quer que os alunos aprendam, um polticoquer conquistar que aqueles que o ouvem votem nele.

    Conhecido o objetivo e, evidentemente, conhecida a platia o bomorador precisa ainda manter a ateno e o rumo. Estou dando o meu recadocorretamente?Estou conseguindo convencer?

    Quando tudo corre bem e aquele que fala sente que sua fala est sendobem recebida tudo ca mais fcil. Mas, com freqncia, o expositor percebe

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    na platia que alguma coisa no vai bem. Algum boceja, algum cochicha,algum cochila. Quando isso ocorre a sensibilidade e a experincia do o alar-

    ma e a inspirao geralmente indica mudanas de rumo. Em casos extremos,at o encerramento da fala.

    assim que agem oradores experientes. Mesmo, porm, e principalmentequem d os primeiros passos na comunicao com pblico no pode esque-c-lo. H que estar ligado, atento, observando a platia, como se com eladialogasse.

    Um dos pecados mais graves e mais freqentes de um orador me-docre dissociar-se da platia, falar olhando para o alto, como se falassesozinho, totalmente alheio reao que suas palavras vo provocando naaudincia.

    A ateno pode, certo, revelar erros que, detectados, podem gerar inse-gurana e agravar o quadro. Mas um risco indispensvel, to indispens-vel quanto manter velocidades perigosas em uma corrida de automvel oumotocicleta. Prestar ateno pode levar ao desastre. No prestar o prpriodesastre.

    Ao primeiro bocejo, elevar o tom de voz ou passar a falar mais depressa; primeira conversa uma pausa e um olhar. Em resumo, falar ao pblico comose falasse a cada um de seus integrantes, esperando e procurando captar amesma ateno que se esperaria em um dilogo.

    10 CONCLUSO

    Em uma pgina da Internet, achamos um trecho de um discurso de for-matura em uma faculdade de direito:

    Olhando um pouco para trs, quanto coisa mudou em cinco anos deestudo. S no mudaram nossos desejos. Entramos na faculdade de Direi-to com o sonho de fazer justia, samos, agora, com o poder e o dever derealiz-la.

    O texto no especialmente rico nem extremamente original. Mas con-ciso e rme. E, sobretudo, arremata bem o que quer que tenha vindo antes.

    Todo discurso tem que ter alguma espcie de fecho. Em alguns casos,quando a nalidade da fala por si s bastante clara, este fecho evidente. Oexemplo mais tpico seria concluir a sustentao oral de um recurso pedindoque ele fosse provido. Mesmo nesse exemplo, porm, a eloquncia da falapode ser enriquecida com alguma forma elegante de complemento retrico.

    Espera a Recorrente que este tribunal d provimento ao seu recurso; deciso nessesentido ser tecnicamente correta e moralmente justa.

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    Mais difcil concluir discursos que no se dirigem a um m perfeita-mente claro. Por isso, alis, mencionamos acima, como um item parte, a

    necessidade de atribuir alguma espcie de objetivo ou nalidade a qualquerdiscurso.

    O discurso falado no tem pginas que se virem. preciso avisar ao ou-vinte quando termina. falta de fecho mais imaginoso pode-se usar o chavoclssico Tenho dito. Muito obrigado. Mas, com um pouco de imaginaoe, sobretudo, reetindo previamente, ser possvel encontrar maneiras maiselegantes de acabar um discurso.

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    DISCURSOS CLEBRES

    Os discursos abaixo esto publicados no obra 100 Discursos Histricos,coligidos por Carlos Figueiredo, (Editora Leitura, Belo Horizonte, 2002)

    1) Moiss (pgs. 15-17)2) Buda (pgs. 18-19)3) Scrates (pgs. 29-31)4) Cristo (pgs. 91-96)5) Maom (pgs. 108 111)6) Ferno Cortez (pg. 138) e Galileu (pgs. 142-143)7) Shakespeare (pgs. 144-147)8) Hamilton (pgs. 173-1759) Maximilien Robespierre (pgs. 188-198) (editar)10) Simon Bolivar (pgs. 220 221)11) Abraham Lincoln (248-249)12) Cacique Seatle (275-277)13) Gandhi (pgs. 306 309)14) Winston Churchill (pgs 312-314)15) Mao Tse Tung (pgs. 340-343)16) Dolores Ibarurri (La Pasionaria) (pgs. 357-359)

    17) Nelson Mandella (pgs. 406-409)18) Martin Luther King (pgs. 417-418)19) Herbert de Souza (Betinho) (pgs. 431-433)20) George W.Bush (pgs. 438-440)

    TEMAS:

    Ao incio do curso, ser sorteado, para cada aluno um tema discurso. An-tes de cada apresentao, o aluno dever entregar ao professor e turma, umtexto indicando as circunstncias, reais ou imaginrias, que levar em consi-derao na sua fala. Por exemplo, uma biograa do falecido, no caso de umelogio fnebre; fatos e teses do caso, em uma sustentao de acusao e defe-sa; dados sobre a obra pblica, escola ou empresa onde se est tomando pos-se, etc. Os alunos tero liberdade de acrescentar temas lista imaginada, oude escolher um tema prprio, no previsto na lista, sugerindo-os ao professor.

    1. Discurso fnebre2. Sustentao oral de acusao.

    3. Sustentao oral de defesa.4. Discurso de formatura

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    5. Discurso de posse na Presidncia da Repblica6. Discurso de inaugurao de obra pblica

    7. Discurso na inaugurao de escola8. Discurso de louvor em conveno de partido9. Discurso nas bodas de ouro dos pais10. Discurso na Cmara dos Deputados em favor do Governo11. Discurso na Cmara dos Deputados contra o Governo12. Discurso em organismo internacional13. Discurso na aposentadoria de um jogador de futebol14. Discurso de despedida de colega de trabalho que vai embora15. Explicao das regras de um jogo16. Um sermo, na missa de domingo de carnaval.17. Sermo de domingo de Pscoa18. Discurso agradecendo promoo a scio de escritrio de advocacia19. Discurso de guerra (do general tropas ou do governante aos go-

    vernados)20. Discurso de boas vindas ao Presidente George W. Bush em uma

    suposta visita Universidade

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    GABRIEL LACERDAAdvogado, formado pela PUC RJ e mestrado pela Universidade deHarvard (EUA). scio aposentado do Escritrio Trench Rossi Watanabe,trabalhou em outros escritrios. Trabalhou tambm como advogadointerno em algumas empresas, inclusive Caemi, Brascan, Petrobrs.Foi professor da PUC-RJ, e responsvel por cursos na Coppe/UFRJ e na

    FGV onde participou da equipe do CEP. Atualmente conduz a atividadecomplementar; Direito no Cinema na Graduao da Fundao GetlioVargas. Escreveu, os livros Direito no Cinema, Nazismo Cinema e Direito,Em Segredo de Justia, Eu Tenho Direito, O Estado Voc, Agir bem bom, entre outros.

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    FICHA TCNICA

    Fundao Getulio Vargas

    Carlos Ivan Simonsen LealPRESIDENTE

    FGV DIREITO RIO

    Joaquim FalcoDIRETOR

    Srgio GuerraVICE-DIRETOR DE ENSINO, PESQUISA E PS-GRADUAO

    Rodrigo ViannaVICE-DIRETOR ADMINISTRATIVO

    Thiago Bottino do AmaralCOORDENADOR DA GRADUAO

    Marlia ArajoCOORDENADORA EXECUTIVA DA GRADUAO

    Cristina Nacif AlvesCOORDENADORA DE ENSINO

    Andre Pacheco MendesCOORDENADOR DO NCLEO DE PRTICA JURDICA CLNICAS

    Paula SpielerCOORDENADORA DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES E DE RELAES INSTITUCIONAIS

    Thas Maria L. Saporetti AzevedoCOORDENADORA DE TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO

    Mrcia BarrosoNCLEO DE PRTICA JURDICA PLACEMENT