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Symon Hill
ORATÓRIA O Poder da Comunicação
Com o Público
Oratória – o Poder da Comunicação com o Público
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Symon Hill
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Symon Hill
ORATÓRIA O Poder da Comunicação
Com o Público
São Paulo
2ª Edição
2009
Oratória – o Poder da Comunicação com o Público
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Oratória: O Poder da Comunicação com o Público
2009© Copyright by Symon Hill
HILL, Symon
ORATÓRIA: O PODER DA COMUNICAÇÂO COM O PÚBLICO
Ed.Clube de Autores – 2009 Poços de Caldas, MG.
MATERIAL DISPONÍVEL PARA DOWNLOAD GRATUITO AOS PARTICIPANTES DAS
PALESTRAS E CURSOS COM SYMON HILL ATRAVÉS DO SITE:
www.symonhill.com.br
www.apalestra.com
www.palestrantesymonhill.wordpress.com
1. Psicologia 2. Linguistica 3. Sucesso Pessoal
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida sem a prévia autorização
por escrito do autor, sob pena de constituir violação do copyright (Lei 5.988)
Projeto Gráfico, capa e ilustrações: Club Design e Comunicação
Symon Hill
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Oratória – o Poder da Comunicação com o Público
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Sobre o autor
Symon Hill é Palestrante Motivacional
Especializado em Comunicação e Neurolinguística. Escritor com 15 livros publicados, completou em 2011, 18 anos de experiência em vendas e atendimento a clientes. Iniciou sua carreira de palestrante em 2004 motivando integrantes de um grupo de teatro a convite de um amigo. De lá para cá tem ajudado as pessoas a viver com mais dignidade, autoconfiança e visão de futuro. Em 2009 participou do EMPRETEC ministrado no Brasil pelo
SEBRAE. Suas palestras, marcadas por seu poder de comunicação e arte de ensino abordam assuntos profundos com a mesma clareza e simplicidade presente em seus 11 livros publicados. Atualmente, mora com a esposa e um filho, na linda cidade turística de Poços de Caldas-MG. Seu site é www.apalestra.com
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Introdução
Olá, tudo bem com você?
Muito me orgulha saber que você se interessou por este
curso. Ele é fruto de quase dez anos de estudo sobre
oratória e técnicas de falar ao público. Isto mesmo! Falar
ao público e não em público como normalmente se tem
usado por aí. A oratória deve respeitar algumas regras. A
primeira delas é saber e reconhecer que do outro lado
existem seres inteligentes que precisam ouvi-lo e
compreender o que você está dizendo. Pessoas que falam
em público simplesmente falam, enquanto aquele que
fala ao público toca o coração dos ouvintes. Toda pessoa
que conversa numa roda de amigos, está falando em
público. O que eu quero saber é se esta pessoa consegue
expor-se para um público de pessoas desconhecidas,
muitas vezes desfavoráveis, apáticas e ainda assim, sair
de lá coberta de aplausos, uma vez oferecidos por
aqueles que entenderam o que foi dito. A qualidade da
sua comunicação é o resultado que você obtém. Quando
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falar ao público, a percepção, o contato visual, gestos, a
expressão corporal, linguagem e conteúdo apropriado,
farão de você um orador eloqüente, convincente e
persuasivo. Parabéns pela escolha de fazer este curso!
Você pode ler este livro de duas maneiras: ler todos os
capítulos até o fim e depois reiniciar a leitura, fazendo
todos os exercícios e respondendo as perguntas para fixar
os conhecimentos sobre oratória em sua mente. Ou,
aproveitar a leitura fazendo pequenas pausas para
responder as questões, capítulo por capítulo. Das duas
maneiras você terá um bom aproveitamento. Ao final,
faça o teste para melhorar sua comunicação diária.
Espero sinceramente que você aumente seu poder de
comunicação com o auxilio deste livro. Ele foi escrito
para isso. A partir de agora, estaremos juntos nesta
empreitada e este manual será o mapa que o levará para
mais esta conquista profissional.
Sucesso e Prosperidade para todos nós!
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Comunicação & Oratória
O que uma tem a ver com a outra?
Com certeza, ninguém vai a público sem ter alguma coisa
para comunicar. É impossível não se comunicar. Durante
todo o tempo estamos passando uma idéia, uma
sensação. Ora, se é impossível não se comunicar, por que
algumas pessoas são mais bem sucedidas do que outras?
A diferença está no objetivo! Se você não tem um objetivo
a seguir, dificilmente conseguirá falar em público com
eficácia. Eficácia aqui, tem o sentido de falar o que
precisa ser falado. Existem pessoas que falam bem, falam
bonito, mas não falam o que precisa ser falado. Estas
pessoas são eficientes em sua comunicação. Nós devemos
buscar as duas coisas: ser eficiente (falando com
elegância e carisma) e ser eficaz (falando o que precisa ser
falado para que as pessoas possam formar uma opinião a
partir do que estamos comunicando a elas). Durante este
treinamento, veremos quais as técnicas utilizadas para
falar ao público de forma eficiente e eficaz.
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O Aprendizado Contínuo
Aprendendo consigo mesmo e com a opinião
dos outros
Nos primeiros tempos do automóvel, dois inventores
criaram um carro que funcionava a vapor. Era eficiente e
econômico. Os entusiastas dos carros antigos ainda se
lembram do Stanley Steamer com um sentimento mais
que nostálgico.
Os irmãos gêmeos Stanley trabalharam durante longo
tempo, com muita pressa, ajudados por mecânicos.
Nunca produziram, no entanto, mais de 650 carros por
ano e nunca superaram os seus concorrentes. Como
fracassaram? Fracassaram por não conseguirem transmitir
os seus conhecimentos a outras pessoas; não usavam as suas
experiências anteriores ou idéias criativas dos outros para
enriquecer as suas próprias idéias; e não aceitavam os
novos princípios da produção em série.
Até que cada carro fosse testado pessoalmente por um
dos irmãos, não era vendido. Se surgisse qualquer
problema técnico em algum dos seus produtos e um
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cliente se queixasse de uma peça defeituosa, os gêmeos
tratavam isto como se fosse uma afronta pessoal e, no seu
orgulho, devolviam imediatamente o dinheiro ao
comprador, recusando-se, a saber, dos detalhes.
"Devolva-lhe o dinheiro", diziam, "não queremos que seja
dirigido por ninguém do seu tipo!" E o problema era
"enterrado".
Assim, Stanley Steamer foi "enterrado", isto é, entrou
pelo cano. O negócio faliu. Nada de errado havia no
talento deles para engenharia. O que os levou a isto
foram as suas atitudes em relação ao feedback, isto é, ao
retorno de informações em relação ao seu produto.
Encontrar soluções e reprogramar-se para o futuro é algo
mais que usar apenas um processo científico e lógico.
A flexibilidade e a coragem para deixar de lado as idéias
e hábitos obsoletos podem nos economizar desgastes
emocionais enormes no futuro. Encarar as nossas
experiências como formas importantes de recursos e de
riquezas é o caminho da Sabedoria. O medo e a
intolerância com o futuro desconhecido geralmente são
reflexos das sensações negativas que tivemos das nossas
experiências negativas passadas projetadas no nosso
futuro. E a cada vez que nos lembrarmos dessas
experiências (rotuladas por nós mesmos de Negativas),
recuperamos as sensações ruins que tivemos na
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experiência original e mais alguma coisa que
acrescentamos ou pelo exagero, ou pelo acréscimo
posterior de crenças ou julgamentos precipitados, ou por
uma autocrítica impiedosa (dentro do mesmo processo
de distorção: "A cada conto acrescenta-se um ponto.").
As sensações negativas são assim, amplificadas no
presente, e com essas sensações negativas
constantemente presentificadas e cada vez mais
amplificadas, a nossa mente projeta, imaginando um
futuro distorcido com as mesmas possibilidades e,
portanto, com as mesmas sensações negativas ou piores.
Com este círculo "lógico" vicioso é mais que natural que
muitas pessoas se sintam com medo ou angústia com
relação ao seu futuro desconhecido. A atitude resultante
disso é a mesma ou próxima dos irmãos Stanley. Ou uma
negação total da experiência, ou um desgaste emocional
muito grande. Ou ambas.
Agora pense em você como orador. Está preparado para
receber o feedback do público sobre sua explanação? Está
consciente de que é possível aprender com seus erros
para não fracassar no futuro? Percebe a importância de
valorizar a opinião do público que pretende alcançar?
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Utilize as linhas abaixo para registrar suas
respostas a estas importantes perguntas de
autodesenvolvimento.
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A Preparação
Sintonizando o cérebro com a mensagem a ser
transmitida
A primeira vez que senti a real importância da
preparação para um discurso foi durante uma palestra
feita pelo então Ministro dos Direitos Humanos que tive
a oportunidade de assistir no campus da PUC em Poços
de Caldas – MG, minha cidade natal. Naquela ocasião
percebi que mesmo com um esboço escrito, se não
houver preparação do orador, com certeza haverá
decepção por parte do público. Por isso alistarei aqui o
passo-a-passo para uma boa preparação e alinhamento
cerebral com a mensagem a ser passada ao público com
eficácia.
Como elaborar um discurso?
O sucesso de seu discurso depende da sua capacidade de planejar e organizar etapa por etapa toda seqüência de seu raciocínio. Apresento aqui quatro etapas fundamentais para estruturar um discurso: introdução, apresentação, corpo central e conclusão.
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A Introdução é a primeira parte do discurso e é a que exige mais cuidado e dedicação em sua elaboração. Na introdução você deve preocupar-se em conquistar seus ouvintes. Seu objetivo deve ser ganhar a simpatia, a benevolência, atenção, a torcida quebrando as resistências do público.
A Apresentação é o momento onde você deixa claro qual é o seu objetivo naquele discurso. Aqui, você deixa os ouvintes saberem do que você vai falar com o objetivo de ajudá-las a compreender melhor o conteúdo de sua apresentação. Nesta etapa você revelará, qual é o assunto a ser tratado, qual problema será solucionado e quais as partes do assunto você irá tratar. Esta abordagem é especialmente interessante quando você será sucedido por outro orador. O Corpo Central é a mensagem do discurso. Nesta etapa você destrinchará o assunto para os ouvintes aplicando as informações que foram passadas na Apresentação desenvolvendo o assunto e tratando o problema proposto. Ainda nesta fase, você apresentará seus argumentos e refutará conceitos errados do público. A Conclusão é a parte do discurso onde você deve fazer uma recapitulação de tudo o que foi abordado, da essência da mensagem e levará os ouvintes à reflexão, através de uma metáfora ou outro recurso de linguagem, conduzindo os ouvintes a agirem de acordo com a sua proposta para o tema apresentado. A conclusão deve ser
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emocionante, fazendo com que os ouvintes sintam-se entusiasmados e que tenham a sensação de que aprenderam alguma coisa produtiva. Como definir o objetivo do discurso?
Antes de começar a elaborar seu esboço, com o que pretende tratar, lembre-se que é preciso saber aonde você quer chegar com este discurso. Escolher o objetivo é fundamental. O volume de informação no mundo dobra a cada 12 meses. Isso significa que a cada ano nos tornamos obsoletos. Transmitir informação de qualidade é o mínimo que você pode fazer por seus ouvintes. Portanto, é primordial saber qual o teor de seu discurso. A primeira coisa a ser definida é se você quer motivar, informar, provar um conceito ou refutar uma idéia errada. De forma geral, ao elaborar seu discurso, preste atenção aos seguintes pontos:
Pesquisar a fundo para escolher as melhores informações com fontes seguras;
Descubra o grau de conhecimento dos ouvintes;
Saiba qual a importância da matéria para o público;
Mostre a praticidade do assunto;
Use palavras iniciais para estimular o interesse dos ouvintes;
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Como fazer um esboço?
Esboço é uma simples anotação muito útil para realização de um discurso. Se tratando de esboço, menos é mais. Quanto menos você escrever, melhor para você se manter ‘antenado’ no público e não em suas anotações. É melhor poucas idéias bem elaboradas do que um testamento mal escrito.
Veja algumas técnicas poderosas para a criação de um esboço:
Estabeleça um objetivo claro: Pergunte-se: ‘o que eu quero alcançar com este argumento?’
Determine os principais pontos a serem destacados: crie
um subtítulo, dividindo o tema em etapas a serem discutidas uma a uma – tópicos, causa e efeito, problema e solução, ordem cronológica – todas essas são técnicas de determinação de pontos a serem destacados.
Organize suas idéias de forma lógica: Numere. Coloque 1, 2, 3, 4 e assim por diante. Se você perder o fio da meada, ou se lhe der um branco, fica muito mais fácil retomar o raciocínio se ele seguir uma linha clara.
A preparação lhe dará também noção sobre outro recurso importante para oradores: o tempo. Quando você está preparado, com um esboço escrito e/ou mental, você não passa do tempo. Quem não se prepara para um discurso,
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“esquece” da hora, se empolga e desanima a público além de prejudicar outros oradores que poderão tomar a tribuna depois. Portanto, cuide durante a preparação de cronometrar o seu tempo em cada fase da apresentação para certificar-se de que durante o discurso ao público, você terá todo o controle, inclusive do tempo. Imprevistos na hora do discurso, com certeza poderão acontecer, porém, se você está preparado, a sua parte será cumprida para que o evento siga bem dentro do planejado pelos organizadores.
Para relembrar:
Cite quais são as quatro etapas de elaboração de um discurso e, o que trata cada uma delas.
Qual a primeira ação a ser tomada para definir o conteúdo de um discurso? Que pontos merecem nossa atenção?
Cite três poderosas técnicas para elaborar um esboço.
Ressaltar os benefícios em uma conclusão faz com que as pessoas mudem de idéia e passem a agir de acordo com sua orientação.
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Metáforas
Fixando a idéia na mente do outro
‘‘Por que vos fala usando ilustrações?’’ Foi assim que os apóstolos se dirigiram até Jesus Cristo, após um de seus discursos. Os Evangelhos destacam muito bem a maneira clara de ensino do Maior Homem que já viveu na Terra. Não falaremos aqui sobre o papel espiritual do Cristo. Ele significou e ainda significa toda a esperança de futuro da humanidade. No entanto, a oratória de Jesus pode e deve nos orientar muito quando o assunto é o uso de metáforas. Metáforas são histórias e estórias criadas com o objetivo de transmitir conceitos e idéias de uma forma tão eficaz, que deixa gravada na mente do ouvinte a mensagem
transmitida. Através de histórias muito bem concebidas, foram contadas a nós verdades profundas sobre a vida, a convivência, o valor do trabalho e muitos outros valores humanos que podem ser transmitidos de geração após geração através de metáforas. A todo o momento nos comunicamos também através de analogias. Analogias são comparações que fazemos entre
coisas aparentemente diferentes, mas que apresentam um ponto em comum.
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Hipérbole é quando acontece um exagero na expressão de
uma idéia.
Exemplos são situações reais, casos vividos por você ou alguma história verídica que lhe foi contada que ilustra bem o seu argumento. Quando usar metáforas?
Sempre que precisar enfatizar uma idéia ou refutar um ensino equivocado podemos usar metáforas. As metáforas mais eficazes, são aquelas que em sua história, tratam de aspectos conhecidos da maioria das pessoas. Por exemplo: para enfatizar a importância da vida em comunidade, do trabalho em equipe, crie uma metáfora sobre o funcionamento de um formigueiro. Todos na assistência, com certeza já viram a eficiência, a organização e a diligência das formigas. Porém, se tratando do uso de metáforas num discurso, cuidado para não mencionar aspectos religiosos, étnicos ou preconceituosos. Seu papel como orador é transmitir conhecimentos de forma eficaz, expondo seu ponto de vista. Sempre tenha em mente que quem dá sentido a coisa dita é o ouvinte. O seu exemplo sempre falará mais alto. Certa vez em um convento, as sandálias do discípulo fizeram barulho especial nos degraus da escada de pedra que levavam aos porões da velha construção. Era naquele local que vivia um homem muito sábio. O jovem empurrou a pesada porta de madeira, entrou e demorou um pouco para acostumar os olhos com a
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pouca luminosidade. Finalmente, ele localizou o ancião sentado atrás de uma enorme escrivaninha, tendo um capuz a lhe cobrir parte do rosto. De forma estranha, apesar do escuro, ele fazia anotações num grande livro, tão velho quanto ele. O discípulo se aproximou com respeito e perguntou ansioso pela resposta: - Mestre, qual o sentido da vida? O idoso monge permaneceu em silêncio. Apenas apontou um pedaço de pano, um trapo grosseiro no chão junto à parede. Depois apontou seu indicador magro para o alto, para o vidro da janela, cheio de poeira e teias de aranha. Mais do que depressa, o discípulo pegou o pano, subiu em algumas prateleiras de uma pesada estante forrada de livros. Conseguiu alcançar a vidraça, começou a esfregá-la com força, retirando a sujeira que impedia a transparência. O sol inundou o aposento e os raios iluminaram com sua luz estranhos objetos, instrumentos raros, dezenas de papiros e pergaminhos com misteriosas anotações. Cheio de alegria, o jovem declarou: - Entendi mestre. Devemos nos livrar de tudo aquilo que não permita o nosso aprendizado. Buscar retirar o pó dos preconceitos e as teias das opiniões que impedem que a luz do conhecimento nos atinja. Só então poderemos enxergar as coisas com mais nitidez.
Fez uma reverência e saiu do aposento, a fim de comunicar aos seus amigos o que aprendera.
O velho monge, de rosto enrugado e ainda encoberto pelo largo capuz, sentiu os raios quentes do sol a invadir o quarto com uma claridade a que se desacostumara. Viu o discípulo se afastando, sorriu levemente e falou:
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- Mais importante do que aquilo que alguém mostra é o que a outra pessoa enxerga. Afinal, eu só queria que ele colocasse o pano no lugar de onde caiu. Percebeu? A metáfora certa é aquela que mais se aplica à mensagem que você enquanto comunicador quer transmitir. Sem que você se percebesse, eu introduzi esta metáfora na leitura para que você sentisse essa poderosa estratégia de comunicação e transmissão de pensamentos. Enriqueça sua apresentação com elementos de linguagem como metáforas, analogias, hipérboles e exemplos. É claro que não teremos a mesma habilidade de Jesus Cristo, pois este era perfeito e enxergava o coração dos ouvintes. Mas, com meditação e esforço, podemos melhorar significativamente nossa oratória por utilizar metáforas em nossas apresentações. Para relembrar:
O que são metáforas, analogias, hipérboles e
exemplos?
Quando utilizar metáforas?
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Memorização
Estratégias para gravar a mensagem
Mesmo com um esboço bem elaborado, poderá haver situações onde será impossível utilizá-lo. Você terá que falar ao público sem anotações, apenas com o seu conhecimento do assunto. A grande questão é: como? Estratégias de memorização, não são sopros de seus assessores atrás das cortinas. São ferramentas que não substituem, muito pelo contrário, complementam a preparação. Vimos anteriormente que para criar um esboço é preciso estudar a matéria que será abordada, depois escolher o que vai dizer e por último extrair as idéias que serão o corpo do seu discurso. Com isso, será muito mais fácil memorizar a matéria, uma vez que para estudar o tema você seguiu estes cinco passos:
Captação de informações – você pesquisou, selecionou e definiu o que abordar. É a escolha do que falar.
Pré-leitura – nesta fase, você ‘correrá os olhos’ na
matéria escolhida para se familiarizar com o assunto a ser abordado.
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Leitura – Aqui você lê o texto silenciosamente, sublinhando ou marcando no texto os pontos fortes, as frases de impacto, ou seja, o que chamou a sua atenção. Com uma caneta, separe o texto em conjunto de idéias, numerando os parágrafos e separando com ‘barras’ as sentenças que transmitem a idéia.
Resumo – Agora você fará um resumo do que entendeu da matéria abordada, por escrito, em suas próprias palavras.
Palavras-chave – Enumeração de idéias principais para servirem de âncoras para sua apresentação. O ideal é que, ao lembrar uma palavra-chave, você se lembre de todo o resumo, referente àquele tópico em questão. Tópico por tópico, você fará todo o discurso sem o uso de anotações.
Uma técnica importante para memorização de um
assunto é o método DOCA®. Consiste em quatro perguntas que lhe ajudarão a extrair a essência de qualquer texto e gravá-lo em sua mente. É uma ótima
ferramenta de estudo. Note:
D – Do que o texto fala?
O – O que o texto fala?
C – Conheço esta informação?
A – Aonde marco isto? Com este modelo simples, porém muito eficaz você terá condições de estudar o esboço em vez de se prender em toda a matéria e, ainda assim apresentar um tema com
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qualidade, pois a matéria agora estará gravada em seu cérebro.
Para relembrar:
A memorização substitui a preparação de um
esboço? Por quê?
Cite os cinco passos para o estudo de um tema.
O que é o método DOCA® e como pode ser usado?
Elas conquistaram a igualdade. E perderam a saúde
O modelo de "mulher de verdade" há muito tempo
passou de Amélia para Mulher-Maravilha. Antes confinadas aos domínios da casa e aos cuidados com filhos e marido, elas ganharam o mundo - e os dados de trabalho e escolaridade estão aí para mostrar que, hoje, competem em igualdade com eles. Mas, como tudo na vida, até nessa conquista há um preço a pagar: cada vez mais mulheres são vítimas de doenças que antes eram quase que exclusivamente masculinas.
Elas estão mais obesas, hipertensas e estressadas. O resultado? No ano 2000, o Ministério da Saúde registrou 391 mortes por infarto em mulheres no Espírito Santo. Em 2006, foram 785 mortes. O cardiologista Aloir Queiroz não tem dúvidas de que as mulheres estão sobrecarregadas.
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"As mulheres saíram para a competição do mercado de trabalho. Mas continuam cuidando da casa e da família, com as mesmas obrigações de antes, estão sedentárias e se alimentando mal. Elas precisam redobrar o cuidado com o coração, sobretudo depois da menopausa, quando a proteção natural do hormônio feminino estrogênio acaba", alerta Queiroz. Conseqüências
Quase 60% das capixabas de 15 a 49 anos estão obesas ou com algum grau de excesso de peso. No ano passado, 2.126 mulheres ficaram internadas por complicações da pressão alta. E não são apenas as doenças cardiovasculares que podem tirar o sono e - a vida - delas.
Em 1990 a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) registrou 11 casos de infecção por HIV em mulheres no Estado. Em 2000 foram 181 e em 2004, o número chegou a 247. Já em 2007 houve queda no número de mulheres infectadas: 106. Em junho o Ministério da Saúde revelou que o comportamento delas anda arriscado: 75% dispensaram a camisinha em relações sexuais eventuais que tiveram fora dos seus relacionamentos fixos.
As mulheres também parecem menos responsáveis
quando o assunto é bebida alcoólica. No ano passado um estudo revelou que 10,5% delas consomem álcool abusivamente (mais de quatro doses) quando saem para beber. Em 2006 o percentual tinha sido de 8,1%. A Sesa registrou um aumento no número de internações por consumo de álcool e drogas no Estado: 477 mulheres foram internadas em 2008, contra 336 em 2006. "As mulheres estão vivendo
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mais, mas precisam se cuidar para ter qualidade de vida. Elas podem cuidar da família, mas precisam cuidar de si mesmas" disse Lena Peres, coordenadora da área de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde.
Trecho extraído do texto publicado em 05/07/2009 na Rede Gazeta por Daniela Carla
Agora, aplique o método DOCA® neste texto e apresente para alguém em forma de discurso. O fator tempo ainda não foi considerado, por isso seja específico. Se preferir, faça as anotações neste espaço que se segue, enumerando seu esboço aqui mesmo nas linhas abaixo: _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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A Expressão Corporal
Quando o corpo fala mais alto que a voz
Um estudo desenvolvido pela Universidade da Califórnia constatou que 55% do impacto da nossa comunicação vem da expressão corporal, isto é, a primeiro momento você conquistará sua assistência, pela sua postura e seus gestos. Diferentemente do que muita gente pensa, não é a tão famosa boa aparência e sim a movimentação do nosso corpo que garante ou não o sucesso do nosso discurso. Dê atenção especial para este módulo de nosso treinamento a fim de melhorar cada vez mais suas apresentações ao público. As pernas
Uma postura indevida das pernas ou uma movimentação desconpensada pode revelar ansiedade e demonstrar falta de preparo. Movimentar demais as pernas desvia a atenção dos ouvintes. Durante o discurso, a atenção das pessoas tem que ficar na parte superior do seu corpo. Se a platéia olhar muito para suas pernas, algo está errado. Pernas muito juntas ou cruzadas indicam falta de confiança e mostra que você não está a vontade. Pernas muito afastadas demonstram falta de comprometimento
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e certo desleixo com seu público. Qual, então é o posicionamento ideal das pernas? Pense nas pernas como sua raiz. Sinta seus pés firmes no chão, como se estivessem lhe dando a sensação de que você agora, faz parte deste ambiente. Você está firme no chão assim como a árvore está presa ao solo. Afaste um pouco as pernas e flexione os joelhos: isso possibilita que você permaneça de pé por longos períodos evitando o cansaço. Posicionar-se inadequadamente é natural, mas não deve ser uma constante. Preze sempre por uma postura compatível com a mensagem que você está transmitindo. As mãos
Jovens casais de namorados, às vésperas do primeiro beijo, sentem-se entusiasmados com a chance de impressionar um ao outro. Porém, o nervosismo, talvez atrapalhe o momento sublime, por não saber onde colocar as mãos durante o beijo... No discurso acontece a mesma coisa. Não saber o que fazer com as mãos pode causar frustração para quem quer impressionar o público. O nervosismo é o grande inimigo dos gestos na oratória. Por isso, a grande ‘sacada’ dos grandes oradores é a naturalidade. É muito fácil gesticular adequadamente quando se é natural. No dia a dia gesticulamos durante a conversa com amigos e colegas. Esta deve ser a sua visão do público: são pessoas
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como você, com anseios e desilusões. Portanto, não tenha medo – seja natural! Cruzar os braços revela insegurança, pois dá a idéia de que você está se defendendo. Colocar as mãos no bolso mostra que você não se preparou. As mulheres durante apresentações tendem a colocar os braços junto a cintura o que dificulta a movimentação. Outra dica importante: evite fazer gestos na altura do rosto e abaixo da linha da cintura. Crie um quadrado imaginário entre o quadril e o pescoço e gesticule dentro desta área. O próximo capítulo é inteiramente dedicado aos gestos. A expressão facial
Já ouviu alguém dizer: ‘Ele fala com os olhos’? – Pois é. Existem pessoas que conseguem transmitir o máximo de informação com o mínimo de palavras, utilizando a expressão facial. Um recurso de atores de teatro para melhorar a expressão facial é o subtexto. É descobrir o que aquela informação quer dizer além daquilo que está escrito no texto. O orador deve então, dar muita atenção a expressão de seu rosto durante uma apresentação. A expressão facial deve ser condizente com a mensagem transmitida. Em assuntos tristes, expressão facial séria. Em discursos alegres, semblante mais brando, demonstrando sempre a emoção do momento. Evite a
mesma fisionomia durante todo o discurso. Por exemplo, ao falar de corrupção, seu rosto deve mostrar indignação e reprovação. Agora se o assunto é uma homenagem a
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Personalidade do Ano em sua cidade, demonstre alegria, satisfação e orgulho. O sorriso é outro poderoso recurso em apresentações. Procure sorrir principalmente na introdução do seu discurso. Isso cria simpatia e passa para os ouvintes a sensação de que você está seguro, certo do que foi fazer na frente do público.
Andar ou ficar parado?
Esta opção depende do local aonde vamos nos apresentar. Se houver espaço para transitar, caminhe lentamente e evite ficar andando de um lado para outro. Também é valido andar entre a platéia, tomando o cuidado de não dar as costas para o público. Evite se aproximar demais para não constranger a pessoa. Lembre-se que ocupar todo o espaço disponível demonstra domínio da situação.
A Expressão Corporal representa 55% de nossa comunicação, 38% é aparência e
apenas 7% é a palavra falada.
Como fazer uma apresentação sentado?
Quando se apresentar sentado ou atrás de um púlpito (tribuna) é necessário investir nos gestos sempre respeitando o quadrado imaginário. Quando sentados, devemos cruzar as pernas ou fechá-las e no púlpito, manter-se de pé, nunca se apoiando nele. É comum nos apresentarmos sentados em entrevistas e nos púlpitos em cerimônias e eventos religiosos.
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Evite cobrir a boca enquanto fala. Passa a impressão de que não era bem isso que queria dizer. Evite segurar objetos como canetas, réguas e outros, pois desvia a atenção da assistência. Mantenha a boca fechada enquanto ouve os questionamentos da platéia. Mostre-se atento e não perplexo.
Para relembrar:
Qual percentual de importância da Expressão Corporal na oratória?
Como posicionar as pernas em uma apresentação?
O que devemos evitar fazer com as mãos durante uma apresentação?
Qual deve ser a expressão facial durante um discurso?
Devo andar ou ficar parado durante uma apresentação? E se estiver sentado?
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Naturalidade
O segredo para gestos num discurso
Ser você mesmo durante uma apresentação não é tarefa das mais fáceis. Exige preparação, domínio do tema e muita tranqüilidade. Porém é o melhor caminho. Você pode e deve aprender todas as técnicas de comunicação, mas nunca perder a naturalidade. Se você cometer erros técnicos, as pessoas ainda gostarão de sua mensagem, porém se for extremamente técnico, mas, artificial, ninguém gostará de seu discurso. Seja o mais natural possível e aplique as técnicas dentro de seu perfil, dentro da sua personalidade. Naturalidade cria credibilidade. Quanto mais natural você for melhor. Sendo artificial em sua apresentação, seus ouvintes duvidarão de suas intenções e não confiarão em sua apresentação. Conseguindo Naturalidade
Observe como você se comporta quando está com amigos, pessoas íntimas e conhecidos. Analise seus gestos e expressões faciais. Durante a apresentação, você deve manter a mesma forma de ser. Lembre-se, porém
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que ser natural não significa continuar cometendo os mesmos erros, pois eles precisam ser corrigidos com estudo, prática e muito treino. Numa certa ocasião, a floresta começou a pegar fogo e, na beira do rio, o sapo estava pronto para mergulhar quando o escorpião disse: ‘Espera aí, seu sapo!’ me dá um carona? O sapo hesitou, afinal de contas sabia da fama do escorpião. Respondeu: ‘‘Se eu te levar em minhas costas, você vai me picar e vamos morrer os dois. ’ O escorpião negou e insistiu tanto que o sapo topou levá-lo. Durante a travessia, no meio do rio, o escorpião cravou a calda no sapo, destilando seu veneno. Agonizando, o sapo disse: ‘Agora, nós dois morreremos. Eu não devia ter dado ouvidos a você! Por que você fez isso escorpião?’ Aí o escorpião respondeu: ‘Desculpa! É a minha natureza...!’
Sendo assim, cuidado ‘com a sua natureza’. Você pode acabar com sua carreira se não se preocupar e for natural demais. Você pode acabar matando também aqueles que derem ouvidos a você. O uso de gestos deve ser motivo de estudo constante para quem fala ao público. Na seqüência, veremos quais os principais tipos de gestos e como utilizá-los de maneira correta. Os gestos
Gesticular de forma espontânea deve ser seu
objetivo. Os gestos dão peso e força para o tema, indicam o tempo e têm o poder de esclarecer ou confundir a assistência, por isso merecem atenção especial. Os gestos
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enfáticos devem ser usados para reforçar pontos
importantes. Eles enfatizam e dimensionam a mensagem. Gesticular torna possível que as palavras ganhem forma e emoção. Porém é importante seguir alguns passos:
Coordenar as palavras com os gestos.
Evite gestos repetitivos e exagerados para não desviar a atenção e demonstrar despreparo.
Use gestos para causar impacto.
Evite gestos religiosos e/ou dogmáticos.
Existem também os gestos descritivos que são utilizados para facilitar a compreensão visual para a mensagem falada. Por exemplo: ao enumerar benefícios, conte-os nos dedos. Para relembrar:
Qual a importância da naturalidade na oratória, e que cuidado devemos ter?
Quais são os dois tipos de gestos e quando usá-
los?
Symon Hill
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O Contato Visual
Olho no olho e tudo muda de figura
Os olhos revelam emoções. Manter o contato visual com seu público pode ajudá-lo a perceber se eles estão mesmo entendendo o que você está dizendo. A percepção do orador entra em cena agora. Sentir o que realmente está acontecendo na mente do seu interlocutor é fantástico e os olhos nos revelam isto. Através do movimento dos olhos perceberemos como nosso público pensa. Não temos o poder de ler pensamentos. Podemos apenas ter sinais de que eles estão compreendendo ou não a matéria falada. Portanto para manter um bom contato visual, precisamos:
Antes de iniciar, olhar para a platéia;
Estabelecer contatos individuais;
Olhar nos olhos do ouvinte;
Evitar o olhar mecânico;
Cuidar para não constranger os ouvintes; Muitas pessoas acreditam que é positivo fixar os olhos nas paredes do auditório. Contudo, isto acaba com nossa naturalidade. Para conseguir manter o contato visual, concentre-se por alguns instantes em um ou outro
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ouvinte, mude a direção para o outro lado e cuide para não levantar muito a cabeça dando a impressão de superioridade. Seja o mais natural possível, movimentando a cabeça, o quadril e os braços na mesma direção, para ser o mais espontâneo que puder. Olhe para o público com o corpo inteiro. Quando você olha para a assistência, tem a oportunidade de perceber o que está acontecendo e fazer ajustes caso necessário. Veja outros benefícios do contato visual:
Prestigia os ouvintes;
Passa confiança, segurança e preparo;
Quebra a rigidez da postura, evitando assim a perda da naturalidade;
Durante uma apresentação, mantenha o contato visual e perceba os resultados de sua comunicação. Lembre-se: A
qualidade da sua comunicação é a resposta que você obtém. Pare e pense alguns instantes: sem contato visual, como você vai obter a resposta de sua comunicação?
Perguntas de Fixação:
Mencione porque é importante o contato visual em
um discurso.
Cite o que é preciso para manter o contato visual.
Como manter o contato visual durante o discurso?
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Marketing Pessoal
Marque presença do começo ao fim
Tornar-se conhecido como um bom orador deve acontecer primeiro em sua mente. Este é o primeiro passo a ser dado. Não espere que as pessoas percebam você como bem sucedido se, em sua postura, tom de voz e aparência, você diz completamente o contrário. Você deve enxergar-se como a melhor escolha para o seu público. Longe de ser convencimento ou arrogância, este pensamento altamente positivo sobre si mesmo o tornará consciente de que é capaz de passar o melhor para seus ouvintes, dando-lhe mais resultados. O orador que ajuda seus ouvintes a aprender mais, pode se considerar um bom orador e este é o seu caso. Ajude-se a ganhar muito mais confiança, valorizando sua imagem! Cada centavo gasto com sua imagem voltará multiplicado. Eu lhe garanto. O processo de auto-imagem para nós oradores começa na confiança que o ouvinte deposita em nós. Com isso em mente, você deve cuidar muito bem de sua aparência física, antes de cuidar da sua vestimenta, dos seus acessórios de trabalho. Alistarei neste capítulo, algumas
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dicas básicas para causar impacto positivo na mente de seus ouvintes antes, durante e depois do discurso. Primeiramente, falaremos sobre a pessoa do orador. Depois sobre a aparência e vestimenta e por último sobre a linguagem das pessoas de sucesso.
Você: pessoa
Alimentar-se bem, é outro fator fundamental para a pessoa bem sucedida, independente se você fala em público ou não. Se você tivesse uma Ferrari, iria abastecê-la com gasolina batizada? Então por que comer porcaria na rua? Seu corpo vale menos que uma Ferrari? Aprenda a cuidar muito bem de si mesmo antes de cuidar de seus bens materiais. Má alimentação é causa de mau desempenho. Tudo na vida segue esta lógica. Se você tem maus pensamentos, seu desempenho na vida é medíocre. Alimente sua mente com bons livros, bons filmes. Aprenda a cultura de seu país e, quem sabe até a cultura de um país estrangeiro. Isso o ajudará a melhorar seu raciocínio. Faça bons cursos. Leia revistas e jornais para se manter informado. Prepare-se! Pouco adiantaria ter um excelente marketing pessoal e não ter conteúdo para oferecer. Responda rápido: com que freqüência, você vai ao dentista? Dizem os especialistas que a média é a cada seis meses. Isso evita aquela camada esbranquiçada entre os dentes, que dá uma aparência negativa de que você não escova os dentes há muito tempo. Além disso, ao escovar os dentes, não se esqueça também de escovar a língua,
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evitando aquela língua branca de sapo que traz um mau-hálito horrível! De acordo com especialistas em linguagem corporal, uma conversa considerada íntima é aquela em que os interlocutores se mantêm a uma distância de 40 cm um do outro. Esta distância é mais que suficiente para seu ouvinte ver seus dentes, sua língua e sentir seu mau-hálito. Portanto, trate de escovar muito bem os dentes e fazer sua higiene bucal diariamente, usando fio dental para combater a placa bacteriana. Imagine aquela pessoa que você quer tanto impressionar, virando o rosto de lado e disfarçando cada vez que você chega perto. Isto deve ser suficiente para convencê-lo da importância da higiene bucal. Outro fator importante é cuidar da sua pele. Pequenos cuidados diários como, por exemplo, uma alimentação balanceada já melhora muito a aparência de sua pele. Mesmo sendo do sexo masculino, você deve se valer de cremes hidratantes para cuidar de sua pele, seus cabelos e suas mãos. Além de cuidar da sua imagem, você estará cuidando também de sua saúde. Praticar semanalmente algum tipo de atividade física fará com que você se sinta cada vez melhor e com muito mais energia física e mental. Não diga que não tem tempo. Isso pode não estar dentro das suas prioridades. Reserve alguns minutos nem que seja para uma caminhada. Tudo que é grande começou pequeno. Faça pequenas caminhadas semanais de 50 minutos cada, seguindo o seu ritmo e sinta os resultados. Se você não tem tempo para cuidar de sua saúde, terá que arrumar tempo para cuidar de sua doença. Cuide-se! Seu corpo é seu maior patrimônio.
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Você: produto
Falar em marketing pessoal é o mesmo que dizer que a partir de agora, você será tratado como um produto. Sem ofensas. Se você se cuidar como pessoa, mente e corpo estarão em perfeita sintonia e por isso, você terá consciência de seu valor pessoal e aceitará mais facilmente a idéia de que o ouvinte, os colegas, a comunidade e todos a sua volta, antes de conhecê-lo melhor, comprarão primeiro a sua imagem. Como todo bom produto, você precisa ter uma embalagem linda, limpa e marcante. É isso mesmo! Estamos falando de roupas de qualidade, asseadas e bem passadas. Não estou dizendo que você precisa investir milhares de euros em roupas de griffe. Estou dizendo que a combinação certa e discreta, já fará uma enorme diferença na maneira como os outros perceberão você em cada ambiente. Sua roupa revela muito sobre você e sua personalidade. Escolha roupas leves e com bom acabamento. Consulte especialistas (em revistas e livros de etiqueta) para ver quais são os modelos mais clássicos e quais os mais inovadores e, principalmente, faça o que estiver dentro de seu orçamento financeiro. Jamais caia na cilada de se endividar para ‘estar na moda. ’ Nem sempre seguir a moda é bom para seus negócios, a menos que você trabalhe com venda de produtos de moda, é claro. Se este não é o seu caso, siga estas dicas:
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Camisas: de algodão puro, brancas ou azuis. Estas cores causam boa impressão além de passar a imagem de seriedade. Lembre-se que James Bond, nunca foi visto usando uma camisa rosa-choque ou verde-limão. Não pense que isto é por acaso.
Ternos: preto ou marinho. Em dias muito quentes o cinza escuro também é aceitável. Mangas um centímetro mais curtas que a camisa, colarinho um centímetro abaixo da gola da camisa. Barra da calça terminando no salto do sapato.
Gravatas: Dê preferência as de seda e com cores clássicas. Evite ter muitas cores na mesma peça. Tons mais escuros com camisas mais claras e tons mais claros com camisas mais escuras. Simples, prático e profissional. Se muito comprida dá a aparência de emagrecimento. Se muito curta a gravata engorda a pessoa. Aprenda e treine para dar bons nós de gravata, ajustando assim a ponta da gravata na altura da fivela do cinto.
Sapatos: pretos e marrons escuros. São cores
tradicionais que combinam com todas as combinações apresentadas até aqui. Deixe o sapatênis e o ‘sandalhão’ para o fim de semana. Use os cintos na mesma cor dos sapatos e prefira os calçados de amarrar. Sapatos de calçar são mais esportivos e podem ser usados para ocasiões mais informais como a reunião de confraternização da empresa.
Meias: cano alto e da cor dos sapatos.
Canetas: Use sempre canetas finas. Se não puder comprar uma Mont Blanc, coloque isto como meta pessoal, mas, desde já procure abolir a idéia de usar
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canetas de R$ 0,59 para anotar o e-mail de um ouvinte.
Óculos: Sempre de boa qualidade. Procure uma ótica e não camelôs. Imagine-se jogando golfe, com o seu principal cliente usando óculos de sol de R$ 9,90. Não
dá! Essa história de que óculos é tudo a mesma coisa, não passa de conversa fiada e se você preza o privilégio da visão, não brinque com seus olhos. Procure por lentes com o melhor tipo de tratamento e armações leves e inovadoras. Você atrairá muito mais olhares! O impacto que sua imagem causará nas pessoas será impressionante.
Para as mulheres minhas dicas são mais sucintas, porém, tão poderosas quanto às dicas passadas acima para os homens. Preste atenção aos detalhes:
Blusas: brancas ou tons pastel, de tricoline ou seda.
Calças: Corte reto estilo masculino.
Saias: retas ou plissadas, de acordo com a largura do quadril, terminando na altura dos joelhos;
Acessórios: sapatos bicolores ou coloridos, bolsas de
tamanho e alças médias, lenços de seda no pescoço e jóias delicadas e pequenas.
Maquiagem e perfume: maquiagem discreta, mas sempre com maquiagem e perfume de boa qualidade e discreto.
Vale lembrar que sua aparência é seu melhor cartão de visitas. Nem todos nasceram com o dom de marcar presença, mas, este fato não deve ser encarado como problema, pois este atributo pode e deve ser
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desenvolvido. Vestir-se bem envolve a ocasião. Você não precisa ir de terno e gravata no almoço de domingo na casa da sogra, mas, como estamos falando de negócios e de se ‘produzir’ para o trabalho, não vá proferir um discurso de bermuda e chinelo. O modo como você se veste, mostra aos outros o valor que você dá a si mesmo como pessoa, e também, o valor que você dá a sua mensagem.
Você: comunicador
Linguagem: é isso que nos torna diferentes dos animais. A capacidade de se comunicar está presente em todos os seres vivos, porém, comunicar-se conscientemente só com seres humanos. Neste tópico, veremos como usar a comunicação verbal para valorizar nossa imagem. Sabe aquele tipo de pessoa pessimista e negativa que ‘puxa pra trás?’ Parece um bombril - você não acha a ponta dele de jeito nenhum e que está sempre com uma reclamação na ponta da língua? Pois é. Este tipo de pessoa usa a linguagem de forma errada e prejudica a sua imagem. Pessoas assim, falam mal da empresa, da esposa, dos filhos, dos colegas da faculdade, dos professores, de tudo, tudo, tudo e nunca estão satisfeitas com nada. O professor e antropólogo Luis Almeida Marins Filho, chama este tipo de pessoa de ‘corvo’, tamanha falta de postura destas pessoas.
Portanto, cuide para que sua linguagem não vá de encontro a sua imagem. Lembre-se da questão do
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exemplo: se você fala de modo negativo das pessoas e coisas ao seu redor, como espera ser visto como uma pessoa bem sucedida? Se você acredita realmente que já é um sucesso e que este sucesso pertence a você, comece agora mesmo a falar como os bem-sucedidos! Fale sobre amenidades, coisas positivas que você viu num documentário, sobre uma palestra que você assistiu, um livro que leu, resumindo, sobre coisas boas. Deixe as más notícias para os noticiários sensacionalistas e para os pessimistas. Aprenda a se policiar e usar sua linguagem verbal para promover o otimismo! O uso correto da língua portuguesa é fundamental para o sucesso de uma apresentação em público. O uso correto da nossa Língua será abordado em capítulos a frente. Você orador:
Após todo este texto, talvez você se pergunte o que ainda falta saber. O bom marketing pessoal é estar bem vestido sempre, sempre ter uma linguagem apropriada para formadores de opinião, estar bem fisicamente e disposto a falar coisas boas. A roupa certa para uma apresentação depende da atividade profissional que você exerce, do seu estilo pessoal, da época e da formalidade do evento. Nada de roupa zero quilômetro para fazer um discurso importante. Prefira uma roupa que você se sinta confortável, porém, elegante. Estrear um terno novo durante um discurso o fará pensar mais em sua aparência
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do que na apresentação e para o público, não fará diferença nenhuma se sua roupa é nova ou não.
Pergunte-se:
O que hoje não estou fazendo, mas se
eu passasse a fazer, mudaria
completamente a minha imagem?
Para relembrar:
Para você, o que é o marketing pessoal?
O Marketing Pessoal começa quando e aonde?
Como aplicar o marketing pessoal na Oratória?
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Técnicas de Oratória
A receita das receitas
Falar bem em um discurso é como fazer um bolo. Não se faz um bolo só com farinha ou só com ovos e muito menos só com leite. Precisamos de vários ingredientes. Oratória é multi-fatorial. Já vimos o uso de gestos, metáforas, contato visual, aparência, memorização. Agora veremos os ingredientes necessários para prender a atenção do público e fazê-los sentir que você sabe do que está falando. Chegou a vez de falarmos sobre fluência, convicção e raciocínio.
Fluência para falar ao público
Entendemos por fluência a habilidade de falar corretamente, sem ‘comer letras’ e sem ‘engasgar’ em cada frase. Falar de forma contínua sem interrupções desnecessárias. Pronunciar corretamente as palavras, seguir um raciocínio lógico e ser coerente – tudo isso faz parte do orador fluente. Porém, faz-se necessário uma pergunta: Quais são os principais obstáculos para se falar com fluência? Aí vão alguns deles:
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Não conhecer certas palavras;
Pausas incorretas;
Falta de preparação;
Matéria desorganizada;
Vocabulário limitado. O que fazer então para combater estes inimigos da boa oratória? Novamente, a naturalidade vem nos salvar. Agir com naturalidade nos conscientiza de que somos passíveis de erros e que temos saída. Na maioria das vezes, ninguém sabe o que você irá dizer em seguida, portanto, respire fundo e mantenha a calma. Veja algumas dicas:
Enriqueça seu vocabulário;
Leia em voz alta;
Entenda a matéria;
Faça um esboço mental (Lembre-se do método DOCA®);
Tenha sempre um esboço escrito inclusive em entrevistas;
Treine, treine mesmo, treine muito. Se der o branco, pare, respire fundo analise seu esboço e reencontre o foco. A convicção e o convencimento
Estar convicto de que aquilo que você está falando é a melhor informação do mundo fará com que você seja compreendido por todos, sejam opositores, parceiros,
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jovens ou idosos. A convicção é certeza no olhar, é a segurança da mensagem. Para falar com convicção precisamos:
Demonstrar o sentimento adequado ao assunto;
Mostrar seriedade e intensidade na fala;
Entender muito bem o assunto e simplificar;
Ser positivo;
Limitar o uso de matéria negativa Raciocinar com os ouvintes
Desenvolva a habilidade de raciocinar com os ouvintes e você verá que sua oratória dará um salto significativo. Faça perguntas inteligentes e de ponto de vista para que os ouvintes pensem para responder. Para estimular o raciocínio com os ouvintes é preciso:
Levar em conta a formação dos presentes;
Lembrar que há liberdade de expressão, pensamentos e opiniões;
Usar perguntas para introduzir conceitos importantes;
Mostrar as razões que levam a conclusão;
Apresentar provas e evidências convincentes;
Se perceber que determinado argumento não tem bases reais que o comprovem, descarte-o de imediato. Não corra o risco de comprometer todo o seu discurso por uma idéia pessoal pouco convincente.
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Ao fazer isto, você ajudará seus ouvintes a compreender a matéria, mostrando que os conhece e sabe da capacidade intelectual deles. Ao dominar estas técnicas, você verá que é fácil combiná-las com o uso de metáforas, analogias e ilustrações. As perguntas são poderosas ferramentas para introduzir conceitos corretos sobre um assunto. Para relembrar:
Quais os ingredientes para uma boa oratória?
O que é preciso para:
Falar com fluência? Falar com Convicção? Raciocinar com os ouvintes?
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Recursos Audiovisuais
A oratória com o apoio da tecnologia
Será difícil imaginar boas apresentações sem recursos áudiovisuais. Estamos falando do microfone (pedestal, lapela, auricular e de mão) e também do mais comum dos recursos visuais o retro projetor ou datashow. Para se ter uma idéia de sua importância, quando se apresenta um discurso sem eles, apenas oralmente, depois de três dias os ouvintes se lembrarão apenas de 10% da mensagem transmitida. Entretanto, se a mesma mensagem for apresentada com auxílio de um visual, três dias depois, 65% da informação passada ainda estará na mente dos ouvintes. A grande questão é: quando usar um recurso audiovisual? Em primeiro lugar um visual eficiente deve seguir alguns padrões básicos como:
Destacar as informações importantes;
Facilitar o acompanhamento do raciocínio;
Possibilitar a lembrança do assunto por um tempo
mais prolongado.
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Não use audiovisual como apoio ou muleta. Já vi palestrantes famosos utilizar um visual para substituir frases e conceitos que poderiam ser transmitidos verbalmente sem perder o efeito. Ainda outros usam o visual como roteiro. Jamais faça isso. Não vamos nos estender muito neste tema. Dedico um capítulo inteiro á produção de um visual de qualidade mais a frente. Agora, pense que o que realmente deve aparecer são os pontos principais e não sua marca, seu nome e telefone no canto da tela. Estas e outras informações de contato devem ser colocadas todas juntas no final da apresentação. Apenas seu website deve
aparecer em todos os visuais.
Perguntas de fixação:
Porque é importante o uso de recursos audiovisuais?
Quais são os principais objetivos que um visual
deve suprir?
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Comunicação Visual no slide
Dez dicas para produzir um bom visual
Abordaremos agora, como criar slides ou visuais de qualidade. Acompanhe as dicas:
1. Coloque um título: simples, com poucas palavras, e muito esclarecedor.
2. Escreva com letras legíveis: escolha letras grandes com tamanho e corpo capazes de serem lidas por todas as pessoas da sala.
3. Limite a quantidade e tamanho das letras: mantenha a
padronização usando no máximo três tamanhos de letra por slide.
4. Componha frases curtas: cada frase deve representar
a essência do discurso, as palavras-chave. 5. Use poucas linhas: com o slide na horizontal, seis ou
sete linhas. Na vertical, oito ou nove. 6. Use cores: use os recursos de cores para criar
contraste entre o fundo e a letra. De preferência as sombras mais escuras que a cor do fundo e mais claras que a letra.
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7. Apenas uma idéia ou palavra-chave por visual:
identifique a palavra chave e se restrinja a ela no visual.
8. Utilize uma ilustração por visual: as imagens e ilustrações podem facilitar o entendimento dos
presentes. Uma ilustração em cada visual é suficiente.
9. Retire tudo o que puder atrapalhar a compreensão da mensagem: só deixe no slide, os dados que você
tem certeza de que ajudarão na compreensão da mensagem.
10. Crie seu próprio slide de fundo: Procure um bom design gráfico para criar seu pano de fundo nas
cores padrão de sua logomarca pessoal. Ah! Não tem logomarca ainda? O que você está esperando? Crie imediatamente seus cartões de visita, pano de fundo, logomarca – tudo para fixar sua marca na mente dos ouvintes. Tenha certeza que eles se lembrarão disso quando precisarem de você. Como sou designer por formação, eu mesmo crio meus próprios slides e evito terceirizar esta parte
fundamental de meus discursos. Como vimos produzir um bom visual para seu discurso exige tempo e paciência. Coloque este tema em pauta na hora de preparar seu discurso. No próximo capítulo abordaremos o uso do microfone e do datashow durante a apresentação.
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Som & Imagem
Mais recursos a serviço da apresentação
Como você gostaria de iniciar seu próximo discurso? Com uma foto? Uma mensagem narrada? Um vídeo? Tudo isso é possível quando se tem um sistema de som e um retro projetor a sua disposição. Mas não conte sempre com isso. Haverá situações que você terá que discursar sem esses recursos, só com seu esboço escrito, ou mental. Está preparado? O uso adequado da tecnologia realmente se faz necessário para transmitir a mensagem com eficácia e dinamismo. Entre estes recursos disponíveis estão o microfone e o datashow. O microfone
Alistarei agora, algumas dicas sobre o uso do microfone:
O microfone é um recurso valioso e indispensável ao falar para mais de 50 pessoas;
Jamais tente equalizar o som para projetar sua voz como mais grave, mais aguda etc. Seja natural;
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O medo do desconhecido causa na maioria das vezes receio de falar ao microfone;
Quando usar o microfone num pedestal, posicione - o a mais ou menos dez centímetros de distancia do queixo e gire levemente o tronco para falar com a boca direto nele;
Nunca incline o corpo em direção do microfone, pois isso mostra uma postura fragilizada diante do público.
O microfone na mão exige certos cuidados. Por exemplo, não o segure como se estivesse tomando um sorvete e muito menos como se estivesse bebendo um refrigerante;
Não gesticule com o microfone levando-o para lá e para cá. Mantenha – o sempre próximo a boca fazendo do braço um tipo de pedestal;
Evite trocar o microfone de uma mão para outra
para evitando distrair os ouvintes;
Lembre-se que o microfone estando em sua mão, lhe dá mais liberdade para se movimentar e prender a atenção dos ouvintes; Sobre o microfone de lapela, falaremos mais no
capítulo em que trataremos sobre a oratória em entrevistas no rádio e na tv.
O data-show
O data show, também chamado de retro projetor é utilizado para ‘jogar’ na tela as mensagens contidas nos slides que você criou em seu computador. Conheço pessoas que evitam este aparelho por não entenderem
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como ele funciona. Você provavelmente não sabe como exatamente a eletricidade chega até a sua casa e nem por isso tom banho gelado ou fica no escuro. Durante discursos em eventos e congressos, sempre tem um técnico ou um operador de som que entendem como tudo funciona e estarão prontos para orientá-lo. Para relembrar:
Que precaução devemos ter quanto aos aparelhos e recursos de som e imagem?
Como usar o microfone: No pedestal? Na mão?
Para que serve o data show?
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A oratória na mídia
Falando ao público no rádio e na TV
Naturalmente, surgirão situações em que você será convidado para falar ao público e, enquanto isto alguém estará gravando. O que fazer para manter a naturalidade diante das câmeras? Bem, você se preparou certo? Fez seu esboço por escrito e mental. Estudou a matéria e sabe do que está falando? Qual é o problema? Se você vai dar uma entrevista para um programa de rádio ou TV, lembre-se de que o entrevistador nem sempre quer prejudicar você. Eu disse nem sempre! Procure saber quais serão os temas abordados na entrevista e não tenha vergonha de dizer que não sabe. Apenas uma palavra de cautela: não entre para uma entrevista ao vivo se não estiver preparado e conhecer muito bem o tema. Há entrevistadores que terão o prazer de fazer perguntas capciosas, só para constrangê-lo. Evite ser encurralado. Mantenha sua imagem e na medida do possível, responda a todas as perguntas sem hesitar. O trecho que se segue é parte de artigos publicados pelo palestrante Mario Persona e
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complementa bem o que disse até aqui. Vale a pena ler e reler. Entrevistas no rádio e impressa
As entrevistas para programas de rádio podem ter
diversos formatos:
Entrevistas em estúdios;
por telefone e;
por MP3. O importante em qualquer caso é conversar antes com o entrevistador para saber qual será o escopo da conversa, para você não ser pego desprevenido. Em hipótese alguma, no rádio, TV ou mídia impressa, faça propaganda de algum produto ou serviço, a menos
que isso seja previamente conversado e acordado com o entrevistador ou repórter. O entrevistador enxergará você como um aproveitador, se quiser martelar seus produtos. É preciso entender que a oportunidade de aparecer na mídia deve ser aproveitada como uma oportunidade institucional, não promocional. Qual a diferença? Institucional é a exibição de uma marca (no caso você) de forma ampla, sem qualquer apelo para vender um produto ou serviço. Promocional é a venda específica. Por exemplo, você falar que aprendeu a fazer pastéis com sua avó, e que isso lhe possibilitou abrir a "Pastel de Vento" que está obtendo um sucesso considerável no bairro, é uma forma de propaganda institucional. Você não ofereceu nada, apenas mencionou
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uma particularidade interessante de seu negócio (a receita da vovó) e criou certo interesse na audiência. Uma propaganda promocional seria você "aproveitar o ensejo" para anunciar uma promoção de pastéis de inhame, do tipo, "compre dez e pague cinco", mas só esta semana. Durante a entrevista, procure articular bem as palavras, evitar vícios como "né", "então”,”ou seja,", "nós isso", "nós aquilo", (por denotar falsa modéstia). Vai que o entrevistador pergunta onde você nasceu e você responde: "Nós nascemos em Minas Gerais". A audiência do programa de rádio, por não conseguir enxergar que há só um entrevistado, vai pensar tratar-se de gêmeos siameses. Quando a entrevista for por telefone, pergunte antes se vai ser ao vivo ou gravada, porque no primeiro caso você tem menos chances de errar. No segundo, se falar besteira, pode até pedir licença para começar de novo e solicitar a edição daquele trecho. Evite dar entrevistas no trânsito, falando ao celular e dirigindo, para sua entrevista não ir parar também no programa policial ou nos anúncios funerários. Se estiver em casa ou no escritório, procure um lugar tranqüilo, desligue o telefone e o celular, porque é horrível eles ficarem tocando durante a entrevista, e certifique-se de que o cachorro do vizinho (o animal, não o vizinho) não esteja latindo, seu bebê não esteja chorando e a máquina de lavar roupas não esteja ligada. O resto vai depender de seu talento.
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Modos de entrevista
Você pode ser requisitado para uma entrevista por telefone para rádio ou TV, ao vivo ou gravada, por telefone para a imprensa e por e-mail. Sempre que possível dê preferência ao e-mail para as entrevistas que serão publicadas. Você tem maior liberdade para responder em seu melhor momento e com as idéias mais claras. Além disso, a entrevista por e-mail permite que você pense melhor sobre o assunto e até pesquise algo que possa enriquecer o que diz. Ao responder, porém, faça como se estivesse conversando, e não como se estivesse escrevendo uma tese científica. É importante aprender a escrever do jeito que você fala. Sabe como é, assim, sem muito floreado. Não espere que aquelas cinqüenta páginas de resposta que deu serão publicadas na íntegra. Nem mesmo a hora e meia que falou ao telefone para o repórter gravar, porque sua entrevista pode ser (na maioria das vezes) apenas para acrescentar informações a uma matéria da qual participam outros entrevistados. Relacionamento com a imprensa
A imprensa pode ser uma aliada importante do orador, mas é bom entender que a função do jornalista é informar, não fazer propaganda sua. Portanto, nem pense em tentar usar a mídia. Quem lê isso pode achar uma
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contradição, pois há pouco eu ensinava como se valer de jornais, revistas e sites para divulgar sua marca. Bem, os resultados são proveitosos para você, mas a abordagem nunca deve ser no sentido de levar vantagem. Não entendeu? Raciocine assim: se me esforço para criar informações e conteúdo de qualidade para aparecer na mídia, isso não significa explorá-la, mas criar uma vantagem para ela. O efeito colateral disso é exposição. A imprensa busca por informação e conteúdo. Quem estiver disposto a investir seu tempo nisso é beneficiado com os resultados. Vamos supor uma situação inversa, para entender melhor. Hoje é muito fácil para uma pessoa escrever meia dúzia de livros, produzir puro lixo na forma de artigos e entupir a Internet com isso. Falo de ficar escrevendo artigos que não dizem nada, só para criar volume. Quer ver? Vou dar um exemplo usando o "Fabuloso Gerador de Lero-Lero": O que temos que ter sempre em mente é que a hegemonia do ambiente político auxilia a preparação e a composição do orçamento setorial. A certificação de metodologias que nos auxiliam a lidar com o acompanhamento das preferências de consumo aponta para a melhoria dos paradigmas corporativos. Caros amigos, a determinação clara de objetivos representa uma abertura para a melhoria da gestão inovadora da qual fazemos parte.
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O que viu aí? Absolutamente nada, só palavras bonitas. Pois é, nem tente obter uma colocação privilegiada nos meios de informação gerando lero-lero. Nenhum jornalista procuraria você para falar disso. Ele precisa de fontes que sirvam para gerar boas informações para a matéria que está escrevendo. Qualquer profissional de comunicação percebe de longe o cheiro de vigarice. Por isso preocupe-se em aparecer na mídia sim, mas com conteúdo para apresentar para o público que o estiver lendo, assistindo ou ouvindo.
Para relembrar:
Que tipo de mensagem devemos evitar ao dar uma entrevista?
Como se prevenir para não ser ‘pego ‘ de surpresa em uma entrevista?
Para manter um bom relacionamento com a imprensa, que cuidado você precisa ter?
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A Oratória na TV
Como falar com o telespectador
Tão importante quanto falar ao público ao vivo durante uma apresentação, é falar com o público através da televisão. A linguagem da TV é mais importante ainda para aquele que espera conquistar o público. Neste capítulo de nosso curso, abordaremos como falar com o público através das câmeras de TV. Todos nós reconhecemos o poder da televisão em modificar, enobrecer ou destruir a imagem de um indivíduo. Através da TV, milhares de pessoas têm acesso ao que você disser e num programa ao vivo, falar algo irrefletido ou transmitir uma informação equivocada pode ser fatal para sua imagem como comunicador, candidato ou entrevistado. Por unir som e imagem, a TV muitas vezes provoca certo desconforto para o entrevistado, pois a câmera e o microfone mostram claramente o nervosismo e a timidez. Mas a TV pode ser uma boa aliada para sua imagem se você souber usá-la. Entre os pontos altos de falar na TV, devemos dar atenção ao tempo de entrevista. A capacidade de síntese
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é fundamental. Prepare-se para a entrevista e sintetize sua informação no tempo estimado para a sua exposição. Como falar na TV?
Lembre-se que o público que verá a entrevista, na sua grande maioria são pessoas comuns. Portanto, evite uma linguagem cheia de termos técnicos e específicos. Evite jargões profissionais que provavelmente não serão entendidos pelo público. Palavras ásperas devem ser deixadas de vez.
Sabemos que a Língua Portuguesa é complexa e por isso é difícil encontrarmos alguém que a domine completamente. Se de um lado enfrentamos dificuldade para dominar o que é nosso, imagine expressões estrangeiras? Vejo com freqüência, pessoas utilizarem palavras como feedback, marketing, rapport, must, clean, expertise – de forma indiscriminada, apenas para
‘mostrar’ que utilizam um vocabulário mais ‘rebuscado’. Deixe disso. Para chegar até as pessoas, fale de um modo que elas entendam. Falando ao público
Durante a entrevista siga estes passos, mostrando conhecimento de causa e fluidez:
Use frase curtas;
Mantenha o olhar sempre na câmera, lembre que existe alguém do outro lado;
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Quando houver mais de uma câmera, olhe atentamente para cada uma delas, acreditando que em cada uma há um telespectador olhando para você;
Ao terminar de falar ou ao final de cada bloco, continue olhando por alguns segundos para a câmera;
Tenha domínio próprio e seja elegante;
Desperte a curiosidade do público;
Concentre-se nas perguntas do entrevistador;
Use analogias quando preciso;
O tom de voz deve ser natural, como o do entrevistador;
Como tudo na vida, quanto mais você participar de programas de entrevistas, mais fácil se tornará ser entrevistado e causar uma boa impressão na mente do público.
Para relembrar:
Se seu desejo é conquistar o público, como você deverá encarar entrevistas de TV?
Quais são algumas técnicas para apresentar-se na TV com eficiência e eficácia?
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O Poder da Palavra
Potencializando a fala através da voz
Dificilmente você encontrará pessoas comuns que se preocupem em cuidar da voz, ou em como conduzi-la com saúde. Existem alguns problemas e impedimentos relacionados a voz como a gagueira, o ceceio que impedem a fluidez da fala. Durante este módulo, abordaremos algumas técnicas para melhorar a qualidade da voz. Entre eles, perceberemos que muitos bloqueios, como a voz fina e rouca, têm origem no fator emocional. A poluição sonora também contribui para problemas da voz. O uso do cigarro, ‘limpar a garganta’, beber líquidos gelados, enfim, são hábitos que precisam
ser combatidos para manter a qualidade da voz.
Por que a voz é importante, sendo que representa através das palavras, 7% da nossa comunicação? A resposta a esta pergunta está relacionada com o sentimento do seu discurso. Sem usar bem a sua voz, você não expressará seus
sentimentos, não falará com convicção e muito menos,
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com fluência. Alistarei agora, algumas dicas úteis para projetar sua voz durante um discurso:
A entonação deve ser usada para reforçar conceitos importantes;
Obedeça a distância certa do microfone;
Controle a respiração;
Module sua voz, falando mais rápido e mais devagar para dar ênfase ás idéias;
Mantenha uma postura ereta para que a voz saia livremente;
Todos os bloqueios relacionados com a voz mencionados aqui podem ser melhorados e eliminados com o auxílio de um profissional fonoaudiólogo. Para relembrar:
Quais são os mais comuns bloqueios para o bom uso da voz?
Como usar a voz num discurso?
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A Qualidade da VOZ Melhorando a respiração
O ser humano não possui nenhum aparelho destinado exclusivamente a produção de som. A produção do som envolve vários órgãos que, conjuntamente fazem soar a nossa voz. São eles:
Aparelho respiratório;
A laringe;
As cavidades de ressonância;
Os articuladores; Como se produz o som?
O ar inspirado passa pelas pregas vocais em posição aberta, enchendo os pulmões. Na expiração é que ocorre a fonação. O ar é aspirado pelos pulmões e passa pelas pregas vocais em posição fechada. As cavidades de ressonância funcionam como a caixa acústica de um violão, modificando o som produzido pela laringe.
Controlar nossa respiração é essencial para uma voz firme durante o discurso. Falar com o ar que vem do
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diafragma, possibilita manter a intensidade e modulação da voz. Melhorando a respiração
Tensão e ansiedade podem alterar o ritmo e o tom de voz, por isso alistaremos agora alguns exercícios úteis para manter a respiração durante o discurso. Repita-os sempre que necessário para se sentir relaxado e pronto para alar ao público:
Inspirando e expirando pelo nariz, faça quatro respirações curtas seguidas de uma profunda. Treine este ritmo respiratório pelo menos uma vez por dia, para ter consciência de sua respiração;
Faça vinte respirações conectadas (como no exercício anterior) com a boca bem aberta, respirando sempre por ela. Este exercício libera
sentimentos reprimidos.
Realize o exercício anterior (vinte respirações conectadas com a boca aberta) desta vez respirando pelo nariz. Essa respiração libera a energia do corpo e da mente.
Evite ingerir antes do discurso, alimentos que podem deixar a voz ‘empastada’, como doces, derivados de leite e chocolate.
Fuja das pastilhas e sprays, por que estes medicamentos anestesiam a garganta disfarçando uma possível infecção.
Procure comer maçã, suco de laranja sem açúcar e alimentos que diminuem a secreção.
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Beba muita água e deixe uma garrafa à disposição, porém evite tomá-la gelada.
Para relembrar:
Como é produzido o som nos humanos?
Faça os exercícios de respiração propostos neste capítulo.
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Pronúncia Correta
Preocupe-se com a dicção
Dicção é a pronúncia do som das palavras. O objetivo principal de qualquer orador é ser entendido, por isso, devemos nos preocupar em pronunciar as palavras de forma correta e com clareza. Existem cuidados e técnicas simples para melhorar a dicção. E a primeira coisa que precisamos eliminar é a preguiça de pronunciar as palavras. Mesmo ao falar rapidamente, nossas palavras devem ser compreendidas com clareza. Podemos treinar a leitura de palavras difíceis com o uso de diversos trava – línguas com o objetivo de articular melhor as palavras. Veja alguns exemplos:
“Maria-Mole é molenga, se não é molenga, Não é Maria mole. É coisa malemolente, “nem mala, nem
mola, nem Maria, nem Mole.”
“A lontra prendeu a tromba do monstro de pedra e a prenda de prata de Pedro o pedreiro.”
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“Tinha tanta tia tantã. Tinha tanta anta antiga
Tinha tanta anta que era tia. Tinha tanta tia que era anta.”
“Disseram que na minha rua tem paralelepípedo feito
de pararalelogramos. Seis paralelogramos
Tem um paralelepípedo. Mil paralelepípedos
Tem uma paralelepipedovia. Uma paralelepipedovia
Tem mil paralelogramos. Então uma paralelepipedovia É uma paralelogramolândia?”
Estes exercícios e muitos outros que você talvez conheça, servem para melhorar a dicção e deixar os músculos da face relaxados. Durante um discurso, dificilmente usaremos trava – línguas. Estes são exercícios para se fazer constantemente, a fim de nos preparar para fazer um discurso de improviso. Exercícios:
Leia as frases abaixo em voz alta com um obstáculo na boca (lápis, caneta ou o dedo indicador) e depois, pronuncie sem o obstáculo. Procure perceber os
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movimentos do maxilar, língua e lábios para pronunciar as palavras.
(As frases a seguir foram extraídas do manual prático da técnica Vocal de
Charlotte Rahle)
1. A alma amada acalanta, abranda, acalma. 2. A fraca franga abalada arrasta a asa. 3. Bétulas balançavam a barca, baixando a banqueta,
barulhenta. 4. Bondosa beldade balzaquiana beneficiava belgas. 5. Carmen coquete concorda com coquetel com
croquetes. 6. Dagoberto doutor descreve dezenas de doutrinas e
dogmas, adotando o doutoramento dele editado. 7. Em Belém a enchente estende – se e ninguém a
retém. 8. Filomena Felícia Fausta Fonseca, formosa flor,
farmacêutica, fez formidáveis fórmulas, fabricou formosos fortificantes, fazendo felizes frenéticos fregueses.
9. Guloso guri gulosava gulodices e a gurizada guturalizava nos gurupés.
10. Tito trocou o tronco todo, tentando tudo tirar. Para relembrar:
O que é dicção e qual a sua importância na oratória?
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Linguagem & Oratória
Língua Portuguesa e Vícios de Linguagem
Não corra o risco de falar bobagem. Sempre existirá alguém na platéia observando e procurando erros de pronúncia da língua portuguesa. Dominar a nossa língua não requer necessariamente entender regras gramaticais complexas (embora isto ajude). Por meio de exemplos simples e de conceitos de fácil compreensão, venceremos o desafio da linguagem correta para falar ao público.
Atenção à concordância Verbal
“Nóis vai” ou “ agente vamo”, são expressões insuportáveis durante um discurso, ainda mais se durar por uma ou duas horas. Evite também, desestruturar a fala, mudando a ordem dos elementos que compõe a frase. Dê atenção a concordância verbal colocando sempre o sujeito à frente do verbo, mantendo assim a ordem da oração.
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Redundâncias
Outro desafio à linguagem correta num discurso é o uso de expressões redundantes. Redundância é a repetição de idéias que são muito evidentes, como:
Entrar para dentro;
Sair lá pra fora;
Descer pra baixo e subir pra cima;
Planos para o futuro;
Pequenos detalhes;
Elo de ligação;
Surpresa inesperada;
Regra geral;
Lançar novo ou criar novo;
Encarar de frente;
Exultar de alegria
Velha tradição;
Labaredas de fogo;
Monopólio exclusivo;
Acabamento final;
Degenerando para pior;
Sua própria autobioagrafia;
Superávit positivo. Todas estas expressões, muitas vezes usadas por nós, devem ser evitadas para aqueles que desejam manter a credibilidade durante o discurso. Outra armadilha para os oradores é o uso de clichês, ou lugar-comum – expressões que quando criadas demonstraram
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criatividade, mas devido a repetição, ‘perderam a graça.’ Exemplos:
A ocasião faz o ladrão;
A pressa é inimiga da perfeição;
Cada qual com seu igual;
Fechar com chave de ouro;
Ser a bola da vez;
Fazer das tripas coração;
Não é brinquedo não; Uma apresentação criativa exige frases e citações
inteligentes, que demonstrem que você tem imaginação.
Gerundismo
Já parece comum, expressões como “vou estar te
enviando”, “você vai estar comparecendo”, “eu vou estar explicando. Corrija estes vícios de linguagem e evite o gerundismo. Esse modismo se deve a traduções mal-feitas do inglês, principalmente em manuais de telemarketing. Por exemplo, a expressão I will be doing, deveria ser traduzida como “vou fazer” e não como “vou estar fazendo”.
Evite cacófatos
Cacófato é o encontro de palavras ou sílabas com som desagradável. Por exemplo, a boca dela, triunfo da, por razões, paraninfo de, por cada, ela tinha, já nela, na vez passada, ele nunca ganha, havia dado... Procure
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perceber a sonoridade das palavras antes de começar a falar. A preparação eficaz, o ajudará a evitar usar estas gafes, a fim de evitar situações constrangedoras como a do locutor de futebol, narrando o jogo entre Brasil e Coréia, que disse: “Flávio Conceição pediu a bola e Cafu deu.” Para relembrar:
O que é redundância? Por que evitá-la?
Por que não usar clichês?
Explique: O que são: a) Redundâncias? b) Gerundismo? c) Cacófatos?
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Elegância &Linguagem
Enriqueça seu vocabulário e encante
Alguns oradores demonstram medo e preocupação de falar ao público por pensarem: “E se as palavras fugirem durante o discurso?” Isso não acontecerá se você melhorar seu vocabulário. Além disso, com um vocabulário vasto, você pode evitar a repetição de expressões durante seu discurso. Não há formulas prontas para melhorar seu vocabulário, porém é possível lhe oferecer dicas úteis para seu aperfeiçoamento:
Ler muito;
Procure significados para palavras que você não conhece;
Aprenda na prática – use no dia a dia as novas palavras que você aprendeu;
É claro que ser um leitor crítico, possibilita a você o aprendizado com os erros dos outros. O mundo é muito veloz e, por isso não podemos nos dar ao luxo de aprender tudo sozinhos. Demoraria muito. Por isso
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aperfeiçoe seu aprendizado, observando erros dos outros. Infelizmente, muitos artistas e profissionais de destaque na mídia, cometem erros crassos de linguagem verbal. Se não cuidarmos disso, nos colocaremos no mesmo patamar, cometendo os mesmos erros em nossos discursos. Músicas, notícias em telejornais e também a mídia impressa, merecem nossa atenção, pois, muitas pessoas acreditam que nestes meios de comunicação em massa não existem erros de linguagem e, isto é um engano. Outra dica muito importante para nós oradores é evitar o uso de expressões que você desconhece, mas acha “interessante”, por que você pode cometer erros imperdoáveis. Se não conhece a palavra ou, se não sabe o que ela significa, retire esta palavra de seu discurso. Enriquecer o seu vocabulário permitirá a você, não usar expressões que demonstram falta de vocábulo do orador, como os famosos “tipo assim” ou “tipo”, “entendeu?” Também evite as muletas psicológicas, aquelas palavras
que os oradores inexperientes usam quando esquecem o que iriam dizer na seqüência, como o “né”, “ta” “então”, “ããããã”. O uso repetitivo de certas expressões durante o discurso desvia a atenção dos ouvintes. Eu mesmo já contei 27 “nés” durante um discurso de 15 minutos de um líder religioso. Se me perguntar do que o orador tratava, eu não sei só me lembro dele e dos 27 “nés”.
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Regionalismos
Vivemos em país maravilhoso em sua cultura e na mistura de seus povos. Isso nos mostra que vivemos em meio a uma diversidade de linguagens, provando nossa pluralidade cultural, graças aos inúmeros vocabulários regionais (baianês, cearencês, mineirês...). Cuidado ao utilizar um termo característico de sua região, por que isto pode impedir que você seja compreendido pelos ouvintes. Veja alguns exemplos de expressões regionais, que podem dificultar a compreensão:
Tenho um sesto que me atrapalha nas apresentações.
Com o aumento da carestia, resolvi corejar os preços.
Fiquei meio desovado ao embiocar na festa.
Comprei um fanabô novo, mas os amigos disseram que
ele é letreca.
Fiquei muito atoleimado quando os policiais arengaram comigo. Mas no bacorejo só encontraram uma baladeira.
Ficou difícil a compreensão? Veja o significado das palavras de acordo com os cearenses:
Sesto: cacoete
Carestia: inflação
Corejar: observar
Desovado: desambientado
Embiocar: entrar em algum lugar
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Fanabô: tênis
Letreca: cafona
Atoleimado: confuso
Arengar: implicar
Bacorejo: busca, revistar alguém
Baladeira: estilingue Fique atento para que sua linguagem seja ‘padrão’, facilitando assim sua comunicação com o público. Para relembrar:
Descreva como podemos enriquecer nosso vocabulário.
O que são muletas psicologias e por que evitá-las? Para evitar a confusão durante o discurso,
preencha a tabela abaixo com o significado das seguintes palavras: Tabela1
Palavra conhecida Significado
Descrição
Infligir
Deferir
Ratificar
Tráfego
Eminente
Vultoso
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Cumprida
Sobre
Arriar
Pleito
Descriminar
Despensa
Proscrição
Comprimento
Tabela 2
Palavra Conhecida Significado
Discrição
Infrigir
Diferir
Retificar
Tráfico
Iminente
Vultuoso
Comprida
Sob
Arrear
Preito
Discriminar
Dispensa
Prescrição
Cumprimento
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Note que entre a primeira e a segunda tabela, existem palavras muito parecidas, porém, com significados bem diferentes. Pesquise em um dicionário o significado das palavras e descubra o que elas querem dizer.
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Discurso de Improviso
Um recurso dos mestres
Falar de improviso não é algo que todos conseguem fazer. Poucos oradores arriscam subir em um palco e proferir algumas palavras de afeto e incentivo, com a certeza de que estão agradando. Quem um dia não foi convidado para falar algumas ‘palavrinhas’ durante uma cerimônia de formatura, ou até mesmo em família?
Durante toda esta leitura, você percebeu a importância
da preparação, da leitura, do aprendizado contínuo, da atualização constante. Convido você amigo leitor, para que juntos possamos calibrar e modelar os bons oradores. Estes termos ‘calibrar’ e ‘modelar’ vem da PNL (Programação Neurolingüística). Calibrar consiste na observação e análise do comportamento do outro, para definir seus hábitos e causas do seu sucesso. Modelar é
adaptar-se ao ‘modelo’ do outro, seguindo seus hábitos e comportamentos, para alcançar o mesmo resultado. Muito mais do que uma simples ‘cópia’ ou imitação, este entendimento (calibrar e modelar), lhe dá condições de aprender mais rápido, ganhar flexibilidade e conseguir resultados melhores. Quem copia o outro não aprende,
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pois a cópia é superficial. Quem entende o modelo do outro, descobre novas formas de viver a vida. Mas o que isto tem a ver com discurso de improviso? Pense por alguns instantes, em um orador ou palestrante famoso, que você admira. Pensou? Agora, tente ‘calibrar’ ou identificar o que faz dele uma pessoa bem–sucedida. Procure estudar o que faz desta pessoa uma referência. Por que ele consegue encantar as pessoas? Por que quando ele fala, outros prestam atenção? Se continuarmos, perguntas não faltarão. E é exatamente isso que nós devemos fazer para aprender com os erros e acertos dos outros. Desenvolver a habilidade de questionar as causas, para entender os efeitos. Desta forma, quando assistirmos um discurso, aprenderemos muito mais, pois estaremos atentos ao ‘por que’ das coisas. O maior impedimento para falar de improviso é não conhecer o tema, não conhecer o público, não estar preparado, ter orgulho ou medo de errar. Durante muito tempo, tenho feito perguntas perspicazes para mim mesmo, sobre oradores eloqüentes, com o objetivo de aprender com eles e algumas das respostas você lê na seqüência. Os bons oradores, que falam de improviso, em resumo:
Lêem muito;
Pesquisam muito;
São autodidatas;
Estão atualizados;
Reconhecem suas limitações;
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São otimistas;
São imparciais.
É claro que ao ler estas qualidades, você se lembre de muitas pessoas, que talvez, nunca falaram de improviso. Mas, existem pontos em comum em todos os que têm estes hábitos:
Possuem um vasto vocabulário;
São inteligentes;
Aprendem rápido;
São bem informados;
Assumem quando não sabem de algo;
Enxergam oportunidades;
Não são preconceituosos – o que facilita falar para diversos públicos.
Certa vez, em uma das aulas do curso para apresentador de TV, um dos professores enfatizou a questão da improvisação ao dizer que se você não estiver preparado,
dificilmente conseguirá improvisar e, se insistir, mostrará falta de responsabilidade com sua imagem e com seu público. Bons oradores conseguem falar de improviso, por que no dia a dia, estão preparados. Possuem recursos psicológicos e técnicas (que você teve a oportunidade de ler neste livro) para, no momento certo, lançar mão e encantar o público.
Improviso é imprevisto. Portanto, esteja sempre preparado! Aqui vão algumas dicas bem práticas:
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Prepare-se, mesmo que seu nome não esteja na programação;
Prepare uma frase pertinente ao evento;
Seja objetivo e claro;
Dê atenção a tudo o que está acontecendo.
Seja criativo e fale pouco. Para relembrar:
Que dois ensinamentos da PNL podem ser úteis para nosso estudo sobre oradores?
Cite algumas das qualidades daqueles que falam bem de improviso?
O que você pode fazer para falar de improviso?
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Nervosismo
Lidando com o medo e a timidez
Agora chegou o momento de vencer o medo e enfrentar o público. Certo? Errado. Medo não se vence você aprende a lidar com ele. Mesmo que você esteja preparado - com seu esboço escrito e mental, com tudo correndo como o planejado – ainda assim você sentirá medo, o que é natural. O medo serve para proteção e nós devemos respeitá-lo. Porém, é importante também aprender a lidar com ele, para que falar ao público, não seja um sacrifício e sim um prazer. Por que o medo?
Em primeiro lugar, lembre-se que as pessoas não têm medo de falar ao público. Fazemos isso o tempo todo. As pessoas têm medo de se expor em público. É o medo da avaliação, da rejeição, da observação. Por isso é tão difícil. Encarar os ouvintes e perceber que, naquele momento, os olhares de centenas ou milhares de pessoas estão concentrados em você, realmente pode ser assustador. Administrar estes medos é de extrema importância, pois o medo pode ser um aliado e não um
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inimigo. Se você sente medo, você se preparará, estudará para dominar o tema, treinará muito.Tudo isso vem do medo de errar, por exemplo. Identifique a causa de seus medos e procure maneiras de saná-las ou administrá-las. Técnicas de relaxamento e de respiração são muito úteis antes de subir ao palco. Contudo lembre-se: sentir medo é algo natural. Assim como você, os ouvintes também sentem medo, mas, naquele momento, você está mais bem preparado do que eles, portanto, você tem o controle. Confie em si mesmo para apresentar-se com excelência. Timidez
A timidez, de acordo com o dicionário Aurélio, da língua Portuguesa, tem sua definição da seguinte forma: “Timidez é dificuldade de se relacionar com alguém, retraído, acanhado.” Pode ser que a pessoa tímida seja acanhada pelo fato de não ter um conceito positivo sobre si mesmo, talvez acreditando, que não está pronta, que não é capaz de se expor e convencer. Neste caso, é preciso melhorar sua auto-estima. O trecho que se segue, foi extraído e adaptado do meu livro “Motivação – Você dirige a sua Vida!”, onde dedico um capítulo inteiro para tratar da auto-estima. Boa leitura! “Auto - estima é o modo como nos sentimos. Provavelmente você já ouviu o termo auto-imagem que se refere a como nos vemos. O nosso desempenho tanto pessoal, quanto profissional nunca será maior do que a nossa auto-imagem e a nossa auto-estima. O modo como nos sentimos é a chave para termos
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relacionamentos cada vez mais saudáveis, duradouros e satisfatórios. A maioria dos casos de pessoas com baixa auto-estima se dá pelo fato de uma forma geral, se sentirem ‘pra baixo’ e terem um elevado conceito sobre si mesmo, chegando ao ponto de não se permitir errar e como somos humanos imperfeitos, ao errar, a pessoa com baixa auto-estima começa a se culpar remoendo o passado. Vale lembrar que o sentimento de culpa é um sentimento do passado. Não nos culpamos por algo que não fizemos. Culpa é a sensação de que o padrão de certo ou errado foi quebrado. A pessoa que se culpa, tem a sensação de que errou. Talvez, você não perceba, mas todo comportamento humano mesmo que tenha sido prejudicial no seu final, teve uma intenção positiva no começo. Ninguém em sã consciência começa a fazer alguma coisa e diz: ‘‘Vou fazer isso aqui porque eu quero que dê errado! ’‘ Todo mundo quer acertar, mas muitos não conseguem e se sentem culpados. Mesmo que você cometa um deslize, lembre-se que no começo sua intenção era positiva. Para se livrar do sentimento de culpa, você precisa avaliar o qual é o padrão que você está seguindo. Antes de se culpar, pergunte a si mesmo: ‘‘Quem definiu o padrão de moral pelo qual me estou orientando neste momento?’’ Ora, se o padrão de moral pelo qual você se orienta não se aplica no seu caso, cabe a você modificar seus pensamentos para não se culpar por algo que na verdade, não faz diferença nenhuma para você. Sentir-se culpado, é prejudicial e por isso temos a sensação de que estamos estagnados na vida. Outro fator que nos causa estagnação é a preocupação. Cerca de 99% daquilo com que a gente se preocupa não acontece. Sofremos por antecipação. Isso consome nossa energia mental que poderia ser gasta na criação de novas formas de ganhar
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dinheiro, novas maneiras de conseguir o emprego desejado, outras possibilidades de conseguir aquele encontro com os amigos, curtindo a família ou até mesmo cuidando da saúde. Aliás, a nossa auto-estima se manifesta em cinco áreas da vida: saúde, família, amigos, dinheiro e trabalho. Cuidando destas áreas, você estará cuidando da sua auto-estima.
Agora chegamos a um ponto interessante de nosso desenvolvimento como oradores. Autoestima traz autoconfiança. Para nós oradores, acreditar em nós mesmos é fundamental para não ir a público duvidando do que sai da nossa boca... Em todos os campos da vida, a nossa auto – estima determinará o nosso desempenho!
Entre num discurso confiante de que você é capaz de transmitir conhecimentos, por que você realmente é! Todos os recursos que precisamos já estão dentro de nós. Pense nisso!
Para relembrar:
O que muitas pessoas pensam sobre o medo, mas, na verdade, que tipo de medo assola os oradores?
O que é timidez?
Como a auto-estima nos ajudará a falar em público?
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Relaxamento
Prepare-se para entrar em cena
Mente e corpo são parte do mesmo sistema. Aprender a relaxar e deixar a mente fluida como água é fundamental para se lembrar do conteúdo preparado, dos gestos adequados, das metáforas escolhidas, das palavras certas. Agora você já tem consciência do que quer transmitir ao público e como fazer isto. A preparação lhe deu a segurança necessária, você aprendeu a administrar seu medo enfim, não há o que temer. Este é o ponto de partida. Você ainda pode tomar mais uma ação para o seu sucesso durante a apresentação. É o relaxamento
cerebral, a integração dos hemisférios direito e esquerdo do cérebro. Nosso cérebro é formado de razão e emoção. Cada lado do cérebro é responsável por determinadas ações que nos identifica como sendo mais ação ou mais emoção. O lado esquerdo nos coloca em contato com o pensamento lógico, numérico e racional. O lado direito é a porta do inconsciente, onde está concentrada nossa verdadeira força e talento. A ele se atribui o uso das cores, da criatividade, as emoções, a intuição. Os oradores que conseguirem, durante um discurso, unir a
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razão (lado esquerdo do cérebro) com a emoção verdadeira (vinda do lado direito) sem dúvida terá mais chances de chegar ao coração dos ouvintes, ao passo que chega apenas à mente dos ouvintes, os oradores extremamente lógicos. Há quem diga que isto é questão de estilo, porém, se o objetivo básico de todo orador é ser entendido, unir coração e emoção, não apenas fará o ouvinte entendê-lo, mas também, seguir suas orientações. Assim como o pássaro precisa das duas asas para voar, precisamos usar os dois lados do cérebro para melhorar nosso desempenho como orador. Aprender a utilizar os dois lados do cérebro para preparar e realizar um discurso o tornará um orador melhor, lhe dando condições de aprender com os ouvintes, lembrando sempre que eles têm sentimentos que podem estar ligados com o tema que você abordará. Para relembrar:
Por que é importante relaxar a mente antes de
fazer um discurso?
Qual é diferença entre falar de modo lógico e falar
ao coração?
Por que integrar os dois lados do cérebro?
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Teste
Você se comunica com clareza?
Conhecer os pontos fortes de sua comunicação é o primeiro passo para aumentar seu poder de se comunicar com o público. Concentre sua atenção nos seus pontos fortes, que o resto se fortalece. Pense sempre naquilo que você quer aumentar e não naquilo que deseja evitar. Fuja do conceito popular de “correr atrás do prejuízo” buscando sempre correr atrás do lucro! Faça este teste e perceba como pode melhorar sua comunicação, a partir deste resultado, que não é definitivo, pois, a todo tempo você está criando sua existência. Como disse Francis Bacon, “o homem que lê é cheio. O homem que escreve é exato. O homem que fala é pronto!”
Você sabe se comunicar com clareza?
1. Que quantidade de informação você acha que
consegue assimilar quando escuta alguém?
a) O dobro das que estão sendo transmitidas
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b) Somente as que estão sendo transmitidas c) Dez vezes mais do que é transmitido
2. Quando alguém fala com você, qual é a sua atitude?
a) Você escuta e, só. b) Você se esforça para demonstrar atenção? c) Você interrompe freqüentemente seu
interlocutor?
3. Se você desconfia que esteja conversando com alguém que tenta esconder algo que você precisa saber, como entra no assunto?
a) Pergunta se não há mais nada a ser dito b) Sugere que vocês estão esquecendo-se de
alguma coisa c) Pede diretamente a informação
4. O que você entende por “pergunta fechada”?
a) Aquela cuja resposta é “sim” ou “não”. b) É uma pergunta que não tem resposta. c) É uma pergunta indiscreta
5. Se durante uma conversa, seu interlocutor usa
uma palavra que você desconhece você:
a) Pede explicações, sem constrangimento
b) Força o significado da palavra no contexto, para tentar entendê-la
c) Simplesmente continua a conversa
6. Ao encontrar uma pessoa pela primeira vez, como você se comporta?
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a) Deixa que o outro fale b) Procura dividir a conversa c) Você fala o tempo todo
7. Se você precisar escrever uma carta com um
assunto delicado, como você a redigiria?
a) Com precisão, usando um tom coloquial b) Com termos formais, mas, aplicáveis ao
assunto c) Refere-se apenas ao essencial, com poucas
palavras
8. A comunicação ocorre através da linguagem verbal e corporal. Em sua opinião, em que parcelas cada uma destas formas assumem durante a conversa:
a) Um terço de linguagem verbal e dois terços de linguagem corporal
b) Meio a meio c) Um terço de linguagem corporal e dois
terços de linguagem verbal
9. Seu interlocutor fala, fala, fala e não conclui o assunto. Como você reage:
a) Chama delicadamente sua atenção para o fato
b) Escuta passivamente c) Interrompe a conversa
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10. De repente, você tem uma frase brilhante na ponta da língua, mas se disser interromperá a conversa. O que você faz?
a) Fica de boca fechada b) Arma uma expressão facial divertida, para
chamar a atenção do seu interlocutor c) Interrompe a conversa para não perder a
oportunidade
11. Seu interlocutor não entendeu a idéia que você acabou de expor. Como você reage:
a) Preocupa-se em reformular a idéia de outra maneira para que ele entenda
b) Repete o conceito exatamente como da primeira vez
c) Fica zangado 12. Durante a conversa, você revela mais do que
gostaria e fica preocupado. Você então:
a) Vai com calma e dá apenas as informações necessárias ao caso
b) Procura falar menos c) Escapa usando uma linguagem esquisita e
obscura
13. Em certo momento, seu interlocutor reage exatamente como você. Como você encara isto?
a) Procura entender como sendo normal para a pessoa
b) Dá a ela o mesmo significado que teria se fosse com você
c) Simplesmente ignora o fato
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14. Você não entende bem a pergunta que lhe foi
feita. Ao responder, você:
a) Diz claramente que não entendeu e pede explicações
b) Não responde c) Dá uma resposta generalizada
15. Você percebe que seu interlocutor está relutante
quanto a sua sugestão. O que você faz?
a) Pergunta qual é a dúvida sobre a questão apresentada
b) Espera por outra ocasião mais adequada para tentar novamente
c) Insiste com seus argumentos
16. Alguém lhe faz uma pergunta capciosa. Qual é a sua reação?
a) Diz que prefere não responde b) Inventa uma mentira c) Fica zangado.
Avaliação: As respostas “A” valem 3 pontos. Para cada resposta “B”marque, 2 pontos para “A” e 1 ponto para “C”. Após a soma, veja como está sua comunicação diária:
De 48 a 40 pontos:
Você sabe realmente se fazer entender. E, além disso,
Symon Hill
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demonstra as qualidades de um bom ouvinte. Durante a conversa você é a pessoa que fica a vontade, porém atenta, sem demonstrar sinais de tensão ou nervosismo. Outro ponto positivo em você é que não se preocupa em dar uma resposta brilhante para cada pergunta. Parabéns!
De 39 a 26 pontos:
A maioria das pessoas recebe esta avaliação. Considere
que talvez você demais e goste muito de ouvir a própria voz. Você se comunica bem, mas, poderia melhorar seu desempenho se der mais espaço para seu interlocutor ouvindo mais e falando menos.
De 25 a 16 pontos:
Infelizmente, você apresenta sérios problemas para se comunicar. Será necessário um esforço extra para modificar sua situação e superar as dificuldades de se expressar melhor.
Este teste foi adaptado da revista “Como Falar em Público – A arte de Falar Bem” – Editora Provezano, Ed. Nº1, São Paulo, 1985
Espero sinceramente que você tenha alcançado uma boa avaliação do seu poder de comunicação com o público. Caso não tenha conseguido, continue se esforçando para melhorar seu desempenho durante uma conversa informal ou um discurso público. Lembre-se que quanto melhor você se comunicar no dia a dia, mais naturalidade você demonstrará quando estiver fazendo um discurso, sendo você mesmo. Responda a estas
perguntas, para registrar o que mais lhe marcou neste livro:
Oratória – o Poder da Comunicação com o Público
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Três coisas que aprendi neste livro:
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Como este aprendizado será colocado em
prática?
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Com quem vou compartilhar essas idéias?
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Que resultados espero obter?
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Bibliografia Abaixo você encontra as referências bibliográficas desta obra, que ajudaram muito no estudo e deram orientação para o desenvolvimento do tema pelo autor: Polito, Reinaldo. Superdicas para falar bem: em conversas e apresentações. São Paulo. Editora Saraiva 2005. Freitas, Vanessa. Como falar em Público. São Paulo. Universo dos Livros, 2005. Lana, Getúlio Rodrigues. Arte de falar em público.. Minas Gerais, Senac. 2005 Motivação: Você Dirige a sua Vida. Minas Gerais. Editora Ixtlan. 2009 Ribeiro, Lair. Comunicação Global: a Mágica da Influencia. Rio de janeiro. Editora Objetiva. 1993
Oratória – o Poder da Comunicação com o Público
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Cursos ministrados pelo autor:
Seminário Prático em Vendas
16h – Regime de semi-imersão.
Entre outros pontos os participantes aprendem
como vender mais e melhor com o poder da comunicação, alavancando sua carreira, mantendo o foco, conquistando e mantendo clientes.
Seminário Motivacional 3 em 1
7h/aula
Curso vivencial com técnicas de PNL para o desenvolvimento cerebral em três níveis da motivação humana:
(1) Comunicação; (2) Auto-estima e; (3) Automotivação.
Curso de Neurolingüística para Professores
16h – Regime de semi-imersão
Treinamento prático em PNL com ênfase na aprendizagem. Os participantes aprendem como melhorar uma aula, criar estratégias de ensino, como o cérebro aprende, níveis neurológicos da aprendizagem e como ativar as múltiplas inteligências.
Symon Hill
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Palestras com o Autor:
Motivação: Você Dirige a sua Vida
Vendas para quem detesta vender!
Liderança produtiva – Como se tornar um líder de sucesso
Vender é a alma do negócio!
Comunicação Visual: Poderosa ferramenta do varejo.
Comunicação Total: A arte de influenciar pessoas
Atendimento surpresa! Como surpreender o cliente!
Qualidade: um dever de todos!
O Poder da Auto Estima
Empreender para crescer: O poder das novas idéias!
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