orestéia, de Ésquilo

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A trilogia da "Orestéia", de Ésquilo, é talvez a maior saga política dentre as tragédias do teatro grego antigo. Compõe-se das peças Agamêmnon, As Coéforas e As Eumênides. Otto Maria Carpeaux diz: "É a maior tragédia política de todos os tempos".

TRANSCRIPT

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    c. V\C '"C-OAGAMEMNON(Prmio Artur de Azevedo - 1965

    da Academia Brasileira de Letras)2~ edio revista

    ~ c. u.r do .... )~COEFORAS

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    Traduo do grego, introduo e notas:MRIO DA GAMA KURY

    Jorge Zahar EditorRio de Janeiro

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  • (&10

    CIP-erH\ 1. CH~lo9Iio-nl-fon teSindicato Nacional oos Editores de Li vros. Rol .

    ( Squ l loorist1i : A9acmon . Coforas. Euroenides I

    tracuo do 9"'90 . introduo e naUs. Mr10

  • jI.

    INTROD UO

    o AUTOR E A OBRA

    uilo o mais anti o dos trs grandes drama tur gos re os c criadorda tra dia em sua onna e rnJllva, nasceu em eusis7 nas proximidadesde Atenas, em 5 ou 524 a.C.; combateu nas batal has de Mara tona c

    'S a lam ina cODtr~invasotes persas de sua ptria, e morreu no a no ~m.ak! . .

    ~Alm da.Qrstia, trilogia constituda pelo mmllo fl, pda~-~ ("Portadoras de Oferendas") e ~las EllInnides (" eus as Benvo-las"), '!!presen~ pela primeira vez no ano de~., em At e nas,squilo escreveu outras~.7 peas, das quais nos restam co mp le tas as.~cant~encenadas em tta incerta (provavelmen te entre 499 e 4 72 ) ;~s Peesas, representados em 477 a C.: os Sete Che es co ntra Tevas c~C.); e ogmmeteu Aco-;;;mrado (da ta Ince rta, prova.... e !Ih': e p r x i-ma data da Orstia). Das 83 pe as perdidas conservam -se apenas osnomes e fragm entos de.73.

    Das trs peas que constituem a Or stia, aqui apr esentadas em tradu -o, indiscutivelmente Agamm llOll a mclllpr. bem rcprcscnuu ivo doen tus iasmo qu e esta pea se m pre despertou o conheci do j ulga me n to d eGocthe, ara ue a r "in fl O" a obra - )rllll:l d~! ' ) iras -pr imas " (cr. r taa um d t de 1Q d e se te m bro de 18 16; volu me XXVI d:i-!)nph it!lw/lS -gabe , pgina 156).

    A admirao pela Orstia no meno r em nossos dias . Por exemp lo ,a prestigiosa R~pliGa o ingl es a Tlie Economist , no mimem datado de 23,de de zeribr de 1989 (pgina 14 ), ao fazer uma resenha dos fat os maisnotvei s d a hi stria mundial desde a Antiguidade at nossos dias, comeapelo chamado "S cul o de P ricl es " (sculo V a.C.), men cionando comoevento marcante na evoluo da hum anidade a prime ira representa o emAt en as (e m 458 a.C.) da Ors tia de Esqui lo .

    O Aga mmnon , primeira pe a da trilogia, baseia -se lllllll episd io dallenda em tomo dos......Atri (b;:,=, famli a 3 que perten ci a ;) coman d.uuc dos I

    greg~, n~.' ~,uerra .~e ,Tria. Segundo essa lenda, cuja, Iinllas gera is .; j7

  • ,19Introduo

    e Aga~i.rmo...dcle~m de vingar-se d0J11trajc-inflJ.gido a~diSfi1h~cu-e-rci.u1o Pelo oneso e ao prprio Zct~. prolcl~.da~~ lli.ante do palcio real). em Ar~o~, aparecern~l repcntll:a-mente duas guias devorando uma lebre....o adlY!Dbo Calcas lOterpretou o~to como se as aves de rapina fossem o~ dois~s~leh~ha_-',q l W SI' debaa nas garras Jas agulh tosseTri~~ras ArtcIllls, arl11.ga,dosanimais, ficou ressentida, e quando tod a expedio estava reunida emulis, ansiosa por partir rumo a Tria em suas milhares de naus, a deusacaadora fez soprarem ventos adversos que impediram por longo t.empoa partida dos gregos. Ento o adivinho, em palavras obscuras, dlsse.aAgarnmnon que se quisesse apaziguar a deusa e livrar a frota ~a ca l~a~lateria de sacrificar com as prprias mos sua tilh~gni.a~_Asslm fOI feitoe os gregos iniciaram a expedio em suas naus. Aps uma guerra de ?ezanos Tria foi finalmente capturada. Em sua solido e porque Agamem-non ilavia sacrificado Ifignia, sua filha, C!i~es~a deixo~-se levar

    '-pelas Ilsonjas de outro homem -=-J?~..:.a.J1lbll.dQ.mElo Tle~~~-..9.u~havia c029~~do-a-mulJ!erd~_~~, seu irmo. C~~cmnestra,q:J~~.~~.!TI~-va com Egi~_a_mo.r.~e do esposo ausenle, ordenou que se orgam~_ssc um J ~Sstcrn-fc 'vigi!hPE!t~9-2Jio-JC;palciQ:emfgs:;pf~~r.~.~la " c.J. sucesso de fogueiras a serem acesas em um longo percurso desde Tr ia,

    era souDCSse antcclpacbmenle da queda da cidade de Pramo e, porconseguinte, da iminncia do retorno de Agammnon. Durante mui totempo os vigias ficaram atentos, at que finalmente, em certa noite dodcimo ano a s a partida do chefe grego, a chama si~ ~pa r~ceu no ~horizonte e roi vista Rela sentinc a postada no terrao ao palcio de Argos.

    ~&5SC..-POIl!Q COI;c; o g(1l11~. Para celebrar o.-aronte.i.InJ~I!to,a rainha manda queimar int?cns(~ .sl,l;.'ia.r.-ofcn:ll~.I.:~()S :dt:I~J.19S,lkust:~.

    {)s ancios ~nponentesdCors.-que haviam permCCido em Ar~~~J~~causa da idad~_ayan)ada, nao crem de imediato na notcia, r~cebLI~.dcforma to inslita e rpida, sua dvwa s e ~sTciG-~pario doarauto, que apregoa a volta de Agurnmnon vitorioso, recm-chegado aArgos na nica nau que escapara de uma tempestade no meio do caminho.Recebido cOIILaJ~g~ia simulada pela rainha, Agammnon pede acolhida~onhal para Cassandra, !ilha dc-p[E~clhCOT>Cracomo presa de

    ~:l)li1le(Eilnsi;lci1TdcciCtmnestr.l, o rei c?nscntstJricll.nnhar.sobre tapearias suntuosas at o pa.l~do. CassandraJ.]Iue [ora dotada p?rApoOdolJo~pi:Qreia. procura convencer os an.cios do p~r.Lg~.~~=q~c~unha Agamc~lOn e, consciente da morte que tambm a e.s"p~.,,:a, . ..entra lip31a-c1U:-Ouvem-seos grilOS de Agammnon ferido mortalmente;

    _- os c~Ever~s ucle e de Cassandra so vistos em scguldnoveS1~-I_~.9-E.;!.liC.t~..: ~lnt:slr:1 exulta com seu feito e t;li~JiS .aud5..os ..,A p~~~ceEgisto e declnrqif~7\~Cmnorrmo~ar os crimes de AlrCl!,~;r~!~-::.?S 1liYl:i~s-;l13iffirliiCd entrar em com5ieCilS-s~I~j'; '~s

    (

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    1 - -:. ,-:-" - .-- -

    con veni ente conhecer parG entender com maior facilidade as freqentesrefer nc ias ao sa do prximo e remoto dos personagens da pea,-!1=-

    "~o hcr ep~imo o Pe~oponeso, tilh-2.je Tnt~ls&~iera d~ Ld~a, ?3As ia Menor, a~na Gr cia, como pretendente a rnao de Hlpodamla,lUb..:~Le E~l ()rn:il~ rei ( 1c-5~1. Li ele conseguiu fral1dulcnUlI~lte atingira seu o bje tivo , com :.i coope ra o d_c ~rUlo, servo de Enomau. Malgradoesse se rvi o , P_0iops C I USOU trai ociramcllle a morte de -Mru lo que, ao

    -O cx pirar . lanou cOT tr.r-o- Jssassi rio uma te~'rvel maldiaf,CUs efeitosdeve ri: toda_a raa de Plo s, depois deste se tornar osenh or da pc ninsu la qu~ deveria pc'rptu:.ir o se nome - Q,Peloponeso.

    DCidL' ;) primeira ~era Lio se manifestou a potncia funeStll da maldi-:l \). ,E ntre Atrcu e Tieste s, filhos de Pl(,ps, travou-se uma dis uta lo

    w.)llO~~~CS seduziu a m!!1Jler ci!- Atreu. e ajudado pelaesp osa In!!e..),! (.-\c r

  • 10 Orestia Introduo 11

    da escolta de Egisto, so contidos por Clit ernncstra, mas antesad~~ usurpador de que Orestes, filho de Agammnon, ento no exlio,

    ~ressari2 para~~gar a morte do paI. .:'. ,.s unda pea da trilogia intituLa~.e..cQi~

    (

    -,ectra, fi a e gamemnon e de Clitcmnestra, moraY!'Lno.p.-.lcio.I2!mas era tratada como cscfva:-c~ntcs ~",as,~_~j!l_~~ do pai , mandou

    .sfie~,~~~.9':~'S- t e~l .~,~E~_?, _~~~C se.~:~?.:'!:~~.Q.?.~ .~~i.,.~~_-'~~~~~'~~ ~~? is, airn ue ser cria o a. ' ". -,.f

    -~nstii-:1 s-tr(~ a alma de Agammnon, cheia de rancor, mandou umsonho P:ltt:if1i1:ir ClitCri'mcstra-.-prcccil ' j -r;iin'ha cm- 'suavls'o n~'t~rna

    I que ela dera-~Eirl~1~ ~~!-~ 1~e- csi1"m a'm~I) ~~ Y,a;~~, .!l, :. ~c io dela comoI se'fos sc-rn 'rccm -nascid o; ao leite materno juntava -se sangue em abun -

    _d :l ~ c:~~ -..!i !~]11-n"Ea(jes-pei1 ';;nst'()'rn--d il: osgrrt~~]~0.ti:~~!1~-~2' porela, um adivinh o of5I :icio 'in terpretou -o "sriho como um sinal de

    .;res'sC jJ I i!!l j,rQ!' "-divid:fes 'li)temais.'Par:l' ~~ ria'c':i : l3's-;- r:-i i~hJiji!i1(lolJElectra~tamente com a gumas servas, cvar Da~l!..mba_d~gli=~!TImnon, numa tenlhva de apazi~.~~~.!..1"!!-~o marigSLl!-P1,~.ndo .dos

    ..mortos ~smQ dia em que Clitemnestr~ mandou Electra levar aslibacs, Orestes, j adulto, acompanhado por Pladcs, seu companheiro

    jnsepar:vel, chegou a Argos ansiosopor v'fngr a morte do pai. ~;i1..s~.u, primeiro cuidado foi depositar mec1S"dc SCus-~'l~10~'-cm-ters,n93

    ftne6re, sobre o tmur~gmcmnn~uando Elet"ra:a~~c.qn,t;aque-La oferenda, pcnso'iJqar;;esma s~.9~d~ie( sic19j!izTda pelo irmo.

    Depois de ser reconhecido pela irm,~ disSeq'e- -ApiO'oincumbira de ving ar~ ~ss~ ssnio de seu,gaj, sob pena de ser perseguidoimplacavelm ente pelas Fun aS vingad orasfScrn ser acolhido por qualquercriatura humana e sem poder aproximar-se dos altares dos deuses, elepcrr ceria depois de sofrer castigos indescritveis.

    Junlo ao t..!!.!j.QJlQ_pai,....Ores t.~u~ . Elec tra, ajudados pelas cativasCf}1 P0!1.~E.t~~J!~~~~0,l!np~2~~~3~p rC?_~cS 5'? e aajuda daalma dc'A:'g'mn-non _~! sun_ ~_3~.?i: -~liu:.,:.!9Q~_ s.m_.Yij ~_f.1_t .e ~ ._Y. ! D ~i.q~_ 0 a. _F..9.~ i s , OrstsPilados so acolhidos amistosamente por Clit emncstra. del)Ois'-del he d i ze rc~-1 _q~.~1Jl!1q-,~ :~'li~:~~)~ri do ..~? ex lio. A rainha m a.nd3 '~_~V.Sn.l _ama de Orestes buscar Egisto, que estava ausente 'o pal cio juntamente

    cg~l~SCtl c9.rj)C2.- ~{~-it~~.Lds,. _As 'ct i ~~- 'do cor,:.~~rl~c~licem 3' a.m~ _ .amodific:lr'-a mensagem de Clitcrnnestra, de modo a que Egisto volta sse"Sz i nho~diXlli1sCs guarililsl'r1g pn l:cic . Logo ap s a chegada deEgis to, ele e Cliternnestra so morto s por Orestes, indiferent e s splicasmaternas. Mostrando o manto ensangentado em que seu pai fora imobi -lizado antes de. se r morto, Orestes ressalt a a justia de seu ato de vingana.

    "Em seguida sua mente comea a pertur bar-se . As Frias vin gadoras desua me, invisv eis s outras pessoas presentes, aparecem diante dos olhosdesvairados de Orestes, que se afasta precipitadamente. .," .....:..

    A terceira pea da trilogia as Eumnides.. .A tem lo do deus em Delas cn t a Ores tes

    como suplicante junto ao altar. Em rente a ele estavam as Frias que,cansadas de perseguir o fugitivo, haviam adorm ecido nos bancos dotemplo. Prometendo-lhe ajuda, Apolo manda Orestes.fuyjr. para Atenas,onde deveria submeter sua causa a jul gamento e seria libertado de seus

    .sofrimentos. O fantasma de Clitemnest.ra aparece e cenSura as~~:. -sua negligncia, conduta essa que a expC ao desprezo dos outros.m?rtos

    .n.o.Jnf.c+n{). Despertadas pelos apod os de Clitcrn ncs tra , elas rccrtnunamApolo por haver acolhido em seu templo um homem maldito que elasperseguem impelidas por seu direito de vingar os crimes cometidos entreconsangneos.

    A cena desl oca -se para Atenas, at onde as Frias tinham perseguidoOrestes. Abraando-se imagem de Arena, Orestes implora a proteo dadeusa, alegando que suas mos j haviam sido purifi cada s graas aos ritossagrados, e que sua presena j no trazia mal efcios a qualquer pessoa .As Frias cantam um hino para domin ar o esprito de Orestes com seusencantamentos capazes de o levarem loucura. _da vtima, Atena aparece e convence as Frias a cOQ..~@':I [~~__C.QllLO~da causa, nao pela deusa sozinha, mas com ~ c~l ~bora~ .d.e 'S1SClrrs-mms-disti 1JttlS"cldaJaos ile Atenas, uc ~~13H llU 1D~.!!.ll~~

    melado o Julgamento, Apo o aparece como defensor de seu suplican-te e como representante do prprio Zeus, a cujos mandament os inapel-vcis obedeciam os orculos do deus -profeta. Apolo declara que Orestesmatou sua me obedecendo a uma injuno divin a. O acusado confessa ocrime mas enfatiz em SU3 defesa que,. 3 0 mat ar o marido e rei, Clit ern-nestra assassinou o pai de Orestes, e que suas perseguidoras deveriam dasmesmas ter-se vingado de la.

    Arena proclama que o tribunal - o primeiro a julgar um crime dehomicdio - fica institudo por ela para sem pre. Os juzes (jurados)depositam seus votos numa urna, e a deusa , declarando que seu deverpronunciar o veredicto tina! na causa, esc larece que seu voto deve sercontado a favor de Orestes, quc se ria absolvido ainda que os VO lOS sedividi ssem igualmente. Proclamado vencedor em face de um cmp.ue entreos juzes e do voto de desempate de A tc na, Orestes sai de cena. Suasanta gon rsl i\s '\irt'c:1alI1 nmnldiour Atenas e trazer a runa para a regiocujos juzes absolveram o acusado. Mediante promessa de honrariasetern as s Frias, Aren a consegue apazigu -las, e elas deixam desde entode ser as deusas do dio para passa rem a ser as deusas benvolas (Eum -nides). Em SUJ nova cond io, as deusas saem numa procisso solene parao santu.irio que Arena lhes proporc ionou numa gruta no sop J:J colina deAres (o Arepago, que deu o nome ao tribunal).

    E ass im termina a trilogia .

  • 12

    --------------

    Orestia Introduo 13

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    !-11

    As desventuras dos Atr idas foram um dos temas prediletos dostrgi cos gr eg os, tendo inspirado numerosas peas alm das de squilo,passando por Sfocles (cuja Electra se baseia, com ligeiras variaes, noepisdio trata do nas Coeforas, e pode ser considerada um complementoid ea l par a o Agumcmnon}, por Eurpides (lfignia "em ulis, Ifignia emTuris, Orestes, Ele ctra) . Fora da Grcia, tambm Sneca usou comotema de tr a g ~d i ~ l ~ a lguns ep isd ios do ciclo argivo (Aganl'erfz'non, Tiestes).E pelos tem pos afora encontramos ressonncias das trgicas histriasrelacion ad as co m os mesmos heris e heronas: diretas nos dramaturgosfran ce se s , em Alfic ri, em G oethe; indiretas entre os autores contempor-neos com o Eugcn c O'Ne il , Sartre , Anouilh.

    SQUILO POETA

    Uma frase atribu da a S focles, suce ssor e rival de squilo no teatrogrego, caract eri za a pos io do poeta da Orstia no desenvolvimento datragdia com o gnero lit errio. Sfocles teria dito que squilovcornpu -nha boa poesia mas inc on scientemente" (segundo Atnaios, Deipnosofis-las, vol. IV, pgina 443 da edio de Gulick). Essa apreciao colocariaEsquil o na linha dos verdadeiros poetas, de que nos fala Plato, que naApol og ia de Soc rates di z que" 'as criaes dos poetas no se devem aosaber, mas inspira o ~ ao transc". O mesmo filsofo acentua no Fedro(245 a; a refer n ci a Apolog ia a 22 a): "Aquele que, sem o delrio dasMus as, bat e s po rtas da poes ia , persuadido aparentemente de que a arteba sta para fazer de le um poeta, n30 chegar a resultado algum, e sua obrade homem de sa ng ue fr io ser ccl ip sada pela dos poetas dominados pelodel r io. " Co n tinua Pla to, agora nas Leis (719 c): "O poeta, quandoc o m ea a cria r, no mais se nho r da s ua raz30." E finalmente no on (534b): - O poda ~ um se r alg ero, sag ra do, qu e no chegar ao estado de criara ntes de ser inspirado por um de us, fora de si , perdida a razo; enquantoconserva e:'U faculdade nenhum ser hum an o capaz de fazer poesia:' Aapre cia o de Sfocl cs se ria um el ogio c no uma censura a squilo.

    Mas no se pense q uc essa cri a o instintiva seja descuidada. Aocontrrio, se quanto ao fun do Esquilo pura inspirao, quanto form aI :' pur:1 rcflcx. Seus ve rsos em ge ra l so cuidadosss imos, a ponto deRa pin, crt ico trances do sculo XVII , di zer: "Quase no sc entende oAg am mnon, em que Esquilo p e toda a sua art e nas palavras, sem cuida rd os se n time nto .. (Cil:1 do por G eorge Mautis , Eschyl e et la Tril og ie ,p .ig in ~2 ) .

    r\ vs trun .r: d:l ~ rx~~' as que compem a tril ogi a surpree ndentementec ::d',,, \ ~ !: l ( r' r : : ~ :: i; :t!:11l ll tt' no Ag am mnons, Apenas para dar uma id i a c

    "l 'I\I"

    alertar o leitor quanto a este aspecto daarte de squilo, vejam-se os versos979 e seguintes do Agammnon:

    Houv~sse este ha"~em sido mesmo vtimados ferimentos todos que nos relataram,mais furos haveria em seu corpo foneque malhas numa rede grande ...M

    onde Clitemncstra antecipa, como que inconscientemente, a aluso pos-terior rede com que envolver Agamrnnon para golpe -lo com m~isfacilidade (verso 1594). A profecia de Cassandra no verso 1269 lambemmenciona o "vu fatal", que a "rede" de Clitemnestra.

    Tambm a aluso s "trs vidas" C"trs corpos") de Gcron, noverso 985, est na linha das antecipaes inconscientes de Clitemnestrano sentido da realizao de seus desejos. Vem-nos mente quando aesposa assassina, nos versos 1597 e 1600, se vangloria da s "trs" punha -ladas com que matou Agammnon.

    de grande efeito, tambm, o sinistro duplo sentido.das pal avras d.o\ ancio do coro (verso 307) almejando que o fim de tudo seja tal qu al deseja

    Cliternnestra, sem saber que ela quer e prepara a morte de Agam~non. digno de meno, de um modo geral, o recurso ao duplo sentido em

    muitas falas do Agam11l11011, principalmente nas de Clitcrnnestra, Mas,no somente as palavras tm importncia para squilo. Tambm o silncio usado com timo efeito no Agumm 110 11, como o da sentinela em seg uidaao verso 26, o de Cassandra em seguida aos versos 1191 c 1200, e osilncio do coro, longo silncio que se imagina aps o verso 1547 damesma tragdia, antes do grito de Agamrnnon.

    J Aristfanes, qu~ a lm de grande poda era ti mo crtico li tcrri oem suas comdias, havia notado o uso qu e Esquilo fazia de sses s ilcncios,mais au radrivcis a Dinisos q ue o pala vrri o dos poe tas trgi cos posterio -res, no julgamento qu e o poeta ps na boca do deus patrono da trag dia(As Reis , vers os 833 e 911 e seguintes; veja-se Atkins, Litterorv Criticismin Antiquiry, vo 1. I, pg ina 2 8) . .

    Tam bm fcil ima ginar o efeito de cert os ges tos , ev iden temen teprocurado por Esquilo, princi pahucntc cru Clitcmncs tra (embora.os m.:1-nuscriios n o tragam indicaes cnicas). Por ex emplo, o ex agero da spalavra s da rainha, nos VL:f'SOS 103~ - 1 035 do AgomlTlllo ll . faz,rensar emcx avcro tamb m na gcsi icula .io, e ~ o bvio que s palavras se juut.ivn umacc;luado cesto de r~ v e r l: l1 c i a . Os V Lr~ dS 9 70 C

  • I , I

    ; :

    14 Orestia

    Segundo Aristfanes, squilo era entre os trs grandes poetastr.ig icos gregos o nico realmente "dionisaco" (As Rs, verso 1468).Ainda segundo Aristfanes (As Rs, 1004), squilo foi o primeiropoeta a "cstruturar frases grandiloqentcs". Um crtico antigo (Dio-nsios de Halicarnasss, captulo X de sua Apreciao dos EscritoresAmigos) disse que, quando os recursos da linguagem corrente eraminsuficientes para seus propsitos, squilo usava as liccnas da genia-lidadc para criar um vocabulrio potico prprio (edio de Usener-Radermachcr, vol. Il, pg ina 206). De acordo com pesquisadoresmodernos, squilo criou mais de mil palavras em suas sete peasrestantes c nos fragmentos das que se perderam.

    Mas , seria enfadonho continuar esmiuando detalhes. Deixo ao leitora descoberta das belezas (c tambm dos defeitos) de squilo, certo de que,se a traduo no desfigurou excessivamente o original, a surpresa dianted:\s qll:t1idndcs d.is trs r)C~':\S da Orsti a ser extraordinria,

    A TRADU03

    A primeira edio de minha traduo do Agammnon foi publicadaem 1964 pela Editora Civilizao Brasileira, tendo recebido o prmioArtur de Azevedo de 1965 da Academia Brasileira de Letras. Ao rev-lapara esta reedio, esforcei -me por corrigir os numerosos erros tipogrfi-cos que infelizmente escaparam na primeira edio. Introduzi tambm no .texto modificaes feitas ao longo dos anos em meu exemplar de trabalho,com o objetivo de dar maior fluncia linguagem.

    As tradu es das Coeforas e das Eumnidessaem aqui pela primeira vez.De mel! traba lho dire i apena s que foi muito difcil, mas feito com

    enorme sa t is ra ~'~in o Penetrando nos detalhes das peas, descobri novasbelezas num texto cujas qualidades pensava conhecer antes de iniciar atarefa ora conclu da.

    As dificulda des so agravadas pelo fato de o texto das trs peas serproblcrn arico em muitos trechos, e de haver lacunas nos manuscritos dasCocforas; al :n de vrios versos truncados, criando srios desafios aotradut or.

    A cada varia o do melro no original, procurei fazer corresponder ummetro diferent e na tradu o, porque eSS:lS transics tm sua irnportnciapara acentuar cs!:ldos du lma ou simplesmente para maior efeito sonoro.

    o TEXTO

    Serviu de base traduo o texto da edio de Gilbert Murray(At!sclr.v/i quac supersunt Trag oediae, editio altera, Oxonii, 1955). Con -

    I,. " ....

    Introduo 15

    sultei, para a interpretao das nume:osas p~ssagens obscur ecidas ~~deficincias do texto, as edies de Wilamowitz-Moellcndorff (Aesclr; ltTragoediae, editio altera ex editione anni 1914 ope expres.:a), de PaulMazon (paris, oLes BeBes Lettres", 31 edio, 1945), e ~ ~dlao comen~tada de A. W. Verral (Londres, Macmillan, 1889 e seguintes) . Recorntambm a obras dedicadas apreciao das peas, como a ~c G c o~g eMautis j citada, e a de Maurice Croiset, Eschyle - Etu1es sur I lnventionDramatique dans son Thetre.

    Rio, janeiro de 1991

    Mrio da Gam a Kury

    NOTAS INTRODUO1. Nos versos 925 e seguintes das Eumnides, squilo, corno tcste~unha do fi~11da tirania e da consolidao subseqente da democracia de sua c I~~de, expoeconceitos polticos dignos de um euptrida ateniensedo sculo de P~flcleso ._2. "Atridas": filhos de Atreu (Agammnon e Menelau). Para as numeroos::saluses aos mitos e s lendas gregas na introduo e no texto das peas, ;eja-seo Dicionrio de Mitologia Grega e Romana publicadopor Jorge Zahar Editor em1990, . o. r3. O professor Antnio Medina Rodrigues, da USP, num~rtlgo multoo ln~ere ssa...' ee amvel, na poca da publicao, por Jorge Zahar Edlto.r, da T".logl(l Te bana(Folha de S. Paulo 12 de setembro de 1990), diz com multa propriedade que ~sversos de minha tr~duo deixam "a impresso quase invarivel ~e prosa mct n-ficada". Essa observao me agradou, pois tem sido este o me u O.bJCIIVO. para sero mais fiel possvel forma da tragdiagrega.Vejam-se: por e xcmo~lo , ~iS p313~ora.sde Aristteles na Potica (1449 a 25 e seguintes): " O metro Iambl C ~ (uS

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    AGAMMN01V

    t

    I

  • CENARJOEspao em frente ao palcio de Agammnon emArgos. com um altar no centro (dedicado a Zeu s) evrios altares de outras div indades nos lados. Em umterrao elevado (st a SENTINELA.. noite.

    5

    25

    20

    15

    - 10

    (Silencio; a SENTI.\ 'ELA. pe rmanece atenta;subitamente aparece ao longe uma lut, tnue a

    ~ .SE~'TINELA

    Aqui no alto do palcio dos Atridas I' Y"lQ

    ~l o ordens da mulher de nimo viril,,....--.-v 'fV\ ,rainha nossa, persistente na esperana .Sempre que fao por aqui meu lei to duro, ~ deito molhado de orvalho, sem dormirP, abandonado pelos sonhos de outros tempos(em vez de sono tenho medo, grande medoque afasta sempre minhas plpebras pesadas) ,tento cantarolar, dizer alguma coisaque me desperte do torpor e me esti mule.mas so soluos que me saem da garganta,pois choro as muitas des venturas des ta casa lrofto fe'li't.';13 infeliz agora !

    I \ Que venha, venha logo o protelado termo\~, ' de minhas incontveis atuai s fadigas

    Icom a mensagem clara inda 03 0 recebi da !

    A -I-r ;dc S. ~OS ~rt.:O OS S3 0 tambm chamad os Aqueu s, Argivos, Helcnos. Tria l:l[11~{: I1~ ::h:Il11:ld:l d-= l l ion.

    SENT lNELAAR:\ l rrOCO RO , composto por doze an ;:os argi vos fiis a AgammnonCOR lf EU

    :\~-: .~..\

  • CS5

    60

    21

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    70\'0 / f 'J...

    V"'-'- 'J

    75

    c seu va lente irmo, rei Ap,:llnmnon,Atridas fortes e dcstcrncrosos,dois tronos e dois cetros dons de Zeus .Um grito de batalha aterradorrepercutiu nos cus vindo de peitosamargurados por justo rancorcomo o das 'guia s don as das alturasque em solitrio, negro desesperoao verem mortos os filhotes frgeisbatem os ares com as . . enormes \ \ _ r-I . ~ I r ") '-k o VV"\() ( Qchorando os vos desvelo com seu nir ho /" Jque ao regressar acharam destrudo. -..,Porm algum dos deu ses l do alt o- Apolo, ou Pari. ou mesmo o grande . l'. ~ j S -escuta as queixa s das magoadas av es.valcutcs habitantes de seu reino, jc contra quem lhes fez tamanho malenvia pelas Fri as vingadorascastigo certo e duro, em bora tardo.Assim a giu o grande Zcus fo rt ss im osempre zeloso da hospitalidademandando contra Piir is O~ Atr ida s.Por uma dam a. por Helc na belade muitos homens, gregos L' tr o ia nostravaram mil b.ualhas ferocssi lil:\Sem que no ch o se dobram os joe lh ec lanas partem -se aos prim eiros im pir .

    , Os f:llOS pass am -se co nform e de vem,. caminha tudo 1:1 r:1 () fim marcado j- f)c nem a lenh a de lustrai fogueira f, ..... ( ( , Inem abundan tes li.ha iX:~ nem ! ~ gri m .l ' r p cc O v-'\,\>, Q! otomam propic ia- o l'crcndas mpias .Ficamos ns aqu i, por sermos vel hosj inca pa zes para pugna s blicas,firma ndo neste. slido s bas t csos nossos passus dbe is, infan tis:a feitos marciais no aspiram os. igua l ao nl )S SI ) o ard or dos peit os j .Nl' I1 Sm:1S Ares no !lOS que r em seu co rtc .c.;n n OSS:l " ida j: d ~ J O \I dl'l'I:1 !Sc ternos todos (), '_': l b L ! O ~: brancos :as pernas i r ~) '.' :.:-- n:l...) 11; S_~-~-:-5 L,~ ----- --- - - -- -; "IQ YVlQSk;J~r'Q.A...I'(Jv;lQ ~cIlo~o

    \ IQ Q..

    J(1 i(' I t-"l;.

    Partiram l1:i do. anos desta lnr:lnl :1 l1Ll:1n do em mil navios beli coso sc tri pulados todos pl)r argi\'o;,- 3rx ~l l) marc ial a seus ansc ios -rei ~h' n elall , (!ue dLl e S[ ~I V 3 Pr .u no ,

    20

    (\.) R 7A.0 '-.QLE..\ vD.:. v o z lJoC CRO -t7 PC+ d o .5 ./0

    (,4 SE .\'TINELJ.. ~I.'tirase do terrao. Gritos de viu-riaSt.10 ouvidos dentro e fora do palcio, de onde saemcr iadus por tan do ar chotes, com os quais acendemc!l UI1lUS ....o t i vClS e queimam incenso nos altares. l\ ()meio das cr iadas ve-se CLlTEMNESTRA, que seprostcrna d iante do altar central em atitude de pr ece.Entram cm ccnu, vindos da outra extremidade dopulco. os ASC/ OS comp onentes do CORO,eucuniinliando-se pu ra a fre nte do palco. Surge cdia. i

    principio e depois mais/arte,' a SENTINEU ergue-see fala com emoo.)

    \ .o sinal! f: o sinal! Meus prprios olhos vem!-:J IEIS a noturna luz que mudar decerto I I .J _ - _ ,.l\ _ 5 ,.... I.....; . o~ In":)

  • 16.5

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    levaram para Tria a gente gregaDonando as lanas ansiosas por vingan a,

    . _ tocados por pressgio favorvcJ :de sbito surgirarni1t os reis, senhores t

    de tantas naus e homens , duas guias - I ,rainhas das alturas; uma, toda negra,

    a outra quase (tinha o dorso branco),voando nas proximidades do palci o,

    cortando os ares nt idos do lado.a mo que brande as arma; ambas atacavam ,

    terrveis, xidas, pejada lebre;9 vtima, desesperada, contorcia-se

    na luta.por fugir daquelas garras,da morte prx~ que logo acabaria

    com as clere carreiras e com tudo;mas foi em vao; as duas guias devoJEa.Q1-na

    e aos filhos inda ocultos em seu ventre . ~ C> ./..P or ',o ~h -p ( ..,d~ ~ VO'/I (-C ~ s ,do. S

    ( C ~ CORO l.- EC : l--e.--. (5 , . I )t-o j d: Sck ~ 1/0 I o. CJ)--..A/,~ V O SQY c: ~~

    Tristezas, canta tristezas, L-, 'fi ( ~ re possa o bem triunfar.~ N P\.I QA I ASS v W"IE o C:. () 1$.5C (J , os, -

    ANCIO I .J v J { :: -} ~ CO !'V'(,N~

    .f. ]

    Ento o sbio adivinho dos exrcitos',/'O rv0r- [ Q. ~ Ic.a...Jolhando os dois Atridas marciais,

    h. (,,/'V"o. ~

  • 25

    :':0

    210

    115

    235

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    . 240' /IIfI

    I (

    --- - - - - - - -- - - -- - - - - - --- - -----

    se lhe aprou ver, tenha bO:1 acolhi-LI!Depois de muito pond~ r3 r , som,L:n.te c .i . Zcus

    diviso o fim de minha angus tia enorme .I . ? J o ' \."-1U n deus havia antignrncnte, rorcroso- ,

    c ousado para todos os comb .ucs(seu nome no futuro nem ser lernbrad o):

    surgiu depois um outro deus m3s fI n e) C c o~ \mas foi tambm ven cido c desaparecei .

    Agora os homen s que convic tam c i tcvem no grande Zeus o venced or li n..l

    desfrutam do conceito de mais s.ibios,pois Zcus sem dvid a foi quem.levou os homens

    pelos caminhos da sabe dori ae deflou a regra par a semp re ce rta :

    "o sofrimento a melhor lio' .Da mesma forma qu e durante o sono, planeio

    05 ) somente o corao est desperto,, (~ antigas penas nossas voltam mcmi 1,

    assim aos homens vem, malgra d se u,a sapincia; esse constr angim en to bo

    comunho da gra a procedente - '1dos deuses cntronados em augustas s cs .

    Aconteceu o mesmo ao co nduto: -das naves gregas - o mais velho dos . tridas

    que, sem ler dvidas quanto s p' .:avr:1sdo vale iluminado) acei tou logo os gC' :rX~5

    impiedosos da fortuna adversanaquela hora em qu e a ardo rosa ge nt ~ grega

    permanecia inerte em frente a C'i lcis'(l onde as guas de ulis sobem e re .uarn) ,

    retida por ventos desfa vor vei senquanto as poucas provises se consuniarn

    nas naus im veis com as vc\:ls c>: ~id:l~ .As brisas que sopravam rpidas do SLY'imon~- o"~ ( c:. c.

    trazendo o desas troso cio, Iorn .perigos, dispe rso dos homens, fim i lS naves

    ha via tanto tempo ali paradas .ceifavam o melhor da juventude greg l

    naqu ela es pe ra longa, i ~flllil(Y: ; . .na hora em que o profela, 'ntapre (;l:: o Artcrn ix,

    anunciou aos c ic e:, '- (1) : lu 'U'a con[ 1 ncia inc.; xQ:v L: l, maiS cru .;;

    que aquela e spcr~1 CleSJ ent :ll o r.:..

    170

    175

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    Orestia

    C ORO

    ... triste zas. cantJ tristezas,m 3S possa o bem triunfar .

    ,; .

    24

    ZC :J S~ Seja Z. C\l ~ qucm for ! Que :1 minhn invocao,

    :\ ,o..;C l:\O

    CORO

    Tr iste zas, ca nta tri S ( C7': I ~,ma s possa () bem triun far .

    ela maldiz o brbaro festim das guias ."

    " Mas bas ta de Ialar: ~ quanto me permi ted izer a bela deusa benfazeja

    qu e se diverte com os ferozes lc czinhosa inda fd geis e com :15 tenras crias

    das feras todas habitan tes das florestas ,se quero interpretar algum pre ssgi o

    - portento auspici oso ou (quem sa be ") funesto -no vo velocssimo V fJv,. .s o ( o..~ IOV ;V1 ~Otnvoc~ Apolr e ~o a.sua intcrccss o; y( ( ~ 5 ' o ( .+ v . II ( 'fV'~

    nao prend a Ancrnis as na ves gregas ....Jcom ventos fones insuflados contra elas

    im pondo mais um sacri lc io n pio , 'adverso s lei s, incompatvel com o j b ilo ,

    art fice de .lutas em fam lia, Cf ,..,~amarg o fim da reverncia conjugal.

    l i antcvejo a c lcra bem prxima,terrvel , inapazigurivel, sem remd io,

    guardi insi diosa desta casa,al erta se mp re, sempre a nsiosa po r v i rigar 0..0- ( f0-

    com crue ldadc a vitima incce nte ." L ~ .,Ta is foram as palav ras do profeta Ca lcas

    di ant e da manso de nossos re is ,pressgio de tcrrivcis males e de bens

    enormes que ditaram os aug riosno dia da partida: L: em seguid:l :1 eles ...

    . .': : >.

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  • 26 Ores tic

    310

    305

    300

    290

    285

    (Dirigindo-se a C UTE"' ,",'EITRA.)

    CORIFEU

    (Percebendo C U TEM,','ESTRA que se aproxima.)

    Agora S devemos esperar,em face da incerteza do futuro,que o fim de tudo seja favorvel,tal qual deseja quem nos traz aqui- segunda apenas diante de Agam mnone no momento protetora nicada terr~:.de .pts; Ar go s glo riosa 6.Q ,p "I( '" i1.. 'f\

    O bedec endo, Clit ernn cstra, a teu poder,vim pard ouvir-te; justo revere nciar

    CORO

    (CUTEMNESTJV., finda a prece e depostas asoferendas, afasta-se do altar central, murcluindo:juntamente com as criadas para onde esto osANCIOS do CORO .)

    Aganuim no n 27

    seus lindos lbios trmulos de medo~ sufocava imprecaes; quando caram

    'por terra as vestes de formosa s cores,a cada um de seus verdugo impassveis

    volveu os cloquen cs olhos spli ccs- t50 expressivos como se pintura fossem -

    desesperada por falar mas muda,ela, que tantas vezes nas festivas S3 las

    do senhoril palcio de Agamrnnoncantava com a voz doce de donzela t mida

    os hinos em louvor ao pai amado!{) que depois aconteceu no pude ver ( - {/ s Vv\ o~ k(

  • 23 Orestia

    em frente ao trono I tanto tempo dCSU$.1doaquela que com o rei nossa governante.Se as novas que conheces so boas ou msou se nos mandas propiciar os deuses bonsmovida e animada s pela esperana- suave mensageira -, ouvir-te -ci solcito:c no me queixarei se nada me disseres.

    C LITEM NESTRA

    '" .::-:

  • 30 Agam mnon 31

    R3inlJ3, agora posso ag rad ece r aos deus es,mas zosta ria de escu ta r -te no /. unc n tcpois meu espanto ainda no cs ui desfeito.

    capai'. de ser notada ainda de '1iais lon gee S ~l1 claro intenso atra vessou o Gorg pis;tendo atingid o, infatig vc l. o Egiplanc to,seguiu ,! Cha!1L\ () rumo prcdcurminadoc 3 mais brilhante das fog uei J - ior

    v , l " ~ "pcxi c ser "' I:,t:1 p:!r:l ia (10 i ronon to n oque: prote ge :1 S:!:d:i do golfe Sa rn ico;\;:d: partiu nov.: ;l : ~ : il.'Jgt.: m lu .o inosui': c!Jcgt):J leIgo ;'1 \~ i:l: :! meta (L;\~.ja(b- , ~:ii: : ; ; !'j , ) l IC :\ r::c::.: . h.:n:l1 t : 11 ;1 e tapa ,i1C'f;:: t' :!'.':l [)'; :ll jo : : [ t: : : t~, de ..\ r . s - ; finalmente ,: . . ,. ' :, , .' ~ I ., ., I..lv~11 5 s.

  • 51 0

    50S

    500

    4 g5

    4 30

    Agcmemnon 33

    o cs tr pito de lanas c de esc udo s,guerrei ras naus cu apara t, \! bclico,levou a Tria o luto em vez de dotequando transps as portas ela cidade,ousando o que j amais ningum OUs.1r~.Naquele instante os v ares inspiradosdisseram em gemidos inconti dos:.. Ai do palcio! Ai, pa lcio c prnci pcs ' .,Ai do vazio leit o do maridomarcado ainda pelo corpo amado! ...Silencioso e S, entregue dor ,ferido em seu orgul ho um homem sofr e,aniquil ado, se m poder queixar-se .Sente saudade atroz, angusti ante,da esposa que se foi de mar afora;a imagem dela inda povoa a casa;a prpria graa dos 'adornos belosagora se afigura dctcst vcl ;foi-se com ela o atra tivo del es.Em sonhos o marido soli tririo visitado po r vis es fu gazes~ que s lhe trazem alegrias v s,

    pois mal se mostram j ~ se dcxvunr ccr ufugindo fluidas de seus ded os vidoscomo asas agitadas pelo sono.Ape nas a saudade permane ceem seu pa lcio, ali junto lareira ,constante e cada vez mais fort e."Por toda part e, em cada casa tris tede onde partiu algum guerr eiro Aqucu ,o desencan to reina angustiandoos coraes e tudo inqu ieta o;todos se lembram bem dos que partirame pressentem que ao lar de cada umem vez dos homens idos voltaroapenas urnas fnebres e cinzas,Ares sangrento, mercador de morte.' d - 1cdecide o resultado das batalhase a qu em espe ra ma nda l de Triao p a que fogueiras crepitan tcsnum ins tante reduziram tan tos g. rq~()S ,ainda quente e mido de I ~grinl:t s.Louvores se misturam a gC!lJid us:

    435

    430

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    I C. ( co\ I.- ( \ \~J465

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    32 Orcstia

    aos altos muros da () rg l ll ll o~ a Tr inonde morreram grandes c pequenos,v timas todos do destino duro.Venero, sim, o hospi taleiro Zcus,o deus que tudo fez, irrcsisu vcl,e prepa rou durante muito tempoo inelutvel arco da vinganapara que as setas dele disparadasem direo a Paris no cassemaqum do alvo nem se extraviassemnum vo vo alm dos astros claros.Foi Zeus quem dirigiu a punio,pois inconfundvel o sina lque de ixa em sua obra a mo div ina .P ensa r para Zeus igual a ag ir.Afirmam uns que os deuses no vigiamos des cuidosos de dever sag rado;so pensamentos atrev idos, mp ios!A ru na puni o inexorv elda pretenso sem termo e sem medidae das extravagncias da opulnc ia.O dom supremo ter comedime nto;q ueiramos s os bens inofensivos,sufi cientes quando h bom senso,pois a prosperidade nunca se rveao s que se sobrepem justia .Transt orna-os a sinistra Tentao,ins idiosa filha do Delrio:o mal, ento, se torna irrcmcd ivcl ;no se disfara mais, todos o vem- sinistra, inocultvcl evidncia.Iguais 8 moedas falsificadasenegrecidas por pedra de toque,revelam os perversos a maldadeco mo crianas que perseguem pssaros,manchando os seus com ndoa inapagavcl.Os deuses no escutam suas s pl icas;

    , fi runa o fim de todos os culpad os. 00 S .oAssim agiu outrora o belo Pris;bem acolhi do pelos dois Atri das,ignobilmcntc desonrou um larraptando uma mulher presa por n pc ias!Ela, deixando ao povo atrs de s i

    IIiII'

    III,t!

    . i,

    , :1

  • 34 Orcstia Agammn on 35

    (Alg uns di as depo is; mesmo cenrio; os ANC/).,OS doC ORO est o novamente reunidos. ) -,

    ARA UTO

    580

    585

    570

    575

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    555

    ...........:.:. .

    a...vlrv

    Sado o solo de Argos, tCITa de meus pais!Dez anos se passa ram, mas enfim retorno!Vi num~r9.s~.s..ttspcranas fracass ar e mmas un'a realizou-se: nem sequer em sonhosimaginava vir morrer em minha terr ae ter aqui a pretendida sepu ltu ra !Seja este cho bend ito e seja abenoadaa luz do so l, t Zeus bendito nas alturas!Sado Apolo Ptio (no nos atravessemjamais as tuas setas.'). Ternos suportado

    r

    CORIFEU

    (Entra o ARA UTO, ofegante .)

    E~ breve saberemos se o revezamentode chamas claras e fogueiras sinaleirasnos transmitiu um fato, ou se foi sonho apenasessa viso de luz, engano dos sentidos;caminha em nossa direo, vindo da praia,veloz recm-desembarcado mensageirocom folhas de oliveira em volta da cabea,"Lodo coberto de poeira, irm do lodo; 'e bem se v que no ir ficar calado,nem acender fogueiras no alto das montanhas- sinais equvocos de chama c de fumaa -;deve trazer-nos com palavras categricasjamais sentidas alegrias, ou ento...,(causa-me horror esta segunda alternativa ...).Que s perspectivas agradveis, j sabidas,venham juntar-se razes novas de alegria!E quem tiver agora pensamentos outrosou maus desejos relativamente ao povoh de o castigo receber que bem merec e!

    , sem ngullrdar a prova da verdade;i se rpida a certeza se insinua~ 'la mente das mulheres, mais depressa\ desfaz-se a femin ina convic o.

    525

    520

    515

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    I1

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    545 Iro d.9- (I h.I1

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    \

    "C0!l1 0 era dl'S{l~ mi do este I ' ucrrciro! ""Aqucle :~Ii tombou V;Jknll~;11n[e .na !t ; l:l rude! " "Por csp osr ~l/ll.. ia"3_l g ll ~ m S~SSUlT:I Iazcndo s~ gred (). Ir d C):'J rl)":-;O (Jc :' COillClll ; l illL'f;)brota rur[i\'am~~:llt.: I: se uift I devisando ~ ()S dois ..\ lrilLis vil ;::tdorcs.Ell! Tf( )j;" [lxj;j\" i:t bem dis 'n("~() b:Jg \J da~ Inllr:J'i1:.ts d:: 'c i: ' a d~ ;J:!I,l.'I: : :)\Jr terra 1I 1lJ ilCS grq t.' :-: mortosna pOCi l:l:ti :-:: bela U:l o:i ~t~nc i :, l ' 1" ' , I " . ' . . ,

    co ... ]t.I.>Id(!, .rr. :-' , xun , mas c r, ;U! l l! S~a hera extrema pelo ch o ,. .nc ido!1::. ;JL'i'igc) ,-'::1 ;: " U /. d(: uma C: l: :UC11l:1):') :.ld :: , :, Ii\ ;,id: ';:~l) de nu itl ge ll le.Prevejo, ~ ',:J ;l.: :'i.~ :: J. tcncbros, '5,tL: i.''!ei ,,; Iatos, pois os dc us PU :lrd.1f11a ~ilid': l V !S;';!] de tantas mor I ' S' ~ .

    - --'co m Q tempo as negras Friis vingado rasenvolvem ir:-t.: /llt:diavelmel , '" '

    - os !l1:1U S injust.,mente vcnu rr sose o mximo poder reduz -se 3 'n:.t dac desse fim scm som ta d" e: pe ra~ amrigucrn , ningum jamais e :i.'3p:m!!

    / A gJ(jria imensa pode ser r~:.l ~pois Zcus COlTl SeUS irrcsisti.::i':i raiosat inge Lt c:i llllt.: TllC:lS culmir a.ic ias .P.rospcrid:HJc que no caus inveja ,eis meu desejo: no me move J idiade conqui st.ir c destru i: cid:. l!t.:S ,nem quero va um dia minba vidanas 1l1:10S de impiedosos v c ccdorcs.

    Anunc~:J j ;: por ciar.io iutc n.x..m ! l s a g ~l: l c ~ ! t' :\; pe rco rre ,~ ,"g os;se l~ v"':i'lh.kir:l ,) j n:.! ,JJ r: -!;!i_~ qu e engod o:t fi ll:i d l ) Ih'! i )~ J ,'!.'c:' , quc n , .ar.uuc?

    ~ . ": Cf l -l rl i ll: 1il ou i l:l'I1Si llodai cr"':dil, ) :1 C'!' :!';!!)\'::S ,k ~ i 't.: :- I:!l!:ispor !nc (J:ll~ l l S 1!I '.'l:s,I !.!, !' n;.; :1 :. IH: j :!!11CSq uc }Jo:kll; r'':,':i Ji l:l:- cn: dl' :)I'ng:li 1:\\::

    t~;)t~\~lr;;I:~ ','1:::~I'~'l\' :;\~ I ::~ ~~:.:/ l~',~,:~ :;I: .~!; ,': 0 111 :l v id,-,/ r. JI Il I , :~:~ :tt:::!..l: : ~ is 1

  • 37

    6.10

    6'':

    ( J .l,o

    A RA UTO

    CORIFE U-O - c .> r--J

    H muito tempo I1H:U rem dio ~ 1~ O f3:' :-, . .

    C ORIFEU

    Q ue dizes ? S explcito, po is no te en'I;:I.JO.

    ARA UTO

    De tal maneira que j no.:::o nteru:o as lq 'rimas !

    CORIFEU

    ARAUTO

    C ORIFEU

    Agamern non

    ARAUTO

    No era, ent o, apenas nossa essa tI StC 2 . .

    Muitos soluos tran s bo rdavam de 01'~i.J p-i iro.

    Eram saudades dos sau dosos cornbarcu ...s ?

    Sofreis por vol tar e ns por vossa volu-.

    Q ua l era a C3US3 de lu a mc lanco lia?

    ._ -- --- _._- -----_..._-- - -- - - - - -- - - -- _. __.. _- - -= - - - -._-- - - --- - -

    60 .'

    6').')

    , '... - ... ..

    Orest ia36

    . Idurante m uito tempo a tua hostilidade -;-o ~ { ('l longe s margen s do E-;c:lInandro 10; s agorao nosso protetor e guarda, santo Apolo!Sado as divindades tO

  • 680 .

    OdQ

    \ Do certo a Igt!IIS projetos II () S~ \) :), outros no ;; ~: O lllt: I1 tl.:_.Q" deuses s:io il11l1i1CS J fracassos _

    iSZcu p r c[~1~i~-sSt:--(ks~ revc ris -i;:-~:~& s ,o dcsconfortc, os incontveis sof rimc ntosde n OSS.l C ~ j11~(\ i\::io, Da1:\ vras cC. !TI ov idasdiria :\: ;-.:! n l ~ ::ll :J o :';l~l (J S dias t: :stcs.D'::iCtn b::rC:J !os, :l1 d:J padccrrr c s mais,prL:T:i~ (J ;': C() i1~ ;: ! :: :~ Icria lczns i rim iuas:C; ' :: C ~ \( :V ;~ Li (!...) ': ~i L C:: ')[\' 21.1\),; :: ~ ; ': L' '' '.::) ' .!( ) ~' : ; ') (~ : :d ~ )"; : 1~0 o.: abriga... a:n .S rl XiS''; !; ~! 1':: 1:: r :t,.! Crio i.unle ':\ve:que :!l~ :!; ; ' ~ : :~' : l Q :~ i' : ; :~'; : l OS no ,1 .lLi I U;I .. .1=E ~k~ \'; ' I '-) ; .'~:. q l' :;:;'.!o :':0 icrpo do mei o -diaI) mar ;r:::S'.!) e ::: l:;: j L:i :S; IS GC; r ita vu ...\1 ;1:; : 1 :~ ! : ~ qJ~'I::.:: h : :; L" : ~ t :; s. !';.)~3n ~~ penase,';li;u p:l~: s :;d:: ::;; L:.ll: 1!1I:;u :.rn as d'JS morros,que 11:!!lI':l . nunc.: ! n : li ~: conscgr' ro ergue r-se .Por que enumerar ...IS dcsnpnrc.idos .afligin do os sobreviventes, mai.. Ie li zcs,com 3 rcmcmorao de alhei a: desventuras?C onfor ta -n os bas .an tc o dcrrai ciro adeusque nos disseram os passados infortni os;ns, os rt: ill:iilL'::-:ccn l L:~ das hosr.s arg iva stivemos afinal mais ganh os do !uc perdas;depois de [;II)[OS mnrcs pe rcorrer c terras

    ~ muito jus to pr oclarn.r r alt iva nc ntcdiante do ful;;:or do ::;01: no fin. Ia lutaas ror~':ls '..cn,..... d i ) r ~ i S 0:1 arrog 'l:lte Tr6i :1ofc rccc r.un OS lml'lls l.i COl1 Q l , ist :ld ...)saos dc uxcs bon s

  • ~ l40 Or est ia

    ARAUTO

    --- ---.- .__.__.-...,- - ----------- -.-- - --- - - - --- ----- .- - -- - --- - ---.__._ - - -- w:l

    ~C ORI FEU

    Numa mulher l

  • Ores tiu Agunuimnon_ _ __o _ _ __ _

    (Retira. SI! o A RWTO.)

    835

    830

    815

    340

    810

    , 825

    800

    7 I--;/ fo

    'J

    805

    .)cguiram-na incontrivcis caadoresarma dos c ves tidos de guerreiros1,'0 enc alo do sinal fugaz dos remos

    v ( '):tt as margens verdes do Simis \8 o~ ;i .por obra e causa d -IiscrJia rubra . ._.i-~' .~---h clera de rgidos esghlosmandou a Tria bodas lutuosas,obrando o grande Z CllS hosp italeirona hora certa o pre o da desonral..' aqueles que, com voz harm oniosa ,.antavam hinos em louvor da noiva, ~ seus parent es no(llime~1eu solene.

    ----'"A clebre cidad e do rei Pramointeira conh eceu um canto lgubreque agora entoa em so luada vozentrecortada de lamentaes;maldizem Paris. o funesto noivo,.: choram sob o fardo insuportvelda vida muito mais que desgraada,repleta da t rnvel amargurade Verem mortos tantos filhos se us.Acolhe algu m um le ozinho em casa ,t.rado ainda tenro da leoac desejoso apen as de seu lei te; inofensivo nos primeiros dias;dcil, diverte-se com os meninose dclicia mesmo os mais idosos, \iem cujos braos deixa-se fi carcomo se tambm fosse urna crianasubmissa ao ven tre e grata, no momento,li generos a mo que ::I aIirncn ta,

    ... Mas chega o J i:l C1l1' quc, depois (11: gr :tlldc.rev ela a prpria ua turc za I r-lIt:l~em troca dos cu id:ldll~ L (lcsvclosdevora ovelhas e destri reU':ll1hosnum trgico banquete sem convite .A casa -:pQ lW(irl"p~lo sanguec seus senhores choram desolad osd iante da carnificina Cn0n11t.:;JoU.Ull minisrro de dcsgra\':1 c dor

    uc alimentaram por ordem divina.Da mesma rJ11:i: pCl-l';~v~ i o:l Tre iaassemelhando -se antes a 'prcri ncio

    . _._ .I ,

    ( ' :;-!

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    , ~

    795

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    7

    C Ok O ~ '}N' '-\J'),J~

    (.! : ICI11 (!; ;: dado !1(I: :I': to cc rntc '?',I 1kl i..' n:! kh. ('S:;: : esposa de espadas,Cli VO: Ll em de~:":Vt:nas, dor c : rinas,

    ! ~ : : ~; c i d d ; )i i r ,l j,:stn:i r arm adas~ p'.: di\' ;jo tk-" !; ~ ) ! :lt: ! \~ C ci I jl ~ o'!CI ' cvrto : l ;i~; :il1 : i l :

  • --,----~.

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    (1 1hrt.":; s c.' \1..\' ;- , ~ ) - : :- ~.s :.10 .:) t~.; ...3l . :I:' .i: : ' :' .. . :CL.'T[ 1f.'.EST.'L~ . S:.JS !J ida por ,';:. -;:' r: : ", : ',' cr :: : :~ f..:",',l-}~t( l : ~/fJ .'l( tiL.\" : . ' t ~ ; r( . : J ~: ti; : t \ .. . .. .:

    procuro rcs is tir tentu ~' :i u de e,\ l'C~ '~\ 1:-\rnas no de sejo apare ntar frieza .

    Alguns mortais a pe nas c uida m de a pa rcr ci as e no se cingem convcni nc ia.

    Dirigem quase lodos aos infortunadosolhares.de pie da de simulada,

    --- . .m as o aguilh o lo ve rd adeiro scnu rucn.ono heg ao cora o; por m se :1 :1) ;:1

    de com partilhar hon es tas ale griasfingem sentir um j bilo rea l

    impondo ao rost o ind iferente falso ris o.Ao homem mais yiv ido, todavia ,

    conhecedor de sua G i.de seus nrnigos,jamais iludiro : aparcnc ias;

    ver nos coraes for adamente [I!egrc.'a hipocrisia da afei o Iicucin.

    Em tempos j pa ssad os , qu.mdo orga niz avasa expedio para buscar Helena,

    no n~go que me pareceste um insensa :. (~IlO. timo d e l~ a me n te ,

    disposto a Imolar gucrrc rros valorososna tentativa de recupe rar

    aquela criatura sem pudor a lgum ~Hoje, porm, falo com o co ra o

    e como amigo verdadeiro cu ofereoaos vencedores nH: U dcvotarn cn (o .

    Se qui seres saber descobrir s com o tI ~ :1;:X)quem foi leal conti go I ) U des lea l

    entre os ar givos qu e ficara:.: por aquiIII._,

    .. . . I. ... I .... ..

    44 O rest ia

    de temp os c limas , de tranq ilidadc ,um Irag i ! ornam ento de bclcza ,sua vc seta que vul nc ra os olhosou flor de amor que fere cora cs .Mas num instan te tud transrnudou- scc a espo sa rcccm-vindn con verteu -sena pcrd io de um 13 r, de todo um pov o,por deci so de Zcus hospita lei ro,man dant e das lacrimogne as Fri as.Re petem os mo rtais h muit o tem povelh ssi mo prov rb io: " da fortunaimensa de UIIl mo rta I germ inarn logomalcs inda maiorcs para os seus " " diferent e o meu ent endimento:aes inquas geram fatalment einiqid ades umas sob re as outras,idnti cas em tudo sua origem ;porm nas casas onde houver j us tiaja ma is fi lhos perfeitos falta ro.Urna arrog nc ia mais ant iga ge ranov a arrog nc ia em mei o a gente mae 30 se formar, a vida pe rpetu aa audcia mpia corn o a S U;l esti rpe,desti no neg ro de mil ger a es .Nos lar es ma is discretos, tod avia,pode a ju stia cinti la r co nsta nteena ltecendo a cx isrcncia si mples :dos pa l.icios dou rados onde ex istcrn mosimpuras e la se retira r.ipi d.i ,ol ha ndo para onde houver pureza, Iin d i Icr c ntc Ior a da r iquc z.i Ic :'1S SU :IS ~Ir') ri;ls I"cil: \S de i l tl s (-~ es ,E gui:! tudu para o term o c.-r:o . -...l

    (Afr ente de! um grande cortejo aparece A G,~ME,\{so;' .num carro abe rto puxado por soldados ; atr s. numcarro menor, tombem de pe, l/-SI! C.-i SS.1N DR .1.Quundo os ca rros param, os anc uios do C ORO S I,'cur .....am tcvc rrnteme ntei

    CORO

    5;1Iv

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    960

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    980

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    935,J .>

    CLITEMNESTRA

    Concidados argivos venerabilssirnos:1 'lui presentes, no me sinto envergonha dade confessar em voss varonil presenaminha amorosa impacincia muito longa ;desfaz-se a timidez com o perpassar do tempo.Por prpria' e dura experincia falareide minha insuportvel vida solitriauurantc a estada interminvel deste homemao p dos altos muros de Tria antiqssima,Primeiro, uma angstia desesperadorapermanecer a esposa desacompanhadaTIO lar vazio, separada do marido,ouvindo maus prognsticos seguida mente

    ~. recebendo, apreensiva, informaesI eveladoras de reveses repelidos,que tem de transmitir ao povo receoso.Houvesse este homem sido mesmo vitima.os feririTeios"toJ'os que nos relataram.nais furos haveria em seu corpo forteque malhas numa rede grande; tive.sse elcrnorrido tantas vezes qu antas me disseram,.m to sem exagero, ele teria t i d o~ vv--O-... J , r (trs corpos como Ger on e podcr iHC

    \...~ - 0/ , r ..)vanglo~ar-sc de seu corpo re~o (J rto

    (CUTEMNESTlU ret oma a murcho em d ireo a. A GAMEMNON. seguida po r cr iada s tra zen do longa s

    passadeiras cor de prpura. P ra a certa d istanciade AGAMEMNON. )

    C. d:)s bons deuses, anunciem-se assembliase logo delibere-se em debates pblicos.Se tudo corre bem devemos ter cuidadoa fim de que tenha seqncia a boa sorte,mas onde houver necessidade de remdioli vrerno-nos das conseqncias da doenacauterizando e extirpando o que vai mal.Er.i breve transporei os slidos umbraisde meu palcio e lar, prestando de antemotributo aos deuses que me trazem de regressof\iiando-me de muito longe. E que a vitriapermanea comigo para todo o sempre!

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    c rpJ:C:i pouco sinc era dos cu lo idos ,em gcs:o unnimc os deuses depos itaramseu veredicto na urna sang uinc h Era:

    " ; I :~ r~ ~' :.J !li :)n, seja destru da l li cn ' !..\. urna .h pnd:'!o p : , ~!:l;ll: ,~ C ClJ v: ~ ia;(~~ ; "' I) : O ~; li:! :~ :; P': ; :Ii \' ; l E:l');: p ; i r c' i: r~l m.!\[ . ~ : ! g ~ ' '' ; f ~) I;I;P') i i.!::'C! (i;)~ i!l::t 11I ics~ ::: ; t ~~ Il1 ! : ; l h :l [ ~ : d ,,:, ~:-,:! ;jo de ' [" '.li:l;:~ i [ i \ i a : ~(); ~ : ' :lI :l (J ~: r : ~j: ' lL : ~: dt) i.::!~ 1 ~ ~ ) ..:..: :-: :'~! , '.: : ~ p~'! () :;(,d ~du dc:,p ;ii()d i:i!";lc (::\ v j::;:ju lLi ,,:nf.uf:l (k -: ) .Jlrosr tn nl i ' :l \ ...\':\lr :I' ;!l' :: l ) l lI :1 ( ! I : I ~' ,) Ic prpr i:l.:.) c ; (I:. li " " l Ji" l" ; \ ' ; ; ' n i /' l l i l' " l:' J 'lc! " ir'\

    . .. ...) I. t. .. 11 ~ . ,I' . ' . , t _ .. .o ' ,d :l ( ;J1 :i 'l, :: cJ l :l i: I (J ,.;,' ~: ln ~~:l a ~' :l : i ~ (. so rnoras:: !:jp,.., -, ~: ..i :i di..'):; :til : ~ r;. :) :: :~ ::: ~q ):1Y:l c: a ."\ ;I\' !l:!:'\ ( , \ ! ;~'~' c:! , ,.:::,' I1l) '; : l l., ~ , q -: unhou":1 ( ;: l lr:I.~'r.J:i :\ 1.!~ . kJ l i:.; l'/l r1',' ,11 1 ';1 lutn

    ..t !l () "': ~ : ll l.! ~ C C:~" ~l i' : ~; ; ~ I ~'iir) c,:rt u : t!nl: ,::I,!o:

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    (Di r igindo-s r :; cri: d as . ]

    Qual a ra7.410 de tal demora, serv as lerd a,"Pois no mandei atapetar o cho 3 0 kH1f Oda via que meu rei vai percorrer ag lli :l'!Depressa! Quero ver imedi atam en te :. /?Ir ~ orOem seu percurso bela trilha Ca de prpur /Ajusta mo dos deuses vai cnc arni nhal : aJ"SQ?" casa que to cedo no pensava em ve": .-b f!o..d.J. JDo resto cuidar, com o favor divino,um nimo que no se entrega nem :10 SO ~ J,obediente s leis exalas elo dc s tino".

    $:10 merecidos lodos esses elogios , 10 JOFique a despeito amarg o bem di ~;t :11 1\ :iad , ~ .pois muitos sofrimentos suportamos antr s .Agora, criatura arriada, sai depressado carro em que vieste: no, no de ..... cs r '\~ rno cho os mt:S:TI0S ps li u C dev astaram T ria: 1035

    (As cruulc s c-uend : I o t apc :c cor ::'1' pt rj-'I: .'u I.Jc:;:Jc ocarro em qu est : (7,H { [ ,HSOS .1f /.; c: de g ra us de'ucess li dOp.:':.il.'iC ) . '.:i.)

    (/~ indu 11 0 cu r r o.)

    Fi lha de Leda , guardi de minha casa !~6A tua fala se assemelha A minha ausnc u :quiseste-a cxccssivamcutc proloug ad.r. '"Os elogios, mesmo quando merecid os, / Ja outros convir diz-los, :1~O a ns.Ainda mais: no quero que me cnvo lva.. iojcem luxos prprios de mulheres, nem I1l': acolhasprostrada e boquiaberta como me apare cespois no ests diante de algum ser CXl: Co ;no deves pr ressentimento em meu c.minhcornando-o com tapearias suntuosas.

    . Tais honrarias cabem s a divindades;:s~-rTI-ii.r: ri o -" OU pder 'pisar age.';:tapeies requintadossem .ilIS W S rcccios .. Deves hcnrarcmniirn..umhcrncn), n50 l llll deus.Tecidos luxuosos e tapetes simples

    990

    10::5

    10 ')

    10'

  • Desejas ser a vencedora no debate ?

    Agam mnon

    CLITEM NESTRA

    51 . :.:~i------------------------------ .,:~~r

    .... ~ : )j::~{t~

    ; :-~.:J > ~.> -:'j .:~ :.:' '' >;- ..:.... J...amb~ os fortes podem dar-se por vencidos ...'. ....;}/..~.~ : . ~~ . ! . : . " ,~ . . . . . .

    .': " r AGAMEMNON'1065

    C L!TEMNESTRA

    so COi ~IS diferentes desde o prprio nomec o dom do cu mais precioso j prudncia . .S feliz de Iate o homem cuja vidatranscorre at o fim serenamente prspera.Enquanto ,1.;Js im pensar terei ma l~ ' confiana .

    50 Orc':;:ia

    CLITEMNESTRA

    r {\ I~G (J..l.. li { I a. '/VI tO(Apontando CA SSANDR A, de p /lO carro atrs deAGAMEMNON.)

    Os Ii1 t U ~ propcsilos j:i foram revelados.

    C L!T~ !\IN ESTR.-\

    Juraste aos deuses, CIO perigo , ~ l r modesto?

    AGAM~MNON

    Se agi assim, moveu-me boa inspirao.

    CLITEMNESTRA

    Se vencedor, que pensas que Iar ia Priamo?

    1070

    .,

    Confia em mim e condescende na vitria !...

    AGAMEMNON

    Se pensas desse modo manda ento, depressa,'algum para tirar-me estas sandlias, servasda marcha de meus ps; durante meu trajeto'por cima deste rico adorno cor de prpurano v o olhar de algum dos deuses, ressentido,notar-mel do alto; no desejo vera runa desta casa pela vaidadede ter calcado sob os ps suntuosos panos.E basta quanto a isso.

    10S0

    10S5

    ! ":j. ::~t.i

    . ' ~:'~

    ..: :~~~" 'f~

    ..i,I .J yJ~

    . 1 .. r..... ~

    0, . ~ ..

    t090

    1095 \f.

    Cuida gentilm entedaquela jovem estrangeira no palci o;cs deuses todo-poderosos das alturasso mais benvolos com o vencedor magnnimo.

    . Ningum aceita o cativeiro de bom grado.J. mais formosa flor entre as troianas todas

    . faz parte de meu squito; foi um presenteoferecido por todos os meus guerrei ros,J que depois .de ouvir-te resolvi ced erR teu pedi?9.t,~g y, ~nttar em meu pal.cio

    l,is~do em prpura, se isso te conte nta.

    .........r. .... " "

    .~

    III

    : i :

    I':>I .: .: .i: ;...

    1075

    No deves, pcis, temer que os homens te censurem.

    Decerto marcharia sobre teus t.ij -ctcs.

  • -------_.._ -....._-----

    51 Orestia S3

    (AG.~M r..\fSON desce do carro e comea a caminhurso bre :l passadeira que as criadas ha viam colocad :no percurso desde o carro al os deg ra us d e ac esseao pc l cio. CUTE....fNESTRA segue-o juntame nte com . iscr icdus, Todos se p rosternam passagem do rei.A pQS ( i entrada de ACA}.{[MNON, de C U TEM N ESTfV, '.das ct icd .is, [ccham-sc as po rtas do palci o.CISSASDR.i permanece de p. imovel, absorta, no(urr o C:I! I (1 /1 (' cs tava .i

    in int erruptam ente a preciosa p rpuracom que se pod ero tingir outros tapetesd e que dispo mos , meu senhor, cm quantid ade ;pa l.ic ios no admitem vis limita es.Leria o fe rec ido em minhas longas precesmui tss imos es tofos para pr-te aos psse :l1C mandassem os orculos fata isem tua ausncia, quando de qua lque r manei rapedia a graa de te ver chegar com vida.Sa b ia cu que enqu anto h seivJ na raizrenascem folhas abundantes , que prote gema cas a da cancula orn SU3 sombra.Po r isso, qu~ol ta s para a intim idadedo lar, compar as -te ao retorno do veroe rn pleno inverno; nesses dias em que Zcusnos d.i o vinho fei to das uvas mais cidas,se o ar se torn a ame no rcpent ina menj

    ~ que o senho r, o tipo 3c:1 b:HJifdo iorncm",rc to rna e v Ii ndu rcrn os seus so frimentos .Zeus ' ZC llS pe rfe ito! Quero qJc perfaas hojeus meus tks gn ios! Cui da, cnto, com todo o empenhodn obra em curso se pretendes perfaz-Ia!

    C OR)

    Por que voltcja tant o esse terro rem torno de meu co rao pro f tico?Po r quc insiste assi m em vatic niosme u canto inevit.i ve l, espofirnc o?Por que no vem a desejada pazC,)!ll'orlad ora c no ocupa logoo tro no vacilante de meu nimo,! i v ranclo-o desse incx plicvc l pnico?.... : ' n ll o longo tem po em que 35 amarras

    1100

    ti '"IS

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    das naves se cobriam de poeiraDas vizinhanas da difcil Tria.Meus prprios olhos vem o regr essoe deles no iria duvid ar,mas inda assim minha lma em sob rcssa t ")e transbordante dessa inspirao,mesmo sem lira ent oa o hino lgubredas Frias vingadoras e descrda tranqilizadora expectativa.Motivos haver para que eu sintao cor ao a palpitar fren t ico,qu ase saltando , dcl irantcmcntc,no Deito onde h o ins tinto da j ustiac o "dom divino dos pressgios certos?Desejo que jamais se conc retize Ja minha de svaira da apree nso.

    . ' Sade exuberante no per duraindefinidamen te; uma doen a,vizinha atenta, aguarda s ua hora.Da mesma fOIi13 a fortuna dos home nsem sua marcha cega, incx orrivcl ,choca -se um dia contra ocul t:l rocha:somente se em manobra sbia um pouc:da carga preciosa posta fora:J nau salva, sal va- se uma parte(a casa no soo bra int eir amente,emb ora carregada de afli csj>.Os muitos ge ne rosos dons de ZcusC as seme ntei ras anuas sempre venceu-a fome; se, porm, o sangue negro- sinal vera z. de mo rte viole nta -um dia se derram a c molha n terra,nem mesmo ce m mag ia da mais fort epod er-se- a faz-l o rev erter .Comenta-se que em tem pos rC1wt\S~,ilJ , I IShavia quem ressuscitasse mortos:", r ,mas Zeus com seu poder exterminou -ode ixando os homens sem vs espe ran a:..Se a cada fado no comrupuscsscm"os deuses outro fado, o coraome obrigaria a se ' mais eloqente,pois ele ago ra freme ~ penumbra,amarg~rado, dcscspcran ado .

    I) .~ 5

    11~ o

    i [50

    I ivu

  • '- .-_._.-_._- --

    5': Ot cstia Agam mn on 55

    .',,.

    de ver surgi r na men te incendiadaq \i~:l .~u'.:r jJ:~: mais esclarec ida.

    (Reabre I SI: as portas do palcio; reapareceCUTEMS. :. ;T~~ que, dos degraus, se dirige aCs ssssn . ~. aind a im vel no carro.i

    1175como n dos brbaros, vou ten tarexpressar-med ~ acordo com seu nimo e a tornareicbediente aos mandamentos da razo. ... ; ' .:, ~. :,:> " " . ..... .

    (CASSANDIU continua silenciosa.)

    CORIFEU

    1200 '.c;..'-J .... ' ~: ';.:

    v.... m l\ )~~c i} ; l :~ : dent ro, tu t~ l'!h: n , Cassandra- ')f(k r.,), ~h): S:) !od')-p( :",j,.:ru~;( Zcus!1I 2n..1c IH t' co mpar tir : , ~ 1I1 m:i:! J I C se m rancora :gua p~:rifi'~ :It!{) r : 1 (k~ t.:J cas u,na q l ! :! I IU pode rs mora r em c.-n viv nc iacom muitos servo'), n50 longe j. ) alta r dos deuses,gu ardies fi is de nessas inc o r.tave is bens.

    (C. ... S SA!I ) '?A continu o imvel no carro.)

    No sejas orgulhosa! Desce j i

  • ._ - - - .------- --- _... -

    --._ - - - -- - - --- _.-......._..---------

    !IIIIIiiIII

    II

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    )

    57

    1250

    12. -15

    1240 .

    Agomm n on

    C ASSA ND RA

    CORIFEU

    CASSANDRA

    CASSANDR.A

    C ORIFE U

    Ai! Ai de mim! Que se r r l:p:l[ ~ l :tgnra ?Que inslitos, en ormes sofrimcntos.c en ormesm al es se tramam aqui:" ,insup ort veis para meus amigos?E como ainda est dista nte 3 ajuda ...:s ,

    CORIFEli

    tApontan d o t' olli.: d o [ixarn cn i r r , clui o, j

    Aqui cst: uma evidencia ttrica ~Crianas choram, os cutelos matam -na:c o prprio pai devora -lhe s as carnes!

    difundida a fama de teus vaticn ios,mas no necessitamos de qualq uer profeta.

    Essa estrangeira mais par ece um cio de ' : : l ~' aa farej ar ; ~ trilha hri de lev -Ia a mortes

    Sim, detestada pelos deuses, cmpli cede numerosas dec apita es,de fratricdios cstarrcccd orcs,cn sang cntado matad our o de homens :

    casa dos Atr idas; se no pe rce bes te ,/ hora de saber; e no dirs que minto.

    1?35

    122)

    , \ \

    ;-f ,\0...- ffOrl' -

    --tl Q.. ,C9fY-e..s a...J.. '1"\1 f\ V{VV\

    C.ASSA NDRA

    C ORI FEU

    C ORIF EU

    CASSANDRA

    CORIFEU

    (CASSANDRA desce do carro e, entre soluos. [ala emrum last imoso a principio e dep ois exaltado, como siestivesse em transe.)

    .::..F ASSANDRA/ I'

    Apol o! Apolo dos ca minhos ! Perco-me!Perd este-rnc, cruel, mais uma v e z! )~

    Ela parece adivinhar os prprios males; .. cer to que os cativos tm o dom proftico.

    Ai! Apolo! Apolo!

    1'\

    Por que invocas entre lgrimas Apolo?

    Ai! Apolo! Apolo!

    Invoca s outr a vcz., no mesmo tom sinistro,o deu s que nada tem a ver com pranto c dor.

    CORIFEU

    Eu, todavia, no me sinto exasperado,pois tenh o pena dela. Vai, desventurada!A pe ia deste carro ! Cede ao teu destino!Recebe pcla vez primeira o j ugo duro!

    C ASSANDRAC ORIF EU

    .-\r-J lo ! Apolo dos caminhos! Perco -m e!p n : onde me en cam in has? A que lar? >6

    N o decifrei as derradei ras p ~()k ci;I :-\,mas entend i 3 S express es inic iais.assunr o invari.ivc l de rod :\ :1 c idad v.

  • 5ll Or cstia Agammnon 59' .'

    o . ,..tr~,,;. ! . i,..,'....

    " ". : I

    0,~ .~

    .::.. ;~':,.

    . ': ,.'....;. ~ , :-~~

    CASSANDRA

    J! mais as profecias comunicammensagens agrad veis aos mortais;

  • : : '1' :.::-:. - - --- - - - . _ - o - - -f ._, .. ..-.. -..----.------ -----------.--- .. -.-------.-------- . l

    Orestia

    Por que a trilha de teus vaticn ios cheia de sinist ras prev ises?

    CASSANDRA

    Ah ' ... Bodas ... Bodas tr

  • 62

    C ASSAN D RA CASSANDRA

    Agamm non 6J

    A pe le, deus-profeta , deu - rue a sv a fora.

    COR/t EU

    CA SS AN[; R.:

    CO RlrEU

    Nos dias venturosos somos susceptveis .

    C.-\ SSr\NDRA

    No foi sc:n luta que me conqu istou o deusrcsfo lcg autc de inc on tido, ardc ue amor.

    COR1FEU

    Os ritos amorosos foram praticados?

    CASSANDRA

    No, muito embora '';U prometesse ao deus".

    C iUFEtJ

    C..1.S:~ .:. tI D ~.A

    V :lr.; ~ i : ! t:i :: Il! ' ':'..! ~ concidudos troianosu:; inales I~ ( k.-:J S~I\': ~ que cs ar -rinariam.

    F. 1I :~ 0 [ l' . perseguiu !i clera de Apolo?

    137.5

    1380

    1385

    I.:iII,

    . ;

    Depois que o enganei, fugindo a seus desejos,n.io mais se dava crdito a meus vaticnios.

    CORIFEU

    Mas tuas profecias j nos convenceram.CASSANDRA

    (Novamente agirada.)

    Ai! Ai de mim! Desgraa! Torna a .dominar-meo torvo turbilho dos mpetos profticosa.ucinando-me com seu refro horrvel!Estais tambm agora vendo junto portafrgeis figuras infantis fantasmagricasiguais a formas espectrais em pesadelos?Parecem criancinhas mortas por aquelesque deveriam dedicar-lhes todo o amor!.s mos repletas de sanguinolenta carne- da prpria carne (ai! confrangedora carga ...) -,er, tranhas, vsceras que um monstruoso paiousou. j nfame, aproximar de sua boca!Prevejo e vos declaro que um leo. covarde'?hi dentro premedita, no seu prprio leito,vingana insidiosa contra meu senhorque volta (ai de mim... terei de suportarpr-r toda a vida o jugo da subservincia ...).(I comandante de incontveis naus guerreiras,destruidor de lion, no percebe aindacs golpes assassinos que a cadela odiosas ordidamente lhe prepara, bajulando-o,cc/molngua hipcrita e contentamento falso- flagelo ~.ai~J.~o...com desgnios torpes~'JC o fadcinelut vcl torna realidade.

    J \ ud~ ia enorme! A fmea mata o prprio macho!A que bifronte monstro rcpugnante.vfb or" ."( :1] Cila moradora em rochedos ocultos", solao de infortunados marinheiros,irei pedir omais horripilante ~ome, .conforme a.essa me do inferno, furiosa,

    1390

    1395

    140:0.

    1405

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    14 15

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  • Orestia

    rc:'; folegando a destrui o de sua gente?E o grit o de triunfo da mai s que atrevida,como se fosse a vencedora de um combate!Fingindo jbil o diante do regresso!Se me do cr dito, ou se no, indiferente.Que importa? O que tiver de acon tece r vir .

    (D ir ig indo-se ao COR1FEU.)

    Tu mesm o, aqui presente, dentro de momentos,h.is de re conhe cer e 11 m im, horrorizad o,a profetisa verdadeira at demais!

    C ORIFE U

    Sei que falaste do banquete de T icstese estreme ci ouvi ndo a verdade total ;dom ina -me o terror que disfa r ar no posso ;mas quanto s outras aluses es tou em dvida ;no consegui acompanhar-te em teu caminho.

    CASSANDRA

    Veras - confirmo agora - a mo rte de Agammnon. .

    CORIFE U

    Ah ! In fc liz ' ... Ou fala bem, ou cerra os lbios!

    C.o\SSANDRA

    1.-:20

    14 25

    IB5

    ----r-.------.- --- --.- -- ..--- -_._--- 'II

    CAS SA NDR ':"

    Sm dvida te foge a minha profecia !

    CORI FEU

    Decert o; no perce bo planos criminosos .

    CASSANDRA

    Eu, todavia. falo bem a ln gua helni ca.

    C ORI FEU

    Tamb m a pitonisa, que ningum cnte nr ~ : .

    CASSA ND RA

    Ah! Quanto fogo (qu anto!) avana para mim!Meu Deus! Apolo Lcio ! Ai !... E eu ? E e : I: ~2Pois a leoa de dois ps, unida ao lobona ausncia do leo feroz, matar-me -.Ai! Infeliz de mim! Na taa de venenoque manipula j est fi minha parte,Com o prfido punhal que alia vai vingar-sedo esposo inerme apenas por me haver 'Jazidocom ele, misturada aos seus trofus de l:lIerra.Por que razo conservo ainda este meu cetroe em volta do pescoo este colar proftico'P?\Por que escarnecer agora de mim mesma?

    Ag amrnn on 6.5

    14-10

    144 5

    1-1:-0

    Y'1455

    No hri remdio para as minhas predies.

    C ORIFE U

    Se for des tino , mas desejo que no seja .

    C :\SS .-\NDRA

    Formul as rrl : cl ~ s ; outros cuid am de matar.

    C ORIITU

    Que homem se disp c a pra ticar o crime?

    (CASSANDRA par te (' cetro c arranca o colar de Sc' Upescoo.)

    Ao menos isso no me sob rev ive r !Desapaream ! Vingo-me dcspcda nndo-os'Sirvam a outros tais ins gnias, no a mir I!No estais vendo? Apolo me despoja hojede meu proftico aparato, agora int il;vestida nessas mesmas roupas, hum ilbr ::1 ,escarnecida por amigos c inimigosunnimes , igual a charla t se m rum osou maltr.u.ul qu.rl mcn.iign mal lr:q li I i I :E quantas o utras prova es j: su po rtei ..

  • .Agaml mnon (;j '

    ~ r ...

    . .~ . '.~~;/ ' :'.'

    1505

    l

    " , "

    CASSANDRA

    CORIFEU

    CASSANDRA

    CORlFEU

    . ..

    (CASSANDRAfaz. meno de entrar no palcio, masreeu'! com u~a expresso de horror.)

    -. : . "7 -~. : ~" ."' . . :, ." ",

    CASSANDRA

    CASSANDRA

    Mas um mrito enfrentar assim a morte.

    Que h? Por que recuas aterrorizada?

    Tais elogios no ouve quem feliz. ..

    Chegou a hora ... Lutas no me salYaro. :: ;: ~; :;. ) :.o ' \ ~~: ' , ' ~ ' ," ". .

    }~ corajosa! No te abate a desventura ., ~...

    1470

    1475

    1480

    1485

    1490

    A. morte ~ c desenlace a que o I ~ I :IIS profetadestina a profetisa que an tes in..pirou. .Em vez d~) il! tar de meu augu st pai, aguarda -meum \:ep:' de patbulo ~od') verme.hodo sangue oorbuihante de outrr S sacrif'icios.Mas no l',d morte sem '/il1P;:,nc 1 Jc aInum deus\"i ' "I" I' ' .... . '-'. g ~ .. .r.l .I: ,l . (.1 ~ m:lt:. 1~1!l 1.::ngado1" - o !10SS0 ~~ . _!I:;S( :~I) par.l exterminar :1 f) :-:~ . i 1 mec c (j ~, tl ~a r N:l() \ ' ( ' 1'\1 ;-; ~1!, ' ::( ' ;i Cl . .. ESLr:Il1.{:>' c I' .' (S ~ t .m oo) " I ( . t; t" ...t .) .j

    ',_: ' ., '1' ", C A SSANDRA

    Odor de sangue e morte sai dest e palcio! 1510.t . ,

    CUiU:: :':U

    Mas V;1!c muito, creio, a hora (:nrJc.k ira. 1500

    CORlFEUI

    So vtimas sacrificadas nos altares ':":.': r~ :. " ~ .':' ~ '.f .'~:-:',' : '~.

    :' ,

    : ..

    ~ ~ - : .~. ~ ;', .'

  • (CASSA I\'DRA encami nh a-se novamente para o palcio,mas (orna a recuar .)

    CORIFEU

    " 1 :

    ~-,"_---------_. _ --- ----_ . -_ . - ----- - . ._-.-...._.._--... ._-_.-

    C1\ SSANO RA

    Parecem as ex;:laes de sep ulturas !

    C ORI FEU

    N o sabes que em pal.icios h.i incensos s r ios?

    C.~SSA ND RA

    meu destin o ... Vou, ento, chorar l dentropor mi m, por Agarn~m-ll)!1 ... Basta desta vida!

    Ai, es trangei ros!... No recuo sem moti voscomo se fosse frgil pssaro medroso.Ape nas peo-vos que aps meu triste fimtestem unheis no dia prcdctcrminadoa mor te aqui por mim, mulhe r, de ou tra mulhere o mesmo fim de um homem para desa gravode outro homem morto :!gora pc. la prpri a esposa . es ta a minha spli ca na horaextrema.

    C ORI FEU

    Ah! In fc liz :... Lamento :1 sina que prev s...

    CASSANDRA

    meu desejo ainda declarar-vos algo .No vou agora comear um cant o fnebre;imploro ao Sol, dian te lksta luz morri a,qu e

  • /t '

    .'0 ' 1575

    70

    2Y ANCIAo

    Ajamos neste instan te! Ataqucr lOS agoracnqucnt algum empunha a I?S ')f- da ensangentada!

    11 U ANCIO. ' .

    Devemos ter certeza antes de revoltar-nos;conjecturar e ver so coisas diferentes.

    Agammnon 71

    3Q A ~ ~C!o,r..~. . 1C ~.~SL1 j l! s t4:I : ~~ll l ~ ~ miuha conv ic o ;Do IC !11l':: .crnpo PU3 vs diva-; ICS !

    12Q ANCIO

    Meu voto a favor desta ponderao;certifiquemo-nos da sorte de Agammnon.

    -. ',..

    .~I "' :1.... ., ".:~f."

    ~'". ~.-...:

    ..'

    4~ ANelA0

    Vejamos; pode ser apenas o prennciode planos que nos levaro tirania ...

    5

  • .:.12.:~:.... .:.'.:0:.

    ---- ----:"7:"- - - - - - - - - -

    72 Orestia

    depo is de dois gemidos imobilizaram -se.Embora o visse j tombado, inanimado,ainda o golpeei pela terceira vez,em oferenda ao grande Zcus das profunde zas,senhor ci os monos; est endido a li no ch o,3 vida se lhe foi no ltim o suspirocorta do po r go lfadas de sangue abunda ntequ e m e mo lhou com suas gotas cor de p rpura,m ai s agradrive is para mim que a prp ria chuvam anda da pelos deuses para a te rr a .iv idaDa poca em que as flores todas desabrocham.Argivos venerveis, tudo vos foi dito;se ainda tendes alegria, alegr ai -vos.Exulto com meu ato, se quereis saber,e se me parecesse at convenientenaquele instante derramar sobre o cad versagradas lib aes, seria muito ju sto,justssimo seria meu pro cedim ento;se este homem fez a taa transbo rda rdas maldies inumerve is desta casa, natural que a SOIV'a hoje de um s trago !

    CmFEU

    de pasmar essa lingua gem afr ontosa! --Vangl oriar-se de matar o prprio esposo !...

    CLrrEM NE5T RA

    ----------1"

    160(.

    1610

    1615

    tanta ousadia para t ~J1 deli toe para fazer frente ma ldiopronunciada pela gente ar g iva?Tu o traste, tu o golp east e!Senis banida, vive rs sem ~:rri:Lalv o do dio un.inimc do 1h.. ) \, ( 1!

    C LTE~. 1 [,;[ 3TR.-\

    Agora me condenam ao :1lJ1:li 2-0 cx lio.ao d io da CiJ:Hk, :1 rnuld i.io de: r i'.)V O,mas contra es te homem nada foi r:ll:td u.No enta nto ele, sem escrpulos, sem dindiferentemente, co mo se lidassecom algu; . aciona! (c havia numeroso:em seus trcl oso , cuida dssim os rebanhos) ,sacrificou a sua prpria filha - e minh a - ,a ma is querida que 53 iu deste meu ventre,apenas para bajular os ventos tr.i cios !

    . No era esse pai cruel quem me reciater sido desterrado, exp ul so deste so loem reuibuio ao crime inornin .ivc l?Comigo sois severos; quero prevenir-vosdiante das presentes ame a as vossas :se fordes vencedores no hes itareiem submeter-me humildemente S vossas mos.Mas se o contrri o for mand ado pelos C LUSCSembora tarde aprende reis a se r prude nte: !

    73

    1635

    i-!O

    :~5

    1650

    1655

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    Preten des por prova os sentime ntos me uscom o se eu fosse uma mul her desa tinada;cs to u ra Ia ndo

  • ". .~

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    A.r;am imn nn 77

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    ISo{)

    1795

    l 711 5

    1805

    Ou tu, que assassina ste o pr prio csp o.tu o fars . ter s o atre vimentode completa r entre muit os sol l1 l.;n:;o teu nefando, abornimi vc l crimeCOI!1 a los de Iillgida pi e e l:t d \'~endere ados :1 0 cspc ..tro deir .com a inteno agor a mauifcstade minorar esta injust ia enorme"E quem h de fazer- lhe nt:....;t:\ horau111 c log ia fncbrc adequado,ch orando o grande heri com fi Ct:; s I::~ ri m :l."c o corao sin ccraui cn tc triste?

    Tendo sofrido pelo mal causuclo minha filha e dele - Li Jfigniat o infel iz - (tal feito, tal ca stigo),niio 11:1 e ter m otivos l.i Ih) Had es:")par jactar-s', digo sem re mor so :tomban o morr o sob a t: sp:te!:l :q; udaele pagou pelo que fez primeiro :

    N e n h um de st e s cu id .ul o s te corn p(:[c .

    CORO

    No posso mai s guiar meu s pcnsamcnt . oi :no sei sequer qual ser meu cam inhoao ve r desmoronar-se este pal cio.Domina-me desmesurado med o rda chuva prx irna de sangue hum ano?'que j abala as bases dest a casa;

    I e no se trata mais de simp les got:1S!\ J o dest ino as armas da justjsa .\afia para nova .pni~r.._.~ : Ah!Tcrri !'"T 'r !l u'-n:io me tragasteap enas par a que ' visse este corp ojazendo neste rctro astcirobordado de ornamentos prateados !Q uem h de conduzi-lo sepultura?Quem cantar os hinos lamen tosos?

    1 1ii!

    176{'1

    1755

    :,70

    17 t i

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    76 Orestia

    C LrrEM NE5T R.-\

    COR O

    CU:E:-' INESTR.\

    No cons idero inglria seu destino;no trouxe ele p:Ha sua casa.I :1:0 rl t: insidios. i:lll'~lcil l : ' , 7

    dcloros ver-te assin cad oem leito' nb ,traioeiramenteferido por pada de dois gumesbrandida pela mo da prpri a esposa!

    Q ue testemunho iras oferecerde que estas inocente deste crime?De que maneira ? Sim! De que maneira ?Mas pode a maldio de antigas eraster sido rc > te a tua cmplice.Se o egro Ares az correr o sangue para q . sua sej a feitas inocentes peque ninas vtimasoutrora devora das aos pedaos,Meu rei ! Meu rei: Como chorar por ti?Que te dir [!lCU corao amigo?O corpo envolto n:1 teia de uranh,exalas o suspi ro derradeirocolhido por impiedosa morte: doloroso ver -te assim ca doem leit o ignbil, tra iceiramcntcferid o por espada de dois gumesb ran di da pela mo ia prpria esposa:

    Ousais en to dizer que este feitosoment e a mim se h de atribui r?No deveis mesmo acreditar que eu sejaa esposa de Agammnon; Sob a formada companheira deste homem morto

    ~. verdade o gnio vingadoracerbo c antiq ssimo de ALTe u,Iitrio cruel, que se quit oudo sacrifcio mp io de criana sao imolar agora este guerreiro .

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    1865

    1870

    1860

    1875

    1850

    ; ' ... ..

    Agammnon , 79

    I1 , J) (aLI" ";'-1' (O. .

    (D irig indo-se ao C ORlFEU.)

    vigiam l do alto os crimes cn na terra. ', pois neste instante para mcu contentamento.~. ~ Lviso esta criaturq morta, o corpo envolto ..' flum vu tecido pelas Frias vingadoras, ,.. - . .

    pagando plenamente os crimes de seu paLr

  • --- ------------- -.:..:...::...-

    i 01 0'

    ,/ 81Agamemn on

    r~..:.;.;.A"'4.~""'.-.~ -.--,,, ~- -- ~-._-,.~~ --.._ .~. _ , _ ~ , __ " ~j

    li!

    ~ l~I

    ~~ ."

    . ~.;

    CORIFE

    com a sedu o de SU:1 voz irr cs ixuvr l,a lua vocifcrno l e pcrdr r.i.Logo hs de ver -te dom inad o, pc la rU j" (; : !~188(

    c em bora me encontrasse longe de Agam mnonfoi -me poss vel finalmente extermina -lo,tecendo a trama toda que o levou morte,Nest e mom ento, at morrer seria bom,pois o cas tigo o envolveu em suas malhas!

    ,/ '\.. 80 Orest ia

    \ J

    C ORIFEU

    Detesto, Egi sto, o atrevimento dos perversos!Afirmas que, por tua deliberao,extermi naste este homem amaste so crime depl orvel e te fanas ele!Pois bem: garanto que na ora do castigotua cabea no escapar :10 diodo pov o e tu se rs maldito, apedrejado!

    EGISTO

    No reconheces teu lugar inferiore ousas apresentar-te desta forma inslitaaos det entores do poder, a teus senhores?s velho mas sem pre tempo de aprendera falta que ainda te faz a preca uo ,

    _ Grilhes e fome so dois mdicos magnficos---o..e podem conseguir a cura at de velhos.

    Se no enxergas isso , para 9 olhos?'-1am is invisiascbtras gwI1iocs fi nste,

    poi s do contr:irio hs de so rcr a ca da embate,

    C ORIFEU

    Mulher! Tu s mulher, tu, que permanecesterefest elado em casa, apenas esperandoos hom ens emp enhados em combates rdu os!En qu anto deso nravas um leito de heri ,cova rdemente med itavas o assass n iode ,um co rajoso co mandante de gue rreiros !

    EG ISTO

    Ma is Ligrimas faro brotar tuas pa lavras !A vo z de Orfcu n o era em nada igual tua:enqua nto aque le subjugava os se res todos

    Ij" ..-, .:" ,/ j .-

    t88 j

    18Q5

    1,/ .1\

    'lo , 'I i

    . ;

    Procedes como se pude sses vir a Se;!,O rei da numerosa e bra va gente argiv 3,tu, que tramaste apena s, tu, qu e no () U~:: .> t~:cxeclltar co .~

    EGISTO

    Por sermos inimigos eu era suspeite :s a mulher havia de engana -lo, b vio.Agora, com seus preciosos bens, j3 possotentar sem mais demora dom inar o povc ;os insubmissos ao inevitvel jugosero todos dobrados implacavelm entee no tero o tratamento cuida dosooferecido aos potr os de primcirn linha:h o de dom -los 3 S trevas c :l fome :1ma i : :l ~ .

    C ORIFE U

    Por que, ento, vencendo tua covard ia,no mata st e o her i com tU3S prprias :< ():-; :Por que deixaste uma mulher :1 ~~ :\s:sin :; - o.

    . Flagelo de nOSS3 cidad .. c de :-:l' \J~ i.ku:,\':; .' 7"A I I P . O . r,..-... . 11. raza aos CClIS que res te:' \' L'j:! :\.r11 :1:1 \11.e vai te, conduzido rx: los Lld cs bons. ./e d a esses dois a m o rt e nl L i t' ,- i d :I : .. .

    E GIST "';.: C Pif ' r~; Q~Y.Ljj~(k v Q... (. -1'0.. / /

    Se pensas que tolerarei illdcCir,ij: !11 ': :]:' \'C; k\1~ ins ultosenganas-te! Avante, meus SD;l:.lJ ll:i~ .-\ :.1rda n.lo find ou '

    C OK1 FEt)

    191 5

    i 920

    ,/

    / 1925

    iiI

    f

    IiJjiIIIII

    I1".,

    ~,.~,J~:1

  • Tambm a minha m30 est em gl ~.'rda ! No rece io a prpria morte!

    82 Or est ia

    :EG ISTO

    1935

    Agammno/'l

    EGISTO

    Sei bem que os exilados se alime ntam de esperanas ilusrias.

    83

    CORlFEUC ORIFEU

    Morrer agora te parece natur al t ~ isso bom augrio!

    (Os anci os, soltando os bastes, empunham asespadas qv.e traziam na cintura.)

    CLITE\i NESTRA

    (D riginao-se primeiro a EGISTO e depois aosancios.;

    ,,'-1

    d f dos crimes IProssegue! Adorna com sarcasmo, enquanto po es, teus ne an .

    EGISTO

    Sers sem falta castigado pelas insolncias ora ditas!

    CORlFEU

    '. '

    , 1955No, por favor, amado meu! No desencadeemos mais desastres!So excessivas as desgraas ocorridas (dOIOrosa~)Estamos fartos de aflies. J casta o muito sangue erramado.Ilustres ancios! Deveis agora :cromar aos vossos lares; 1940deveis curvar-vos antes que vos cheg uem males novos e maiores.Era fatal o que fizemos; aceitemos resignadamenteas muitas atribulaes passadas, golpes quase insuportveisque algum esprit o funesto desferiu, seguidos, sobre ns.Palavras de mulher tam b m sc dignas de ateno; ouvi-as, pois! 1945

    EG lST O

    Mas eles continusro lan ando contra mim palavras sperasc vomitando imprecaes que 1 s traro maiores sofrimentos.Perderam :.J medida da pru dnc. e mes mo ultrajam seus senhores!

    CO Rli:EU

    Ostenta fora alheia, galo presunoso perto da galinha!i .

    CLITEMNESTRA

    (Dirigindo-se a EGISTO e le\."Clndo-opara o paIJcio.)

    No ds valor a ,ta is latidos. Eu e tu, senhores do palcio,teremos O poder bastante para pr em ordem tudo e todos.

    FIM

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    Verei chcgar em breve o dia dv vingar-me deste atrevimento!

    N:i0 d:, natureza dos argivos

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    ular os homens vis!

    1950

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  • 86 Orestia

    49. No original, Loxlas: epteto de Apolo, significando "oblquo", alusivo obscuridade de seus orculos.50. Aluso a Egisto.51. Cila: monstro marinho famoso na mitologia grega.52. Lcio: epteto de Apolo (literalmente: matador de lobos).53. Insgnias da condio de profetisa.533. Aluso a Orestes. "Nosso": de Cassandra e de Agamrnnon. Veja-se a nota22.54. A repetio "mortos", 'morrer", "mortes" est no original. Veja-se anotn 37.55. A mudana de metro, no original, procura acentuar a modificao dos senti-mentos dos ancios do coro ante a consumao do crime. Logo depois retomadoo metro anterior.56. Criscida era uma escrava troiana que Agamrnnon mantinha em sua tendadurante o cerco de Tria. Clitemnestra generaliza, falando no plural, para enfatizara infidelidade de Agammnon. .57. "Muitas", "muitas": vejam-se as notas 37 e 54.58. Descendentes de Tntalo: Agammnon e Menelau eram bisnetos de Tntalo.59. Tentativa de traduo do jogo de palavras no original tkratos... kratynelsy.60. Hades: morada dos mortos. .61. Aluso futura morte de Cliternnestra e de Egisto nas mos de Orestes, nasCoeforas.62. Aqueronte: veja-se a nota 45.63. Neste trecho h trs jogos de palavras (versos 1813-1815 e 1816-1817), quese tenta conservar na traduo: "baixeza... baixezas"; " levado... quem querlevar"; "mandar... mandamento".63a. Plistenidas: descendentes de Plistenes, filho de Plops e de Hipodmia eportanto irmo de Atreu e de Tiestes,64. A partir daqui a mudana de metro procura acentuar a crescente exaltao dospersonagens.

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    COFORAS

    87

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    C EN AR JOAo fundo v-se o palcio do fin ado Ag am em no n, co mtrs portas, sendo uma delas elo gi ncc cu. No centr oda cena est o tmulo "Je Ag amemn on. ORE S TE S ePILADES entr am em cena juntos.

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    (OREST f S corta uma mcclia de: ~: t' :JS cabelos e a pcsobre o tmulo. ]

    r{\ Q' O) f)~ ) ' / JDesejo consagrar a nacdYesra mecha ~ ~!:/PN "

    ..,.- .....s~ c " I ""' I -v Iv Lode meus cabelos, pois ele cuidou de mimem minha infncia; esta segunda mecha, pa i, 10deponho aqui como demonstrao de luto ...No estive presente para lamentara tua morte; no ergui as minhas mosna hora em que teu corpo foi POSlO no tmulo ,..

    poca da a o : idade herica da Grcia (cerca de 1200 a.C .).Local: Argos, na Gr cia.Prim cira representao: 458 a .C ., em Atenas.

    PERSONAGENS

    ORESTES, filh o de Agam rnnon e de ClitemnestraCORO, composto de escrava sE LEcrRA , irm de Orest esC LITEM NEST RA" viva de Aga rn mno n e amante de EgistoE SC RA VOAMAP LAD ES, am igo insc pardvcl de OrestesE GI STO, am ante de Cliternnes tra

    ORESTES l

    -1- v

  • (ORESTES e PIV.DES escondem-se: entra o COROcomposto de escravas, com ELECTlu . frente .) ,

    90 Orestia

    a meu finado pai, dessas que se destinam8 consolar os mortos? No outra coisapois j percebo Electra, minha irm querida,marchando sob o peso de uma dor amarga.Ah! ZeuS!4 Conc ede -me a ve ntura de vingara morte de meu pa i! Tra ze-me a tua ajuda!

    (Dirigi ndo-se a PlLADES.)

    Tratemos (te ocultar-nos por enquanto, Pfladcs;quero saber exatamente o que pretendemestas mulheres nesse ritual funreo.

    CORO r Ca ~,R 05 - llS1Mandaram-nos sair l do palcio

    , para trazer as oferendas fnebrescom nossas mos em movimentos rpidos.Em nosso rosto h marcas cor de sangue,sulcos feitos por nossas prprias unhas,pois nossos coraes todos os diasnutrem-se apenas de muitos gemidos;fazendo soluar o prprio linhode nossas roupas, a dor desgastouos vus dobrados sobre nossos peitosagitados por males incontveisqu e afastam o riso de nossas faces.Numa linguagem ntida que erianossos cabelos, a fora profticacheia de inspirao nos vem falarpela vo z inequvoca dos so nhosnesta morada, exalando vinganaem pleno sono, do fundo da noite,no centro do palcio, proferindonum espantoso grito o santo orculoque Vem cuir com seli iIIICuso peso -nos quartos ond e vivem as mulh eres.

    ,.. Os argutos intrpretes de sonhos,elucidando a vontade dos cus,inspirados po r um sopro divino

    ) (

    Coforas 91

    declaram que o defunto sob 'a terra ~.5externa sem cessar sua amargura

    . ;' e a clera contra seus assassinos.'" Pretendendo com este agrado ingrato'

    25 livrar-se da iminente punio,ela nos manda agora at aqui 60- ah! terra me! -, essa mulher sacnlega!Mas temos medo de pro nunciaras palavras que ela mandou dizer.De fato, que reparao existe para o sangue cado sobre a terra? \~ 65Ah! Lar extremamente infortunado!Ah! Casa totalmente aniquilada!As trevas fechadas ao prprio sole detestadas pelos homens, cobrem

    I~ todo o palcio do rei que morreu. 70..J A majestade antiga, resistente,invicta, inatacvel, que existia

    30 na alma e nos ouvidos deste povoagora Se desfaz; mas h temor!Para os mortais o sucesso um deus 7~e mais que um deus; entretanto a balanada justia serena est atenta

    35 e colhe alguns em plena luz, a outrosleva mais tarde sofrimento intenso 'e a noite interminvel ceifa muitos~ Vvtol 80Quando o sangue sorvido pela terra

    /1 : nutriz de todos, at satura-la, '}Qju',

  • 92 Orestla Coeforas 93

    (Aps alguns momentos de silncio ELECTRA dirige-seao CORO.)

    lan aram a noj enta servidosobre a nossa cidade (eles tiraram -nosde n OS&1 S casas para a escravido) - ,somente cabe-nos, a contragosto,conter o nosso dio mai s amargoe subme te r- nos a todas as ordens ,justas ou injustas, de nossos senhores,mas sob os nossos vus sentimos muitoos duros golpes do destino cegoque vitimaram nosso rei - coitado! - ,e o lut o que temos de disfar arfaz -nos sentir o corao gela do.

    ELECTRA

    Criadas desta casa, que devidamentecuidais dos afazeres de todos os dias,j que viestes caminhando a t aquicomigo para perfazermos em conjuntoos ritos\pr0elcl~) dai-me agoravossos conselhos quanto ao que tem de ser feito.Que deverei dizer quando for derramarestas funreas oferendas? Como achar,neste momento repleto de hesitaes,palavras agradveis? Como anunciara prece a meu querido pai? Direi apenasque sou a portadora destas homenagensa um esposo amado de uma esposa amante- de minha me? No estou convencida disto,nem sei o que irei falar ao espargiras libaes sobre o sCI~ulcro de meu pai.Ou devere i fazer a'locuo que os homens

    f ' di .-l' hcostumam pro enr, izen 0-1 e somenteque retri bua o gesto de quem as enviacom m ales comparveis s calamidadesinornin veis que ela lhe proporcionou?Ou em sil ncio e humilhada, como estavameu pa i quando o mataram, devo derramarde um a s ve z as libaes para que a terrapo ss a beb- las , e revertendo meus pa ssos

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    100

    lOS

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    . 125

    130

    voltar ao palcio real corno quem chegadepois de ver sua oferenda recusada,jogando para trs o vaso sem olh -lo?Compartilhai comigo vossos bons conselhos,pois vs tambm sentis comigo o imenso diocomum a todas ns no lar que era do rei.No deveis ocultar apenas por temoros vossos seu timentos; a hora fatalh de chegar tanto para as pessoas livrescomo para qu em foi um dia escravizadopelas mos poderosas de quaisquer senhores.

    (Dir ig ind o-se ao C ORlFE U. )

    Fala, se tuas sugestes forem melhores!

    CORIFEU

    Em reverncia sepultura de teu pai,como diante de um altar, direi agorameus pensamentos mais recnditos, se ordenas .

    ELECTRA

    Fala em respeito sepultura de meu pai!

    CORlFEU

    Na mesma hora de espargir as libaes,dize palavras agradveis aos amigos.

    ELECTRA

    E quem, entre os parentes,