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arcadi volodos © marco borggreve 12 + 13 Maio 2016 quinta, 21:00h / sexta, 19:00h Grande Auditório Orquestra Gulbenkian Lawrence Foster Arcadi Volodos 13 Maio 2016 sexta, 21:30h Grande Auditório Solistas da Orquestra Gulbenkian

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quinta, 21:00h / sexta, 19:00hGrande Auditório

Orquestra GulbenkianLawrence FosterArcadi Volodos

13 Maio 2016sexta, 21:30h — Grande Auditório

Solistas da Orquestra Gulbenkian

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GULBENKIAN.PT/MUSICA

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quinta 12 Maio 201621:00h — Grande Auditório

sexta 13 Maio 201619:00h — Grande Auditório

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Orquestra GulbenkianLawrence Foster maestroArcadi Volodos piano

Bruno MantovaniFinale

Ludwig van Beethoven Concerto para Piano e Orquestra n.º 3,em Dó menor, op. 37

Allegro con brioLargoRondo: Allegro – Presto

intervalo

Edward Elgar Variações Enigma, op. 36

Tema: AndanteVariação I: L'istesso tempo "C.A.E."Variação II: Allegro "H.D.S-P."Variação III: Allegretto "R.B.T."Variação IV: Allegro di molto "W.M.B."Variação V: Moderato "R.P.A."Variação VI: Andantino "Ysobel"Variação VII: Presto "Troyte"Variação VIII: Allegretto "W.N."Variação IX: Adagio "Nimrod"Variação X: Intermezzo: Allegretto "Dorabella"Variação XI: Allegro di molto "G.R.S."Variação XII: Andante "B.G.N."Variação XIII: Romanza: Moderato "* * *"Variação XIV. Finale: Allegro "E.D.U."

Duração total prevista: c. 1h 45 min.Intervalo de 20’

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sexta 13 Maio 201621:30h — Grande Auditório

Solistas da Orquestra GulbenkianErik Heide violino

Jordi Rodríguez violino

Lu Zheng viola

Leonor Braga Santos viola

Marco Pereira violoncelo

Martin Henneken violoncelo

Pedro Vares de Azevedo contrabaixo

Wolfgang Amadeus MozartQuinteto para Cordas n.º 2,em Dó menor, K. 406

AllegroAndanteMenuetto in canoneAllegro

Arnold SchönbergNoite Transfigurada, op. 4

Grave – Molto rallentando – Pesante – Adagio – Adagio

Duração total prevista: c. 55’Concerto sem intervalo

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Bruno Mantovanichâtillon-sous-bagneux, 8 de outubro de 1974

Bruno Mantovani tem obtido algum destaque no seio da mais recente geração de compositores. Admitido no Conservatório Nacional Superior de Música de Paris em 1993, aí concluiu os seus estudos com primeiros prémios em análise, estética, orquestração, composição e história da música. Paralelamente a um Mestrado em Musicologia na Universidade de Rouen, estudou ainda composição e informática musical no IRCAM, entre 1998 e 1999. Desde então, tem construído uma bem-sucedida carreira internacional: foram vários os prémios obtidos em concursos de composição, bem como as distinções concedidas a gravações de obras suas. A sua música tem sido interpretada em algumas das principais salas da Europa e dos Estados Unidos da América. Convidado frequentemente como compositor residente por festivais em França e Itália, tem colaborado com alguns dos músicos mais prestigiados da atualidade, bem como explorado as ligações da música com outras expressões artísticas, colaborando com romancistas, libretistas, coreógrafos e cineastas de renome. Em 2007,os dois principais concursos europeus de

direção de orquestra solicitaram-lhe obras originais para as respetivas fases finais. Desde o início, Mantovani procurou concebê-las, por um lado, como obras bastante diferentes, e por outro, como os pilares de um futuro ciclo. Assim, se numa delas, Time stretch (on Gesualdo), encomendada pelo Concurso Mahler, decidiu evocar as harmonias cromáticas do compositor renascentista, na outra, Finale, encomendada pelo 50.º Concurso Internacional de Besançon, procurou compor sem partir de nenhuma referência prévia. Numa secção introdutória, que decorre num ambiente quase pastoral, a primeira flauta assume um papel destacado, apresentando um conjunto de motivos recorrentes. A peça é estruturada numa forma bastante livre e rapsódica, baseando-se no contraste entre momentos de caráter estático e tranquilo (em que a flauta está novamente em evidência) e momentos altamente energéticos e desenvolvidos (fabricados pelo tutti). Trata-se de uma obra que corresponde à intenção do autor de criar um sentimento jubilatório e uma impressão de resolução para o ciclo ainda em construção.

Finale

composição: 2007estreia: besançon, 22 de setembro de 2007duração: c. 15’

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Ludwig van Beethovenbona, 16 (ou 17) de dezembro de 1770viena, 26 de março de 1827

A obra de Ludwig van Beethoven tem sido consensualmente dividida em três grandes períodos criativos. Assim, depois da fase de juventude passada em Bona, o compositor viveu um primeiro período em Viena (1793-1802) no qual demonstrou o seu domínio da tradição clássica herdada de Mozart e Haydn, afirmando a sua individualidade nesse contexto. De facto, as obras desta fase, que se destacam já pela qualidade intelectual do material musical, demonstram como Beethoven procurou adaptar-se aos padrões do gosto vienense, revelando igualmente, desde cedo, a sua propensão para a ambiçãoao nível da forma e do discurso musical.No início do novo século, alcançada já a afirmação enquanto virtuoso e professor no meio aristocrático vienense, Beethoven embarcava na composição de uma série de obras em larga escala, as quais se destacam na sua produção no período entre 1800e 1802; um conjunto de peças ambiciosase experimentais que anunciam já o novo“ideal sinfónico” que marcaria o seu estilono período seguinte (c. 1803-1812).O Concerto para Piano e Orquestra n.º 3, em Dó menor, op. 37, cujos primeiros esboços parecem datar ainda de 1796, foi trabalhado em 1799-1800, altura em que o primeiro

andamento ficou essencialmente concluído. No entanto, o compositor regressaria à obra apenas em 1802, concluindo-a no ano seguinte. A sua estreia, tal como a da Sinfonia n.º 2, ocorreu em Viena em abril de 1803, com o próprio autor ao piano, num concerto cujo programa incluía ainda a Sinfonia n.º 1, op. 21, e a oratória Cristo no Monte das Oliveiras, op. 85. O concerto seria publicado logo em 1804, mas só em 1809 o compositor acrescentaria a sua cadência para o andamento inicial.Tal como é possível observar em várias das obras que antecederam o Concerto op. 37 no catálogo do compositor, também no caso presente é possível falar de uma relação particular com o modelo de Mozart. De facto, são vários os detalhes que este concerto partilha com o Concerto n.º 24, em Dó menor, K. 491, de Mozart, composto em 1786, mas publicado apenas em 1800. Porém, não se trata da simples emulação de um modelo: Beethoven não só lhe presta o seu tributo, como também procura transcendê-lo, imprimindo a sua marca pessoal em vários aspetos do discurso musical e acabando por produzir uma obra que concilia as suas raízes no século findo com o caráter pioneiro para o século que se iniciava. Esta é, além do mais, uma obra cuja escrita pianística

Concerto para Piano e Orquestra n.º 3, em Dó menor, op. 37

composição: 1799-1803estreia: viena, 5 de abril de 1803duração: c. 35’

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procura explorar as mais recentes inovações tecnológicas que por essa altura eram introduzidas no piano, como por exemplo as novas teclas que alargavam o âmbito anteriormente restrito a cinco oitavas.O primeiro andamento abre com a apresentação pelas cordas de um tema sóbrio e conciso (claramente reminiscente do congénere mozartiano), desenvolvido de forma apaixonada por toda a orquestra, até que os violinos apresentam um segundo tema contrastante, em Mi bemol maior, uma melodia cuja graciosidade é intensificada pela elegância dos clarinetes. Anunciando-se com dramatismo, com escalas ascendentes e oitavas paralelas, o solista dá início a uma segunda exposição em que é protagonista. Depois de uma secção de desenvolvimento que decorre nas linhas gerais do concerto clássico, a orquestra reafirma o tema principal em fortissimo. O segundo tema surge agora em Dó maior e uma cadência tempestuosa conduz a um encerramento dramático. O Largo que se segue, em Mi maior – tonalidade inesperada e arrojada para um

concerto em Dó menor – é um andamento lírico e expansivo em que o piano canta com nobreza. Para a sua atmosfera tranquila contribui grandemente a orquestração imaginativa, patente por exemplo no dueto central entre a flauta e o fagote, sobre os pizzicati das cordas e os harpejos do piano.Por fim, o Rondo: Allegro, pleno de travessuras e bom humor, rompe em Dó menor com um tema agitado, de sabor cigano, no piano a solo. Num radioso interlúdio contrastante, em Lá bemol maior, é apresentado um segundo tema, dolce, motivicamente derivado do primeiro. Partindo de Fá menor, a orquestra explora o tema do rondó em estilo fugado, desembocando surpreendentemente num novo e breve episódio lírico, agora em Mi maior, baseado no segundo tema. Como regresso do tema principal, em Dó menor, primeiro no solista e depois no tutti, a música caminha para um ponto culminante em Dó maior, momento em que uma breve cadência dá lugar a uma espirituosa coda que, com os seus toques humorísticos e levianos, encerra o concerto de modo vertiginoso e triunfante.

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Edward Elgarbroadheath, 2 de junho de 1857worcester, 23 de fevereiro de 1934

Edward Elgar destacou-se no panorama da música britânica do seu tempo pela sua singularidade estilística. Autodidata de formação, desenvolveu os seus recursos enquanto compositor a partir do estudo que efetuou dos modelos germânicos de Schumann, Brahms e Wagner, bem como de compositores franceses do século XIX como Berlioz, Massenet, Saint-Saëns e Delibes, salientando-se em particular o contributo que forneceu para a literatura sinfónica. Depois do sucesso limitado obtido com diversas produções, as Variações Enigma, op. 36, compostas entre 1898-99 e estreadas em Londres sob a direção de Hans Richter, constituíram um marco na sua carreira, tendo não só inaugurado a sua fase mais produtiva (especialmente no domínio da música orquestral), mas também lançado o estabelecimento da sua reputação internacional.Trata-se de uma obra concebida enquanto série de variações sobre um tema original, sendo que cada variação é, por sua vez, concebida enquanto um retrato musical de alguma individualidade do seu grupo de amigos. Numa primeira secção, em Sol menor,

é apresentado um tema introspetivo, baseado num motivo cujo perfil melódico corresponde à entoação do nome do próprio compositor. Após um momento mais fluente e luminoso, em modo maior, regressa a atmosfera emocionalmente mais densa.As variações que se seguem – prefaciadas na partitura pelas iniciais, nome ou alcunha da individualidade a que se referem – exploram diferentes elementos melódicos, harmónicos e rítmicos do tema apresentado, procurando descrever o sujeito em causa em dois níveis: por um lado, transmitindo uma impressão geral da sua personalidade, e por outro, evocando algum evento ou característica específica. Destacam-se particularmente a Variação I, “C.A.E.”, dedicada à esposa de Elgar (Alice), que explora delicadamente um fragmento melódico de quatro notas, bem como a Variação IX, “Nimrod”, dedicadaao amigo August Jaeger, que o apoiavanos frequentes períodos de depressão.A Variação XIV constitui um magnífico finale sinfónico em que o compositor expõe o seu lado assertivo e confiante – incluindo, aliás, citações de Alice e Nimrod – encerrandoa obra de modo brilhante e esplendoroso.

notas de luís miguel santos

Variações Enigma, op. 36

composição: 1898-99estreia: londres, 18 de junho de 1899duração: c. 30’

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WolfgangAmadeus Mozartsalzburgo, 27 de janeiro de 1756viena, 5 de dezembro de 1791

A produção de música de câmara de W. A. Mozart constitui um marco incontornável na música do período clássico. Dos quartetos para cordas aos trios com piano, passando pelos quintetos para cordas, todas estas obras espelham a capacidade invulgar de Mozart para explorar as possibilidades expressivas da música de câmara. No que respeita aos quintetos para cordas, compôs um total de seis, com a configuração instrumental de dois violinos, duas violas e um violoncelo.O Quinteto para Cordas n.º 2, em Dó menor, K. 406, resulta de uma transcrição da Serenade K. 388, para instrumentos de sopro, que compusera em 1782, pouco depois de concluir O rapto do serralho, K. 384. Em 1787, Mozart vivia um importante momento da sua carreira como compositor, visitando Praga duas vezes para a estreia da sua Sinfonia “Praga” e da ópera Don Giovanni, obras que tiveram grande aceitação e sucesso. É neste período de maior visibilidade que se dedica ao Quinteto K. 406, procurando preservar as texturas instrumentais e o ambiente característico de outras obras de música de câmara deste período. O primeiro andamento

inicia-se com um tema ascendente com base no acorde de Dó menor, com um caráter sério e com algum pathos, contrastando com o segundo tema, em modo maior, uma melodia apresentada pelo primeiro violino e depois pela viola. No desenvolvimento, as violas e o violoncelo assumem maior destaque, com maior cumplicidade. O Andante abre com uma melodia doce no primeiro violino, à qual se junta depois o segundo violino, surgindo de seguida novo material temático, mantendo sempre o caráter inicial que privilegia a melodia acompanhada.No terceiro andamento, um Menuetto in canone, Mozart faz uso da técnica imitativa, usando temas fortes, com destaque para os violinos e violoncelo. De modo particular, na secção Trio, o cânone utiliza o tema invertido, em modo maior. No Allegro final surge o tema no primeiro violino, fortemente rítmico, seguindo-se um conjunto de variações sobre esse tema, com recurso a ritmos sincopados, pergunta e resposta entre os instrumentose secções mais sérias, homofónicas e solenes. O andamento termina com o tema inicialde modo alegre e quase festivo, agora emDó maior.

pedro russo moreira

Quinteto para Cordas n.º 2,em Dó menor, K. 406

composição: 1787-88duração: c. 23’

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Arnold Schönbergviena, 13 de setembro de 1874los angeles, 13 de julho de 1951

Arnold Schönberg tinha 25 anos quando compôs Noite Transfigurada (Verklärte Nacht) op. 4, a sua primeira obra instrumental importante, inserida ainda na estética do romantismo tardio. Apesar de ser associado à música “moderna”, ao atonalismo e ao dodecafonismo, Schönberg continuava o caminho de Wagner e seus contemporâneos e foi também seguindo esse rumo que estabeleceu novas linguagens no século XX. Na estreia de Noite Transfigurada, em 1902, o público vienense, conservador, ficou perturbado e só serenou quando ouviu o Quinteto em Fá maior de Brahms, que também fazia parte do programa. Foi dito que a música continha um acorde “não existente”, que a harmonia soava “como se alguém tivesse manchado a partitura de Tristão e Isolda enquanto a tinta ainda estava fresca”.A versão inicial da obra foi escrita para sexteto de cordas. Pela sua instrumentação e por ser baseada num poema com o mesmo título, constitui um raro exemplo de música de câmara programática. O texto é da autoria de Richard Dehmel (1863-1920), poeta germânico influenciado por Nietzsche e com

tendência para temas contraditórios como o individualismo e o autossacrifício. Schönberg, deliberadamente, não forneceu o texto ao público aquando da estreia. O poema descreve um homem e uma mulher a caminhar à noite. Ela, envergonhada, confessa-lhe que espera um filho de outro homem, a quem nunca amou. Ele aceita-a, assim como ao bebé, promete criá-lo como se fosse seu e diz que o seu amor há de transfigurar esse filho de um estranho. Também a noite se transfigura e, nos últimos versos, o casal já não caminha “num bosque despido e frio” mas "numa noitealta e clara".A obra está construída num único andamento, embora a sua estrutura se organize de acordo com as cinco partes em que está dividido o poema. A música ilustra os sentimentos, mais do que a ação do texto, e reflete a sua transfiguração, com a primeira parte em modo menor e a segunda em modo maior.A harmonia é densa, cromática e modulante.Noite Transfigurada foi transcrita por diversas vezes, inclusivamente pelo próprio Schönberg que fez uma versão para orquestra de cordas em 1917, revista em 1943.

susana duarte

Noite Transfigurada, op. 4

composição: 1899estreia: viena, 18 de março de 1902duração: c. 28’

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Richard DehmelVerklärte Nacht / Noite Transfigurada

Zwei Menschen gehn durch kahlen, kalten Hain;der Mond läuft mit, sie schaun hinein.Der Mond läuft über hohe Eichen,kein Wölkchen trübt das Himmelslicht,in das die schwarzen Zacken reichen.Die Stimme eines Weibes spricht:

»Ich trag ein Kind, und nit von dir,ich geh in Sünde neben dir.Ich hab mich schwer an mir vergangen;ich glaubte nicht mehr an ein Glückund hatte doch ein schwer Verlangennach Lebensinhalt, nach Mutterglückund Pflicht – da hab ich mich erfrecht,da ließ ich schaudernd mein Geschlechtvon einem fremden Mann umfangen,und hab mich noch dafür gesegnet.Nun hat das Leben sich gerächt,nun bin ich dir, o dir begegnet.«

Sie geht mit ungelenkem Schritt,sie schaut empor; der Mond läuft mit;ihr dunkler Blick ertrinkt in Licht.Die Stimme eines Mannes spricht:

»Das Kind, das Du empfangen hast,sei Deiner Seele keine Last,o sieh, wie klar das Weltall schimmert!Es ist ein Glanz um alles her,du treibst mit mir auf kaltem Meer,doch eine eigne Wärme flimmertvon dir in mich, von mir in dich;die wird das fremde Kind verklären,du wirst es mir, von mir gebären,Du hast den Glanz in mich gebracht,du hast mich selbst zum Kind gemacht.«

Er faßt sie um die starken Hüften,ihr Atem küßt sich in den Lüften,zwei Menschen gehn durch hohe, helle Nacht.

Duas pessoas caminham num bosque despido e frio;Acompanha-os a lua, eles a olham. A lua move-se por cima dos grandes carvalhose nenhuma nuvem turva a luz do céupara o qual as negras pontas dos galhosse estendem.Ouve-se a voz de uma mulher:

“Trago dentro de mim uma criança, e não é tua,a teu lado caminho e em pecado.Grave ofensa, contra mim mesma, cometi.Já não acreditava que poderia ser felize tinha ainda um forte desejode algo que desse sentido à minha vida –a alegria de ser mãee os seus deveres – por isso pequei,por isso deixei que o meu sexofosse tomado por um estranhoe por tal me senti abençoada.A vida tem agora a sua vingança,agora que eu te conheci!...

Ela caminha com passos incertos,olha para o alto; a lua a acompanha.O seu olhar negro inunda-se de luz.Ouve-se a voz de um homem:

“Não permitas que a criança que concebestese torne um peso em tua alma!Oh! Vê como o universo tão claro brilha!Ao redor de tudo existe um fulgor.Flutuas comigo num mar gelado,mas uma centelha de calor tremeluz de ti em mim, de mim em ti.Ela irá transfigurar a criança desse estranhoe a terás de mim, de mim nascida,a mim trouxeste o esplendore de mim fizeste uma criança.”

Ele enlaça-a pelos fortes quadrise os seus hálitos na brisa se tocam.Duas pessoas caminham numa noite alta e clara.

tradução de ofélia ribeiro

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Coleção de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian ( 20)

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Hein Semke (Hamburgo 1899 – Lisboa, 1995)Estudo para Grande Forma, 1982Bronze patinado – 21,5 x 13 x 11 cmInv. E1578Coleção CAM – Fundação Calouste Gulbenkian

Esta obra pode ser vista na exposição “Hein Semke: um Alemão em Lisboa”,no piso 01 do Centro de Arte Moderna, até 13 de junho de 2016.

Hein Semke regressa à escultura com esta série de estudos para grandes formas que realiza entre 1982 e 1986. Decisiva para a vontade de conceber grandes formatos escultóricos, que estavam na raiz do seu pensamento artístico inicial, fora a viagem realizada ao arquipélago das Lofoten, na Noruega, em 1977, a partir

da qual realizou um notável ciclo de pinturas e monotipias. Mas a evocação da soberba paisagem daquelas ilhas, de altos montes que se elevam diretamente do mar, como refere, leva-o a realizar modelos para esculturas monumentais, de cinco metros ou mais,a partir de formas abstratas orgânicas.

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maestroLawrence Foster

Lawrence Foster é o Diretor Musical da Ópera de Marselha e da Orquestra Filarmónica de Marselha. É também Maestro Emérito da Orquestra Gulbenkian, da qual foi Maestro Titular entre 2002 e 2013. Além dos concertos regulares no Grande Auditório Gulbenkian, dirigiu a Orquestra Gulbenkian em várias digressões internacionais e em gravações para a editora Pentatone Classics. Anteriormente desempenhou idênticas funções nas Orquestras Sinfónicas de Barcelona, Jerusalém e Houston, na Filarmónica de Monte Carlo e na Orquestra de Câmara de Lausanne. Entre 2009 e 2012, foi Diretor Musical da Orquestra e Ópera Nacional de Montepellier. De ascendência romena, nasceu em 1941 em Los Angeles. Foi Diretor Musical do Festival de Aspen e Diretor Artístico do Festival Georges Enesco (1998-2001), tendo-se afirmado como um destacado divulgador e intérprete da música do compositor romeno. A sua última gravação dedicada a Enesco – uma orquestração do Octeto para Cordas – foi lançada na primavera de 2009. Em 2003 foi

condecorado pelo Presidente da Roménia pelos serviços prestados à música romena.Lawrence Foster dirige regularmente nas grandes casas de ópera internacionais, incluindo a Ópera Estadual de Hamburgo,onde dirigiu produções de Pélléas et Mélisande, Der Freischütz, Carmen e A raposinha matreira. Em 2015 obteve igual sucesso nas produçõesde Rusalka, na Ópera de Monte Carlo, deO Navio Fantasma e Falstaff, em Marselha, e de La traviata, no Festival de Ópera de Savonlinna. Na presente temporada, dirige produções de ópera e concertos em Marselha, São Francisco, Copenhaga, Bruxelas, Frankfurt, Colónia, Budapeste e Paris. Lawrence Foster colabora também regularmente com orquestras juvenis, incluindo a Junge Deutsche Philharmonie, a Orquestra da Academia do Festival de Schleswig-Holstein e a Orquestra Juvenil Australiana. Em 2013 recebeu o Orfée d'Or da Académie National du Disque Lyrique pela sua gravação de L’Etranger, de Vincent d’Indy, com a Ópera e Orquestra Nacional de Montpellier Languedoc Roussillon.

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pianoArcadi Volodos

Arcadi Volodos nasceu em São Petersburgo (então Leninegrado) em 1972. Começou por estudar canto, seguindo o exemplo dos seus pais, sendo só a partir de 1987 que se dedicaria definitivamente ao piano no Conservatório de São Petersburgo. Estudou posteriormente no Conservatório de Moscovo, com Galina Egiazarova, no Conservatório de Paris, com Jacques Rouvier, e na Escola Superior de Música Rainha Sofia, em Madrid, com Dmitri Bashkirov. Arcadi Volodos optou inicialmente por não seguir o percurso de solista de concerto, recusando-se a entrar em concursos. No entanto, no despontar da sua carreira, foi ouvido numa audição privada por um diretor da editora Sony Classical que de imediato lhe propôs a assinatura de um contrato discográfico. O percurso de Volodos receberia então um forte impulso que o viria a confirmar como um dos grandes pianistas do nosso tempo. Desde a sua estreia em Nova Iorque, em 1996, apresentou-se nos principais palcos internacionais, em recital e em concerto, incluindo prestigiados festivais como o Ruhr Klavierfestival, o Festival Beethoven de

Bona, ou o Festival de Piano La Roque d’Anthéron. Estreou-se no Festival de Salzburgo em 2002, tendo sido convidadoa regressar todos os anos, desde então.Em 2014/15 foi artista residente no Konzerthaus de Berlim. Pianista de espírito intimista, Arcadi Volodos é seletivo nas suas escolhas, nomeadamente nas suas apresentações em concerto. Desde há vários anos que se apresenta com regularidade nas temporadas de música da Fundação Gulbenkian, nomeadamente sob a direção de Lawrence Foster, com o qual atuou no palco do Grande Auditório em 2010/11 e 2012/13, alternando com recitais a solo. O primeiro disco de Arcadi Volodos, intitulado Piano Transcriptions (contendo algumas transcrições do próprio pianista) e lançado em 1997, foi alvo de várias distinções, incluindo o Prémio da Crítica Discográfica Alemã. Outras aclamadas gravações e prémios se seguiriam, incluindo Echo Klassik, Diapason d’Or e Gramophone. Nos últimos anos tem tocado regularmente em recital obras do compositor catalão Federico Mompou, tendo-lhe também dedicado o seu mais recente CD a solo.

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O violinista sueco Erik Heide estudou na Real Academia de Música Dinamarquesa, em Copenhaga, com Milan Vitek e Tim Frederiksen, e na Universidade de Música de Colónia. É o atual concertino principal da Filarmónica de Copenhaga. Como concertino convidado, trabalha com frequência com várias orquestras na Europa, entre as quais se inclui a Orquestra Gulbenkian. Como músico de câmara, nomeadamente com o seu trio com piano Ondine, Erik Heide venceu o Concurso Haydn de Viena e o Prémio Parkhouse, em Londres, e foi segundo classificado no Concurso Internacional de Melbourne e no Concurso Internacional ARD de Munique. Ainda neste domínio, atuou no Wigmore Hall, no Festival Pablo Casals e no Konzerthaus de Viena. Entre 2004 e 2006, foi BBC New Generation Artist. Realizou várias gravações para a editora Dacapo, a última das quais foi nomeada para os American Grammy em 2014e premiada pela revista Gramophone.Erik Heide é professor de violino e música de câmara na Real Academia de Música Dinamarquesa e na Academia de Música de Malmö. Toca um violino Josef Guarnerius.

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Jordi Rodriguez Cayuelas concluiu o Curso Superior de Violino no Conservatório de Música de Múrcia. Estudou posteriormente na Escuela Superior de Música Reina Sofia, em Madrid, com Vicente Huerta Faubel e José Luis García Asensio, na Universität für Musik und darstellende Kunst, em Graz, e na Robert Schumann Hochschule de Düsseldorf. Frequentou também os cursos de aperfeiçoamento de Mikhail Kopelman, Yair Kless, Sergey Girshenko, Joseph Silverstein, Walter Levin e Rainer Schmidt. Foi bolseiro da Fundação Yehudi Menuhin e da Fundação Carl Dörken. Jordi Rodriguez recebeu primeiros prémios no Concurso de Violino do Festival Internacional de Orquestras Juvenis de Múrcia, no Concurso Nacional de Jovens Intérpretes de Xàtiva (Valência), no Concurso de Interpretação Musical Villa de Cox (Alicante) e no Concurso de Música de Câmara Schmolz-Bickenbach, em Düsseldorf. Apresenta-se regularmente como solista ou integrado em formações de música de câmara. Como violinista de concerto, colaborou com várias orquestra e atuou em vários países da Europa. No domínio da música de câmara, partilhou os palcos com artistas como Jürgen Kussmaul, Matthias Buchholz, Ida Bieler, ou Vicente Huerta. Atualmente, é 1.º solista no naipe dos segundos violinos da Orquestra Gulbenkian.

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Lu Zheng nasceu em agosto de 1977, em Tian Jin, na China. Começou a estudar violinoe viola aos seis anos de idade. Entre 1989e 1997, frequentou o Conservatório Central de Música, em Pequim, onde realizou estudos complementares e superiores de viola.Entre 1994 e 1997, foi Viola Principal da Orquestra Juvenil da China. Em 1998 foi um dos membros fundadores do Chinese Quartet, tendo-se apresentado com este grupo nos Festivais de Música de Évora e do Algarve, a convite da Fundação Oriente. Entretanto, aperfeiçoou-se em música de câmara comMax Rabinovitsj e em viola com Barbara Friedhoff e Bruno Pasquier. Entre 2000e 2004, Lu Zheng foi Solista B da Orquestra Metropolitana de Lisboa. É professor de viola e música de câmara e apresenta-se regularmente em recitais a solo e de músicade câmara. Ingressou na Orquestra Gulbenkian em 2005.

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Leonor Braga Santos terminou o Curso Superior de Violino aos dezoito anos, com Leonor Prado, no Conservatório Nacional de Música. Obteve então uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian para estudar em Gstaad, com Alberto Lysy. Dois anos mais tarde, optou pela viola de arco e regressou a Lisboa, preparando-se com François Bross para o concurso de admissão à Escola Superior de Música de Colónia, onde se diplomou com alta classificação em 1987, tendo sido aluna de Rainer Moog em viola e do Quarteto Amadeus em música de câmara.No âmbito do Festival de Pommersfelden apresentou, em primeira audição na Alemanha, a Aria a Tre com Variazioni, de Joly Braga Santos, peça que já estreara em Lisboa. Participou no Festival de Sion, sob a direção de Tibor Varga, e percorreu vários países da Europa com o Ensemble Cologne, do qual fez parte até ao seu regresso definitivo a Portugal.Na sua primeira apresentação como solista com a Orquestra Gulbenkian interpretou o Concerto para Viola em Sol maior de G. P. Telemann. É membro da Orquestra Gulbenkian desde 1988. Gravou em CD o Sexteto para Cordas e o Quarteto com Piano de Joly Braga Santos. É frequentemente solicitada a integrar agrupamentos de música de câmara.

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O violoncelista alemão Martin Henneken nasceu em 1981 e recebeu as primeiras lições de violoncelo aos seis anos de idade. Aos dezasseis anos ingressou, como bolseiro, na Musikhochschule Detmold, onde estudou com Gotthard Popp. Frequentou posteriormente as academias de música de Lübeck e Viena, onde foi aluno de Troels Svane e Reinhard Latzko. Foi premiado no Concurso Nacional Alemão para Jovens Músicos e aluno da fundação Live Music Now, criada por Yehudi Menuhin.Como membro da Orquestra Nacional Alemã da Juventude, ganhou experiência como músico de orquestra. Durante os seus estudos foi convidado a colaborar regularmente com várias orquestras como a Filarmónica de Lübeck, a Sinfónica de Viena e a Sinfónica da Índia Mumbai. Como músico de câmara, estudou com Walter Levin, do Quarteto Lassalle, e atuou no Konzerthaus de Viena. Na temporada 2009-10, colaborou com a Ópera Nacional e a Filarmónica de Viena e participou nos festivais de Salzburgo e Lucerna. Desde 2010, é segundo solista da Orquestra Gulbenkian.

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Marco Pereira estudou violoncelo na Escola Profissional de Música de Viana do Castelo e na Academia Nacional Superior de Orquestra, em Lisboa, com Paulo Gaio Lima. Estudou posteriormente em Madrid, na Escuela Superior de Música Reina Sofia, com Natalia Shakovskaya. Durante este percurso teve a oportunidade de trabalhar com grandes mestres do violoncelo como Natalia Gutman, Gary Hoffman, Phillipe Muller ou Ivan Monighetti. O quarteto de cordas está também muito presente na sua carreira, atingindo o seu auge com a fundação do Quarteto de Cordas de Matosinhos. Este quarteto foi recentemente integrado na série ECHO Rising Stars. Em 2003 venceu o concurso da Juventude Musical Portuguesa, nas categorias de Música de Câmara e Violoncelo – nível superior, e recebeu o prémio Maestro Silva Pereira do Prémio Jovens Músicos. A nível internacional venceu o Liezen International Wettbewerb für Violoncello, na Áustria. Recebeu também o1.º premio no VI Certamen de Música de Cámara del Sardinero, em Santander, em 2006. Marco Pereira apresenta-se regularmente como solista, tendo colaborado com a Orquestra Gulbenkian, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Joensuu Orchestra (Finlândia) e a Orquestra do Atlantic Music Festival (E.U.A.), entre outras. Marco Pereira é 1.º Solista no naipe de violoncelos da Orquestra Gulbenkian. Foi professor de violoncelo na Universidade de Aveiro e na Universidade do Minho. Desde 2011, é D’Addario Bowed Artist e Faculty Artist do Atlantic Music Festival – Watterville (E.U.A.).

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Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Na temporada 2012-2013, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) celebrou 50 anos de atividade, período ao longo do qual foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta e seis instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências dos programas executados. Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian a abordagem interpretativa de um amplo repertório, desde o Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquiteturasonora interior.Em cada temporada, a Orquestra realiza uma série regular de concertos no Grande

Pedro Vares de Azevedo nasceu no Uruguai, onde começou a estudar contrabaixo com Carlos Weiske. Em 1995 iniciou um estágiona Orquestra Filarmónica de Montevideo,da qual passou a ser membro efetivo em 1998. Prosseguiu os seus estudos no Conservatório Superior de Música de Genebra, nas classes de Mirella Vedeva e Franco Petracchi. Depois de se diplomar, enriqueceu o seu conhecimento musical com estudos de Musicologia na Universidade de Genebra.Ao longo da sua carreira, Pedro Vares colaborou com vários agrupamentos instrumentais na Suíça, incluindo a Orchestre de la Suisse Romande, a Orquestra de Câmara de Lausanne e o Ensemble Contrechamps, sob a direção de maestros como Kurt Masur, Charles Dutoit, Leonard Slatkin, Christoph von Dohnányi e Rafael Frübeck de Burgos. De 2005 a 2014, foi chefe do naipe de contrabaixos da Sinfonietta de Lausanne. Em 2014 ingressou na Orquestra Gulbenkian como 1.º Solista. O seu interesse pela música antiga levou-o a colaborar com músicos como Chiara Banchini, Florence Malgoire, Gaetano Nasilo, Carlos Mena e Leonardo García Alarcón, e a estudar viola da gamba com Cecilia Knudtsen. Orientou master classes na Argentina, na Estónia, na Venezuela e no Uruguai.

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Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música (maestros e solistas). Atuando igualmente em diversas localidades do país, tem cumprido desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian tem vindo a ampliar gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, na Ásia,em África e nas Américas.No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às

editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida desde muito cedo com diversos prémios internacionais de grande prestígio.Paul McCreesh é o atual Maestro Titular da Orquestra Gulbenkian, sendo Susanna Mälkki a Maestrina Convidada Principal e Joana Carneiro e Pedro Neves os Maestros Convidados. Claudio Scimone, titular entre 1979 e 1986, é Maestro Honorário, e Lawrence Foster, titular entre 2002 e 2013, foi nomeado Maestro Emérito.

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primeiros violinosErik Heide Concertino Principal *Teresa Krahnert Concertino Auxiliar *Bin Chao 2º Concertino AuxiliarPaula Carneiro 2º Concertino Auxiliar *Pedro Meireles 2º Concertino AuxiliarAntónio José MirandaAntónio Veiga LopesPedro PachecoAlla JavoronkovaDavid WanhonAna Beatriz ManzanillaElena RyabovaMaria BalbiMaria José LaginhaManuel Abecassis *Mafalda Vilan Pires *

segundos violinosAlexandra Mendes 1º SolistaJordi Rodriguez 1º SolistaCecília Branco 2º SolistaMaria Leonor MoreiraStephanie AbsonJorge TeixeiraTera ShimizuStefan SchreiberOtto PereiraCatarina Silva Bastos *Félix Duarte *Miguel Simões *Sílvia Martins *Catarina Barreiros *

violasSamuel Barsegian 1º SolistaLu Zheng 1º SolistaIsabel Pimentel 2º SolistaAndré CameronPatrick EisingerLeonor Braga SantosChristopher HooleyMaia KouznetsovaArtur Mouradian *Augusta Romaskeviciute *

violoncelosVaroujan Bartikian 1º SolistaMarco Pereira 1º SolistaMartin Henneken 2º SolistaLevon MouradianJeremy LakeRaquel ReisMaria José Falcão *Fernando Costa *

contrabaixosPedro Vares de Azevedo 1º SolistaManuel Rêgo 2º SolistaMarine TrioletMaja PlüdemannRomeu Santos *Emanuel Oliveira *

flautasSophie Perrier 1º SolistaCristina Ánchel 1º Solista AuxiliarAmália Tortajada 2º Solista

oboésPedro Ribeiro 1º SolistaNelson Alves 1º Solista AuxiliarAlice Caplow-Sparks 2º Solista Corne inglês

clarinetesEsther Georgie 1º SolistaJosé María Mosqueda 2º Solista Clarinete baixoSamuel Marques 2º Solista *José Pinto 2º Solista *

fagotesRicardo Ramos 1º SolistaVera Dias 1º Solista AuxiliarJosé Coronado 2º Solista Contrafagote

trompasGabriele Amarù 1º SolistaKenneth Best 1º SolistaEric Murphy 2º SolistaDarcy Edmundson-Andrade2º Solista

trompetesStephen Mason 1º SolistaPaulo Carmo 1º Solista Auxiliar *David Burt 2º Solista

trombonesJordi Rico 1º SolistaAndré Conde 1º Solista *Rui Fernandes 2º SolistaPedro Canhoto 2º SolistaTiago Noites 2º Solista* Trombone baixo

tubaAmilcar Gameiro 1º Solista

timbalesRui Sul Gomes 1º Solista

percussãoAbel Cardoso 2º SolistaMiguel Herrera 2º Solista *Fautino Pinto 2º Solista *

órgãoAntónio Esteireiro 1º Solista *

harpaCoral Tinoco Rodriguez 1º Solista *

* Instrumentistas Convidados

Paul McCreesh maestro titularSusanna Mälkki maestrina convidada principalJoana Carneiro maestrina convidadaPedro Neves maestro convidadoLawrence Foster maestro eméritoClaudio Scimone maestro honorário

coordenaçãoAntónio Lopes Gonçalves

produçãoAmérico MartinsMarta AndradeInês RosárioFrancisco Tavares

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19 + 20 Maioquinta, 21:00h / sexta, 19:00h — M/6

gulbenkian.pt/musica

FunDaçãO CalOuste GulbenKian

mecenasgrandes intérpretes

mecenascoro gulbenkian

mecenasciclo piano

mecenasconcertos de domingo

mecenasmúsica de câmara

mecenasrising stars

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OrquestraGulbenkianClaudio Scimone

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Stabat Mater

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direção criativaIan Andersondesign e direção de arteThe Designers Republicdesign gráficoAh–hA

Pedimos que desliguem os telemóveis durante o espetáculo. A iluminação dos ecrãs pode igualmente perturbar a concentração dos artistas e do público. Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações sonoras ou filmagens duranteos espetáculos. Programas e elencos sujeitos a alteraçãosem aviso prévio.

tiragem600 exemplares

Lisboa, Maio 2016

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GULBENKIAN.PT/MUSICA

FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN