OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR – Filmes como Recurso Didático

Autor: Prof. Sandro José de Oliveira1

Orientadora: Profª Drª Soraya Sugayama2

Resumo: O presente artigo pretende mostrar como foram desenvolvidas e aplicadas as atividades

propostas para intervenção pedagógica na escola, através de um projeto desenvolvido para o Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná, que juntamente com o Grupo de Trabalho em Rede (GTR), promoveu a possibilidade de participação de outros professores. O projeto partiu do princípio de que o uso de filmes no cotidiano da educação física escolar, pode trazer resultados positivos no que concerne a postura, valores, respeito dos educandos, junto a seus colegas de classe e, também, nas suas relações como um todo. O projeto desenvolveu-se tendo como foco o filme “Treinador Carter”, ou, “Treino para a Vida” e teve o objetivo de sensibilizar os alunos de modo que refletissem quanto ao seu comportamento diante da vida. Dividido em cinco etapas este projeto procurou desencadear em cada um deles, reflexões diversas sobre as relações humanas. Primeiramente, conhecendo o basquete, através de sua origem e história, após, apresentação de trechos de filmes, atividades práticas de quadra, roda de conversa, pesquisas e trabalhos escritos sobre o tema. O projeto mostrou que, a utilização de outros recursos pedagógicos, como os filmes, possibilita “conhecer melhor” os alunos, mostrar a importância do respeito e colaboração entre pares, além, de colaborar para a ciência dos conteúdos escolares.

Palavras-chave: Educação Física escolar. Filmes. Aprendizagem.

1 Introdução

O presente artigo faz parte da finalização de estudos desenvolvidos no PDE

(Programa de Desenvolvimento Educacional), um programa de formação continuada

de professores/as da Educação Básica, no qual foi elaborado um projeto de

pesquisa na área de Educação Física Escolar, que visava à introdução do uso de

filmes no cotidiano desta disciplina.

No mundo contemporâneo relativizamos distâncias, as novas tecnologias e

linguagens deixam o “mundo menor”. Estas novas tecnologias influenciam

significativamente o cotidiano das pessoas. Por esta razão, a escola, mais

1 Professor PDE no Colégio Estadual Professor Luiz Carlos de Paula e Souza; email sandro.o@seed.gov.com.br. 2 Professora do Curso de Tecnologia em Produção Cênica, Mestra em Tecnologia, lotada no Setor de Educação

Profissional e Tecnológica – SEPT da Universidade Federal do Paraná – UFPR, orientadora do PDE; email

sorayasugayama@yahoocom.br.

precisamente os professores, não podem ficar indiferentes a elas. É preciso que

estes profissionais também utilizem estas novas tecnologias para incrementar suas

aulas, torná-las mais “atraentes”, tirando o maior proveito das informações a serem

transmitidas.

Desenvolver e trabalhar assuntos e temáticas diferentes das tradicionais

dentro da disciplina de Educação Física é um grande desafio que se mostra

necessário. O uso de filmes é uma alternativa pedagógica para trabalharmos

“valores” com os educandos então, por que não usá-los nas aulas de Educação

Física Escolar? Indiquei “Carruagens de Fogo” para o ensino médio, por mostrar o

amor pelo esporte; “Os Anjos estão em Campo”, que mostra a importância da família

e o amor pelo esporte; “Treinador Carter”, que aborda tema sobre os valores da

vida, como: responsabilidade, respeito, companheirismo, dentre outros.

Muitos são os filmes no mercado cinematográfico, que abordam situações

que podem ser usadas como ponto de partida para uma abordagem direcionada a

determinados aspectos comportamentais dos alunos e que venham de alguma

forma, causar conflitos entre os educandos. Estes filmes podem despertar nos

alunos momentos de reflexão, conforme coloca Petarnella (2009):

“A Educação Física Escolar desenvolve o senso crítico nos alunos em momentos onde podem opinar nas aulas e nos métodos e correntes aplicadas da EF, além das práticas corporais e seus objetivos, contextos e utilização da educação física para diversas finalidades extra aprendizagem. Sendo assim, os filmes serão uma nova ferramenta de trabalho, que com o auxílio do professor, podem oferecer novas oportunidades de que os alunos sejam mais críticos e reflexivos em diversas questões da vida, analisando contextos sociais, intrapessoais e políticos”. (PETARNELLA, 2009, p.1)

Devemos levar em conta que, para efetivar a aplicação na escola, das

atividades propostas no projeto de pesquisa desenvolvido no PDE, levando em

consideração que o uso de filmes é uma importante ferramenta, foi necessário

criarmos conhecimentos e mecanismos, que, de alguma forma, possibilitassem sua

integração à educação, evitando o deslumbramento ou o uso indiscriminado da

tecnologia por si, conforme coloca Dorigoni e Silva (2008):

“Tradicionalmente a sociedade atribuiu a instituições escolares a responsabilidade na formação da personalidade do indivíduo tendo em vista a transmissão cultural e do conhecimento acumulado historicamente. A educação para as mídias como perspectivas de um novo campo de saber e

de intervenção vem se desenvolvendo desde os anos de 1970 no mundo inteiro com o objetivo de formar usuários ativos, criativos, críticos de todas as tecnologias de informação e comunicação” DORIGONI E SILVA, 2008, p.1).

Os mesmos autores, ainda colocam que “é imprescindível enfatizar o cunho

pedagógico em detrimento das virtualidades técnicas, fugindo do discurso ideológico

procedente da indústria cultural” (DORIGONI E SILVA, 2008, p. 7). É importante não

utilizarmos mídias tecnológicas apenas como entretenimento para os alunos.

1.1 Justificando a escolha do tema “filmes na educação física escolar”

No cotidiano escolar, muitas vezes, nos deparamos com situações

conflituosas entre os alunos. Estas situações, geralmente mediadas pelo professor e

pela equipe pedagógica, demonstram que a agressividade está presente no dia a dia

escolar. Estes conflitos, muitas vezes pueris, agravam-se pela postura individualista,

seja individual, seja de grupos.

Desta forma, o uso de filmes, com foco em conflitos como: formação de

gangues, o uso de drogas e prática da violência, busca mostrar que as situações

podem ser contornadas quando houver respeito, companheirismo, amizade.

Estudos recentes na área mostram que filmes podem influenciar as atitudes

de crianças e adolescentes de forma positiva ou negativa. Gomide (2000), Vicentini

e Gomide (2008), Christofoletti (2009) são exemplos de autores que trabalharam

com o tema. Um dos estudos propostos por Gomide (2000, p.1), diz respeito à

violência gerada a partir da TV, ao colocar que,

“(...) estudos relataram que crianças que viram violência na TV manifestaram um aumento na tolerância para atos agressivos quando os testemunharam pela primeira vez. Demonstraram, também, que crianças, filhos de pais agressivos e rejeitadores, são mais agressivas que crianças que veem filmes violentos” (GOMIDE, 2000, p.1)

Em contraposição ao colocado logo acima, as imagens e situações

apresentadas em filmes podem ser usadas, também, “a favor” do aprendizado dos

alunos, visto que, segundo estudos, existe essa relação entre o que crianças

assistem na TV e como reagem.

O uso do filme na Educação Física permite que o aluno e o professor

dialoguem, por outras vias, visto que a linguagem fílmica contribui para a percepção

de diferentes temas e contextos. Venâncio e Santos (2006, p 1) colocam como o

cinema pode influenciar na vida as pessoas, ao dizerem

“(...) cinema, mídia que também exerce influência na vida das pessoas tem a escola como um dos locais possíveis para o acesso a tal linguagem e aos vários temas tratados nos diversos gêneros cinematográficos, cujos conteúdos podem ser desenvolvidos no currículo escolar”. (VENANCIO E SANTOS, p. 1)

A exposição de filmes, aliada às demais mídias, que já se apresentam no

cotidiano escolar, como eletrônica, impressa ou digital, reporta à ideia presente no

contexto da educação paranaense, “as mídias na educação”, que vêm promovendo

um novo olhar pedagógico. Venski (2010, p. 4), coloca bem este fato ao relatar que,

“O uso de objetos de aprendizagem usados nas metodologias escolares demonstra que a prática pedagógica acompanha as mudanças ocorridas na sociedade, ao inserir os recursos tecnológicos reforça-se a importância de se promover uma educação que vai além do repasse de informações feitas pelo professor” (VENSKI, 2010, p.4)

Desta forma, percebe-se que “novos olhares” correspondem a novas formas

de encaminhar atividades. Podemos, portanto, utilizar na Educação Física escolar,

não apenas aulas práticas de quadra e exercícios físicos, mas também, recursos

como filmes, rodas de conversa - para trabalhar a argumentação crítica dos alunos –

além, de exercícios escritos, para obtenção de resultados satisfatórios, na condução

dos conteúdos prescritos aos alunos.

2 Encaminhamentos Metodológicos e Resultados

Durante a elaboração do processo de aprendizagem, desenvolver e trabalhar

assuntos e temáticas que transcendam a disciplina de Educação Física é um grande

desafio. O uso de filmes é, além de recurso didático, uma forma de trabalhar

“valores mais humanizados” com os educandos, de modo que, posturas agressivas,

por exemplo, sejam amenizadas por conta de pensamento reflexivo.

As atividades pertinentes ao tema em questão (filmes na educação física

escolar, para o trabalho com temas de valorização da vida e do convívio com o

outro) foram realizadas no primeiro semestre letivo de 2015, junto aos alunos do

oitavo ano (turma “F”) do Colégio Estadual Luiz Carlos de Paula e Souza e

basearam-se em atividades de pesquisas sobre a história do basquete, atividades

técnicas “de quadra”, atividades de escrita, envolvendo questionários e redação,

além de trechos de filmes como: “Basquete Blues”; “Mais que um jogo” e “Treino

para a vida” (Treinador Carter).

A princípio, quando se iniciou a implementação do projeto, houve um pouco

de rejeição por parte dos alunos que insistiam em ter aulas práticas na quadra, um

sintoma das aulas de Educação Física tradicional: ou tem bola e atividade, ou “não é

Educação Física”.

Com o devido diálogo e intervenção, explicando as propostas do trabalho e

como seria seu encaminhamento, houve por parte dos alunos melhor aceitação e

participação efetiva, além de bem entusiasmada, a partir do momento em que as

atividades foram aplicadas.

As atividades realizadas foram organizadas em cinco etapas. Na primeira

atividade, a ideia foi mostrar aos alunos como se deu o surgimento do basquete, sua

história, através de uma pesquisa direcionada e debate em sala de aula.

Isto se deu da seguinte forma, foi solicitado aos alunos uma pesquisa sobre a

origem do esporte basquetebol, concentrando as informações em: onde e quando o

esporte surgiu? Quem propôs seu formato? Porque foi criado? Suas regras sempre

foram as mesmas?

O trabalho foi realizado por todos os alunos da turma sendo que a grande

maioria entregou a atividade no dia pedido e aqueles que não entregaram no dia

estipulado ganharam um prazo extra para conclusão e entrega do mesmo.

Após a entrega dos trabalhos realizou-se um debate sobre o tema onde todos

tiveram a oportunidade de expor as curiosidades que encontraram no

desenvolvimento das atividades. Os alunos sentiram-se recompensados durante o

debate, pois esclareceram muitas dúvidas, além de rirem bastante em razão das

curiosidades encontradas.

Na sequência, levando em consideração as informações levantadas sobre a

origem do basquete, iniciamos o trabalho direcionado aos trechos dos filmes na

disciplina de Educação Física. O primeiro filme a ser trabalhado nesta unidade

didática foi “Basquete Blues – Hoop Dreams”. Este filme-documentário descreve a

ascensão de dois meninos no mundo do basquete, suas dificuldades, sua vida

escolar e profissional. Apesar de terem seguido caminhos diferentes, a trajetória

destes dois atletas reflete muito a realidade das periferias e bairros de menor poder

aquisitivo. O filme serviu como um início de sensibilização dos alunos, sobre as

questões relacionadas às dificuldades humanas ao buscar seu sonho. Mostrar que

apesar de todas as barreiras encontradas, não se deve nunca desistir de nossos

objetivos.

Após assistirem alguns trechos do filme, os alunos fizeram uma redação, cujo

tema foi “MEU SONHO”, onde refletiram sobre o que querem no futuro, e fizeram

apontamentos e relatos das possíveis dificuldades que encontrarão para realização

dos mesmos. É interessante colocar que na grande maioria dos relatos, os alunos

destacam a importância da realização destes sonhos para poderem oferecer aos

seus pais uma condição de vida melhor de vida, (muitas vezes só a mãe foi citada) e

irmãos menores mostrando porque a realização deste sonho é importante. Vale

salientar que o propósito destes alunos tem foco no bem estar de seus familiares e

pouco no seu bem estar propriamente dito.

A segunda e terceira atividades foram voltadas à aprendizagem das técnicas

do basquete, como era em quadra e com a bola, os alunos sentiram-se muito à

vontade.

Como proposta inicial fez-se a familiarização com a bola de basquetebol, pois

esta tem características a manuseio diferentes de outras modalidades. O contato

com a bola, sem a devida adaptação, pode ocasionar vários tipos de lesões e até

mesmo fraturas nos dedos, devido ao seu tamanho e peso.

Na sequência, os alunos fizeram treinamentos de fundamentos básicos de

basquetebol com bastante disciplina e empenho, onde se apropriaram de maneira

satisfatória das técnicas dos dribles, passes e arremessos, durante a realização das

atividades. Também foram realizados jogos de basquete entre grupos de alunos.

Essas atividades tiveram como objetivo aproximar o aluno das normas que

regem o basquetebol e, também, quanto ao posicionamento em quadra, tiro livre,

lateral, arremesso de 3 pontos, 2 pontos, 1 ponto.

Para mostrar aspectos relacionados à conduta em quadra, foram trabalhados

ainda, os trechos do documentário “Mais que um jogo (More Than a Game)”, que

relata o início da carreira de Lebron James, nos tempos de High School (Ensino

Médio).

O filme mostra toda a história do seu aprendizado no basquete, campeonatos

que disputou seus colegas de time quando adolescente e como ele chegou a NBA

(National Basketball Association). Após a apresentação de “Mais que um jogo”, os

alunos responderam um questionário relacionado ao filme, com indagações cujo

objetivo era pensar sobre como foi a postura de Lebron James juntamente com sua

técnica e como isso foi um facilitador para sua ascensão. Muitos responderam que

isso foi realmente determinante para o seu sucesso e que os aspectos mais

interessantes na carreira deste atleta foi a determinação e aplicação dela em seus

treinamentos. É bom colocar que muitos alunos chegaram a fazer a relação dos

fundamentos trabalhados por Lebrom, com o que estava sem realizado, por nós, em

quadra.

A quarta atividade, considerada o carro chefe do projeto em si, foi vinculada à

apresentação de alguns trechos significativos do filme “Treino para a Vida”. Após

assistirmos aos trechos deste filme, foi feita uma roda de conversas, na qual fiz

papel de mediador para as discussões. Esta mesma proposta pode ser utilizada na

escola, na família, na sociedade como um todo.

Os alunos fizeram diversas colocações no decorrer da roda de conversas,

muitos deles, fazendo relatos emocionados acerca de alguma cena do filme, onde

valores como o respeito, dedicação, determinação, educação estavam em evidência.

A medida que suas colocações foram sendo colocadas, procurei fazer um paralelo

destas cenas com o cotidiano ao qual estão inseridos, mostrando a eles que muitas

vezes, nos deparamos com situações semelhantes em nossas vidas e agimos de

“maneira errada” agressiva e que essas atitudes, muitas vezes, podem ter

consequências graves e irremediáveis.

A quinta atividade foi à realização de um mini-campeonato de basquete, que

trouxe a oportunidade de reflexão acerca da “valorização da vida”, da prática de

valores mais humanizados, além, de oportunizar o uso de outras ferramentas

didático-pedagógicas à disciplina de Educação Física, que, comumente, se apropria

mais de aulas práticas de quadra.

2.1 As contribuições do Grupo de Trabalho em Rede (GTR)

As tecnologias digitais apresentam um papel importante na formação

continuada de docentes, transformando sua prática pedagógica, dando perspectivas

de avanço teórico e prático em seus conteúdos escolares. Segundo Palage e Lemes

(2015, p. 1),

“(...) se compreende também a formação continuada de professores como formas e necessidades do contínuo movimento que o social impõe – em sua

dinâmica de desenvolvimento – momento de repensar, de possibilidades de novas tomadas de decisões e posicionamentos frente às demandas que o espaço escolar apresenta e com isso esse processo traz à tona a questão da avaliação destas práticas” (PALAJE E LEMES, 2015, p.1)

No caso do Paraná, o Programa de Formação continuada da Secretaria de

Estado da Educação (SEED), visa melhorar a qualidade da educação básica do

Estado a partir do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), e desta forma

ampliar e universalizar o aprimoramento teórico-prático e a melhoria na qualidade do

processo de ensino e aprendizagem da educação no Paraná (MUNHOZ e

KOVALICZN, 2008, p.13).

Muitos professores sentem-se limitados por razões diversas (do financeiro ao

pouco tempo disponível), ao aprimoramento educacional. A proposta da Secretaria

de Educação em trabalhar com o ensino a distância veio oportunizar a estes

professores a possibilidade de avançar em seus conhecimentos através da

integração de uma gama variada de mídias.

Tive a oportunidade, por meio da educação a distância, de formar um GTR,

que teve como objetivo articular, junto aos professores do Estado que estavam se

capacitando, o projeto desenvolvido no PDE, pra que fosse aplicado em seus

ambientes de trabalho e socializado através das redes, com os demais profissionais

que dele quisessem fazer parte e se aprofundar em estudos mais específicos de

cada disciplina.

Desta forma, as contribuições proporcionadas pelo Grupo de Trabalho em

Rede vão além da capacitação do profissional da educação, fazem a integração de

ideias, proporcionam a troca de experiências docentes, criam possibilidade de novas

relações interpessoais e o reconhecimento do seu trabalho como educador pelos

pares.

3 Considerações finais

O trabalho desenvolvido durante o Programa de Desenvolvimento

Educacional, proposto pela Secretaria de Educação, através de um projeto de

intervenção na escola, mostrou-se uma ferramenta pedagógica eficaz e produtiva

devido aos resultados da aplicação do projeto de intervenção na escola, uma vez

que fez compreender melhor a realidade do aluno e este as questões apresentadas

pelo projeto.

As atividades propostas e a participação efetiva dos alunos, na realização das

mesmas, mostraram que inovações são necessárias no processo pedagógico. O

fato de eles saírem do “cotidiano da sala de aula”, encarando novos desafios como,

sair do “lugar comum”, com relação às aulas de Educação Física, compreendendo

as novas atividades propostas pelo professor, que exigem escrita, reflexão e diálogo

com os colegas, de modo que posturas agressivas, individualistas, sejam

repensadas e posturas solidárias, atitudes de companheirismo e respeito ao próximo

sejam “alimentadas”. Durante a aplicação das atividades, muitas histórias vieram à

tona, mostrando realidades desconhecidas pelo professor e pela equipe pedagógica,

que são importantes para tomada de decisões acerca do aluno.

O uso de filmes como recurso pedagógico nas aulas de Educação Física,

buscando sensibilizar os alunos para o respeito com seu colega, com a comunidade,

com as atividades de quadra, tornou-se um procedimento rico para o docente, ao

conhecer mais profundamente seus alunos, e para os alunos, que puderam liberar e

compartilhar seus sentimentos (muitas vezes reprimidos, o que os tornaria

prejudiciais). Problemas e sentimentos compartilhados estreitaram laços entre

alunos e professor, durante as atividades, a coletividade prevaleceu sobre a

individualidade.

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