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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA TURMA - PDE/2014
Título: Análise ambiental e espacial a partir da extração e beneficiamento do
calcário no município de Colombo.
Autor
Rodrigo Caron
Disciplina/Área
Geografia
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual Presidente Abraham Lincoln – Colombo – PR
Município da escola
Colombo
Núcleo Regional de Educação
NRE AM NORTE
Professor Orientador
Ms Silvana Cássia Hoeller
Instituição de Ensino Superior
Universidade Federal do Paraná – UFPR
Resumo
Esta unidade pedagógica pretende desenvolver atividades que discutam os impactos ambientais e as alterações ocorridas no meio vivido. Devido a grande utilização de recursos minerais e a busca por lucros da sociedade capitalista, o espaço geográfico do município de Colombo sofreu ao longo dos anos grandes modificações na sua paisagem, provocado pela extração e beneficiamento desenfreado do calcário. Esta situação trouxe ao município danos considerados irreparáveis e, por causa deste processo, nos deparamos com algumas áreas desmatadas, erodidas e completamente inutilizáveis, cenário produzido pela mineração e industrialização do calcário. Podemos também salientar a grande poluição atmosférica produzida pelo processo de moagem e queima do calcário para a transformação do produto na cal. Verifica-se também a movimentação de caminhões que transportam este mineral por vias não pavimentadas, o que colabora no lançamento de partículas sólidas na atmosfera. Neste sentido, as atividades propostas nesta unidade didática instigam os alunos a correlacionarem estes processos nos arranjos espaciais, compreendendo a geograficidade dos elementos que se desencadeiam dentro do espaço geográfico.
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Palavras-chave
Impacto Ambiental. Exploração do Calcário. Extração. Paisagem.
Formato do Material Didático
Unidade Didática
Público Alvo
Alunos do ensino médio – 1 º ano
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APRESENTAÇÃO E ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Esta unidade didática será baseada na percepção dos impactos
ambientais a partir da extração e beneficiamento de um importante recurso
mineral, o calcário. Nos dias atuais é necessário que a escola desempenhe o
seu papel no sentido de ser um espaço de aprendizado por meio de discussões
interdisciplinares a partir de um contexto sócio cultural do aluno. Podemos
deduzir disso que a questão ambiental na cidade é a expressão da relação
conflituosa entre sociedade e natureza por meio do processo de produção e
reprodução capitalista.
Afinal, a crise ambiental se revela não só pela aglomeração e ocupação
do solo que se reflete através da sua impermeabilização, mas também da
redução da vegetação, da canalização dos rios, do lançamento de efluentes
domésticos e industriais e da apropriação desigual dos problemas ambientais
(BITOUN (2005); COELHO (2006); GUERRA; CUNHA (2006).
Neste contexto, esta unidade irá provocar, por meio das atividades, o
estudo da realidade local para a compreensão da lógica da exploração que o
meio ambiente vem sofrendo, partindo de uma análise do local vivido,
reconhecendo as espacialidades e seus elementos. Não devemos somente
identificar os problemas ambientais sem ao menos tomar atitudes que venham
minimizar os impactos causados ao meio natural.
Desta maneira, as atividades propostas aqui visam desencadear
reflexões e percepções do espaço habitado, visando a formação de cidadãos
críticos e conscientes, que venham preservar o meio natural e que também
lutem por políticas públicas que garantam a equalização do desenvolvimento
econômico concomitante a preservação do meio natural.
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JUSTIFICATIVA
Atualmente, é indispensável a discussão das questões ambientais, no
espaço escolar, proporcionando uma discussão dos impactos ambientais no
que diz respeito às alterações do meio ambiente. Neste sentido, este estudo é
de significativa relevância a partir do momento que leva os educandos da
comunidade local a discutirem as alterações do meio em que vivem.
A necessidade de compreender os arranjos espaciais da paisagem e a
sua geograficidade, requer uma reflexão sobre a interação antrópica no espaço
geográfico. Portanto entender a contextualização do tempo e espaço torna-se
uma prática indispensável para o indivíduo reconhecer as modificações
socioeconômicas e ambientais que se desenrolam dentro da espacialidade
local. Desta forma, é necessário que a escola desempenhe o seu papel no
sentido de ser um espaço de aprendizado por meio de discussões
interdisciplinares a partir de um contexto sócio cultural do aluno. Podemos
deduzir disso que a questão ambiental na cidade é a expressão da relação
conflituosa entre sociedade e natureza por meio do processo de produção e
reprodução capitalista.
Neste contexto, faz-se necessário o estudo da realidade local para
compreendermos a lógica da grande devastação que o planeta vem sofrendo,
partindo de uma análise do local vivido. No entanto não podemos somente
identificar os problemas ambientais sem ao menos tomar atitudes que venham
acabar ou minimizar os impactos causados ao meio natural.
PROBLEMA A SER PESQUISADO
Como sensibilizar os educandos, do 1º ano do ensino médio do Colégio
Estadual Presidente Abraham Lincoln, em relação à degradação ambiental e a
organização espacial ligadas à extração e beneficiamento do calcário no
município de Colombo?
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OBJETIVO GERAL
Provocar a reflexão dos educandos sobre a intensa degradação
ambiental e sua relação com os arranjos espaciais formados a partir da
extração e beneficiamento do calcário, no município de Colombo.
Objetivos Específicos
- Analisar espacialmente a escola e seu entorno;
- Identificar por meio de imagens de satélite, os elementos que formam a
paisagem, seu arranjo e as degradações visíveis causadas pela exploração do
calcário;
- Realizar um mapeamento dos pontos de extração e industrialização do
calcário;
- Descrever, as alterações ambientais ocorridas na área objeto de estudo,
produzidas pela extração e beneficiamento do calcário;
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ANALISE DO ESPAÇO GEOGRÁFICO E
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA OBJETO DE ESTUDO
O conhecimento do espaço, torna-se indispensável para a aprendizagem
geográfica por parte do aluno. Reconhecer o entorno do local vivido, identificar
os elementos presentes na paisagem geográfica, as alterações ambientais e
compreender as mudanças proporcionadas pelo processo de produção do
espaço, deve ser uma constante prática do ensino da geografia.
Partindo deste princípio, torna-se importante a discussão em torno dos
impactos ambientais no que diz respeito às alterações do meio ambiente,
enfatizando assim as consequências que as alterações no meio natural podem
representar para os dias de hoje e para as gerações futuras.
Desta forma, é necessário que o professor proporcione as discussões
em sala de aula e leve o educando a refletir sobre o seu meio vivido. Para
alguns autores, as discussões em torno das questões ambientais devem levar
a reflexão e crítica no que se refere a relação da sociedade com o meio
ambiente e os recursos naturais que dele são retirados.
Segundo Cuchierato (2000, p.21) “os recursos são elementos essenciais
para a vida do homem em sociedade, com acréscimo em comodidade e
qualidade de vida, o consumo de minerais está diretamente relacionado com o
crescimento demográfico e o desenvolvimento econômico”.
O grande crescimento econômico exige uma grande quantidade de
matéria prima, portanto os prejuízos ambientais acabam sendo praticamente
inevitáveis, porem muitas vezes são esquecidos ou negligenciados, a falta de
fiscalização de órgãos competentes colabora para continuação da degradação
ambiental, A recuperação das áreas degradada é um processo quase que
irreversível, ainda mais sem políticas públicas que venham colaborar para
reestruturação do meio natural (CUCHIERATO, 2000).
Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do
Paraná (SEED/PR, 2008), a Geografia tem o desafio de inserir em seu âmbito
as questões ambientais, com estudos e análises da organização e produção do
espaço.
Apesar de não ser uma tarefa fácil, deve ser necessário no ensino do
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conteúdo disciplinar da Geografia, refletir sobre esta temática em face das
transformações ocorridas em quase todo o mundo no que se refere as
alterações ambientais. Neste sentido, as DCE`S de Geografia, afirmam que em
face a essas transformações, faz-se necessário refletir a respeito destas
implicações no ensino de Geografia, não só em relação aos métodos de
abordagens utilizados, mas acerca da relevância educativa dos conteúdos e
temas a serem trabalhados (SEED/PR,2008).
Desta forma, para analisarmos as transformações do espaço, discutidas
nas aulas de Geografia, será necessário a compreensão da dinâmica sócio
econômica da área objeto de estudo, a cidade de Colombo. O município é
dominado por classes hegemônicas detentoras do meio de produção local e,
áreas circunvizinhas, onde encontramos a grande maioria dos fornos de cal.
Essas áreas foram tomadas pela população que vieram de várias localidades
atraídos pela geração de emprego do grande ápice da cal que foi as décadas
de 80 e 90. Estas pessoas foram habitar as casas dos fornos, construídas
especialmente para os trabalhadores e regiões próximas, com habitações
bastante simples e na grande maioria em áreas irregulares.
Ainda hoje, estas áreas não possuem infraestrutura adequada, o que
contribui para a geração de outros problemas ambientais como erosão e
poluição das águas, criando assim um arranjo espacial com problemas
ambientais visíveis e prejudiciais a sociedade e a saúde humana. Estes
problemas também estão presentes em municípios da região metropolitana de
Curitiba, onde as políticas públicas são insuficientes para organizar estas áreas
e melhorar a qualidade de vida da população local.
No caso de Colombo, ocorreu de maneira intensa a necessidade de
exploração de matéria prima, consequência do desenvolvimento, que fizeram
da rocha calcária um elemento de grande potencial econômico para o
município, pela sua abundância local, diversificação de uso e aplicabilidade.
Conforme as observações in loco a mineração em Colombo é realizada na sua
grande parte em lavra a céu aberto, ao lado de áreas habitadas, lembrando
que essas áreas muitas vezes foram ocupadas após o processo de início de
mineração. Neste contexto de compreensão do arranho espacial e, dos
elementos da paisagem, as atividades desta unidade pedagógica deverão
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proporcionar uma análise do espaço vivido, refletindo sobre a degradação
ambiental causada por tal atividade mineradora e que pode ser visivelmente
percebida por quem visita o município.
METODOLOGIA QUE SERÁ UTILIZADA NA
INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
Este trabalho se baseará em uma pesquisa ação, onde o professor
através do projeto de intervenção pedagógica na escola interagirá com os
alunos no sentido de discutir as questões ambientais e os arranjos da
paisagem presentes no espaço onde vivem. Para Thiollent (2005) é muito
favorável quando os pesquisadores não se limitam a investigações e aos
aspectos acadêmicos e burocráticos da maioria das pesquisas convencionais.
Desta forma, estas pesquisas não correspondem a meros levantamentos de
dados ou de relatórios que serão arquivados, mas sim a pesquisa-ação
fazendo com que o pesquisador desempenhe um papel ativo na própria
realidade dos fatos por ele observados.
O projeto de intervenção pedagógica será desenvolvido no Colégio
Estadual Presidente Abraham Lincoln, com o 1º ano do ensino médio, no
período entre fevereiro de 2015 a dezembro de 2015. A Construção do projeto
de intervenção foi baseado na problemática descrita no projeto de intenção,
a partir desta constatação, iniciamos um levantamento bibliográfico
recomendado pela orientadora para complementar o conhecimento sobre o
local a ser estudado e servir como base para o planejamento das atividades
que serão desenvolvidas com os alunos
Os autores referenciados na revisão literária deste projeto, bem como os
pressupostos conceituais das Diretrizes Curriculares da Educação Básica para
o ensino de Geografia, servirão de base conceitual para o trabalho e inserção
do tema, durante todo o projeto desenvolvido na escola. Neste sentido, os
conteúdos da disciplina devem ser trabalhados de forma crítica e dinâmica,
interligados com a realidade local do aluno, bem como, a distante, em
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coerência com os fundamentos teóricos propostos na disciplina e nas
diretrizes. Conforme Cavalcanti (1998), este processo de apropriação e
construção dos conceitos fundamentais do conhecimento geográfico acontece
por meio da intervenção intencional própria do ato docente, mediante um
planejamento que articule a abordagem dos conteúdos com a avaliação
(SEED/PR, 2008). Ao simplesmente apresentar o conteúdo que será
trabalhado, o professor deverá proporcionar metodologias criando uma
situação problema, instigante e provocativa.
As DCE´s para o ensino de Geografia se referem aos estudos do
professor Vasconcelos (1993), que descreve que essa problematização inicial
tem por objetivo mobilizar o aluno. Para isso, deve se constituir de questões
que estimulem o raciocínio, a reflexão e a crítica, de modo que se torne sujeito
do seu processo de aprendizagem. (SEED/PR, 2008).
Desta forma, a metodologia utilizada terá como enfoque a construção do
conhecimento, a partir da contextualização do conteúdo em relação ao meio
vivido pelo aluno. Seguindo as Diretrizes Curriculares para o ensino de
Geografia, ao considerar esses pressupostos metodológicos, o professor
organiza o processo de ensino, possibilitando ao aluno a amplitude de sua
capacidade de análise do espaço geográfico, construindo conceitos ricos,
complexos e críticos em relação a sua realidade.
Desta forma, a base teórica para a aplicação do Projeto de Intervenção
Pedagógica será iniciada nas aulas de Geografia, relacionado o conteúdo
disciplinar ao tema de análise. Os conceitos de Geografia utilizados, serão
aqueles que discutem as questões ambientais, com ênfase ao conceito de
unidades de paisagem, base para a análise das transformações da área objeto
de estudo. Muitos educadores trabalham com este conceito para a
compreensão cartográfica do espaço e utilizam a unidade de paisagem como
forma de análise dos arranjos espaciais e das paisagens.
Como exemplo para este tipo de análise espacial, Dalben et al (2005,
p.02), trabalharam a delimitação das unidades de paisagem do município de
Paranaguá, visando a compreensão da organização e dinâmica espacial da
região. Para eles, além deste conceito proporcionar um ponto de partida para
a solução dos problemas complexos enfrentados pelo planejamento e pela
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gestão das paisagens, ele se torna um instrumento valioso de comunicação por
ser mais facilmente compreendido pela população em geral.
Neste sentido, para iniciar a abordagem relacionando estes conceitos
juntamente com os educandos, será delimitado o espaço analisado (a escola, o
entorno, as áreas de exploração do calcário, etc). Em seguida, nas aulas
práticas de laboratório deverá ser utilizada a ferramenta Google Earth para a
verificação e interpretação das imagens.
Ao identificar os elementos da paisagem e sua correlação com a
geograficidade destes espaços, será proporcionado ao aluno a interpretação e
análise crítica do seu local vivido, fazendo com que ele consiga estabelecer a
conexão destes elementos com a lógica do arranjo espacial. Assim, os alunos
poderão observar os elementos que compõem as imagens visualizadas no
laboratório e os elementos presentes nas fotografias, coletadas através da aula
de campo, vinculando as mesmas aos conteúdos de Geografia. Poderão
assim, analisar e interpretar o arranjo espacial e os elementos da paisagem
presentes na região, bem como, a identificação das áreas degradadas por
causa da extração e beneficiamento do calcário.
As análises feitas no laboratório propõem ultrapassar os limites e
explicações das aulas em sala, levando a discussão às aulas práticas do
laboratório. Desta forma, o educando será levado a refletir sobre as
características do local estudado, os conceitos de Geografia envolvidos na
temática de análise e a interpretação dos arranjos espaciais.
Posteriormente, as atividades propostas nas aulas de campo deverão
efetivar o Projeto de Intervenção Pedagógica, instigando o educando a
identificar as características do espaço estudado, discutindo sobre as
consequências da exploração do calcário, suas consequências ao homem e ao
meio ambiente.
Desta forma, as atividades propostas nesta unidade pedagógica estarão
desenvolvendo todo o potencial de análise do aluno, fazendo com que ele
compreenda de forma mais ampla o espaço vivido, se localizando
espacialmente e realizando interpretações necessárias para a compreensão,
de forma crítica, do meio que o cerca.
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ATIVIDADE I
CONHECENDO O SEU ESPAÇO GEOGRÁFICO
Esta atividade deverá proporcionar a reflexão espacial e de localização, a
partir dos conhecimentos já imbuídos no aluno. Neste sentido, o educando
deverá construir um mapa mental, colocando nele os principais elementos que
percebe na paisagem no contexto de seu espaço vivido.
A proposta de trabalhar com mapa mental, parte de estudos e trabalhos
já realizados por professores de Geografia e pesquisadores de outras áreas,
que procuram analisar cartograficamente a noção de espaço vivenciada pelo
aluno. Para Bailly (1989), apud Simielli (2001, p.03), o professor deve adequar
suas aulas à realidade dos alunos, principalmente em nível local, observando a
comunidade, o espaço de vivência do educando e suas características. Para
isso, um dos melhores exemplos nas aulas de Geografia é a utilização dos
mapas mentais para observação e análise do espaço geográfico. Para o autor
citado “A carta mental é um produto, quer dizer, uma representação que uma
pessoa dá de seu entorno espacial: ela permite fixar imagens de uma área
dada e executar os limites dos conhecimentos espaciais” (BAILLY, apud
SIMIELLI, 2001, p.03).
Seguindo o pensamento do autor, trabalhar com mapa mental “permite
observar se o aluno tem uma percepção efetiva da ocorrência de um fenômeno
no espaço e condições de fazer a sua transposição para o papel” (SIMIELLI,
2001, p.107). Desta forma, será possível trabalhar com todos os elementos
essenciais que da cartografia a partir da sua forma de expressão e da
linguagem gráfica, possibilitando a análise da representação a partir do
conhecimento do aluno, desenho pictórico ou abstrato, a noção de proporção, a
legenda, o título e as referências utilizadas por ele.
TEMA DA ATIVIDADE:
Você conhece o seu espaço geográfico?
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DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE:
1) Desenhe um mapa mental, mostrando o caminho da sua casa até a
escola.
2) Após a construção do mapa, descreva os principais elementos que
foram colocados no seu mapa mental.
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ATIVIDADE II
ANÁLISE ESPACIAL E CARACTERIZAÇÃO DO
ESPAÇO GEOGRÁFICO.
Esta atividade deverá proporcionar a análise do espaço a partir de
imagens das redes urbanas conurbadas com o município de Colombo.
Katzinsky (2004, p. 07) caracteriza o município de Colombo como:
A inserção metropolitana faz de Colombo uma cidade tipicamente dormitório, e parte integrante de uma totalidade metropolitana, e o que lhe dá sentido é função da contiguidade espacial com Curitiba, que por razões diversas, passou concentrar uma grande quantidade de população de baixa renda, além disso, trata-se de um município não integrado ao processo de industrialização recente, permanecendo com uma estrutura produtiva tradicional, voltada a extração e processamento do calcário.
Desta forma, ao trabalhar com a imagens do município, deverá ser
proporcionado ao aluno a análise espacial da comunidade escolar onde ele
está inserido, instigando-o a identificação dos elementos e das unidades que
formam a paisagens (áreas de vegetação, áreas de exploração, o espaço da
escola, áreas de extração e beneficiamento do calcário, etc).
A geografização do espaço é uma prática de grande importância para
compreendermos a subjetividade da produção dos espaços habitados. A
análise geográfica nos permite visualizar um conjunto de elementos, que se
relacionam entre si e que forma o espaço geográfico, alterado e modificado
pela sociedade. Com a utilização de imagens, o professor estará
proporcionando ao educando uma amplitude da sua visão cartográfica sobre o
local analisado. Desta forma, as imagens do local vivido, quando analisadas
pelo aluno, permite com que ele faça correlações dos elementos pertencentes
ao espaço que habita, sua relação com estas unidades e ampliar a sua visão
espacial a partir de uma crítica das relações que naquele local ocorrem.
Há muitos exemplos de trabalhos já realizados por professores em outras
escolas, que utilizam imagens como uma importante ferramenta pedagógica ao
processo de ensino.
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Giordaniet al (2006, p.01), descreve que o uso de imagens de
sensoriamento remoto, no caso de satélite, podem ser utilizada para diversos
fins, inclusive no ensino da disciplina de Geografia. Para eles, com o
desenvolvimento das novas tecnologias a partir dos lançamentos dos primeiros
satélites artificiais o (re) conhecimento do planeta Terra merece novas
abordagens.
O autor também faz uma referência LDB 9.394/96, que aponta para a
necessidade da educação escolar trabalhar com conteúdos e recursos que
qualifiquem e insira o cidadão na atual sociedade tecnológica (GIORDANI et al,
2006).
Gonçalves (2005, p.1290), trabalhou imagens ao fazer uma abordagem
cartográfica de um conteúdo no ensino de Geografia. Abaixo, há uma
referência sobre seu uso na E. M. Sobral Pinto:
[...] se constitui numa oportunidade de aproveitar seu vasto potencial
de uso e aplicações para a compreensão da dinâmica do processo de
intervenção/repercussão das relações sociais no
equilíbrio/desequilíbrio do meio ambiente, permitindo ultrapassar uma
perspectiva de abordagem restrita às ciências da natureza, comum
na abordagem desta questão, avançar na perspectiva das ciências
sociais e da pedagogia da comunicação.
Para Gonçalves (2005), a inserção de outros recursos práticos na
abordagem dos conteúdos geofísicos é fundamental, devido a pouca atividade
de abstração que os educandos possuem, cabendo ao professor o
desenvolvimento de outras capacidades que possam ser desenvolvidas pelos
educandos.
Neste sentido, a proposta de uma atividade utilizando o aplicativo
Google Earth, possibilita desenvolver uma análise espacial utilizando um
recurso por muitas vezes já conhecidos por parte dos alunos. Sendo um
software popular, esta ferramenta mostra imagens de satélite de todo o planeta
Terra, com possibilidade de visualização de detalhes que interessa ao
pesquisador. Desta forma, se a área objeto de estudo já estiver mapeado pelo
aplicativo, o aluno pode até achar a rua de sua casa e identificar o quarteirão
onde mora, (MORAES, 2010).
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TEMA DA ATIVIDADE:
Análise espacial das redes urbanas e das unidades da paisagem no
entorno da escola.
DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE:
No laboratório de informática, abra o aplicativo Google Earth e realize as
seguintes etapas:
1) Localize o município de Colombo, identifique os municípios da região
metropolitana, observe as redes urbanas e as áreas conurbadas com os
municípios vizinhos.
2) A partir da imagem satélite do entorno da escola, identifique os
seguintes elementos da paisagem: a escola, área urbanizada, áreas de
vegetação, áreas de extração e industrialização de calcário, etc.
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ATIVIDADE III
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL OCASIONADOS PELA
EXTRAÇÃO E BENEFICIAMENTO DO CALCÁRIO
Em todo mundo a mineração e o processamento de minerais
desempenham um importante papel na determinação de problemas do meio
ambiente, como desmatamento, erosão do solo, poluição do ar e da água. Ao
mesmo tempo, de forma global, o setor de mineração é um dos maiores
usuários de energia, contribuindo assim para a poluição do ar e do
aquecimento global (YOUNG, 1992).
Neste sentido, esta atividade deverá levar o aluno a refletir sobre a
grande utilização de recursos minerais e a busca por lucros da sociedade
capitalista. O espaço geográfico do município de Colombo sofreu ao longo dos
anos grandes modificações na sua paisagem, provocado pela extração e
beneficiamento desenfreados do calcário. Esta situação trouxe ao município
danos considerados irreparáveis.
Seguindo as propostas das DCE´s de Geografia (SEED/PR,2008), que
estabelece que o aluno deverá estabelecer as relações existentes no meio que
o cerca para a construção do conhecimento geográfico, esta atividade propõe
que o educando faça a relação existente entre a extração e industrialização do
calcário com o impacto causado na paisagem. Partindo desta análise, será
possível descrever as mudanças ocorridas e, que se tornam visíveis no espaço
geográfico estudado.
Abaixo, em “LINK PARA PESQUISA”, segue um tutorial sobre
definição de polígonos, utilizando o Google Earth.
LINK PARA PESQUISA:
Tutorial: Definir Polígono (Google Earth) (1:40 seg.)
https://www.youtube.com/watch?v=256ux88oSZ8
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TEMA DA ATIVIDADE:
Análise ambiental do entorno da escola.
DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE:
1 ) 1ªEtapa
Aula de campo: Realizar um tour pelas áreas de extração e
beneficiamento de calcário, localizadas próximas a área da escola e já
verificadas através das imagens analisadas na atividade anterior.
Formar duplas e iniciar o trabalho de registro, por meio de fotografias,
das alterações produzidas na paisagem, por causa da extração e
industrialização do calcário.
2ª Etapa
Abrir as imagens da área objeto de estudo, utilizando o aplicativo Google
Eartth, e mapear, fazendo polígonos, das áreas degradadas observadas
em campo.
3 ª Etapa
Após as etapas acima, cada dupla deverá elaborar um banner,
explicando e descrevendo as alterações ocasionadas pela extração e
beneficiamento do calcário, ilustrada em cada imagem tomada.
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ATIVIDADE IV
ARRANJOS ESPACIAIS NO MUNICÍPIO DE
COLOMBO
A necessidade de compreender os arranjos espaciais da paisagem e a
sua geograficidade, requer uma reflexão sobre a interação antrópica no espaço
geográfico. Portanto entender compreender entender a contextualização do
tempo e espaço torna-se uma prática indispensável para o indivíduo
reconhecer as modificações socioeconômicas e ambientais que se desenrolam
dentro da espacialidade local e sua relação com as unidades da paisagem
verificadas neste espaço.
Esta atividade propõe levar o aluno a campo, para observar in loco as
questões já levantadas em aulas anteriores e analisadas nas imagens. Desta
forma, a proposta é fazer com que o aluno registre as unidades de paisagem,
elaborando uma tabela de análise, com legenda e descrição para cada unidade
analisada. A metodologia usada para análise espacial da paisagem, é utilizada
em estudos e planejamento da paisagem por muitos pesquisadores e
professores.
Em “LINK PARA PESQUISA”, segue um exemplo de estudo
realizado por pesquisadores, utilizando este procedimento metodológico de
análise da paisagem, por meio de registro fotográficos e elaboração de tabelas.
LINK PARA PESQUISA:
Delimitação de unidades de paisagem: conceito e método aplicados ao
município de Paranaguá/PR/ Brasil.
http://www.labs.ufpr.br/site/wp-content/uploads/2014/07/dalbem_anaisdecongressos_sbgfa_2005.pdf
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TEMA DA ATIVIDADE:
Análise dos arranjos espaciais.
DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE:
1) 1ª Etapa
Aula de campo: Realizar um tour em algumas áreas do município de
Colombo, iniciando pelo entorno da escola. Formar duplas para a
realização da atividade e registrar, por meio de fotografias, outras
unidades da paisagem também presentes no entorno da escola, como
áreas urbanizadas, áreas de reflorestamento, etc).
2ª Etapa
Após a coleta de imagens, as duplas deverão construir uma tabela
inserindo as fotografias tomadas juntamente com as fotografias da
atividade anterior (extração e industrialização do calcário). Deverão criar
uma legenda, descrevendo as características de cada unidade da
paisagem verificada (área de extração, área de reflorestamento, área
urbanizada, etc).
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REFERÊNCIAS
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GIORDANI ET AL. Inserção do Google Earth no ensino de Geografia. Disponível em: <http://www.unifra.br/eventos/jornadaeducacao2006/2006/pdf/artigos/geografia/a%20inser%C3%A7%C3%A3o%20do%20google%20earth%20no%20ensino%20de%20geografia.pdf>.Acesso em 15 ago. 2014.
GONÇALVES, M. I. Uso do sensoriamento remoto na produção do conhecimento escolar como proposta para utilização das tecnologias espaciais na sala de aula. Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Goiânia, Brasil. 16-21 de abril de 2005, INPE, p.1289-1296.
GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Impactos ambientais urbanos no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
KATZINSKY. L. A análise da relação Colombo e Curitiba à luz da Teoria dos dois Circuitos da Economia Urbana. 2004. Dissertação de Mestrado. UFPR.
21
SEED / PR. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Geografia. 2008. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File /diretrizes/dce_geo.pdf>. Acesso em 15 de out. 2014.
SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Cartografia no Ensino Fundamental e Médio. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri (Org.). A Geografia na Sala de Aula. São Paulo: Editora Contexto, 2001. Cap. 7, p.92 – 108. THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-ação. 14 edição. São Paulo: Cortez Editora, 2005. MORAES, M. Abril.com. Info Download. Google Earth 5. Disponível em: <http://info.abril.com.br/download/4261.shtml>. Acesso em 20 de Janeiro de 2010. YOUNG, C.E.F. Renda sustentável da extração mineral no Brasil. (Dissertação de Mestrado em Economia). Rio de Janeiro, 1992.