os desafios da escola pÚblica paranaense na … · passo é o respeito pelos educandos, sem...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA - UEL
IZABEL APARECIDA GRANGEIRO
FORMAÇÃO DE LEITORES CRÍTICOS E COMPETENTES
POR MEIO DO GÊNERO FÁBULAS
LONDRINA - PARANÁ
2013
IZABEL APARECIDA GRANGEIRO
PRODUÇÃO DIDÁTICO - PEDAGÓGICA
Produção Didático - Pedagógica, unidade didática
desenvolvida por meio do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE. Da Secretária de
Estado da Educação do Paraná – SEED. Na área de
Língua Portuguesa. Unidade Estadual de Londrina –
UEL. Como requisito de avaliação parcial ao Programa
de Desenvolvimento Educacional.
Área do Conhecimento: Língua Portuguesa
Orientador: Prof. Dr. Jaime dos Reis Sant’Anna
LONDRINA - PARANÁ
2013
PRODUÇÃO DIDÁTICO - PEDAGÓGICA PDE/2013
INDENTIFICAÇÃO
Professora PDE: Izabel Aparecia Grangeiro
Disciplina - área PDE: Língua Portuguesa
Orientador: Prof. Dr. Jaime dos Reis Sant’Anna
IES: Vinculada: UEL
TEMA: LEITURA ENQUANTO INTERAÇÃO ENTRE SUJEITO E CONSTRUÇÃO
DE SENTIDO
TITULO: FORMAÇÃO DE LEITORES CRÍTICOS E COMPETENTES POR MEIO
DO GÊNERO FÁBULAS
COLÉGIO DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual José de Matos Leão
PÚBLICO ALVO: Estudantes do Ensino Fundamental - 6º ano.
CIDADE: São João do Ivaí – PR.
NRE: Ivaiporã – PR.
LONDRINA - PARANÁ
2013
APRESENTAÇÃO
Esta unidade didática, elaborada para a implementação do Projeto “Gênero
narrativo fábula e a formação de leitores críticos e competentes”, é fruto de anos de
experiência da prática docente e dos estudos proporcionados pelo Projeto de
Desenvolvimento Educacional que possibilitou a volta à Instituição de Ensino
Superior. Uma experiência enriquecedora, aproximando o professor do ensino
fundamental e médio com a Universidade e, desta maneira, proporcionando um
aproveitamento significativo sobre a prática docente.
A elaboração desta proposta levou em consideração a importância de uma
leitura crítica e eficiente em todos os campos do conhecimento e as dificuldades dos
estudantes ao se depararem com textos mais longos e complexos, para ler e
interpretar as mensagens além dos seus significados básicos, indo além desta
compreensão, decifrando seus sentidos simbólicos, metafórico, fazendo a
contextualização e a intertextualidade.
Por este motivo, a escola, na sua função social, tem o sério compromisso de
proporcionar aos seus educandos uma visão ampla de mundo e de realidade,
abrindo portas para as novas aprendizagens e criando condições para mudanças.
Pois é um direito do cidadão ter acesso ao conhecimento e de participar dos bens
culturais socialmente constituídos. A escolha deste tema sobre leitura crítica e
compreensão das mensagens a partir do gênero narrativo fábula deve-se à forma
como essas narrativas são apresentadas: interessantes, envolvendo situações da
realidade e questões sociais de grande relevância. E também é uma leitura
agradável que faz parte da vida do educando. Qual a criança ou adolescente que
não gosta de narrar um fato?
Portanto, as fábulas são instrumentos eficazes, pois são histórias curtas,
linguagem simples que vem de encontro com a imaginação de crianças e
adolescentes caindo no agrado deles. As personagens são geralmente animais,
retratando atitudes e ações humanas, transmitindo uma mensagem, uma lição
admonitória. É necessário saber trabalhar com essas mensagens para não cair em
moralismo que os adolescentes não aceitam para isso utilizar uma metodologia
baseada na reflexão, no diálogo, como foi colocado por Monteiro Lobato, em suas
adaptações das Fábulas do Esopo, e as suas criações, envolvendo as personagens
do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Nos seus diálogos, para questionar a temática do
texto, evitando o conformismo. Isto ajuda o desenvolvimento da criticidade do
educando e estimula sua produção criativa.
Esta proposta tem uma abordagem mais ampla, dividindo angústias e soando
experiências, não só com professores das áreas, mas também com os demais, pois
o professor é antes de tudo um conhecedor da própria língua. Qual é a disciplina
escolar que não exige leitura e compreensão da mensagem do texto?
O grande desafio é preparar leitores críticos capazes de compreender o que
está implícito na entrelinha de um texto, de entender a realidade e transformá-la.
Esta é, a exemplo do professor, a melhor aprendizagem, pois incentiva o estudante
a fazer parte deste mundo.
O professor, para obter sucesso com os seus educandos, deve ser um leitor
crítico, um pesquisador assíduo, ardoroso e apaixonado pelo que faz. O primeiro
passo é o respeito pelos educandos, sem qualquer preconceito e discriminação, sem
rótulos, buscando entender sua cultura e a diversidade em que estão inseridos. E
como afirma Paulo Freire, cada um é autor da própria história. E para isso, o diálogo
humilde e a crença nas potencialidades de pessoa humana conduzem ao caminho
para todo e qualquer aprendizado.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A proposta desta unidade didática tem como referência os estudos e as
pesquisas de autores, como Lajolo, que defende uma leitura de mundo e as
experiências do leitor. Quanto maior os conhecimentos adquiridos através dos
tempos, mais profunda é a compreensão e nível de leitura da criança ou do
adolescente. E maiores as condições de atuar, interagir no seu meio. Portanto a
leitura é uma questão cultural.
[...] “lê-se para entender o mundo, para viver melhor.
Em nossa cultura, quanto mais abrangente a concepção
de mundo e de vida, mais intensamente se lê...” (Marisa
Lajolo, 2000).
E segundo os ensinamentos de Paulo Freire, a leitura de mundo precede a
leitura de palavras. E caminham juntos (Freire, 1985, p 81).
Por isto é essencial conhecer o mundo dos educandos e sua realidade,
através de diálogo e do ouvir suas histórias, instigando-os a expressar suas ideias e
opiniões, a discutir sobre questões problematizadoras da sua realidade. E assim
conhecendo melhor suas necessidades, o professor terá mais condições de conduzi-
los a se interessar por outras aprendizagens, fortalecendo suas relações para
enfrentar os problemas que surgem.
E ainda segundo Freire, cada um é capaz de ser agente da própria história,
da própria vida: deve saber questionar e buscar alternativas para viver melhor.
Para Pierre Bourdieu, a questão cultural e social, interfere na aprendizagem,
pois as oportunidades são diferenciadas, dependendo do meio em que vivem os
educandos, e da orientação que recebem da família (Bourdieu, p. 59, 1998).
É um grande desafio mudar esta realidade, pois falta apoio das autoridades
responsáveis pela educação e até mesmo o incentivo das famílias. Deste modo, não
há como jogar esta responsabilidade apenas para o estudante e sua família. São
vários fatores que contribuem para a construção de uma nova cultura, de um novo
paradigma, com o intuito de formar leitores críticos e competentes.
É mais fácil permanecer no conformismo diante de questões relevantes da
sociedade e da vida do cidadão. Por isso, é necessário urgentemente reverter esta
situação, começando pela preparação do professor – leitor e pesquisador – que
motiva o seu educando, tornando-se exemplo para ele, para que se torne
participativo e atuante no meio em que vive.
[...] o que sabemos, enquanto leitores, enquanto professores, a
cerca do ato de ler? Visto que a leitura é matéria-prima no
processo de ensino-aprendizagem, supostamente os cursos de
formação de professores deveriam dedicar a ela especial
atenção e cuidados. No entanto, aqueles que conhecem mais
de perto esta realidade por certo concordarão que a prática
segue por outros caminhos... (Rezende, 2009. p. 108).
Nessa direção, o texto literário torna-se muito importante para o processo da
prática de leitura, pois permite diversas interpretações e se concretiza na
receptividade do leitor. Portanto, ele é um participante ativo, havendo interação entre
autor, obra e leitor.
A fábula faz parte de um dos gêneros literários mais fascinantes; de origem
muito antiga, porém atual e presente em diversas culturas e períodos históricos. O
termo fábula é discutível. Provavelmente tem origem do verbo latino fabulare, que
significa narrar, conversar; portanto, sua origem é da tradição oral. Traduz, com
simplicidade, a sabedoria popular. São narrações curtas que enfatizam um vício ou
uma virtude, terminando com uma advertência moral. E algumas dessas lições se
tornaram provérbios. Na maioria das fábulas, os personagens são animais ou
criaturas imaginárias que se comportam como seres humanos. Isto, regra geral,
agrada crianças e adolescentes. Essas mensagens possuem diversas funções, tais
como ensinar, convencer, criticar, ironizar e divertir.
O mais famoso autor na Grécia antiga foi Esopo (século VI a.c), um escravo
que ganhou sua liberdade contando histórias, coletadas de documentos
antiquíssimos. Fedro também escreveu as mesmas fábulas de Esopo, mas sob a
forma diversa. Em 1621, La Fontaine traduziu e adaptou em versos essas fábulas
conhecidas e escreveu outras de sua autoria.
Dando continuidade a este gênero, a partir de 1921, o brasileiro Monteiro
Lobato dedicou-se à literatura infantil e ao reconto, a seu modo, das fábulas de
Esopo e outros fabulistas, além de suas criações próprias. Ele faz uma discussão
interessante no final de cada narrativa, envolvendo personagens do Sítio do Pica-
Pau Amarelo, atraindo a atenção da meninada. E faz uma discussão sobre temas
como solidariedade, respeito, trabalho, como pode ser visto na Fábula da Formiga.
No entanto, estas narrativas são do agrado dos estudantes e servem de ponte
para leitura de outros textos literários, aprimorando o gosto e o prazer de ler,
ampliando assim a visão de mundo e de realidade.
Para trabalhar com as fábulas, a metodologia utilizada terá como ponto de
partida a leitura e compreensão das narrativas, por meio de atividades diversas e a
produção textual, tendo como referências as histórias lidas, buscando a criatividade
para construir novas histórias, além de acrescentar conhecimentos sobre o gênero
narrativo fábula e seus autores, através dos tempos. Esta proposta tem como
referência a metodologia de Mônica Teresinha Ottoboni Sucar Fernandes, na obra
intitulada Trabalhando com os Gêneros do Discurso Narrar: fábula, em que faz uma
análise das fábulas de Esopo, La Fontaine e Monteiro Lobato; e também nas
considerações de Elizabeth Baldi, na obra Leitura nas Séries Iniciais – Uma
Proposta para Formação de Leitores de Literatura em que ela coloca diversas
sugestões para uma leitura mais aprofundada e dinâmica. (Baldi, 2010).
METODOLOGIA
Para a realização desta unidade primeiramente, aplicar uma dinâmica com a
finalidade de conhecer a turma, sem atribuir rótulos e assim, fortalecer os laços de
amizade, o espírito de colaboração mútua, o respeito entre colegas da sala, entre a
turma e o professor.
Em seguida pedir para cada estudante responder as questões sobre leitura
relacionada aos textos narrativos. Ao término dessa tarefa, o professor fará um
paralelo entre o texto narrativo fábula de outros, como parábolas, contos para que os
alunos percebam as características deste gênero narrativo.
E assim, como afirma Paulo Freire, para alcançar sucesso e atingir os
objetivos, o respeito à diversidade, o diálogo humilde, para compreender a realidade
de cada educando, a crença nas potencialidades da pessoa humana, são requisitos
necessários para que conduzem as novas aprendizagens, a se relacionar de
maneira pacífica e buscar mudanças, tanto a nível pessoal, como coletivo.
DINÂMICA
SOCIALIZAÇÃO: O QUE ESTÁ POR TRÁS DAS PALAVRAS?
Entregar a cada estudante chocolate ou bala, juntamente estará grampeado
ou colado um papel com a escrita de uma palavra, pedir para que leia e pense algo
partindo daquela palavra. Essa palavra faz você pensar em quê? Escreva o que
pensou, no mesmo papel. Em seguida, pedir para que cada educando compartilhe
seu pensamento, lendo ou comentando oralmente.
Após a partilha dos enunciados. O professor explicará que por trás de um
texto ou palavra, há muito que se extrair e essa leitura depende do conhecimento de
mundo que cada educando traz da sua própria vivência familiar e social. Então, é
por isso que quanto mais leitura e principalmente literária fizermos, mais
conhecimentos vamos adquirindo.
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
Caro aluno, você responderá estas questões investigativas para que eu possa
saber sua opinião a respeito do objeto fábula que é trabalhado em sua sala de aula.
1. Você gosta de fazer leitura em voz alta? Por quê?
1.1 Como você se sente lendo para a sua turma ouvir?
( ) com segurança.
( ) angustiado.
( ) que tem domínio de leitura.
( ) não se importa.
( ) gosta e sente importante.
2. Você faz leituras em casa para praticar? Quando?
3. O que gosta de ler? Como?
4. Na sala de aula, você prefere que a Leitura seja:
( ) compartilhada.
( ) silenciosa.
( ) oral espontânea.
( ) oral por indicação.
Por quê?
Esta atividade será para perceber o nível de conhecimento dos estudantes e
assim, poder planejar e conduzir o trabalho com eficiência. Não só quanto ao
conhecimento, mas também para saber como os estudantes se interessam pela
leitura, como lidam com situações problemas e como se relacionam com os colegas.
Na semana pedagógica, de fevereiro de 2014, será feita uma apresentação
do projeto, como será desenvolvido, síntese das ações e o cronograma. Esta
apresentação, além de ser uma maneira de divulgação das propostas, espera contar
com a colaboração dos professores e da comunidade escolar.
A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste projeto sobre gênero
narrativo fábula na formação do leitor crítico será implementada para estudantes do
6º ano, tem como referência a obra de Monteiro Lobato, sobre fábulas e Mônica
Teresinha Ottoboni Sucar Fernandes, que fazem uma análise deste gênero textual.
Pois, essas narrativas não só exerce sua função como interagir, ironizar, transmitir
uma mensagem, ressaltar um vício ou uma virtude, mais também traz uma reflexão
sobre os problemas que afligem a sociedade, de acordo com a época em que são
escritas e as intenções de seus autores.
Essas narrativas ajudam a criança e o adolescente a fazer uma leitura
questionadora, ligando o mundo real ao simbólico e metafórico, uma ponte que liga
essas duas realidades. Para isso Monteiro Lobato, faz uma discussão, envolvendo
as personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Isto é possível, pois evita o
conformismo, desenvolvendo a críticidade do educando, motivando-o a se mais
participativo e criativo em suas produções. E também para que ele entenda que há
várias maneiras de perceber a realidade, diversos pontos de vista, dependendo do
público a ser atingido e das intenções do autor.
Para a realização das ações, o primeiro passo é fazer um diagnóstico para
ver o nível de compreensão e o nível de leitura da turma através de algumas
questões. Em seguida apresentar textos sobre diversas fábulas para o contato do
estudante com este gênero narrativo e o que diferencia das demais narrativas como:
conto, apólogos, parábolas, mitos, lendas.
Em seguida serão escolhidas quatro fábulas de Monteiro Lobato para o
trabalho coletivo com mediação do professor, e para finalizar cada unidade, a
socialização será através de diversos recursos como: exposição dos trabalhos,
relatos e produções dos estudantes. Apresentação de algumas fábulas. E também
uma avaliação para verificar a aprendizagem durante a realização das atividades, o
nível de leitura e compreensão, quais os avanços que houve e o que precisa ser
retomado.
Para facilitar o desenvolvimento do trabalho foi dividido em sete oficinas:
1º Oficina.
Título: Fábulas e Seus Autores: Esopo, La Fontaine e Monteiro Lobato.
Objetivo Geral:
Ampliar os conhecimentos sobre esse gênero narrativo, diferenciando se
outros e qual a contribuição para a leitura crítica e de qualidade.
Objetivos Específicos:
Responder algumas questões para diagnosticar o nível de compreensão dos
estudantes e o interesse pela leitura.
Diferenciar o texto narrativo fábula de outros textos.
Conceituar o que é uma fábula.
Apresentar algumas fábulas e seus fabulistas
Pesquisar sobre fábulas mais conhecidas.
Organizar um espaço de leitura com a ajuda dos estudantes.
Atividade:
1. De acordo com o seu conhecimento, marque com (x) os títulos apresentados
que você sabe que são títulos de fábulas.
( ) A Raposa e a Formiga.
( ) A Cinderela.
( ) O Lobo e o Cão.
( ) A Chapeuzinho Vermelho.
( ) O Leão e o Rato.
( ) Os Três Porquinhos.
2. Assuntos relacionados a Fábulas.
( ) Presença de animais com características humanas nas histórias.
( ) Os textos geralmente são curtos.
( ) Final do texto apresenta uma moral.
( ) O tempo e o lugar são indeterminados.
( ) Há diálogo entre os animais.
( ) São textos narrativos.
( ) O narrador em 3ª pessoa.
( ) Há jogos de valores opostos.
Conhecendo um Pouco Mais Sobre as Características da Fábula:
A fábula é uma narrativa curta que trata de certas atitudes humanas, como a
disputa entre opressores e oprimidos, esperteza e lerdeza, avareza e
gratidão, bondade e maldade.
Alguns animais possuem características específicas como o seu
comportamento, havendo até uma comparação com ações humanas.
A maioria das vezes, no final das fábulas aparece uma frase destacada que
chamamos de moral da história. Às vezes ela vem como provérbio. Outras
vezes a moral está implícita nas ultimas linhas do texto.
Há presença de animais nas histórias com características humanas.
O título geralmente aparece destacado com nomes de animais.
É frequente aparecer diálogo entre os animais.
O tempo aparece de forma indeterminado (certa vez...), o que afirma, a esse
gênero, sua atualidade, ou seja, é atemporal, tão antigo, porém, serve de
lição para qualquer época.
Narrador em 3ª pessoa. (o narrador conta como se tivesse visto a cena).
2º Oficina.
Título: Conhecendo as fábulas.
Objetivo Geral:
Desenvolver o senso crítico dos estudantes através da leitura, entendimento
dos textos narrativos fábulas.
Objetivos Específicos:
Selecionar algumas fábulas e distribuir para os estudantes da sala para fazer
uma leitura e responder algumas questões.
Transcrever a mensagem do texto ou assunto e fazer representação através
de uma ilustração.
Fazer a socialização dos trabalhos, apresentando-os no grande grupo.
Conscientizar de que respeito é necessário para ouvir o colega.
Metodologia.
Para motivar os pequenos leitores, aplicar uma dinâmica sobre os animais.
Que animal você gostaria de ser? Que animal você não gostaria de ser? Por quê? E
apresentar a justificativa para a turma num grande círculo.
Cada estudante receberá um texto do gênero Fábula para fazer a leitura e
procurar entender não só o que está explícito, mas o que está além das palavras. O
que cada personagem representa o assunto que se está sendo discutido. A
veracidade da mensagem, novas possibilidades.
DE ONDE VÊM AS FÁBULAS?
As fábulas são tão antigas quanto às conversas dos das pessoas. Às vezes,
não sabemos quem as criou, o que sabemos é que a própria palavra provém do
Latim, fábula quer dizer falar, contar, narrar.
Esopo
No século VIII, A.C. já se tinha noticias dessas histórias, sendo que as fábulas
muito antigas do Oriente foram difundidas na Grécia, há 2600 anos, por um escravo
chamado Esopo. Apesar de gago e corcunda, feio e miúdo, como diziam alguns, era
inteligente, esperto e de muito bom senso. Por esse motivo, conquistou a liberdade e
viajou por muitas terras dando conselhos através das fábulas.
O motivo de sua morte foi a vingança do povo de Delfos. Por eles, Esopo foi
considerado a morte e jogado do alto de um abismo. Mas a suas 600 fábulas
continuaram a ser contadas, escritas e reescritas por outros fabulistas. Febro é o
primeiro escritor latino a compor uma coletânea de fábulas tendo sido imitado e
difundido várias vezes.
Jean de La Fontaine
O escritor Francês, do século XVII 1601 – 1700, usava a fábula, em versos e
em prosa para denunciar as misérias e as injustiças de sua época.
A partir dessa época muitas histórias escritas inicialmente para adultos já
começaram a ser adaptadas para crianças retirando delas os elementos violentos e
os aspectos nocivos à educação. Mas a fábula moderna preserva todo o vigor que
vem apresentando desde os tempos antigos.
Monteiro Lobato
No Brasil, temos o grande fabulista, Monteiro Lobato.
Além de recontar as fábulas de Esopo e La Fontaine, crias as suas próprias
com a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo, como mostra o seu livro “Fábulas”, no
qual Pedrinho diz: “As fábulas, mesmo quando não valem grande coisa, tem um
mérito: são cortinas”. Narizinho acha as fábulas sabidíssimas e Emília as considera
uma indireta.
O escritor brasileiro usou fábulas para criticar e denunciar as injustiças,
tiranias, mostrando às crianças a vida como ela é.
Em suas fábulas, alerta que o melhor é ser esperto (inteligente), porque o
forte sempre vence e Visconde afirma que o único meio de derrotar a forma é a
astúcia. Até agora nos nossos tempos contemporâneos esse gênero narrativo existe
e por ser curto, tem o poder de prender a atenção, de entreter e deixar mensagens
de ensinamentos.
Avaliação.
A avaliação será feita com base nas reproduções dos estudantes e também a
participação, o interesse e colaboração ao realizar as atividades. Se ele preencheu
todos os itens e respondeu aos questionamentos.
3º Oficina.
Título: A fábula de Monteiro Lobato: A Rã e o Boi.
Objetivo Geral:
Desenvolver e aprofundar o nível de leitura e compreensão dos estudantes, através
da leitura de fábulas a fim de que, melhore a sua atuação no meio em que vivem.
Objetivos Específicos:
Realizar uma leitura expressiva da fábula A Rã e o Boi.
Organizar uma discussão para entender a narrativa.
Observar a característica das fábulas, os diálogos entre os personagens, do
narrador, a conclusão da narrativa, a pontuação.
Fazer a ligação entre a realidade e a sua representação simbólica.
Organizar o espaço de leitura e a roda de conversa.
Metodologia:
Para motivar os estudantes integrando-os num clima favorável a leitura,
dialogar com eles sobre o que eles sabem sobre os animais: Boi e a Rã. E na fábula
o que eles representam. Em seguida preparar a leitura e o debate sobre o assunto,
analisar com eles as características da narrativa e o uso do diálogo, da pontuação e
a posição do narrador e realizar as atividades para melhor entendimento do texto.
Organizar o canto da leitura e conforme vão terminando as atividades podem
escolher uma leitura: livros, revistas, gibis e textos, para leitura silenciosa e
posteriormente comentar com os colegas.
Também organizar a roda de conversa sobre a fábula e seu autor Monteiro
Lobato.
Fazer o registro do que foi discutido.
1º Atividade:
1) Qual a intenção do autor ao escrever esta fábula?
2) O que você acha que os animais representam nesta fábula?
3) O que você entende pela mensagem: quem nasce para dez réis não chega
a vintém.
4) Você concorda com esta conclusão? Por quê?
2º Atividade:
Construir um diálogo onde os personagens são animais, representando ações
humanas.
Avaliação:
A avaliação, considerando as reproduções dos estudantes para verificar o
nível de aprofundamento de leitura e a compreensão dos textos e as condições de
interferir e questionar questões da sociedade, como: o uso da força ou do poder
para oprimir o outro. O conformismo que prejudica o crescimento pessoal e coletivo.
4º Oficina.
Título: A Formiga Boa e a Formiga Má de Monteiro Lobato.
Objetivo Geral:
Aprimorar o nível de leitura dos estudantes, a fim de que, haja melhor
compreensão através de leitura de fábulas.
Objetivos Específicos:
Realizar uma leitura com boa entonação, dicção, respeitando a pontuação e
as falas dos personagens.
Apresentar uma leitura em forma de jogral.
Fazer um paralelo entre as duas narrativas, comentando os diferentes pontos
de vista: a formiga má – formiga boa.
Assistir o filme sobre a formiga.
Pesquisar sobre o trabalho das formigas e o canto das cigarras.
Metodologia:
Para aguçar a curiosidade e investigar o interesse dos estudantes sobre os
animais e a sua relação com a pessoa humana, assistir o filme sobre a formiga e a
cigarra (ver no youtube). Organizar uma discussão sobre o assunto. Registrando
tópicos mais relevantes, em seguida apresentar os textos sobre as fábulas da
formiga boa e da formiga má de Monteiro Lobato e fazer a leitura com os alunos
divididos em grupos. Terminada as leituras realizar uma discussão mediada pelo
professor uma síntese e atividades variadas.
Atividade 1:
1) O que o autor quis enfatizar ao contar as fábulas da formiga boa, e da formiga
má?
2) Quem você acha que os animais representam nestas fábulas?
3) O que você entende pela conclusão da narrativa que diz; os artistas, poetas,
pintores, músicos, são as cigarras da humanidade.
4) Você conhece outras classes que são discriminadas pela sociedade? Quais?
5) Você tem uma sugestão para mudar esta situação?
Atividade 2:
1) O trabalho é algo importante e necessário. Veja só esta situação: seu
professor de matemática deu um prazo de uma semana para cada aluno
resolver umas situações problema. Marcou a entrega para segunda-feira.
Você enrolou a semana inteira... No fim de semana preferiu passear a fazer o
trabalho. Qual das versões da história da cigarra e da formiga ilustra melhor
esta situação?
2) Em qual das versões o artista é respeitado e tem seu trabalho reconhecido?
Copie do texto a expressão que justifica sua resposta.
Avaliação:
A avaliação será no sentido de acompanhar a aprendizagem dos estudantes
através das suas produções e trabalho em grupo.
5º Oficina.
Título: O Cão e o Lobo
Objetivo Geral:
Propiciar a leitura, a oralidade e a escrita a fim de que desenvolva a
criticidade enquanto prática social.
Objetivos Específicos:
Ler, interpretar, reconhecer o gênero textual fábula.
Compreender o que está explícito e implícito nas entrelinhas do texto.
Ter uma visão de mundo e comparar as mensagens a sua realidade social.
Ser capaz de extrair o tema.
Atividade 1:
Estudo do texto.
1. De acordo com o texto responda estas questões.
1) Um lobo muito magro e faminto, todo pelo e osso. Qual é o tema que se
pode extrair destas figuras?
2) O lobo encontra um cão gordo, forte de pelo fino e lustroso. Qual é o tema
que se pode apreender destas figuras?
3) O lobo faminto e magro ao ver o cão gordo e forte. O lobo com o brilho de
esperança nos olhos, perguntou explique-me isso por miúdo?
4) O que fez o lobo no primeiro momento?
5) Qual é o sentido mais abstrato das figuras ao notar que o cachorro estava
de coleira?
6) Qual destes termos é afirmado quando o lobo recusa a coleira?
7) Qual destes termos é afirmado quando o cão aceita a coleira?
8) Quais os motivos que poderia ter levado o lobo a não aceitar a coleira?
9) Quem na sociedade atual pode ser o lobo e o cão desta história?
Explique.
6º e 7º Oficina.
Título: Como Produzir um texto Narrativo do Gênero Fábula.
Objetivo Geral:
Instigar a produção criativa dos estudantes, a fim de que, possa perceber o
nível de aprofundamento, de compreensão e como expressam suas ideias e
opiniões.
Objetivos Específicos:
Leitura e discussão de algumas fábulas observando alguns personagens, a
situação problema e a intenção do autor (as mensagens).
Selecionar alguns temas e tipos de problemas para que o estudante entenda
melhor este tipo de narrativa escolher um tema para ser desenvolvido
coletivamente.
Realizar a reprodução criando a sua narração.
Apresentar as produções para a turma.
Organizar as fábulas num volume para que outros estudantes possam ler.
Metodologia:
Para motivar os estudantes, inserindo-os num clima agradável, passar um
vídeo sobre uma narrativa, observando o narrador, as personagens, o tema, a
situação problema e a conclusão da história. Em seguida realizar a produção
coletiva de uma fábula como incentivo para as suas reproduções e apresentar
alguns temas e situações problemas e como conclusão das atividades cada aluno
reproduzirá sua história usando sua criatividade e a apresentará aos demais colegas
e essas reproduções serão organizadas em um só volume para que os demais
estudantes da escola possam conhecer essas novas narrativas e ter mais prazer
pela leitura.
Avaliação:
A última avaliação vai retomar o início das atividades observando a
aprendizagem, as atitudes dos estudantes, quais as melhorias e o que precisa ser
retomado.
Atividades:
Reprodução coletiva de uma fábula: Tema: A Violência no Ambiente Escolar
Traz Prejuízos.
Intenção:
Aconselhar um colega da escola que o mais importante não é agredir, ofender e
levar vantagens sobre o outro e sim o respeito, aceitando-o como ele é.
Problema:
Uma das personagens, aproveitando a situação que lhe é favorável, faz
chantagens para que o outro cumpra todas as suas ordens, do contrário ficará
fora do grupo, além de levar uma surra.
Personagens:
O Elefante e a Formiguinha.
2º Atividade:
Reproduzir uma narrativa, escolhendo um tema, uma situação problema e a
mensagem da história.
Algumas sugestões de situações problemas:
Duas personagens discutem para saber quem é mais inteligente.
Alguém quer enganar o colega e levar vantagens.
Uma personagem agressiva, mandona aproveita a situação para pressionar o
colega.
Um senhor poderoso usa seu poder econômico para escravizar seus
trabalhadores.
Um padrasto malvado, sem pudor, abusa de uma criança inocente que não
sabe como se defender.
Temas: (sugestões)
1. Violência na escola.
2. O poder opressor.
3. A autoridade que corrompe
4. A sede de vingança.
O amor tudo vence.
REFERÊNCIAS
ABÍLIO, ELEONORA CRETTON; MATTOS, MARGARETH SILVA DE. Letramento e
leitura da literatura. In: CARVALHO, MARIA ANGÉLICA FREIRE De; MENDONÇA,
ROSA HELENA (orgs.). Práticas de leitura e escrita. Brasília: Ministério da
Educação, 2006. p. 84-89.
BAGNO, MARCOS. Fábulas Fabulosas. In: CARVALHO, MARIA ANGÉLICA
FREIRE De; MENDONÇA, ROSA HELENA (orgs.). Práticas de leitura e escrita.
Brasília: Ministério da Educação, 2006. p. 51-52.
BALDI, ELIZABETH. Leituras nas Séries Iniciais: uma proposta para formação
de leitores de leitura. / Elizabeth Baldi. – Porto Alegre – Editora Projeto, 2009.
BOURDIEU, PIERRE. A Escola Conservadora: as desigualdades frente à escola e
à cultura. Escritos de Educação, Petrópolis, Ed. Vozes, 2003.
BOURDIEU, PIERRE. A Escola Conservadora: as desigualdades frente à escola e
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Enfrentamento à Violência / Secretaria de Estado da Educação. Superintendência
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