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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICO

TURMA - PDE/2013

Título: REFLEXÕES E ALTERNATIVAS PEDAGÓGICAS PARA A PREVENÇAO DA VIOLÊNCIA ESCOLAR

Autora ELZA APARECIDA GIACOMITI

Disciplina/Área (ingresso no PDE) PEDAGOGIA

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização

COLÉGIO ESTADUAL CAMPOS SALES

Rodovia do Caqui, Km 08, s/n – Jardim da Colina

Município da Escola CAMPINA GRANDE DO SUL - PARANÁ

Núcleo Regional de Educação ÁREA METROPOLITANA NORTE

Professor Orientador Dr. AMÉRICO AGOSTINHO RODRIGUES WALGER

Instituição de Ensino Superior UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Resumo: (descrever a justificativa,

objetivos e metodologia utilizada. A

informação deverá conter no máximo

1300 caracteres, ou 200 palavras,

fonte Arial ou Times New Roman,

tamanho 12 e espaçamento simples)

A Escola, enquanto instituição social apresenta reflexos da

violência presente na sociedade e decorre aparentemente de

inúmeros fatores, tais como: baixa autoestima, condições sócio

econômicas da população, trabalho infantil, famílias chamadas

desestruturadas, baixos índices de empregabilidade dos pais,

exclusão social, baixa escolaridade das famílias, desinteresse

dos pais no desenvolvimento escolar dos jovens e pouca

valorização da escola. Estes reflexos no âmbito das relações

escolares afetam o clima escolar e interferem na qualidade do

ensino, no rendimento dos alunos e no trabalho dos

professores, dificultando e às vezes impossibilitando o processo

de ensino e aprendizagem. Tais decorrências parecem ser

frutos do imediatismo da sociedade contemporânea tendo seu

conceito de indústria cultural abordado pela teoria crítica da

sociedade. Esta Unidade Didática apresenta um estudo

reflexivo a respeito da temática violência escolar, as formas de

manifestação no cotidiano escolar, o envolvimento dos

professores, alunos e sociedade, buscando embasar

teoricamente o conceito de violência, por meio de diferentes

autores, sugerindo diversas atividades práticas como

alternativas pedagógicas que levem a reflexão e prevenção da

violência no ambiente escolar e fora dele.

Palavras-chave (3 a 5 palavras) VIOLÊNCIA ESCOLAR, CULTURA DA PAZ, ATIVIDADES

PEDAGÓGICAS

Formato do Material Didático UNIDADE DIDÁTICA

Público Alvo 9° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

REFLEXÕES E ALTERNATIVAS PEDAGÓGICAS PARA A PREVENÇAO DA VIOLENCIA ESCOLAR

"Dois perigos não cessam de ameaçar o mundo: a ordem e a desordem." (Paul Valéry

)

APRESENTAÇÃO

Enquanto educadora considero importante o estudo e a reflexão da

violência no âmbito escolar. Embora pareça contraditório falar de violência num

ambiente que deveria ser um local privilegiado de respeito, paz e justiça, por

tratar-se de um estabelecimento educacional que ensina os valores positivos de

convivência e respeito em sociedade, no entanto percebemos que o mundo

demonstra uma realidade oposta que é a violência.

Esta Unidade Didática é o resultado das leituras e reflexões, as quais

apontam para a necessidade de encontrar ações e tentar estabelecer caminhos

para refletir, prevenir e compreender como acontece a violência e a agressividade

escolar.

Fundamentada na teoria crítica de Theodor Adorno e observando a

realidade onde vivo e trabalho, percebo que no ensino fundamental, a violência

tem sido preocupante, pois há um grande número de registros de ocorrências

feitos pela equipe pedagógica.

É uma produção realizada em cumprimento a mais um Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, do Estado do Paraná e tem como objetivo a

prevenção da violência no ambiente escolar e especialmente na sala de aula.

Esse material didático foi elaborado para o aluno e deve servir como

instrumento de reflexão, tanto para o professor quanto para seus alunos, no

processo de desenvolvimento e formação do indivíduo.

DIALOGANDO COM O PROFESSOR

Levar a temática da violência para a sala de aula é

uma forma de oportunizar discussões e levantar reflexões

que objetiva a mudança comportamental e disciplinar de

nossos alunos, pois é na escola e nas relações cotidianas

que devemos traduzir o respeito ao próximo por meio de

atitudes que levem à amizade, harmonia e integração dos

estudantes dentro e fora da instituição.

O combate à violência tem sido alvo de preocupação na sociedade. É o

princípio que motivou a ideia desta produção didática com elaboração de

atividades diversificadas que retratam o tema com intuito de melhorar as

condições da convivência coletiva no espaço escolar.

A violência é um problema social que está presente nas ações dentro das

escolas e se manifesta de diversas formas entre todos os envolvidos no processo

educativo. Isso não deveria acontecer, pois a escola é o lugar de formação ética

dos sujeitos ali inseridos, sejam eles alunos, professores ou demais funcionários.

Além disso, a violência que tem levado jovens a perder a credibilidade

quanto a uma sociedade justa e igualitária, capaz de promover o desenvolvimento

social em iguais condições para todos. Esses modelos sociais podem acabar por

contribuir na formação de jovens mais violentos.

Os conflitos geradores da violência em todos os âmbitos da sociedade são

consequências da massificação do modo de produção capitalista onde a

imposição da estruturação social desencadeou as desigualdades sociais,

conforme a temática da indústria cultural, abordada pelo filósofo alemão Theodor

Adorno, a qual está embasada a fundamentação teórica do meu projeto de

intervenção.

Ao desenvolver uma práxis pedagógica voltada para a construção

emancipadora de uma formação cultural crítica e transformadora, cito o que

Adorno (1996) disse: “a única possibilidade que resta à cultura é autorreflexão

crítica sobre a semiformação, em que necessariamente se converteu” (p. 410).

Diante da visão sobre educação pautada nos estudos de Adorno (1998),

enquanto pensador, temos a responsabilidade de conscientizar os alunos para a

realidade social em que está inserido.

Em um mundo onde a educação é um privilégio e o aprisionamento

da consciência impede de toda maneira o acesso das massas à

experiência autêntica das formações espirituais, já não importam

tanto os conteúdos ideológicos específicos, mas o fato de que

simplesmente haja algo preenchendo o vácuo da consciência

expropriada e desviando a atenção do segredo conhecido por todos

(p. 20).

Além da pesquisa bibliográfica que norteia a base teórica desta unidade

didática, a metodologia utilizada para atingir os objetivos citados para cada

atividade proposta a ser trabalhada com os alunos do nono ano do ensino

fundamental, também demonstrada aos professores do estabelecimento onde

atuo, abordando o assunto de maneira reflexiva e preventiva, usando os recursos

didáticos tais como: leitura, pesquisa, filme, música, recortes de jornais e revistas,

etc., objetivando levantar discussões sobre o tema violência escolar numa

possível forma de despertar nos alunos o respeito mútuo, considerando que todos

os educandos envolvidos no processo devem participar e se engajar nessa ação.

As sugestões pedagógicas devem evidenciar os fatores que geram a

violência dentro e fora da escola, diagnosticar dados da realidade dos alunos,

propor análises críticas sobre a problemática a fim de que os alunos entendam e

se conscientizem que são responsáveis por disseminar a cultura da paz, por

intermédio do esclarecimento, na escola e na sociedade.

Professor, ninguém melhor do que você conhece a realidade de sua

comunidade e as limitações de seus alunos, por isso você tem a liberdade de

adaptar esse material ao seu contexto escolar, de forma que ele atenda as reais

necessidades dos seus alunos.

“É melhor tentar e falhar que preocupar-se e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão, que sentar–se fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar que em dias tristes me esconder. Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver.” (Martin Luther King)

RECURSOS DIDÁTICOS A SEREM UTILIZADOS: 1- VÍDEOS

Os vídeos são um dos recursos didáticos mais

enriquecedores que existem quando bem utilizados, pois

auxiliam o estudante na compreensão e na assimilação de

conceitos, como coloca Moran (1991):

Os meios podem ser utilizados também como instrução, informação, formas de passar conteúdos organizados, claros e sequenciados. Principalmente o vídeo instrucional, educativo, é útil para o professor, porque lhe dá chance de completar as informações, reforçar os dados passados pelo vídeo. Eles não eliminam o papel do professor. Antes ajudam-no a desenvolver sua tarefa principal que é a de educar para uma visão mais crítica da sociedade. (p.68)

O professor deve assistir anteriormente ao vídeo para verificar o conteúdo

exposto, decidir os pontos que deverão ser ressaltados durante a exibição e

formular questões para debater no grupo. Também deverá estar atento para as

reações e percepções dos alunos durante a exibição.

2- DINÂMICAS DE GRUPO:

Considerando o contexto atual em que as

mudanças ocorrem rapidamente, principalmente

quando se trata de tecnologias e ciências de

modo geral, a escola para motivar o aluno ao

aprendizado deve procurar sair do quadro de

giz, fazendo com que os mesmos participem, e interajam, experimentando no

coletivo, situações de vida. Então neste sentido a dinâmica representa uma opção

metodológica a mais para os educadores. Conforme JORGE (2007).

As dinâmicas de grupo podem ser entendidas como procedimentos que

envolvem ações educativas realizadas com grupos de alunos, visando a

favorecer a emergência de interação social construtiva, baseada na

comunicação, cooperação, confiança, reciprocidade, respeito mútuo e

responsabilidade. (p.32).

Fonte: Wikipédia.org

3- OFICINAS:

As oficinas pedagógicas

podem ser utilizadas como uma

metodologia de trabalho em grupo,

caracterizada pela “construção

coletiva de um saber, de análise da

realidade, de confrontação e

intercâmbio de experiências” (CANDAU, 1999, p.23), em que o saber não se

constitui apenas no resultado final do processo de aprendizagem, mas também no

processo de construção do conhecimento.

Assim, desenvolve-se uma experiência de ensino e aprendizagem em que

educador e educandos constroem juntos o conhecimento num “... tempo-espaço

para vivência, a reflexão, a conceitualização: como síntese do pensar, sentir e

atuar. Como o lugar para a participação, o aprendizado e a sistematização dos

conhecimentos” (GONZÁLES CUBELLES apud CANDAU, 1999, p.23).

O processo ensino aprendizagem pode também ser considerado como

uma tarefa crítica e permanente, coletiva e dinâmica. Conforme Cordeiro,

Menezes & Castro (2002), as oficinas consistem em grupos de discussão, onde

se promove a reflexão e a imaginação sobre aspectos do vivido dos participantes.

Fonte: Noticias.uol.com.br

DIALOGANDO COM O ALUNO

ATIVIDADE 01

TRAÇANDO SEU AUTO – RETRATO

Esta dinâmica oferece oportunidade de conhecer a convivência familiar,

escolar e social de cada discente. Por meio das respostas produzidas pelos

alunos poderão ser obtidas informações a respeito do nível de compreensão

sobre a violência e suas consequências em todos os ambientes.

OBJETIVO: Levantar dados referente aos alunos quanto a situação de envolvimento e conhecimento a respeito da violência escolar.

DESENVOLVIMENTO: Esta oficina tem como proposta fazer o aluno falar um pouco de si mesmo. No computador escolhe figuras e fará a montagem de slides e frases que retratem a sua história de vida.

Após a apresentação vai responder um questionário para levantamento de dados.

IDADE:_________________________

SÉRIE:_________________________

SEXO: ( ) MASCULINO ( ) FEMININO

1) MORA NO BAIRRO DA ESCOLA? ( ) SIM ( ) NÃO

2) TRABALHA? ( ) SIM ( ) NÃO

3) PARTICIPA DE QUAIS EVENTOS DA ESCOLA:

a) ( ) GREMIO ESTUDANTIL

b) ( ) PROJETO ESCOLA SUSTENTÁVEL

c) ( )PROJETO MAIS EDUCAÇAO

d) ( ) PROJETO VALORES

e) ( ) OUTROS? QUAIS?_____________________________________________

4) PARTICIPA DOS EVENTOS DA COMUNIDADE:

a) ( ) JOGOS ESPORTIVOS

b) ( ) FESTAS TRADICIONAIS

c) ( ) CAMPEONATOS

d) ( ) IGREJA

e) ( ) OUTROS. QUAL? _______________________________________

( 4) O QUE É CONSIDERADO POR VOCÊ VIOLÊNCIA ESCOLAR?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5) NO DIA A DIA DO SEU BAIRRO, EXISTE MUITA VIOLÊNCIA?

( ) SIM

( )NÃO

6) VOCÊ JÁ SE ENVOLVEU EM ALGUMA AÇÃO VIOLENTA?

( ) SIM

( ) NÃO

7) VOCÊ CONSIDERA QUE HÁ VIOLÊNCIA NA ESCOLA NA RELAÇÃO ALUNO/ALUNO?

( ) SIM

( ) NÃO

JUSTIFIQUE:

8)VOCÊ CONSIDERA QUE HÁ VIOLÊNCIA NA ESCOLA NA RELAÇÃO /ALUNO/ PROFESSOR?

( ) SIM

( ) NÃO

JUSTIFIQUE:______________________________________________________________

9) VOCÊ CONSIDERA QUE HÁ VIOLÊNCIA NA ESCOLA NA RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO?

( ) SIM

( ) NÃO

JUSTIFIQUE:______________________________________________________________

10) AS SITUAÇÕES QUE PODEM CARACTERIZAR-SE COMO VIOLENTAS E QUE SÃO GERADAS DENTRO DA ESCOLA TEM CONTINUIDADE FORA DELA? ( ) SIM ( ) NÃO

COMO?__________________________________________________________________

11) AS SITUAÇÕES QUE PODEM CARACTERIZAR-SE COMO VIOLENTAS E QUE SÃO GERADAS FORA DA ESCOLA TEM CONTINUIDADE DENTRO DELA? ( ) SIM ( ) NÃO

COMO?________________________________________________________________

12) NA SUA FA MÍLIA VOCÊ CONSIDERA QUE EXISTEM PROBLEMAS DE VIOLÊNCIA?

( ) SIM ( ) NÃO

DIALOGANDO COM O ALUNO

ATIVIDADE 02

OS CONFLITOS NA ESCOLA

OBJETIVO: mostrar por meio desta atividade que as regras e os limites favorecem a disciplina e levar os alunos a uma reflexão crítica- a respeito dos conflitos na Escola.

DESENVOLVIMENTO: Cada participante recebe um balão e o enche. Em seguida o formador solicita que amarrem os balões e o segurem com a mão esquerda, e que coloquem a mão direita aberta para trás, onde foi colocado um palito de dente. A regra é: proteger o seu balão e mantê-lo cheio até acabar o tempo de cinco minutos

Dinâmica:

Dado o sinal de início, alguns balões

começam a ser estourados pelos colegas com o

palito de dentes. Ao final do tempo dado, geralmente

poucos permanecem com os balões cheios.

Executando a dinâmica todos poderiam ter

permanecido com os balões cheios se não usassem

os palitos, pois a regra não era estourar os balões. Foi o espírito competitivo que

os levou a furar os balões. Nesse espírito todos querem ganhar. Embora a

consigna fosse ter o seu balão cheio, apenas alguns se preocupam em proteger o

seu balão. O palito de dentes simboliza o conflito. Neste modelo, em situações de

conflito o nosso objetivo é ganhar, não basta proteger, é preciso vencer e para

vencer é preciso destruir o outro nas dimensões objetiva e subjetiva. Este é um

paradigma cultural que precisa ser desconstruído. Todos tinham palitos e o outro

esperava que o ataque ocorresse.

Reflexão 1

A forma de proteger foi atacando, porque o outro esperava isso. A filosofia

que predomina é: o importante é que a outra pessoa perca e que eu ganhe! A

fórmula era: para eu ganhar o outro tem que perder, mas esse é um paradigma

que precisa ser desconstruído na mediação. Em lugar dele é preciso pensar no

que podemos fazer juntos para solucionar o problema que nos envolve. Essa é a

mudança de paradigma que deve ser feita. Todos devem ganhar na mediação

escolar. Tal mediação não trabalha a questão (conflitos), mas as pessoas que

estão envolvidas na questão. Nesse novo paradigma, o conceito de quem ganha

e de quem perde deve ser superado. Nossa cultura está formatada para ganhar e

perder.

Reflexão 2

Duas pessoas estavam brigando porque ambas queriam a única laranja

existente. Uma solução seria dividir a laranja ao meio. No caso, diante do conflito,

um mediador buscou conhecer o que cada uma delas desejava da laranja. A

posição estava clara: ambas queriam a laranja!

Mas qual era o interesse efetivo de cada uma delas?

Após a mediação do conflito instalado, chegaram à conclusão de que uma delas

desejava o suco da laranja, enquanto a outra desejava fazer um doce de laranja

utilizando-se da casca. Uma extrairia o suco e a outra ficaria com a casca. Foi o

que ocorreu e ambas ganharam.

RESPONDA: 1) O que determinava o conflito do caso?

2) O que é um conflito?

3) Por que a solução dada foi de “ganha-ganha”?

4) Numa conversa sobre conflitos, é certo dizer que uma das partes tem de ceder?

5) É correto dizer que numa negociação, o bom é quando chegamos a um ponto de discussões no qual todas as partes saem satisfeitas, ainda que tenham que ceder?

DIALOGANDO COM O ALUNO

ATIVIDADE 03

A VIOLENCIA SOCIAL(bullying) e a SALA DE AULA

Uma das causas da violência entre alunos na escola - seja simbólica, psicológica

ou física - é o fenômeno bullying. Ao contrário deste comportamento normal para

a faixa etária escolar, o bullying caracteriza-se por atitudes agressivas,

intencionais e repetidas praticadas sem motivação e geralmente de forma velada

OBJETIVO: Conscientizar sobre o tema bullying, reconhecendo suas várias dimensões, conceito, incidência e consequências, sensibilizando para uma convivência saudável em sala de aula.

RECURSOS MATERIAIS: Quadro, giz, papel sulfite, caneta

METODOLOGIA: Prática Social e Problematização

No quadro de giz o professor perguntará aos alunos: a) Vocês já ouviram falar em bullying? b) Como podemos defini-lo? c) Existe bullying em nossa escola? E em nossas aulas? O professor registrará as respostas expressas pelos alunos, de modo a marcar o ponto de partida do conhecimento. Instrumentalização Para apropriar-se do conhecimento os alunos, dispostos em duplas, realizarão três atividades: 1. Leitura de um texto sobre bullyng com informações sobre a origem da palavra e o seu conceito;

2. Diálogo entre as duplas a respeito do texto lido anotar um exemplo de bullying que já tenham visto na escola ou outro local.

3. Apresentação pelos alunos dos exemplos de bullying.

Com o encerramento desta atividade o professor retoma a primeira fala, questionando os alunos: a) E agora, o que vocês entendem como bullying? b) Quais atitudes o caracterizam? c) Percebemos o bullying em nossa sala de aula? d) Podemos reverter este quadro? e) Que atitudes devem estar presentes em nosso dia a dia? O professor fará o fechamento da atividade fazendo um comparativo entre as respostas do primeiro e do segundo momento.

Para conhecer mais sobre o bullying, acesse o site:

http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-

adolescente/comportamento/bullying-escola-494973.shtml

DIALOGANDO COM O ALUNO

ATIVIDADE 04

DESIGUALDADE SOCIAL

Fonte: Rafael David - Multimeios/SEED

Na sociedade de consumo as pessoas são reconhecidas por aquilo que

consomem, vestem calçam ou usam. É a valorização da ostentação, do ter, em

detrimento do ser. As pessoas trabalham cada vez mais para poder manter e

ostentar seu consumismo. Mas estabelecer um limite entre consumo e

consumismo é impossível, pois o que é necessário para uns pode ser supérfluo

para outros. O consumismo é uma questão cultural.

O consumo gera conflito entre as classes sociais, pois por um lado há a

maioria de pessoas que não pode consumir o necessário para sobreviver de outro

uma minoria que consome para além das necessidades.

Para entender melhor como acontece a desigualdade social, assista o

documentário Ilha das Flores Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=KAzhAXjUG28

Este filme retrata como o sistema econômico, contribui para a desigualdade

e a exclusão social. A trama discorre sobre o cotidiano de personagens divididos

em classes sociais: uma vendedora de produtos de beleza e dona de casa, um

plantador de tomates, um fazendeiro e criador de porcos e os moradores da Ilha

das Flores. Na trama, muitas informações são mostradas através de uma

linguagem científica, cuja intenção é a de “igualar” o ser humano por meio de

descrições que denotam a raça humana. Contudo, mostram o desigual tratamento

dado aos “iguais” seres humanos, colocando-os inferiores aos porcos. Segundo o

autor, o que determina a diferença entre os humanos é sua classe social. Os

moradores da Ilha das Flores que se alimentam de restos descartados por

tratadores de porcos e considerados como impróprio para o consumo, podem

parecer, sentimentalismo ou exploração da desgraça alheia, no entanto são fatos,

e como tais são apresentados.

Agora vamos conversar um pouco sobre o filme:

OBJETIVO: desenvolver o senso crítico e reflexivo dos alunos, levando os à uma leitura da realidade social na qual vivemos, liderada pelo capitalismo e levá-los a uma reflexão que os faça mudar atitudes e procurar posturas mais ativas.

1- Quais são os temas abordados no filme? O que mais chamou a sua atenção? Você concorda com tudo que foi apresentado?

2-O nome desse filme passa para nós uma ideia contrária a que o filme relata? Quais as ideias principais do filme?

3- Que recursos o diretor do filme usou para transmitir suas ideias?

4- O que coloca os seres humanos da Ilha das Flores depois dos porcos na prioridade na escolha de alimentos?

5 -Todos os seres humanos são livres? Qual é o seu conceito de liberdade? Como fica a liberdade para os seres humanos da Ilha das Flores?

6- A forma em que o tema foi abordado em "Ilha das Flores" e a maneira que tal questão é discutida na sociedade atual, na sua opinião, mostram diferenças entre a realidade histórica do filme (1989) e a atual (2013)?

7- Qual o conceito de igualdade entre os seres humanos expresso no filme?

DIALOGANDO COM O ALUNO

ATIVIDADE 05

TROCANDO CONHECIMENTO SOBRE A VIOLÊNCIA DE FORMA LÚDICA

OBJETIVO: Propiciar perguntas e respostas sobre as situações de violência que se verificam na vida escolar, dentro e fora da sala de aula, levando os a descobrir formas de entendimento para uma prática da não violência

MATERIAL: Cartões Informativos

DESENVOLVIMENTO: Na sala de aula formar duplas de alunos. Cada um recebe um cartão informativo nas cores verde ou vermelho. Esses cartões serão compostos de perguntas (cartão verde) e respostas (cartão vermelho) sobre o assunto violência escolar. O professor escolhe um aluno para ler a pergunta e quem tem a resposta que a completa precisa se identificar e ler a resposta. O professor, no final da apresentação das duplas, complementa as respostas.

EXEMPLO DE PERGUNTAS:

1- Que tipo de violência pode ocorrer na escola?

2- Quais são as consequências da violência na escola?

3- O que a escola pode fazer para evitar a violência?

4- Como contribuir para a não violência?

5- O que você entende por cultura da paz?

6- De que forma a realidade social contribui para a violência dos alunos nas escolas?

7- Cite outros exemplos de violência fora da escola?

8- De que maneira a família pode auxiliar no índice de violência escolar?

Links de vídeos a respeito de violência escolar:

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=10230

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=10229

http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=10228

DIALOGANDO COM O ALUNO

ATIVIDADE 06

PRINCÍPIOS DA CULTURA DE PAZ

“Construir uma cultura da paz envolve dotar as crianças e os adultos de uma compreensão dos princípios e respeito pela liberdade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, igualdade e solidariedade. Implica uma rejeição, individual e coletiva, da violência que tem sido parte integrante de qualquer sociedade, em seus mais variados contextos” (DUPRET, 2002).

Em 1998, quando da celebração dos 50 anos da Declaração Universal dos

Direitos Humanos, um grupo de ganhadores do Prêmio Nobel da Paz redigiu o

“Manifesto 2000 por uma Cultura de Paz e Não-Violência”, listando os seguintes

princípios:

1. RESPEITAR A VIDA

Respeitar a vida e a dignidade de qualquer pessoa sem discriminar ou prejudicar.

2. REJEITAR A VIOLÊNCIA

Praticar a não-violência ativa, repelindo a violência em todas as suas formas:

física, social, psicológica, econômica, particularmente diante dos mais fracos e

vulneráveis, como as crianças e os adolescentes.

3. SER GENEROSO

Compartilhar meu tempo e meus recursos materiais cultivando a generosidade,

para acabar com a exclusão, a injustiça e a opressão política e econômica.

4. OUVIR PARA COMPREENDER

Defender a liberdade de expressão e a diversidade cultural, privilegiando sempre

a escuta e o diálogo, sem ceder ao fanatismo, nem a maledicência e ao rechaço

ao próximo.

5. PRESERVAR O PLANETA

Promover o consumo responsável, e um modelo de desenvolvimento que tenha

em conta a importância de todas as formas de vida e o equilíbrio dos recursos

naturais do planeta.

6. REDESCOBRIR A SOLIDARIEDADE

Contribuir para o desenvolvimento de minha comunidade escolar, propiciando a

plena participação das mulheres e o respeito aos princípios democráticos, para

criar novas formas de solidariedade

Escolha um desses princípios e elabore um texto sobre ele.

DIALOGANDO COM O ALUNO

ATIVIDADE 07

ESTABELECENDO A PAZ NA ESCOLA

“Não há caminho para a paz, a paz é o caminho”.

Mahatma Gandhi

OBJETIVO: Aprofundar os conceitos necessários relacionados a cultura de paz,

promovendo discussão e conscientização quanto as questões de violência

escolar.

Desenvolvimento: Ouvir a música “COMUNHAO” de Milton Nascimento e

Fernando Brant, depois cantar, falar sobre a parte que mais chamou a atenção,

desenvolver atividades tais como produção de história em quadrinhos, ilustração

com cartazes, paródia, etc.

Eu quero paz eu não quero guerra

Quero fartura, eu não quero fome

Quero justiça, não quero ódio (...)

Sugestão de leitura http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/cadernos_tematicos/tematico_violencia_vol1.pdf

DIALOGANDO COM O ALUNO

ATIVIDADE 08 CONVIVÊNCIA DEMOCRÁTICA

Convivendo na Escola...

OBJETIVO: demonstrar aos alunos bons exemplos de uma escola sem violência e desenvolver o interesse pessoal por contribuir para a prevenção da violência.

DESENVOLVIMENTO: fazer leitura do poema de Paulo Freire explorar o texto e promover debate com os alunos a respeito da escola tecendo uma comparação entre a escola citada por Paulo Freire e a escola que eles estudam. Dar opções de tarefas tais como: produção de texto ou confecção de cartaz que conscientizem uma escola sem violência, etc. Montar mural na escola com apresentação dos trabalhos produzidos.

TEXTO: A Escola Escola é.... o lugar onde se faz amigos, não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos... Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima. O diretor é gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente. E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um se comporte como colega, amigo, irmão. Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”. Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem amizade a ninguém, nada de ser como o tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só. Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também criar laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se “amarrar nela”! Ora, é lógico... numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser feliz.

Paulo Freire

DIALOGANDO COM O ALUNO

ATIVIDADE 09 A ÉTICA E A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Pesquisar biografias de pessoas com referências éticas.

Conhecer a história de vida.

Destacar as realizações relacionadas com a defesa dos direitos humanos e

a cultura de paz.

Sugestões

Martim Luther King

Gandhi

Zilda Arns

(Permitir, igualmente, a livre escolha)

DIALOGANDO COM O ALUNO

ATIVIDADE 10 DANDO SENTIDO A VIDA OBJETIVO: Sensibilizar os alunos sobre o respeito e despertar o senso de interesse pelo o outro.

DESENVOLVIMENTO: leitura e troca de experiência sobre histórias vivenciadas ou conhecidas por eles que denotam a preocupação com o outro, levando os a reflexão de que ao valorizarmos o outro, estaremos estimulando a cultura da não violência.

Há alguns anos, nas olimpíadas especiais de Seattle, nove participantes, todos com necessidades especiais, mental ou física, alinharam-se para a largada da corrida dos 100 metros rasos.

Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar. Todos, com exceção de um garoto, que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou a chorar. Os outros oito ouviram o choro, diminuíram o passo e olharam para trás. Então viraram e voltaram. Todos eles. Uma menina, com Síndrome de Down, ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse: “Pronto, agora vai sarar!”. E todos os noves competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada. O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos. E as pessoas que estavam ali naquele dia continuam repetindo essa história até hoje. Talvez os atletas fossem deficientes mentais. Mas com certeza, não eram deficientes da sensibilidade. Por quê? Porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida é mais do que ganhar sozinho. O que importa nesta vida é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir os nossos passos e mudar de curso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- ADORNO, Theodor W. Prismas: crítica cultural e sociedade. Trad. Augustin Wernet e

Jorge Mattos Brito de Almeida. São Paulo: Editora Ática, 1998.

- ADORNO, Theodor W. Teoria da Semicultura. Trad. Newton Ramos de Oliveira, Bruno

Pucci e Cláudia B. M. de Abreu. Educação e Sociedade: revista quadrimestral de ciência

da educação, ano XVII, No. 56, dezembro/96. Campinas: Editora Papirus, 1996.

- BAIS, H. D. Dulce: ÉTICA NA ESCOLA. PDE – UFPR/SEED. Curitiba.

- CANDAU, V. M. Educação em Direitos Humanos: uma proposta de trabalho. In: CANDAU, V. M., ZENAIDE, M. N. T. Oficinas Aprendendo e Ensinando Direitos Humanos, João Pessoa: Programa Nacional de Direitos Humanos; Secretaria da Segurança Pública do estado da Paraíba; Conselho Estadual da Defesa dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1999.

- CORDEIRO, A. C. F.; MENEZES, J. A. & CASTRO, L. R. C. Oficinas da cidade em

Fortaleza. Psicologia: Reflexão e Critica. Porto Alegre, v. 15, n. 1, 2002.

- DUPRET, Leila. Cultura de paz e ações socioeducativas: desafios para a escola contemporânea. In: Psicol. Esc. Educ. v.6 n.1 Campinas, Jun/2002.

- http://www.pedagogia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=110

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