os desafios da escola pÚblica paranaense na … · seja raro, atitudes de autodestruição e de...
TRANSCRIPT
Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
LINGUAGEM FILMICA: UMA PROPOSTA DE REFLEXÃO
SOBRE O BULLYING
Autora: Eliane Rose Monteiro1 Orientadora: Teresa Kazuko Teruya2
Resumo: Este artigo apresenta o resultado da intervenção pedagógica “Linguagem Fílmica: uma proposta de reflexão sobre o bullying”, elaborado com base nas leituras realizadas no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). O problema constituiu-se em como proporcionar um conhecimento sistemático sobre o bullying aos/às alunos/as dos 8º anos do Ensino Fundamental para que eles/as tentem evitar essa violência dentro da escola. Teve como objetivo propiciar reflexões e análises sobre a prática do bullying por meio da linguagem fílmica com os/as alunos/as do Ensino Fundamental do Colégio Estadual “Senador Moraes de Barros”, do município de Jussara-Pr. Desta forma utilizou-se uma metodologia baseada na Didática da Pedagogia Histórico-Crítica proposta por Gasparin (2012), na qual os/as alunos/as tiveram a oportunidade de discutir e compreender o bullying através de análises de filmes e textos teóricos. O bullying é um fenômeno caracterizado por atitudes agressivas, sejam elas verbais ou físicas, que acontecem de forma repetitiva. Esta prática ocorre com mais frequência nos ambientes escolares, por isso é necessário investigar essas práticas de bullying, como possibilidade de amenizar esse problema dentro da escola. Palavras-chave: Bullying. Linguagem Fílmica. Ensino. Aprendizagem.
INTRODUÇÃO
As discussões e os debates sobre a violência escolar sinalizam uma
preocupação com o aumento de ocorrências das diversas formas de agressões
verbais ou físicas contra alunos/as e professores/as, além da depredação do
patrimônio escolar e outras. Neste artigo não trataremos de todos os tipos de
violência. O que chama atenção e tem se tornando um problema mundial no espaço
escolar é uma violência que ocorre de forma sutil, intencional e repetitiva, muitas
vezes confundida como uma brincadeira inocente, que se denomina de bullying.
Estes comportamentos agressivos que ocorrem nas escolas e que erroneamente
são admitidos como naturais, muitas vezes, são ignorados pela comunidade escolar.
A prática do bullying vem ocorrendo em qualquer idade e nível escolar. Fante
(2011) afirma que em todo o mundo essa prática está se tornando comum entre
crianças dos primeiros anos de escolarização, ocorrendo tanto em escolas da rede
pública quanto da rede privada, independente do turno, situação social da
comunidade escolar e localização. A autora ainda afirma que esta prática ocorre em
1 Professora da Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná. Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Maringá – UEM-Pr (1996). Especialista em Pedagogia Escolar pela FACINTER – Curitiba-Pr. Email: [email protected] 2 Doutora em Educação pela Unesp/Marília/SP (2000). Professora Associada do Departamento de Teoria e Prática da Educação - DTP e do Programa de Pós-Graduação em Educação - PPE (Mestrado e Doutorado) da Universidade Estadual de Maringá - UEM-PR. Email: [email protected]
100% das nossas escolas. Portanto, o Colégio Estadual “Senador Moraes de
Barros” também tem enfrentado problemas com relação à prática do bullying. Esse
problema nos instigou a elaborar um projeto de intervenção utilizando filmes que
abordam a violência escolar, a fim de pensar ações para diminuir a prática do
bullying dentro da escola.
As pessoas que sofrem ou que testemunham uma prática de bullying sentem
medo e não denunciam os/as agressores/as. Lopes Neto (2005) pesquisou a
ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à
Adolescência) e verificou que uma considerável parcela dos/as alunos(as) admite
não saber as razões que levam à ocorrência de bullying ou acreditam que essa
prática é apenas uma brincadeira, aliás, violenta.
A prática do bullying, além de ser identificada, necessita ser trabalhada e,
principalmente prevenida em todo o ambiente escolar. A escola necessita se tornar
um ambiente favorável ao desenvolvimento de relações sociais saudáveis entre
os/as estudantes para uma efetiva socialização e, qualquer fato que não seja
favorável a este contexto deve ser considerado como objeto de reflexão para
possível intervenção.
Para propiciar momentos de reflexão, foi utilizada a linguagem fílmica como
possibilidade de promover uma intervenção pedagógica para debater sobre a
prevenção contra o bullying no espaço escolar. Se os/as alunos/as, principais
envolvidos/as, tiverem oportunidades para refletir sobre a violência na escola há
uma chance de evitar as agressões de bullying. Assuntos delicados e complexos
como este fenômeno, fazem parte do cotidiano escolar e as pessoas têm
dificuldades em lidar com essa situação. No espaço da sala de aula, os filmes
suscitam debates ao entrar em contado com situações que nos obrigam a refletir,
observando e presenciando diálogos, que nos despertam para nossa própria
maneira de pensar e agir.
Este trabalho apresenta o resultado da intervenção pedagógica realizada
junto ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado
da Educação do Paraná. Trata-se de um estudo teórico realizado durante a
elaboração do Projeto e da Unidade Didática, implementado na escola. Teve como
objetivo propiciar reflexões e análises sobre a prática do bullying por meio da
linguagem fílmica com os/as alunos/as dos 8º anos do Ensino Fundamental do
Colégio Estadual “Senador Moraes de Barros” - EFM. Espera-se que com esse
conhecimento os/as alunos/as tenham a possibilidade de dialogar mais e amenizar a
prática agressiva dentro da escola.
Nas últimas décadas, a didática para uma Pedagogia Histórico-Crítica,
proposta por Gasparin (2012), é uma proposta inovadora que visa a melhoria do
processo educativo e propõe recuperar a importância da escola. Por isso, optou-se
pela implementação do projeto na escola, com base nesse suporte teórico-
metodológico.
Paralelamente à implementação do Projeto na escola, realizou-se o Grupo de
Trabalho em Rede, permitindo debater as contribuições dos participantes sobre o
tema do projeto.
Para tanto o artigo inicia-se com uma abordagem teórica sobre a prática do
bullying, sobre a linguagem fílmica, utilizada como recurso pedagógico na Unidade
Didática, bem como sobre a metodologia utilizada na implementação do Projeto na
escola. Após, apresenta os resultados da implementação e as contribuições dos
participantes do Grupo de Trabalho em Rede, que apontam que as discussões das
narrativas fílmicas proporcionaram evidenciar o conceito, as características e as
consequências desta prática, bem como debater as formas de combate das práticas
do bullying no espaço escolar.
1 VIOLÊNCIA NA ESCOLA: BULLYING
O termo bullying é uma palavra inglesa e não tem equivalência na Língua
Portuguesa. Deriva do termo inglês bully que significa valentão, tirano. No Brasil, a
Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência –
ABRAPIA, adotou o termo “comportamento agressivo entre estudantes” como
definição de bullying na Língua Portuguesa (CUBAS, 2006, p. 201). Esta Associação
realiza um programa para diagnosticar e implementar ações contra a prática deste
fenômeno dentro de escolas.
O bullying é definido como:
[...] um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento. Insultos, intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos levando-os à exclusão, além de danos físicos, morais e materiais (FANTE, 2011, p. 29).
O bullying não é algo novo. É um fenômeno que ocorre há muito tempo em
ambientes escolares, mas acontecia de forma esporádica. Atualmente, vem
crescendo consideravelmente, tomando grandes proporções e gerando
consequências muito graves. Torna-se um fenômeno recente como objeto de
investigação e de estudos, especialmente, nas últimas três décadas, com as
ocorrências de constantes tragédias exibidas nas mídias. O bullying “tem o poder de
desencadear transtornos psíquicos em suas vítimas” e isso pode se transformar em
tragédias como as que assistimos pela televisão (FANTE, 2011, p. 24).
Este fenômeno vem se transformando em tragédias e é muito difícil explicar o
que leva à prática do bullying, por isso, é inegável a necessidade de organizar
programas de intervenção para conscientizar as pessoas sobre o risco que correm
com essa prática (PEREIRA, 2002).
Fante (2011) relata que os primeiros estudos sobre bullying foram feitos por
Dan Olwens na década de 1980, na Noruega. Depois desses estudos, criou-se um
programa de intervenção para desenvolver ações efetivas contra o bullying no
ambiente escolar, para detectar o problema, diferenciando-o das brincadeiras
inocentes e indisciplina. Esse programa visa a envolver professores(as) para atuar
ativamente no trabalho de conscientização em torno desta problemática.
Em vários países, esse tema passou a ser preocupante e de grande interesse
por causa do crescimento e suas consequências assustadoras. No Brasil, este
problema ainda é pouco estudado.
Para Fante (2011), a maior ocorrência da prática do bullying acontece em sala
de aula e que os meninos praticam mais que as meninas, portanto os maiores
agressores são do sexo masculino. Para ela, um fator preocupante e que precisa ser
refletido dentro da escola é a falta de capacitação dos/as professores/as para
lidarem com esse fenômeno em sala de aula, muitos com isso negam a prática ou
caracterizam-na como algo normal do crescimento e amadurecimento dos/as
alunos/as, o que se transforma em algo muito perigoso e com consequências
danosas, pois os/as participantes da prática do bullying, sejam vítimas, agressores
ou testemunhas, podem levar essas consequências para a vida adulta.
No contexto desta prática de agressividade os/a alunos/as envolvidos/as são
identificados/as como vítimas, agressores/as e espectadores/as. Lopes Neto (2005)
denomina as vítimas como alvos, os/as agressores/as como autores/as e os
espectadores/as como testemunhas do bullying, de acordo com a classificação da
Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência
(ABRAPIA). Para Fante (2011), muitos estudiosos desta violência, classificam a
vítima como típica, provocadora e vítima agressora.
A vítima típica é aquela que tem dificuldade para se socializar, não consegue
reagir às agressões, é frágil, muitas vezes não tem habilidades motoras para os
esportes, é insegura, tímida, com baixa autoestima. Não consegue se impôr perante
ao grupo. E dificilmente conta a alguém o que está acontecendo com ela. É um alvo
fácil para o/a agressor/a. Para Cubas (2006), esse tipo de vítima tem como principal
característica não ser violenta e nem provocativa.
Já a pessoa que é classificada como vítima provocadora, sofre agressões por
causa das provocações que ela própria faz. Geralmente, é aquela que cria tensões
em sala de aula e depois não consegue resolver a situação. A vítima agressora
reproduz a violência que ela sofre em casa, na própria escola ou em outro ambiente.
É aquela que por sofrer agressões, procura alunos/as mais fracos/as que ela, para
praticar agressão. Para Lopes Neto (2005), a vítima pode apresentar, mesmo que
seja raro, atitudes de autodestruição e de vingança.
A vítima dificilmente conta para outras pessoas, sejam elas pais ou
professores/as, pois o medo ou por acreditar que ela não tem valor e é merecedora
dos ataques.
O medo constante e repetitivo bloqueia a agressividade e o bom funcionamento mental, prejudicando as funções de raciocínio, abstração, interesse por si mesmo e pelo aprendizado, além de estender-se a outras faculdades mentais ligadas à autopercepção, concentração, autoestima e capacidade de interiorização (FANTE, 2011, p.24).
As vítimas, principalmente os/as alunos/as, além de terem prejuízos no seu
desenvolvimento psicológico e emocional, apresentam comprometimento no seu
processo social e educacional.
Para Fante (2011) o/a agressor/a é aquele/a que agride os/as mais fracos/as.
Não tem empatia, tem pouco ou nenhum relacionamento afetivo. É impulsivo/a, não
aceita regras, irrita-se facilmente e não sabe lidar com perdas, frustrações.
Geralmente é fisicamente mais forte do que suas vítimas, principalmente no caso
dos meninos. Em muitos casos, os/as agressores/as são de famílias que usam a
violência para resolver qualquer tipo de problema. Para Lopes Neto (2005), o/a
agressor/a é popular e sente prazer e satisfação em dominar, controlar, em fazer
os/as outros/as sofrerem. Ele/a mantém um pequeno grupo de alunos/as em torno
dele/a, o qual atua como auxiliar em suas agressões. Estes/as alunos/as, tidos como
seguidores/as, dificilmente tomam a iniciativa de agredir, são inseguros/as e
ansiosos/as, se deixam subordinar para se proteger do/a agressor/a ou pela
satisfação em pertencer ao grupo. Para Silva (2010) os/as agressores/as utilizam o
abuso do poder, a intimidação e a prepotência, como estratégias para se imporem e
dominarem suas vítimas. Dessa forma, os/as agressores/as
[...] possuem em sua personalidade traços de desrespeito e maldade e, na maioria das vezes, essas características estão associadas a um perigoso poder de liderança que, em geral, é obtido ou legitimado através da força física ou de intenso assédio psicológico [...] O que lhes falta, de forma explícita, é afeto pelos outros (SILVA, 2010, p. 43-44).
Na prática do bullying, o/a espectador/a é aquele/a que testemunha, mas não
interfere e nem denuncia, pois teme se transformar em uma vítima, porque não sabe
como lidar com a situação.
Muitas testemunhas acabam acreditando que o uso de comportamentos agressivos contra os colegas é o melhor caminho para alcançarem a popularidade e o poder e, por isso, tornam-se autores do bullying. Outros podem apresentar prejuízo no aprendizado; receiam ser relacionados à figura do alvo, perdendo seu status e tornando-se alvos também; ou aderem ao bullying por pressão dos colegas (LOPES NETO, 2005, p. 168).
Esta violência é caracterizada pelo silêncio, portanto, oculta. Para Fante
(2011), é preciso estar atento aos sinais que denotam esta prática. Silva (2010)
ressalta a importância de identificar os/as alunos/as que são vítimas, agressores/as
ou espectadores/as para que os/as profissionais da educação e as famílias dos/as
envolvidos/as tenham condições de criar estratégias e ações contra o bullying.
Desta forma, Fante (2011) classifica alguns sinais comportamentais,
fundamentada no pesquisador Dan Olweus, que identifica o indivíduo que está
sofrendo com essas agressões dentro da escola. Dentre eles: o(a) aluno(a) fica
isolado(a) durante o recreio ou procura sempre ficar próximo de um adulto;
apresenta dificuldade em falar na sala de aula, mostra-se inseguro(a) e ansioso(a);
nas aulas de educação física sempre é o(a) último(a) a ser escolhido(a) para os
jogos; sempre está contrariado(a), triste, deprimido(a) ou aflito(a); começa a não
apresentar as tarefas e a faltar às aulas; aparece, muitas vezes, com ferimentos,
contusões, roupa rasgada e perde constantemente os seus pertences.
Os(as) agressores(as) também apresentam sinais que os(as) identificam,
como: são aqueles(as) que sempre fazem brincadeiras ou gozações, rindo dos(as)
outros(as); coloca apelidos, insulta, menospreza, ridiculariza, difama; faz ameaças,
agride de todas as formas; pega pertences sem consentimento.
Para Pereira (2002), experienciar o bullying, quer como vítima, quer como
agressor/a ou espectador/a, tem consequências negativas imediatas com reflexos
ao longo da vida.
Pereira (2002) relaciona algumas das consequências para as vítimas como
para os/as agressores/as do bullying.
Consequências para as vítimas
Vidas infelizes, destruídas, sempre sob a sombra do medo;
perda de autoconfiança e confiança nos outros, falta de autoestima e autoconceito negativo e depreciativo;
vadiagem;
falta de concentração;
morte (muitas vezes suicídio ou vítima de homicídio);
dificuldades de ajustamento na adolescência e vida adulta, nomeadamente problemas nas relações íntimas.
Consequências para os agressores
Vidas destruídas;
crença na força para solução dos seus problemas;
dificuldade em respeitar a lei e os problemas que daí advêm, compreendendo as dificuldades na inserção social;
problemas de relacionamento afetivo e social;
incapacidade ou dificuldade de autocontrole e comportamentos anti-sociais (PEREIRA, 2002, p. 25).
Cabe ressaltar ainda que, com os avanços tecnológicos, o bullying se
evidencia também pelas redes, por exemplo, o ciberbullying, quando se utiliza das
redes sociais (internet) para propagar calúnias e malidicências.
Diante deste fenômeno, é necessário que, segundo Silva (2010), inicialmente,
os/as profissionais da educação reconheçam a existência do bullying no ambiente
escolar e tomem consciência das consequências gravíssimas que essa prática pode
trazer para o desenvolvimento socioeducacional e para a estruturação da
personalidade dos/as estudantes. Desta forma, é necessário que a escola procure
meios para se informar sobre as formas que possibilitam saber o que os/as
alunos/as pensam sobre o bullying, quais suas experiências, quais conhecimentos
possuem e desenvolver estratégias de intervenção e prevenção desta prática dentro
da escola. Para tanto, é preciso que a comunidade escolar, principalmente, os/as
alunos/as tenham consciência e conhecimento da existência e, sobretudo, do que é
e das consequências do bullying. Para Cubas (2006), além das vítimas e dos/as
agressores/as, a escola também é afetada se não houver nenhuma intervenção para
coibir a prática do bullying. Os/as alunos/as começam a se sentir insatisfeitos/as e
inseguros/as com relação à escola, além de naturalizar esse tipo de violência, e isso
propicia a ocorrência de casos mais graves e mais frequentes do bullying.
A falta de conhecimento sobre a existência, o funcionamento e as consequências do bullying propicia o aumento desordenado no número e na gravidade de novos casos, e nos expõe a situações trágicas isoladas ou coletivas que poderiam ser evitadas (SILVA, 2012, p. 14).
Para Fante (2011, p.18), “não existe transformação sem conhecimento”.
Portanto, os/as alunos/as precisam conhecer os malefícios causados pelo bullying
para termos uma possibilidade de evitar essa prática dentro da escola. Desta forma,
é importante proporcionar debates e aprofundamento deste conhecimento de forma
sistematizada, visando mudanças de atitude.
A operacionalização do conceito de “bullying” parece-nos particularmente importante, dado poder existir o risco de o confundir com outras formas de comportamento agressivo que é normalmente expresso em determinadas idades, principalmente entre os 7 e os 14 anos; ou ainda, com brincadeiras agressivas activas de grande expansividade e envolvimento físico dos intervenientes, mas em que não existe a intencionalidade de magoar ou causar danos (PEREIRA, 2002, p. 17).
Para Silva (2010), é importante criar ações que sejam capazes de mostrar
aos/às alunos/as o valor da paz e da tolerância, bem como do respeito ao/à outro/a
e à vida em suas diversas manifestações.
2 LINGUAGEM FÍLMICA: POSSIBILIDADES NA IMPLEMENTAÇÃO DO
PROJETO
Na sociedade atual, a tecnologia invadiu o nosso cotidiano e já não
conseguimos nos imaginar sem fazer uso dela. Na escola também presenciamos a
entrada de muitos instrumentos tecnológicos, principalmente os trazidos pelos/as
próprios/as alunos/as. É uma realidade que não pode mais ser negada pelos/as
profissionais da educação, e se faz necessário que eles/as passem a utilizar essa
tecnologia a favor do processo de ensino e, principalmente a favor do processo de
aprendizagem.
A escola não pode estar centrada em si mesma diante das constantes mudanças, que ocorrem na sociedade e na vida contemporânea das pessoas. O terceiro milênio é a era das novas tecnologias. Na sociedade capitalista em que vivemos, a mídia ocupa um espaço bastante significativo na vida das pessoas. Sendo assim, a escola não pode ficar alheia a essa realidade, ignorando que as crianças e jovens estão em contato, mesmo antes da escola, com produções da indústria cultural. Surge então a
necessidade de novos procedimentos teórico metodológicos, envolvendo as práticas pedagógicas com as novas tecnologias de informação (VIGLUS, 2009, p. 4).
Neste contexto, um recurso tecnológico que poderá ser usado a favor da
aprendizagem constitui-se pelo uso da linguagem fílmica em sala de aula. Assim, a
utilização de filmes é uma possibilidade de problematizar e refletir com os/as
alunos/as sobre a prática do bullying no ambiente escolar, pois as narrativas fílmicas
propiciam discussões sobre um assunto que necessita ser problematizado.
Atualmente a imagem surge como uma das tecnologias que mais influenciam o pensamento e a formação do indivíduo, por isso a educação, aliada às novas tecnologias, tem como papel principal o desenvolvimento de um saber crítico e consciente por parte de nossos alunos onde eles têm a oportunidade de tornarem-se sujeitos analíticos e construtores do conhecimento (VIGLUS, 2009, p. 20).
Para Fabris (2008) quando assistimos a um filme, seja para lazer ou para
análise, esta ação é precedida de aprendizagens específicas. Os filmes ensinam e
favorecem o conhecimento da sociedade em que vivemos, contribuindo desta forma,
para a criação de significados culturais. Enquanto textos culturais podem servir
como uma ferramenta para analisar a realidade social e despertar reflexões.
Os filmes são produções em que a imagem em movimento, aliada às múltiplas técnicas de filmagem e montagem ao próprio processo de produção e ao elenco selecionado, cria um sistema de significações. São histórias que nos interpelam de um modo avassalador porque não dispensam o prazer, o sonho e a imaginação. Elas mexem com nosso inconsciente, embaralham as fronteiras do que entendemos por realidade e ficção (FABRIS, 2008, p. 118).
As narrativas fílmicas, conforme Teruya e Felipe (2013, p. 133), são
consideradas “[...] um artefato cultural que permite a problematização de questões
sociais em sala de aula para além dos conteúdos escolares [...]”. Os filmes
possibilitam a vivência de outras realidades, novas narrativas, que contestam as
“narrativas hegemônicas, apresentadas como verdades universais”.
As linguagens da TV e do vídeo respondem à sensibilidade dos jovens e da grande maioria da população adulta. São dinâmicas, dirigem-se antes à afetividade do que à razão. O jovem lê o que pode visualizar, precisa ver para compreender. Toda a sua fala é mais sensorial-visual do que racional e abstrata. Lê, vendo (MORAN, 1995, p. 28).
O filme se torna uma ferramenta pedagógica muita atrativa e pode instigar
sentimentos e propiciar “[...] novas ações e novos posicionamentos sociais e
políticos” (TERUYA; FELIPE, 2013, p. 134). Outro ponto é estabelecer um objetivo
para a projeção de filmes possíveis de se trabalhar um determinado conteúdo, pois
sem essa organização o filme torna-se diversão ou entretenimento. O pior é pensar
essa atividade como uma perda de tempo, ocasionando a perda da dimensão
pedagógica da utilização de filmes em sala de aula. Deste modo, para valorizar a
cultura dos diversos sujeitos históricos, a escola precisa ter um espaço da
diversidade, pois tem a função de proporcionar aos/às alunos/as um ambiente de
valorização e de respeito pelo/a outro/a, pelo diferente. (TERUYA; FELIPE, 2008).
Para Teruya (2006), as imagens reproduzidas pela televisão e a utilização
pedagógica dos filmes como fontes históricas são ferramentas muito válidas para a
compreensão e construção de um conhecimento. Entretanto, afirma a autora, a
utilização dos recursos audiovisuais só terá eficiência se o/a professor/a tiver uma
boa fundamentação teórica e metodológica que propicie reflexões sobre o tema a
ser trabalhado.
A autora complementa ainda que a utilização do vídeo contribui positivamente
com o processo de ensino e aprendizagem, porém é necessário que o/a professor/a
prepare os/as alunos/as para a realização de uma leitura crítica no contexto do
conteúdo escolar trabalhado na sala de aula. Desta forma, o filme se torna uma
fonte importante, desde que sejam feitas antes da projeção, reflexões sobre o tema
a ser abordado e “haja preocupação em mostrar o conteúdo com mensagens que
contribuam para enriquecer a discussão sobre o assunto” (TERUYA, 2006, p. 96).
3 OS PASSOS DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA E A IMPLEMENTAÇÃO
DO PROJETO NA ESCOLA
Na última década, a Pedagogia Histórico-Crítica é uma possibilidade de
melhorar o processo educativo e recuperar a importância da escola. Optou-se na
implementação do projeto na escola, ter como suporte teórico-metodológico a
Didática da Pedagogia Histórico-Crítica proposta por Gasparin (2012). Sua proposta
fundamenta-se na Teoria Dialética do Conhecimento e na Teoria Histórico-Cultural.
Deste modo, o método dialético de construção do conhecimento escolar
constitui-se na relação entre prática, teoria e prática, ou ainda, partindo do nível de
desenvolvimento atual dos/as alunos/as para trabalhar a zona de desenvolvimento
próximo, a fim de chegar a um novo nível de desenvolvimento atual. A Teoria
Histórico-cultural que constituem as partes do trabalho metodológico proposto por
Gasparin, foi inspirado nos passos da Pedagogia Histórica-crítica elaborados por
Saviani.
A proposta de intervenção metodológica pretendeu seguir os passos
estruturados por Gasparin (2012). Desta forma foi elaborado no segundo semestre
de 2013 um material didático, denominado Unidade Didática, em que constaram
além da fundamentação teórica, todas as atividades a serem aplicadas aos/às
alunos/as durante a implementação do projeto na escola, como sinopses dos filmes,
questões a serem discutidas, textos teóricos e atividades práticas.
Consequentemente, de acordo com as ações previstas no Projeto de
Intervenção, realizou-se durante a implementação na escola, oito encontros com
uma média de 15 alunos/as dos oitavos anos do Ensino Fundamental, os quais se
inscreveram após socialização do projeto realizada nas turmas do Colégio Estadual
Senador Moraes de Barros, em fevereiro de 2014.
Desta forma, nos encontros realizados, buscando vivenciar o conteúdo,
trabalhar o primeiro passo estabelecido pela Pedagogia Histórico-Crítica, ou seja, a
Prática Social Inicial, foram apresentados aos/às alunos/as imagens que retratavam
cenas de bullying, levando-os(as) a dizerem o que entendiam e o que gostariam de
saber sobre este tipo de violência.
Neste momento, segundo Gasparin (2012), os/as alunos/as são
mobilizados/as a perceberem relações entre o conteúdo a ser trabalhado e a
realidade cotidiana, é o momento da contextualização, buscando despertar assim o
interesse pelo conteúdo. Tem como ponto de partida aquilo que os/as alunos/as já
sabem. Esses conhecimentos possuem níveis diferenciados de compreensão da
mesma prática social, uma visão sincrética. Este passo foi desenvolvido, portanto,
em dois momentos básicos: primeiramente o anúncio do conteúdo a ser trabalhado
e seus respectivos objetivos, após um diálogo sobre o conteúdo buscando verificar
que conhecimentos já possuíam e que usos que faziam dele no cotidiano.
É a manifestação do estado de desenvolvimento dos educandos, ocasião em que são expressas as concepções, as vivências, as percepções, os conceitos, as formas próximas e remotas de existência do conteúdo em questão (GASPARIN, 2012, p. 20).
Neste momento do diálogo os/as alunos/as demonstraram um certo
conhecimento sobre este tipo de violência, uma visão sincrética, demonstrado pelas
falas e pela produção textual, como “bullying é xingamentos, zoação, apelidos,
brigas, discriminação, racismo, tirar sarro, ofender, humilhar, perturbar a pessoa”
(respostas dos/as alunos/as). Também buscou-se estimular a curiosidade dos/as
mesmos/as, fazendo com que eles/as falassem o que gostariam de saber a mais
sobre o que seria estudado. É necessário considerar que, neste primeiro passo,
Tanto os conhecimentos prévios que os alunos manifestam em sala de aula como suas curiosidades sobre o tema não são em si definidores do conteúdo científico que deverão aprender. Seus interesses específicos e particulares não constituem o centro do trabalho pedagógico, mas, sim, o ponto de partida. Se o professor se mantiver preso aos interesses imediatos dos educandos, poderá permanecer na superficialidade (GASPARIN, 2012, p. 29).
Assim, os/as alunos/as fizeram várias perguntas como: O que acontece com a
pessoa que pratica o bullying? Por que tem pessoas que gostam de maltratar as
outras? O que devem fazer quando alguém os maltratam? Para quem falar? O que
acontece com as pessoas que são humilhadas? Por que algumas matam e chegam
a se matar?
Para problematizar o tema, trabalhamos o segundo passo da Pedagogia
Histórico-Crítica que, para Gasparin (2012), consiste no questionamento da prática
social, da realidade e também do conteúdo. Portanto, na explicitação dos principais
problemas postos pela prática social com relação ao conteúdo a ser trabalhado,
foram propostas questões para reflexão em cada encontro, no intuito de despertar
os/as alunos/as para os problemas relacionados à prática do bullying e a
necessidade de combatê-lo dentro da escola.
A Problematização tem como finalidade selecionar as principais interrogações levantadas na prática social a respeito de determinando conteúdo. Essas questões, em consonância com os objetivos de ensino, orientam todo o trabalho a ser desenvolvido pelo professor e pelos alunos (GASPARIN, 2012, p. 35).
Após uma breve discussão sobre esses problemas, os/as alunos/as tomaram
conhecimento das razões pelas quais o conteúdo necessitava ser aprendido, razões
estas que se transformaram em questões problematizadoras, as quais explicitaram
as dimensões do conteúdo a serem trabalhadas.
Nesse diálogo com alunos/as sobre as questões, constatou-se que há a
prática de bullying na escola. Na fala dos/as alunos/as, o bullying acontece com
maior intensidade nas formas verbal, psicológica e moral e, que muitos/as já haviam
praticado, presenciado e até mesmo sofrido com este tipo de violência, porém não
possuíam um conhecimento sistemático sobre o conceito e formas de bullying, sobre
as características dos/as envolvidos/as, consequências e, quais atitudes tomar
perante esta violência dentro da escola.
Desta forma, buscamos na Instrumentalização de cada encontro, trabalhar
com o conteúdo de forma sistematizada, visando à aprendizagem. Este momento
constitui-se no terceiro passo da Pedagogia Histórico-Crítica. É o processo de
mediação em que professor/a e alunos/as buscam a apropriação do conhecimento
científico.
Este terceiro passo do método realiza-se nos atos docentes e discentes necessários para a construção do conhecimento científico. Os educandos e o educador agem no sentido da efetiva elaboração interpessoal da aprendizagem, através da apresentação sistemática do conteúdo por parte do professor e por meio da ação intencional dos alunos de se apropriarem desse conhecimento (GASPARIN, 2012, p. 49).
Para buscar respostas para os problemas encontrados na prática social
inicial e na problematização, propomos, por meio de ação intencional e planejada,
atividades que visaram a apropriação do conhecimento. Sendo assim, foram
trabalhados filmes que retrataram cenas que estimulavam reflexões sobre o conceito
de bullying, características dos/as envolvidos/as, as consequências físicas e
psicológicas causadas com essa violência, além de levar a refletir sobre o respeito
pelo ser humano, pela diversidade. Foram utilizados textos teóricos para
contextualizar o tema e fundamentar a exposição oral do conteúdo.
Foram exibidos oito filmes: Ponte para Terabítia (2007), Um grande Garoto
(2002), Inimigos para Sempre (1996), Cuidado com meu Guarda-Costas (1980),
Sempre Amigos (1998), Karatê Kid (2010), O Galinho Chicken Little (2005) e o curta-
metragem A Peste de Janice (2007). Apresentou-se um em cada encontro e, para
cada filme foi utilizado o seguinte encaminhamento: antes da exibição, apresentava-
se a sinopse e exibia-se o filme. Após assistir ao filme, a professora coordenava as
discussões suscitadas pela narrativa fílmica e, em seguida, fazia-se a leitura e
discussão de um texto teórico.
O quarto passo da Pedagogia Histórico-Crítica é a catarse. Os/as alunos/as,
ao final de cada encontro, expressaram oralmente e/ou por escrito a compreensão
do conteúdo que foi trabalhado.
A Catarse é a síntese do cotidiano e do científico, do teórico e do prático a que o educando chegou, marcando sua nova posição em relação ao conteúdo e à forma de sua construção social e sua reconstrução na escola.
É a expressão teórica dessa postura mental do aluno que evidencia a elaboração da totalidade concreta em grau intelectual mais elevado de compreensão. Significa, outrossim, a conclusão, o resumo que ele fez do conteúdo aprendido recentemente. É o novo ponto teórico de chegada; a manifestação do novo conceito adquirido (GASPARIN, 2012, p. 124).
Nesse momento, os/as alunos/as, fizeram uma síntese mental, um resumo,
para comparar o seu conhecimento inicial e o que aprenderam, buscando relatar o
que compreenderam sobre o conceito de bullying, diferenças entre bullying e outras
manifestações agressivas, formas de bullying, características dos/as envolvidos/as,
consequências e, principalmente, que atitudes tomar frente a essa violência dentro
da escola.
Em todos os encontros, este momento possibilitou constatar o quanto a
utilização da linguagem fílmica favoreceu a compreensão do conteúdo trabalhado,
tanto que muitos/as alunos/as relatavam cenas dos filmes para mostrarem o
conhecimento adquirido sobre a prática do bullying no ambiente escolar. Eles/as
faziam relações entre o que acontecia dentro da escola, as cenas dos filmes e os
conceitos trabalhados.
Finalizando o projeto, o quinto passo da Pedagogia Histórico-Crítica é a
Prática Social Final. Alunos/as, de posse dos novos conhecimentos científicos,
buscaram assumir atitudes e ações baseados no conteúdo aprendido, ou seja, o que
poderiam fazer na escola.
A Prática Social Final é a nova maneira de compreender a realidade e de posicionar-se nela, não apenas em relação ao fenômeno, mas à essência do real, do concreto. É a manifestação da nova postura prática, da nova atitude, da nova visão do conteúdo no cotidiano. É, ao mesmo tempo, o momento da ação consciente, na perspectiva da transformação social, retornando à Prática Social Inicial, agora modificada pela aprendizagem (GASPARIN, 2012, p. 143).
Após as discussões e conclusões, foi elaborado com os/as alunos/as um
quadro que sintetizava as intenções e as ações dos/as mesmos/as perante a prática
do bullying na escola. Os/as alunos/as decidiram pesquisar na internet, em livros,
em jornais para saberem mais sobre o bullying. E, quando algum aluno/a praticar
bullying com eles/as ou com outros/as alunos/as irão denunciar, falar aos
funcionários/as, professores/as, pedagogos/as, diretores/as e, principalmente a seus
pais sobre o que está ocorrendo. Procurarão não praticar bullying, bem como passar
o conhecimento que adquiriram para seus colegas da escola. Os/as alunos/as
levarão então, para fora da sala de aula, o conhecimento adquirido com o projeto.
Em cada encontro, também foi produzido um cartaz onde os/as alunos/as
escreviam duas palavras relacionadas à prática do bullying. No fechamento do
último encontro, verificou-se que esta atividade proporcionou aos/às alunos/as
mostrar o que entendiam e o que aprenderam sobre o bullying.
Paralelamente à implementação do projeto na escola aconteceu o Grupo de
Trabalho em Rede. Este curso online é administrado pela Secretaria de Estado da
Educação e ofertado a todos os professores da rede estadual de ensino. Nós,
professores PDE, tivemos a função de tutoria neste curso, acompanhando o
desempenho pedagógico dos cursistas que se inscreveram e participaram do nosso
curso. Nele tivemos a possibilidade de trocar experiências com outros professores
sobre o nosso Projeto de Intervenção Pedagógica. O curso foi dividido em três
temáticas e os professores participantes tiveram a possibilidade de discutir e trocar
experiências sobre o tema do Projeto em fóruns e diários. Participaram do curso 17
professores da rede estadual de ensino.
Desta forma, este curso possibilitou socializar e enriquecer o Projeto de
Intervenção, pois diante das discussões realizadas nos fóruns e nos diários das
temáticas, os professores participantes concordaram que a prática do bullying na
escola é um problema a ser enfrentado por todos/as nós profissionais e que a escola
tem um papel fundamental para reduzir essa violência, procurando desenvolver
ações preventivas e de interferências nos casos já existentes. E, para isso, é
necessário que todos os profissionais reconheçam a existência da prática de bullying
e, assumam o compromisso de buscar conhecimentos e/ou capacitação para
enfrentar este problema. E, é neste contexto de enfrentamento, que buscamos um
recurso metodológico para mobilizar os/as alunos/as, pois a utilização dos filmes se
configurou em uma possibilidade de discutir, refletir e propor ações sobre a prática
do bullying no ambiente escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Toda a pesquisa teórica realizada, as discussões com os professores no
Grupo de Trabalho em Rede e com os/as alunos/as participantes do projeto
revelaram que a prática de bullying acontece em todas as escolas. É necessário que
todos os profissionais da educação desenvolvam ações preventivas ou mesmo
ações de interferência nos casos já existentes desta prática de violência no
ambiente escolar.
Em todo o trabalho desenvolvido, buscamos uma metodologia que pudesse
favorecer a construção de conhecimentos pelos/as alunos/as sobre o bullying. A
linguagem fílmica além de despertar o interesse dos/as alunos/as possibilitou aos/às
mesmos/as fazer relações com fatos da sua realidade e com a teoria apresentada e,
assim construir conhecimentos para poderem atuar de forma positiva no
enfrentamento deste problema dentro da escola.
REFERÊNCIAS A PESTE DE JANICE. Direção de Rafael Figueiredo. Brasil. Produção de Cíntia Helena Rodrigues e Sabrina Campanella. Gênero: Drama. Curta-metragem, 2007. (15m) Disponível em: <http://blogdamercia.wordpress.com/2012/11/11/a-peste-da-janice-curta/>. Acesso em: 06 nov. 2013.
CARTOON Network; Plan Internacional; OEI; Visão Mundial; Secretarias De Educação Do Distrito Federal, De São Paulo e Do México (Coord.). Estudantes do Ensino Fundamental I: Informações e Atividades, São Paulo, 2013, 39 p. Apostila da Campanha Chega de Bullying: Não Fique Calado. Disponível em: <http://www.chegadebullying.com.br>. Acesso em: 13 nov. 2013.
CARTOON Network; Plan Internacional; OEI; Visão Mundial; Secretarias De Educação Do Distrito Federal, De São Paulo e Do México (Coord.). Estudantes do Ensino Fundamental II e Médio: Informações e Atividades, São Paulo, 2013, 31 p. Apostila da Campanha Chega de Bullying: Não Fique Calado. Disponível em: <http://www.chegadebullying.com.br>. Acesso em: 13 nov. 2013.
CUBAS, Viviane de Oliveira. Bullying: assédio moral na escola. In: RUOTTI, Caren; ALVES, Renato; CUBAS, Viviane de Oliveira. Violência na escola: um guia para pais e professores. São Paulo: Andhep, 2006, p. 175-206.
CUIDADO COM MEU GUARDA-COSTAS. Direção de Tony Bill. Estados Unidos. Melvin Simon Productions. Gênero: Drama, 1980. (96m)
FABRIS, Elí Henn. Cinema e Educação: um caminho metodológico. Educação e Realidade, Maringá, n. 33(1), p. 117-134, jan/jun. 2008. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/6690/4003>. Acesso em: 27 maio. 2013.
FANTE, Cleo. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 6. ed. Campinas: Verus, 2011.
GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 5. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2012.
INIMIGOS PARA SEMPRE. Direção de Steve Miner. Estados Unidos. Morgan Creek Productions. American Broadcasting Company. Gênero: Comédia, 1996. (90 m)
KARATÊ KID. Direção de Harald Zwart. China/Estados Unidos. Jerry Weintraub, Will Smith, Jada P. Smith, James Lassiter, Ken Stovitz. Gênero: Ação/Drama, 2010. (140 m)
MORAN, José Manuel. O vídeo na Sala De aula. Comunicação & Educação. São Paulo, ECA-Ed. Moderna, [2]: 27 a 35, jan./abr. 1995. Disponível em: <http:/www.eca.usp.br/moran/vidsal.htm>. Acesso em: 20 jun. 2013.
NETO, Aramis A. Lopes. Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de pediatria (RJ). 2005; 81(5 supl): S164 – 172. Disponível em: <http:/www.observatóriodainfancia.com.br/IMG/pdf/doc-158.pdf>. Acesso em: 27 maio. 2013.
O GALINHO CHICKEN LITTLE. Direção de Mark Dindall. Estados Unidos. Wall Disney Feature Animation, Wall Disney Pictures. Gênero: Animação/Comédia, 2005. (81 m)
PEREIRA, Beatriz Oliveira. Para uma escola sem violência: estudo e prevenção das práticas agressivas entre crianças. Fundação Calouste Gulbenkian. Fundação para a Ciência e a Tecnologia: Porto, 2002.
PONTE PARA TERABÍTIA. Direção de Gabor Csupo. Estados Unidos. Walden Media. Walt Disney Pictures. Gênero: Aventura, 2007. (94 m)
SEMPRE AMIGOS. Direção de Peter Chelsom. Estados Unidos. Bob Weinstein, Harvey Weinstein. Gênero: Drama, 1998. (108 m)
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: mentes perigosas nas escolas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.
TERUYA, Teresa Kazuko; FELIPE, Delton Aparecido. Imagens da África do Sul no Cinema: contribuição da análise fílmica na educação escolar. Iniciação Científica Cesumar, Maringá, n. 1, p. 35-41, jan/jun. 2008. Disponível em: <http://www.cesumar.br/pesquisa/periodicos/index.php/iccesumar/article/view/693/542>. Acesso em: 21 jun. 2013.
TERUYA, Teresa Kazuko. Trabalho e Educação na Era Midiática: um estudo sobre o mundo do trabalho na era da mídia e seus reflexos na educação. Maringá: Eduem, 2006.
TERUYA, Teresa Kazuko; FELIPE, Delton Aparecido. Filmes e negritude em sala de aula: essa relação é possível. Educação Temática Digital, Campinas, n.1, p. 129-144, jan/abr. 2013. Disponível em: <http:/www.fae.unicamp.br/etd>. Acesso em: 21 jun. 2013.
UM GRANDE GAROTO. Direção de Chris Weitz; Paul Weitz. EUA/Inglaterra. Tribeca Productions. Universal Pictures. Gênero: Comédia, 2002. (101m)
VIGLUS, Darcy. O FILME NA SALA DE AULA: um aprendizado prazeroso. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. O professor PDE e os desafios da escola pública paranaense, 2008. Curitiba: SEED/PR., 2011. V.1. (Cadernos PDE). Disponível em: <www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=20>. Acesso em 21 jun. 2013. ISBN 978-85-8015-039-1