os desafios da escola pÚblica paranaense na … · vida e saúde. o projeto de ... estadual do...

18
Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

Upload: phungdien

Post on 27-Jul-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Page 2: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ

CAMPUS DE JACAREZINHO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

ARLENE TEREZINHA DIAS DOS SANTOS MITROVINI

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA DOENÇA DE ALZHEIMER

Jacarezinho-Paraná

2014

Page 3: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA DOENÇA DE ALZHEIMER

Arlene Terezinha Dias dos Santos Mitrovini ¹ Ana Lúcia De Grandi²

RESUMO

A Doença de Alzheimer é considerada a principal causa da demência incurável acima dos 65 anos em comparação com outros tipos de demência. É um distúrbio progressivo e irreversível para o qual não existe nenhuma causa definida, nenhum tratamento definitivo e, até o momento, nenhuma cura previsível. Objetivou-se neste trabalho instrumentalizar os alunos para que tenham à disposição conhecimentos sobre a doença de Alzheimer, permitindo segurança para trabalhar juntos às pessoas possibilitando melhor qualidade de vida e saúde. O projeto de Intervenção escolar foi realizado no Colégio Rui Barbosa de Jacarezinho – PR, no primeiro semestre do Curso Técnico em Enfermagem, disciplina Introdução de Enfermagem. Para a implementação da pesquisa-ação um questionário foi aplicado na fase inicial e final do estudo, em uma amostra de 30 e 23 alunos, respectivamente. No período, questionários, aulas, palestras, teatro, estágios e trabalho de campo foram realizados para agregar conhecimentos bem como a participação do professor do Programa de Desenvolvimento Educacional de Trabalho em Rede. Observou-se que os alunos apresentavam conhecimentos pré-adquiridos sobre o tema em questão, mas havendo melhora após o período de intervenção. Palavras–Chave: Doença de Alzheimer, Cuidados de Enfermagem, Estudantes de

Enfermagem. ______________________ ¹ Enfermeira e docente do Curso Técnico em Enfermagem do Colégio Estadual Rui Barbosa,

Jacarezinho, Paraná com Especialização em Psicopedagogia. ² Enfermeira, Mestre em Enfermagem. Docente do curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná.

Page 4: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

1 INTRODUÇÃO

Com a melhora das condições de vida e dos cuidados à saúde, a

expectativa de vida tem aumentado continuamente, fazendo crescer o número de

pessoas com doenças degenerativas. Entre estas se encontra um significativo

contingente de pessoas com demência. A demência pode ter diferentes causas e,

invariavelmente, leva à progressiva alteração do comportamento e à dependência para a

realização de atividade do dia a dia (BERTOLUCCI, 2012).

A Doença de Alzheimer é a principal causa de demência. Trata-se de uma

degeneração primária do sistema nervoso central, isto é, uma doença na qual, por razão

ainda desconhecidas, ocorre progressiva atrofia do cérebro. A doença de Alzheimer

caracteriza-se por uma longa evolução – entre 10 e 12 anos em média, entre os primeiros

lapsos e o estágio grave. Enquanto na fase inicial o que se observa é lapso de memória,

com o tempo as dificuldades se acentuam, chegando à dependência mesmo nas

atividades mais simples, como trocar de roupa ou alimentar. A doença de Alzheimer pode

ser dividida em três fases: leve, moderada e grave (BERTOLUCCI, 2012).

Além dos danos emocionais decorrentes da doença, o gasto econômico

também assusta, já que nos Estados Unidos foram gastos anualmente 148 bilhões de

dólares em custos diretos e indiretos ligados a Doença de Alzheimer e outras doenças

relacionadas. Embora a maioria dos pacientes com demência continue a viver em um

ambiente familiar amparado por amigos, parentes e serviços comunitários, atualmente

ocupam quase 67% dos leitos de casa de repouso e mais de 52% dos leitos atendidos por

serviços médico domiciliares. Sessenta mil mortes por ano são diretamente atribuíveis à

demência; aproximadamente 10% das mortes de homens acima de 65 anos e 15% das

mulheres com idade similar (MOONEY, 2011).

Uma vez que a população acima de 85 anos tende a duplicar, a Doença

de Alzheimer pode muito bem ser chamada a doença do século XXI.

Segundo Mooney (2011), a Doença de Alzheimer também foi descrita na

literatura por cuidadores como “Funeral que nunca acaba”, “pesadelo do qual nunca

acorda”, “outro nome para loucura”, “epidemia silenciosa”, “lenta morte da mente”. Um dos

livros mais populares e práticos já escritos sobre o assunto, intitulado The 36-Hour Day [O

dia de 36 horas], reflete a realidade da vida da maioria dos cuidadores.

Realmente, cuidar de alguém acometido pela Doença de Alzheimer

requer mais de sete dias por semana, vinte quatro horas por dia, sessenta minutos por

Page 5: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

horas; as dificuldades inerentes ao trabalho de cuidar são todas reais demais.

2 REVISÃO DE LITERATURA

Dr. Alois Alzheimer

2.1 Doença de Alzheimer

A origem do termo “Mal de Alzheimer” deu-se em 1901, quando o

doutor Alzheimer iniciou o acompanhamento do caso da Senhora Augusta admitida em

seu hospital. Em 1906, durante o 37º Congresso do Sudoeste da Alemanha de Psiquiatria

na cidade de Tubingen, Dr. Alzheimer faz sua conferência, com o título “SOBRE UMA

ENFERMIDADE ESPECIAL DO CORTEX CEREBRAL”. Relata o caso de sua paciente e

o define como uma patologia neurológica, não reconhecida, que cursa com demência,

destacando os sintomas de déficit de memória, de alterações de comportamento, de

incapacidade para as atividades rotineiras. Relatou mais tarde os achados de anatomia

patológica desta enfermidade, que seriam as placas senis e os novelos neurofibrilares. Dr.

Emil Kraepelin, na edição de 1910 de seu “Manual de Psiquiatria”, descreveu os achados

de Dr. Alzheimer, cunhando esta patologia com seu nome, sem saber da importância que

esta doença teria no futuro (BORGES, 2011).

Segundo Mooney (2011), a Sra. Augusta era uma dona de casa meia-

idade que passara por profunda perda da memória, déficits de linguagem, desorientação,

confusão, depressão, insônia, paranoia e alucinações. Ela era paciente dele, que morreu

em um hospital em Frankfurt, aos 55 anos de idade. Depois da morte dela, o Dr.

Alzheimer, que trabalhava na escola médica em Munique, apresentou os resultados de

um exame post mortem.

A Doença de Alzheimer é um distúrbio ou demência cerebral

progressivo e irreversível para o qual não existe nenhuma causa definida, nenhum

tratamento definitivo e, até o momento, nenhuma cura previsível. A palavra demência

significa perda do juízo ou privação da mente. As doenças ligadas à demência são

resultado de um ou mais processos doentios que alteram drasticamente o comportamento

Page 6: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

das pessoas e gradualmente arruínam suas vidas e as vidas de famílias inteiras

(MOONEY, 2011).

Mooney (2011) refere que a Doença de Alzheimer é mais especificamente

chamada de demência pré-senil ou demência senil do tipo mal de Alzheimer, dependendo

da idade do início da doença. A primeira geralmente ocorre antes dos 65 anos e a

segunda, após esta idade.

Como descrito por Borges (2011), existem várias teorias que procuram

explicar a causa da Doença de Alzheimer, mas nenhuma delas está provada.

Destacamos: IDADE: quanto mais avançada à idade, maior a porcentagem de idosos com

demência. Aos 65 anos, a cifra é de 2-3% dos idosos, chegando a 40% quando se chega

acima de 85-90 anos; IDADE MATERNA: filhos que nasceram de mães com mais de 40

anos, podem ter maior tendência a problemas com demências na terceira idade;

HERANÇA GENÉTICA: já se aceita, mais concretamente, que seja uma doença

geneticamente determinada, não necessariamente hereditária; TRAUMATISMO

CRANIANO: nota-se que idosos que sofreram traumatismos cranianos mais sérios,

podem futuramente desenvolver demência, mas não está provado; ESCOLARIDADE:

talvez, uma das razões do grande crescimento das demências, nos países mais pobres.

O nível de escolaridade pode influir na tendência a ter Alzheimer; TEORIA TÓXICA:

principalmente pela contaminação pelo alumínio, mas nada provado.

Os pesquisadores há muito estudam a proteína beta-amiloide,

substância viscosa que se acumula no cérebro de quem tem a Doença de Alzheimer,

formando placas características da doença. A pesquisa recente sugere que essa

proteína também produza radicais livres ou moléculas com um número atípico de

elétrons que, por sua vez, são conhecidos como causadores de dano celular ou morte

das células. Recentemente, pesquisadores britânicos e dos EUA introduziram um

pedaço adaptado da enzima amilóide-β (ABAD) nas células nervosas de camundongos

e notaram que as células cerebrais injetadas com ABAD não foram danificadas pela

beta-amiloide do mesmo modo que outras células cerebrais (MOONEY, 2011).

No caso de perda de memória e confusão, há sempre a necessidade de

se ter um exame diagnóstico completo, assim que possível. Isso é essencial,

independente de a confusão ser moderada ou grave, e de qual for a idade da pessoa. O

exame deve incluir um histórico e check-up completos, vários testes de sangue e

avaliação neurológica, psicológica e psiquiátrica. (BRASIL,2002a).

Para Mooney (2011), o diagnóstico de Alzheimer é um processo

trabalhoso de eliminação e exclusão. Em geral, uma única consulta médica e um único

Page 7: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

teste não são suficientes. O diagnóstico é difícil. O curso do processo da doença varia

enormemente de pessoa a pessoa e há sempre um grau de incerteza.

O diagnóstico positivo de Doença de Alzheimer faz-se em duas fases:

primeiro o da síndrome demência; e, em seguida, o da doença. No início, trata-se, na

maioria dos casos, de uma crise amnésia que raramente é formulada pela pessoa, mas,

em regra, pelos que o rodeiam. Geralmente são queixas em relação ao trabalho, como

diminuição no desempenho, sendo esse episódio verificado pelos colegas de trabalho,

podendo ocorrer repetição de erros que não lhe eram habituais. Em relação às donas de

casa, serão os filhos ou conjugues que referirão os esquecimentos e os erros, cada vez

mais frequentes na forma cotidiana (TOUCHON; PORTET, 2002 apud SILVA 2007).

De acordo com Bertolucci (2012), o diagnóstico de Alzheimer não é

realizado com a pessoa em vida. O tecido cerebral utilizado para exame conformativo é

obtido por necropsia ou biópsia cerebral, que por ser invasivo, não é utilizado na rotina.

De acordo com Lopes (2006) a demência de Alzheimer apresenta três

estágios evolutivos com características clínicas e de exames.

No estágio 1 ou início (pré-clínica), a pessoa apresenta déficit cognitivo leve (1 a 3 anos de evolução); dificuldade para novas memórias discretamente acometida; desorientação topográfica, construções complexas pobres; distúrbios da evocação, anomia discreta, perífrases e linguagem; no comportamento há indiferença, irritabilidade ocasional. No exame de Ressonância Nuclear Magnética (RNM), identifica-se atrofia das estruturas mesotemporais e hipocampos e na Tomografia por Emissão de Pósitrons (PETIS/PECT), hipoperfusão/hipometabolismo parietal posterior bilateral. No estágio 2 ou moderado (2 a 10 anos de evolução), a capacidade da memória recente e remota está mais intensamente implicada; desorientação espacial; construções pobres, na linguagem, afasia flutuante, anomia, déficit de compreensão, dificuldade para iniciar conversão, o comportamento com indiferença ou irritabilidade; o sistema motor apresenta-se inquieto, calmo; no Eletroencefalograma (EEG) identifica-se lentificação do ritmo de base e na Tomografia Computadorizada (TC) e na Ressonância Nuclear Magnética (RNM) normal ou com dilatação ventricular com alargamento dos sucos corticais; Tomografia por Emissão de Pósitrons (PETIS/PECT), hipoperfusão/hipometaboismo tempoparietal (pode ser unilateral). No estágio 3 ou avançado (8 a 12 anos de evolução) a funções cognitivas estão intensamente deterioradas; na fala ecolia, palilalia, logoclonia, disartria; o sistema motor com rigidez de membros, postura em flexão, incontinência urinária e fecal. Nos exames o EEC, difusamente lentificado; TC e RNM dilatação ventricular e alargamento dos sulcos (atrofia), PETIS/PECT hipometabolismo/hipoperfusão

frontal, e tempoparietal bilateral (LOPES, 2006).

A avaliação neuropsicológica detalhada é altamente importante

principalmente nos estágios iniciais da demência, onde testes superficiais podem

apresentar resultados normais ou limítrofes. A avaliação cognitiva inicia-se com testes de

rastreio, como o mini-exame do estado mental (MEEM), e complementada por testes que

avaliam diferentes componentes do funcionamento cognitivo, como testes de memória,

atenção, linguagem, funções executivas, funções visuo-perceptivas, habilidades

Page 8: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

construtivas, entre outros. Diversas escalas e questionários podem ser utilizados para a

avaliação do desempenho em atividades da vida diária do paciente, sendo aplicados tanto

ao paciente quanto aos familiares e cuidadores (CARAMELLI; BARBOSA, 2002; NITRINI

et al., 2005)

Nos estágios iniciais da Doença de Alzheimer, ocorrem o esquecimento e

a perda de memória sutil. O paciente pode experimentar pequenas dificuldades nas

atividades de trabalho ou social, mas apresenta função cognitiva adequada para ocultar a

perda e pode funcionar de modo independente. A depressão pode ocorrer nesse

momento com a progressão adicional da doença, os déficits não podem ser disfarçados.

O esquecimento manifesta-se em muitas ações diárias. Esses pacientes podem perder

sua capacidade de reconhecer rostos familiares, locais e objetos, podendo ficar perdidos

em um ambiente familiar (SMELTZER; BARE, 2006).

Embora não haja até agora tratamento específico para a cura da

demência do tipo Alzheimer, existem abordagens terapêuticas que, associadas, produzem

efeitos benéficos; a abordagem medicamentosa (tratamento farmacológico sintomático e

tratamento dos sintomas neuropsiquiátricos não cognitivos) e a abordagem social

(tratamento não farmacológico com pacientes, familiares e cuidadores) (MACHADO, 2006

apud COSTAS; SILVA; SOBRINHO, 2008).

Segundo Costas, Silva e Sobrinho (2008), o tratamento disponível

atualmente tem sua estratégia terapêutica alicerçada em três pilares: melhorar a

cognição, adiar a evolução e tratar os sintomas e as alterações de comportamento.

O tratamento conforme, Borges (2011), é dividido em duas frentes de

tratamento, além dos cuidados de enfermagem:

1- Tratamento dos distúrbios de comportamento: para controlar a

confusão, a agressividade e a depressão, muito comum nos idosos com demência.

Algumas vezes, só com remédios do tipo calmante e antipsicóticos podem ser difíceis de

controlar. Assim, temos outros recursos não medicamentosos, para haver um melhor

controle da situação. Um dos melhores recursos são as dicas descritas no Manual do

Cuidador - CONVIVENDO COM ALZHEIMER (BERTOLUCCI, 2012), em que se mostra

como agir perante aos mais diferentes tipos de comportamento que o idoso pode ter, no

período da agitação.

2- Tratamento específico: dirigido para tentar melhorar o déficit de

memória, corrigindo o desequilíbrio químico do cérebro. Drogas como a rivastigmina,

donepezil, galantamina, entre outras, podem funcionar melhor no início da doença, até a

fase intermediária. Porém, seu efeito pode ser temporário, pois a Doença de Alzheimer

Page 9: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

continua, infelizmente, progredindo. Estas drogas possuem efeitos colaterais

(principalmente gástrico) que podem inviabilizar o seu uso. Também, somente uma

parcela dos idosos melhora efetivamente com o uso destas drogas chamadas

anticolinesterásicos, ou seja, não resolve em todos os casos. Outra droga, recentemente

lançada, é a memantina, que atua diferente dos anticolinesterásicos. A memantina é um

antagonista não competitivo dos receptores N-metil D-Aspartato (NMDA) do glutamato. É

mais usado na fase intermediária para avançada, melhorando, em alguns casos, a

dependência da pessoa para tarefas do dia-a-dia.

3- Tratamento de Enfermagem: as prescrições de enfermagem destinam-

se à manutenção da segurança física do paciente; a reeducação da ansiedade e a

agitação; à melhoria da comunicação; à promoção da independência nas atividades de

auto cuidados; a provisão para as necessidades do paciente para socialização, auto-

estima e intimidade; à manutenção da nutrição adequada; ao controle os distúrbios do

padrão de sono; e à sustentação e educação dos cuidadores familiares. Quando a

enfermeira pode fornecer apoio, os adultos idosos são capazes de manter níveis mais

elevados da saúde percebida e real (SMELTZER; BARE, 2006).

2.2 Cuidados de Enfermagem na Doença de Alzheimer

O papel do técnico é muito importante para a pessoa com Doença de

Alzheimer, pois este profissional deve ser alguém preparado para realizar diversos

procedimentos, que apresente uma postura ética e busque constantemente humanizar o

atendimento ao paciente e a família.

Além de aprender procedimentos técnicos, o técnico de enfermagem

também aprende a agir segundo os pressupostos éticos expressos no Código de Ética do

Profissional de Enfermagem, por exemplo, resguardando a intimidade do paciente em

procedimentos que o exponha, mantendo sigilo quanto a informações referentes ao

paciente, agindo com respeito, competência e integridade. Isto é essencial, pois este

profissional pode vir a trabalhar no domicílio do idoso e assim ter um contato direto não

apenas com a privacidade do paciente, como também na intimidade de toda a família, o

que não pode ser repassado a outras pessoas (MIRANDA, 2010).

Age de maneira humanizada buscando não atender não apenas o órgão

do idoso que está doente, mas o ser humano como um todo, tratando-o pelo nome não

infantilizando-o, sendo cuidadoso, agindo para diminuir seu sofrimento e melhorar sua

qualidade de vida, sendo criativo para atender às necessidades e lidar com seus

Page 10: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

devaneios. No trato com a família também é necessário ser muito humano, lembrando-se

sempre que problemas de saúde podem afastar os membros, causar estresse e

sofrimento entre os familiares do paciente (MIRANDA, 2010).

Conhecendo o nível de dependência do idoso com Doença de Alzheimer,

nas diversas fases, o enfermeiro poderá preparar o idoso e a família para a progressão da

doença, desenvolvendo estratégias apropriadas para o cuidado.

A modalidade de cuidados e o tipo de assistência variam individualmente

para cada pessoa com Alzheimer, pois depende do seu estágio da doença, seu grau de

autonomia, comprometimento físico e/ou cognitivo e de seu grau de dependência.

Um idoso em piores condições de saúde pode necessitar de ajuda até

mesmo para a satisfação de suas necessidades fisiológicas, como alimentar-se, cuidar de

sua higiene, vestir-se de acordo com a temperatura ambiente entre outras necessidades.

Fica claro que em alguns casos, o cuidador pode não ser suficiente para a manutenção

da qualidade de vida da pessoa. Nestes casos, o profissional da enfermagem,

especialmente o técnico de enfermagem especializado no cuidado com pessoas com

Doença de Alzheimer, pode ser um importante e necessário diferencial.

3. MATERIAL E MÉTODO

A implementação deste projeto foi configurada em forma de pesquisa-

ação. Pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e

realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema

coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou

problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 2002)

Ocorreu no período de fevereiro a julho do ano de dois mil e quatorze, no Colégio

Estadual Rui Barbosa.

O objetivo da pesquisa-ação foi investigar o grau de conhecimento que os

alunos possuem sobre a Doença de Alzheimer, a partir de prévias informações e

posteriormente às aulas administradas.

O projeto de intervenção na escola foi apresentada à Comunidade

Escolar, durante a semana Pedagógica, sendo implementada no 1º semestre de 2014

com a turma dos primeiros semestres “b” do curso Técnico de Enfermagem, disciplina

Introdução de Enfermagem, no Colégio Estadual Rui Barbosa, Ensino Fundamental Médio

e Profissionalizante, no município de Jacarezinho – Paraná. A turma para as aulas

Page 11: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

teóricas foi composta por 30 alunos e para estágio supervisionado no asilo Araci Barbosa

de Andirá, com oito alunos.

O primeiro questionário foi aplicado durante a apresentação do projeto,

em sala de aula. O público alvo foram 30 alunos, cujos perfis são 29 do sexo feminino e

um do sexo masculino; 23 alunos com idade entre 18 – 28 anos, seis alunos entre 29 – 38

anos, e um aluno com idade entre 39 – 52 anos, observando que a escolaridade de todos

é Ensino Médio. No segundo questionário, do universo anterior, sete alunos deixaram de

responder por não estarem presentes na data aplicada.

O momento de preparação do material foi importante e dedicado a

escolha dos slides, textos, filmes e apostilas, que norteariam o projeto.

Durante a implementação das aulas, os alunos responderam um

questionário sobre o conhecimento prévio que eles tinham sobre a Doença de Alzheimer,

com questões abertas. Na sequência, as aulas foram divididas por temas sobre a

patologia e os cuidados de enfermagem nas diversas fases da Doença de Alzheimer,

utilizando-se recursos como projetor multimídia, textos, apostilas, filmes, uma palestra

cujo tema foi a humanização do idoso com Alzheimer.

Para a atividade prática, os alunos vivenciaram com pessoas com

Alzheimer no asilo de Andirá, nas diversas fases da doença.

Foi disponibilizado para os alunos um material didático (Unidade

Temática), com todo o conteúdo proposto, além de uma apostila produzida pela

professora-pequisadora, a qual continha a definição da doença de Alzheimer e os

cuidados de enfermagem.

Na semana de enfermagem, foi apresentada uma peça teatral elaborada

e executada pelos alunos, com o tema “Doença de Alzheimer”, para a comunidade

escolar.

Paralelamente à implementação do Projeto de Intervenção na Escola,

como requisito do Programa de Desenvolvimento Educacional, foi realizado via ambiente

virtual de aprendizagem Moodle, o Grupo de Trabalho em Rede (GTR), criando

oportunidade de realização de debates com participação de professores integrantes de

vários núcleos da rede de ensino do estado do Paraná, sendo a maioria, docentes e

enfermeiros, contribuindo para a socialização e contextualização dos conhecimentos, bem

como a troca de experiência.

Nas interações, observou-se o interesse dos professores de como

trabalhar com os alunos nos cuidados com pessoas com Doença de Alzheimer, o

despreparo e a dificuldade de encontros profissionais capacitados. Evidenciou-se ainda

Page 12: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

entre os participantes, a necessidade da interação da família, na vida da pessoa com

Alzheimer que necessita de cuidados especiais.

Ao final de 64 horas de implementação deste projeto, o mesmo

questionário foi aplicado à turma de alunos que participaram da intervenção, com o

objetivo de verificar se houve mudança significativa no conhecimento agora sistematizado

sobre os cuidados de enfermagem com a pessoa com Doença de Alzheimer.

Foi muito valiosa esta implementação do Projeto de Intervenção

Pedagógica na escola, pois além do enriquecimento pessoal, foi levado aos alunos um

estudo aprofundado acerca da Doença de Alzheimer, podendo auxiliar os alunos para

melhor desempenho na prática de enfermagem, como cuidador.

4. RESULTADO E DISCUSSÃO

Participaram do estudo no primeiro questionário 30 alunos e no

segundo, após a implementação do Projeto de intervenção na Escolar, 23 alunos.

No primeiro questionário a primeira pergunta questionou os alunos se

saberiam conceituar a Doença de Alzheimer. Dezoito alunos responderão não, nove

esquecimento, afeta a memória e três alunos não responderam.

O termo doença de Alzheimer em sentido amplo corresponde a uma

síndrome clínica caracterizada pela alteração progressiva e irreversível das funções

cognitivas, acompanhada de modificações neuro-histológicas particulares,

compreendendo degeneração neurofibrilar e placas senis. Esta afecção pode se exprimir

clinicamente antes e depois do 65 anos (MAGNIÉ; THOMAS, 1998).

Na questão em que deveriam demonstrar se conhecem a causa da

doença de Alzheimer, 26 alunos não sabiam, dois alunos responderam neurológico, um

aluno respondeu envelhecimento, e um aluno, genético.

Segundo Hartman e Lucchese (2012), as teorias sobre a causa da

Doença de Alzheimer são: Teoria genética, Teoria Microbiana, Teoria do envelhecimento,

de trauma, Teoria da estimulação, autoimune.

Voltado aos alunos o conhecimento dos sinais/sintomas, 21 alunos

perda da memória, dois alunos responderam confusão mental e cinco alunos não

responderam.

Fato da perda de memória ter sido o sintoma mais citado quando

relacionado a essa doença pode ser um reflexo deste, em particular, ser um dos mais

Page 13: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

destacados pela mídia, assim como propagado pelo conhecimento popular.

Sobre a idade afetada na doença de Alzheimer, 11 alunos

responderam após os 60 anos, 10 alunos não sabem, dois alunos a partir dos 80 anos,

dois alunos que a Doença de Alzheimer não tem idade para iniciar, e seis alunos

responderam os idosos.

De acordo com Magnié e Thomas (1998), esta afecção pode se

exprimir clinicamente antes e depois do 65 anos.

Foram perguntados aos discentes se eles conheciam alguém com

doença de Alzheimer e, dos 30 participantes deste estudo, 21 afirmaram não conhecer

pessoas com Alzheimer e nove responderam que conhecem.

Buscou-se também nesta pesquisa saber qual grau de parentescos

das pessoas com Alzheimer com os alunos que afirmaram conhecer estas pessoas. O

resultado foi distribuído nos seguintes números: três alunos referiram ser tio, dois avós,

quatro outros. Destaca-se que o grau de parentesco relacionado como “outros” inclui não

só familiares, mas vizinhos e amigos ou mesmo conhecidos dos participantes.

Segundo Cayton et al (2000) a maioria dos casos de Alzheimer não é

geneticamente transmitido. Se um membro da família apresenta uma forma não genética

da doença, o risco para parentes próximos torna-se três vezes maior do que pessoas para

uma pessoa da mesma idade que não tenham antecedentes familiares da doença. Ainda

segundo o mesmo autor, a forma hereditária da doença é muito rara e desenvolve-se

numa faixa etária de 35 a 60 anos, tendendo a se desenvolver dentro da mesma idade da

família.

A questão com relação ao conhecimento dos alunos quanto ao exame

para identificar a doença de Alzheimer, 27 alunos não tinham conhecimento, um aluno

respondeu exame neurológico e dois alunos responderam tomografia computadorizada e

ressonância magnética.

Segundo Bertolucci (2012), não existe hoje um exame que mostre

alterações específicas para essa doença, excluindo, é claro, o exame de tecido cerebral,

que é obtido por necropsia ou biopsia cerebral, que por ser invasivo, não é utilizado na

rotina.

No quesito tratamento para Doença de Alzheimer, 28 alunos não sabiam

responder, um aluno respondeu fisioterapia, e um aluno medicamento.

Para Costas, Silva e Sobrinho (2008), o tratamento disponível atualmente

tem sua estratégia terapêutica alicerçado em três pilares: melhor cognição, adiar a

evolução e tratar os sintomas e as alterações de comportamento.

Page 14: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

Medidas de prevenção da Doença de Alzheimer também foram abordadas

nesta pesquisa. Assim, os alunos foram avaliados sobre seu conhecimento acerca destas.

O resultado obtido foi que 27 alunos não sabiam responder e três alunos responderam

exercitando a mente.

De fato, até o presente momento não existe nenhuma medida preventiva

para a doença de Alzheimer. Segundo Pena (2010), uma medida preventiva que

permitisse adiar o desenvolvimento da doença em apenas um ano reduziria a prevalência

no mundo em milhões de casos. Assim, estratégias preditivas e preventivas da Doença de

Alzheimer são urgentemente necessárias para evitar o sofrimento das pessoas e das

famílias.

A questão se uma pessoa com Alzheimer pode continuar a viver sozinha,

28 alunos responderam que não e dois alunos não responderam.

Segundo Hartmann e Lucchese (2012) não, pois estará exposta a um

grande risco de higiene malfeita, quedas, perambular pelas ruas, perde-se no caminho de

casa, usar indevidamente a medicação, usar roupas inadequadas.

Na última questão, se teve acesso a informação sobre Alzheimer, 21

alunos responderam que não, um aluno respondeu que já ouviu falar, três alunos pela

televisão e/ou no posto de saúde e três não respondeu.

Em seguido momento, após a Implementação do Projeto de Intervenção

na Escola, o mesmo questionário foi aplicado a fim de estudo comparativo, e quando

questionados sobre se conhecia pessoas com Doença de Alzheimer, encontrou-se agora

10 alunos responderam sim e 13 alunos não.

Se sua resposta for positivo, indique quantas pessoas conhecem e o

grau de parentesco, avós (2), tios (3) e outros.

Tabela 1. Se positiva a resposta, quantas pessoas conhece e grau de parentesco.

AVÓS TIOS OUTROS

QUESTIONÁRIO 1 02 03 04

QUESTIONÁRIO 2 02 04 03

Fonte: Mitrovini (2014)

Na questão sobre o sinais e sintomas da Doença Alzheimer, as respostas

foram, esquecimento (13 citações), perda da memória (10 citações), perda da memória

recente no início (4 citações), mudança de comportamento com a perda de memória (10

citações), perda da identidade (2 citações). Analisando os resultados, percebeu-se que a

Page 15: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

perda da memória foi o que predominou na resposta.

Sobre se conhece algum exame para detectar Doença de Alzheimer, após

a Implementação do Projeto de Intervenção na Escola, os alunos mostraram conhecer

necropsia pós–morte e a biopsia, sendo o exame conformativo (23 citações), tomografia e

ressonância magnética (05 citações) e mini-exame do estado mental (02 citações) e dois

alunos não responderam.

Sobre o conhecimento de tratamento para a doença de Alzheimer,

encontrou-se as seguintes respostas: tratamento paliativo (4); medicamentos para o

controle da situação aos estágios (15), muito amor e carinho (03), não tem tratamento

(02).

Em relação às medidas de prevenção da Doença de Alzheimer, abordado

no 2º questionário as respostas obtidas foram: não existe nenhuma medida preventiva

para a Doença de Alzheimer, 19 alunos responderam, exercitar a memória e atividade

física, dois alunos responderam, leitura, dois alunos. Analisando os resultados, percebeu-

se que os alunos consideram que não tem meios para prevenir o Alzheimer,

Perguntou-se aos alunos também se a idade que afeta essa doença,

quanto ao questionário comparativo podemos visualizar melhor na tabela 2 abaixo:

Tabela 2: Idade que afeta a Doença de Alzheimer

Não sabe A partir dos 60 anos

A partir dos 80 anos

Acima de 65 anos

Questionário 1

12 06 03 02

Questionário 2

03 01 0 17

Fonte: Mitrovini (2014)

Os alunos foram questionados se uma pessoa com a Doença de

Alzheimer pode viver sozinho e todos responderam que não, que precisa do apoio da

família e de um cuidador.

A última pergunta do questionário em comparação com o primeiro

questionário e o aluno teve acesso à informação da Doença de Alzheimer e, se teve,

onde.

No projeto, 23 alunos citaram vídeos, apostilas, internet, filmes (18

citações). Ressalta que esses filmes e vídeos, foram abordados durante a implementação

do projeto, e muitas pesquisas através da internet.

Page 16: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os dados coletados nos questionários observou-se que no

momento anterior a intervenção os alunos possuem um conhecimento limitado sobre a

temática em questão. Reconhecem, na maioria das vezes, sinais e sintomas

característicos, mas desconhecem aspectos relacionados ao manejo da doença.

Após o Projeto de Implementação na Escola a análise dos resultados

observou-se que os futuros profissionais de enfermagem tinham conhecimento prévio

sobre a Doença de Alzheimer, seja pelos meios de comunicação que a divulgam, seja

pelo fato de que na própria família há membros com essa doença. Ressalta-se que a

maioria dos alunos conheciam sobre fatores de risco, tratamento e prevenção.

O estudo, além de propiciar uma reflexão sobre a evolução da doença,

alertou para a importância do profissional técnico de enfermagem em aprofundar

conhecimento na especialidade da assistência à pessoa com doença de Alzheimer, para

melhor qualificar a sua atuação e conscientizar-se que a formação generalista é insipiente

para esse tipo de cuidado.

A socialização e contextualização dos conhecimentos adquiridos

observados nos dados coletados do segundo questionário contribuíram para elevar os

níveis de conhecimento de forma significativa, principalmente nos cuidados para a

Doença de Alzheimer.

O processo ensino-aprendizagem, seja ele entre professor versus alunos

ou profissionais ou profissionais versus usuários, é uma atividade que requer

envolvimento e comprometimento do educador, do educando e do próprio usuário do

sistema de saúde, para o resultado desejado com mudanças, comportamento. Enfatizar a

Educação em Saúde fortaleceu o conhecimento para adoção de medidas que beneficiem

tanto os usuários do sistema de saúde, bem como os próprios profissionais de saúde,

conscientizando de sua importância e comprometimento dentro de uma equipe

multiprofissional.

Dessa forma, o Projeto de Intervenção na Escola vem elevar o nível de

conhecimento dos enfermeiros-docentes na construção de uma pedagogia ética e

transformadora, promotora de autonomia com responsabilidade, bem como contribui para

o aprendizado mais significativo e desenvolvimento de uma postura mais crítica e

reflexiva por parte dos alunos, na formação de cidadão e profissionais competentes na

efetivação dos cuidados com pessoas com Doença de Alzheimer.

Portanto, capacitar os alunos aliando a teoria com a prática, eleva o

Page 17: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

conhecimento de quem ensina e de quem aprende: divulgar o trabalho multidisciplinar

acerca da pessoa com Doença de Alzheimer com palestras, contribuindo para

conscientizar os futuros profissionais da importância de implementar um trabalho de

qualidade independente de onde se encontra a pessoa com Alzheimer: em casa como

membro de sua família, nos centros de saúdes e hospitais, asilos.

É importante discutir e analisar cada sugestão, construindo

sistematicamente o processo de ensino aprendizagem, possibilitando, vivências e

experiências com o envolvimento dos educandos, professores colegas de trabalho e

pacientes.

As atividades possibilitam não só a aprendizagem de nossos

conhecimentos, mas também envolveram os educandos com sua realidade, suas

experiências e saberes preexistentes.

Page 18: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · vida e saúde. O projeto de ... Estadual do Norte do Paraná (UENP) Campus Luiz Meneghel – Bandeirantes. Paraná. ... “lenta

REFERÊNCIAS BERTOLUCCI, P.H.F. DOENÇA DE ALZHEIMER: Manual do cuidador. São Paulo:

Alaúde, 2012.

BORGES, M.F. CONVIVENDO COM ALZHEIMER: Manual do Cuidador, Juiz de Fora:

Inedutc Ltda, 2011.

BRASIL. Gabinete Ministerial. Portaria n. 703/GM em 12 de abril de 2002. Protocolo

Clínico e Diretizes Terapêuticas para o tratamento da Demência por Doença de

Alzheimer. Brasilia, 2002a.

CARAMELLI, P.; BARBOSA. Revista Brasileira de Psiquiatria ... CI et al., 2005;

LIMA, 2002; MAIA et al., 2006; NITRINI et al., 2005; PORTO et.

CAYTON, H. ET TAL.Tudo sobre doença de Alzheimer. São Paulo Andrei, 2000

COSTAS; A.M.S., SILVA; C.E.A., SOBRINHO, C.E. Assistência de Enfermagem ao

Paciente com Alzheimer. Saúde Beleza, Marília, n. , p.1-14, 17 nov. 2008.

HARTMANN, A; LUCCHESE, F. DESEMBARCANDO O ALZHEIMER: Um Guia Prático

para Familiares e Cuidadores, Coleção L&PMPocket, p. 192 .

LOPES, A.C. TRATADO DE CLÍNICA MÉDICA. São Paulo: Roca Ltda, 2006. 2245 p.

MACIEL JÚNIOR, J.A. DEMÊNCIA PRIMÁRIAS E DOENÇA DE ALZHEIMER: como

diagnosticar e tratar. Ver. Bras. Med. V 63 p. 88-94, dez. 2006.

MAGNIÉ, M. N.; THOMAS, P. DOENÇA DE ALZHEIMER. São Paulo: Organização

Andrei Editora Ltda., p. 26, 1998

MIRANDA, C. L. O PAPEL DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM – parte 1, publicado em

09/01/2010

MOONEY, S.F. ALZHEIMER: Cuidar de seu ente querido e cuidar de você mesmo. 2ª São

Paulo: Paulinas, 2011. 336 p.

SAYEG, N. et al. DOENÇA DE ALZHEIMER COMO DIAGNOSTICAR E TRATAR. Rev.

Bras. Med. V.50, n 11, p 1429-1450, Nov.1993.

SILVA, M.B.M. GRITOS DE SILÊNCIO: na voz de familiares cuidadores de Portares de

Doença de Alzheimer. 2007. 100 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa de Pós-

graduação.

SMELTZER, S.C.; BARE, B.G. Brunner e Suddarth: TRATADO DE ENFERMAGEM-

CIRÚRGICA. 10ªed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

PENA, S. D. 2010. Uma epidemia iminente. Instituto Ciência Hoje.

THIOLLENT, M. METODOLOGIA DA PESQUISA-AÇÃO. São Paulo: Cortez Editora,

2002.