os principais empreendedores do seculo xx

6
Os Principais Empreendedores do Século XX Durante os últimos 100 anos, apesar de todas as dificuldades, o Brasil contou com muitos empreendedores que ajudaram a construir o país com trabalho e perseverança. Segundo o Global Entrepreuneurship Monitor (GEM 2000), parceria do Babson College de Boston (EUA) e da London Business Leadership (EUA), o Brasil é a sociedade mais empreendedora do mundo. Existem 4,5 milhões de empresas formais e 15,7 milhões de empreendedores informais no Brasil. Para efeito deste estudo, o termo “Empreendedorismo” foi conceituado como: Qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo empreendimento, como por exemplo, a atividade autônoma, uma nova empresa ou a expansão de um empreendimento existente, por um indivíduo, grupos de indivíduos ou por empresas já estabelecidas. (GEM 2000:6) Nota-se que a definição de empreendedor se ampliou, permitindo que qualquer pessoa que gere o próprio trabalho, a própria atividade de obtenção de recursos possa ser chamado de empreendedor. Diante desse novo cenário destacam-se os milhões de empreendedores informais que contribuem para a economia brasileira. A figura do camelô que inova oferecendo o serviço disque-entregas e a figura do autônomo que vem

Upload: luiz-fernando-silva

Post on 20-Feb-2016

231 views

Category:

Documents


10 download

DESCRIPTION

EMPRENDEDOR

TRANSCRIPT

Page 1: Os Principais Empreendedores Do Seculo XX

Os Principais Empreendedores do Século XX

Durante os últimos 100 anos, apesar de todas as dificuldades, o Brasil contou com muitos empreendedores que ajudaram a construir o país com trabalho e perseverança.

Segundo o Global Entrepreuneurship Monitor (GEM 2000), parceria do Babson College de Boston (EUA) e da London Business Leadership (EUA), o Brasil é a sociedade mais empreendedora do mundo. Existem 4,5 milhões de empresas formais e 15,7 milhões de empreendedores informais no Brasil.

Para efeito deste estudo, o termo “Empreendedorismo” foi conceituado como:

Qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo empreendimento, como por exemplo, a atividade autônoma, uma nova empresa ou a expansão de um empreendimento existente, por um indivíduo, grupos de indivíduos ou por empresas já estabelecidas. (GEM 2000:6)

Nota-se que a definição de empreendedor se ampliou, permitindo que qualquer pessoa que gere o próprio trabalho, a própria atividade de obtenção de recursos possa ser chamado de empreendedor.

Diante desse novo cenário destacam-se os milhões de empreendedores informais que contribuem para a economia brasileira. A figura do camelô que inova oferecendo o serviço disque-entregas e a figura do autônomo que vem crescendo a cada ano demonstram a tendência cada vez maior do surgimento de autônomos e de pequenas empresas e o crescimento de incubadoras de empresas, fortalecendo e apoiando o início de um novo negócio.

O GEM (2000) pesquisou 21 países e verificou que, no Brasil, 1 em cada 8 brasileiros está iniciando um novo negócio. Nos EUA essa proporção é de 1 para 10, na Austrália, 1 para 12, na Alemanha a proporção é de 1 para 25, na Inglaterra, 1 para 33, na Finlândia e na Suécia, 1 para 50, e em países como a Irlanda e o Japão, a proporção chega a 1 para 100.

Page 2: Os Principais Empreendedores Do Seculo XX

Essa colocação expressa o esforço empreendedor da população na criação de algum negócio. “Esse negócio pode ainda estar em processo de implantação, não representando fonte de remuneração para o proprietário ou empregados. Caso já esteja em funcionamento, deve, no máximo, ter remunerado alguém durante três meses.” (GEM 2000:3)

Ao se pesquisar novas empresas, nas quais vêm remunerando os proprietários e/ou empregados até 42 meses, o Brasil fica em 3º lugar abaixo dos Estados Unidos e Coréia.

O alto índice de pessoas envolvidas com alguma atividade empreendedora pode ser analisado como um fator positivo quanto à pró-atividade brasileira em buscar uma atividade independente do sistema provedor de empregos. Por outro lado, uma análise mais detalhada do tipo de atividade empreendida, pequenos negócios voltados para serviços e comércio, revelam uma realidade um pouco mais crua. De baixo valor agregado e baixo conteúdo tecnológico, essas atividades se revelam muito mais uma iniciativa de complementação de renda familiar ou mesmo como expediente de sobrevivência, em face da baixa absorção do mercado formal de trabalho (GEM 2000:3)

Segundo os especialistas e a população pesquisa pelo GEM 2000 a capacidade da população em perceber oportunidades, iniciar e administrar negócios é bastante limitada, revelando que o empreendedor brasileiro não está explorando oportunidades com potencial de crescimento, mas sim buscando formas alternativas de geração de renda.

“As elevadas taxas de empreendedorismo apresentadas no Brasil estão, em parte, relacionadas ao fato de as pessoas de 18 a 64 anos, quando não estão empregadas, se verem na obrigação de tentar desenvolver algum tipo de negócio, mesmo que precário, como uma estratégia de sobrevivência, dada a insipiência da rede de proteção social existente. Mesmo entre aquelas empregadas, há indicações de que a Taxa de Empreendedorismo é elevada, possivelmente em razão dos baixos níveis médios dos salários.” (GEM 2000:14)

Já na pesquisa realizada em 2001 o GEM (2001) pesquisou 29 países e colocou o Brasil em 5º lugar entre os povos que mais investem em novos negócios. 1 em cada 7 brasileiros estão se movimentando para abrir um negócio ou já tem uma empresa. Segundo DENARDIN (2002) do total de empresas pesquisadas 66% eram nascentes (com até 3 meses de existência) e 34% novas empresas ( constituídas há até 42 meses).

Para DOLABELA (2001:9) “...o grau de empreendedorismo no Brasil é alto por causa do grande número de pessoas que não têm acesso a emprego. Se o sujeito não abre a sua atividade, morre de fome.”

Page 3: Os Principais Empreendedores Do Seculo XX

Nota-se com esse relatório e as interpretações dadas por especialistas que o nível de empreendedorismo no Brasil é alto por que as pessoas estão

Page 4: Os Principais Empreendedores Do Seculo XX

buscando alternativas para sobreviverem e não por que identificaram uma oportunidade no mercado. Quando a alternativa de se abrir um negócio é vista apenas como solução para a sobrevivência, corre-se o risco de iniciar um negócio sem as habilidades, motivações e conhecimentos necessários para que

o negócio se mantenha e cresça. Daí pode justificar-se o alto índice de mortalidade de empresas no Brasil. Segundo o SEBRAE (1999) dentro de 3000 empresas pesquisadas, 35% fecharam as portas no primeiro ano de vida, no segundo ano o porcentual subiu para 46% e, ao final do terceiro ano, 56% das empresas pesquisadas fecharam. “Conforme a Unidade da Federação, essa taxa variou de cerca de 30% até 61%, no primeiro ano de existência da empresa, de 40% até 68%, no segundo ano, e de 55% até 73%, no terceiro período do empreendimento.” Nota-se também que o brasileiro é otimista em relação à abertura de empresas e geração de sua própria renda, mas o fracasso não é visto como aprendizagem no nosso país e as pessoas que obtiveram sucesso e dinheiro são vistas com desconfianças.

Segundo o GEM (2000:11) “ Pode-se dizer que, no Brasil, o potencial de empreendedorismo é elevado, mas as condições de concretizá-lo ou mantê-lo são relativamente muito baixas”.