palestra abtf 2013 princípios da psicologia do esporte - michele melhen
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PRINCÍPIOS DA PSICOLOGIA DO ESPORTE APLICADA AOS
TREINADORES DE FUTEBOL
Michelle MelhemEspecialista em Psicologia do Esporte
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“A PE tem como foco de investigação e intervenção duas vertentes na inter-relação do indivíduo com a atividade esportiva: uma relacionada às características, traços, processos, estados e qualidades psicológicas (ansiedade, estresse, motivação...) e outra relacionada à prática esportiva no que diz respeito às características da modalidade, seu modo de ensino e treinamento, evidenciando suas demandas e exigências psicológicas, o que por sua vez, explicita a interdependência da preparação psicológica e do treinamento esportivo”. (Markunas, 2003)
Psicologia do Esporte
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Mitos
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RECONSTRUÇÕES
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Focos de intervenção: relações
Ψ
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Que tipo de líder eu sou?Que tipo de líder minha equipe precisa?
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Treinador = Gestor da equipe
Comunicação eficazLiderança efetiva
Transmissão de informações claras
e coerentes
Motivação
Formação de valores
Cobranças devidas
Reforço x Punição
Auxílio na construção da personalidade
Regras e limites
Aprendizagem motora
Feedbac
k
Conhecimento da história de vida e esportiva
Obtenção do sucesso
Vitória x
FracassoAuto-estima Especialização precoce
Burnout
Transformação de um grupo para uma equipePlanejamento de metas e objetivos individuais e coletivos
Atividades dinâmicas, atrativas e variadas
Composição e funcionamento da comissão técnica
Dispensa x admissão de atletas
Nível de competitividade da equipe
Converter as atividades em desafios, nunca em ameaças Observar individualmente
os atletasSer capaz de corrigir as metas estabelecidas Analisar o próprio estado emocional para não
transmitir ansiedade
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TREINADOR ESPORTIVO Do envolvimento pleno ao abandono do atleta da
prática esportiva
“O esporte por si só não é bom nem ruim, dependerá basicamente da forma com que é utilizado e dos
processos didáticos e pedagógicos empregados em seu ensino”. (Benno Becker, 2000)
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63% de jovens esportistas consideram jogar mal e cometer erros como as piores situações de stress no
esporte. COMO LIDAMOS COM OS ERROS DOS ATLETAS???24,9% atribuem aos treinadores fontes de estresse. (sem
atenção quando precisam, sem reconhecimento do esforço, desvalorização dos atletas com menos
habilidade)
25% abandonaram o esporte por falta de elogio. Em que momentos elogiar? Quem necessita de elogios? Como elogiar?
20% pela falta de instrução aos erros e falhas cometidas. Estimular!
20% pela falta de informação sobre os progressos obtidos. Feedback
25% se sentem esquecidos. Processo seletivo x exclusão.
Smith, Smoll & Curtis in Becker Jr, 2000
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Treinadores revelam-se figuras determinantes no desenvolvimento esportivo e pessoal dos atletas e na sua adaptação à vida, desempenhando papéis diferenciados em cada uma das fases da carreira.
A evolução técnica, física e psicológica modifica a relação do atleta com o esporte e condiciona o funcionamento da díade treinador-atleta, sendo necessário ao técnico perceber tais alterações e se adaptar ao padrão relacional.
As 4 fases da carreira do atleta
Damásio & Serpa, 2001)
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1ª fase: iniciação – prática lúdica, aprendizagens básicas baseadas na motivação. Treinador como modelo significativo com impacto motivacional.
2ª fase: desenvolvimento - compromisso com o processo de treino rigoroso e exigente, voltado para o aspecto técnico. Relação do treinador-atleta sofre alterações, tendendo a ser amigável e caracterizada pela empatia. Orientador e disciplinador.
3ª fase: especialização – envolvimento no treino e competição torna-se um componente essencial do cotidiano, assumindo um significado prioritário em sua vida. Relação treinador-atleta registra conflitos.
4ª fase: reforma desportiva – período de estabilização e retrocesso do rendimento que conduz ao abandono e à transição para outro estilo de vida e a um novo envolvimento profissional. Relação ganha serenidade e equilíbrio na contribuição que cada um dá à gestão da interação desportiva. Isso se dá à experiência e maturidade dos atletas que os coloca numa crescente de igualdade na relação.
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O domínio do treinador (relação de poder) prevalece no início com valores perto dos 80%, diminuindo progressivamente para 62%, 24% e 18% nas fases seguintes.
A dinâmica relacional na díade treinador-atleta evolui de uma orientação afetiva para uma orientação dirigida para a tarefa.
O poder que antes se concentrava no treinador tende a uma igualdade.
A frequência de conflitos é baixa na evolução da carreira.
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1-Comunicação Pilar do rendimento esportivo. Competência social do treinador. Objetiva melhorar as relações e não
somente passar conhecimento aos atletas. Cada atleta e equipe desportiva é diferente
dos demais tornar consciente que cada atleta tem uma capacidade diferente para entender as mensagens. INDIVIDUALIDADE
PRINCÍPIOS
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Linguagem verbal◦ Falar claramente- levar informação, gerar desejos de
aperfeiçoamento, ter feedback do atleta, possibilitar suas exposições.
◦ Escolher palavras certas- eu x nós. ◦ Dar reforços positivos – influencia na conduta do atleta,
aumentando a probabilidade de comportamentos gratificados. Podem ser verbais ou não verbais. Eficazes após a ação.
◦ “Seu burro, quantas vezes eu disse para cruzar a bola!”◦ “Você está em evolução, é dedicado, mas se eu pudesse
dizer alguma coisa para aumentar sua capacidade...diria que...”
◦ Assertividade – fazer afirmações positivas
Habilidade de comunicação
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Linguagem não-verbal◦ Como se fala: tipo de olhar, tom de voz, ritmo, respiração,
alternância na fala). GRITO!!! “Cuidado com aquele atacante que é muito perigoso, bate
bem com os dois pés...também cabeceia bem!” Que mensagem está no conteúdo não-verbal??? (medo,
insegurança, valorização do adversário, desvalorização dele pelo treinador)
o Linguagem corporal: gestos e expressões faciais podem transmitir confiança ou insegurança.
o Escuta ativa – habilidade de ouvir e entender os sentimentos envolvidos na fala. “Atleta não tem que falar, tem que jogar”.
“Se ele não me ouve, por que vou ouví-lo?”
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FEEDBACK
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2-Liderança
“Processo de influência positiva que o líder exerce sobre o seu grupo,
visando à realização de objetivos”. (Shaw, 1981)
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Líder efetivo
AÇÕES EXEMPLOS
Estabelecer objetivos e metas concretas
Avaliar a capacidade da equipe e definir metas específicas
Construir ambiente social e psicológico favorável
Proporcionar clima participativo
Instruir valores Estabelecer junto ao grupo normas de conduta. Ser espelho de comportamento
Motivar os atletas para o alcance das metas
Criar metas intermediárias que direcionem o alcance dos objetivos
Comunicar-se com os atletas Estabelecer canal acessível
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Características do líder autocrático e democrático (Samulski, 1985) Autocrático Democrático
Orientado à tarefa Orientado à pessoa
Toma as decisões sem participação do grupo
Incorpora os atletas nas decisões, distribui responsabilidades
Dominância verbal e distanciamento emocional
Intensifica os processos interativos
Planeja, decide e controla todas as ações
Incentiva iniciativas, estimula o grupo colocando os problemas em discussão
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Vantagens e desvantagens do líder autocrático e democrático
Líder orientado à tarefa
Vantagens Desvantagens
Energia dirigida para a tarefa Pode aumentar os níveis de ansiedade
Pouco tempo em comunicações interpessoais
Sacrifica a segurança pessoal dos atletas pela realização de objetivos
Designa rapidamente tarefas em atividades estruturadas
Menos eficaz em situações de tensão, nas quais o grupo pode querer interagir
Líder orientada à pessoa
Vantagens Desvantagens
Reduz a ansiedade em tarefas mal sucedidas
Falta de preocupação com a execução bem sucedida da tarefa
Lida melhor com pessoas inseguras
Menos eficiente em situações estressantes
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“...cada um dos tipos de líderes é bem sucedido em certas situações, ou seja, ninguém está apto a mostrar que um tipo de líder é sempre superior ou inferior.” (Fiedler, 1969)
“...o líder eficaz deveria ter a capacidade de modificar seu estilo de liderança com base na observação das características do grupo e da situação.”(Hersey & Blanchard, 1996)
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Liderança situacional
Qualidades essenciais Exemplos
Capacidade de diagnóstico Analisar os comportamentos dos atletas e do grupo
Espírito de observação Perceber detalhes do ambiente de treinamento e jogos
Sensibilidade Sentir as variações do comportamento do atleta nas mais variadas situações
Adaptar o estilo de liderança em função do meio
Verificar as características da situação
Flexibilidade e habilidade para variar o comportamento
Mudar o comportamento de acordo com o grupo e situação
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3-Motivação“O treinador é a peça chave na motivação do jovem e
no sucesso esportivo do mesmo”. (Becker Jr., 2000)
Esporte é um instrumento suscetível a desenvolver os traços de personalidade positivos, tais como: a consciência de si mesmo (noção de autoavaliação), a capacidade de superar obstáculos e adaptação aos mesmos, a percepção dos outros, as relações humanas e a autonomia. (Bortoli, 1995)
Autoestima: aprovação ou não de si mesmo Autoconfiança
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O treinador representa para o atleta uma referência determinante de suas emoções, cognições e comportamentos. O praticante procura nele a segurança que carece num contexto caracterizado pela instabilidade e incerteza. Todavia, a história pessoal do treinador, leva-o a viver as profundas emoções decorrentes do significado psicológico da situação desportiva.
A conduta do técnico tem impacto diferente de acordo com as características, necessidades e limitações dos praticantes, o que dá razão à importância de conhecer cada atleta para que se adeque à intervenção.
O treinador é sempre um modificador de comportamentos, do que decorrem consequências positivas ou negativas para o desportista.
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Na díade treinador-atleta, cada um deles encontra no outro um complemento fundamental dos recursos de que necessita para realizar objetivos de significado pessoal.
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“Um atleta sub 13 chega chorando dizendo que não quer ser lateral porque não faz gol”.
“Um atleta sub 15 tem o jogo narrado pelo treinador durante os 40 minutos. O técnico alega prejuízo na tomada de decisão”.
“Um atleta sub 17 que foi aproveitado no time principal como titular em seu 2º ano tem queda de rendimento e nem banco pega. O atleta, por sua vez, treina menos dedicado”.
“Um atleta sub 20 integra a equipe de juniores, mas cotidianamente treina com o profissional e desce apenas para jogar”.
PARA REFLETIR...
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![Page 38: Palestra abtf 2013 princípios da psicologia do esporte - michele melhen](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022052820/548b18d8b47959304d8b46be/html5/thumbnails/38.jpg)
UFA!!!!“Para ser chefe, é também necessário
ser responsável”. Saint Exupéry