Estas são três propostas diferentes mas quecomungam de um mesmo propósito, o dedar voz aos actores e à acção dosfilmes/jogos favoritos, sem descurar aaudição de música que nos chega pelosmais diversos meios, seja o tradicional CD, arádio ou os mais modernos meiosdisponibilizados pela informática, como arádio via Net ou os ficheiros do tipo MP3 eafins, sempre disponíveis na ponta de umapen USB.

Olhando para as três propostas aquiapresentadas, pode parecer estarmos empresença de conjuntos muito diferentes,contudo é mais o que os une que aquilo queos separa. E, no entanto, será precisamenteo que os separa que determinará a escolhado cliente.

DescriçãoO sistema da Panasonic é um clássicocompacto 5.1. É constituído por umaunidade central com leitor de Blu-ray 3D,subwoofer e cinco colunas, sendo as frontaisde colocação no chão e as traseiras umaspequenas colunas surround que podem sercolocadas em prateleira ou directamente naparede. As colunas traseiras podem serligadas por fio ou, opcionalmente, por dispositivo wireless, o que dispensa ossempre incómodos cabos a passarem pelasala toda. Em termos estéticos o Panasonicé um sistema muito discreto e muito fácilde integrar com qualquer tipo de decoraçãodoméstica, incluindo-se aqui as própriascolunas frontais, que são extremamenteelegantes, não chamando a atenção sobre si.

Na frente da unidade central encontra-se agaveta de carregamento do disco, bemcomo uma ranhura para leitura de cartõesSD, e ainda uma porta de ligação paraiPod/iPhone. Na traseira encontram-se osterminais para ligação às colunas, os quaisrecorrem a fichas codificadas por cores, umasolução prática e habitual neste tipo desistemas: uma ficha de ligação para câmara,uma porta LAN para ligação à Internet, trêsfichas HDMI, sendo duas de entrada(cabo/satélite) e uma de saída, entrada deantena FM, entrada digital óptica, saída devídeo composto e um par de RCA auxiliarespara estéreo analógico.

Passando agora ao sistema LG, estecaracteriza-se também pela clássicaarquitectura 5.1, embora neste caso te-

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CINEMA EM CASA João Zeferino

Panasonic SC-BTT770EGKLG HX966TZW

Philips HTS9221/12Três opções, um propósito!

Se exceptuarmos os audiófilos mais puristas ou os entusiastas do AVmais exigentes, a verdade é que a maioria dos apreciadores de uma

boa sessão de cinema em casa apenas necessita de um televisor,preferencialmente grande, e de um sistema surround como os que

apresentamos neste artigo, para usufruir em pleno do prazer de ver umbom filme ou ouvir a sua música favorita.

nhamos colunas de chão tanto à frentecomo atrás. Tal como o Panasonic, tambémo LG pode fazer uso de um receptor wirelesspara dispensar a ligação via cabo às colunastraseiras, algo que será certamente muitoapreciado, principalmente pelo elementofeminino da família, habitualmente avessoà existência de cabos espalhados pelo chãoda sala.

O painel frontal do LG conta com uma fichaUSB e com a gaveta de carregamento dodisco, para além dos habituais comutadores,duplicados no controlo remoto. Na traseiraencontramos as saídas para as colunas,também com codificação por cores parauma rápida e fácil ligação de todos oselementos, uma porta LAN, entrada digitalóptica, duas entradas e uma saída HDMI,saídas de vídeo composto e porcomponentes, entrada auxiliar estéreo, fichade 24 pinos para iPod e ligação de antena.

O sistema da Philips rompe com a formação5.1 e adopta uma formação 2.1, mais fácilde colocar em sala, principalmente em salaspequenas, não descurando, contudo, umaestética extremamente apelativa e umasofisticação tecnológica a par com os outrossistemas. Abdica apenas dos canaissurround em favor de uma concepção maissimples e apostando tudo no aprimorar doefeito estéreo mais subwoofer. Contudo, osefeitos surround não foram esquecidos, in-cluindo a descodificação dos mais recentesformatos de áudio surround de altadefinição disponibilizados tanto em Blu-raycomo em Dolby True HD e DTS-HD,característica aliás comum aos três sistemasem análise.

A Philips reclama um som de excelenteclareza, graças à conjugação dos am-plificadores em classe D com tweeters decúpula de titânio. As colunas da Philips sãode colocação em prateleira e incluem duasunidades de médios-graves com o tweetercolocado entre estas. A estética do sistemaPhilips é a mais arrojada dos três sistemasem análise, sendo a unidade centralparticularmente atraente, com o seuformato quadrado sem arestas, em que atradicional gaveta de carregamento do discodá lugar a uma ranhura na face frontal, eum mostrador de matriz de pontos que estácolocado ao centro da face superior, o quelhe confere um arrojo estético importante,embora possa não ser muito visível sobdeterminados ângulos. Em termos decolocação na sala de estar, o Philips marca

pontos pela simplicidade do conceito earrojo estético e por representar umasolução que faz quase tudo o que os outrosfazem ocupando menos espaço e re-presentando uma muito menor intromissãona decoração ambiente.

O painel traseiro conta com saídas para ascolunas e subwoofer com ficha de modelopatenteado, com código de cores, tal comoé norma neste tipo de sistemas, dois paresde fichas RCA como entradas auxiliaresanalógicas, entrada digital coaxial e óptica,leitor de cartões SD, ficha USB e entradaiLink para ligação de qualquer leitor demúsica externo ou iPod. Em termos devídeo estão disponíveis uma saída de vídeocomposto e uma HDMI. Completa o conjuntoa ficha LAN e a entrada de antena FM.

AnáliseAqui temos três sistemas que se propõemfazer basicamente o mesmo. Leitura dediscos CD, DVD e Blu-ray, acesso a Net-TV ouleitura de ficheiros de áudio e/ou vídeocom origem em leitores multimédia ex-ternos. Propõem-se ainda descodificar osformatos surround vigentes e proporcionaruma experiência sensorial de imersão noespectáculo, tal como se pode experimentarnuma sala de cinema. Todos eles estãotambém habilitados a reproduzir conteúdos

em 3D, desde que o televisor/projector sejacompatível com essa tecnologia.

A análise dos três sistemas decorreu na salade testes da Audio & Cinema em Casa,tendo sido ligados a um televisor LED 3DPanasonic TX-L32DT30E. O software utilizadoconstou dos filmes em Blu-ray Liga de Cava-lheiros Extraordinários, Wall-E e Monstros vsAliens, este último em 3D.

A qualidade da imagem é muito seme-lhante nos três sistemas em análise. Ashabituais dificuldades, como manter asuavidade de movimentos em cenas comvarrimento horizontal e/ou vertical,resolução, faculdade para mostrar detalheem cenas menos iluminadas ou um correctoequilíbrio cromático, foram ultrapassadaspor todos os sistemas de forma muitocompetente, sendo que as diferenças entreeles se situam ao nível do pormenor e deuma opção deliberada a favor de um ououtro gosto mais do que ao nívelqualitativo. Em 3D não encontrámosdiferenças notórias; funcionam todos deacordo com o expectável e de formatotalmente eficaz.

Temos assim o Panasonic e o LG a revelaremuma imagem onde pontua um equilíbriocromático intenso, com um bom contraste e

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uma delimitação dos contornos quase per-feita, resultando numa imagem que é sem-pre vívida, brilhante e intensa. O Philipsopta por uma apresentação com um equilí-brio, diria que, mais ao gosto europeu, oude uma maior naturalidade, em que umamenor espectacularidade inicial écompensada por uma maior tranquilidade alongo prazo, já que o notável equilíbrioentre luminosidade, contraste e intensidadede cor contribuem para uma imagem degrande qualidade, ainda que sem avivacidade dos LG e Panasonic que, por seulado, pode tornar-se cansativa a longoprazo. Neste particular trata-se mesmo deuma questão de gosto pessoal, já que,objectivamente, são muito equivalentes.

Em termos de performance em áudio, asdiferenças são mais significativas. O sistemada LG brindou-nos com uma prestaçãocompetente, sendo capaz de edificar umaesfera sonora envolvente e com o maiorsentido de escala dos três sistemas emanálise. Os graves, após regulação do

subwoofer, são bastante potentes sem setornarem ribombantes, os registos médiospermitem uma boa reprodução de vozes,que surgem com boa dicção e in-teligibilidade, e os agudos são nitidamentesuavizados de modo a não se tornaremostensivos ou incómodos, pese embora ofacto de essa suavização poder limitar arespectiva resolução e a transparência.

O sistema da Panasonic possui um equilíbriosonoro que não anda longe do LG, contudonão é capaz de edificar uma esfera sonoracom a mesma desenvoltura, o que ficará adever-se, pareceu-me, ao facto de ascolunas terem uma menor resposta nosregistos médios, o que implica que o somresultante é essencialmente função dosregistos médios/altos das colunas com osgraves do subwoofer, faltando algum en-chimento da gama média que ajude, porexemplo, a projectar as vozes. Há que notartodavia serem diferenças de pormenor, atéporque o equilíbrio sonoro final é muitosemelhante, exibindo também um registoagudo que parece ser propositadamentesuavizado, de modo a não acusar um brilhoexcessivo ou agressividade que possam

causar incómodo. Para a prossecução doobjectivo primordial que é dar voz aosespectáculos de música ou cinema em casa,o Panasonic é um sistema totalmentecompetente e capaz de satisfazer todos osutilizadores com excepção para osentusiastas mais exigentes.

Por fim, o sistema da Philips, que é o maisdifícil de comparar. Em primeiro lugar,porque procura edificar uma esfera sonoraou efeito surround com recurso a apenasduas colunas, o que se tornamanifestamente mais difícil, mesmorecorrendo a sofisticados algoritmos deprocessamento digital do sinal. Por outrolado e ao longo dos discos que fomosvendo/ouvindo, o Philips mostrou sempreuma resolução superior, um registo agudomuito mais aberto, transparente e limpoque os restantes, ainda que, se abusarmosdo volume, possa acusar alguma es-tridência. Os efeitos sonoros são mais afinsa um processamento estéreo do que aoefeito surround 5.1, contudo, e passada anovidade dos poucos sons que nos sistemas

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CINEMA EM CASA Panasonic SC-BTT770EGK / LG HX966TZW / Philips HTS9221/12

5.1 surgem das colunas traseiras, a verdadeé que o Philips consegue ser totalmenteconvincente a dar voz às bandas sonorasdos filmes de acção, com um bomposicionamento das vozes, que exibem umaclareza e inteligibilidade invejáveis, edenotando sempre um nível de detalhesuperior ao dos outros sistemas em teste euma agradabilidade geral que nos fezquestionar a necessidade da existência de5+1 colunas quando 2+1 parecem ser tão oumais competentes para o mesmo trabalho.

ConclusãoTrês opções, um mesmo propósito.Enquanto termino a escrita deste artigoacabo de ter conhecimento de que tanto oLG como o Philips foram alvo de um prémioEISA 2011/2012, nas respectivas categorias,o que não me espanta, depois de ter per-cebido o seu valor na sala de testes daAudio & Cinema em Casa.

Atendendo a que estes são sistemas cujautilização será tipicamente na sala de estar,a escolha entre eles será função não apenasda performance pura e simples mas

também de factores funcionais. Em termosabsolutos são sistemas que se equivalem,não se podendo em boa verdade dizer queum é muito melhor que outro; neste caso,seja qual for a escolha que fizer, tem acerteza de ficar bem servido.

Existem no entanto algumas diferenças. Emtermos sónicos o sistema da LG destacou-sepor conseguir uma sonoridade mais ampla,com maior sentido de escala e umaenvolvência muito bem conseguida, aindaque o registo agudo acuse alguma perda deresolução. Já o Panasonic consegue ser maisdiscreto, mantendo a mesma estrutura de5.1 canais, com resultados sonoros muitocompetentes e onde apenas uma menorescala sonora o afasta do nível do LG.

Por fim, o Philips, que não pode concorrerem termos de escala, mas ganha emtermos de clareza, resolução e transparênciae, principalmente, porque oferece uma ex-celente prestação a partir de apenas 2.1colunas e uma unidade central de estéticairresistível, o que faz dele a opção ideal parasalas/quartos de menores dimensões.

Panasonic SC-BTT770EGK: 649 E

Representante; Panasonic Iberia; Tel.: 707 780 070; www.panasonic.es

LG HX966TZW: 1229,99 E

Representante: LGE Portugal; Tel.: 808 785 454; www.lg.com/pt

Philips HTS9221/12: 799 E

Representante: Philips Portuguesa SA; Tel.: 21 423 77 00; www.philips.pt

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