paradigmas da comunicacao
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Primeira aula da Daniela Bertocchi no Digicorp - ECA-USPTRANSCRIPT
“Paradigmas da Comunicação” Teorias da Comunicação
Paradigma funcionalista-‐pragmá;co
Modelo de Laswell Modelo de Lazarsfeld Modelo de Klapper Modelo de usos e sa;sfações
Paradigma matemá;co-‐informacional Modelo teórico-‐matemá;co da Comunicação Modelo de Berlo Modelo de Schramm
Paradigma conceitual ou crí;co-‐radical
Escola de Frankfurt Modelo do agir comunicacional
Paradigma conflitual-‐dialé;co Modelo da proposição marxista Modelo da dependência
Modelo neo-‐marxista
Paradigma conflitual-‐dialé;co Modelo da proposição marxista Modelo da dependência Modelo neo-‐marxista
Paradigma culturológico Modelo teórico-‐cultural Cultural Studies (Estudos Culturais)
Paradigma midiológico Modelo do meio como a mensagem Midialogia francesa
A Pós-‐modernidade Modelo teórico-‐media;vo Modelo teórico-‐recepcional
Paradigma horizontal-‐interacionista Modelo da virtualização Modelo da fissura tecnológica
Paradigma = • ordenação • série organizada de apontamentos • conjunto de formulações genéricas • afirmação de uma iden;dade • unitária, uniforme • contrasta em meio à mul;plicidade • estruturação de modos de percepção (“ver as coisas”) • viés ideológico • quadros de referência • cânone, sistema, estrutura
Teoria = • construção intelectual • nada a ver com visão deslumbrada ou contemplação • o modo de apresentar um saber • explicam a realidade
tradicionalmente, se constrói de modo indu/vo. Primeiro, a hipótese (suposições) Depois, a observação regrada Então, a confirmação/invalidação das suposições
Modelo= • A teoria desenha um “modelo”, ou seja, um instrumento organizador.
• O modelo é sempre uma simplificação.
• Uma “maneira de fazer”.
Lá em cima, o paradigma.
Lá embaixo, o modelo. No meio, a(s) teoria(s).
campo, área, linha, pesquisa
• Campo = igreja, ciência, arte, polí;ca, economia, comunicação etc.
• Área = recorte que se faz no campo
• Linha de pesquisa = temas, teses e hipóteses
• Pesquisa = “busca cuidadosamente preparada”, “indagação minuciosa e realizada com critério”
DENTRO DE UM PARADIGMA PODEM EXISTIR MODELOS QUE DIVERGEM.
1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020
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Simplicação Modelos “PICOS”
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1. Artes, cinema, literatura, pintura, música... 2. Ciência, tecnologia, games, invenções... 3. Esportes, olimpíadas, campeonatos... 4. Polí;ca, países, guerras, governos, presidentes, regimes... 5. Moda, es;lo de vida, celebridades, shows de TV... 6. Mundo corpora;vo, marcas, criações: Coca-‐Cola, IBM, Apple etc.
(individual) + Sua linha pessoal: fatos marcantes
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1. Paradigma funcionalista-‐pragmá/co
“A massa não possui an;corpos”
a) Em 1948 -‐ O modelo de Harold Lasswell (EUA)
Laswell desenvolve:
Quem diz o quê, por qual meio, a quem e com quais efeitos?
1902 – 1978 (Universidade de Chicago, EUA)
Paradigma funcionalista-‐pragmá/co
b) O modelo de Paul Lazarsfeld
-‐ Os meios não têm esse poder hipnó;co e alienador.
-‐ É preciso considerar os “opinion leaders”, a idéia do “two-‐step flow of communica;on”
-‐ Ele diz que a exposição à mídia é uma “experiência de grupo”
Sociólogo Paul Lazarsfeld (à dir.) (1901-‐1976 – de Viena, Áustria) Universidad de Princenton (EUA)
Paradigma funcionalista-‐pragmá/co
c) O modelo teórico dos efeitos de Joseph Klapper (EUA)
• “estudos dos efeitos” • campanhas eleitorais
• comunicação persuasiva
• psicologia experimental
Joseph Thomas Klapper (1917-‐1984)
Paradigma funcionalista-‐pragmá/co
d) Modelo de usos e sa/sfações (Uses and Gra;fica;ons)
• “usos” (percepção dos conteúdos mediá;cos) • “sa;sfações”(efeitos midiais) • principais autores: J.G. Blumler e Elihu Katz. • Eles escreveram que as necessidades seriam basicamente as seguintes: – Entretenimento (despressurização emocional) – Relacionamento pessoal (“companhia”) – Iden;ficação proje;va (reforço de opiniões) – Vigilância e fiscalização (“entender o mundo”)
2) Paradigma matemá/co-‐informacional (anos 50)
• experiências em laboratório • aferição cienwfica • John Watson criou o Behaviorismo
(o comportamento humano somente pode ser compreendido mediante a ocorrência de uma “ação observável”)
• O matemá;co Norbert Wiener = sistemas de controle e produção de comportamentos automá;cos
• Criou a idéia de Ciberné;ca como uma ciência que abrangeria todos os sistemas de auto-‐regulação
• É a formalização matemá;ca do controle comportamental a par;r da previsibilidade e o cálculo de seus sinais aparentes.
a) Modelo teórico-‐matemá/co da comunicação
-‐ Claude Shannon e Warren Weaver (1949), livro Teoria Matemá;ca da Comunicação
-‐ Foi a primeira vez em que se falou de fonte de informação, mensagem, transmissão, sinal, canal, codificação, decodificação e “ruído na comunicação”.
-‐ Ciência da Informação.
Paradigma matemá/co-‐informacional
b) Modelo Teórico de David. Berlo • Mantém o tom “informacional” mecânico, mas dá uma roupagem mais sociológica para o modelo dos engenheiros
• Começa a falar de “produção de sen;dos”
Paradigma matemá/co-‐informacional
c) Modelo Teórico de Wilbur Schramm • Foi ele quem falou que o comunicador codifica a mensagem e que o receptor a decodifica e que ambos se situam em “campos de experiência” (vivências sociais e culturais adquiridas na vida co;diana). A mensagem liga um campo a outro.
• Existe uma retroalimentação (feedback), conceito pouco explorado até a época.
• Em 1970, Schramm reconhece a complexidade do campo da Comunicação, concluindo que é um processo social.
Paradigma matemá/co-‐informacional
Paradigma matemá/co-‐informacional
3) Paradigma crí/co-‐radical
a) Escola de Frankfurt, Alemanha (anos 30-‐40) • T. Adorno, M. Horkheimer – 1923, fundação do Ins;tuto de Pesquisa Social
de Frankfurt, Filosofia marxista (método marxista de análise da história) • Em 1930, revisaram o marxismo, juntaram com a psicanálise de Freud, o
que gerou a teoria cri;ca da cultura. • Dedicados a estudar os mal-‐estares das sociedades capitalistas
industrializadas no mundo ocidental • Eles não usam o “cultura para a massa” (mass culture), mas “indústria da
cultura” • São completamente contra às certezas empíricas do funcionalismo
sociológico americano (dizem que são análises instrumentais) • Herbert Marcuse, radicado nos EUA, pensador da Escola de Frankfurt,
importante cri;co da cultura e da burguesia • “Tudo está mal, errado”-‐ é a teoria que foi cri;cada por não encaminhar,
na prá;ca, qualquer ação polí;ca. • O controle exercido sobre a mídia pode explicar, entre outras questões, a
sobrevivência do capitalismo ao fim da segunda guerra mundial • Os meios dominam e controlam as pessoas, promovendo uma “falsa
consciência” dos fatos reais.
b) Modelo do “agir comunicacional” (anos 70-‐80) • J. Habermas, alinhado com Frankfurt • Observa que nem a linha posi;vista (funcionalismos, determinismos) e nem
a Teórico-‐crí;ca (de Frankfurt) definem de maneira sa;sfatória a relação entre o “saber especializado” (ou “tecnologias”) e o uso polí;co que delas se faz.
• Em 1981, ele cria o conceito de “agir comunicacional” (ou agir comunica;vo)
• outro conceito: “esfera pública” = caixa de ressonância dos debates temá;cos e das trocas comunicacionais que animavam a vida burguesa
Paradigma crí/co-‐radical
A teoria dos atos de fala faz com que seja possível a construção de uma espécie de síntese entre a ação e a linguagem, já que quem fala age e estabelece relações, modifica algo no mundo.
4) Paradigma conflitual-‐dialé/co
a) Modelo da proposição marxista (anos 70) • classes dominantes detém o controle dos meios • controle /dominação ideológico • as pesquisas em Comunicação nesse paradigma assumem
o seguinte: • 1) abordagem estruturalista (a ideologia embu;da nas
mensagens) • 2) abordagem polí;co-‐econômica (meios e economia/
polí;ca) • 3) abordagem culturalista (preocupa-‐se em descobrir por
que apenas algumas culturas recebem atenção dos meios) • Autores: H. Schiller, F. Jameson, A. Pasquali, MoragasySpa,
Raymond Williams, Stuar Hall. A. Dorfman, A. Makelart.
b) Modelo da dependência (anos 70)
• dependência mesmo entre países no sistema capitalista
• países do centro e os da periferia • EUA, centro; America La;na, periferia • Conceitos de “Imperialismo cultural”, “hegemonia cultural” (Gramsci)
• Imperialismo yankee • Tudo tem a ver com a dominação (superes;ma a economia)
• Um certo maniqueísmo • Não considera as mediações, por exemplo.
Paradigma conflitual-‐dialé/co
c) Modelo neo-‐marxista (anos 70-‐80)
• L. Althusser cunhou a expressão “aparelho ideológico do Estado” (Igreja, Escola, Forças Armadas, Poder Judiciário, Par;dos Polí;cos, Comunicação) – os meios reproduzem incessantemente as ideologias do capitalismo
Paradigma conflitual-‐dialé/co
5) Paradigma culturológico
a) Modelo teórico-‐cultural (70-‐80) • Origem européia • Edgar Morin, Roland Barthes, Umberto Eco • Dá menos importância aos meios e mais às
produções culturais significa;vas: filmes, seções de jornais, revistas especializadas, história em quadrinhos, etc.
• Análise estrutural (da narra;va) • É precursora de um modelo Teórico recepcional
(teoria da recepção) • Pega onda na pop art dos anos 60, com Warhol e
Lichenstein • São autores que escreveram inúmeros ensaios
(muito bem escritos), ;nham domínio do que falavam e a “cabeça aberta”
• Os meios de comunicação são uma “fuga onírica” • Relacionam mitologia, antropologia cultural e mídia • ECO escreve: Apocalíp;cos (Frankfurt) e integrados
(funcionalistas), evidenciando que nenhum dos dois estava certo porque não consideravam sociedade, cultura e mídia ao mesmo tem pó
b) Cultural Studies (Estudos Culturais) • Autores: os marxistas R. Williams e Stuart Hall (Inglaterra)
• retoma o paradigma crí;co-‐radical, mas não via Karl Marx, mas via o italiano Gramsci, que dá mais foco nas prá;cas de negociação e mediações nas relações sociedade e mídia.
• Os frankfur;anos colocam a polí;ca como fato cultural. • Os estudos culturais colocam a cultura no centro da sociedade.
• Ou seja, o receptor possui repertório cultural (algo esquecido pelos frankfur;anos)
• É Gramsci e seus estudos sobre o folclore que traz a cultura pro centro do debate
• Os estudos culturais admitem haver um “sistema cultural dominante”
• Foca muito nas classes sociais Paradigma culturológico
6) Paradigma midiológico
a) Modelo do meio como a mensagem • M. McLuhan – ele bebe no funcionalismo americano,
mas consegue se livrar dos empirismos esquemá;cos • É um modelo histórico-‐evolucionista ou técnico-‐
antropológico • Não se preocupa, como os crí;cos radicais, com os
efeitos ideológicos • O meio é “prótese técnica” do corpo humano que
intensifica a percepção • É determinista tecnológico • “toda tecnologia de comunicação” contribui
decisivamente para a configuração de um meio social novo
• Adotar uma tecnologia traz transformações sociais, culturais, polí;cas e de civilização
• Idéias-‐chave: – Os efeitos dos meios são novos “ambientes” criados – Cada novo “ambiente” reprograma a vida sensorial – Uma inovação técnica é uma informação nova, perturbadora – As sociedades são mais moldadas pelos meios do que pelas
mensagens – As tecnologias mudam a nossa maneira de perceber o
mundo – Um meio interfere no outro – O mundo está eletronicamente ligado, é uma aldeia global
B) Midialogia francesa • Régis Debray – logosfera (escrita), grafosfera (imprensa),
videoesfera (audiovisual) // Deus, razão e emoção // Teocracia, Ideocracia e Videocravia // Santos, Heróis e Estrelas
• Ele diz que estamos na videoesfera, na globalização • N. G. Canclini (showmícios) • Temos mais consumidores que cidadãos • Debray fala de 4 Ms:
– Mensagem = militância, missão = é uma prá;ca = momento – Mídia = maquinário = tecnologia = época – Meio = mundo e modo = ecologia = espaço (solo) – Mediação = mistura = antropologia = milenar, trans-‐histórica
• O midiólogo se preocupa em resolver a eficácia simbólica
• Cri;ca à TV: sua função é distrair, não instruir; desrealiza, serializa, pasteuriza
Paradigma midiológico
7) A Pós-‐modernidade
• Baudrillard, Fukuyama, Lyotard, Foucault, Bauman • O fim da história • Individualismo, presente, agora, tudo é “mise-‐en-‐scène”
a) Modelo teórico-‐media/vo • J. Marwn-‐Barbero: as mediações • Barbero recupera algumas proposições
dos Cultural Studies, mas refuta as teses da Escola de Frankfurt
• Não acredita no receptor passivo • Não ignora que existam mecanismos de
manipulação, mas coloca o foco nas interações
• Ele fala que as tecnologias são “organizadoras da percepção”, “reorganizadoras da experiência”
• “Mediar significa fixar entre duas partes um ponto de referencia comum, mas eqüidistante, que a uma e a outra faculte o estabelecimento de algum ;po de inter-‐relação. Mediações são estratégias de Comunicação”
• Ele considera nas mediações a cultura, a sociedade, o indivíduo.
Pós-‐modernidade
b) Modelo teórico-‐recepcional • Teoria da recepção • H.R. Jauss e W. Iser (Alemanha)
• Leitura, foco no leitor: Não existe ler errado ou certo, há leituras
• O “Horizonte de expecta;vas” de Jauss • Recuperam Cultural Studies para entender o “receptor” como
um sujeito complexo, inserido num sistema social e cultural complexo.
• Mexicano Guilhermo Orozco Gomes = recepção na Educação
Pós-‐modernidade
8) Paradigma horizontal-‐interacionista
a) Modelo da virtualização (anos 90....) • P. Lévy • Ciberespaço • Inteligência cole;va • Virtual x Real • Recupera McLuhan • D. Kerckhove
b) Modelo da fissura tecnológica (anos 90...) L. Sfez Au;smo / tau;smo tecnológico A Comunicação Representa;va (metáfora da “máquina de comunicar” ou “bola de bilhar”) A Comunicação Expressiva (metáfora do “organismo”) A Comunicação Confusional (metáfora do “Frankstein”, ou seja, representa;va + expressiva) tau;smo (tautologia + au;smo, cunhado por SFEZ), simulação (mundo desontologizado), interação, totalitarismo.
Avaliação
Entrega em 25 de Abril na secretaria • Resenha de um texto (ar;go cienwfico ou entrevista em periódico acadêmico ou capítulo de livro) de um autor citado na aula.
• Times New Roman, 12, espaçamento 1,5 • Máximo de 1200 caracteres (com espaço). • Capa: nome do aluno, disciplina, professora e curso.
• + Linha do tempo pessoal