Tradução: Sylvia Constant Vergara

Paradigmas sociológicos e análise organizacional, segundo Burrel e Morgan

• Nominalismo / realismo: debate ontológico– Mundo social – normas, conceitos e rótulos que estruturam a realidade

• Anti-positivismo / positivismo: debate epistemológico– Anti –positivismo: a ciência não gera conhecimento objetivo

– Positivismo caracteriza epistemologias que explicam e predizem o mundo social

• Voluntarismo/determinismo: natureza humana– Indivíduo determinado pelo ambiente x indivíduo autônomo

• Ideográfico/monotético: debate metodológico– Conhecimento em primeira mão x sistematização

Busca de um arcabouço

– Positivismo sociológico

Abordagem realista, visão determinista da natureza humana, método nomotético.

– Idealismo alemão

Abordagem nominalista, epistemologia anti-positivista, visão voluntarista da natureza humana, métodos ideográficos.

Suposições sobre a natureza da ciência social

Humanismo Radical

Interpretativo Funcionalista

Estruturalismo Radical

Sociologia da mudança radical

Objetivismo

subjetivismo

Sociologia da Ordem

Paradigma funcionalista: Sociologia do controlePonto de vista objetivistaExplicações sobre o status quo

Paradigma humanista radical:Ênfase na transcendência das limitações dos arranjos sociais

Paradigma estruturalista radical: Realista, positivista, determinista, nomotética

Paradigma interpretativo:Mudança não faz parte Ênfase na natureza espiritual do mundo social

• Teoria do sistema social– Funcionalismo estrutural– Teoria de sistemas:

– Estudar os relacionamentos

• Interacionismo e Teoria da ação social– Tipos de ação social - Weber

• Teoria integrativa– Modelo de troca e poder; teoria de estrutura social; funcionalismo do conflito; teoria

morfogênica de sistemas

• Objetivismo – Behaviorismo; Empirismo abstrato

A sociologia funcionalista

• Teoria das organizações

• Sociologia de organizações

• Estudo do comportamento dos indivíduos

• Tipologia das organizações baseadas em:– Funções

– Tecnologia

– Ordenação

– Estrutura

Teoria organizacional funcionalista

• Teoria do sistema social e objetivismo– Teóricos da administração e psicólogos industriais (teorias de sistemas socio-

técnicos; teorias de equilíbrio; abordagem funcionalista; sistemas abertos; teoria contingencial)

• Abordagem de ação– Fenômenos sociais, relações sociais nas organizações

• Teoria das disfunções burocráticas

Paradigma funcionalista

Visão unitária Visão Pluralista

Interesses Objetivos comunsDiversidade de

interesses

Conflito Raro e transitórioInerente, aspectos

potencialmente positivos

Poder IgnoraConsidera uma variável

decisiva

Teoria pluralista

Relações poder-dependência (EMERSON, 1962)

Poder ou controle social? Utilidade da noção de poder como conceito

Poder soma zero ou não soma zero? É poder algo que beneficia a todos (PARSONS, 1963)

Poder legítimo ou ilegítimo? Conceito de poder que se preocupa com a legitimidade

Poder negativo ou positivo? Ter as coisas feitas x parar as coisas feitas

Poder real ou potencial? Poder não tem que ser exercido para estar presente

Poder integral ou intercursivo? Poder como vindo de muitas fontes

Conflito de interesses Teoria de interesses

• Weber: objetividade das ciências sociais pelo uso de tipos ideais

• Husserl e o paradigma interpretativo– Solipsismo: o mundo é criação da mente

– Fenomenologia: transcendental e existencial

– Sociologia fenomenológica: estudo da vida diária, interacionismo simbólico (behaviorista e fenomenológico)

– Hermenêutica: visão objetiva idealista do ambiente socio-cultural

Sociologia interpretativa

• Desafio fenomenológico à teoria organizacional– Organizações como fenômenos tangíveis e relativamente

concretos não existem– Mundo social é resultado de ações intencionais– Realidade social criada

• Abordagem fenomenológica– Tendência para a ordem em assuntos sociais

O paradigma interpretativo e o estudo das organizações

• Fundamentado na ideia de que o indivíduo cria o mundo no qual vive

• Hegel: realidade final está no espírito

• Solipsismo

• Existencialismo francês

• Individualismo anarquista

• Teoria crítica

Humanismo radical

• Totalidade: o mundo entendido como um todo

• Conscientização

• Alienação: separa o homem de seu verdadeiro ser

• Crítica: análise das fontes e formas de alienação

Teoria anti-organização

Teoria de organização Teoria de anti-organização

Localização paradigmática Funcionalismo Humanismo radical

Fonte intelectual de problemas Ciência Humanidades

Foco conceitual Organizações Modo de organização social

Sociedade conceituada como: Sistema Totalidade

Foco de ontologia Estruturas Consciência

Problema socio econômico predominante Generalizada falta de satisfação no emprego

Alienação universal

Termo genérico para sociedade contemporânea

Sociedade industrialSociedade pós-industrial

Capitalismo, sociedade dimensional, estado associado

Relacionamento do homem com a natureza visto como:

Explorador/competitivo Harmonioso

Meios predominantes de produção Industriais Tecnologia alternativa

Preocupação com a maximização Produtividade Criatividade humana

Tecnologia vista como: Força positiva ou neutra Força negativa

Atual status de produção Escassez universal e carências Generalizado superávit econômico

Modo produtivo predominante defendido Trabalho/mão de obra Habilidade

Modo de cognição predominante Lógica Intuição

Comportamento humano de acordo com: Racionalidade intencional Racionalidade de valor

Posição ético-política Entender, alterar o sistema Entender, induzir nova totalidade

• Crítica ao status quo nos assunto sociais

• Marx:– Distinção entre modo de produção e meios de produção

– Relações de produção

– Superestrutura

Estruturalismo radical

Crítica contra a teoria organizacional Diretrizes: teoria organizacional radical

TO se encerra na aceitação de problemas administrativos

Estudar a estrutura da opressão social

Papel ativo dos teóricos na degradação do homem no ambiente de trabalho

Pesquisa-ação: mudança descontínuaTeoria e prática unificadas

Ignora a contribuição de Marx Extenso conhecimento no trabalho de Marx

Negligencia análise de relações de classe O conceito de classe deveria ser integrante de TO

Baseada numa interpretação limitada de Weber Weber deveria ser lido com mais atenção

Negligencia o papel do estado Análise organizacional depende de uma teoria do Estado

A-histórica Dimensão histórica

Estática Dinâmica

Empirista, preocupação com metodologia Deveria buscar perspectivas teóricas

Anti-teórica Desenvolver perspectivas teóricas

Não-consciente dos fatores macro-sociais Organizações não podem ser vistas sem relação com as estruturas sociais

Possibilidade e desejabilidade de uma síntese não alcançável

TO e contraparte mutuamente excludentes. Nenhuma síntese é possível

Abordagem weberiana radical a uma teoria radical• Weberianos radicais:

– Interessados no relacionamento entre Estado e processo geral de burocratização

– Como o Estado domina a estrutura social

– Relacionamentos de poder

Organizações não devem ser entendidas isoladamente

Interesses, conflito e poder

Abordagem estruturalista-marxista à TO radical– Estrutura econômica da sociedade

• Ciência política

• Estruturas político-administrativas

• Corporativismo

• Poder

• Analogia faccionária

Weberianos-radicais

• Economia política

• Estruturas econômicas

• Capitalismo de monopólio

• Contradição

• Analogia da catástrofe

Estruturalista-marxista

Diferenças entre as abordagens

• 3 linhas de pesquisa– Paradigma humanista radical

– Estruturalista radical

– Interpretativo

• “(...) a necessidade real é de fechamento paradigmático. Esta conclusão está de acordo com a perspectiva que adotamos por todo este trabalho, ao sugerir que os paradigmas refletem quatro realidades alternativas. Eles são quatro modos mutuamente excludentes de ver o mundo” (VERGARA, 1991)

Conclusões

Referências

BURREELL, G. and MORGAN, G. Sociological paradigms and organizational analysis. London: Heinemann, 1982. (tradução adaptada do original: VERGARA, S. C. Rio de Jeneiro: PUC, 1991).