paraiso no lar parte ii revmo watanabe

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   I    Z    U    N    O    M    E I  Z  U  O PRESIDÊNCIA MUNDIAL PRESIDÊNCIA MUNDIAL 6 OUTUBRO/ 2009 OUTUBRO/ 2009 7 Criando filhos que sejam amados ao que estamos abordando neste nosso encontro. Ou seja, a formação do Paraíso no lar, em harmonia com o desenvolvimento do ser humano. No início do encon- tro, comecei a falar sem pensar em uma idade especí- ca e, no nal, acabei falando sobre o ambiente que circunda o bebê ainda durante a gestação e as crianças na tenra infância. Por isso, hoje falarei sobre a infância e a pré-adolescência (de 5 a 14 anos), mas creio que, futuramente, falarei também sobre a juventude (15 a 24 anos), a idade adulta (25 a 44 anos), a meia-idade (45 a 64 anos) e a terceira idade (a partir dos 65 anos). Eu já entrei na terceira idade. Se comparo a época de minha juventude com os dias de hoje, vejo que é  bem diferente. Sinceramente, o ambiente que rodeia as crianças no Japão atual não é nada adequado ao seu desenvolvimento psicológico. Por outro lado, não é por isso que devemos voltar ao passado ou le- var a vida como os Amish (comunidade religiosa que conserva rigorosamente um estilo de vida semelhan- te ao da pré-modernidade. Suas maiores comunida- des se localizam nos estados da Pensilvânia e Ohio, nos Estados Unidos). Os pais devem, acima de tudo, tomar medidas para criar um ambiente adequado ao desenvolvimento psicológico dos lhos. Em primei- ro lugar, vamos reetir sobre qual é o problema. Dentre as empresas que continuam lucrando, apesar de estarmos vivendo um momento de reces- são mundial, estão os grandes fabricantes de jogos eletrônicos, os “games”. Este fato nos mostra que, quando falamos de lazer para jovens, os jogos de computadores estão entre os primeiros. Além deles, temos os computadores e os celulares. Aqui, o que os adultos devem considerar é a inuência desses na psique e no cérebro infantil. E os lhos de vocês? Quando saem da escola vão direto para as aulas de reforço escolar e, ao chegarem em casa, cam no próprio quarto grudados no com- putador ou nos games? E mesmo quando algum ami- guinho vem brincar na casa de vocês, cam os dois no quarto, cada um jogando seu game? Sem sombra de dúvida, o mundo reetido na tela dos jogos é bastante atraente aos olhos de uma criança. Contudo, não se pode esperar que um jogo eletrônico de realidade virtual voltado para crianças, mas desenvolvido por um adulto, vá desenvolver o sentimento, a psique daquelas. Há algum tempo, um pesquisador criou a expressão “Game Brain” (“cére-  bro de jogo”), alertando para o risco que os games apresentavam. Entretanto, sua teoria foi rechaçada, tarjada de pseudociência por especialistas de outras áreas devido à falta de provas cientí cas. Eu não sou um neurocientista, mas acredito que devemos considerar seriamente o alerta feito por esse pesquisador. Está claro que as crianças que passam muito tempo jogando games, acabam tendo pouco tempo para se comunicar, para estar em contato com os pais, ou seja, há pouquíssimo tempo para o en- tendimento entre pais e lhos. Quando deixamos de sentir a vibração ou o sentimento que vêm do próxi- mo, nosso coração se endurece e acabamos por achar que conversar com a família é algo que dá muito tra-  balho, que é cansativo e complicado. Os jogos eletrônicos não inuenciam negativa- mente somente a psique, mas também o físico. O pescoço e os ombros das crianças cam bastante en- rijecidos. Como cam olhando xamente para a tela, acompanhando o movimento dos personagens dos  jogos, a visão também pi ora e, naturalmente, os ner- vos também acabam em frangalhos. As crianças que cam jogando até a hora de dormir não conseguem se livrar facilmente da tensão, custam a pegar no sono e acabam dormindo menos do que deveriam. Acredito que esse hábito lhes causa danos psicológi- cos, além de atrapalhar seu desenvolvimento físico. Se desejamos verdadeiramente que nossos lhos sejam felizes no futuro, devemos, a qualquer custo, diminuir o tempo em que eles passam absortos nos  jogos eletrônicos e propor algo que subs- titua essa atividade e que lhes seja tam-  bém enriquecedor. Contato com o Deus que está presente na própria vida Na época em que não se tinha acesso a quase nada, brincávamos praticamen- te todo o tempo fora de casa, na rua, nos jardins. Mesmo vivendo na cidade, ainda sobrava um pouco de natureza e, quando as aulas acabavam, nós, crian- ças, cávamos brincando com os amigos na própria escola ou em algum parque próximo. Essas brincadeiras eram sem- pre sinônimo de atividade física, porque usávamos o corpo sem parar. E, ao vol- tarmos para casa, estávamos mortos de cansaço. M eishu-Sama nos ensina que “aprender por aprender é estu- do morto, enquanto aprender algo para ser utilizado na so- ciedade é estudo vivo” (Alicer- ce do Paraíso, Inadequação do Estudo). Acontece a mesma coisa com a fé. A fé pela fé é morta, enquanto a fé aplicada na vida diária é viva. Este é o verdadeiro ápice da fé, especialmente para nossa Igreja, que as- pira construir o paraíso no mundo material. A felicidade de cada membro da família é a felicidade de nossos antepassados Se não conseguirmos praticar a fé dentro da famí- lia, que é o grupo social, a comunidade mais próxima de nós, o Paraíso Terrestre não passará de um sonho distante. Se os membros de uma família, que são uni- dos por um forte elo espiritual, não se compreende- rem e não se amarem, como é que conseguirão amar o próximo ou outras pessoas de línguas, costumes e culturas diferentes? A desavença entre o casal, o rompimento de re- lações entre pais e lhos, os desentendimen tos entre sogras e noras, os problemas referentes a heranças e muitos outros que nos são relatados, mostram que a maioria das puri cações ocorrem dentro do lar. A ra- zão disso é muito simples. Acredito que elas aconte- cem porque tanto Deus quanto nossos a ntepassados desejam a felicidade de seus descendentes. Nossa felicidade e a da nossa família correspondem à feli- cidade de nossos antepassados e também à de Deus, que está por trás de tudo. Sendo assim, a puricação no lar ocorre para que despertemos. Meishu-Sama armou o seguinte: “Não me im- porto de cair no Inferno. Desde que antes consiga levar todas as pessoas do mundo para o Paraíso. Se, mesmo assim, eu for para o Inferno, não tem im- portância” (Mioshie-shu, 27 de agosto de 1953) . Eu conheço pessoas que difundiam este ensinamento como se fossem suas próprias palavras e que acaba- ram realmente transformando o próprio lar em um inferno. Contudo, penso que elas estavam come- tendo um erro. A expressão “levar todas as pessoas do mundo para o paraíso” citada por Meishu-Sama deve começar, em primeiro lugar, dentro da famíl ia. Não é possível que toda minha família esteja no pa- raíso, e eu, no inferno. O Johrei Center é, ao mesmo tempo, o local onde relaxamos e também onde logramos obter sabedoria. Não é o lugar aonde vamos quando queremos fugir da realidade. Ao vivicar e praticar o que aprende- mos lá no nosso dia a dia, em nosso lar e no trabalho, ou seja, por meio da prática do amor altruísta em re- lação às pessoas que estão ao nosso redor, consegui- mos construir o paraíso dentro de nós mesmos. A ameaça dos games Bem, acabei me demorando muito na introdução do nosso tema, mas hoje gostaria de dar continuidade por Deus Nesta segunda parte da orientação que transmitiu através da revista IZUNOME (Japão), o Revmo. Tetsuo Watanabe fala sobre a in  fl uência que a tecnologia exerce sobre a infância e a pré-adolescência, e destaca a última mensagem que Baden-Powe ll, o fundador do Escotismo, deixou para os seguidores do movimento. Segundo o presidente mundial da IMM, ela está em absoluta concordância com o que Meishu-Sama nos ensina. Games: inuência negativa não só na psique mas também no físico. Revmo. Tetsuo Watanabe, presidente mundial da IMM. FOTO: BIANCA HASSIB

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