parasitoses intestinais acadêmica: natália cristina moreira neves coordenação: carmen lívia...
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PARASITOSES INTESTINAIS
Acadêmica: Natália Cristina Moreira NevesCoordenação: Carmen LíviaInternato em Pediatria-6ª Série
www.paulomargotto.com.br – Brasília, 17/9/2015
PARASITOSES INTESTINAIS Constituem um importante problema de saúde pública Principalmente em países subdesenvolvidos
Prevenção: Saneamento básico, acesso à alimentação saudável e educação continuada da população.
PARASITOSES INTESTINAISHELMINTOS
•Ascaridíase•Ancilostomíase•Tricuríase•Enterobíase•Estrongiloidíase•Esquistossomose
PROTOZOÁRIOS
• Giardíase• Amebíase
ASCARIDÍASEASCARIS LUMBRICOIDES
EPIDEMIOLOGIA É a helmintíase humana mais prevalente no mundo
A OMS estima-se que existam cerca de 1 bilhão de indivíduos infectados no mundo A alta prevalência da infecção resulta pela grande produção de ovos pelas fêmeas
fecundadas e pela resistência dos ovos em condições ambientais extremas
MODO DE TRANSMISSÃO Ingestão dos ovos infectantes do parasita, procedentes do solo, água ou alimentos contaminados com fezes humanas
MORFOLOGIA: Ovo
Os ovos férteis tem a forma oval
Verme adulto Longo, cilíndrico e com as extremidades afiladas Habitam o lúmen do intestino delgado Fêmea:
Mede em torno de 25 a 40 cm Põe em média 200 mil ovos por dia
Macho: Mede cerca de 15 a 20 cm Apresenta um enrolamento ventral da cauda
ASCARIDÍASEASCARIS LUMBRICOIDES
QUADRO CLÍNICO: Depende da intensidade da infecção e dos órgãos comprometidos Assintomática
Carga parasitária leve ou moderada Manifestações pulmonares
Ciclo da larva Síndrome de Loeffler: febre, tosse, dispnéia e EOSINOFILIA
Intestino delgado Dor abdominal, diarréia, náuseas e anorexia
ASCARIDÍASEASCARIS LUMBRICOIDES
QUADRO CLÍNICO: Complicações:
Obstrução intestinal Grande número de parasitas Enovelamento dos parasitas na luz do intestino – “Bolo de áscaris” Sintomas da obstrução/semiobstrução:
Vômitos; cólicas intensas; distensão abdominal; eliminação dos parasitos nas fezes ou pelo vômito.
Volvo, perfuração intestinal, colecistite, pancreatite Ação espoliativa
O verme adulto pode consumir proteínas, carboidratos, lipídeos e vitaminas A e C do hospedeiro. Isto pode resultar em subnutrição e baixo desenvolvimento físico e mental
ASCARIDÍASEASCARIS LUMBRICOIDES
DIAGNÓSTICO: Clínico
Laboratorial Exame Parasitológico de Fezes
Presença de ovos do parasita Hemograma
Eosinofilia na fase se invasão larvária
ASCARIDÍASEASCARIS LUMBRICOIDES
TRATAMENTO: Albendazol 400mg, 10mg/kg, VO, dose única Mebendazol 100mg, VO, 2x/dia, por 3 dias Levamizol:
<8 anos: 40mg, VO, dose única >8 anos: 80 mg, VO, dose única
OBSTRUÇÃO INTESTINAL Piperazina 100mg/kg/dia + óleo mineral (40 a 60ml/dia) +
antiespasmódicos + hidratação. Neste caso estão indicados sonda nasogástrica e jejum + mebendazol
200mg/dia de 12/12hrs por 3 dias.
ASCARIDÍASEASCARIS LUMBRICOIDES
PROFILAXIA: Higiene pessoal Educação sanitária Saneamento básico Tratamento dos doentes
ASCARIDÍASEASCARIS LUMBRICOIDES
ANCILOSTOMÍASEANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
Conhecida como amarelão ou doença do Jeca Tatu
EPIDEMIOLOGIA: São parasitas de região quente e úmida, portanto, predominam-se em áreas rurais, estando muito associado a áreas sem saneamento e cujas populações tem hábito de andar descalças.
A. duodenale mais prevalente na Europa e na Ásia e o N. americanus, na África e nas Américas
MODO DE TRANSMISSÃO A infecção pelo N. americanus só ocorre por via percutânea. Já a transmissão pelo A. duodenale se dá, além da percutânea, pela via oral, por água e por alimentos contaminados com ovos ou larvas.
ANCILOSTOMÍASEANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
MORFOLOGIA: Ovo
São ovóides, medem 40-60 µm Verme adulto
Cilíndrico, medindo cerca de 5 a 13 mm. A. duodenale – Cápsula bucal possui dentes N. americanos - Cápsula bucal com placas cortantes
ANCILOSTOMÍASEANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
QUADRO CLÍNICO: Os sintomas dependem da carga parasitária, do estado nutricional e da etapa de migração do parasita.
Infecções leves podem apresentar-se assintomáticas Dermatite pruriginosa – “Coceira do solo” quando invadem a pele
Fase pulmonar: tosse, laringotraqueobronquite, faringite
ANCILOSTOMÍASEANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
QUADRO CLÍNICO: Infecção intestinal:
Sintomas inespecíficos: dor, anorexia, diarréia As principais manifestações clínicas estão relacionados à perda intestinal de sangue Alta carga intestinal:
Anemia ferropriva, desnutrição protéica Déficit pôndero-estatural, baixo rendimento escolar e atraso no desenvolvimento
psíquico.*
ANCILOSTOMÍASEANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
DIAGNÓSTICO: Clínico
Devido ao prurido característico Laboratorial
EPF
ANCILOSTOMÍASEANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
TRATAMENTO: Albendazol 400mg, VO, em dose única Mebendazol 100mg, 2x/dia, VO, por 3 dias Pamoato de pirantel 20-30 mg/kg/dia durante 3 dias
ANCILOSTOMÍASEANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
PREVENÇÃO: Educação sanitária Uso de calçados Saneamento básico Tratamento de pessoas infectadas
ANCILOSTOMÍASEANCYLOSTOMA DUODENALE E NECATOR AMERICANUS
TRICURÍASETRICHURIS TRICHIURA EPIDEMIOLOGIA: Acomete comunidades rurais com instalações sanitárias inadequadas e solo contaminado com fezes humanas ou de animais.
5 a 15 anos de idade
MODO DE TRANSMISSÃO: Ingestão de ovos embrionados
Contaminação direta das mãos, alimentos ou bebidas Pode ocorrer também a transmissão indireta através de moscas ou outros
insetos
TRICURÍASETRICHURIS TRICHIURA
MORFOLOGIA: Ovo:
Ovos embrionados em forma de barril
Verme Adulto: Filiforme, cilíndrico Habita o ceco e o cólon ascendente A parte anterior do parasita é afilada e ocupa 3/4 de seu corpo – Porção
semelhante a um chicote 1/4 posterior é curto e alargado O macho é menor que a fêmea e possui uma curvatura ventral acentuada,
enquanto a fêmea termina de forma reta.
TRICURÍASETRICHURIS TRICHIURA
QUADRO CLÍNICO: Assintomáticos
Baixa carga parasitária Alguns indivíduos podem apresentar um histórico de dor no quadrante inferior direito ou na região periumbilical
Infecção maciça: Disenteria crônica, prolapso retal, anemia, retardo no crescimento,
déficits cognitivos e do desenvolvimento.
TRICURÍASETRICHURIS TRICHIURA
TRATAMENTO: Mebendazol 100mg, VO, 2x/dia, por 3 dias
Reduz a produção de ovos em 90-99% Taxa de cura de 70-90% É eficaz em parte por ser pouco absorvido no TGI
Mebendazol 500mg, VO, em dose única Albendazol 400mg, VO, em dose única
Atualmente, os esquemas recomendados com dose única de mebendazol e albendazol NÃO tem eficácia na cura de infecções por Trichuris.
Nitazoxanida 100mg, 2x/dia, VO, por 3 dias – crianças entre 1 a 3 anos 200mg, 2x/dia, VO, por 3 dias - crianças entre 4 a 11 anos 500mg, 2x/dia, VO, por 3 dias – adolescentes e adultos
Resultam em taxa de cura superior ao albendazol em dose única
TRICURÍASETRICHURIS TRICHIURA
ENTEROBÍASEENTEROBIUS VERMICULARIS Infecção por oxíurus (oxiuríase)
EPIDEMIOLOGIA Acomete indivíduos de todas as idades e de todas as classes sociais NÃO está relacionado com o nível socioeconômico da população
Mais frequente na idade escolar Afeta mais de um membro da família
Implica no seu controle, que deve ser dirigido a pessoas que vivem no mesmo domicílio
MODO DE TRANSMISSÃO Fecal-oral
Autoinfecção externa ou direta: Do ânus para a cavidade oral por meio das unhas
Autoinfecção indireta: Ovos presentes na poeira, roupa, roupa de cama ou alimentos atingem
o mesmo indivíduo que o eliminou Heteroinfecção:
Ovos presentes na poeira ou alimentos atingem um novo hospedeiro Retroinfecção:
Migração das larvas da região anal para as regiões superiores do intestino grosso, chegando até o ceco, onde se tornam adultas
Autoinfecção interna: Processo raro na qual as larvas eclodem ainda dentro do reto e depois
migram até o ceco, transformando-se em vermes adultos
ENTEROBÍASEENTEROBIUS VERMICULARIS
MORFOLOGIA Verme adulto:
Nematódeo pequeno (1cm de comprimento), branco, semelhante a um fio ou com a forma cilíndrica, que habita o ceco, o apêndice e áreas adjacentes ao íleo e cólon ascendente.
Ovos: São convexos em um lado e
achatados no outro
ENTEROBÍASEENTEROBIUS VERMICULARIS
QUADRO CLÍNICO Assintomático Principal sintoma: Prurido perianal
É mais exacerbado à noite Acompanhado de irritabilidade e sono intranquilo As escoriações decorrente ao ato de coçar podem resultar em infecções
secundárias em torno do ânus Sintomas inespecíficos:
Vômitos, dores abdominais, tenesmo, puxo e raramente fezes sanguinolentas
Complicações: Salpingites, vulvovaginites, granulomas pelvianos Esporadicamente
Infecções secundárias às escoriações.
ENTEROBÍASEENTEROBIUS VERMICULARIS
DIAGNÓSTICO Clínico
Prurido característico Laboratorial
Identificação de ovos ou vermes adultos Swab anal Método da fita
Leitura em microscópio
ENTEROBÍASEENTEROBIUS VERMICULARIS
TRATAMENTO Deve-se tratar os pacientes infectados e todos os membros de sua família
Pamoato de Pirvínio 10mg/kg, VO, dose única Pamoato de Pirantel 10mg/kg, VO, dose única Mebendazol 100mg, VO, 2x/dia, durante 3 dias Albendazol 10mg/kg, VO, dose única, até o máximo de 400mg
ENTEROBÍASEENTEROBIUS VERMICULARIS
PROFILAXIA Orientar a população sobre os hábitos de higiene pessoal
Boa higiene das mãos Tratar todos os membros da família Trocar roupas de cama e toalhas de banho diariamente
ENTEROBÍASEENTEROBIUS VERMICULARIS
ESTRONGILOIDÍASESTRONGYLOIDES STERCORALIS EPIDEMIOLOGIA A transmissão requer solo quente e úmido Fatores de risco:
Condições ambientais precárias Aglomerações humanas
Cães e gatos podem ser reservatórios Hiperinfecção acomete indivíduos imunodeprimidos
MODO DE TRANSMISSÃO Via percutânea
As larvas infectantes (filarióides) penetram a pele do indivíduo Auto-endoinfecção
Quando as larvas passam a ser filarióides no interior do próprio hospedeiro, sem passar pela fase evolutiva no meio externo
Auto-exoinfecção Quando as larvas filarióides se localizam na região anal ou perianal, onde
novamente penetram no organismo do hospedeiro
ESTRONGILOIDÍASESTRONGYLOIDES STERCORALIS
MORFOLOGIA Verme adulto cilíndrico
Fêmea – Habita o intestino delgado e por partogênese libera ovos na luz intestinal
Macho – Habita o solo (forma livre)
Larva rabiditiforme Não infecciosas
Larva filarióide Forma infectante
ESTRONGILOIDÍASESTRONGYLOIDES STERCORALIS
QUADRO CLÍNICO Assintomático Sintomas relacionados aos três estágios de infecção: Invasão da pele
Lesões urticariformes ou maculopapulares ou por lesão serpiginosa ou linear pruriginosa migratória (larva currens)
Migração das larvas através dos pulmões Tosse seca, dispnéia, broncoespasmo ou edema
pulmonar (síndrome de Löffler) Parasitismo do intestino delgado pelos vermes adultos
Diarréia, dor abdominal e flatulência, acompanhadas ou não de anorexia, náusea, vômitos e dor epigástrica que pode simular quadro de úlcera péptica.
ESTRONGILOIDÍASESTRONGYLOIDES STERCORALIS
QUADRO CLÍNICO Hiperinfecção
Indivíduos imunocomprometidos Febre, dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, diarréias profusas,
manifestações pulmonares (tosse, dispnéia e broncoespasmos, e raramente, hemopise e angústia respiratória).
Na radiografia pode-se observar até cavitação Podem ainda ocorrer infecção secundárias como meningite, endocardite,
sepse e peritonite, mais frequentemente por enterobactérias e fungos.
ESTRONGILOIDÍASESTRONGYLOIDES STERCORALIS
DIAGNÓSTICO Parasitológico de fezes, escarro ou lavado gástrico
ESTRONGILOIDÍASESTRONGYLOIDES STERCORALIS
TRATAMENTO Cambendazol 5mg/kg, dose única, VO Tiobendazol, VO, em vários esquemas terapêuticos:
25mg/kg/dia durante 5 a 7 dias – esquema muito utilizado 50mg/kg/dia dose única, à noite (A dose máxima recomendada é de 0,3g) 10mg/dia por 30 dias - Recomendado para situações de auto-
endoinfecção e deficiência da imunidade celular Albendazol 40mg/dia durante 3 dias Ivermectina, dose única, VO, obedecendo a escala de peso:
15 a 24kg: ½ comprimido 25 a 35kg: 1 comprimido 36 a 50kg: 1 ½ comprimidos
ESTRONGILOIDÍASESTRONGYLOIDES STERCORALIS
PROFILAXIA Saneamento básico Uso de calçados Tratar os animais domésticos infectados
ESTRONGILOIDÍASESTRONGYLOIDES STERCORALIS
ESQUISTOSSOMOSESCHISTOSOMA MANSONI EPIDEMIOLOGIA No Brasil é considerada uma endemia que atinge 19 unidades federadas É endêmico do Maranhão até Minas Gerais, com focos no Pará, Piauí, Rio
de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Distrito federal e Rio Grande do Sul Possui baixa letalidade e as principais causas de óbitos estão
relacionadas às formas clínicas graves.
MODO DE TRANSMISSÃO A transmissão depende do destino dado aos excrementos, da presença dos caramujos hospedeiros intermediários específicos e dos padrões de contato com a água e dos hábitos sociais da população.
ESQUISTOSSOMOSESCHISTOSOMA MANSONI
MORFOLOGIA Cercárias:
Forma infectante de vida livre Caramujo
São hospedeiras intermediárias específicas que vivem em água doce, e se dividem assexuadamente
Miracídios: Móveis, emergem, infecta as lemas dos caramujos
Verme adulto: Ao atingirem a maturidade, migram para locais anatômicos específicos
(Veias mesentéricas inferiores) Os esquistossomas adultos (1 a 2 cm de comprimento) são adaptados
para uma existência intravascular. A fêmea acompanha o macho dentro de um sulco formado pelas bordas
laterais do corpo dele.
ESQUISTOSSOMOSESCHISTOSOMA MANSONI
QUADRO CLÍNICO Depende do seu estado de evolução no homem Fase aguda:
Assintomática ou apresentar-se como dermatite urticariforme, acompanhada de erupção papular, eritema, edema e prurido até 5 dias após a infecção.
Febre de Katayama Após 3 a 7 semanas de exposição pode evoluir para a esquistossomose
aguda caracterizada por febre, anorexia, dor abdominal e cefaléia. Esses sintomas podem ser acompanhados de diarréia, náuseas, vômitos ou tosse seca, ocorrendo hepatomegalia.
Fase crônica: Após 6 meses pode evoluir para a fase crônica Hepatointestinal: Caracteriza-se pela presença de diarréias e epigastralgia.
Ao exame, o paciente apresenta fígado palpável , com nodulações que, nas fases avançadas dessa forma clínica, correspondem a áreas de fibrose decorrentes de granulomatose periportal ou fibrose de Symmers.
Hepática: Pode ser assintom[atica ou com sintomas hepatointestinal. Ao exame, o fígado é palpável e endurecido, à semelhança do que ocorre na forma hepatoesplênica.
ESQUISTOSSOMOSESCHISTOSOMA MANSONI
QUADRO CLÍNICO Hepatoesplênica compensada: Presença de hipertensão portal, levando à esplenomegalia e ao aparecimento de varizes de esôfago.
Hepatoesplênica descompensada: Considerada uma das formas mais graves. Caractetiza-se por diminuição acentuada do estado funcional do fígado.
ESQUISTOSSOMOSESCHISTOSOMA MANSONI
DIAGNÓSTICO Clínico EPF A USG pode ajudar a identificar hepatooesplenomegalia
ESQUISTOSSOMOSESCHISTOSOMA MANSONI
TRATAMENTO Praziquantel 26 mg/kg, VO, dose única Oxamniquina, cápsula com 250mg e a solução de 50mg/ml para uso pediátrico
ESQUISTOSSOMOSESCHISTOSOMA MANSONI
PROFILAXIA Educação em saúde, mobilização comunitária e saneamento domiciliar e ambiental nos focos de esquistossomose.
ESQUISTOSSOMOSESCHISTOSOMA MANSONI
Giardia intestinalis ou Giardia duodenalis Protozoário flagelado que infecta o duodeno e o intestino delgado
EPIDEMIOLOGIA Doença de distribuição mundial, mais prevalentes em países
subdesenvolvidos (áreas com saneamento básico pobre) Podem ocorrer epidemias em instituições fechadas (creches, pré-escola) Grupo etário mais acometido: entre 8 meses e 10 a 12 anos “Diarréia dos viajante em zonas endêmicas” Ingestão de água contaminada Atividade sexual resultante do contato oro-anal É significativo em pessoas com desnutrição, certas imunodeficiências e
fibrose cística
GIARDÍASEGIARDIA LAMBLIA
MODO DE TRANSMISSÃOFecal-oralDireta Contaminação das mãos e consequente ingestão de cistos existentes em dejetos de pessoa infectada
Indireta Ingestão de água e alimentos contaminados
GIARDÍASEGIARDIA LAMBLIA
MORFOLOGIA: Trofozoítos
Apresenta simetria bilateral e um achatamento dorso-ventral que lhe confere um aspecto piriforme
Contém dois núcleos ovais anteriormente, um disco ventral grande, um corpo mediano curvado posteriormente e quatro pares de flagelos
Cistos Apresenta um formato oval que contém
quatro núcleos Cada cisto ingerido produz dois trofozoítos
no duodeno Forma infectante encontrada no ambiente
GIARDÍASEGIARDIA LAMBLIA
QUADRO CLÍNICO: Assintomática (maioria) Diarréia aguda
Fezes líquidas, explosivas e fétidas, com curso auto-limitado Diarréia crônica
A diarréia se torna persistente ou intermitente Diarréia, cólica, distensão abdominal, sensação de plenitude gástrica, mal-estar,
flatulência, náuseas, anorexia e perda de peso As fezes ficam gordurosas, com odor fétido e podem flutuar na água
(esteatorréia) Síndrome da má absorção
Complicação!!! Pode ou não estar associada Má absorção de açúcares, gorduras e vitaminas lipossolúveis Deficiência de ferro Perda de peso e anemia
GIARDÍASEGIARDIA LAMBLIA
DIAGNÓSTICO: Clínico Laboratorial
Presença de trofozoítos ou cistos nas amostras de fezes (3 amostras) Método tradicional
Métodos imunológicos Detecção de antígenos pelo ELISA
Em raros casos pode ser feito biópsia duodenal com a identificação de trofozoítos
GIARDÍASEGIARDIA LAMBLIA
TRATAMENTO: Tinidazol
30mg/kg/dia, dose única Secnidazol
30mg/kg ou 1ml/kg, dose única, tomar após uma refeição Metronidazol
15mg/kg/dia (máximo 250mg), VO, dividida em 2 tomadas por 5 dias
GIARDÍASEGIARDIA LAMBLIA
GIARDÍASEGIARDIA LAMBLIA PREVENÇÃO: Filtração da água potável Saneamento básico Creches ou orfanatos
Adequadas instalações sanitárias Enfatizar a necessidade de higiene pessoal
EPIDEMIOLOGIA 10% da população mundial 50 milhões de casos invasivos/ano Frequente em áreas com baixos padrões socioeconômicos e sanitários
3º maior causa de óbito por infecção parasitária no mundo. (Nelson)
AMEBÍASEENTAMOEBA HISTOLYTICA
MODO DE TRANSMISSÃO Fecal-oral: Ingestão de alimentos ou água contaminados por fezes contendo cistos amebianos maduros
Transmissão sexual (contato oral-anal) – Mais raramente
Este parasito pode atuar como comensal ou provocar invasão de tecidos, originando as formas intestinal e extra-intestinal da doença.
AMEBÍASEENTAMOEBA HISTOLYTICA
MORFOLOGIA Cisto
É a forma infectante Esférico ou oval, contém quatro núcleos São resistentes a condições ambientais hostis,
incluindo o cloro utilizado para a purificação da água, acidez gástrica, enzimas digestivas
Podem ser mortos por aquecimento a 550C
Trofozoíto Uninucleado e móveis (se locomovem pela
emissão de pseudópodes) Colonizam o lúmen do intestino grosso Podem invadir o revestimento mucoso e acometer
fígado, pulmão, pele e até cérebro
AMEBÍASEENTAMOEBA HISTOLYTICA
QUADRO CLÍNICO Assintomática Colite amebiana: É a forma clássica com invasão parasitária da mucosa intestinal e caracteriza-se por dor abdominal em cólica, diarréia com fezes mucosanguinolentas, tenesmo. Apresenta febre em apenas um terço dos pacientes.
Abcesso hepático: É a segunda forma mais comum da doença. Ocorre com a disseminação dos parasitas para o fígado. É incomum em crianças. Nas crianças manifesta-se com febre, dor abdominal, distenção abdominal e hepatomegalia dolorosa.
AMEBÍASEENTAMOEBA HISTOLYTICA
DIAGNÓSTICO Presença de trofozoítos e cistos presentes nas fezes; em aspirados ou raspados, obtidos através de endoscopia ou proctoscopia; ou em aspirados de abcesso ou biópsia de tecidos
Os anticorpos séricos podem ser dosados e são de grande auxílio no diagnóstico do abcesso hepático amebiano
A USG e TC são úteis no diagnóstico de abcesso hepático amebiano
AMEBÍASEENTAMOEBA HISTOLYTICA
TRATAMENTO 1º opção
Formas intestinais: Secnidazol 30mg/kg/dia, VO, não ultrapassando o máximo de 2g/dia
2º opção Metronidazol 35mg/kg/dia, 3 tomadas, durante 5 dias Formas graves: amebíase intestinal sintomática ou extra-intestinal.
Metronidazol 50mg/kg/dia durante 10 dias 3º opção
Formas extra-intestinais: Tinidazol 50mg/kg/dia durante 2 a 3 dias a depender da forma clínica
4º opção Somente para formas leves ou assintomáticas: Teclozam 15mg/kg/dia
durante 5 dias. Em alguns casos podem ser necessários a aspiração do abcesso.
AMEBÍASEENTAMOEBA HISTOLYTICA
CASO CLÍNICO IDENTIFICAÇÃO: J.M.S., sexo feminino, 4 anos, paraense, procedente do bairro do Guamá, Belém, Pará. Foi admitida na UTI deste em 15.09.2010, acompanhada por um conselheiro tutelar, que de as informações.
ANAMNESE: Há apenas referência sobre quadro de febre há 5 dias, tosse e dispnéia, além de uma queixa de abuso que foi descartada pelo médico do PROPAZ que atendeu a criança e a encaminhou para o hospital.
http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n2/a3213.pdf
EXAME FÍSICO Ao exame de admissão criança encontrava-se em consciente, acianótica, anictérica, afebril, eupneica, hidratada, porém hipocorada (1+/4+). A avaliação de orofaringe foi prejudicada, ausculta cardíaca sem alterações e ausculta pulmonar apresentando roncos e sibilos. Abdome normotenso, indolor, sem visceromagalias e com massa móvel. Extremidades com lesões de mordedura sem outras alterações.
CONDUTA Foi prescrito Penicilina G Cristalina (PGC) e solicitado exames (hemograma, EAS, urocultura, PPF, Anti-HIV, VDRL, BAAR no lavado gástrico e RXTorax).
CASO CLÍNICO
http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n2/a3213.pdf
EVOLUÇÃO No dia seguinte a criança foi transferida para a enfermaria onde a mãe referiu que há 7 dias da internação criança iniciou quadro de febre, que durou por 4 dias, tosse com expectoração hialina e diarréia, sendo as fezes líquidas e claras sem muco ou sangue. Criança apresentou também queda do estado geral e recusa alimentar.
No momento da admissão na enfermaria mãe negava febre, vômitos ou diarréia. Referindo apenas tosse e constipação intestinal (2 dias sem evacuar).
CASO CLÍNICO
http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n2/a3213.pdf
ANTECEDENTES Criança apresentava uma internação anterior, com mais ou menos 1 ano de idade, devido “infestação por parasitas”.
De antecedentes de gestação parto e nascimento, mãe era G8P8A0, sendo 1 natimorto, a criança é a 5ᵃ filha, mãe realizou pré-natal incompleto e sem exames, apresentou leucorréia e sangramento, parto foi vaginal e domiciliar.
CASO CLÍNICO
http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n2/a3213.pdf
EXAMES Hemograma que evidenciou eosinofilia importante (3159 cels - 27%), EAS com presença de 10-15piocitos por campo, parasitológico de fezes apresentando Ascaris lumbricóides (ovos) e Giardia lamblia (cistos) e RX-tórax que apresentou infiltrado peri-hilar e hilar difuso (Figura 1).
CASO CLÍNICO
http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2012/v26n2/a3213.pdf
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA?? Síndrome de Loeffler
QUAL PARASITOSE ESTÁ MAIS FREQUENTEMENTE ASSOCIADA À SÍNDROME??
CASO CLÍNICO
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA?? Síndrome de Loeffler
QUAL PARASITOSE ESTÁ MAIS FREQUENTEMENTE ASSOCIADA À SÍNDROME?? Ascaris lumbricoides
QUAIS PARASITOSES TAMBÉM PODERIAM ESTAR ENVOLVIDOS?
CASO CLÍNICO
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA?? Síndrome de Loeffler
QUAL PARASITOSE ESTÁ MAIS FREQUENTEMENTE ASSOCIADA À SÍNDROME?? Ascaris lumbricoides
QUAIS PARASITOSES TAMBÉM PODERIAM ESTAR ENVOLVIDOS? Necator americanus Ancylostoma duodenale Strongyloides stercoralis
CASO CLÍNICO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• SAÚDE, Ministério da. Guia de bolso: Doenças infecciosas e parasitárias. 8. ed. Brasília: 2010.
•NELSON, Tratado de Pediatria: Kliegman et al. 19ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010
• Tratado de pediatria: sociedade brasileira de pediatria. 2º ed. Barueu, SP: Manole 2010.