parnaso de além túmulo

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ESTUDO DE MERCADO Unimed de Adamantina Maio de 2015 Casa Esperança Guarujá

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ESTUDO DE MERCADOUnimed de AdamantinaMaio de 2015

Casa Esperana Guaruj

Reeditado inmeras vezes, continua mantendo a mesma importncia doutrinria. Chico nasceu para a psicografia com esta obra, por isso ela tem vital importncia para ns espritas. um marco : a partir desta obra , Chico comea suaproduo medinica.Foi traduzido para outros idiomas.

Parnaso de Alm-Tmulo Parnaso , origem mitolgica , local no centro da Grcia, destinado s Musas, l, acreditava-se, era onde moravam os poetasNo nosso caso, local dos poetas no Alm-Tmulo

- Primeira Edio - 1932 com 60 poemas de 9 poetas brasileiros e logo em 1935 foi feita a 2 edio

- Em 1955 instituiu-se a forma atual com 259 poemas e a incluso de mais poetas, ao todo 56 luso-brasileiros

H um equvoco que muitas vezes as pessoas possuem : poesia no poema. erro achar que poesia tem que ter versos. Isto foi antes, hoje, poesia existe onde houver emoo, sensibilidade, manifestao do eu do escritor.

Assim, existe poesia na prosa potica ( que no tem verso ) , uma crnica, por exemplo,. interessante saber :

Por isso, hoje a poesia livre, sem rima, o que vale a expresso, o sentimento do poeta, at o desenho, tamanho de letras conta, a palavra se torna mais do que palavra, design.Temos poemas que se misturam com pinturas, com propagandas, os poemas so reproduzidos no apenas no papel, tem at poema-escultura, poembiles.

Isto no excluiu a poesia tradicional, os dois tipos de poemas coexistem

Mas antigamente era difcil fazer poesia. Para se ter uma ideia:

Os Lusadas de Lus de Cames , tem: * 10 Cantos, * 1102 estrofes, * Todas com de 8 versos ,* 8.816 versos decasslabos ( 10 slabas), * O esquema de rimas abababcc,

As armas e os bares assinalados,Que da ocidental praia Lusitana,Por mares nunca de antes navegados,Passaram ainda alm da Taprobana,Em perigos e guerras esforados,Mais do que prometia a fora humana,E entre gente remota edificaramNovo Reino, que tanto sublimaramOu fazendo que, mais que a de Medusa, a vista vossa tema o Monte Atlante, ou rompendo nos campos de Ampelusa os muros de Marrocos e Trudante, a minha j estimada e leda Musa fico que em todo o mundo de vs cantede sorte que Alexandre em vs se veja,sem dita de Aquiles ter inveja 1 1.102

Fazer poesia em versos era muito difcil e o prprio Chico na nota do Parnaso fala disso:

O meu ambiente, pois, foi sempre alheio literatura; ambiente de pobreza, de desconforto, de penosos deveres, sobrecarregado de trabalhos para angariar o po cotidiano, onde se no pode pensar em letras.

Por isso, o Parnaso para os espritas a maior prova da mediunidade de Chico Xavier. Ele no poderia ter feito os poemas.H vocbulos de timo que desconhece; h fatos e recursos de hermenutica, figuras de retrica, que ignora; teorias cientficas, doutrinas, concepes filosficas das quais nunca ouviu falar, de autores tambm ignorados e jamais lidos! No Prefcio, Manuel Quinto, afirma:

Por esta razo que muita gente achou que era mistificao do Chico, ele no PODIA ser poeta, porque era difcil. E ele NO FOI, foi mdium.Por isso, essa obra importante, mais do que se ele fosse poeta, porque seria mais um, ( um dos ...) mas como mdium ele foi nico

Chico Xavier, pode ser entendido como o grande propagador universal da poesia esprita

No livro Parnaso de Alm-Tmulo, os poetas que l aparecem trazem textos da espiritualidade, so mais que poesia, so verdades, testemunhos que desfilam ante nossos olhos, ante a nossa sensibilidade. Eles nos ensinam.

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Todos, pela poesia, nos do testemunhos de seu saber espiritual , no fundo, nos do caminhos de verdade a serem seguidos, at filosofando como Emmanuel e Andr Luiz fazem nas obras do Chico. Joo de Deus esprito (1830/1896) - Lembrai a chama

Vs que buscais alm da sepulturaA resposta de Luz na Eternidade, Nunca olvideis a Excelsa Claridade, Que reside convosco em noite escuraSomos todos a Grande Humanidade, Em direo Fonte Eterna e Pura, Somos em toda parte a criaturaBuscando os dons supremos da VerdadeTendes convosco a Chama Adormecida...Rogamos acendais a Luz da Vida, J que buscais mais crena junto a ns! Se quiserdes brilhar nos Outros Planos, torturados coraes humanos,Deixai que o Cristo nasa dentro em vs.

Na edio que temos em mos, cada poeta foi estudado minuciosamente por Elias Barbosa, mdico psiquiatra, mdium, trabalhou com Chico em Uberaba, professor da Faculdade de Medicina, e que desencarnou em 2011. Nesta 19 edio , ele se fixa nas caractersticas lingusticas dos poetas e prova a veracidade dos autores.

No o repetirei, me fixei em dois poetas, um portugus e outro brasileiro, No em suas caractersticas de como fez o Dr. Elias, e sim a temtica, sobre o que falavam em vida e o que falaram no aps a morte. Com isso, creio que provamos, no pela forma da poesia, mas pelo contedo, ou o drama de cada um sobre sua vida antes e depois do passamento, que eles so os mesmos de quando ainda viviam, s que agora com outra viso da existncia.

O poeta portugusAntero de Quental .

1842 / 1891Socialista, combativoGanhou uma herana, criou jornais, revistas.Ajudou pessoas ( adotou filhas rfs de um amigo )Nunca se encontrou interiormente ( sempre sentia que faltava algo), deixou-se levar pela depressoPoesia Metafsica , embalada pela angstia em buscar um sentido maior para a existncia. ( filosofava muito )Suicidou-se nos Aores, ( at hoje, atrs do banco do jardim na parede, est escrito Esperana )

Antero de Quental - O Palcio da Ventura

Sonho que sou um cavaleiro andante. Por desertos, por sis, por noite escura, Paladino do amor, busco anelante O palcio encantado da Ventura!Mas j desmaio, exausto e vacilante, Quebrada a espada j, rota a armadura... E eis que sbito o avisto, fulgurante Na sua pompa e area formosura!Com grandes golpes bato porta e brado: Eu sou o Vagabundo, o Deserdado... Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!Abrem-se as portas d'ouro com fragor... Mas dentro encontro s, cheio de dor, Silncio e escurido - e nada mais!

Soneto Antero de Quental - esprito

Quisera crer na Terra, que existisse Esta vida que agora estou vivendo, E nunca encontraria abismo horrendo, De amargoso pensar que se me abrisseAndei cego, porm, e sem que visseMeu prprio bem na dor ia sofrendo;Desvairado, ao sepulcro fui descendo, Sem que a Paz almejada conseguisseDa morte a Paz busquei, como se foraApossar-me do eterno esquecimentoAo viver da minhalma sofredora;Em vez de imperturbveis quietitudes, Encontrei Remorsos e Tormentos, Recrudescendo minhas dores rudes

Antero de Quental trechos esprito

Ah, Crer! Bem que na Terra no possu, Quando entre conjecturas me perdi, De to pequena dor fazendo alarde

Crena ! Luminosssima riquezaQue enche a vida de paz e beleza, Mas que chega no mundo muito tarde.............................................................Cr-se na Morte o Nada, e, todavia, A morte a prpria Vida ativa e intensa, Fim de toda a amargura e descrena, Onde a grande certeza principia. Meu erro, no mundo da Agonia, Foi crer demais na angstia e na doenaDa alma que luta e sofre, chora e pensa, Nos labirintos da Filosofia...

O poeta brasileiro Augusto dos Anjos.

1884 / 1914 ( tuberculose )No se enquadra em nenhuma escola literria foi nico Professor e advogado, foi um sonetista genial, com rimas diferentes, jogo de palavras.Sua temtica: a melancolia, a descrena da vida, nos seus poemas h a presena da morte, a inutilidade da existncia, a falta de f no ser humano.Foi nihilista chega chocarIncorporou a cincia natural em sua potica ( palavras )

Psicologia de um Vencido - Augusto dos Anjos

Eu, filho do carbono e do amonaco,Monstro de escurido e rutilncia,Sofro, desde a epignese da infncia,A influncia m dos signos do zodaco.Profundissimamente hipocondraco,Este ambiente me causa repugnnciaSobe-me boca uma nsia anloga nsiaQue se escapa da boca de um cardaco.J o verme este operrio das runas -Que o sangue podre das carnificinasCome, e vida em geral declara guerra,Anda a espreitar meus olhos para ro-los,E h de deixar-me apenas os cabelos,Na frialdade inorgnica da terra!

Versos ntimos Augusto dos AnjosVs?! Ningum assistiu ao formidvelEnterro de tua ltima quimera.Somente a Ingratido esta pantera -Foi tua companheira inseparvel!Acostuma-te a lama que te espera!O Homem que, nesta terra miservel,Mora entre feras, sente inevitvelNecessidade de tambm ser feraToma um fsforo, acende teu cigarro!O beijo, amigo, a vspera do escarro.A mo que afaga a mesma que apedreja.Se a algum causa ainda pena a tua chagaApedreja essa mo vil que te afaga.Escarra nessa boca de que beija!

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Ao homem Augusto dos Anjos - esprito

Tu no s fora nurica somente, Movimentando clulas de argila, Lama de sangue e cal que se aniquilaNos abismos do Nada eternamente; mais, s muito mais, a cintilaDo Cu, a alma de luz resplandecente, Que um mistrio implacvel e inclementeAmortalhou na carne atra de intranquilaApesar das verdades fisiolgicas, Reflexas das aes psicolgicas, Nas clulas primevas da existncias um ser imortal e responsvel, Que tens a liberdade incontestvelE as lies da verdade na conscincia

Vida e morte Augusto dos Anjos - esprito

A morte como um fato resultanteDas aes de um fenmeno vulgar, Desorganizao molecular, Fim das foras do plasma agonizanteMas a vida a si mesmo se garanteNa sua eternidade singular, E em sua transcendncia vai buscarA luz do espao, flgida e distanteVida e Morte fenmenos divinos, Na ascendncia de todos os destinos, Do portentoso amor de Deus oriundos...Vida e Morte Presente eterno da nsia, Ou condio diversa da substnciaQue manifesta o esprito nos mundos

Terra, tranquilamente eu te abenoo...Porque da tua dor alcei meu vooPara manso das luzes opulentas

Teu rigor nos redime e nos elevaMas s ainda o crcere da treva,Triste mundo de chagas pustulentas

( Antnio Nobre) Alm destes dois poetas, todos os demais no Parnaso seguem a mesma linha de relato da outra vida e a alegria de estarem l

Um soluo divino de alegriaPercorre a todo Esprito libertoDas pesadas cadeias do desertoDesse mundo de sombra e de agonia

A alma livre contempla o novo dia,Longe das dores do passado incertoMergulhada no esplndido concertoDe outros mundos que a luz acaricia ( Cruz e Souza)

De volta, e os mesmos seres que me haviamOfertado na Terra amores santosEnvolto em ternuras e em carinhos

Novamente no alm me ofereciamLenitivo s agruras dos meus prantos,Nas carcias risonhas dos caminhos

( Luiz Guimares Jr.)

Quando o saber encontra a arte, voc tem o esplendor do conhecimento. o pice da sabedoria porque a lgica do saber se expressa atravs da beleza, no caso, do verso, da poesia. Podia ser da msica, da pintura, da escultura, da dana, mas somente a palavra completa e alcana o divino pela sua capacidade de expresso.

No foi toa que durante sculos, na antiguidade, a criao potica era considerada uma inspirao dos deuses. Os poetas eram inspirados, ou at mesmo possudos. Plato descrevia isso como a loucura potica pelas Musas...Neste sentido, esta possesso poderia muito bem se assemelhar ao transe medinico. ( Psicografia ) .

Chico psicografou outros livros de poesia. Geralmente no so lidos, h um sentimento de menor valor, porque so versinhos e isto um erro.

Convido todos a lerem estas obras.

Vale dizer que na arte, no importa somente o que se diz, mas como se diz. Por isso, nem todas as poesias so belas mas todas tm doutrina, trazem ensinamentos.

Por fim, tirado do Parnaso, vejamos o poema Unidade de um espritoque se denominou Marta, apenas isso. Quem foi ? No disse. um esprito que veio, atravs do verso, nos deixar ensinamentos doutrinrios.Seu estilo moderno, sem rimas, os versos e as estrofes tm tamanho variado. Com certeza havia desencarnado h pouco!Vou ler o poema e depois coment-lo

Clique para avanar

Todos ns somos irmos,Porque os nossos espritosSo unos na essncia...Todos somos fragmentosDa mesma luz gloriosa e eternaDa sabedoria inescrutvel Do criador, Cujas mos magnnimas e misericordiosasEspalharam com abundnciaNas vastides imensurveis do terInfinitas e esplendorosas( Lendo o poema )

Terras e almasAs quais no divino equilbrio do AmorBuscam a perfeio indefinida.Todos ns somos irmos, Porque nutrimos indistintamenteA mesma aspirao do Belo e do Perfeito,O mesmo sonho, A mesma dor na lutaEm prol da redeno

Espiritualmente, Somos filhos de um s Pai,Somos as frondes que se interpenetramDe uma s rvore genealgica ,Cuja raiz insondvelEst no corao augusto de DeusO qual, por uma disposio inexplicvel, Encerra em siTodos os mundosTodas as AlmasTodos os seres da criao

Fazei, pois da TerraO caminho comum da vossa salvao, Porquanto, mais almDas fronteiras planetriasVivereis de sagrados coletivismosSem egosmos , Na suprema unidadeDe aspirao para a felicidade

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Todos ns somos irmos,Porque os nossos espritosSo unos na essncia...Todos somos fragmentosDa mesma luz gloriosa e eternaDa sabedoria inescrutvel Do criador, Cujas mos magnnimas e misericordiosasEspalharam com abundnciaNas vastides imensurveis do terInfinitas e esplendorosas( Entendendo o poema )

Terras e almasAs quais no divino equilbrio do AmorBuscam a perfeio indefinida.Todos ns somos irmos, Porque nutrimos indistintamenteA mesma aspirao do Belo e do Perfeito,O mesmo sonho, A mesma dor na lutaEm prol da redeno

Espiritualmente, Somos filhos de um s Pai,Somos as frondes que se interpenetramDe uma s rvore genealgica ,Cuja raiz insondvelEst no corao augusto de DeusO qual, por uma disposio inexplicvel, Encerra em siTodos os mundosTodas as AlmasTodos os seres da criao

Fazei, pois da TerraO caminho comum da vossa salvao, Porquanto, mais almDas fronteiras planetriasVivereis de sagrados coletivismosSem egosmos , Na suprema unidadeDe aspirao para a felicidade

Devemos valorizar esta obra, os poetas vieram pela primeira vez, porque identificaram no mdium o meio propcio de suas manifestaes. Trouxeram seu saber atravs do belo a poesia. Os mestres Emmanuel, Andr Luiz, pela palavra, nos deram a doutrina; estes poetas, pessoas

comuns, iguais a ns, pela poesia, testemunharam que existe uma vida melhor nos esperando no alm.

Parnaso de alm tmulo. Leia Leia Leia Leia Leia Leia Leia Leia Leia Leia Leia Leia Leia Leia Leia Leia Leia Leia Leia Leia Leia

Obrigado, Senhor,por dar-me foras parafalar e a felicidade deser ouvido

hojepoeticamente.

Que assim seja.